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ASPETOS GERAIS
1. CONCEITO DE REGULAMENTO.
1.1.
1.2.
1.3.
1.4.
Noção:
São regulamentos internos os emanados por um órgão de direção de uma
pessoa coletiva pública, que projetam os seus efeitos jurídicos apenas
dentro desta, tendo como destinatários tão só os agentes administrativos
no âmbito da sua relação orgânica (ou outros cidadãos que se «situem» no
«interior» da organização administrativa, também quanto a aspetos
organizacionais e de funcionamento interno que não contendam com o seu
estatuto jurídico — alunos de uma escola pública, militares do serviço
militar obrigatório, doentes internados num hospital público, presidiários,
etc.) esgotando nesse âmbito a respetiva força vinculativa.
Regime:
Não são por um lado contenciosamente impugnáveis; e por outro lado podem
ser objeto de derrogação singular por parte dos órgãos administrativos. Mas
não deixam por isso de ter relevância jurídica — ou seja, de produzir efeitos
jurídicos (ainda que circunscritos ao ordenamento interno da administração)
2.1.3. Regulamentos emanados no âmbito das relações especiais de poder.
A norma constitucional sobre produção jurídica (art.º 122, n.º 5) cuja letra parece
proibir aos regulamentos a interpretação e integração de lacunas das leis que
visam regulamentar; a necessária harmonização desta norma com outras
normas e princípios constitucionais, conducente à aceitação, para a «boa
execução da lei» (art.º 199. °, al. c), CRP),da possibilidade por princípio de os
regulamentos executivos esclarecerem pequenas ambiguidades de sentido e
integrarem lacunas de menor relevância; e de os regulamentos complementares,
mais do que isso, e ainda que excecionalmente, poderem, desde que
devidamente autorizados pela lei exequenda, desenvolver o respetivo regime e
estabelecer regimes especiais
A proibição dos regulamentos autorizados ou delegados (art.º 112, n.º 5), que
afinal se confina aos casos de (autorização de) modificação, suspensão e
revogação de normas legais.
Os regulamentos executivos procedem à estrita execução da lei (de uma lei), não
trazem nada de novo em relação a ela (não criam, ampliam, diminuem ou
extinguem os direitos e deveres consignados na lei), limitando-se a regular os
pormenores indispensáveis à sua boa aplicação. Podem interpretar o sentido
dos preceitos legais e integrar lacunas, desde que em aspetos de pormenor, que
não sejam aspetos essenciais do regime jurídico exequendo. Ver art.º 112.°, 5
CRP (que desde logo confina os atos normativos inferiores à lei, desde logo os
regulamentos, a esta função de estrita execução de lei) e 199.°, c) (regulamentos
executivos do Governo). Para a sua emanação basta que a lei atribua ao órgão
competência regulamentar em abstrato (ou com discriminação de matérias).
(2) regulam situações especiais que não estão expressamente previstas na lei
que visam complementar.
Cremos não se justificar uma tal exigência: com efeito, dentro das duas únicas
categorias de regulamentos que a Constituição expressamente prevê, a dos
regulamentos destinados à «boa execução» das leis e a dos regulamentos
independentes, eles reconduzem-se à primeira (emparceirando aí com os
regulamentos executivos propriamente ditos) e não à segunda; ora, a verdade é
que só para esta última categoria a Constituição prevê a obrigatoriedade da
adoção da forma de decreto regulamentar.
No caso das autarquias locais, o art.º 241 CRP como norma diretamente
habilitante (definição da «competência subjetiva»), e da suficiência da lei das
autarquias locais, que elenca as respetivas atribuições (prevista no art.º 237, 1)
como norma definidora do assunto ou matéria a conformar (definição da
«competência objetiva»).
No caso do Governo, a al. g) do art.º 199. ° CRP como norma habilitante para a
emanação de regulamentos independentes, quer para efeitos de «competência
subjetiva» quer para efeitos de «competência objetiva».
1.2.2. A usucapião
1.2.3. O imemorial
Uma noção tão ampla, essencialmente substantiva, apresentava desde logo urna
diminuta serventia do ponto de vista processual.
Por essa razão impunha-se selecionar num tão vasto conjunto aqueles atos
cuja prática — em função por um lado de critérios de economia processual, e
por outro lado da salvaguarda quer da legalidade objetiva quer dos direitos
subjetivos e interesses legítimos dos particulares justificava a abertura das
portas os tribunais.
É o caso desde logo dos atos administrativos parciais, como o ato de aprovação
do projeto de arquitetura, em procedimentos administrativos fracionados ou
faseados, categoria de procedimentos onde se destaca (e continuando com o
mesmo exemplo) o procedimento de licenciamento de obras particulares:
tal ato constitui um simples ato intercalar neste procedimento, mas que o órgão
competente para a prática da decisão final e global antecipa parte (neste caso,
a mais importante, o essencial) do conteúdo dessa formal decisão final e
global, da licença de construção propriamente dita (a qual incorpora ainda
as posteriores aprovações dos ditos projetos de especialidades).
Conceito e fases.
Iniciativa procedimental.
INCLUEM-SE
EXCLUEM-SE
(2) os atos “em matéria administrativa” praticados por órgãos do Estado não
integrados na Administração Pública, nomeadamente órgãos pertencentes
a outros poderes do Estado (Presidente da República e órgãos das suas
casas civil e militar; Presidente da Assembleia da República e
administração deste dependente; órgãos de autogoverno
das magistraturas, tribunais), os quais apenas são “equiparados a atos
administrativos” para efeitos contenciosos.
2.2.3. «Numa situação concreta»
INCLUEM-SE:
- Os atos provisórios (v.g., suspensão de um funcionário num
procedimento disciplinar),
- Os atos pré-decisórios (v.g., informação vinculativa sobre a viabilidade
da execução de um projeto de edificação),
- Atos de decisão parcial (v.g., aprovação da localização de um centro
comercial, no âmbito de um procedimento escalonado”),
- os atos prejudiciais (desde que praticados no âmbito de urna relação
inter-orgânica externa - deliberações preliminares, pareceres, designações
e propostas vinculantes) e (à partida) os «atos silentes» positivos;
EXCLUEM-SE:
(1) os atos instrumentais (remissão),
(2) os atos internos (por exemplo, ordem de um superior a um inferior
hierárquico no âmbito das relações orgânico- funcionais ou internas),
(3) os atos prejudiciais no âmbito de relações inter-orgânicas
internas e
(4) os «atos silentes» negativos. Distinção entre efeitos jurídicos internos
e externos: a redação do art.° 148 do CPA qualifica hoje
expressamente os efeitos jurídicos do ato administrativo como
externos.
2.3. Funções do AA
d) Estabilizadora:
o “CASO DECIDIDO” OU “RESOLVIDO” (ou “caso julgado administrativo”);
Note-se que há certos atos declarativos que não são instrumentais de um ato
administrativo, antes se caracterizando pela sua instrumentalidade geral (por
exemplo, as certidões e os demais atos de certeza pública legal emitidas fora do
âmbito de um procedimento administrativo); cada um deles constitui uma
“certeza de uso necessário”, isto é, que se impõe por si mesma aos outros
sujeitos, produzindo feitos preclusivos, na medida em que obrigam a assumir
corno vinculativas as representações que contêm, com sujeição em última
instância da vontade alheia.
2.4.3. Os pareceres
Exceções: atos desfavoráveis (nos termos do CPA, atos que imponham deveres
ou encargos, sujeições ou sanções, ou causem prejuízos - n.º 1 do art.º 152.° e
160.°), atos que careçam do consentimento dos destinatários para produzir os
respetivos efeitos, atos de adjudicação que requeiram a prestação de caução ou
garantia bancária pelo adjudicatário, licenças tituladas por alvará,
etc.2.5.1.5 .Atos positivos e atos negativos.
Fase executiva.