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FUNDAMENTOS DO DIREITO COMUM EUROPEU

Professor:
BIBLIOGRÁFIA:
- Manual do Direito Privado Romano do Professor Santos Justo
- 2 volumes ………… II e III

Aula de -----------------

Repetir:
Não é voltar a fazer mas sim “ exigir de volta”

Emancipação: Vem da palavra Emancipatio = é venda

IUS = Direito

Vem de IUSTITIA (Deusa da Justiça)

DE CIUS – O que morre e deixa bens


MORTIUS- O que morre e não deixa bens
IUS CIVILA: é o Direito dos cidadãos
DIRECTUM: é quando o fiel da balança está aprumado – direito
1
IUS E DIRECTUM, nem sempre andam juntos

A venda nos olhos da Estátua Romana da Justiça é para que a as pessoas saibam
desenvolver a audição (como acontece naturalmente nos cegos) , antes de aplicar o direito
tem-se que ouvir as pessoas

Tal já não acontece em relação à estátua da Justiça Grega que não tem os olhos vendados,
ou seja, o Direito existe e é para aplicar independentemente de tudo, e ainda tem uma
espada para “obrigar” ao cumprimento desse mesmo Direito.

O Direito Comum é o Direito Romano e serviu de base à constituição do


Direito.
Família Romana / Germânica (É a maior família do Direito)
Europa Continental
Ficaram de fora o Reino Unido e a Irlanda (Anglo Saxónica)
É essencialmente Romano
Importa perceber que o Direito Romano é elaborado de tal forma que se tornou
UNIVERSALISTA (Vocação Universal, capacidade de se adaptar a outros povos)

Direito das Obrigações:

Estas figuras foram criadas e tiveram a capacidade de se aplicarem a outros povos


e outros tempos.
Ex: Direito de Penhor, Direito de Permuta, Direito de Superfície e todos os Direitos
de Propriedade

ARCAÍCA
753 a.c ----------------------------------------------------------------------130 a.c

2
242 a.c

IUS CIVILA PRETOR URBANO

IUS GENTIUM PRETOR PEREGRINO

CLÁSSICA
130 a.c -------------------------------------------------------------------------------- 230 d.c

27. a.c

- Lex (Rogata)
- Senatusconsul
- Constituição Imperial
- Iurisprudentia

- Ius Honorarium

3
PÓS CLÁSSICA JUSTINIANA(Justinianeia)
230 d.c ---------------------------------530 d.c------------565 d.c------------1453

395 d.c
CORPUS IURIS CIVILIS

Divisão do Império Romano


em dois, com a morte de Téodósio :
- Do Oriente
- Do Ocidente

476 d.c
Invasão do Império
Romano do Ocidente
pelos bárbaros

Séculos XII / XIII

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Séculos XV / XVI ( Ius Honorarium)

Século XIX
- 1804 – CÓDIGO CIVIL FR
- 1867 – CÓDIGO CIVIL PT
- 1900 – CÓDIGO CIVIL D ALEMÃO

750 a.c – FUNDAÇÃO DE ROMA


Direito Romano (IUS CIVILA) até 242 a.c - Era um direito formal, rigoroso
e invocava os Deuses
DEUSA DA FIDELIDADE – FIDAS – tem o trono na palma da mão direita ----
assim surgiu o aperto de mãos direitas (celebrar contratos)

ROMA COMEÇA A EXPANDIR-SE - ANO DE 242 a.c


Aparece o IUS GENTIUM:
- É o Direito das gentes
- É uma adaptação do IUS CIVILA (Direito Civil) aos estrangeiros
(PEREGRINOS)
- É um Direito que Roma vai adaptando a outros povos e outras culturas
- Assim aparece este Direito com vocação UNIVERSALISTA que começa
em 242 a.c

IUS CIVIL : Aplicava-se quando havia conflitos entre Romanos.


IUS GENTIUM: Aplicava-se quando havia conflitos entre Romanos e
Peregrinos (estrangeiros) e entre Peregrinos

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IUS CIVILA: - 27 a.c
LEX ROGATA:
Surgiu em 450 a.c (Patrícios)
O Magistrado ia discutir a proposta de lei para a Praça Pública (era levada à
Assembleia Popular) e pedia (ROGAVA) para que a proposta fosse aprovada.
De seguida ia ao Senado certificar a lei e finalmente a proposta ia para ser
publicitada em tábuas

REVELAR: É levantar o véu, ou seja dizer que “ não dizem nada de novo”

Entretanto os plebeus exigiram uma Lei escrita e assim surgiu a 1ª LEI ESCRITA

LEI DAS DOZE TÁBUAS

- Era quase poética para permitir às crianças memoriza-la


- Esteve em vigor durante 10 séculos desde o Séc. V a.c até ao Séc. V d.c

Art.º 483.º do Código Civil – AQUILIANA ( Séc. III a.c)

Assim na ÉPOCA ARCAÍCA:


- Surge o Direito Romano que começa a adquiri UNIVERSALIDADE
- Surge a 1ª LEI ESCRITA

COSTUMES – MOS MAIORUM – Vai desaparecendo

Ano de 130 a.c , os magistrados podiam criar Leis

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IUS HONORARUIM :
Direito criado pelos magistrados que estavam na carreira superior
Função: Corrigir as Leis e se necessário criar Direito Novo

DIREITO É DIFERENTE DE JUSTIÇA


Só temos conhecimento do IUS HONORARIUM nos Séculos XV e XVI

Isto é uma ÉPOCA CLÁSSICA :

- Haviam escolas de Direito

- Existem milhares de obras desta época

- É o período de maior perfeição do Direito Romano

- Temos o SENATUSCONSUL 27 a.c com OCTÁVIO

- Surgem as CONSTITUIÇÕES IMPERIAIS (Leis do Imperador)

IURIS PRUDENTIA
– é uma doutrina que nada tem a ver com JURISPRUDÊNCIA

ÉPOCA PÓS – CLÁSSICA


- é uma época de confusão
- havia falta de rigor
- o direito era ensinado com áreas que nada tinham a ver com o direito
- é um época de profunda decadência

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- não queriam saber do IUS CIVILA
- apenas queriam saber do direito fiscal que lhes permitia cobrarem impostos e do
direito militar para formar tropas
- toda esta confusão também é devida ao cristianismo
- pouco antes de 27 a.c Roma tentou conquistar o Egito
Cesar – Cleópatra
Cleópatra – Marco António
- é um Imperio em decadência com a ocupação germânica
- o Senado pede a Octávio para vingar César e Marco António, para trazer paz era
necessário conquistar o Egito.
- Após a conquista do Egito, Octávio quer afastar-se da vida politico – militar, mas
o Senado pede-lhe para ficar. Ele aceita mas com uma condição:

Passar a ser o “ PRINCEPS” – o Príncipe – O 1º

Aqui começa a

ÉPOCA DA DECADÊNCIA

Segue-se uma mudança brutal:


- Octávio intitula-se Augusto (o V) e também se intitula César
- Assim existe o Princeps - Poder Legislativo
- O Poder Politica está nas mãos do Senado.
- O Imperador manda pouco, olha para a estrutura existente e começa a controlar
mais.
- Olha para o Senado e manda os Magistrados fazerem leis, quando esse poder é do
povo, mas a intenção dele é mesmo tirar poder às Assembleias Populares.
- O Povo não se incomoda pois não lhe falta nada, há riqueza, assim não há
praticamente qualquer reação popular.

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- O Imperador tinha grande prestigio
- Assim quem passa a fazer as leis é o Senado, que é, no entanto, completamente
controlado pelo Imperador.
- Este por sua vez começa a fazer Constituições Imperiais e o povo continua
pacifico, uma vez que não lhe falta nada.
- Desta forma o Imperador adquire para si o Pode Politico.
- O Senado por sua vez aprovava sempre o discurso do Imperador como sendo
uma lei, tal discurso nunca era chumbado.
- Vendo que não precisava do Senado para nada, uma vez que este aprovava todos
os seus discursos, o Imperador deixou de ir ao Senado.
- Assim o Senado desta vez perdeu o Poder Legislativo, após já anteriormente ter
perdido o Poder Politico.
- O Imperador passa a dominar os dois poderes:

POLITICO E LEGISLATIVO

Lex (Rogata) e Senatusconulta deixam de existir .

- Os Magistrados passam a receber salários e assim não contradizem o Imperador.


- No ano de 28 a.c o Imperador intitula-se “ Deus”
- Nesta época Pós-Clássica, se algum magistrado se atrevesse a corrigir ou não
aceitar uma Lei imperial era CONDENADO À MORTE.
- Confundia-se LEI com DIREITO, e DIREITO com JUSTIÇA
- Todo o DIREITO é a LEI do Imperador e não há lei injusta.

Ano de 284 d.c : É uma FASE ABSOLUTISTA–:


ÉPOCA DO DOMINIO

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Ano de 395 d.c: DIVISÃO

IMPERADOR DO ORIENTE

IMPERADOR DO OCIDENTE

NO OCIDENTE: Tudo continua a decair, não há criatividade do Direito.

Ano de 476 d.c: Queda do Império Romano do Ocidente


Roma: tinha escolas de Direito, Magistrados, Estradas, Leis, Direito Escrito, vê
isso tudo desaparecer

Povos Germânicos: Ocuparam partes importantes do Império Romano do


Ocidente (Franceses, alemães...) estavam muito atrasados relativamente a Roma.

Roma: Aquando da sua queda tem um Direito rudimentar, tem uma economia
de subsistência, este foi o maior retrocesso conhecido na história até hoje.
É a entrada na Idade Média

NO ORIENTE: Entra-se na ROTURA com a ÉPOCA PÓS - CLÁSSICA .


Regressa-se ao CLASSICISMO, ou seja, volta-se ao DIREITO ROMANO
CLÁSSICO.
Desenvolvem-se diversas Escolas importantes, em Beirute, em Constantinopla, em
Alexandria
Dá-se uma Ascensão do Oriente

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Ano de 395 d.c: IMPERIO JUSTINIANO

OBJETIVOS:

1º- Conquistou o Sul da Itália pelos Balcãs


2º- Não consegui os objetivos , tentou uma unificação religiosa
3º - Fez uma grande compilação jurídica

SÉC. XVI - CORPUS IURIS CIVILIS

- Esta compilação tem 4 partes


- A 2ª parte é formada por 5 livros que retratam apenas a Época
Clássica

Século VI : No Oriente é feita esta compilação cuja 2ª parte dedica-se apenas e


contém apenas Direito da Época Clássica.

Em 565 d.c JUSTINIANO morre .


Aqui termina o Direito Romano do Oriente- desaparece.

CORPUS IURIS CIVILIS – continua em vigor na Grécia até à entrada


do Século XX

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A linha de divisão estava nos Balcãs – fronteira era na Croácia, Sérvia e Bósnia.

NO OCIDENTE:
CORPUS IURIS CIVILIS –
- Chega ao Ocidente no Século XII, chega a Ravena (cidade italiana do Adriático).
- Através das suas conquistas os muçulmanos chegam perto.

- Nesta fase há uma fuga de médicos, professores, pessoal formado para o Ocidente,
apesar de no Oriente estarem mais desenvolvidos, ex: lá já se faziam cirurgias sem
dor, ao passo que no Ocidente até era proibido operar

- Há medida que o Imperio Romano avançava, mais fugas haviam.

- Aparece assim: A UNIVERSIDADE DE BOLONHA

Séculos XII, XIII e XIV:


- Surge a primeira Universidade no Ocidente e vai-se estudar Direito Romano

- Depois aparece a Universidade de Paris, também estuda Direito Romano

- Em Portugal em 1776 a faculdade de Direito só estudava Direito Romano

- Até ao Século XVIII foi sempre Direito Romano que se estudou.

- Esta compilação de Itália no Século XII, expande-se rapidamente por toda a


Europa. Estávamos numa Europa da idade média, fechada sobre si mesma.

Século XII:
- É um Século de PAZ

- Há melhores condições de vida.

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- A Europa começa a desenvolver-se e a desenvolver a sua economia, mas para isso
eram necessários contratos e legislação para lhes servir de base.

- Vão –se basear no Direito Romano - CORPUS IURIS CIVILIS


- Com esse Direito Vão combater o poder da Igreja, o Direito Canónico vai
começar a perder força e desaparecer.

PT - O Direito Romano “ REINOU”, foi exercido nos Tribunais Portugueses até


1867 quando apareceu o nosso CÓDIGO CIVIL

FR - 1º CODIGO CIVIL – FRANÇA EM 1804 - A frança ainda tem o


Direito Romano em vigor

D – 1º CÓDIGO CIVIL NA ALEMANHA EM 1900

Durante 4 Séculos os Juristas andavam a tentar perceber o -


CORPUS IURIS CIVILIS
Alias os juristas dos Séculos XII e XIII não o conseguiram perceber.
Coisas como figuras – contratos, direitos reais etc..

Olhando para o Direito Romano da época Clássica e para o nosso


Código Civil de 1866, não há diferença.
Foram 20 Séculos sem evoluir pois, era um Direito com rigor, bem
escrito e Universalista.

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Aula de 30-09-2021

CORPUS IURIS CIVILIS

“ IN DUBIO PRO LIBERTATE” – Na dúvida a favor da liberdade

2ª parte da Obra de Justiniano.

DIGESTO PLANCLEATEA

Tem 50 livros, é a 1ª obra do Século VI do Oriente

- É só nos Séculos XVIII e XIX que os juristas se atreveram a ver o que ainda se
podia ou não aplicar do Direito Romano à realidade daqueles tempos.

- Em Roma antes de se aplicar a Lei ouviam-se as pessoas e se o IUS CIVILA tivesse


solução ao caso em concreto aplicava-se, se não tivesse lá previsto o caso, os
magiustrados alteravam a Lei, pois tinha competência para o fazer.

- Hoje em dia em Portugal, e já há vários Séculos, aplica-se o Direito Romano (ou o


Direito Português) , ou seja “ não se ouve o caso, nem as pessoas” , não havendo
solução na Lei, os magistrados não podem criar leis novas .
Até ao Século XIX, havendo dívidas colocavam-se as mesmas ao Rei / Monarca e
ele é que decidia.

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VER: Art.º 483.º CC- LEX AQUILA – CONSTITUIÇÃO INICIAL

Se alguém matasse o escravo de outro, o dono só teria direito a


indemnização se houvesse contato físico com o escravo, até em situações
de trabalho, se roubasse e o colocasse num quarto fechado sem lhe tocar,
não haveria direito a indemnização.
Em Roma os magistrados não concordaram com a parte do contato,
porque acharam que mesmo que não houvesse contato, o dono saia
prejudicado, assim alteraram a lei.

Há uma diferença muito grande entre:


IUSTITIA E DIRECTUM
(deusa)

IUS HONORARIUM:
É a faculdade que os magistrados têm de criar leis, quando a lei existente
é injusta ou omissa.
NO DIREITO ROMANO da época clássica o magistrado olhava para a
IUSTITIA e só depois é que olhava para o DIRECTUM.
HOJE em dia só olham para o DIRECTUM.
Ex:1ª analogia: Recorrem aos princípios do ordenamento jurídico, pois não podem
ir à AR (Parlamento) colocar as suas dúvidas e também não podem alegra que não
existe solução para o caso em concreto.

COSTUME:
É uma pratica reiterada que tem nesta fase - ano de 284 a.c , é uma
“Lei” .

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Pode-se dizer que foi o caminho encontrado pelos magistrados para
darem a volta ao Imperador.

Deusa Romana, tem venda para saber ouvir as pessoas, ouvir os casos e
só depois é que vai olhar a lei a ver o que diz para tais situações.

Deusa Grega, tem uma espada e não tem venda nos olhos. A falta de
venda é que não ouve os casos, as pessoas antes, olha para o caso, e olha
logo para a lei para ver o que se vai aplicar, naquela situação. A espada
é uma forma de obrigar a que a lei se aplique.

DIREITO ROMANO

Magistrados

- CENSOR: É o topo da hierarquia – instrum(?), Recenseamento, cargo


por 5 anos

- CONSUL: Dedica-se ao comando dos exércitos.

- PRETOR: Tratava da relação de conflitos entre romanos,


entre romanos e peregrinos, é o magistrado que aplica o IUS
CIVILA

- EDITAL CURAL: Relação dos mercados, rege a administração da


justiça na cidade.

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- QUESTOR: Trata das contas

IUS HONORARIUM, tem a ver com o PRECTO é = IUS CIVILA, tem


a ver com tudo.

CONTRATO GRATUITO:
É um tipo de contrato onde há perdas apenas para um
lado das partes.
Ex: Dou 5€ a A por engano e não a B como deveria ser. Vejo que afinal
houve engano, então volto a A e peço para “REPETIR”, ou seja, eu exijo
de volta o que me foi “retirado”.

Exemplo: Combinamos todos no fim da aula ir apanhar o autocarro, no


entanto alguns desistem pelo caminho e vão embora. Aqui não há
contrato, mesmo havendo uma “ Declaração de Vontade” esta não está
titulada pela lei.

EX: Vamos todos tomar café. Aqui já há contrato, uma vez que o
funcionário já me disse que eram 0,60€ o café, é já um contrato titulado
pela lei.

Ex: Chamo um Taxi, mas a meio do percurso ele avaria - É um


incumprimento contratual

IUS HONORARIUM, 90% é PRACTORIUM

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Podia decretar que um cidadão passasse a ser escravo.

Aula de 07/10

SECULO VI – IMPERADOR JUSTINIANO – ANO DE 530


COMEÇOU A COMPILAÇÃO

CORPUS IURIS CIVILI, ESTA COMPILAÇÃO ESTÁ DIVIDIDA EM 4


PARTES, FICOU TERMINADA MAIS AO MENOS 3 ANOS DEPOIS (

+ OU – 533) :

- INSTITUTIONS : são uma introdução – tem como objetivo instruir,


ensinar. Esta introdução tem 4 livros e tem IUS ( o Direito também
está aqui presente)

- DIGESTO OU PANDECTAE :
DIGESTO - Obra bem organizada PANDECTAE tem tudo.

Contem fragmentos de obras, extratos de alguns juristas, ex: Paulus,


Intianos, Pomponus - ÉPOCA CLÁSSICA II a.c ao III d.c. – é
composto por 50 livros, muitos densos organizados por diversos temas
do Direito , Iurisprudentia , com o nome do jurista a obra e a pagina de
onde foi retirado o fragmento É O MAIS IMPORTANTE DE TODOS

- CODEX: Contém as Constituições Imperiais – tem 12 livros

- NOVELLAE: Também são Constituições Imperiais , novas


Constituições que o Imperador fez depois do CODEX estar fechados
(novelas) – só tem um livro, caracter pequeno

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- DIGESTO OU PANDECTAE: Imperador Justiniano -

O DIGESTO (do latim digerere, que significa pôr em ordem)

ou PANDECTAS (do grego pandékoma, que significa "recolho tudo"), é uma

compilação de fragmentos de jurisconsultos clássicos. Escrito em latim e grego (daí a dupla


denominação), é a obra mais completa que a Codificação Justinianéia tem e ofereceu
maiores dificuldades em sua elaboração.

Realizada a compilação das leges (constituições imperiais), era necessário resolver um


problema com relação aos iura (direito contido nas obras dos jurisconsultos clássicos), que
não tinham sido ainda compilados. Havia entre os jurisconsultos antigos uma série de
controvérsias a solucionar. Para isso, Justiniano expediu 50 constituições (as Quinquaginata
Decisiones). É provável que durante a elaboração delas surgisse a ideia da compilação
dos iura.

O Digesto diferenciava-se do Código por não ter havido anteriormente trabalho do mesmo
gênero. A massa da jurisprudência era enorme, freqüentemente difícil de ser encontrada.
Havia muitos autores, com pontos de vista diversos, por vezes antagônicos. A tarefa parecia
ciclópica, e era temerário juntar todo esse amálgama de opiniões num trabalho homogêneo.
Para o término desse projeto grandioso, previu Justiniano prazo mínimo de dez anos. No
entanto, sob a presidência de Triboniano, a comissão de 16 membros, depois de compulsar
cerca de 1 625 livros (com três milhões de linhas), extratando 39 jurisconsultos, concluiu o
trabalho em apenas três anos. Era o Código de doutrinas seletas, Codex enucleati iuris,
oficialmente denominado Digesto (Digesta) ou Pandectas (Pandectae), o qual foi
promulgado em 15 de dezembro de 533, para entrar em vigor daí a 15 dias. A obra é
composta de 50 livros, subdivididos em aproximadamente 1 500 títulos, segundo ao
assunto. Sob cada um dos títulos figuram fragmentos de obras de mais de quarenta
jurisconsultos romanos do período clássico, de Quinto Múcio Cévola, que morreu no ano 82,
a Hermogeniano e Carísio (dos séculos III e IV).

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Os dezesseis codificadores tiveram autorização de alterar os textos escolhidos, para
harmonizá-los com os novos princípios vigentes. Essas alterações tiveram o nome
de emblemata Triboniani e hoje são chamadas interpolações. A descoberta de tais
interpolações e a restituição do texto original clássico é uma das preocupações da ciência
romanística contemporânea.

As Pandectas constituíam uma suma do direito romano, em que inovações úteis se


misturavam a decisões clássicas. Restritas, na prática, ao Império Bizantino, só no século
XI foram descobertas pelo Ocidente. A comparação dos manuscritos existentes no Código
de Justiniano foi o primeiro passo para o renascimento do direito, que teve como centro
a Universidade de Bolonha. Quase todos os direitos modernos decorrem do direito romano
e das Pandectas.

Institutas
Terminada a elaboração do Digesto, mas antes de sua promulgação, Justiniano escolheu
três dos compiladores - Triboniano, Doroteu e Teófilo (estes últimos professores das
escolas de Constantinopla e de Bento[desambiguação necessária]) - para a organização de um manual
escolar que servisse aos estudantes como introdução ao direito compendiado no Digesto.
Foram dedicadas "à juventude dedicada de estudar leis" (cupidade legum juventati).

Os redatores foram fiéis ao plano das Institutas de Gaio (do século II a.C.), tendo-se servido
de muitas passagens desse antigo jurista. No entanto, há inovações introduzidas de acordo
com o direito vigente no Baixo-Império.

A essa comissão elaborou as Institutiones (institutas), que foi publicada em 21 de


novembro de 533, um mês antes do Digesto. Foi aprovada em 22 de dezembro, pela
Constituição Tanta, e entrou em vigor como manual de estudo no mesmo dia do Digesto, 30
de dezembro de 533. Por ser mais simples que o Digesto, alcançou enorme difusão; prova
disso são os inúmeros manuscritos que nos chegaram.

Como uma obra de professores, destinada ao ensino, as Institutas são mais simples e mais
teóricas que o Digesto.[5] São expostas noções gerais, definições e classificações. Há
controvérsias por serem excelente campo de estudo. Esse trabalho teve a mesma divisão
das Institutas, de Gaio: pessoas, coisas e ações. Contudo, os livros dividem-se em títulos.
Foram utilizadas na elaboração a res cotidianae, também de Gaio, as Institutas,
de Florentino, de Ulpiano e de Élio Marciano, e os VII libri regularum, de Ulpiano.

Em 2021, a YK Editora publicou uma edição bilíngue integral anotada do texto das Institutas
de Justiniano.[6]

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Código Novo (Codex Justinianus repetitae praelectiones)

A publicação de novas constituições e o fato de, com a elaboração do Digesto, ter surgido
contradições entre o Nouus Iustianianus Codex e as Pandectas tornou necessária uma
segunda edição do Codex. Por isso, Justiniano nomeou comissão de cinco membros para
atualizá-lo. O Codex repetitae praelectionis, o Código revisado, cujo conteúdo foi
harmonizado com as novas normas expedidas no curso dos trabalhos, foi publicado em 16
de novembro de 534, para entrar em vigor no dia 29 de dezembro do mesmo ano. Essa obra
chegou até nós. Como a primeira edição do código (elaborada em 528) foi revogada por
esta segunda, e, portanto, deixou de ser utilizada, dela possuímos apenas pequeno
fragmento do índice, constante de papiro encontrado no Egito no início do seculo XX.
Esse papiro arrola as constituições contidas nos títulos 11 a 16 do livro I, e mostra que é
muito pequena a correspondência da ordem das constituições aí referidas e as que se
encontram nos mesmos títulos da nova edição do Código Justinianeu, que é a que chegou
até nós.

O Código redigido de acordo com o sistema das compilações anteriores é dividido em 12


livros, subdivididos em títulos. As constituições estão ordenadas em cada título por ordem
cronológica, como nos códigos anteriores. O Código começa por uma invocação a Cristo,
em que se afirma a fé de Justiniano. Os outros títulos do Livro I são consagrados às fontes
do direito, ao direito de asilo e às funções dos diversos agentes imperiais. O Livro II trata
principalmente do processo. Os Livros III a VIII tratam do direito privado, o Livro IX do direito
penal, os Livros X a XII foram consagrados ao direito administrativo e fiscal. Como nos
códigos anteriores, encontra-se nos títulos mais que nos livros uma unidade de matéria. A
técnica, porém, ainda é antiga, pois os títulos são muito numerosos e não se exclui a
interpolação de certos textos (adaptações feitas pelos compiladores). O mérito da
compilação, colocando todas as constituições no Código, é torná-lo obrigatório como lei do
Império.

Novelas
Ver artigo principal: Novelas de Justiniano

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Novelas de Justiniano

As Institutas, o Digesto (Pandectas) e o Código foram as compilações feitas por ordem de


Justiniano. Depois de terminada a codificação, a qual, especialmente o Código, continha a
proibição de se invocar qualquer regra que nela não estivesse prevista, Justiniano reservou-
se a faculdade de baixar novas leis. A segunda edição do Codex Justinianeus (534) não
paralisou a atividade legiferante de Justiniano, que continuou a editar outras constituições
importantes (em número de 177, da data da promulgação do Código Novo, em 535, até sua
morte, em 565), introduzindo um grande número de modificações na legislação. Essas
novas constituições são conhecidas por "Novas Leis", "Novelas" (Nouellae), Autênticas ou
Plácida. A maioria foi editada em língua grega e contém reformas fundamentais, como no
direito hereditário e no direito matrimonial.

Justiniano pretendia reunir as Novelas num corpo único. Sua morte, porém, não lhe permitiu
realizar o intento, o que foi feito posteriormente, por particulares. A coleção das Novelas
constitui o quarto volume da codificação justiniana.

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Anti-semitismo

O código Justiniano degradou os judeus a cidadãos de segunda classe. A partir daqui a


religião judaica deixaria de ser legítima. Alguns exemplos:

 Relações sexuais entre judeus e cristãos eram proibidas, sob pena de castigo
severo;
 Judeus deixaram de poder obter cargos públicos;
 Alguém que ousasse construir uma sinagoga perderia os seus bens e seria
punido com a morte.

Divisão da obra

A obra legislativa de Justiniano, por conseguinte, consta de quatro partes: Institutas (manual
escolar), Digesto ou Pandectas (compilação de fragmentos da jurisprudência clássica - iura),
Código (compilação de constituições imperiais - leges) e Novelas (compilação de
constituições promulgadas depois de 535 por Justiniano). A esse conjunto, o romanista
francês Dionísio Godofredo, em 1583, na edição que dele fez, denominou Corpus Iuris
Civilis (Compilação de Direito Civil), designação essa que é hoje universalmente adotada.[7]

Melhor edição da obra

A melhor edição do Corpus Iuris Civilis é a

dos alemães Mommsen, Krueger, Schoell e Kroll.[8] Os dois primeiros editaram o Digesto
(Pandectas); o segundo, as Institutas e o Código; e os dois últimos, as Novelas. Mais
antigas, mas igualmente importantes, são as edições de Dionísio Godofredo, publicadas
entre 1583 e 1664.[9]

Para a língua portuguesa, há várias traduções das Institutas, uma única integral do Digesto
e nenhuma integral do Código ou das Novelas. Do Digesto, a tradução foi empreendida pelo
Conselheiro Vasconcellos nas duas primeiras décadas do século XX, mas não se tornou (à
época) pública. Somente um século depois (a partir do ano de 2017) é que ela foi adaptada,
complementada e publicada por uma equipe de professores da Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo[10][11][12] (após a descoberta por acaso dos nove volumes do

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manuscrito da tradução original do Conselheiro Vasconcellos).[13][14] Em 2021 foi publicada
uma nova tradução das Institutas de Justiniano, baseada em uma versão renovada do texto
latino.[15]

Estrutura da obra

As Institutas estão divididas em quatro livros, subdivididos em títulos, e estes em uma parte
inicial (principium) e em parágrafos. O Digesto compõem-se de 50 livros, divididos em títulos
(exceto os livros XXX, XXXI e XXXII), subdivididos em leis ou fragmentos (os quais são
precedidos do nome do jurisconsulto romano e da obra de onde forma retirados), e estes
modernamente (nas edições antigas não o eram) em uma parte inicial (principium) e em
parágrafos. O Código é constituído de 12 livros, divididos em títulos, subdivididos em leis
(também chamadas constituições), e estas modernamente em uma parte inicial (principium)
e em paragrafos. Finalmente, as Novelas se integram de constituições imperiais que
apresentam prefácio, capítulos e epílogo.

As interpolações

Para que os iura e as leges constantes no Corpus Iuris Civiles pudessem ter aplicação na
prática, foi preciso, muitas vezes, que os compiladores fizessem substituições, supressões
ou acréscimos nos fragmentos dos jurisconsultos clássicos ou nas constituições
imperiais antigas. Essas alterações denominam-se interpolações ou tribonianismos.

Das interpolações distinguem-se os glosemas, denominação dada, em geral, aos erros


dos copistas ou, então, às alterações introduzidas, antes da época de Justiniano, nas obras
de juristas clássicos por particulares ou comissões legislativas como a que organizou
o Código Teodosiano.

Tendo chegado até nós apenas parte diminuta da literatura jurídica do período clássico, para
que conheçamos o direito romano dessa época é indispensável que determinemos,
aproximadamente, as interpolações nos textos que compõe o Digesto e o Código, pois,
assim, conseguiremos restaurar, até certo ponto, o seu primitivo teor.

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O estudo das interpolações só foi iniciado realmente, na Renascença, quando os
jurisconsultos da Escola Culta procuraram, com a identificação das substituições,
supressões e acréscimos introduzidos nos textos que integram o Corpus Iuris Civiles,
restaurar o direito clássico romano em sua pureza. Nos séculos XVI e XVII, muito se
trabalhou nessa pesquisa, destacando-se romanistas do porte de Cujácio e Antônio Frave.
Posteriormente, o estudo das interpolações quase foi deixado de lado. Apenas no final
do século XIX, com a publicação, em 1887, da célebre obra Gradenwitz, Interpolationem in
den Pandekten - na qual se sistematizam os métodos de busca às interpolações -, é que
essa pesquisa ressurgiu com grande intensidade. No início do século XX, de tal modo se
dedicaram os romanistas à caça das interpolações que se chegou ao exagero.
Presentemente, processa-se movimento de revisão crítica com referência às passagens
interpoladas.

Para a identificação das interpolações, há vários métodos. Alguns demonstram, com


segurança, a existência delas; outros não, mas servem, utilizados em conjunto, para
evidenciá-los. Entre os métodos existentes destacam-se:

1. o textual - a interpolação pode ser demonstrada quando o mesmo texto


clássico chegou até nós, com redações diferentes, no Corpus Iuris Civiles e
em fonte pré-justinianéia; ou então, quando há repetição, com alterações,
do mesmo texto na própria codificação de Justiniano;
2. o histórico - anacronismo em texto do período clássico constante do Corpus
Iuris Civiles revela a existência de interpolações;
3. o lógico - ilogismo entre as diferentes partes de um texto - e a lógica era
uma das características dos jurisconsultos clássicos - é indício de que ele
foi interpolado;
4. o filológico - o vocabulário, a gramática e o estilo dos jurisconsultos
clássicos e dos bizantinos diferem acentuadamente; daí, pelo estudo
desses elementos ser possível a identificação de interpolações.

Para ilustração, um exemplo de interpolação revelada pelo método histórico. No Digesto


XXX, 1 (fragmento atribuído a Ulpiano), declara-se:

"Per omnia exaequata sunt legata e fideicomissis" (em tudo são

iguais legados e fideicomissos).

Ora, por outras fontes sabemos que a fusão dos legados e fideicomissos só foi feita no
tempo de Justiniano; portanto, Ulpiano, que viveu séculos antes, quando havia diferenças

25
entre legados e fideicomissos, não poderia ter feito essa afirmação: trata-se, pois, de um
texto interpolado.

A redescoberta do Corpus Juris Civilis

Corpus Iuris Civilis (1663).

O Corpus Juris Civilis vigorou no Império Romano do Oriente até 1453. No Ocidente, no
entanto, permaneceu desconhecido durante quase toda a Idade Média, escondidas em
bibliotecas empoeiradas de alguns mosteiros. O Ocidente veio a redescobrir o Corpus Juris
Civilis perto do ano de 1100. As compilações presentes nessa obra, então, passaram a ser
estudadas nas universidades recém-formadas.

Dessa forma, o direito romano foi se tornando o fundamento principal da ciência jurídica em
toda a Europa e, aliando-se a elementos do direito canônico, concebeu o Ius Commune, que
significa direito comum para todo o Ocidente.

O direito do Corpus Iuris Civilis é também chamado de direito romano erudito. A recepção
desse direito foi diferente em cada país: na Itália e no sul da França foi tomado como base
do sistema já no século XIII, visto que o Direito Romano vulgar se encontrava bastante
arraigado. Já no norte da França, o Ius Commune possuía uma função apenas residual, pois
o Direito consuetudinário germânico foi conservado. Na Alemanha, houve uma recepção
tardia desse direito: ocorreu somente por volta do ano 1500, através de uma decisão oficial
que determinou o abandono dos antigos costumes e a adoção do Direito Romano. Enquanto
na Inglaterra, a recepção à influência do Direito Romano diverge de todas as outras: resistiu
a ele quase inteiramente, conservando seu Direito costumeiro.

São vários os fatores que fizeram com que se fosse retomado dessa forma o Direito Romano
na Idade Média. Primeiramente porque o Corpus Iuris Civilis era a síntese do Direito
Romano em seu período mais abundante e sofisticado, além de alguns fatores externos

26
como o suporte da Igreja Romana, que fundamentava a educação de seus juristas nele, e o
apoio dos imperadores que estavam ansiosos para se libertar dos bloqueios feudais e viam
no Corpus uma reserva infinita de fundamentos para substanciar suas opiniões.

Três escolas deram sequência ao estudo do Direito Romano, respectivamente: a Escola dos
Glosadores, a Escola dos Comentadores e a Escola Humanista.

Legado da obra

Caricatura de Justiniano segurando um volume do Corpus Juris Civilis.

É a base da jurisprudência latina (incluindo o direito canónico eclesiástico: ecclesia vivit lege
romana) e é também um documento único sobre a vida no Império Romano no seu tempo.
É uma coleção que reúne muitas fontes nas quais as leges (leis) e outras regras eram
expressas ou publicadas: leis propriamente ditas, consultas senatoriais (senatus consulta),
decretos imperiais, lei das sentenças e opiniões e interpretações dos juristas (responsa
prudentum). Foi mérito dessa codificação a preservação do direito romano para a
posteridade.

O Corpus representou uma revolução jurídica, organizando o direito romano numa forma
conveniente e sob um esquema orgânico, servindo como base para os Códigos
Civil e Penal da maior parte dos países ocidentais.

27
CORPUS IURIS CIVILIS
Chega à Europa em finais do Século XII.

O que se ensina nas universidades é Direito Romano ( e quase todo da


ÉPOCA CLASSICA) e a partir do Sec. XVIII algum Direito Canónico.
Foi sempre está compilação que foi aplicada nos tribunais até ao Séc.
XVIII em Portugal.

DURANTE 13 SECULOS ROMA TEVE APENAS 3 COMPILAÇÕES


- LEIS DAS 12
- CÓDIGO TEODOSIANO
- CORPUS IURIS CIVILIS

O direito evolui lentamente, a sociedade evolui e o direito só evolui


depois, há que ter prudência

PLAGIRIUM: É aquele que rouba os cavalos a outrem, mais tarde a


expressão foi transferida para o Direito – Plágio

Movimento Codificador começa no Seculo XIX, com Napoleão 1867

Queda de Constantinopla em 1453- Queda do Império Romano do


Oriente, que foi conquistado pelos Muçulmanos. À medida que o
Império Muçulmano avança no Oriente há uma fuga de físicos,
matemáticos, filósofos para o Ocidente e pensa-se que forma eles que
trouxeram o CORPUS IURIS CIVILIS – VERONA – ITÁLIA .

28
Existe muito Direito Romano para além do que conhecemos .

Ex: CAIUS : Há quem diga que era uma pessoa, outros dizem que era
uma escola. Assim sendo será que ensinava Direito Romano.

Aquando da fundação de Portugal que direito tínhamos aqui? Direito


Germânico vulgar, Código Visigodo, Direito Feudal (Cartas Feudais)

Quando começam a aparecer mais leis a partir de Afonso III, já é por


influência do Corpus Iuris Civilis

Sabe-se que um dos conselheiros de D. Afonso Henriques que esteve em


Bolonha. Quem queria saber mais ia para o Estrangeiro e depois quando
regressava tinha cargos altos.

Quem gostou da compilação do Direito Romano, o clero e os burgueses.

29
Queda do Império Romano do Ocidente
Queda do Império Romano do Ocidente foi o processo de declínio do Império Romano do
Ocidente, quando ele não conseguiu mais impor seu domínio e seu vasto território foi
dividido em várias comunidades políticas sucessoras. Wikipédia
Local: Império Romano do Ocidente
Data de início: 395 d.C.
Data de término: 4 de setembro de 476 d.C.

30
AULA DE 08/10/2021

II PARTE DA MATÉRIA.

Obrigação

Obligatio

Ob – ligore

DIREITOS REAIS - versa sobre coisas – Direito Propriedade,


usufruto, penhor, hipoteca…É O PRINCIPIO DA TAXATIVIDADE, só
existem os que a lei prevê e nos termos que a lei prevê – PRINCIPIO DA
TIPICIDADE

1º PODER DIRETO IMEDIATO SOBRE UMA COISA –(EX:


CANETA)

Carateriza-se pelo facto de gerar para todos uma eficácia ERGA


OMNES (ninguém usa a caneta sem a minha autorização) significa que
o direito real vai gerar para todos os outros uma obrigação passiva
universal (não interferirem nas coisas que pertencem aos outros)–
TEORIA PERSONALISTA .

ERGA OMNES TAXATIVIDADE

31
DIREITO OBRIGACIONAL:
É um Direito que tem eficácia entre partes: Produz efeitos entre as
partes

EX: colega esquece carteira e pede 5€ para ir jantar - temos 1 contrato


de mutuo e ela tem obrigação de dar de volta os 5€ , este contrato só
produz efeitos entre as partes – na 2ª feira ela tem que devolver o
dinheiro . Não tem eficácia ERGA OMNES , ninguém mais tem a ver
com este “ contrato”

O meu Direito de crédito sobre ela , só está satisfeito se ela cumprir, a


realização do meu direito depende da decisão do devedor –

DIFERENÇAS:

No DIREITO REAL não preciso da colaboração de ninguém (Ex: entro


e saio de casa como me apetece) , ao passo que no

DIREITO DE CRÉDITO preciso da colaboração da devedora, para


satisfazer o meu direito, que se ela não cumprir não será satisfeito.
DIREITO DE CRÉDITO depende da colaboração do devedor

DIREITO OBRIGACIONAL SÓ PRODUZ EFEITOS ENTRE AS


PARTES
A satisfação do direito crédito depende da atuação do devedor

AQUI NÃO VIGORA O PRINCIPIO DA TAXATIVIDADE mas sim o


principio da liberdade , ou seja as partes têm liberdade contratual,
podem alterar e fazer todos os contratos que a lei prevê, ou seja vigora
a liberdade contratual entre as partes .

32
OBRIGAÇÕES 397. CC
vinculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com
outra à realização de uma prestação

EXPLICAÇÃO DO ARTIGO – NÃO TRANSCREVER NO EXAME

OBRIGAÇÃO :

É um vinculo JURÍDICO ( não é um vinculo material para opor ao


vinculo material de antigamente- amarrar) . No caso da colega ela está
vinculada para devolver o dinheiro,

Por esse vinculo há outra pessoa que está adstrita

OBLIGATIO:

OB – LIGOSE: OB - Prender , quando o credor podia amarrar o


devedor , era uma execução pessoal

OBRIGAÇÃO :
É um vinculo JURÍDICO ( não é um vinculo material para opor ao
vinculo material de antigamente- amarrar) . No caso da colega ela está
vinculada para devolver o dinheiro,

Por esse vincula há outra pessoa que está adstrita

PRESTAÇÃO :
No artigo do C.C tem um sentido amplo , significa dar ou não dar,
fazer ou não fazer

33
OBRIGAÇÃO:

- DAR - DARE( ≠ entregar) é transmitir ( ela está obrigada a restituir o

meu direito de propriedade que era a minha nota, está obrigada a


substituir outro objeto igual). Constituir ou transferir um direito real

- FAZER – FACERE Realizar uma atividade que não se traduza num


DARE. Pode consistir também numa abstenção

- NÃO FAZER -NON FACERE - (Ex: de não abrir durante x anos um


restaurante em tal local – é uma obrigação por exemplo de não
concorrência)

- PRESTAR EM SENTIDO ESTRITO – PRAESTAR - alguém assumir


a garantia do cumprimento de uma obrigação de outrem: Eu vendo algo
que alguém vai ficar como fiador . Alguém é fiador , se o devedor não
pagar o credor pode chamar o fiador .

O comportamento (positivo ou negativo) do sujeito passivo deve ser


possível física e juridicamente, por isso a obrigação que tenha por objeto
uma prestação impossível é nula. .

- EMPRESTAR:
Pode ser uma obrigação de emprestar, (Ex: empresto manual que ela
vai restituir ) , ela vai restituir esse manual e não outro- aqui não há
transmissão do direito de propriedade, é este manual que quero de volta
, ela está obrigada a devolver aquele e não outro – Aqui já não há um
contrato de mutuo mas sim um contrato de comodato

34
DAR- Implica transmitir o direito de propriedade( nota de 5€)

EMPRESTAR- Implica que não há transmissão do direito de


propriedade ( manual) , é aquele que eu lhe empresto que ela tem
obrigação de restituir

COMPORTAMENTO DO DEVEDOR

- Tem que ser um COMPORTAMENTO JURIDICAMENTE


POSSÍVEL ( quero ir até ao sol..quero comprar a Torre dos Clérigos ),
é uma rés fora do comércio juridico

- Tem que ser um comportamento licito ( ex: contrato de traficar órgãos


humanos , dá uma obrigação ilícita)

- Tem que ser um comportamento determinado ou determinável

Ex: O António vende batatas ao Joaquim por 5€, este contrato não
é válido- porque falta a determinação da quantia (números de kgs
?) . Se não houver critérios de determinação para quantidade e
outras coisas , o contrato é nulo.

- Tem que ter caracter patrimonial: Muitas vezes não é bem assim. Tem
que ser redutível a dinheiro – não é sempre assim .

35
PATRIMONIO: Conjunto de obrigações jurídicas ativas ou não ativas
que são redutíveis a dinheiro

QUAIS SÃO AS FONTES DAS OBRIGAÇÕES:

- A PRINCIPAL FONTE DAS OBRIGAÇÕES são os CONTRATOS

(Ex: Contratos de compra e venda- compro um livro há obrigações de


parte a parte , ele de me vender e eu de pagar) - transporte – obrigação
de pagar e a outra parte de transportar

Todos os dias celebramos contratos e nem damos conta disso.

- OS DELITOS OU FACTOS ILICITOS- Também gerem obrigações –

( Ex: na aula, farta de ouvir prof. Parto a mesa, independentemente de


ser crime ou não pode haver uma OBRIGAÇÃO DE INDEMNIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS /MORAIS) – É a obrigação de
indemnização por factos ilícitos pelos danos causados à outra pessoa ou
património de outra pessoa.

- QUASE CONTRATOS : Promessa pública de contrato

( Ex: Perco o gato e coloco num jornal que dou um prémio a quem
encontrar – não é um contrato, é um quase contrato ou ato unilateral,
porque estou obrigada a dar o prémio, essa promessa pública geradora
de obrigações vincula-me , apesar de não haver nenhum vinculo
jurídicos entre nós

36
NO DIREITO ROMANO :

Delitos previstos no IUS CIVILA

Quase Delitos – previsto no IUS HONORARIUM

Exemplo: Se tenho vaso na varanda que com o vento cai e magoa


alguém, esse tipo de delito não estava no IUS CIVILA , mas foi previsto
pelos magistrados por isso estava no IUS HONORARIUM , e
chamavam-lhe “ quase delito”

O CÓDIGO CIVIL de 1804, O ITALIANO DE 1865, O ESPANHOL


DE 1889 ainda falam de QUASE DELITOS – o que não faz sentido

CONTRATOS – Art . 405 e seguintes

QUASE CONTRATOS Art. 457 e seguintes

DELITOS – responsabilidade delitual, extracontratual,


responsabilidade Aquiliana – art. 483 CC

37
CONTRATOS:

O QUE É UM CONTRATO:
Contrato é um negócio jurídico, temos que ir atrás e ver antes o que é
UM NEGÓCIO JURIDÍCO

O QUE É UM NEGÓCIO JURÍDICO – é um facto

voluntário ( praticado pelo homem, não da natureza) , facto lícito ,


assente numa ou mais declarações de vontade , destinadas a produzir
efeitos práticos titulados ( protegidos) pelo Direito

A definição de negócio jurídico encontra-se estreitamente relacionada com


o princípio da Autonomia Privada. Segundo este princípio, cada indivíduo
tem a possibilidade de estabelecer as suas relações jurídicas com os demais,
de acordo com a sua vontade e na medida dos seus interesses.
O negócio jurídico constitui, por excelência, o instrumento jurídico apto a
manifestar a vontade de cada um, refletindo os seus interesses individuais
na medida da sua autonomia privada, e produzindo efeitos jurídicos, na
ordem jurídica, porque estes correspondem à vontade dos indivíduos.
Na verdade, quotidianamente, os sujeitos jurídicos, indivíduos ou empresas,
recorrem ao negócio jurídico para a produção de certos e determinados
efeitos jurídicos, de acordo com a sua vontade e por forma a realizar da
melhor maneira os seus interesses, constituindo assim o instrumento jurídico
mais utilizado por todos na sua vida em sociedade.

38
Casos exemplares de negócios jurídicos são o contrato de compra e venda,
a doação, o testamento, entre outros.
Como se verifica, surgem-nos então várias modalidades de negócios
jurídicos:
Em primeiro lugar, pela sua importância, a classificação que distingue os
negócios jurídicos bilaterais ou contratos (compostos por várias
declarações de vontade com conteúdos e interesses opostos, mas que se
adequam reciprocamente, dando lugar a um negócio jurídico) e unilaterais
(constituídos por uma ou várias declarações de vontade paralelas com o
mesmo conteúdo).
Exemplo da primeira modalidade - como já foi avançado - é o caso da figura
do contrato, seja este de compra e venda, seja outro tipo de contrato, de
arrendamento, de aluguer, etc
Para o caso dos negócios jurídicos unilaterais temos o exemplo do
testamento (constituído pelas vontades coincidentes do autor do testamento
e do(s) respetivo(s) beneficiário(s)).
Ainda para o caso dos negócios jurídicos bilaterais ou contratos, surgem
várias subclassificações, sendo de destacar a que distingue os contratos
unilaterais (apenas nascem obrigações para uma das partes) e os contratos
bilaterais (surgindo obrigações para ambas as partes).
Para além da distinção acima referida entre negócios bilaterais e
unilaterais, surgem ainda outras classificações, menos relevantes, dos
negócios jurídicos, referido-se a título de exemplo as que distinguem (1) os
negócios jurídicos entre vivos e mortis causa (produzindo efeitos em vida ou
apenas após a morte de uma das partes), (2) os negócios jurídicos formais
ou consensuais (requerendo-se que as declarações de vontade que integram
o negócio adotem uma determinada forma ou não. Por exemplo, a sujeição
a escritura pública de certos negócios jurídicos), (3) os negócios
obrigacionais, reais, familiares e sucessórios (de acordo com a natureza dos
efeitos que visam produzir), e ainda (4) os negócios onerosos e gratuitos
(pressupondo a realização de prestações patrimoniais para ambas ou
apenas de uma das partes do negócio).

39
Pela sua importância económica e social, a figura do negócio jurídico é
objeto de um particular cuidado por parte dos mais diversos legisladores
nacionais, sendo disciplinada juridicamente de forma a que prevaleça
sempre a vontade e autonomia privada de cada um.

Unilateral
BILATERAL OU CONTRATO Bilateral
Bilateral
Imperfeito

NEGOCIO JURIDICO

UNILATERAL

NEGÓCIO JURIDICO UNILATERAL: Vou ao notário, há uma única declaração


de vontade do atestador, assenta num única declaração de vontade

NEGÓCIO JURIDCO BILATERAL: Assenta em duas declarações de vontade,


assenta num acordo que resulta da convergência de duas ou mais declarações de
vontade contrapostas (um vende um compra ).

Assenta 2 declarações vontade contrapostas que convergem ( se não convergissem ,


não haveria contrato) para produzir o efeito prático tutelado pelo Direito

40
TODOS OS CONTRATOS TEM 2 ELEMENTOS:
CAUSA E CONSENSO

CAUSA :

Finalidade prática que as partes querem alcançar com este contrato (


quero vender e o outro comprar) – é relevante para sabermos que
contrato é que as partes quiseram celebrar .

Ex: Não digo as clausulas e até lhe chamo de compra e venda mas faço
uma doação ???? a finalidade prática tem que constar do contrato .

A causa pode não ser juridicamente revelante – cheque ( se emitir um


cheque ele pode servir para muita coisa – há uma CAUSA mas
juridicamente é irrelevante – NEGOCIOS ABSTRATOS

CONSENSO:

Acordo, um fim homogêneo de ambas as partes

Exemplo de uso da palavra Consenso:


Para tomarmos a decisão final, todos devem entrar em consenso

41
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS:

1ª – CONTRATO PODE SER UNILATERAL – gere obrigações só para uma da


partes

2ª – CONTRATO BILATERAL - gere obrigações para ambas ou todas as partes

3ª – CONTRATO BILATERAL IMPERFEITO - é aquele que no inicio só gere


obrigações para uma das partes , depois durante a execução poderá ou não surgirem
obrigações para a outra ou outras partes

CONTRATO DE DEPOSITO: Depositante tem obrigação de la colocar a


coisa – depositar , O DEPOSITARIO tem a obrigação de indemnizar –

O objetivo do contrato de depósito é a guarda de um objeto. O contrato é estabelecido


entre o depositante (dono do objeto) e o depositário (quem por ele vai ficar responsável).

O contrato de depósito está presente no artigo 1185º do Código Civil e é considerado


um contrato de prestação de serviços.

EX: Vou de ferias peço ao Sr. X para guardar o meu carro em sua casa. Eu não
tenho obrigações nenhumas – vamos supor que uma peça do veículo explodia, ele
vai ter que me indemnizar

42
CONTRATO DE DEPÓSITO: EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS SE APLICA?

Este tipo de contrato implica que aquilo que é entregue pelo depositante ao depositário
seja restituído quando assim o primeiro outorgante o exigir. O objeto pode ser uma coisa,
móvel ou imóvel. Tem de ocorrer obrigatoriamente o ato de entrega, para que o contrato
de depósito seja considerado válido.

A restituição também é uma parte importante do contrato: o depositário pode tentar


restituir o objeto que lhe foi entregue para se libertar o dever confiado. Isso ocorre por
duas razões: ou o período de tempo previsto terminou, ou quando tem justa causa para o
fazer.

Existe outra modalidade: quando o contrato de depósito é efetuado no âmbito


da realização de um negocio jurídico e não na entrega de um objeto, declara-se existir
um contrato-promessa de depósito.

Pode aplicar-se em circunstâncias contratuais simples, entre dois outorgantes em que um


é o dono do objeto em causa, ou principal interessado na parte jurídica; ou aplicar-se
envolvendo titulares de outros direitos.

Saiba também que existe o contrato de depósito escrow, em que ambas as partes
concordam em confiar a guarda dos bens móveis ou imóveis a uma terceira entidade,
como um banco. Esta entidade fica responsável pelo fim a dar aos respetivos bens.

43
CONTRATOS GRATUITOS E CONTRATOS HONOROSOS

GRATUITO – é aquele gere perdas patrimoniais apenas para uma das


partes ( ex: empresto a caneta , há perdas patrimoniais apenas para
mim, porque durante a aula não tive a caneta, tive uma perda
patrimonial)

HONOROSO: gere perdas patrimoniais para ambas as partes (ex:


compra e venda – eu perco (perda patrimonial) o que vendo e a outra
parte perde o valor com que me paga, também tem uma perda
patrimonial)

CONTRATOS CONSENSUAIS OU REAIS:

CONSENSUAIS: não têm forma , não precisam de ter forma – ex: vim
de autocarro, emprestei 5€ SÃO CONTRATOS CONSENSUAIS , NÃO
PRECISAM DE FORMA DOC ESCRITO – AUSENTES DE FORMA

CONSENSUAL: Faço um empréstimo, precisa de forma, vendo casa


preciso de escritura publica , precisam de forma como sendo a Escritura
pública

REAIS :

Reais quanto aos seus efeitos : versam sobre negócios reais

Compra e venda é um contrato real quanto aos seus efeitos porque desse
efeitos resulta a transmissão do direito de propriedade

44
FORMAIS LITERAIS E FORMAIS VERBAIS

FORMAIS VERBAIS : São necessárias certas palavras – ex: casamento


existem perguntas do conservador a que os noivos têm que responder

CONTRATO REAIS QUANTO À SUA CONSTITUIÇÃO_

São aqueles que para serem perfeitos não basta o acordo , consenso entre
as partes para estar perfeito , é necessário a pratica de um ato material
CONTRAPOEM-SE A ESTES O CONTRATUAIS, PRODUZEM
EFEITOS JURIDICOS ENTRE AS PARTES FICAM PERFEITOS

CONSENSUAL VERSO FORMAL

Reais quanto aos efeitos , sua constituição e versa contratos reais.

Principio da consensualidade: Consensualidade, consenço significa que


o contrato está perfeito pelo simples acordo .

Noa contratos reais quanto á sua constituição – que são uma execção dto
romano- não basta o acordo , é necessário mas não suficiente para que
seja perfeito , exige-se ainda a prática de um ato material que pode ser
o dar ou entregar

Dar (datio)

Entregar (Traditio)

45
Mesmo quando há forma , o direito de propriedade transmite-se pelo
consenso .

Não havendo a forma que a lei exige, há uma nulidade – Art. 280.º .

Ex: se eu comprar um carro , já paguei mas não o fui levantar ainda está
no stand- o veiculo já é meu . Acontece um vendaval destrói o veículo a
responsabilidade é minha porque ele estava à disposição eu é que não o
fui buscar .

Ex: é o vendedor que não me quer entregar o veículo, o contrato está


perfeito, o vendedor está a entrar em imcuprimento

Ex: Vendedor meu amigo, peço veiculo emprestado ele diz que sim , logo
á tarde para ir buscar,. À tarde ele afinal não me empresta o veículo ,
não há contrato- é COMODATO

Se for ali ao café e o rapaz não me traz o café , o contrato é perfeito ele
é que está em incumprimento

Noutros contratos em que basta o acordo para a transmissão de


propriedade

46
IMOVEL. O REGISTO É MERAMENETE DECLARATIVO
VINCULATIVO NA HIPOTECA – O REGISTO É CONSTITUÍTIVO

Nos povos primitivos, os contratos eram quase todos reais, sem entrega
não havia contrato-

Em Roma os contratos eram verbais , invocavam-se os Deuses. NÃO


SAI NO TESTE É MATÉRIA QUE SE VAI DAR MAIS PARA A
FRENTE

CONTRATO DE COMODATO – regime excecional

EX: Alguém pede-me o livro emprestado , entrego no final da aula, mas


no fim vou embora e não entrego

Não temos contrato : Real quanto à sua constituição , mas não basta ser
perfeito quanto constituição tem que haver a parte material – não
empresta , SEM A ENTREGA DA COISA NÃO HÁ COMODATO,
DEPOSITO PENHOR , estes contratos não estão perfeitos

Se for um CONTRATO DE MUTUO, combino com uma colega que lhe


empresto 5€ no fim da aula, vou embora e não empresto. Também não
há contrato sem a dar da coisa não há contrato

47
48
NET : https://direito.legal/direito-privado/direito-civil/resumo-de-negocio-juridico/

RESUMO DE NEGÓCIO JURÍDICO


Conceito
A primeira aparição do instituto do Negócio Jurídico se deu no Código
Civil Alemão (BGB), pois esse foi o primeiro código que lhe concedeu um
regime jurídico específico.

Negócio Jurídico pode ser definido como um ato ou uma pluralidade de


atos que esse relacionam entre si, com finalidade negocial, praticados
espontaneamente por uma ou mais pessoas com a intenção de satisfazer
seus interesses, tendo como fim a produção de efeitos jurídicos com a
finalidade a aquisição, modificação ou extinção do direito.

Dessa forma, o negócio jurídico se origina de um ato de vontade e


implica uma declaração expressa dessa e, assim, cria uma relação
entre duas ou mais pessoas.

Classificação dos Negócios Jurídicos

Os negócios jurídicos podem ser classificados por classes segundo uma


série de critérios. Em geral, considera-se:

1. O número de declarantes: unilateral, bilateral e plurilateral;


2. Vantagem para as partes: gratuito, oneroso, neutro e bifronte;
3. Momento da produção de efeitos: inter vivos e mortis causa;
4. Modo de existência: principais e acessórios;
5. Formalidade: solenes e não solenes;
6. Número de atos necessários: simples, complexo e coligado; e
7. Modificações que pode produzir: dispositivos e obrigacionais.

Quanto ao número de declarantes, ou seja, pessoas que se relacionam


diretamente no negócio jurídico, este pode ser unilateral, bilateral ou
plurilateral.

49
Os negócios unilaterais podem ser classificados em:

Receptícios: são aqueles em que a declaração de vontade é de


conhecimento do destinatário. Isso quer dizer que, a pessoa a qual o ato é
dirigido tem conhecimento sobre o efeito, a intenção ou vontade da outra
parte.

Não receptícios: são aqueles em que o conhecimento da outra pessoa, ou


outras pessoas, é irrelevante.

Unilaterais: são os negócios que se consolidam, se


aperfeiçoam, com uma única manifestação de interesse. Um
exemplo a ser dado é o ato de elaboração de um testamento,
onde, alguém sozinho dispõe, após sua morte, dos bens que
adquiriu ao longo da vida, declarando no documento qual o
fim de deseja dar a eles.

Bilaterais: são os negócios jurídicos que carregam duas


manifestações de vontade sobre o objeto para que se
consolide. A tal manifestação conjunta dá-se o nome de
consentimento mutuo ou acordo de vontades. É possível
verificar a bilateralidade nos contratos em geral.
Simples: são aqueles em que apenas uma das partes integrantes do
contrato obtém vantagem, enquanto a outra deve responder com o ônus,
ou seja, com o encargo. Esse é o caso da doação onde uma das partes
recebe o bem que foi doada enquanto a outra nada rebe em troca.

Sinalagmáticos: são aquele em que há reciprocidade tanto em direitos


quanto em obrigações. Aqui as partes estão em situação de igualdade
entre si. Um exemplo de um negócio jurídico bilateral sinalagmático é a
compra e venda de um imóvel, situação na qual a pessoa que vende a casa
recebe o dinheiro e aquela que paga, recebe a casa. Ambas perderam e
receberam algo em troca.

50
Plurilaterais: são os contratos que envolvem mais de duas
partes, como é o caso das sociedades formadas por mais de
duas pessoas

Quanto a vantagem obtida, os negócios jurídicos são


divididos em gratuitos, onerosos, neutros e bifrontes.

Gratuitos: são os negócios jurídicos em que apenas uma das


partes consegue vantagem ou benefício em decorrência dele.
Aqui se dá vantagens a uma das partes sem exigir qualquer
contraprestação em troca. Como por exemplo a doação

Onerosos: são os negócios jurídicos que ambos os


contratantes obtém vantagens, no entanto, tais vantagens
decorrem de uma contraprestação ou sacrifício realizado por
uma das partes. Como por exemplo a compra e venda.
Subdividem-se em:
Comutativos: são os de prestação certa e determinada; e

Aleatórios: aqui há a incerteza das partes sobre as vantagens ou os ônus


que podem decorrer do negócio jurídico.

Os negócios jurídicos Neutros, são aqueles em que não há qualquer


vantagem ou desvantagem para qualquer uma das partes.

Finalmente, os Bifrontes são aqueles em que o negócio jurídico se inicia


oneroso e por fim acaba sendo gratuito, ou vice-versa.

Levando em conta o momento da produção de efeitos, os negócios podem


ser inter vivos e mortis causa.

Inter vivos são os negócios celebrados ainda enquanto as partes estão


vivas, e produz efeitos desde logo, tal como o casamento.

Já, o negócio jurídico mortis causa são aqueles que produzem efeitos
apenas após a morte de uma das partes. Um exemplo a ser citado é o
testamento.

Quanto ao modo de existência, os negócios jurídicos podem ser principais


ou acessórios.

51
Principais: são os negócios que possuem existência em si mesmo, ou seja,
não depende de outro negócio para existir ou produzir efeitos.

Acessórios: por outro lado, são aqueles em que a existência dele depende
da existência de outro negócio jurídico. Dessa forma, os contratos
acessórios sempre seguem a sorte do principal.

No que diz respeito a formalidade dos negócios jurídicos, estes podem ser
formais (solenes) ou não formais (não solenes).

Formais ou solenes, são os negócios jurídicos que devem


obedecer a certa forma prescrita em lei para se aperfeiçoar.
Em contrapartida, os não formais ou não solenes, são aqueles que não
precisam obedecer a qualquer forma prevista em lei para serem
considerados validos.

Quanto ao número de atos necessários, os negócios se classificam em


simples, complexos e coligados.

Simples são os negócios jurídicos que se constituem por um ato


único. Complexos são aqueles que se formam dada a fusão de vários atos
que não possuem eficácia independente. Coligado é aquele em que a
conexão entre dois contratos os une tornando-os coligados.

Levando em conta as modificações que podem produzir, os negócios


jurídicos são dispositivos ou obrigacionais.

Dispositivos são os negócios jurídicos utilizados pelo titular para alienar,


modificar ou extinguir algum direito.

Já os obrigacionais são aqueles em que, por meio da manifestação de


vontade, geram obrigações para uma ou ambas as partes, possibilitando a
uma delas exigir da outra o cumprimento de determinada prestação.

Teoria do Negócio Jurídico


A teoria acerca do Negócio Jurídico se desenvolveu no século XVIII pelos
estudiosos alemães. A adoção do termo foi criada por Nettelbladt, no ano
de 1.749, entretanto, atribui-se a Savigny sua definição como “Espécie de
fatos jurídicos que não são apenas ações livres, mas em que a vontade dos
sujeitos se dirige imediatamente à constituição ou extinção de uma relação
jurídica.”

52
Com isso, sua primeira aparição se deu no Código Alemão (BGB), sendo
incluído, posteriormente, nos Códigos Civil da Itália, Espanha e Portugal. O
Código Civil Brasileiro de 1916, seguindo a linha do Código Frances, no
entanto, não adotou a distinção entre negócio jurídico de fato jurídico,
adotando a posição unitária.

Entretanto, seu sucessor, o Código Civil de 2002, diferentemente do


Código de 1916, adotou em seu texto a teoria dualista, devido a diversas
confusões que se instalaram em razão da falta de diferenciação entre um
instituto e o outro.

O atual código, portanto, substituiu a expressão genérica “ato jurídico”


pela expressa “negócio jurídico”, aplicando a este todos os artigos
constantes do Livro III da Parte Geral

Finalidade Negocial

No negócio jurídico, a manifestação de vontade, seja o negócio unilateral,


bilateral ou plurilateral, tem sempre finalidade negocial, e esta sempre é
seguida da aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos.

Tal finalidade negocial decorre de seu conceito, qual seja: ato jurídico com
finalidade negocial, praticados espontaneamente por uma ou mais pessoas
com a intenção de satisfazer seus interesses, tendo como fim a produção
de efeitos jurídicos com a finalidade a aquisição, modificação ou extinção
do direito.

Requisitos de Existência do Negócio Jurídico

É necessário o cumprimento de certos requisitos para que o negócio


jurídico possa exi

stir para o mundo do direito. São eles:

Manifestação da vontade: um dos pressupostos básicos, a


manifestação da vontade é indispensável para a formação do
negócio jurídico. Para o mundo do direito, apenas a vontade
que se exterioriza, ou seja, que se manifesta, é considerada
suficiente para compor o negócio jurídico.

A vontade é um elemento de caráter subjetivo, ou seja,


apenas a pessoa que a detém, a conhece, por isso, sua
manifestação é imprescindível. Tal manifestação pode ser

53
expressa (por meio da palavra) tácita (por meio do
comportamento) ou presumida (realizada expressamente,
mas que a lei deduz por meio de certos comportamentos do
agente);
Finalidade Negocial: a finalidade negocial é o objetivo de adquirir,
conservar, modificar ou extinguir algum direito. A existência do negócio
jurídico depende da manifestação de vontade das partes em estabelecer
uma relação negocial; e

Idoneidade do objeto: o objeto do negócio jurídico deve ser idôneo, ou


seja, honesto. Assim, numa compra e venda de um celular, caso este seja
furto de um roubo, este perderá sua idoneidade e não poderá configurar
como objeto do negócio jurídico.

Requisitos de Validade do Negócio Jurídico

Os requisitos de validade do negócio jurídico estão previsto no artigo 104


do Código Civil de 2002, são eles:

Agente capaz: A capacidade do agente é aquela que o permite intervir em


negócios jurídicos como parte, sem precisar ser assistido por outra pessoa
responsável. A capacidade que o negócio jurídico exige é aquela de fato
ou de direito e essa, por sua vez, é obtida com a maioridade civil, ou seja,
quando se alcança os 18 anos de idade;

Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: Licito é aquele


objeto que não atenta contra a norma jurídica. Possível é aquele que pode
ser objeto de um negócio jurídico e ao qual a lei não impõe restrições.
Determinado ou determinável, é aquele já definido ou que será definido
posteriormente; e

Forma prescrita ou não defesa em lei: As partes devem celebras o negócio


jurídico em contrato por escrito ou verbalmente, público ou particular,
observando os termos da lei.

Condição, Termo e Encargo ou Modo


Além dos elementos estruturais e essências do negócio jurídico, há
elementos acidentais, sendo esses:

Condição: É o acontecimento futuro e incerto do qual depende a eficácia


do negócio jurídico celebrado entre as partes;

54
Termo: Se refere ao dia ou ao momento em que começará ou se extinguirá
a eficácia do negócio jurídico; e

Encargo ou modo: Segundo o artigo 136 do Código Civil, encargo é “a


determinação acessória acidental do negócio jurídico que impõe ao
beneficiário um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior”.

Doutrina

Para Pablo Stolze o negócio jurídico é:

Negócio jurídico é a declaração de vontade, emitida em


obediência aos seus pressupostos de
existência, validade e eficácia, com o propósito de
produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico
pretendidos pelo agente.
Legislação

O tema “Negócio Jurídico” possui previsão legal no Código Civil de 2002.


Os principais artigos que tratam sobre o tema são:

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I – agente capaz;

II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada
pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da
obrigação comum.

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico


se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma


especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

55
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência,
modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato.

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja
feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o
destinatário tinha conhecimento.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos


o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas


consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-


fé e os usos do lugar de sua celebração.

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se


estritamente.

(…)

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente


da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.

(…)

Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do


direito.

(…)

Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito,


salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo
disponente, como condição suspensiva.

Jurisprudência
Data de publicação: 15/02/2019

Data de registro: 15/02/2019

56
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – SEGURO – DENUNCIAÇÃO DA LIDE – Pedido de inclusão
da seguradora e da corretora de seguros – Impossibilidade – Inexistência de comprovação de
relação contratual com a seguradora – Alegação de erro da corretora na contratação do seguro
para o novo automóvel – Providência que instaurará controvérsia distinta da matéria debatida
na lide principal, com intromissão de fundamento jurídico novo ou comprometimento da
celeridade processual e da efetividade do processo principal, devendo eventual prejuízo ser
discutido em ação autônoma – Ausente comprovação de formalização do negócio jurídico, a
hipótese dos autos que não se enquadra no art. 125 do CPC/2015 – DECISÃO AGRAVADA
MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

Caso Prático
A operação “lava jato” descortinou uma prática corrente
no Brasil. A realização de negócios jurídicos simulados
para legitimar transferências ilícitas de recursos e
ocultação de patrimônio.
Na extensa e criativa lista de negócios sob suspeição,
figuram: (i) contrato de intermediação da venda de uma
mina de ouro, e, (ii) contrato de cessão de espaços
publicitários em website por preços acima do mercado;
em ambos os casos, com pagamentos vultosos que
teriam beneficiado personalidades públicas.
A aparente complacência com tais práticas, vigente até
então, talvez seja melhor explicada por uma dificuldade
histórica para a comprovação da simulação.

Net:

1. Elementos essenciais à existência e validade do contrato: autonomia


das partes; pluralidade das partes; capacidade do agente
legitimidade do agente licitude; possibilidade (fática e jurídica) do

57
objeto; determinabilidade do objeto; patrimonialidade do objeto;
forma prescrita ou não defesa em lei; Consenso; Causa.

 Objetivo do contrato: criação de direitos e obrigações; modificação


de direitos e obrigações; transmissão de direitos e obrigações;
resguardar direitos e obrigações; extinção de direitos e obrigações.

AULA DE 14/10/2021

NET: https://www.e-konomista.pt/contrato-de-deposito/

58
Contrato de depósito: o que é, para que serve e
exemplo de minuta

O contrato de depósito é um contrato de prestação de serviços e faz


parte do Código Civil. Apresenta algumas condições específicas.
Conheça-as aqui.

hare the post "Contrato de depósito: o que é, para que serve e exemplo
de minuta"




O objetivo do contrato de depósito é a guarda de um objeto. O


contrato é estabelecido entre o depositante (dono do objeto) e o
depositário (quem por ele vai ficar responsável).

O contrato de depósito está presente no artigo 1185º do Código Civil e


é considerado um contrato de prestação de serviços.

CONTRATO DE DEPÓSITO: EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS SE


APLICA?

Este tipo de contrato implica que aquilo que é entregue pelo


depositante ao depositário seja restituído quando assim o primeiro
outorgante o exigir. O objeto pode ser uma coisa, móvel ou imóvel.
Tem de ocorrer obrigatoriamente o ato de entrega, para que o
contrato de depósito seja considerado válido.

A restituição também é uma parte importante do contrato: o


depositário pode tentar restituir o objeto que lhe foi entregue para se
libertar o dever confiado. Isso ocorre por duas razões: ou o período de
tempo previsto terminou, ou quando tem justa causa para o fazer.

Existe outra modalidade: quando o contrato de depósito é efetuado


no âmbito da realização de um negocio jurídico e não na entrega de
um objeto, declara-se existir um contrato-promessa de depósito.

59
Pode aplicar-se em circunstâncias contratuais simples, entre dois
outorgantes em que um é o dono do objeto em causa, ou principal
interessado na parte jurídica; ou aplicar-se envolvendo titulares de
outros direitos.

Saiba também que existe o contrato de depósito escrow, em que


ambas as partes concordam em confiar a guarda dos bens móveis ou
imóveis a uma terceira entidade, como um banco. Esta entidade fica
responsável pelo fim a dar aos respetivos bens.

MINUTA PARA CONTRATO DE DEPÓSITO

Fique com esta minuta, como exemplo de contrato.

CONTRATO DE DEPÓSITO

O presente contrato é estabelecido entre (Depositante/1º outorgante)


e (Depositário/2º outorgante) e considerando que:

(objeto móvel ou imóvel a entregar para guarda e lista dos termos do


objeto a entregar e a quem pertence)

1.
2.
3.

É celebrado o contrato constante dos considerandos acima e das


seguintes cláusulas:

(enumeração das cláusulas de condições de entrega, prazos e quando


será feita a recolha, assim como em que condições pode ser feita a
restituição)

O ARTIGO CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Feito em (data), em (local), em dois exemplares e (–) anexos, os quais


vão rubricados pelas partes e do presente contrato fazem parte
integrante.

60
O Depositante, (assinatura)
O Depositário, (assinatura)

Exemplo, compro um veículo às prestações, o direito de propriedade já é meu, tenho


é que cumprir as prestações , se não cumprir tenho que ver o que diz no contrato
quanto ao incumprimento .

Se o vendedor ficar com a propriedade para ele, e só a passa no final com a ultima
prestação estamos perante a figura da fidúcia .

61
Aula de 15/10/2021

Pg 169
CONTRATO DE MUTUO- real unilateral por regra gratuito, transfere o dto de
propriedade de 1 coisa fingível para o mutuário. Só este é que esta a obrigado a
restituir alguma coisa . So tem perda o mutaunate que durante o contrato de mutuo
ficou sem a coisa que deu ao mutuário. O Mutuário não perde nada , recebe 100 e
devolve 100 .

COISAS FUNGIVEIS: Coisas que podem substituir outras e que não perdem valor.
2 elementos :
Adatio rei

Conventio

É possível haver juros legais, ai o mutuário já tem perdas patrimoniais – Já é um


contrato oneroso porque há perdas patrimoniais para mabas as partes- capital mais
juros
No direito romano já haviam taxas de juro, eram fixadas num documento à parte .
Eles usavam a Taxa máxima de juros.

Juros convencionais: convencidos entre as partes

Ver art 560º CC

Anatocismo : SE houver mora, podem ser estabelecidos juros sobre esses juros em
mora. No Direito romano isso era proibido.

É possível estabelecer taxas máximas e mínimas

Existiam regras que se o contrato nada dissesse era ONEROSO


Artº 395 do cod. Comercial

62
- É GRATUIOTO
- É POSSIVEL AS PARTES ESTABELECEREM JUROS
- PODE SER ONEROSO

2 – CONTRATO DE FIDÚCIA:
Existem diversos contratos fiduciários
É 1 cont. que desde a época arcaica começou, des…..
FIDAS – DEUSA DA CONFINAÇA , DA BOA FÉ, DA FIDELIDADE.
Fidúcia é feita com o mancipatio
É um contrato que implica a transmissão do dto de prope sobre uma coisa, fiduciante
o que transmite o dto de propriedade, o fiduciário , obriga-se a retransmitir o dto de
propriedade

É 1 cont real, bilateral imperfeito , implica uma datia – implica dar alguma coisa
É um dar e não um entregar
A transmite o dto de propr mas não entrega a coisa, B é proprietário mas não tem
a coisa

Imoplica a emanciptio – implica a transmi. Do dto propri sobre uma coisa de grande
valor

In ura – Nessa fase podia haver uma transmissão entre as partes desde que houvesse
acordo
Pacto fiduciário o fiduciário é obrigado a reentregar a coisa ao fiduciante

63
Fidúcia com 1funçaõ de garantia –

A emprestou dinheiro a B ,
B ficou de devolver essa quantia num prazo de 3 anos ,
Mas A quer um garantia que B pague.
1ª hipot. Ser celebrado 1 contrato de fidúcia
B tem um imóvel, transmite o direito de propriedade para A, COM A
CONDIÇÃO DE a RETRANSMITIR O DTO DE PROPRIEDADE A B
quando ele acabar de pagar a divida, não há transmissão da coisa , B continua
a morar la em casa . O imóvel continua na esfera jurídica de B

CONTRATO DE DEPOSITO:

É o contrato em que o depositante entrega ao depositário, com a obrigação do


depositário devolver a coisa no fim ou quando o depositante o exigir

Real quanto à sua constituição.


Gratuito- já não teve uma datio
Bilateral imperfeito – logo no inicio gera obrigações para uma das partes, podem
surgir obrigações para depositário

Ex: peço para guardar os cavalos da quinta, têm que ser alimentados.
Surgem obrigações para o depositante, tem que pagara as despesas que o
depositário teve ou ressarcir os prejuízos qie teve
O depositário tem dto de reter a coisa ate´ao depositante pagar as despesas ou o
indemnizar dos prejuízos que teve – DIREITO DE RETENÇÃO –

64
O contrato de deposito é feito no interesse do depositante – depositario esta a fazer
um favor –
Ex: Depositário perdeu a coisa, foi roubada, qual é a responsabilidade do depositário

DOLO:
Quando a pessoa age intencionalmente, com
intenção de causar prejuízo/dano à outra, é uma
ação intencional

Culpa do depositário

NEGLIGÊNCIA:

Não há intenção de causar dano, não se age por


Dolo, ex: os acidentes de viação, passamos um
sinal vermelho – NEGLIGÊNCIA; atropelamos
uma pessoa na passadeira – NEGLIGÊNCIA
GRAVE

Qual a responsabilidade do depositário?


- o depositário na Época Clássica só respondia se tivesse agido com DOLO, mas na
época de Justiniano já era responsabilizado se tivesse havido NEGLICÊNCIA , não
era necessário haver DOLO

Ex: hoje nos parques de estacionamento: “ Não nos responsabilizamos por


danos…causados aos veículos. ISTO NÃO É UM CONTRATO DE DEPÓSITO”

Existem 3 modalidades de DEPOSITO

- DEPOSITO NECESSÁRIO: é aquele que ´+e efetuado em situações


extraordinárias, excecionais, incendio, situações de necessidade, em que o
depositante não tem tempo de escolher o depositário

65
No Direito romano em virtude do depositante não ter tido a possibilidade de escolher
o depositário, se ele perdesse a coisa teria que indemnizar o depositante

Ex: as coisas pessoais que os acidentados têm que deixar na urgência, eles não
escolhem o depositário – há um juízo de especial de censura se o depositário não
guardar as coisas

- DEPOSITO DE SEQUESTRO:
Verificava-se no direito romano e ainda hoje, quando exista litigio e as partes
revindicam-se proprietárias da coisa, decidem entregar (depositantes) a coisa a um
3ª (depositário) até ser decidido quem é o proprietário. Pode opor-se a entregar
enquanto o litigio não esta deciddo sequestro ou de coisa controvertida

- DEPOSITON REGULAR:
Versa sobre coisas fungíveis e implica a transmissão do dto de propriedade sobre a
coisa
Ex: Deposito bancário
Ex: peço a A para me guardar duas notas de 500 €, daqui a uns dias ela pode me
entregar 10 notas de 100€ - DEPOSITO IRREGULAR
Coisas que podem ser substituídas por outras e que não há percas de valores –
Obriga à transmissão de propriedade

NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE O DEPOSITO IRREGULAR E O MUTUO, É


APENAS UM DEPOSITO MAS APLICA-SE AO MESMO AS REGRAS DO
MUTUO

- CONTRATO DE COMODATO:
É um contrato real quanto a sua constituição, é um contrato bilateral imperfeito e é
um contrato gratuito ( aqui não há exceção) é essencial a sua gratuidade senão seria
um contrato de

66
O comodante entrega uma coisa ao comodário, para que ele a use, até ter que a
entregar no fim
Não há transmissão do propriedade . é uma simples traditio
Pode versar sobre coisas moveis, e pode ou não versar sobre coisas consumíveis .
Mas pode versar : coisa consumível ex: um kg de maças , o comodato não as pode
comer porque tem de devolver exatamente as mesmas maçãs .
O comodato não versa sobre coisas consumíveis em principio por essa razão

Obrigação do comodatário: pode usar as coisas mas so para os fins que as mesmas
se destinam e nos termos do contrato, e tem obrigação de a devolver como a recebeu,
salvo as coisas normais do uso

Obrigações do comodante: Pouco habitual


Ex: A pede emprestado 1 livro , é um contrato de comodato, irão surgir obrigações
para B? em principio não há obrigações para mim que sou comodante.

Ex: veiculo A pede-mo emprestado, eu sei que o meu veiculo está lastimável, mas
não digo nada, ele chega 100 metros á frente e tem um acidente, ai há obrigações
para mim comodante porque deveria ter avisado o estado do carro ao comodatario
É na mesma um contrato bilateral imperfeito. EXISTE AQUI TBM O DIREITO
DE RETENÇÃO (MAIS DIFICIL VERIFICAR-SE )

Aqui o interesse é do comodatário ao contrário do contrato de deposito em que o


interesse é do depositante
Isso vai ter responsa do comodatário:

Se o comodatário perder a coisa, ele respondia por responsabilidade de CUSTODIA


- que é muito próximo da responsabilidade objetiva – ele está a usar algo que lhe foi
entregue gratuitamente para usar ou não , tem que ter mais cuidado do que se a
coisa lhe tivesse sido dado – está a usar uma coisa que não é dele

67
.

Ex: um produtor de automóveis, numa serie de produção há um veículo com defeito


, o proprietário não teve negligencia , não agiu com DOLO, mas a pessoa que o
comprou teve um acidente – o Dono vai responder por responsabilidade objetiva .

Esta responsabilidade de CUSTADIA evolui para a NEGLIGENCIA

- CONTRATO DE PENHOR :
É um contrato real quanto à sua constituição
Bilteral imperfeito
Há uma entrega – traditio

É aquele em que uma pessoa entrega uma coisa a outra com a função de garantir o
cumprimento de uma obrigação,. Quem recebe é um mero detentor da coisa

A B
CREDOR DEVEDOR

A celebra contrato com B mas exige uma garantia, exige a entrega de uma joia , B
entreg a a joia a A, até que B lhe pague a coisa – Não há transmissão do dto de
propriedade , mas apenas A ENTREGA DA COISA

A tem um direito real sobre a coisa , uma garantia real


Este direito real só se manifesta se B não cumprir a sua obrigação, porque se B
cumprir , A tem que devolver a coisa a B e não chega a manifestar-se o Direito Real
sobre a coisa

68
A guarda a coisa, não usa e restitui a B em caso de cumprimento do contrato de
mutuo .

Se A executar , vender por valor superior , o excesso tem que ser devolvido a B

Bilateral imperfeito: quando há entrega da coisa, A não deve usar

Obrigações para B – Se a coisa gerar despesas a A


EX: Dos Cavalos- alimento e saúde deles é despesas para A e essas despesas vão ser
imputadas a B .
TAMBEM EXISTE DIREITO DE RETENÇÃO

RESPONSABILIDADE DE A SE PERDER A COISA:


ÉPOCA CLASSICA , responderia por CUSTODIA, esta a guardar uma coisa que
não é dele e esta com ele a titulo de garantia
No tempo do imperador justiniano A seria responsável pela simples
NEGLIGENCIA não seria necessário haver DOLO .

Se alguém(terceiro) vier perturbar A (quem tem a coisa)


Quer o credor figurativo quer o depositário , pode recorrer aos instrumentos da
tutela da coisa . instrumentos da tutela da posse apesar de serem meros detentores
das coisas e não proprietários

69
Depositário está obrigado a guardar , não usar e restituir como a recebeu

Ele não é o proprietário da coisa, não há uma traditio

70
Aula de 21/10

TRADITIO:

DETENÇÃO – MERA POSSE - há 1 pode de facto sobre a coisa


2 elementos – material / corporeo
- Imaterial – comportamento como
proprietário
O detentor é um mero possuidor em nome de outrem ,
não se comporta como proprietário
POSSE:
Ex: Ocupo um terreno, faço um prédio , desfaço, volto a fazer estou lá
20 anos , uso a coisa à vista de todos e sem oposição de ninguém .
Passados esses 20 anos aparece um emigrante que diz que o prédio é
dele. Não é não, eu adquiri-o por usucapião
Usucapião – boa fé 15 anos
- má fé 20 anos
- prédios do Estado – 30 anos

71
Aula de 22/10/2021
DL 105/2004 DE 8 DE MAIO

A fidúcia estem todos os ordenamentos jurídicos que vamos estudar

Em presa x precisa de dinheiro, mas o banco exige uma garantia, transfere o direito
de propriedade das maquinas para o banco , apesar de continuar a usa-las –
O banco é o dono delas
É UMA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA

CONTRATO DE DEPOSITO ESTÁ NO ARTº 1185 E VER OS SEGUINTES


GRATUITO

CC
Deposito cc sequestro – depostio de coisacontravertida
Deposito irregular –

72
COMODATO – 1129 CC

GRATUITO OBRIGATORIAMENTE
1131 PARA OS FINS QUE SE DESTINA
1135 OBRIGAÇÕES DO COMODANTE
1136 PERDA DA COISA
n.º 1 – O COMODATÁRIO É RESPONSÁVEL MESMO QUE A COISA

PENHOR – COMO GARANTIA REAL – ART.º 666.º CC


ENTREGA DA COISA 669
CREDOR OBRIGADO A GUARDAR , NÃO USAR 671
PODE EXECUTAR A COISA ART.º 675

2000 ANOS EM QUE NADA MUDOU EM RELAÇÃO AO DIREITO ROMANO

DIREITO ESTRANGEIRO

FR – ES – IT

CODIGO CIVIL FRANCES 1ª DE 1804

1892 contrato de mutuo – gratuito, transmissão do direito de propriedade

73
1875 . CONTRATO DE COMODATO
1876 GRATUITO
1878 COISAS CONSUMIVEIS

CONTRATO DE DEPOSITO
1915 –
1917 GRATUITO
1919 – IMPLICA A ENTREGA DA COISA TRADITIO
1949 - DEPOSITO NECESSÁRIO – É FORÇADO - NÓS PT JÁ NÃO TEMOS
1956 – DEPOSITO DE SEQUESTRO

CONTRATO DE PENHOR
2071 ATE 2073

FIDUCIA – 2011

74
AULA 28/10/2021

A – Banco Tem um duplo


efeito, pois o Banco como

Existe uma Datio–Fidúcia como garantia


proprietário
Empresa como garantia do das máquinas

Mutuo empréstimo transfere a propriedade vai fazer um

Das máquinas para o Banco contrato

De
Locação das máquina
Com a empresa
B – Empresa a necessitário de crédito

Assim a empresa além do empréstimo, vai pagar junto a Renda da Locação das
máquinas

3 contratos – SALE AND LEASE BACK

Se por exemplo:
o Mútuo for feito sob coação, é nulo e automaticamente a fidúcia ou penhor
associados ao mutuo também são nulos e caem, uma vez que existe uma relação
jurídica entre eles .

Saber porque é que o Marques de pombal não é famoso no porto ?

75
ES

1783

COMODATO 1741

DEPOSITO 1758
OBRIGA. DEPOS. 1756 57
DEPOSITO NECESSARIO DE DEPOSITO DE SEQUESTRO

PENHOR 1863
IMPLICA A ENTREGA DA COISA
OBRIGAÇÕES DO CREDOR 1867

DEUTCH

COMODATO – PARAGRÁFO 598 SS

MUTUO PARAGRAFO 607

DEPOSITO PARAGARAFO 688

76
COISAS FUNGIVEIS
PENHOR 1204
ENTREGA DA COISA 1205

DEVER DE CUSTODIA – PARAGRAFO 1215

Código Civil italiano é de 1942


- um movimento de fusão entre o direito comercial e o direito civil – Itália aderiu a
esta fusão dos códigos
ex:

contrato de mutuo mesmo noção 1813 transferência de propriedade 1814 mas


presume-se que é oneroso 1815, é por regra oneroso só se disser que é gratuito – é
uma influencia do código comercial

comodato 1803 comodatário é responsável pela custodia da coisa 1804

deposito 1786 – igual mas tem a particularidade – 1782 do deposito irregular

FIDUCIA EM DIPLOMA AUTONOMO

2786 – PENHOR
AULA 29/10/2021

Consensuais : forma sendo desenvolvidos no quadro

Será por influencia do direito grego que os romanos vao importar a regra da
consensualidade em que os contratos ficam perfeitos pelos consenso, acordo das
partes

77
O regime dos vícios dos contratos vem do direito romano , bem como as regras de
interpretação dos negócios jurídicos
Toda a relevância da vontade das partes vem do Dto Romano

Enquanto contratos reais somos exaustivos

Compra venda
Locação
A sociedade

78
COMPRA E VENDA - EMPTIO - VENDITIO

- CONSENSUAL – PERFEITO PELO SIMPLES CONSENSO,


Em virtude desta consensualidade a compra e venda do direito romano é um pouco
diferente da de hoje em dia .

Os romanos entenderam que o direito propriedade, não se podia transmitir pelo


simples consenso. Gerou uma outra compreensão de compra e venda – enquanto no
IUS CUVIL os romanos podiam recorrer a mancípio – entre romanos, mas não é
uma compra e venda

Direito romano veio dizer que o vendedor obriga-se a transferir a posse livre e
pacifica da coisa e o comprador obriga-se a transferir o direito de propriedade do
preço –

A FINALIDADE DA COMPRA E VENDA É TRANSFERIR

79
ELEMENTOS COMPRA E VENDA :

1º - CONSENSO VENDEDOR - POSSE LIVRE E


PACIFICA PARA O COMPRADOR

2º - AS COISAS - A RÉS – FUNGIVEL OU NÃO,


SIMPLES, COMPOSTA

COISAS PRESENTES OU FUTURAS

NAS FUTURAS TEMOS DUAS ESPÉCIES:

DIREITO ROMANO:

a) Coisas futuras cuja existência depende da vontade do vendedor

b) As coisas futuras cuja produção não depende inteiramente da vontade do


vendedor (caso da produção de vinho do próximo ano) – há aqui um elemento
aleatório – UMA ALEA

Qual a consequência disto, a existência depende inteiramente da minha vontade se


ela não vier a existir, eu serei responsabilizado quanto às que não depende da minha
vontade eu não serei responsabilizado (a existência das coisas não depende apenas
da minha vontade) salvo se no contrato ficou estabelecido que esta ALEA seria da
minha responsabilidade – já existia no direitto romano e ainda hoje

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3º - PREÇO

- Defende que para ser uma compra e venda a contrapartida tem que
ser dinheiro

- Devera ser certo, determinável, esta determinação poderá ser


estabelecida por um 3º

- PREÇO JUSTO: Roma na época clássica não era um problema, não se


discutia o preço das coisas
O Imperador JUSTINIANO por influencia do cristianismo veio
estabelecer o preço justo

INSTITUTO DA LESÃO ENORME:

EX: Pintor vende quadro 50, daqui

81
4.º OBRIGAÇÕES DAS PARTES:

OBRIGAÇÕES DO VENDEDOR

1ª OBRIGAÇÃO VENDEDOR:

Transferir a posse livre e pacífica da coisa sem vícios e sem limitações para o
comprador ter pacificamente a coisa na sua posse jurídica

A B

Poderia o comprador vir a adquirir o direito de propriedade? talvez

O exercício da posse de uma coisa, implica a aquisição do direito de propriedade


através da posse que é a USUCAPIÃO-

A figura da USUCAPIÃO estava na IUS CIVILA e não no IUS GENTIUM

COMPRA E VENDA – IUS GENTIUM

COMPRA E VENDA eram estrangeiros ou então um romano e um estrangeiro, se


fossem dois romanos iria através da mancipatio

A – ESTRANGEIRO COMPRA VENDA B- COMPRADOR

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Se um estrangeiro transfere a posse para o cidadão romano, pode invocar o IUS
CIVILA pode alegar o regime jurídico da possa do IUS CIVILA e adquirir a coisa,
adquirindo o seu direito de propriedade

A- CIDADÃO ROMANO compra e venda B - ESTRANGEIRO

No 1º exemplo a partir do momento que o vendedor assegura a posse na esfera


jurídica do comprador, termina.

Sendo o comprador estrangeiro não podendo invocar o IUS CIVILA, nunca poderá
ser proprietário

O que significa que, OS ESTRANGEIROS NÃO PODIAM SER PROPRIETÁRIOS


enquanto não tivesse cidadania romana – é uma opção politica – ainda hoje em
ISRAEL NAÕ SE PODE COMPRAR O SOLO, MAS APENAS A CASA

2ª OBRIGAÇÃO DO VENDEDOR:

Tem que assegurara a posse livre e tranquila da coisa para o comprador .

Se não conseguir assegurar a posse livre e pacifica para o vendedor

A vende a B, A ate não precisa de ser proprietário da coisa, desde que detivesse a
posse podia vender- era permitido vender a coisa alheia

Aparece C que diz que é proprietário e revindicar a coisa - vem C solicitar a coisa a
B, B diz que comprou a A .

B vai acionar contra A; A vai responder por ERICÇÃO – devolver o preço que
recebeu mais o dobro do preço ou o dobro?? ???

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C - Vai conseguir o direito de propriedade

B - vai conseguir o preço que pagou a A mais o dobro devolvido por A , porque A
não consegui assegurar a POSSE JURIDICA na esfera do comprador

A E B – Celebram contrato de mutuo

A – CREDOR

B – DEVEDOR

- Fazem uma fidúcia, ou seja B transfere o direito de propriedade para A, mas


continua detentor da posse da coisa

B- é possuidor, mas o proprietário é A a titulo de garantia

B – Vende a coisa para C

Desde que B pague todas as prestações a A, o C nunca vai ser incomodado – a venda
de coisa alheia é possível

Desde que B assegure a posse pacifica e livre da coisa para C, está tudo bem

Entre nós, compra e venda é 1 contrato consensual em que basta o acordo, tenho
apenas que dar a coisa e ela tem que pagar o preço, se for um imóvel basta haver
escritura publica e a outra parte passa a ser proprietária

Mas na Alemanha não é assim, é preciso o registo dessa transferência de


propriedade para que a mesma seja válida e também é obrigatória a entrega da
coisa, é um contrato Real quanto à sua constituição e não um contrato consensual,

84
sem isso não há transferência do direito de propriedade o simples consenso não
transfere o direito propriedade.

Em coisas moveis é necessária a entrega da coisa e nas coisas imoveis é necessário o


registo da transferência do direito de propriedade

3º OBRIGAÇÃO DO VENDEDOR- CUIDAR DA RES DA COISA


ATÉ À SUA ENTREGA

Comprador não vai levantar logo a coisa, vendedor está obrigado a cuidar da coisa
com a diligência um homem normal até à sua entrega.

Exemplo:

do carro e stand – eu já sou proprietário do automóvel, só não o trouxe porque não


quis.

Chove o stand caiu o veiculo sofre danos, a responsabilidade dos danos vai ser
minha, o risco era meu, só não será se ambas as partes colocaram no contrato
condições suspensivas

Exemplo:

compra de maquina para um laboratório de analises clinicas

O vendedor aceita que eu leve a maquina para experimentar o contrato tem


condições suspensivas, ou seja, suspende os feitos do contrato, e o vendedor acordou

Se no transporte houver danos, o risco é do vendedor porque o contrato não está a


produzir os seus efeitos porque está suspenso

Suspensiva- os efeitos não se produzem enquanto a coisa não se verificar

Não esquecer que estes contratos têm que ser celebrados ao abrigo da liberdade
contratual – ambas as partes aceitem essas condições suspensivas

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4.ª OBRIGAÇÃO DO VENDEDOR - RESPONDER PELOS VÍCIOS
OCULTOS DA COISA

Ex: pc na FNAC, ao 3ª dia não funciona – apresenta um vicio – a responsabilidade


é do vendedor por um vicio oculto do qual o vendedor não tem culpa pois não tinha
conhecimento do mesmo.

Este regime dos vicio oculto foi desenvolvido pelos edis curis? magistrados que tem
a disciplina da cidade transito e feiras …estabeleceu este regime quanto a animais
ou escravos –

- Animais doentes

- Escravos que tinham cometido crimes

Obrigação do vendedor informar comprador, como também magistrados


estabeleceram que ainda que o vendedor nada saiba e não tenha conhecimento do
vicio, mesmo assim vai ser responsabilizado pelo comprador por esse vicio

DIREITOS DO COMPRADOR

COMPRADOR 2 DIREITOS – 2 AÇÕES QUE PODIA EXERCER

- ACCÇÃO REDI- VITORIA – comprador vem resolver o contrato – colocar termo,


extinguir com fundamento, ou seja, implica comprador devolva a coisa ao vendedor
e o vendedor devolve o preço no dobro

- Pode ainda interpor uma AÇÃO DE DIMINUIÇÃO DE VALOR:

comprador não perdeu o interesse na coisa, continua a querer a coisa para si, mas
como ela apresenta um vicio, comprador pede diminuição do valor por a coisa ter
um vicio

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Ainda hoje em dia é assim

Direito romano – já estava previsto no direitto romano :

Consequência

OBRIGAÇÕES DO COMPRADOR

- Obrigado transferir direito propriedade sobre o preço

- Obrigado a receber a coisa, se se atrasar a receber a coisa, ele será responsável


perante o vendedor pelos danos e despesas que este teve até ao levantamento por
parte do comprador. quando for levantar vai pagar

- Responder pelo risco desde que o contrato esteja perfeito – o risco corre por conta
do comprador

BILATERAL - gere obrigações para ambas as partes

MAS TAMBEM NESTES CONTRATOS:

Se o prazo das obrigações não forem diferentes – do vendedor e comprador –


EX: Compro hoje, pago amanha, trago a coisa hoje são prazos diferentes, não é este
caso –

EX: colega quer comprar CC , ela só paga daqui a 8 dias, eu só posso entregar no
fim das aulas – contrato perfeito a produzir todos os seus efeitos – direito

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propriedade já se transferiu pelo consenso – até às 20 horas final das aulas o direito
de propriedade já não é meu ..
Eletrodomésticos, é certo que nos obrigam a assinar contrato mas a lei não obriga a
isso

prestações –

Vendedor só entrega frigorifico na semana seguinte

Já sou proprietário e ate já o posso vender

CONTRATO SIGNA--------

2 Obrigações são interligadas apesar de estar interdependentes uma da outra –

Direito Romano havia a exceção de não cumprimento do contrato é quando está


tudo direito mas as partes vêm que a outra parte não quer cumprir a sua parte e
vice versa. isto não acontece se os prazos das obrigações forem diferentes

No tempo do imperador Justiniano:

A MANCIPATIO já tinha desaparecido mas já havia notários para contratos de


compra e venda, se estes contratos tivessem por objeto coisas imoveis , essas coisas
eram depositadas no notário – já guardavam um exemplar da escritura publica

CLAUSULAS ACESSORIAS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA – apenas


algumas que o direito romano e nos:

- CONDIÇÕES SUSPENSIVAS E RESOLUTIVAS ENTRE AS PARTES –

Na condição suspensiva os feitos ficam suspensos, mas pode ser uma condição
resolutória. no exemplo da maquina – se o comprador diz que quer comprar a coisa,
mas se a mesma não for em condições para o meu laboratório , isto fica acordado no
contrato opor acordo de ambas a s partes, os efeitos começaram a produzirem-se
imediatamente

88
- Possibilidade de vendedor resolver o contrato acordado com comprador, se
durante um determinado tempo aparecerem propostas de melhor preço – ( durante
algum tempo vendedor pode rescindir contrato por receber melhor preço, mas pode
o vendedor oferecer o mesmo preço o que lhe permite ficar com coisa

-Faculdade de vendedor resolver o contrato se o comprador não pagar num certo


prazo – importante hoje devido ao regime previsto no CC –

exigir a coisa de volta ao comprador – é uma clausula importante

4ª CLAUSULA – VENDA RETRO

Faculdade do vendedor de arrepender durante um certo período de tempo , pede a


devolução da coisa, desde que acordado entre as partes e estabelecido no contrato

5ª CLAUSULA PACTO DE PREFERENCIA

Está no CC e no direito romano

é uma preferência convencional e não legal ( esta resulta do acordo )

A vende coisa a B e mais tarde B quer vender a coisa a C, mas tem que dar
preferência a A.

B tem que perguntar a A se pelo mesmo preço e mesmas condições que ficar ele a
com a coisa , se sim fica a com a coisa se não fica C com a coisa

NOTA :
relativamente coisas moveis
janela é imóvel enquanto estiver no edifico, na parede
laranjas imoveis enquanto estiverem na arvore e a arvore no solo
COISA MOVEL 205ª CC , É A COISA QUE NÃO É IMÓVEL
COISAS IMOVEIS ARTº 204º CC
AGUAS DE UM RIO , CAUDAL

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Aula de 04/11/2021

MUTUO DE 5 ANOS – A FIDUCIA APENAS TRANSMITIA A POSSE E NÃO O


DIREITO DE PROPRIEDADE

A B C
ANO DE 226 ANO DE 227
CREDOR DEVEDOR

VENDA DE
B PARA C
FIDÚCIA DO BEM X

É possível B vender a C o bem X porque só vai vender – transmitir a posse , enquanto


B cumprir as prestações com A

Mas a partir do momento que B não cumpre as prestações , A executa a fidúcia.

Como C comprou o bem X a B, C só poderá acionar B em tribunal porque não lhe


garantiu uma posse livre

Se fosse contrato de 20 anos – B que é possuidor pelo usucapião ao fim de 5 anos


passava a ter o direito de propriedade , por isso A nunca iria aceitar uma fidúcia de
20 anos, sob pena de perder a garantia ao fim de 5 anos, quando se desse a
transferência do direito de propriedade para B pela usucapião.

90
OUTRA SITUAÇÃO

Mutuo por 20 anos:

A B
Credor (Direito de Propriedade) Devedor (Posse)
MUTUO

Bem X
Ano de 226

FIDÚCIA

C. COMODATO DO BEM X

LOCAÇÃO

SALE AND LEASE BACK


1º Contrato de Mutuo
2º Contrato de Fidúcia
3º Contrato de Comodato
4º Contrato de Locação
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B – Não quer entregar a posse

A - Precisa da garantia que é o Direito de Propriedade, pois B ao fim de


5 anos pode adquirir o Direito de Propriedade por USUCAPIÃO e passaria

a ser proprietário além de possuidor, sendo que A ficaria sem a sua

garantia que é o Direito de Propriedade

Para resolverem este dilema:

A faz um 3º contrato com B que é o CONTRATO DE COMODATO, através


do qual B é um mero detentor da coisa, não é um possuidor e assim ao
fim de 5 anos não pode adquirir o Direito de Propriedade por USUCAPIÃO,

ficando A sempre com a sua garantia.

Arrendamento

LOCAÇÃO

Aluguer (coisas móveis)

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OUTRA SITUAÇÃO

A – Banco B – Devedor
MUTUO

FIDUCIA

LOCAÇÃO

B – Vende a máquina ao Banco A e o Banco faz um Contrato de


Locação com o B para este último poder continuar a usar a máquina.

A SALE B A LEASE BACK B

Isto é uma LOCAÇÃO FINANCEIRA, que vai server para pagar o MUTUO:
Capital + Juros + Despesas

No fundo não é uma verdadeira renda (locação) pois por este último
contrato não implica o valor da LOCAÇÃO, mas sim do MUTUO

93
OUTRA SITUAÇÃO

ARRENDA - LOCAÇÃO
A B
Dono do prédio Rústico Agricultor
“renda” mas não
tem dinheiro para
garantir as rendas só
as alfaias agrícolas

HIPOTECA

A - não quer a fidúcia por causa dos 5 anos

B - não quer o penhor porque tem que entregar as alfaias agrícolas

Surge assim a HIPOTECA , sobre coisas móveis (Roma não fazia a diferença da
hipoteca COISAS IMOVEIS e do penhor COISAS MOVEIS como hoje )

As alfaias ficavam hipotecadas mas o banco não detinha nem a posse nem o direito
de propriedade, há sim uma especial afetação ao cumprimento da divida .

94
A LOCAÇÃO

1º CARACTERÍSTICAS: é um contrato oneroso, bilateral, consensual

- Na locação da coisa o locador obriga-se a dar o gozo da coisa a outro mediante uma
renda

- Na locação da obra o locador obriga-se a dar a matéria prima a outro que irá fazer
a obra

- No locação de trabalho o locador obriga-se a dar um retribuição normalmente


pagamento a outra em troca do seu trabalho

NA LOCAÇÃO HÁ O CONSENSO

2º OBJECTO: pode ser uma coisa, a atividade laboral, ou a locação de uma obra

3º REMUNERAÇÃO: tem que ser uma quantia, normalmente em dinheiro

4º TEMPO/ PRAZO : contrato que tem prazo, ainda que não diga será de 30 anos
que é o limite , salvo na locação de obra onde pode não ter prazo, mas é um contrato
sujeito a prazo

95
LOCAÇÃO DE COISA

É um contrato pelo qual A se obriga a proporcionar o gozo da coisa a B mediante


uma remuneração, normalmente renda, durante certo tempo

EX: TAXI

OBRIGAÇOES LOCADOR:

1ª Proporcionar o gozo da coisa ao locatário que tem como decorrência que o


locador devera efetuar as obras necessárias para proporcionar o gozo da coisa ao
locatário .(fazer reparações necessárias obras etc..)

2ª Obrigação de ressarcir o locatário se este tiver que fazer obras necessárias e


urgentes , do valor

3ª Obrigação de pagar a renda/quantia

4ª Obrigação de usar a coisa para os fins a que se destina

5ª Obrigação de conservar a coisa, tirando os efeitos do uso

6ª Obrigação de a restituir em condições normais

7ª Obrigação de ressarcir o locador se a coisa tiver dano

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LOCATÁRIO É UM MERO DENTENTOR DA COISA

ESTE CONTRATO DE NATUREZA OBRIGACIONAL, SÓ PRODUZ EFEITOS


ENTRE AS PARTES , NÃO É UM CONTRATO DE DIREITOS REAIS, APENAS
CONTRATO DE NATUREZA OBRIGACIONAL

NO DIREITO ROMANO, NO DIREITO PORTUGUÊS TEM UMA NORMA


EXCECIONAL :

LOCAÇÃO POR 10 ANOS :

A LOCAÇÃO B
LOCADOR LOCATÁRIO

ANO DE 226

CONTRATO DE
COMPRA E VENDA

C compra o prédio mas tem lá B a viver , pode C expulsar o B?

O contrato entre A e B é um contrato obrigacional ou seja só produz efeitos entre A


eB

C compra o prédio adquire um direito real , tem direito de expulsar o B, mas como
A não cumpriu o contrato obrigacional de 10 anos com B , porque não cumpriu a
obrigação de proporcionar o gozo da coisa a B .

97
C não tem nada a ver com isso pois o contrato obrigacional é só entre A e B e só
entre eles tem efeitos

Aqui a compra e VENDA AFASTA A LOCAÇÃO , pois é um contrato com efeitos


reais apesar de ser um contrato consensual

Este caso não está previsto no nosso ordenamento

98
OUTRA SITUAÇÃO

ANO DE 226

A USUFRUTO POR 10 ANOS B


Proprietário usufrutuário
até 236

COMPRA E VENDA NO ANO DE 230 ( ANTES DOS 10 ANOS)

C compra o prédio mas C não pode expulsar B porque este ultimo tem um direito
real sobre o prédio
O USUFRUTO CONTINUA AGARRADO À RES , À COISA

ART.º 1057 .º CC – O NOSSO ORDENAMENTO


JURIDICO NÃO PREVE E É UMA REGRA
APENAS VÁLIDA PARA A LOCAÇÃO

99
CADUCIDADE

1ª - Caducidade do contrato no direito romano , caduca ao fim de 10


anos mesmo que não esteja lá previsto, se no fim ninguém disser nada
automaticamente renova-se

2ª - Caduca por desaparecimento da coisa, razão alheia

3ª - Caducidade por locação cessa quando usufruto, usufrutuário tem


poderes para efetuar uma locação

4ª - Se entretanto B morrer antes do termo do prazo da locação, a


locação caduca imediatamente , não importando os anos que ainda
faltam, locação caduca por morte do usufrutuário

226 LOCAÇÃO
A USUFRUTO B
Proprietário
Usufrutuário – ano 236

COMPRA E VENDA

C 230

100
RESOLUÇÃO DE UM CONTRATO:

- OBRIGATÓRIO TER UMA CAUSA COM FUNDAMENTO

RESOLUÇÃO POR PARTE DO LOCADOR :

- Se o locatário não pagar a renda

- Se o locatário usar a coisa para fim diverso do contrato ou a usar


a coisa para coisa que estão a destruir a coisa

- Se o locador precisar da coisa para ele próprio para morar

RESOLUÇÃO POR PARTE DO LOCATÁRIO:

- Se a coisa tem defeito e não corresponde a coisa acordada

- Se o locador não lhe entregar a coisa

-Se a coisa estiver deteriorada, que haja o risco de danos para o


locatário

101
LOCAÇÃO DE TRABALHO

CONTRATO EM QUE UMA PESSOA CONTRATO OS SERVIÇOS


DE OUTRA MEDIANTE UMA REMUNERAÇÃO

CONTRATO DE LOCAÇÃO DE TRABALHO era mal visto, conceção


que só seria efetuado o trabalho pelos escravos, só eles poderiam ser
locados, ou seja o dono dos escravos locava os mesmos a outrem para
efetuarem determinado trabalho

Os homens livres, cidadãos romanos não celebravam locação de


trabalho, era visto como uma perca/ diminuição da personalidade
jurídica –(capacidade de adquirir direitos e obrigações que acontece logo
à nascença com vida )porque era entendido que era uma diminuição da
pessoa, ex: medico, juízes, professores recusavam-se .

Para resolver isto os romanos fizeram uma distinção: a locação de


trabalho não tem por objeto a pessoa mas sim a atividade laboral que é
uma ficção pois não há atividade sem a pessoa que a faz

NOTAS: CURISOSIDADES DESTE REGIME JURIDICO

-Se o locatário morrer o contrato caduca

-Mas se o locador morrer o contrato não caducava pois se os seus


sucessores podem continuar a sua atividade

-Se o locatário adoecer o empregador não é obrigado a pagar

102
LOCAÇÃO DE OBRA

O locador entrega a matéria prima ao locatário para ele transformar a


matéria prima em uma obra e o locador a vai pagar um quantia ao
locatário pelos serviços de transformação

Pode não se fixar o prazo, pode ser apenas o prazo da arte da obra

OUTRA SITUAÇÃO

A pede a B para ir comprar as matérias primas e depois A compra a


obra a B- já não é uma LOCAÇÃO DE OBRA , é apenas um
CONTRATO DE COMPRA E VENDA em que A compra a obra a B

103
CONTRATO DE SOCIEDADE – NO DIREITO
PORTUGUES
Não confundir a personalidade jurídica, sempre de imputação de
direitos e obrigações em relação às pessoas , adquire-se no nascimento
completo e com vida

O direito veio permitir que outras pessoas – as pessoas coletivas- que são
uma criação do direito

A lei prevê que as associações fundações e sociedades possam ter uma


personalidade jurídica , cumpridos certos requisitos , apesar de ser uma
ficção jurídica , mas podem ser os sujeitos autónomos de imputação

SOCIEDADE POR QUOTAS COM 4 SOCIOS A, B, C e D

A- ENTROU COM IMOVEL NO VALOR DE 10 000


B- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 3000
C- ENTROU COM MONVEIS NO VALOR DE 5000
D- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 10 000

A SOCIEDADE TEM UM PATRIMONIO DE 30.000

Os sócios transferiram bens próprios das suas propriedades para a


propriedade da empresa

Se um 3º “ E” fizer um contrato que a sociedade não cumpre será a


sociedade que ele deverá acionar em tribunal, será o património
societário que irá responder pela divida .

Não respondendo o património privado de cada um dos sócios que até


podem ser bastante vastos

104
CONTRATO DE SOCIEDADE NO DIREITO
ROMANO

- Oneroso

- Consensual: é um contrato pelo qual 2 ou mais pessoas se obrigam a


colocar em comum determinado património, bens coisas ou serviços
com o objetivo de obterem uma determinada finalidade patrimonial
comum que será o lucro

Consenso – acordo entre as partes – acordo de colocarem as coisas


dinheiro etc.. em comum

- Objeto: traduz-se na possibilidade do socio entrar para a sociedade


com o seu património, objeto ou o seu trabalho (sócio de industria) ou
tudo ao mesmo tempo

SOCIEDADE POR QUOTAS COM 4 SOCIOS A, B, C e D

A- ENTROU COM IMOVEL NO VALOR DE 10 000


B- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 3000
C- ENTROU COM MONVEIS NO VALOR DE 5000
D- ENTROU COM DINHEIRO NO VALOR DE 10 000

Roma NÃO ADMITIA que as SOCIEDADES COMERCIAIS tivessem


PERSONALIDADE JURÍDICA .

Ou seja os bens pertencem a todos os sócios é o chamado condomínio /


compropriedade (não é o mesmo condomínio do nosso direito)

105
O imóvel de A deixa de ser dele e passa a ser de todos os sócios são
comproprietários e nos restantes bens acontece o mesmo

A regra no direito romano é que cada sócio tem participações iguais

O sócio que entra com imoveis e moveis transfere o direito de


propriedade da sua esfera jurídica para a esfera jurídica de todos os
outros e é responsável pelos vícios que a coisa tiver

FINALIDADE: licita, com vista a alcançar um objetivo patrimonial –


lucro, cuja distribuição é por cabeça ou seja 25 % , mas nunca pode um
socio participar nos lucros e não participar nas despesas

- pode é por exemplo um deles se entra com 1 coisa de mais valor tenha
um lucro de % mais elevada

AINDA NA FINALIDADE DIVIDIAM-SE EM 2 TIPOS :

A- SOCIEDADE DE FIM UNIVERSAL

– sócios entram para a sociedade com todo o seu património,


presente e futuro.
As sociedades universais no direito romano têm uma
característica especial, os sócios entravam com todo o seu
património presente e futuro.

106
Inicialmente – época clássica, a família romana era uma
FAMILIA AGNATÍCIA , não era obrigatoriamente de
sangue, tinha o pai e a mãe (PATER FAMILIA), mas todos
aqueles que eles acolhessem na sua família seriam
considerados filhos.

Mas durante seculos em Roma seja na FAMILIA


AGNATÍCIA ou na FAMILIA SANGUINEA, se os filhos
pedissem, emancipação (EMANCIPATIO- VENDA), o
PATERFAMILIA “vendia” o filho que ficava com o seu
próprio património.
Se o Pater famílias morresse ele não teria direito a nada, a
não ser que juntasse o seu património ao património da
família (COLAÇÃO)

Se não pedissem emancipação , SUI IURIS (SUJEITOS DE


DIREITO) só poderiam ter património quando o PATER
FAMILIAS morresse ( até à sua morte todo o património
dos filhos era do PATER FAMILIAS)
Aqui os filhos podiam decidir não separar o património
podiam constituir uma sociedade com esse património do
PATER FAMILIAS, que são as chamadas SOCIEDADES
UNIVERSAIS . e entravam nos negócios com o património
presente (herança) e património futuro ( o que viessem a
adquirir)

107
B- 2 SUB TIPOS :
- Constituída para celebrar apenas um negocio
jurídico – uma obra – feita a obra a sociedade dissolve-se
- Desenvolvem certos tipos de atividades- transportes
de mercadorias, transportadoras marítimas – atividades
mercantis

OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS:

- Obrigação de entrar para a sociedade com os bens

- Responde por vícios ocultos

- Responde por ericção

- Obrigação de gerir a sociedade

DIREITOS DOS SÓCIOS :

- Direito de ser indemnizado pelas despesas que tiver

- Direito de participar nos lucros

Se a sociedade não tem personalidade jurídica e estamos perante um


condomínio/compropriedade temos um problema

EX: Sociedade dedica-se a explorar um estabelecimento comercial


alimentos
108
Socio A celebra contrato com “E” para ele lhe fornecer os alimentos –
matérias primas mas A já não lhe paga , ou seja o fornecedor não
recebe.

EXISTEM 5 POSSIBILIDADES :

“ E “irá demandar a pessoa com quem celebrou o contrato, ou seja a


contra parte, NUNCA irá demandar a sociedade pois esta não tem
personalidade jurídica :

1.º Pode demandar todos os sócios A,B,C,D , se todos entraram no


contrato

2.º O contrato por exemplo foi feito entre E e C , vai demandar C em


tribunal, C alega que todos os sócios enriqueceram com o negócio.

Assim o Pretor vai ordenar que os sócios A, B, D sejam chamados à ação


pois todos tiveram lucros com o negocio

3.º Os sócios A, B, e D mandataram o C para ele celebrar o negócio com


E. E vai demandar C, que vai dizer em Tribunal que efetivamente foi ele
que celebrou o contrato mas que foi mandatado pelos outros 3. O Pretor
vai chamara os outros sócios à ação

4.º E celebrou contrato com A e A é gerente do estabelecimento


comercial de determinados bens , ou seja é uma sociedade que tem

109
atividades comerciais, outra hipótese temos uma sociedade de
transportes marítimos de produtos em que A é o comandante do navio
– atividades marítimas. Se A for gerente caso da 1ª situação ou sendo
comandante caso da 2ª situação, num casoi ou no outro quer dizer que
os outros sócios o escolheram como gerente ou como comandante, está
mandatado pelos outros sócios.

A ação é sempre interposta conta A , mas perante o Pretor A vai declarar


que celebrou o contrato (seja um outro) que não foi para consumo
pessoal mas sim para beneficio da sociedade, mais uma vez o Pretor vai
chamar os outros sócios à ação.

Em qualquer das situações vai responder pela divida o património da


sociedade e se não for suficiente irá responder cada sócio.

Direito Romano também previa garantias – os sócios também poderiam


constituir garantias reais para pagar dividas

110
EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES – CAUSAS

- O contrato de sociedade extingue-se se foi celebrado por um certo


tempo, já com uma certa duração previamente prevista

- Se a sociedade foi criada para um determinado fim, quando este estiver


concretizado.

- Se todo o património se perder

- Por acordo de todos os sócios

- Por renúncia de um dos sócios

- Pela morte de um sócio

- Se o património em condomínio fosse executado

- Se um sócio fosse expulso por má gestão

- Por interposição de uma ação de contas (verificar como estavam as


contas da sociedade- verificação que poderia ser feita por qualquer um
dos sócios- índices que algo estava mal, também poderia ser motivo de
extinção

LIQUIDAÇÃO DO PATRIMONIO APÓS


DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
- Pagar as dividas

- Distribuir o património por cabeça, salvo se tivesse ficado estabelecido


no inicio do contrato que seria diferente e uns teriam mais partes do que
outros

111
CONTRATO DE MANDATO

- CONSENSUAL
- GRATUITO
- BILATERAL IMPERFEITO

É o contrato em que uma pessoa - mandante, encarrega outra


mandatário de praticar um determinado ato, ex. qualquer ato ou até
celebrar um negócio jurídico

A -mandatário B mandatário

3 ELEMENTOS:
– CONCENSO - Acordo entre as partes – CONCENSO

-OBJETO: atividade em causa, tem que ser licita , determinada - saber


qual é a atividade que o contrato visa

- FINALIDADE mandato é celebrado no interesse do mandante ou de


uma terceira pessoa, não pode ser no interesse do mandatário senão
seria um conselho

112
OBRIGAÇÕES DAS PARTES

OBRIGAÇÕES DO MANDATARIO :

- Cumprir com o contrato, com o encargo que assumiu


- Prestar contas

Se surgirem OBRIGAÇÕES PARA O MANDANTE:

- Obrigação de ressarcir o mandatário das despesas que teve

MANDATO PODE SER COM REPRESENTAÇÃO OU SEM


REPRESENTAÇÃO.
Até aqui falamos sempre de mandato com representação.

- A pede a B para ir à secretaria, B está a agir por nome de A , pelo


interesse de A e em representação de A

SEM REPRESENTAÇÃO:
É feito em meu nome, por minha conta, pelo meu interesse mas o
mandatário vai agir por conta dele.

Acontece quando o meu nome não faz o negócio. ex:: quero comprar a
casa ao vizinho, mas ele a mim não a vende, então vou mandatar alguém,
para comprar aquela casa no meu interesse e por minha conta mas ela
vai agir em nome próprio , ela é que é a dona da casa. o mandatário está
obrigado a transferir todos os efeitos jurídicos pata o mandante. se não

113
o fizer há incumprimento do contrato . mandatário está a agir por
minha conta e no meu interesse , este é uma mandato sem representação.
A Posteriori haverá um segundo contrato para cumprir o contrato de
mandato, quando o mandatário transfere os bens para o mandante

EM ROMA NÃO SE ADMITIA A REPRESENTAÇÃO DIRETA :

A – Credor B- Devedor

C – Mandatário de A

Direito Romano C- é que recebe o valor


Direito Português – A é que é o credor e recebe o valor

114
OUTRA SITUIAÇÃO

A -mandatário B mandatário C- Comprador de bens

A e B Contrato de Mandato B e C- Contrato de Compra e venda

B mandatário não paga a C:

DIREITO ROMANO: C- vai acionar B, B diz que está mandatado por


A e o Pretor vai chamar o A

DIREITO PORTUGUÊS: C vai acionar A

OUTRA SITUAÇÃO – AS COISAS TÊM VICIOS

As coisas que B, mandatado por A comprou têm vícios .

“A” reclama com B porque as coisas que comprou têm vicio.

B diz que comprou a C , então A aciona C

115
EXTINÇÃO DO MANDATO

- Extingue-se com a realização do mandato, se tiver prazo

- Termina por acordo das partes

- Por revogação do mandante (livremente revogável) Direito- romano e


direito português – o mandante pode revogar o mandato quando quiser

- Renuncia do mandatário – pode ter que justificar pois pode causar


danos ao cliente

- Se algum deles morrer

116
CONTRATO DE COMPRA E VENDA -
Art.º 874 CC

- CONSENSUAL - NÃO PRECISA DE FORMA – Art.º 875.º

- EFEITOS DA COMPRA E VENDA – Art.º 879

- VÍCIOS DA COISA Art.º 913.º E AINDA Art.º 911.º E 905.º POR REMISSSÃO
DO 913.º

- VENDAS A RETRO Art.º 927.º

- POR CONTA DE QUEM É QUE O RISCO CORRE SOLUÇÕES


RESOLUTIVAS POR CONTA DO COMPRADOR

SOLUÇÕES SUSPENSIVAS TEM-SE QUE VER – Art.º 796.º N.º 3

- CONTRATO DE SOCIEDADE -Art.º 980.º

- CONTRATO DE LOCAÇÃO DE COISA- Art.º 1022.º

- QUE SE DIVIDE EM ARRENDAMENTO E ALUGUER – Art.º 1023.º

- OBRIGAÇÕES LOCADOR . 1031.º

- OBRIGAÇÕES LOCATARIO 1038.º

- LOCATARIO MERO DENTETOR PODE RECORRER AOS INTRUMENTOS


DA TUTELA DA POSSE APESAR DE NÃO SER POSSUIDOR – 1037 Nº 2

- RESOLUÇAÕ E CADUCIADDE Art.º 1047, Art.º 1048, Art.º 1051

- CONTRATO DE TRABALHO -Art.º 1152.º REMETE PARA O CODIGO DE


TRABALHO

- LOCAÇÃO DA OBRA – Art.º 1207

- CONTRATO DE MANDATO- Art.º 1158.ºe Art.º 1161, Art.º1167, Art.º1178 -


Art.º 1180

117
Aula de 11/11/2021

AS SOCIEDADES , ASSOCIAÇÕES

- Roma já conhecia a figura da personalidade jurídica , mas não para as


sociedades comerciais, apenas para associações.

- Surgiram as sociedades em comandita

- Sociedade por quotas (Lda)- sociedades com poucos sócios ao contraria


das S.A que são enormes.

- Normalmente são sociedades familiares, na CRC adquirem a


personalidade jurídica.

Lda

Sócio A ------Dinheiro 5000


Sócia B------bens 5000
Sócio C------bens 5000
Sócia D ---dinheiro 5000

Este é o património da Sociedade na 1.º dia : 20 000.

A pode ter muito património pessoal :


Casa 1000 000
Banco 2000 000

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Se a sociedade fizer dividas a “F” será o património da sociedade que
vai responder pelas dividas, visto ela ser uma pessoa coletiva com
personalidade jurídica

Os sócios e os seus patrimónios não respondem pelas dividas da


sociedade.

Estes sócios recebem salários e irão participar nos lucros e nas perdas
com o património da sociedade .

Se correr mal o negocio e não houver património ativo para pagar as


dividas pode ir para a insolvência .

Nas sociedades por quotas – Lda – muito raramente o património


pessoal dos sócios responde pelas dividas das sociedades ,

Nas sociedades anónimas – SA- nunca acontece

EM ROMA isso não acontecia , ou seja os 20.000 passavam a ser


propriedade dos 4 sócios , era uma sociedade em condomínio ou em
compropriedade.

Uma vez que as sociedades comerciais em Roma não tinham


personalidade jurídica, quando houvessem dividas seria sempre o
património em condomínio ou em compropriedade que responderia
pelas dividas, se não fosse suficiente ao contrário de hoje, os sócios
teriam que responder por essas mesmas dividas com o seu respetivo
património pessoal/individual

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