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Programação Orçamental Plurianual (QPDP)

O processo orçamental inicia-se com a preparação do quadro plurianual das despesas públicas (QPDP).

No início da Legislatura, o Governo apresenta à Assembleia da República, de harmonia com a lei das Grandes Opções, uma proposta de lei com
o QPDP. A proposta de lei do QPDP deve ser apresentada e debatida simultaneamente com a primeira proposta de Lei do Orçamento do Estado.

Em anos subsequentes da Legislatura, o início do processo orçamental materializa-se na apresentação pelo Governo, à Assembleia da República
até ao dia 15 de abril e, posteriormente, à Comissão Europeia até ao dia 30 de abril, da revisão anual do Programa de Estabilidade, que inclui um
projeto de atualização do QPDP.

A Lei do Orçamento do Estado – a apresentar anualmente à Assembleia da República até 10 de outubro – pode incluir, em consonância com os
objetivos estabelecidos no Programa de Estabilidade, uma atualização do QPDP para os quatro anos seguintes.
Trabalhos Preparatórios
Nesta fase, a Direção-Geral do Orçamento define as regras que orientam a elaboração do projeto de orçamento por cada uma das
entidades constantes da Circular de Preparação do Orçamento do Estado. A DGO, em articulação com a eSPap – Entidade de Serviços
Partilhados da Administração Pública, I.P., prepara o sistema de informação que suporta o carregamento dos projetos de orçamento
pelas entidades da Administração Central, procedendo à construção da estrutura base (classificadores) que suporta o carregamento das
linhas orçamentais.

Em paralelo, a nível governamental, ocorrem as negociações tendo em vista eventuais ajustes aos limites de despesa por programa
orçamental fixados no QPDP. Posteriormente, as tutelas setoriais procedem, sob proposta das Entidades Coordenadoras, à distribuição
dos plafonds dos programas orçamentais pelos diversos organismos.

Proposta de Orçamento
De acordo com o calendário aprovado, as entidades da Administração Central dispõem de um período (normalmente de duas a três
semanas) para submeter o respetivo projeto de orçamento, bem como todos os elementos que o devem acompanhar (conforme
previamente estipulado na Circular de Preparação do Orçamento do Estado), no Sistema do Orçamento do Estado (SOE) ou através
do sítio Internet da DGO.
Durante essa fase, ocorrem contactos de natureza técnica entre a DGO e as entidades sujeitas à obrigação de apresentar projeto de
orçamento, no sentido de esclarecer dúvidas ou solicitar ajustamentos ou elementos eventualmente em falta.

A DGO procede ao controlo do carregamento dos projetos de orçamento e de outros elementos relevantes para a proposta e para o
apuramento de contas das Administrações Públicas, informando regularmente a Tutela.

Análise e Decisão
Findo o período estabelecido para o carregamento dos projetos de orçamento, a DGO elabora relatórios preliminares por programa
orçamental sobre as propostas de orçamento das entidades, a submeter à Tutela. De igual modo, a DGO prepara e elabora a estimativa
da conta das Administrações Públicas para o ano em curso e uma previsão para o ano a que respeita o OE, tanto em Contabilidade
Pública (ou seja, na ótica de caixa, dos recebimentos e pagamentos) quanto em Contabilidade Nacional (contabilidade de acréscimo,
de acordo com o Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais 2010 - SEC 2010), que envia igualmente à Tutela.

Com base nesses elementos e na avaliação da adequação dos resultados das contas aos objetivos para o saldo global das
Administrações Públicas para os dois anos, tomam-se decisões a nível governamental quanto aos ajustamentos a efetuar, sendo que os
que sejam relativos ao ano a que respeita o OE constituem alterações às propostas de orçamento registadas pelas entidades.
Igualmente nesta fase, são tomadas decisões quanto ao nível de cativações a incidir sobre as dotações orçamentais, isto é, verbas que,
mesmo fazendo parte do orçamento de cada entidade, só podem ser utilizadas durante a execução orçamental com a autorização do
Ministro de Estado e das Finanças.

Elaboração da Proposta de Orçamento do Estado


Tomadas as decisões com impacto na Proposta de Orçamento do Estado, ocorre a fase final que antecede a entrega à Assembleia da
República. São então elaborados e compilados os elementos que a compõem: o articulado da Proposta de Lei, centralizado pelos
membros do Governo com a responsabilidade pela área das Finanças; os mapas que integram a Proposta de Lei, os elementos
informativos e os desenvolvimentos orçamentais, produzidos pela DGO com base nos registos no sistema de informação de suporte à
elaboração do OE, e contributos específicos de outras entidades; o Relatório que acompanha a Proposta de Orçamento do Estado,
elaborado com base em contributos de diversas entidades do Ministério das Finanças, das entidades coordenadoras dos programas
orçamentais e de outras entidades.

Em sede de Conselho de Ministros, é formalmente aprovada a Proposta de Orçamento do Estado, posteriormente apresentada à
Assembleia da República e à Comissão Europeia.
Aprovação
Nesta fase, que, nos termos da Lei de Enquadramento Orçamental, tem a duração máxima de 50 dias, ocorre, na Assembleia da
República, a discussão da Proposta de Lei na generalidade e na especialidade.

Numa primeira fase, a Proposta de Lei é votada na generalidade. Se for aprovada, inicia-se a discussão e votação na especialidade.
Nesta última, os Mapas Contabilísticos («Mapas da Lei») que integram a Lei do Orçamento do Estado, bem como cada um dos artigos
que a compõem, são objeto de votação individualizada. Os grupos parlamentares podem propor novos artigos, alterações aos já
existentes ou a eliminação de artigos, bem como novas dotações de despesa ou previsões de receita ou alterações às mesmas. As
propostas apresentadas são igualmente objeto de votação individualizada.

A DGO, os responsáveis da área Tributária e Aduaneira e outras entidades acompanham o processo de votação. Numa fase preliminar,
avaliam o impacto das propostas elaboradas pelos deputados por forma a informar o Governo para efeitos da fase de votação.
Posteriormente, após a aprovação final, são incorporadas as alterações dela resultantes; no que respeita à DGO, estas são introduzidas
no sistema de informação de suporte à elaboração do OE, por forma a serem produzidos os elementos quantitativos inerentes, dos
quais se destacam os Mapas Contabilísticos («Mapas da Lei»), que são entregues pela Tutela à Assembleia da República para
elaboração da versão final da Lei do Orçamento do Estado.
Por último, verifica-se a análise e promulgação da Lei do Orçamento do Estado, já sob a forma de decreto da Assembleia da
República, pelo Presidente da República.

dgo@dgo.gov.pt

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