Você está na página 1de 88

1

UNIVERSIDADE
CANDIDO
MENDES/UCAM
APOSTILA CONT.
FISCAL GESTÃO-
TRIBUTÁRIA
PRODUÇÃO: PROF.
ALBEMAR CUNHA
AGOSTO/2019
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES/UCAM –
MANUAL DE CONT. FISCAL E GESTÃO TRIBUTÁRIA – C/CONTÁBEIS
PRODUÇÃO: PROF. ALBEMAR CUNHA – AGOSTO/2019

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
UNIDADE I – O Direito Tributário e insegurança Jurídica - LEITURA
UNIDADE I(a) – O consumidor brasileiro suporta todos os tributos que
incidem nos produtos, todos embutidos nos preços
ANEXO – Demonstrativo da Carga tributária (fazer em sala)
UNIDADE II – Introdução a Contabilidade Fiscal - LEITURA
UNIDADE III - Noções de Direito Tributário – LEITURA
UNIDADE IV - A Legislação Tributária – LEITURA
UNIDADE IV(a) – As Fontes do Direito Tributário – LEITURA
UNIDADE V - TRIBUTOS - Definição; natureza jurídica; espécies:
Impostos,Taxas, e Contribuições de Melhorias
UNIDADE VI – Princípios Tributários Constitucionais -
ANEXO I – Resumo dos Artigos da CF dos Princípios Constitucionais
ANEXO II - A CF – Estudo dos Princípios Constitucionais Tributários
e o “Sistema Tributário Nacional “
UNIDADE VII - Estudo do Sistema Tributário Nacional – Teoria e
prática de cada um dos Impostos –- LEITURA
UNIDADE VII (a) – Apêndice à Repartição das Receitas Tributárias
(art. 157 à 162 da CF) e Mapas Demonstrativos – LEITURA
UNIDADE VIII – Crédito Tributário - LEITURA
I - Introdução
II – Lançamento
III – Causas Suspensivas do Crédito Tributário (o que o suspende)
IV – Causas Extintivas do Crédito Tributário (o que o extingue)
V – Exclusão do Crédito Tributário – Isenção e Anistia
VI – Garantias e privilégios do Crédito Tributário
VII – Administração Tributária
VIII – Dívida Ativa
IX – Certidões Negativas
UNIDADE IX - IRPJ LUCRO PRESUMIDO –
UNIDADE X - IRPJ / LUCRO REAL com os complementos
UNIDADE X(a) - IRPJ AJUSTES - Lucro Real (PDF-13pg)
UNIDADE X(b) - IRPJ LUCRO REAL ESTIMATIVA - Exercício
UNIDADE XI - JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO –
UNIDADE XII - COFINS E PIS APOSTILA GENÉRICA –
UNIDADE XIII - COFINS E PIS DAS RECEITAS FINANCEIRAS
3

Estudo mais aprofundado


ANEXO I - A CF – Estudo dos Princípios Constitucionais Tributários
e o “Sistema Tributário Nacional “

Leitura de uma LEI: Lei Condensada e Lei Compilada


Exemplo: Lei das S.As.
Aumento Mediante Subscrição de Ações

Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no mínimo, do capital social, a
companhia pode aumentá-lo mediante subscrição pública ou particular de ações.
§ 1º O preço de emissão deve ser fixado tendo em vista a cotação das ações no mercado, o
valor de patrimônio líquido e as perspectivas de rentabilidade da companhia, sem diluição
injustificada da participação dos antigos acionistas, ainda que tenham direito de preferência para
subscrevê-las.
§ 1º O preço de emissão deverá ser fixado,........ (Redação dada pela Lei nº 9.457,
de 1997)
I - a perspectiva de rentabilidade;................. (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
II - o valor do patrimônio líquido da ação; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
III - a cotação de suas ações .......................(Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 2º A assembléia-geral, .................................................................................
§ 3º A subscrição de ações ............................................................................
§ 4º As entradas e as prestações ....................................................................
§ 5º No aumento de capital...............................................................................
6º Ao aumento de capital aplica-se,..................................................................
§ 7º A proposta de aumento do capital;.........(Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997)

Grupo de Contas

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do


patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da
situação financeira da companhia.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez
dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
a) ativo circulante;
b) ativo realizável a longo prazo;
c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.
c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e diferido. (Redação
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
I - ativo circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
II - ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado
e intangível. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – ativo não circulante, ............................(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
a) passivo circulante;
b) passivo exigível a longo prazo;
c) resultados de exercícios futuros;
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação,
reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.
d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
4
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.(Redação dada pela
Lei nº 11.638,de 2007)
I - passivo circulante; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
II - passivo não-circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.(Incluído pela
Medida Provisória nº 449, de 2008)
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
III – patrimônio líquido, dividido.................... (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de
compensar serão classificados separadamente.

Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados


segundo os seguintes critérios:
I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como
investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor; serão
excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de
realização, e será admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para
registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos;
I - as aplicações em instrumentos financeiros.................(Redação dada
pela Lei nº 11.638,de 2007)
a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de aplicações destinadas à
negociação ou disponíveis para venda; e (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis
para venda; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
a) pelo seu valor justo,...(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) pelo valor de custo ...............(Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)
II - os direitos que tiverem...............................................................
III - os investimentos em ..................................................................
IV - os demais investimentos........................................................
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de
aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação,
amortização ou exaustão;
VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem
a sua amortização.
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
VII – os direitos classificados;.................. (Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007)
VIII – os elementos do ativo ...............................(Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007)
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de mercado:
o
§ 1 Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 449, de 2008)
§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo:
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) das matérias-primas e dos.......................................................
b) dos bens ou direitos..................................................................
c) dos investimentos, o valor.........................................................
5
d) dos instrumentos financeiros,..........................(Incluída pela Lei nº
11.638,de 2007)
1) o valor que se pode .............(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
2) o valor presente líquido ...........(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de
precificação de instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº 11.638,de
2007)
§ 2º A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente
nas contas de:
o
§ 2 A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado, intangível e diferido será
registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
o
§ 2 A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada
periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
§ 2o A diminuição do:... (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) depreciação, quando...............................................................
b) amortização, quando .................................................................
c) exaustão, quando corresponder ...............................................
§ 3º Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados periodicamente, em prazo não
superior a 10 (dez) anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser
usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital aplicado
quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que
essas atividades não poderão produzir resultados suficientes para amortizá-los.
o
§ 3 A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores
registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam: (Redação dada pela Lei
nº 11.638,de 2007)
o
§ 3 A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores
registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Medida
Provisória nº 449, de 2008)
§ 3o A companhia:........ (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I – registradas as perdas............(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
II – revisados e ...........................(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis...........................................

INTRODUÇÃO
Unidade I - O direito tributário e a insegurança jurídica

O Brasil sofre há décadas de um mal crônico, que lhe tolhe o crescimento e a harmonia
que deve direcionar todas as instâncias da Administração Pública: uma inflação
legislativa e, o que é pior, com a edição de leis, decretos, portarias e instruções
normativas que, além de numerosas, chocam-se entre si e agridem até mesmo a Carta
Magna, seja violando artigos expressos, seja ofendendo princípios nela consagrados.

Constata-se a produção de leis inconstitucionais que conflitam ou se sobrepõe a


legislações já existentes acabando por criar um novo vetor de insegurança, gerando o
que nenhum País civilizado deseja: instabilidade nas relações econômicas, profissionais
e particulares. Neste cenário, a qualidade dos diplomas legais é fundamental para garantir
a segurança jurídica, a estabilidade do dia-a-dia dos cidadãos. Dados evidenciam que 82%
das leis dos municípios do estado de São Paulo levadas ao exame do Tribunal de Justiça
foram consideradas inconstitucionais nos anos de 2002 e 2003. Extrapolando para os mais
6
de 5 mil municípios brasileiros chegamos a uma conta alarmante. O que é pior; metade das
leis estaduais e quase 20% das leis e normas federais também são inconstitucionais.
Apenas para ilustrar: Vejam o absurdo da população de alguns municípios: 1- Serra
da Saudade (MG) – 825 hab.; 2- Borá (SP) – 834 hab.; 3- Araguainha (MT) – 1.024
hab.; 4- Anhanguera (GO) – 1.082 háb.; 5- Oliveira de Fátima (TO) – 1.085 hab.; 6- Nova
Castilho (SP) – 1.195 hab.; 7- Cedro do Abaeté (MG) – 1.227 hab.; 8- Miguel Leão (PI) –
1.244 hab.) Que tipo de lei pode gerar um Município com tão poucos habitantes, em
termos de conhecimentos jurídicos.

O País nos dá a impressão de que trocamos de leis e de alíquotas como


quem troca de roupa. Vide (exempli gratia), essas instruções normativas confeccionadas
por burocratas que as editam diariamente, como se o País precisasse de uma nova
"instrução" da Secretaria da Receita Federal ou do INSS em cada amanhecer. (exempli
gratia é uma locução latina que significa "por exemplo".
A expressão verbi gratia também tem o mesmo significado. Literalmente, a segunda
seria traduzida como "pela palavra", mas no uso comum ambas são equivalentes.
As duas expressões aparecem sobretudo em textos jurídicos, muitas vezes nas formas
abreviadas e.g. ou v.g. respectivamente),

Há um dispositivo no CTN art. 212 do (abaixo transcrito), que determina a


consolidação anual, em texto único da legislação vigente, relativamente a cada um
dos tributos, até o 31 de Janeiro de cada ano, por Decreto do Executivo, sempre foi
uma letra morta.
Nenhuma das três esferas impositivas vem cumprindo essa determinação da lei
complementar. Ironicamente, quanto mais se exige, por meio de normas de hierarquia
superior, mais se descumpre, por vias de instrumentos legislativos subalternos.

CTN Lei nº 5172 de 25 de outubro de 1966


"Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedirão, por
decreto, dentro de noventa dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em
texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se
esta providência até o dia 31 de janeiro de cada ano."

Exemplo do não cumprimento do art. do CTN – Comentar Decreto-Lei nº 1598/77

LEI Nº 12973/2014 - Altera


Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, passa a vigorar com as seguintes
alterações: (Vigência) - 1º de janeiro de 2015

“Art. 15. O custo de aquisição de bens do ativo não circulante imobilizado e intangível não
poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor
unitário não superior a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) ou prazo de vida útil não
superior a 1 (um) ano.

Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977 - Já está modificado

Art. 15. O custo de aquisição de bens do ativo não circulante imobilizado e intangível não
poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor
7
unitário não superior a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) ou prazo de vida útil não superior
a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência)

DECRETO Nº 3.000/1999 (RIR) – Não está modificado

Art. 301. O custo de aquisição de bens do ativo permanente não poderá ser
deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor
unitário não superior a ($326,61) trezentos e vinte e seis reais e sessenta
e um centavos, ou prazo de vida útil que não ultrapasse um ano (Decreto-
Lei nº 1.598, de 1977, art. 15, Lei nº 8.218, de 1991, art. 20, Lei nº 8.383, de
1991, art. 3º, inciso II, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 30). - ainda não
modificado conforme a Lei nº 12973/2014. foi introduzido agora no novo
RIR – Decreto nº 9.580 de 22/11/2019

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

UNIDADE I(a)
O consumidor brasileiro paga todos os impostos das empresas já embutidos nos
preços
O consumidor brasileiro sabe que paga impostos mas, desconhece o
quanto e o que paga; como também imagina que as empresas são sacrificadas pela
maior carga tributária do universo.
Sem dúvida a carga tributária das empresas é uma das maiores do planeta
inviabilizando qualquer negócio no país caso não seja bem administrado, pois com essa
carga tributária os preços dos produtos e serviços ficam muito elevados dificultando as
exportações como também a venda para o consumo interno e a concorrência desleal dos
produtos importados, que em muitos casos tem mais atrativos do que os fabricados no
nosso país.
A maioria dos consumidores desconhece que, as empresas repassam todos
custos, impostos, encargos e contribuições sociais nos preços dos produtos, como
também seus lucros e o imposto de renda e a contribuição social sobre esses lucros.

As empresas tem uma função importante na economia, como também na vida de


cada cidadão, pois dão empregos, mas dependem do cidadão como consumidor de seus
produtos e serviços. Os empresários investem seus recursos próprios nos negócios,
esperando um bom retorno desses investimentos.
O cidadão e consumidor brasileiro além de pagar todos os tributos (impostos, taxas
e contribuições) e ainda, os lucros das empresas, paga também como contribuinte os
próprios impostos e gastos que seriam alguns de responsabilidade do "Governo", tais
como: educação, saúde, habitação, segurança e outros.
Em outros países os impostos sobre o consumo é baixo; nos Estados Unidos em
média o consumidor final paga 6% a 7%, já no Brasil paga-se em média (?!!) 32% que
são; ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS, chamados de impostos sobre as vendas ou impostos
indiretos; como dissemos já estão embutidos nos preços de vendas dos produtos.
Os chamados impostos sobre a renda ou sobre o lucro das empresas, no Brasil a
carga é de (+-) 34% sobre o Lucro Final das empresas, antes do Imposto de Renda e da
8
Contribuição Social, também embutidos nos preços dos produtos.
Também as empresas pagam para o INSS como contribuição a taxa de 25,8 % e
mais RAT/SAT de 1%, 2% ou 3% sobre a folha de pagamento, mais 8% de FGTS, sobre
a mesma folha de pagamento, da mesma maneira embutidos nos preços dos produtos
Alem disso esse consumidor contribuinte terá mensalmente a retenção de
imposto de renda sobre seu salário, que não é renda, pois ainda você tem que pagar a
alimentação da família, os remédios, o aluguel, a escola, o convênio médico e outros
gastos mais para que a sobra seja uma renda, não da maneira como é feito pela Receita
Federal na sua retenção mensal compulsória e na Declaração de Imposto de Renda
Anual.
Com todas essas taxações, sem contar com o IPTU, de seu imóvel e o IPVA e
Seguro de seu carro, não sobra quase nada para comprar ou trocar os bens duráveis
(carro, geladeira, fogão, micro-ondas, móveis, etc.), sem consumo não tem vendas, e não
tem produção e gera desemprego e as empresas fecham ou mudam-se para outros
países onde a carga tributária é em média 35% mais baixa que a nossa.
Para que esse país venha a crescer, por volta de 6% a 7%, primeiramente o
"Governo" terá que dar o exemplo, diminuindo os gastos públicos, reduzindo as taxas de
juros, desvalorizando o Real (valorizar o dólar) até R$ ??? em relação ao dólar para
favorecer as exportações, e permitir que a inflação seja igual ao crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto).
Autor: Claudio Raza; Mestrado em Educação, Administração e Comunicação, Pós-
graduado em Gestão Estratégica de Pessoas para Negócios, Economista, Contador,
Professor Universitário, Palestrante e Empresário
9

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / U C A M = PROF. CUNHA -


CONT. FISCAL E TRIBUTÁRIA - 6º PER - JAN/2018
MAPA DEMONSTRATIVO DE CARGA TRIBUTÁRIA

COMPONENTES DO PREÇO FATOR TRIB PREÇO NOTA


PROD ACUM.

1 - MATÉRIA PRIMA 100,00 100,00


2 - MATERIAL ACESSÓRIO-SECUNDÁRIO 40,00 40,00

3 - TOTAL MATERIAL DIRETO (GERA CRÉD COF/PIS) 140,00 140,00

4 - SALÁRIO DIRETO (+ DIREITOS TRABALHISTAS) 45,00


5 - ENCARGOS SOCIAIS (40%)
6- SERVIÇOS TERCEIRIZADOS 20,00
7 - OUTROS CUSTOS DE PROD(GERA CRÉD COF/PIS) 12,00

8 - CUSTO DE PRODUÇÃO (3+4+5+6+7)

9 - CUSTO DE DISTRIBUIÇÃO 15,00


10 - MARGEM/ LUCRO DO PROD (50%) INDÚSTRIA 66,00%
11 - I/R e CSLL (34% DE $ 189) ($ 125/66% = $ 189) P/D 72,75%
12 - ICMS + PIS E COFINS VENDA ATACADO (27,25%
CALCULADO P/DENTRO) = INDIRETO
(-) PIS/COFINS (9,25%) S/CUSTOS (ITENS 3+7) =$ 152
13 - IPI VENDA ATACADO (4% CALCULO POR FORA)

14 - PREÇO VENDA ATACADO (8+9+10+11+12+13)

15 - SALÁRIO DIRETO DO REVENDEDOR 45,00


16 - ENCARGOS SOCIAIS NO REVENDEDOR (40%)
17 - MARGEM LUCRO DO REVENDEDOR (35% x (16) 66,00%
18 - I/R e CSLL (34% DE $ 236 ($ 236/66 = $ 357 P/D) 72,75%
19- ICMS+ PIS/COFINS COMÉRCIO (27,25% P/DT)
(-) CRÉD ICMS S/COMPRA ATACADO(14) =18% X 613
(-) PIS/COFINS COMPRA (ITEM 14 = $ 613,00 X 9,25%)
20 - PREÇO P/CONSUM FINAL (14+15+16+17+18+19)

TRIB. INDIRETOS=(5+12+13+16+19) $611-$181)= $ X


$ 100 = TRIB INDIRETOS

TRIBUTOS DIRETOS = (11+18) $ X


$ 100 = TRIB DIRETOS
10

UNIDADE II – Introdução a Contabilidade Fiscal - LEITURA


O presente estudo contém uma análise superficial dos objetivos da contabilidade
tradicional e da contabilidade tributária, não tendo portanto a pretensão de esgotar o
tema. O seu objetivo é caracterizar a Contabilidade Tradicional e a Contabilidade
Tributária no Brasil bem como seus objetivos.

Atualmente, na busca do melhor resultado para suas organizações, investidores e


empresários dispõem de diversas alternativas para a aplicação de seus recursos
excedentes.

Novos empreendimentos, aplicações financeiras de longo prazo, investimentos em


mercados de ações, dentre outros, são exemplos das inúmeras alternativas de aplicação
de seus ganhos.

Apesar da multiplicidade de alternativas apontadas, o desejo de empreender não pode


ser confundido com uma mera aventura especulativa. Riscos de diversas naturezas
envolvem os negócios empresariais tornando indispensável um aprofundado estudo
sobre o empreendimento que se colima realizar. Dentre os risco de maior magnitude,
destaca-se a crescente e complexa carga tributária brasileira, atualmente a maior da
América Latina e a quinta maior do mundo. Nesse sentido, mister o desenvolvimento de
estudos da carga tributária que envolve o negócio com o objetivo de minimizar o impacto
tributário sobre a operação (planejamento tributário).

Para dar suporte ao implemento das ações elisivas, necessário o desenvolvimento de


um ambiente contábil pautado pela qualidade e celeridade nas informações contábeis.
Nesse diapasão, a contabilidade deve traduzir, com maior aproximação possível, a
realidade contábil e financeira da empresa.

Destarte, o objetivo desse trabalho é apenas alertar para a importância da contabilidade


(fiscal e escritural) no processo decisório de novos investimentos, bem como na
maximização da gestão financeira das pessoas jurídicas.

2 – Conceito de Contabilidade

De forma pragmática, a Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de


orientação, controle e registro dos atos e fatos de uma administração econômica,
servindo como ferramenta para o gerenciamento da evolução do patrimônio de uma
entidade e, principalmente, para a prestação de contas entre os sócios e demais
usuários, entre os quais se destacam as autoridades responsáveis pela a arrecadação
dos tributos de uma nação ou região.

O I Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em setembro de 1924, aprovou a


primeira definição oficial de contabilidade no Brasil, dispondo o seguinte:

“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e


registro relativo aos atos e fatos da administração econômica”.

Francisco D’Auria1 , por sua vez, assim à define:

1
D’AURIA Francisco. Contabilidade Noções Preliminares.Nacional,1962.
11
“... a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam
os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada exercício social o
resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade”.

Do sumo desses conceitos, pode-se afirmar que a contabilidade tradicional é um sistema


de informações e avaliação, destinado a prover seus usuários com demonstrações e
análises de natureza econômica, financeira física e de produtividade, decorrentes dos
fatos e atos jurídicos praticados pela empresa.

3 - Objetivos da Contabilidade

A Contabilidade tem o patrimônio das empresas como seu objeto de estudo e o seu
objetivo é revelar como se encontra e quais os fatores que proporcionaram mutações ao
mesmo, fornecendo assim, informações úteis à tomada de decisões. Nos Estados Unidos
por exemplo, as informações contábeis são produzidas principalmente para os pequenos
e médios investidores, enquanto que no Brasil são destinadas principalmente ao Fisco,
não havendo muita transparência nos demonstrativos contábeis.

Iudicibus2 leciona que: “... o estabelecimento dos objetivos da contabilidade pode ser feito
na base de duas abordagens distintas: ou consideramos que o objetivo da contabilidade é
fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de
informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de
usuários, ou a contabilidade deveria ser capaz e responsável pela a apresentação de
cadastros de informações totalmente diferenciados, para cada tipo de usuário”.

O dever de demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício de forma clara


e precisa, e rigorosamente de acordo com os conceitos, princípios e normas básicas é da
contabilidade. O resultado apurado deve ser economicamente exato.

O objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação útil para a tomada
de decisões econômicas.

4 – Conceito de Contabilidade Tributaria

Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade que estuda, analisa e controla as


obrigações tributárias da empresa em consonância com a Legislação Tributária de forma
que possibilite ao empresário analisar a carga de tributos recolhidos pela empresa,
permitindo a execução de um planejamento tributário e evitando possíveis sanções
fiscais.

Láudio Camargo Fabretti3 define Contabilidade Tributária como sendo:

“O ramo da Contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos,


princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma
simultânea e adequada.”
12
5 - Objetivos da Contabilidade Tributaria “ou Financeira” o destaque é meu

Segundo Láudio Camargo Fabretti³ “...o objetivo da contabilidade é apurar com


exatidão o resultado econômico do exercício social, demonstrando de forma clara e
sintética, para, em seguida, através da Contabilidade Tributária atender de forma
extra contábil as exigências, como por exemplo, das legislações do Imposto de Renda
das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o lucro (CSL) determinando
a base de cálculo fiscal para formação das provisões destinadas ao pagamento desses
tributos, as quais serão abatidas do resultado econômico (Contábil), para determinação
do lucro liquido à disposição dos acionistas, sócios ou titular de firma individual”.
Conhecer os objetivos da contabilidade tributária é essencial para o contador, pois só
então ele poderá elaborar os procedimentos a serem adotados pela equipe de
contabilidade para atingir os objetivos e as metas traçadas.

Os principais objetivos da contabilidade tributária podem ser elencados da seguinte


forma segundo Luís Martins Oliveira ET.(e outros)4.

 Apurar com exatidão o resultado tributável – ou do lucro real – de determinado


exercício fiscal, com base na legislação pertinente, para cálculo e formação das provisões
contábeis destinadas ao pagamento dos tributos incidentes sobre o lucro da entidade;
 O registro contábil das provisões relativas aos tributos a recolher, em obediência
aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, pois como parte integrante do sistema de
informações da empresa, a Contabilidade Tributária tem a responsabilidade de
informar, correta e oportunamente, o valor das diversas provisões para recolhimento dos
tributos, de acordo com o princípio contábil da competência de exercícios;
 Escrituração dos documentos fiscais em livros fiscais próprios ou registros
auxiliares, para apurar e determinar o montante do tributo a ser recolhido dentro do prazo
após encerramento do período de apuração;
 Preenchimento de guias de recolhimento, informando ao Setor Financeiro e de
Contas a Pagar da entidade sobre o valor e os prazos de recolhimento, além de emitir e
providenciar a entrega aos respectivos órgãos competentes dos formulários estabelecidos
pela legislação pertinente;
 Orientação fiscal para todas as unidades da empresa (filiais, fábricas,
departamentos) ou das sociedades coligadas e controladas.
A correta orientação fiscal e tributária para as demais unidades ou empresas pode
representar relevantes economias com os impostos. Ex: o local da instalação da
fábrica, ou mesmo o local de origem de determinadas matérias-primas, pode
significar menor carga tributária;
 Orientação, treinamento e constante supervisão dos funcionários do setor de
tributos.

6 – Conclusão

A Contabilidade possui várias ramificações, ou seja, estudos voltados à áreas


específicas, dentre estas ramificações temos a Contabilidade Tributária, cujo objeto
principal são os tributos. Do ponto de vista das empresas, o objetivo da mesma é
aplicar a legislação tributária, de forma menos onerosa às entidades empresarias
(VIM, 26/01/08) (ver também elisão fiscal).

2
IUDÍCIBUS, Sérgio. Teoria da Contabilidade Atlas, 2000. P.19
3
CAMARGO, Fabretti, Láudio. 3A Edição Contabilidade Tributária. Ed Atlas,1997. P.25.
13
Do ponto de vista geral, a Contabilidade Tributária (ver tributo) é um campo de estudo e
de aplicação das Ciências Contábeis, que se ocupa não somente da contabilização por
meio de lançamentos adequados das operações das empresas que produzam o fato
gerador dos tributos incidentes sobre lucros ou resultados superavitários que geram
obrigações tributárias principais, como também tudo o que já foi mencionado acima
com relação aos principais objetivos. No Brasil os referidos tributos são de legislação
da União, basicamente Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;
do Estado e do Município.

Outros tributos brasileiros exigem escrituração e cálculos diversos, não só da União, mas
também dos estados, municípios e Distrito Federal. A rigor, essa especialização não faz
parte da Contabilidade Tributária, mas de uma atividade específica conhecida como
Escrita ou Escrituração Fiscal,
cuja realização depende de conhecimento da legislação de cada tributo, sem envolver
conhecimentos mais amplos sobre Teoria Contábil e Economia Empresarial, por exemplo.

Oliveira et all (2003) conceituam a Contabilidade Tributária como o ramo da contabilidade


responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma
empresa, ou grupo de empresas, adaptando ao dia-a-dia empresarial as obrigações
tributárias, de forma a não expor a entidade às possíveis sanções fiscais e legais.

Fabretti (2001:27) conceitua a Contabilidade Tributária como “o ramo da contabilidade


que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da
contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada.”

No Brasil, houve uma verdadeira intervenção por parte dos legisladores do imposto de
renda na escrituração contábil das empresas e, indiretamente, na própria contablidade. E
que se tornou sistemática com o advento do Decreto-lei n° 1.598/77, que definiu o que
seria Lucro Real.

Alguns principios impostos pela legislação nessa área:


 A interpretação da legislação tributária levará em conta os principios de
contabilidade geralmente aceitos (ver princípios contábeis) somente quando não
resultarem em redução do imposto de renda devido.
 Os gastos das empresas para serem dedutiveis e não serem considerados
indedutíveis no imposto de renda, devem estar "a priori" registrados como "despesas" ou
"custos" na escrituração contábil, revestidos de documentação hábil e idônea.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxx
14

UNIDADE III - Noções de Direito Tributário

O que é Direito Tributario?

Se o Direito consiste no conjunto de normas, regras e princípios que disciplinam as


relações sociais, é correto dizer que Direito Tributário é o conjunto de normas, regras e
princípios que disciplinam a relação jurídica tributária.

Tal afirmação decorre do fato que toda e qualquer matéria do direito para que receba a
qualificação jurídica de disciplina jurídica deve ter normas, regras e princípios jurídicos
próprios que proporcionem o estudo de forma didaticamente autônoma. Por tais razões
se diz que:

Direito Tributário.- “É norma de Direito Público, pois, tende sempre a regular um


interesse direto ou indireto, do próprio Estado e os particulares. Criado para reger o
sistema de arrecadação de receitas derivado do seu poder de soberania. É o conjunto de
princípios e normas jurídicas que regulam as relações entre o Estado e os particulares no
que se refere à Instituição, Arrecadação e a Fiscalização de Tributos resultantes do
seu poder soberano, seja impondo um princípio de caráter político e soberano, seja
para administrar os negócios públicos, seja para defender a sociedade, que se indica o
próprio alicerce do poder público”.

Há duas maneiras complementares de fazer-se a distinção entre Direito Público e


Privado, uma atendendo ao conteúdo; a outra com base no elemento formal, mas sem
corte rígidos, de conformidade com o seguinte esquema, que leva em conta as notas
distintivas prevalecentes:

a.- quanto ao conteúdo ou objeto da relação jurídica


i) quando é visado imediata e prevalecentemente o interesse geral, o direito é Público;
ii) quando imediato e prevalecente o interesse particular, o direito é Privado

b.- quanto à forma da relação jurídica


i) se a relação é de subordinação, trata-se, geralmente, de Direito Público;
ii) se a relação é de coordenação, trata-se, geralmente, de Direito Privado.

Resumindo:
Direito Público:
a) quando é visado imediata e prevalecentemente o interesse geral, o direito é Público;
(conteúdo)
b) se a relação é de subordinação, trata-se, geralmente, de Direito Público; (forma da
relação jurídica)

Direito Privado
a) quando imediato e prevalecente o interesse particular, o direito é Privado
(conteúdo)
b) se a relação é de coordenação, trata-se, geralmente, de Direito Privado. (forma da
relação jurídica)
Existem outras definições de Direito Tributário – Cada autor da obra tem a sua
15
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

UNIDADE IV - A Legislação Tributária


1 - As fontes do Direito Tributário – LEITURA

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA: Vejamos o artigo 96 do CTN Lei nº 5.172 de 25/10/1966

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as


convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no
todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
São, portanto, as normas que regulam as relações tributárias entre os contribuintes e o
Estado.

“Exemplo para entendimento de “no todo ou em parte”:

COFINS – AUMENTO DE ALÍQUOTA DE 4% PARA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Por força do artigo 18 da Lei 10.684/2003, a partir de 01.09.2003 a alíquota da


COFINS fica elevada para 4% (quatro por cento) para as pessoas jurídicas referidas
nos §§ 6º e 8º do art. 3 da Lei 9.718/1998 (adiante descritas):
 bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros
privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e
entidades de previdência privada abertas e fechadas e
 pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos

EPÍGRAFE: LEI No 10.684, DE 30 DE MAIO DE 2003 - DOU 31.5.2003


EMENTA – Altera a legislação tributária, dispõe sobre parcelamento de
débitos junto à Secretaria da Receita Federal, à Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional e ao Instituto Nacional do Seguro Social e dá outras
providências.
.
PREÂMBULO - O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: -

ENUNCIADO ou ESPECIFICAÇÃO; o art. 1º será sempre Enunciado ou Especificação.

Art. 1o Os débitos junto à Secretaria da Receita Federal ou à Procuradoria-Geral da


Fazenda Nacional, com vencimento até 28 de fevereiro de 2003, poderão ser parcelados
em até cento e oitenta prestações mensais e sucessivas.

Art. 18. Fica elevada para quatro (4%) por cento a alíquota da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social – COFINS devida pelas pessoas jurídicas referidas
nos §§ 6o e 8o do art. 3o da Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998.

Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos:
I – em relação ao art. 17, a partir de 1o de janeiro de 2003;
II – em relação ao art. 25, a partir de 1o de fevereiro de 2003;
16
III - em relação aos arts. 18, 19, 20 e 22, a partir do mês subsequente ao do termo
final do prazo nonagesimal, a que refere o § 6o do art. 195 da Constituição Federal.

Brasília, 30 de maio de 2003; 182o da Independência e 115o da República.


Embora o artigo 96 enumere uma pequena lista de atos normativos, devemos entender
que a legislação compreende todo o ato normativo que disponha sobre matéria tributária,
desde a própria Constituição Federal até os atos administrativos normativos emanados
pelas autoridades tributárias.

LEIS ESPECÍFICAS

LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.

Dispõe sobre as Sociedades por Ações.

DECRETO-LEI Nº 1.598, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1977.


Altera a legislação do imposto sobre a renda.

Existe distinção entre Lei e Legislação. Lei, é um princípio, um preceito, uma


norma, criada para estabelecer as regras que devem ser seguidas, é um ordenamento. Do
Latim "lex" que significa "lei" - uma obrigação imposta.

Em uma sociedade, a função das leis é controlar os comportamentos e ações dos


indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade.

No âmbito do Direito, a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva do poder
legislativo ou de autoridade legítima, que constitui os direitos e deveres numa comunidade.
No âmbito constitucional, as leis são as normas produzidas pelo Estado. São emanadas
do Poder Legislativo e promulgadas pelo Presidente da República.

A Legislação é um conjunto de espécies normativas que contém um preceito e muitas


vezes pode também prever uma sanção. Pode ser um Decreto, uma Portaria, uma Medida
Provisória, uma Resolução, um Tratado Internacional, e até mesmo a própria Lei.

Lei em sentido amplo e Lei em sentido estrito

Em Direito, a palavra Lei pode possuir sentidos diferentes. O primeiro deles é o sentido
estrito, que diz que a lei é norma legal devidamente produzida pelo processo legislativo,
ou seja, as leis complementares e ordinárias.

Já o sentido amplo da palavra lei se refere a qualquer norma jurídica, compreendidas as


normas primárias e também as normas infralegais, por exemplo, um decreto regulamentar.
17
Resumindo:

Lei em sentido formal – é a norma jurídica com designação formal de lei, caso das leis
ordinárias, complementares e delegadas.

Lei em sentido material - é toda e qualquer norma jurídica, com qualquer tipificação
legal, com conteúdo genérico e normatividade abstrata.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

2 - Vigência e aplicação da Legislação Tributária

A vigência é a qualidade daquilo que está em vigor. A lei está em vigor quando
completou todos os trâmites para a sua formação, estando, portanto, pronta e acabada, e
ainda, apta para irradiar seus efeitos. É a chamada aptidão da lei para surtir os efeitos
que lhe são próprios. Alguns autores se referem à vigência como sinônimo de publicação
ou de validade; esses estudiosos dizem que o atributo da lei irradiar seus efeitos é
atinente à eficácia e não à vigência.

Para os nossos estudos, entretanto, continuaremos utilizando uma abordagem tradicional


respaldada na literalidade do art. 104, do CTN. Portanto, vigência como qualidade da lei
que já está podendo surtir os efeitos pretendidos no seu texto.

A aplicação se atina à possibilidade de uma norma incidir sobre um evento ocorrido,


desde que este coincida com a hipótese de incidência (fato gerador, para o CTN) prevista
na lei.

2.1- Vigência

A lei que institua ou majore tributo só entra em vigor no primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que a lei haja sido publicada (art. 104, CTN) – princípio da
anterioridade.
O art. 103 do CTN, por sua vez, disciplina a vigência das normas complementares vistas
no art. 100.
A Lei de Introdução ao Código Civil rege as disposições relativas à vigência das leis no
geral, e relata que, no Brasil a lei entra em vigor 45 dias após a sua
publicação; no exterior, o prazo é de 03 meses após sua publicação. A LICC admite
que a própria lei disponha sobre a sua vigência, o que, hoje, é regra geral, coincide com a
data da sua publicação.

LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.


Institui o Código Civil.
Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua publicação.

A LICC deve ser utilizada para a vigência da legislação tributária (art. 101, CTN), desde
que o instrumento legal não seja uma norma complementar (art. 103, CTN), ou que não
seja uma lei tratando das hipóteses previstas no art. 104 do CTN, pois para esta última,
deve-se respeitar o princípio da anterioridade.
18
O período de tempo transcorrido entre a publicação da lei e o marco inicial da sua
vigência é chamado de vacatio legis (vacância da lei). Este lapso temporal somente não
ocorrerá caso a lei entre em vigor na data de sua publicação.

2.2- Aplicação

A aplicação da lei deve respeitar, no geral, observar ao princípio da irretroatividade.


Aplica-se normalmente a lei no que se concerne aos fatos futuros (princípio da
irretroatividade da lei) e aos pendentes, assim compreendidos como aqueles cuja
ocorrência tenha se iniciado, mas não tenha se completado, conforme art. 105 e 116 do
CTN.

Os fatos geradores pendentes são aqueles cujos eventos que motivam a incidência
tributária são continuados, a exemplo do IR, na modalidade em que se espera o final do
ano-base para se consumar.

O art. 106 do CTN nos conduz aos fatos pretéritos, com o seu inciso I se referindo à
retroatividade tocante a questões meramente interpretativas. Observem no texto legal que
não haverá retroatividade da lei meramente interpretativa que comine aplicação de
penalidade.

O inciso II, por seu turno, remete-nos a outros casos de retroatividade, com as suas
alíneas se referindo, segundo a boa doutrina, às infrações e suas respectivas
penalidades. Aqui outra observação importantíssima: lei nova que ofereça um tratamento
mais favorável a um ato pretérito do sujeito passivo retroagirá, apenas se o tal ato não
tiver sido definitivamente julgado.

Não há, portanto, exceção ao princípio da irretroatividade, já que este se refere à


instituição e majoração de tributos, enquanto que as situações previstas no art. 106, não
abordam tal temática: limitam-se a interpretações (I) ou a tópicos envolvendo
infrações/penalidades (II), e estas, já sabemos, não se confundem com o conceito de
tributo (não constitui sanção a ato ilícito...).

Para Conhecimento:

Ab-rogação >> Lei anterior é totalmente revogada pela lei nova que necessariamente
não substitui seu conteúdo
Sub-rogação >> Lei anterior totalmente revogada substituindo seu conteúdo
Derrogação >> Lei anterior é parcialmente revogada

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
19

UNIDADE IV(a) – FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

“As leis e as salsichas, melhor não saber como são feitas”. – autor desconhecido

1. Conceito de Fonte:
A palavra fonte significa origem ou causa de alguma coisa. Fonte do direito tributário
refere-se à origem do direito tributário.
"As fontes do direito são modos de formação e revelação das normas jurídicas"
(Ascensão).
As fontes do direito são o ponto de partida para a busca da norma. Na fonte está
contida a norma jurídica. É o elemento que contém a norma

2. Classificação das fontes:


O direito tributário possui fontes formais e materiais.

- Fontes materiais: Fato social e valor são a matéria prima de fontes materiais do
Direito. São os elementos constitutivos para elaboração das normas jurídicas. Alguma
alteração no relacionamento entre as pessoas onde ainda não existe lei para
disciplinar as condutas aliada ao clamor da sociedade é motivo relevante para fazer
surgir uma nova lei. As fontes materiais são, portanto, os fatos do mundo real sobre
os quais haverá a incidência tributária. São os fatos geradores da incidência tributária.
Ex: Os produtos industrializados, as operações de crédito e etc.

- Fontes formais: As fontes formais são os atos normativos, os veículos que


introduzem regras tributárias no sistema, delas se extraindo o sentido das normas. As
fontes formais são formadas pelas normas constitucionais, emendas constitucionais, leis
complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos
legislativos e resoluções (art 59 da CF).

Espécies de fontes formais:

 Fontes formais primárias (principais ou imediatas): São fontes que modificam


o ordenamento jurídico. Ex: Constituição Federal, Emenda Constitucional, Lei
Complementar, Lei Ordinária, Lei Delegada, Decreto Legislativo, Resolução do
Senado e etc.

 Fontes formais secundárias: Diferentemente das fontes primárias, não modificam


o ordenamento jurídico, apenas conferem executividade aos dispositivos
primários. Ex: Decreto regulamentar, regulamento, instruções ministeriais, portarias,
ordens de serviço, normas complementares e etc.

- Fontes não formais. (Costumes, Jurisprudência e Doutrina)

Os costumes, conforme descreve Bernardo Ribeiro de Moraes, são regras de conduta,


surgidas da consciência comum do povo, pela sua prática constante e uniforme sob a
convicção de que têm caráter de força jurídica.

A jurisprudência, no conceito de Ruy Barbosa Nogueira, é o conjunto de soluções dadas


pelo Poder Judiciário às questões de direito, quando no mesmo sentido, ou seja,
uniforme. Esta fonte do Direito, ao contrário das fontes formais, não tem caráter
obrigatório, servindo apenas de precedente, como modelo de decisão.
20

A doutrina, também segundo Ruy Barbosa Nogueira, é a produção de doutores, juristas


e estudiosos do Direito, constituída pela elaboração de conceitos, explicação de institutos
jurídicos, métodos de interpretação, enfim, de sistematizações que vamos encontrar na
literatura relativa ao Direito.
Desta forma, ao se referir à legislação tributária como leis, tratados e convenções
internacionais, decretos e normas complementares, o legislador está se referindo às
fontes formais do Direito Tributário

3. Fontes do direito tributário:


Somente a Lei (regra escrita expedida pelo poder competente, dotada de obrigatoriedade
e generalidade para ordenar condutas humanas) é fonte do direito tributário. Ficaram
excluídas a doutrina, jurisprudência e costume, que são as fontes não formais

O QUE NOS LEVA À SEGUINTE CONCLUSÃO

Principais/Primárias Secundárias:
Normas Constitucionais/CF Decretos e Regulamentos
Emendas Constitucionais Instruções Ministeriais
Leis Complementares Portarias
Leis Delegadas Ordens de Serviços
Leis ordinárias Resoluções do Senado
Medida Provisória Decretos Legislativos
*** Assunto polêmico: uns acham que são Fontes Primárias, ao passo que outros
acham que são Fontes Secundárias.
21

Hierarquia dos Instrumentos normativos que criam tributos

1. Noções gerais:
A Constituição Federal não criou nenhum tributo, apenas estabeleceu
competência (regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas os criassem
através de lei (Princípio da legalidade). Portanto, é a lei que obriga o pagamento do
tributo e não a Constituição Federal.
Da mesma forma que só é possível criar ou majorar tributos por meio de lei, também só é
possível diminuir ou isentar tributos, perdoar débitos, descrever infrações e cominar
sanções, criar obrigações acessórias e etc., por meio de lei (art. 97 do CTN).

2. Instrumentos normativos que criam ou versem sobre tributos:


2.1 – Constituição Federal
2.2 - Emendas Constitucionais
2.3 - Lei complementar
2.4 - Lei ordinária.
2.5 - Lei Delegada
2.6 - Medida provisória

2.1 – Constituição Federal -


É na Carta da República que (CF = Carta Magna), direta ou indiretamente, encontramos
o sustentáculo do Direito Constitucional Tributário Positivo, porque é a sua primeira e
principal fonte.
Contempla a Constituição a principiologia básico-normativa atinente aos tributos,
bem como o apanágio da soberania do Estado e os limites do seu poder de tributar.
O Sistema Tributário Nacional vem contemplado no Título VI, Capítulo I, da Magna
Carta, que trata:
 dos princípios gerais (Seção I, arts. 145-149);
 das limitações do poder de tributar (Seção II, arts. 150-152);
 dos impostos da União (Seção III, arts. 153-154);
 dos impostos dos Estados e do Distrito Federal (Seção IV, art. 155);
 dos impostos dos Municípios (Seção V, art. 156); e
 da repartição das receitas tributárias (Seção VI, arts. 157-162).

A Constituição, no dizer de Paulo de Barros Carvalho (1991, p. 45), é o


instrumento primeiro e soberano que se "sobrepõe aos demais veículos introdutórios de
normas".
Ainda que in abstracto, encontramos na Lei Maior a descrição de vários tributos,
sendo estabelecidas, ainda, referências às taxas e às hipóteses em que estas são
admitidas; à contribuição de melhoria e seus pressupostos; e ao delineamento dos
empréstimos compulsórios.
Cumpre salientar que a Constituição, conquanto seja considerada a Lei Tributária
Fundamental, não cria tributos. A competência tributária (direito de criar o tributo), esgota-
se na lei. Editada a norma, afasta-se aquela expressão (competência tributária), vez que
surge a capacidade tributária ativa (direito de arrecadar o tributo, após a ocorrência do
fato imponível).
22
A competência tributária, assim, não sai da esfera do legislativo, pois exaure-se
com a edição da lei (tributária). Apenas o Legislativo pode criar tributos.
É na Constituição que encontramos a delimitação e fracionamento da competência
tributária, pelo que a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, receberam
cada qual um campo tributável próprio.

A competência tributária é tema exclusivamente constitucional, o qual foi esgotado


pelo constituinte, sendo a Constituição, para as pessoas políticas, a Carta das
Competências.

Em epítome (síntese, resumo), a Constituição não criou e nem cria tributos (pois
este é objeto de Lei Ordinária ou Lei Complementar), apenas atribuiu competências
para que as pessoas políticas, por meio de lei, venham a fazê-lo.

2 - Emendas Constitucionais
A Constituição deve refletir a realidade social, impondo-se-lhe, por corolário, a evolução,
mediante sujeição às emendas (reforma ou revisão parcial de uma ou de diversas regras
constitucionais), excepcionadas as matérias enunciadas no seu art. 60, § 4º, I a IV, tendo
em vista que não se admite a abolição da forma federativa de Estado; do voto direto,
secreto, universal e periódico; da separação dos Poderes; e dos direitos e garantias
fundamentais.
A Constituição, por ser a Lei Fundamental, deve ser estável, porém, mutável.
É nesse sentido que ela (Constituição) própria incorpora as regras do processo legislativo
constitucional para sua emenda (CF, art. 59, I), referindo-se aos procedimentos
concernentes à sua proposta, discussão, promulgação e exceções.

2.3 - Lei complementar:

Lei complementar é a espécie normativa utilizada nas matérias expressamente previstas na


Constituição Federal. As hipóteses de regulamentação da Constituição por meio de lei
complementar foram taxativamente previstas na Constituição Federal.
Quando o constituinte quer se referir a uma lei complementar trará no texto a
expressão “lei complementar”. Ex: Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis (art. 59, parágrafo único da CF).

A lei complementar será aprovada por maioria absoluta de seus membros (art. 69 da CF).
Maioria absoluta refere-se aos membros integrantes da casa.
“MAIORIA ABSOLUTA é a metade do número total de indivíduos que compõe o grupo
mais um ou mais meio. Assim sendo, caso o grupo tenha 40 integrantes, a maioria
absoluta será 21 (metade mais um), enquanto que se o grupo tiver 41 integrantes, a
maioria absoluta também corresponderá a 21 (metade mais meio, já que a metade de
41 é 20,5). Tomando-se como exemplo o Senado Federal do Brasil, que atualmente é
composto por 81 senadores, votações que exigem a maioria absoluta (aprovação de
uma lei complementar, por exemplo) dependem da aprovação de 41 senadores. É o
quórum equivalente ao primeiro número inteiro superior à metade do colegiado a que se
referir e que pode ser requerido para conferir validade a determinado ato ou reunião. CF,
art. 47, 69 e 97; RICD, art. 56, § 2º e art. 183. No caso da Câmara, esta é constituída
por 513 deputados, a maioria absoluta é 257. Esse é, por exemplo, o quorum necessário
para a aprovação de projeto de lei complementar, para a eleição de integrante da Mesa e
para a cassação de mandato de deputado”.
23

“MAIORIA SIMPLES quorum correspondente à maioria dos votos, desde que presente a
maioria absoluta dos membros do colegiado. É utilizado para a votação das matérias
em geral. CF, art. 47; RICD, art. 56, § 2º e art. 183. Quorum necessário para a
aprovação de grande parte das matérias, equivalente ao voto de mais de 50% dos
deputados presentes em Plenário. Porém, para que uma proposta seja aprovada com
maioria simples dos votos, é necessário que esteja participando da votação a maioria
absoluta dos deputados (o que equivale a 257, já que a Câmara conta com 513
Deputados)

“MAIORIA RELATIVA” – representada pelo maior número (50+1) de votos dos


membros presentes a uma deliberação. É a denominação que recebe a maioria
quando se prende ao nº de presentes.
A maioria simples é o primeiro número inteiro após a metade. A gente não deve usar o
vulgo “metade + 1″ porque metade de número ímpar não é um número inteiro e não há
como considerar pessoas com números que não são inteiros. Chega a ser assustador
exigir a presença de “41 senadores e meio” para deliberação… É a mesma questão dos
brasileiros que têm, em média, 2,2 filhos. Ou seja, ninguém tem 2,14 filhos. Tem?

 Maioria Qualificada
 É apenas utilizada para normas especiais.
 Ocorre quando é necessária a aprovação por mais votos do que os da maioria
simples.
 Normalmente se estabelecem dois terços, ou de três quintos dos votos (a partir
do número total de componentes da casa) para a aprovação do que foi proposto.
Um exemplo disso é o quórum para instauração de processo contra Presidente e o
Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado, disposto no art.
51: “Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
 I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra
o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado[…]”

Fica combinado que a maioria simples do senado que tem 81 membros é de 41


senadores se todos os 81 comparecerem, mas pode ser inferior a 41 se menos
senadores estiverem presentes!
A maioria simples é necessária para aprovação de lei ordinária (adoro esse
nome), decreto legislativo e resoluções.
A maioria absoluta tem o mesmo raciocínio do primeiro número inteiro depois da
metade, mas trata-se da metade dos membros, ou seja, mesmo quem não for, conta. Por
exemplo, a Câmara dos Deputados Federais tem 513 membros. Sua maioria absoluta
será sempre de 257 votos, enquanto a maioria simples pode variar de acordo com os
presentes. A absoluta vale para coisas como rejeição ao veto do presidente.
O Código Tributário Nacional foi recepcionado pela CF/88 como lei
complementar, assim a sua alteração só pode ser feita por meio de lei complementar.

Se lei ordinária tratar de matéria reservada a lei complementar haverá uma


inconstitucionalidade formal. Entretanto, se uma lei complementar tratar de matéria
reservada a lei ordinária não haverá invalidade, sendo apenas considerada como lei
ordinária.
24

“É vedada a adoção de medidas provisórias sobre matéria reservada a lei


complementar” (art. 62, §1º, III da CF).

A lei complementar poderá instituir empréstimos compulsórios (art. 148 da CF),


impostos sobre grandes fortunas (art. 153, VII da CF); impostos de competência
impositiva residual da União (art. 154, I da CF) e contribuições para a seguridade
social no uso da competência residual (art. 195, §4º da CF).

 Competências da Lei Complementar:

Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas.
d) de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas
de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto
previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239. ; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, observado que: ; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - será opcional para o contribuinte; ; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; ;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção
ou condicionamento; ; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. ; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com
o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a
União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

2.4 - Lei ordinária:


Lei ordinária é a espécie normativa utilizada nas matérias em que não cabe lei
complementar, decreto legislativo e resolução. Assim, o campo material das leis
ordinárias é residual.
25

O texto constitucional se referirá a lei ordinária apenas como lei, sem a utilização do
adjetivo “ordinária”, visto que este está implícito. Mas quando quer diferenciá-la de outra
espécie normativa, normalmente traz a “expressão lei ordinária”.

Embora o constituinte apenas a mencione como lei, não podemos nos esquecer de que o
nome dessa espécie normativa no próprio texto constitucional é lei ordinária (art. 59 da
CF).

A lei ordinária será aprovada por maioria simples (relativa) de seus membros. Maioria
relativa refere-se ao número de presentes na sessão ou reunião. Geralmente, é o veículo
adequado para a criação de tributos.

A lei complementar irá tratar da elaboração, redação, alteração e consolidações das leis
(art. 59, parágrafo único da CF). Atualmente é a LC 95/98, com alterações promovidas
pela LC 107/01, que cuida do processo legislativo.

2.5 - Lei Delegada (vide artigos 59, IV e 68 da Constituição brasileira de 1988)

É um ato normativo elaborado pelo Presidente da República com a autorização do


Congresso Nacional do Brasil, para casos de relevância e urgência, quando a produção
de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. O
Presidente solicita a autorização, e o congresso, julgando adequado o pedido, fixa os
limites da lei delegada. Depois de criada a lei pelo Presidente, ela é remetida ao
congresso para avaliação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e
que a lei é conveniente, o congresso a aprova, contudo essa norma entra no sistema
jurídico na qualidade de lei ordinária. As leis delegadas não admitem emendas. É uma
espécie de permissão feita ao executivo para legislar sobre assuntos específicos.

2.6 - Medida provisória:


a.- Introdução - Primeiramente cabe-nos fazer aqui uma analogia entre o antigo
Decreto-lei contemplado no art. 55 da CF. de 1969, in verbis e a Medida Provisória
instituída no art. 62 da CF. de 1988.

b.- O Decreto-lei – C.F 1969

"Art.55. O Presidente da República, em casos de urgência ou de interesse público


relevante, e desde que não haja aumento de despesa, poderá expedir decretos-leis sobre
as seguintes matérias:
I – segurança nacional;
II – finanças públicas, inclusive normas tributárias; e
III – criação de cargos públicos e fixação de vencimentos;"

O Decreto-lei foi instituído para ser decreto, com força de lei, que o Presidente da
República se utilizava, em casos de urgência ou de interesse público relevante e, desde
que não houvesse aumento de Despesa, para tratar sobre segurança nacional e
finanças públicas
26

O Decreto-lei entraria em vigor na data de sua edição e seria submetido ao Congresso


Nacional para aprovação ou rejeição no prazo de sessenta dias, caso não houvesse
deliberação neste prazo, o decreto-lei seria incluído na ordem do dia, em regime de
urgência, nas dez sessões subsequentes em dias sucessivos, considerando-se aprovado
se não fosse apreciado (decurso de prazo), §1º do art. 55 da Constituição de 1969.

c.- A Medida Provisória (MP) no âmbito do direito constitucional brasileiro, é um ato


unipessoal do presidente da República, com força imediata de lei, sem a participação
do Poder Legislativo, que somente será chamado a discuti-la e aprová-la em momento
posterior. O pressuposto da MP, de acordo com o artigo 62 da Constituição Federal
é urgência e relevância, cumulativamente. Nem sempre o Executivo respeita esse
critério de relevância e urgência quando edita uma MP

Segundo o art. 62 da Constituição da República, em caso de relevância e


urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional

f - Medida Provisória e Instituição ou Majoração de Impostos


O parágrafo 2º do art. 62 (transcrito acima) estende o princípio tributário da
anterioridade às medidas provisórias, assim, a medida provisória que implique
instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV,
V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Lembrando que as
exceções são os impostos sobre:
 sobre importação de produtos estrangeiros (II); art 153º, I
 sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);
art 153º, II
 sobre produtos industrializados (IPI); art 153º, IV
 operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários
(IOF); art 153º, V
 instituído na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários
(IEx), compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação. art 154º, II

Exceto: arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II,

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos


compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,
de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório
será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
27

IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

g.- Prazo de Eficácia e Conversão em Lei

As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 do art. 62, perderão


eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
Assim, prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua
votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
O prazo previsto no parágrafo anterior contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em
cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas (suspensas), até que
se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando.
Não editado o decreto legislativo de aprovação da medida em até sessenta dias
após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas
constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão
por ela regidas.

OBS: As taxas e contribuições de melhoria não podem ser instituídas por meio de
medida provisória.

MP dos Estados e Municípios - Não há na Constituição de 1988 qualquer vedação


expressa à edição de medidas provisórias pelos Estados e Municípios, como ocorria com
o decreto-lei. Assim, o presente estudo analisa a possibilidade dos governadores e
prefeitos editarem tais atos normativos.
Em relação aos Municípios, tem-se que eles têm autonomia para dispor sobre
todas as matérias de sua competência. Todavia, tal liberdade é relativa, de modo que
devem ser respeitadas as Constituições Federal e Estadual.
Alguns doutrinadores que defendem a possibilidade de edição de medidas provisórias em
nível municipal entendem que, se houver previsão de tal possibilidade ao Governador, na
Constituição de determinado Estado em que se encontra um Município, a Lei Orgânica
deste também poderá trazer tal faculdade ao Prefeito. Mas, se a Constituição Estadual
não trouxer tal especificação, a Lei Orgânica não a poderá prever, por força do art. 29 da
Constituição Federal.
28

Há quem entenda que mesmo a Constituição Estadual não trazendo tal previsão,
os Prefeitos podem editar medidas provisórias, desde que a Lei Orgânica autorize tais
atos, conforme argumenta o jurista Anderson Sant’ Ana Pedra:
O Município poderá adotar o instituto da medida provisória, desde que sua Lei
Orgânica Municipal contenha tal previsão, independentemente do que dispõe a
Constituição Estadual respectiva, face à autonomia municipal conferida pela CF, caso
contrário, verificar-se-ia um achegamento, omissivo ou comissivo, do legislador
constituinte estadual na esfera municipal, ofendendo o princípio republicano e o pacto
federativo. [19]

Há ainda os mais liberais que defendem a hipótese do Prefeito editar medidas


provisórias ainda que a Leio Orgânica não traga tal previsão. É o caso de Moacyr de
Araújo Nunes que, em parecer, concluiu que:

Entretanto, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal já aceitou a


possibilidade de sua edição pelos Governadores, o melhor entendimento é o de que se
houver tal previsão na Constituição de determinado Estado, poderá o seu Governador
editar medidas provisórias estaduais; da mesma forma, os Prefeitos poderão editar
medidas provisórias municipais, desde que a Lei Orgânica Municipal traga,
expressamente, tal autorização. Mas, se a Constituição do Estado a que pertence um
determinado Município não trouxer a possibilidade de edição de medidas provisórias pelo
Governador, a Lei Orgânica desse Município não a poderá prever, sob pena de ser
declarado inconstitucional o dispositivo a respeito.

No caso específico do Estado de São Paulo, uma vez que a sua Constituição não
estabelece a possibilidade de edição de medidas provisórias pelos Governadores, serão
inconstitucionais as medidas provisórias editadas por quaisquer outros municípios do
Estado de São Paulo, ainda que suas Leis Orgânicas tragam tal autorização, como é o
caso de Campinas e Morro Agudo .

Instrumentos Normativos que regulamentam a Lei

3. Instrumentos que regulamentam a lei: (Normas complementares oi infralegais)


Os instrumentos que regulamentam a lei não podem dispor de forma contrária à lei.

- Decreto Legislativo
- Resolução do Senado
- Decretos e Regulamentos
- Instrução Ministerial
- Portaria
- Ordem de Serviço
- Normas Complementares

3.1- Decreto legislativo:


Decreto Legislativo é a espécie normativa utilizada nas
hipóteses de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF). As regras sobre
seu procedimento estão previstas no regimento interno.
29

No campo tributário, têm maior relevância os decretos legislativos que ratificam


tratados e convenções internacionais.

3.2- Resolução:
Resolução é a espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência
privativa da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional. (art. 51
e 52 da CF). As regras sobre seu procedimento estão previstas no regimento interno.
No campo tributário, têm maior relevância as resoluções editadas pelo
Senado Federal, que estipulam as alíquotas mínimas e máximas de alguns impostos. Ex:
“Resolução do Senado Federal de iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas
aplicáveis as operações e prestações interestaduais e de exportação” (art. 155, § 2º, IV da
CF).

3.3- Decretos e regulamentos:


Decretos e regulamentos são os atos normativos de
competência privativa do Chefe do Executivo, que a função de promover a fiel execução da
lei (art 84, IV da CF). O Congresso Nacional, verificando que o regulamento viola lei, tem o
poder de suspender eficácia do mesmo através de um decreto legislativo (art. 49, V da CF).

3.4 - Instrução Ministerial:


Instrução Ministerial é o ato normativo que tem por fim
promover a execução das leis, decretos e regulamentos.
“Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta
Constituição e na lei: expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos”
(art. 87, II da CF).

3.5- Portaria:
Portaria é, em Direito, um documento de ato administrativo de qualquer
autoridade pública, que contém instruções acerca da aplicação de leis ou regulamentos,
recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões,
punições, ou qualquer outra providência para o bom andamento dos serviços públicos.
Portaria, no campo tributário, é ato que disciplina assuntos internos da repartição fazendária,
ou procedimentos a serem executados pelos contribuintes.

3.6 - Ordem de Serviço:


Ordem de serviço, no campo tributário, é o ato administrativo
que determina ao subordinado a realização de uma diligência fiscal. Se a ordem for
manifestamente ilegal, pode e deve ser descumprida.

3.7 - Normas complementares:


São normas complementares das leis, tratados e das
convenções internacionais e dos decretos (art. 100 CTN):
 Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas (art. 100, I do CTN).
 As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei
atribua eficácia normativa (art. 100, II do CTN).
 As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (art. 100, III do
CTN).
 Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios (art. 100, IV do CTN).
30

UNIDADE V - TRIBUTOS - Definição; natureza jurídica; suas


espécies: impostos, taxas.e Contribuições de Melhorias

1.- Definição e seus aspectos elementares

Art. 3º - “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (é a definição do art. 3.º do
CTN).

Aspectos da definição - Análise resumida do art. 3º

Vejamos cada uma das características sublinhadas apresentadas pelo conceito legal:

a) Prestação pecuniária: Todo tributo tem que ser pago em dinheiro.

b) Compulsória: Diz-se Compulsória, pois independe da vontade do contribuinte, ou


seja, é obrigatório.

c) Em moeda ou cujo valor se possa exprimir: A palavra exprimir quer significar que
se possa converter, um exemplo seria um tributo que seja cobrado em UFIR, e este
índice se possa converter em moeda corrente que é o real.

d) Que não constitua sanção de ato ilícito: Tributo não pode ser confundido com
multa, penalidade pecuniária, no Direito Tributário não interessa se a origem do ganho é
lícita ou ilícita, auferiu renda, tem que declará-la. A multa moratória é uma obrigação
acessória e constitui penalidade pecuniária pelo não recolhimento do imposto no prazo.

e) Instituída em Lei: Art. 150, I, CF. Principio da Legalidade Tributária. Todo Tributo é
criado por Lei, podendo ser Lei Delegada, Ordinária ou Complementar, lembrando que o
Tributo também poderá ser criado por medida provisória, devendo ser convertido em Lei
pelo prazo especificado na CF. A maioria dos tributos são criados por lei ordinária.
A CF não cria tributo, apenas fixa a competência tributária dos entes federativos.

f) e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: A própria


Administração Pública cobra o tributo, a lei que instituiu o tributo, a forma de pagamento,
deve ser respeitada pelo administrador público, que seguirá uma única diretriz fixada pela
lei.

Considerando-se as diversas acepções da palavra tributo e algumas imprecisões da


conceituação trazida pelo CTN, concluiu-se que tributo é prestação pecuniária
compulsória, objeto de relação jurídico-tributária entre pessoa jurídica de direito público
(sujeito ativo) e outra pessoa, (sujeito passivo), que não seja sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa vinculada. A
interpretação autêntica do CTN não deixa margem para dúvidas ou liberdade para
inovações do conceito.
31

2.- A natureza jurídica do tributo

Conforme preceitua o art. 4.º do CTN, o tributo tem a sua natureza jurídica apontada pelo
fato gerador da obrigação, sendo irrelevantes para tal intuito a denominação e outras
características formais adotadas por lei, e a destinação legal do produto da sua
arrecadação.

Observando-se, portanto, o fato gerador de uma obrigação e comparando-o com as


hipóteses autorizadas pela Constituição para a instituição de tributos, verifica-se se aquela
obrigação é o objeto de uma prestação de índole tributária ou não. Verifica-se, ainda, se
estamos diante de um imposto ou de uma taxa, ou de uma contribuição.

Tenta-se impedir, dessa forma, que o legislador invada a competência de outro ente
político ou institua tributo já existente, camuflando-se sob aspectos formais, como o nome
adotado, por exemplo.

Nesse tópico, devemos ressalvar a situação das chamadas contribuições especiais


(sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais),
pois, como veremos, a destinação do produto da sua arrecadação é relevante para a
própria caracterização dessa exação, conforme previsão constitucional. O mesmo ocorre
com os empréstimos compulsórios que também têm o produto da arrecadação vinculado à
despesa que fundamentou a sua instituição (art. 148, parágrafo único da Constituição
Federal)

Obrigação Principal e Obrigação Acessória


Pode-se dizer sim que a não observância da obrigação principal caracteriza o fato
gerador da obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária. Ou seja: há
uma multa específica para descumprimento de obrigação acessória.

Interessante ressaltar que a obrigação acessória NÃO SE CONVERTE EM OBRIGAÇÃO


PRINCIPAL (HÁ IMPROPRIEDADE TERMINOLÓGICA NO USO DA PALAVRA
"CONVERTE" NO CTN,

POIS A OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA CONTINUA A MESMA, MAS CRIA-SE UMA


OBRIGAÇÃO PRINCIPAL!!

SEGUE TEXTO DO PROFESSOR RAFAEL CAVERNA EXPLICANDO ISTO:

Art.113: Esse artigo define o que são as obrigações tributárias e os fatos geradores
PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS. É simples diferenciar um tipo do outro. Na principal, temos
SEMPRE um PAGAMENTO, seja de tributo ou de multa (verbos relacionados: DAR,
PAGAR).

Essa obrigação se extingue simultaneamente com o referido pagamento. Além disso, ela
decorre de LEI (afinal tanto o tributo, quanto a multa, têm que estar previstos em LEI). Já
na obrigação acessória, temos quaisquer outras obrigações (positivas ou negativas)
previstas na LEGISLAÇÃO (ou seja, normas primárias e secundárias) tributária, no intuito
32

de auxiliar a fiscalização e a arrecadação (verbos/expressões relacionadas: fazer, não


fazer, emitir, não emitir). A OBRIGAÇÃO (SEJA ELA PRINCIPAL OU ACESSÓRIA)
SEMPRE SURGE COM A OCORRÊNCIA DE UM FATO GERADOR. O §3º do art.113 é
bem interessante. Ele diz que a obrigação acessória, ao ser inobservada, converte-se em
principal, relativamente à penalidade pecuniária. O que isso significa ? Significa dizer que
ao descumprirmos uma obrigação acessória, fazemos surgir uma obrigação principal (que
será constituída pelo Fisco), relativamente à penalidade pecuniária. Ou seja, ao deixarmos
de observar uma obrigação acessória, faremos surgir uma NOVA obrigação, que não se
confunde com aquela (a acessória). Com isso, passaremos a ter uma obrigação
principal (MULTA) E uma acessória (que NÃO é extinta). P.Ex.: O contribuinte não emite a
NF quando ele vende uma mercadoria. Nesse caso, ele será multado (OBRIGAÇÃO
PRINCIPAL) por descumprir essa obrigação acessória, e ainda terá que emitir a NF.

3.- DIVISÃO DOS TRIBUTOS – Art.145º da CF

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os


seguintes tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1o Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte (capacidade contributiva)
§ 2o As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos."
Apesar de o artigo acima referir-se apenas a impostos, taxas e contribuições de
melhoria, a própria constituição faz menção a outras figuras tributárias, tais como o
empréstimo compulsório (art. 148) e as contribuições sociais (art. 149, 149-A e 195
abaixo (COFINS))

4 – Principais Aspectos dos Tributos

=== IMPOSTO Art. 16º CTN –


É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independentemente de qualquer. atividade específica, relativa ao contribuinte .
Prestação que uma vez instituída por lei, é devido independentemente de q.q atividade
estatal em relação ao contribuinte. Não está, portanto, vinculado a q.q prestação
específica do Estado
Em outras palavras, é um tributo pago, compulsoriamente, pelas pessoas físicas e
jurídicas para atender parte das necessidades de Receita Tributária do Poder Público
(federal, estadual ou municipal), de modo a assegurar o funcionamento de sua burocracia,
o atendimento social à população e os investimentos em obras essenciais
33

=== TAXA Artes 77 e 78/CTN


Tem como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível,
prestado ou colocado à disposição do contribuinte. Só pode existir para custear o gasto
com o exercício regular do poder de polícia ou com serviços públicos prestados ao
contribuinte, ou postos efetivamente à sua disposição.
“No Direito, o exercício do poder de polícia se refere à prática
de um ente ou agente governamental(servidor público) de executar serviços voltados ao
registro, fiscalização ou expedição de algum ato”
Por exemplo: A Taxa de Serviços Públicos tem como fato gerador a utilização, efetiva
ou potencial, dos serviços de coleta de lixo, de conservação de vias e de logradouros
públicos, de limpeza pública e de expediente e serviços diversos, cemitérios públicos,
prestados pelo Município ao contribuinte ou colocados à sua disposição, com a
regularidade necessária. (todo mundo paga)

=== CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Art. 81º/CTN


É instituída para fazer face ao custo de obras públicas de
que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Requisitos mínimos para sua instituição – Ver Art. 82º/CTN – A lei relativa à
Contribuição de Melhoria observará os seguintes requisitos mínimos
I – publicação prévia dos seguintes elementos :
 memorial descritivo do projeto
 orçamento do custo da obra
 determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição
 delimitação da zona beneficiada
 determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para
cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas

II – fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias para impugnação, pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação
a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. /// Há ainda os
parágrafos 1º e 2º - Ver no CTN
Em face das exigências do art. 82º, que normalmente não são atendidas ,
proporcionando grandes possibilidades de impugnação pelos interessados, esta , na
prática, raramente é cobrada. Nas poucas vezes em que se tentou cobrá-la, o foi de forma
ilegal, isto é, sem atender os requisitos mínimos do art. 82.

Instituição da Contribuição de Melhoria


Presidência da República
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO-LEI Nº 195, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1967.

Dispõe sobre a cobrança da


Contribuição de Melhoria.
34

H. CASTELLO BRANCO
Juarez Távora
Roberto de Oliveira Campos
Octávio Bulhões

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

=== CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E OUTROS e outros Dispositivos que


tratam do assunto /CF.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos


compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência; (imediato)
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b". (obedece anualidade e anterioridade)
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório
será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Art. 149. Compete exclusivamente à União (por Decreto do Executivo) instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo
do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que
trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de
cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

Texto anterior § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício
destes, de sistemas de previdência e assistência social. Parágrafo Renumerado
pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o


caput deste artigo: Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
11/12/2001:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Texto anterior
II - poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível;

III - poderão ter alíquotas:


a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e,
no caso de importação, o valor aduaneiro; incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 11/12/2001:
35

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 11/12/2001:
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a
pessoa jurídica, na forma da lei. Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº
33, de 11/12/2001:
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.
Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma


das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o
disposto no art. 150, I e III. Artigo incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de
19/12/2002
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na
fatura de consumo de energia elétrica. Parágrafo incluído pela Emenda
Constitucional nº 39, de 19/12/2002.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição; (Competência residual)
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos
ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da
União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada
pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,
assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios.
36

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou


expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". (pode no mesmo
Exercício Financeiro, mas obedecendo a Nonagesimal)
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem
como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus
aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do
mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde
e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de
recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que
tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições
incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não cumulativas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou
parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou
o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

ALGUNS ELEMENTOS DOS TRIBUTOS

FATO GERADOR - Situação definida em abstrato na lei, como necessária e


suficiente para dar origem no mundo concreto à obrigação tributária . No momento de
sua ocorrência, nasce a obrigação tributária principal e a respectiva incidência do imposto.

A lei descreve situações que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que se fixe o
momento do nascimento da obrigação tributária.

Essa definição, contida na lei, das hipóteses em que o tributo incide ou em que o tributo
deva ser cobrado, que denominamos de fato gerador da obrigação tributária.

O fato gerador é, assim, a situação de fato, prevista na lei de forma prévia, genérica e
abstrata, que, ao ocorrer na vida real, faz com que, pela materialização do direito ocorra
o nascimento da obrigação tributária, seja esta principal ou acessória.
37

Nos artigos 114 e 115 do CTN encontramos dois conceitos de fato gerador, como sendo:

OBRIGAÇÃO
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
PRINCIPAL
E a situação definida É qualquer situação que, na forma da
em lei como legislação aplicável, e não só exclusi-
necessária e vamente na lei, impõe a prática ou a
suficiente à sua abstenção de ato que não configure
ocorrência. obrigação principal.

Elementos de um tributo

 Fato gerador
 Contribuintes/Sujeito Passivo
 Responsável
 Base de cálculo
 Alíquota

OBS: A Lei de instituição do Tributo deve conter ainda: Incidência (fato


gerador), não Incidência, Isenção, Suspensão, como é o caso do ICMS-RJ

Exemplos de fatos geradores:

= prestar serviços/ISS
= fazer circular mercadorias/ICMS
= receber renda/IR
= possuir imóvel/IPTU
= vender imóvel/ITBI
= fabricar produtos/IPI
= possuir/carro/IPVA

 === OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA


A relação entre o Estado e os particulares sujeitos à tributação não é simplesmente
relação de poder, mas uma relação jurídica, que é de natureza obrigacional.
A relação tributária surge da ocorrência de um fato previsto em uma norma. A lei
descreve um fato e atribui a este o efeito de criar uma relação entre alguém e o Estado.
Ocorrido o fato, que recebe o nome de fato gerador ou fato imponível – nasce a
relação tributária, que compreende o dever de alguém (sujeito passivo da obrigação
tributária) e o direito do Estado (sujeito ativo da obrigação tributária)

A Obrigação Tributária pode ser principal e acessória

LEMBRE-SE:
Obrigação Tributária Principal: prestação a qual se obriga o sujeito passivo é de
natureza patrimonial. É sempre uma quantia em dinheiro. Obrigação de dar dinheiro, de
pagar. (ex.: entrega de dinheiro ao Estado, através do pagamento de tributos em geral ou
de penalidade).
38

Obrigação Tributária Acessória: é sempre não patrimonial.


É uma obrigação de fazer - A obrigação tributária acessória, por sua vez, tem
como objetivo auxiliar a fiscalização e arrecadação dos tributos pelo Estado e corresponde
a qualquer exigência feita pela legislação tributária que não seja o pagamento do tributo,
como, por exemplo, emitir nota fiscal, escriturar livros fiscais, permitir o exame de livros e
documentos pelo fiscal, fazer a declaração de bens, inscrever-se no CNPJ, etc.

O Código Tributário Nacional diferencia Obrigação Tributária e Crédito Tributário.

LEMBRE-SE:
A Obrigação Tributária é o primeiro momento da relação tributária. Seu conteúdo ainda
não é determinado e o sujeito passivo não está formalmente identificado. Por isto mesmo
ainda não é exigível.
O Crédito Tributário decorre da obrigação tributária e tem a mesma natureza desta,
surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza.
Na Obrigação Tributária existe o dever do sujeito passivo de pagar o tributo ou a
penalidade pecuniária (obrigação principal), ou ainda de fazer, de não fazer ou de
tolerar tudo aquilo que a legislação tributária estabelece no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos (obrigação acessória). É o que se verifica no artigo 113 do CTN.
Essas prestações não são imediatamente exigíveis, tem o sujeito ativo o direito de
fazer um lançamento, criando, assim, um crédito. O crédito sim é exigível.

Exemplos:
a) de obrigação principal: pagar IPTU;
b) obrigação acessória:
b.1) de fazer: emitir notas fiscais;
b.2) de não fazer: não receber mercadorias desacompanhadas de documentação
legalmente exigida; b.3) de tolerar: permitir a análise dos livros pelas autoridades fiscais.

LEMBRE-SE:
Obrigação Principal – instituída por lei; Obrigação Acessória: instituída pela “legislação
tributária”.
O artigo 113, §3° do CTN traz que “a obrigação acessória, pelo simples fato de sua
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade
pecuniária.” A obrigação acessória descumprida é fato gerador de uma obrigação
principal, pois esta será convertida em pecúnia, espécie, daí surge a obrigação, não
mais de fazer, mais de dar

 === INCIDÊNCIA - a situação em que um tributo é devido por ter ocorrido o


respectivo fato gerador, caindo sobre ele a norma tributária. É a ocorrência in
concretum de situação previamente prevista, tipificada ou descrita in abstractum em
lei, ou seja, a verificação do fato gerador do tributo.

 === NÃO INCIDÊNCIA – O inverso da incidência: situação em que um tributo não é
devido, exatamente porque o respectivo fato gerador não ocorreu . São todas as
hipóteses que não as previstas, tipificadas ou descritas in abstractum em lei, e, por
isso, ficam fora do campo de incidência tributária, ou seja, é a não ocorrência de fato
gerador, porque, ou não há lei, ou se há, então a lei não prevê a hipótese de
incidência específica e precisa (lacuna) para o evento verificado.
 === Suspensão: nada mais e que o adiamento do pagamento do imposto sendo que
esse pagamento poderá ser feito futuramente pelo próprio contribuinte.
39

Exemplo:

Da não incidência (art.47 Livro I RICMS/RJ):


Art. 47. O imposto não incide sobre:
XXII - a aquisição de veículo novo por taxista, devida e comprovadamente
sindicalizado e inscrito no órgão municipal competente, para uso específico como
táxi, limitado a um veículo por beneficiário, e desde que o mesmo não tenha
adquirido veículo com isenção ou não-incidência do ICMS em prazo inferior a 3
(três) anos;
XXIII - a aquisição de veículo novo por portador de deficiência motora devidamente
atestada pelo órgão competente, para seu uso pessoal limitado a um veículo por
beneficiário, e desde que o mesmo não tenha adquirido veículo com isenção ou
não incidência do ICMS em prazo inferior a três anos.
§ 1.º O disposto no inciso I deste artigo não se aplica às operações relativas a circulação
das seguintes mercadorias:
1. livro em branco ou simplesmente pautado, bem como o utilizado para escrituração de
qualquer natureza;
2. agenda ou similar;
3. catálogo, guia, lista, inclusive telefônica, e outros impressos que contenham
propaganda comercial.
§ 2.º Equipara-se às operações de que trata o inciso II deste artigo a saída de mercadoria
realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a:
1. empresa comercial exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma
empresa;
2. armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro.
§ 3.º Nas hipóteses do parágrafo anterior, a operação será considerada tributável, na data
da saída original, ficando o contribuinte obrigado a recolher o imposto relativo à mesma,
com os acréscimos e penalidades cabíveis, se for verificado, a qualquer tempo, que a
mercadoria:
1 - não chegou ao destino indicado após decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias
contado da data da saída do estabelecimento remetente;
2 - foi perdida ou danificada, independentemente da causa;
3 - foi reintroduzida no mercado interno.
{Incisos I, II e III, do § 3.º, do Artigo 47, do Livro I, renumerados para Itens 1, 2, e 3 pelo
Decreto Estadual n.º 28.467/2001, vigente a partir de 29.06.2001}.
§ 4.º O disposto no inciso XV não se aplica à saída de impresso destinado a propaganda
e publicidade.

Da Suspensão do Imposto (art. 52 do RICMS/RJ)


Art. 52. Sem prejuízo de outras hipóteses expressamente previstas neste
regulamento, gozam de suspensão do imposto:
I - a saída e o respectivo retorno de mercadoria destinada a conserto, reparo ou
industrialização;
II - a saída e o respectivo retorno de mercadoria para fim de demonstração, quando
o destinatário estiver localizado neste Estado e revestir a qualidade de contribuinte
do imposto, excluída a saída de mostruário e a remessa para estabelecimento do
mesmo titular ou de terceiro, para fim de simples exposição.
40

§ 1.º A suspensão a que se refere o inciso I:

1. não se aplica à saída para fora do Estado de sucata e produto primário de origem
animal ou vegetal, salvo se a remessa e o retorno se fizerem nos termos de acordo entre
o Estado do Rio de Janeiro e demais Estados interessados;
2. é condicionada ao retorno da mercadoria ao estabelecimento de origem no prazo de
180 (cento e oitenta) dias, contados da data da respectiva saída, prorrogável por mais
180 (cento e oitenta) dias, pela repartição fiscal, a requerimento do interessado,
admitindo-se, excepcionalmente, uma segunda prorrogação de igual prazo.

§ 2.º A suspensão de que trata o inciso II é condicionada ao retorno da mercadoria ao


estabelecimento de origem, no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por até igual período,
a critério da repartição fiscal.

Art. 53. O implemento da condição a que está subordinada a suspensão resolve a


respectiva obrigação.

Art. 54. Não se verificando a condição ou o requisito que legitima a suspensão, torna-se
exigível o imposto com base na data da respectiva saída da mercadoria, corrigido
monetariamente e com os acréscimos cabíveis, observado, ainda, o disposto no artigo
168, do Livro VI

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

=== ISENÇÃO – É o favor fiscal concedido por lei, que consiste em dispensar o
pagamento de um tributo que seria devido por haver ocorrido o fato gerador.

Isenção é o ato ou efeito de isentar, ou seja, de livrar, dispensar, desobrigar ou


eximir. É um privilégio que torna o indivíduo isento de determinadas obrigações.
A expressão “ter isenção” significa agir com imparcialidade, com neutralidade, não
sacrificar a sua opinião à própria conveniência, nem para satisfazer terceiros.

Isenção de taxas
Isenção de taxas é a dispensa do pagamento de valores cobrados sobre determinados
serviços. Essa isenção é uma prerrogativa que na maioria das vezes requer o cumprimento
de algumas exigências. Por exemplo: A isenção de taxa de inscrição em concursos
públicos é estabelecida para pessoas que estiverem escritas no Cadastro Único e para os
integrantes de família de baixa renda.

A isenção da taxa de inscrição do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) é direcionada


para os estudantes que são concluintes do ensino médio no mesmo ano, em escola da
rede pública e para aqueles vindos de família de baixa renda.

Isenção tributária
Isenção tributária é a dispensa, concedida por lei, do pagamento de determinados
impostos. Por exemplo: No Brasil, o regulamento do Imposto de Renda 2014, estabelece a
isenção do imposto para aquelas pessoas que tiveram rendimentos anuais inferiores a $
25.661,70, em 2013.
41

Isenção do IPTU
A isenção do IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbano é um direito
regulamentado por lei. Tem direito à isenção do IPTU os aposentados e pensionistas, os
idosos não aposentados com mais de 65 anos, sem fonte de renda, os proprietários de
imóveis que possuem em sua residência filho ou dependente legal, portador de deficiência
física ou mental definitiva, entre outros.

A isenção de 100% do valor do IPTU será concedida àquele que não possuir outro imóvel
urbano ou rural e aos proprietários que recebem até dois salários mínimos.

Isenção de IPVA
A isenção do IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos automotores é conferida em
diversas situações, entre elas, a veículos de entidades filantrópicas, a veículos
pertencentes a portadores de deficiência, aos taxistas etc.
Os portadores de deficiência e os taxistas, também estão isentos de pagamento do ICMS –
Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de
Transporte Interestadual.

=== BASE DE CÁLCULO – É a grandeza sobre a qual se aplica a alíquota. É o valor


que se toma como base para o cálculo do imposto devido. Normalmente É o valor da
operação. É a expressão numérica do fato gerador

=== ALÍQUOTA – É o percentual que aplicado à base de cálculo, resulta na fração do


todo que será recolhida aos cofres públicos.

=== IMPOSTO DIRETO – É aquele que tem como característica principal , poder de
graduar diretamente a soma devida por um contribuinte em conformidade com sua
capacidade contributiva. Incide diretamente sobre o contribuinte, atingindo seu “capital ou
“rendimento”, sem repercutir (**ver abaixo o que é repercussão), isto é, sem que a carga
tributária possa ser transferida do contribuinte de direito para o contribuinte de fato.
Daí, a mesma pessoa ser contribuinte de fato e de direito, uma vez que tal modalidade
recai sobre o patrimônio daquele indivíduo, não existindo possibilidade de passá-lo adiante
ou repercuti-lo, transferindo o ônus para outro contribuinte.
Exemplo: Imposto sobre a renda/IR, Contribuição Social sobre o Lucro/CSLL, IPTU,
IPVA, ITR

Designação que se dá a toda espécie de tributo que recai direta e imediatamente sobre o
contribuinte (sobre a propriedade ou sobre os negócios diretamente e imediatamente),
mostrando-se, assim, encargo que deve ser suportado unicamente por ele.
No contribuinte, pois, é que ocorre a efetiva incidência, recaindo a tributação em fatos ou
atos que com ele se relacionem , atingindo-o em sua própria existência, profissão ou
propriedade.
No Imposto Direto, não há qualquer espécie de translação (transferência, reembolso da
quantia paga) da tributação, que fica sob o encargo exclusivo daquele a quem atinge. O
contribuinte no Imposto Direto o é, de jure e de facto.

=== IMPOSTO INDIRETO – São indiretos aqueles que a cada etapa econômica são
repassados para o preço do produto/mercadoria/serviço. Chama-se a isso “repercussão”
que é transferir o ônus tributário para o consumidor, embutindo-o no preço da venda ou do
serviço, sendo o consumidor o contribuinte de fato.
42

É, portanto susceptível de repercutir, isto é, por suas características a sua carga tributária
é transferida do contribuinte de direito (aquele designado na lei fiscal como a pessoa que
deverá suportar o imposto) para o contribuinte de fato (aquele que embora não
considerado pela lei fiscal como sendo o que irá pagar o imposto, na realidade, suporta,
ao final do processo econômico, a carga tributária). Diz-se do tributo não explicitado na
Nota Fiscal, cujo valor, embutido no preço final do produto, é repassado ao consumidor.
Exemplo: o imposto direto que se paga na conta do telefone ou de energia elétrica,
transforma-se em imposto indireto quando repercute no preço final do produto.
Exemplo: ICMS, IPI, ISS, COFINS, PIS, II, IE. - Atenção: É cumulativo para o
consumidor pois ele paga incidindo em todas as fase.

O Imposto Indireto, diverso do Direto, caracteriza-se pela incidência, que não se faz
efetiva na pessoa que o paga (contribuinte de jure), mas naquele que depois sente o
encargo efetivo do imposto (contribuinte de facto).

Diz-se, assim, aquele que tendo o caráter impessoal, recai sobre os produtos e serviços s
serem consumidos e,
nas transações sucessivas, vai ser suportado pela pessoa que adquirindo o mesmo
produto, paga, indiretamente, o imposto que o onera.
Em verdade, não sente o contribuinte, diretamente, o ônus da tributação. E esta é lançada
sobre a mercadoria sem atenção direta ao contribuinte , que só indiretamente é por ele
atingido.
Onera, portanto a mercadoria a ser consumida e que é posta em circulação, de modo que
a incidência efetiva somente se opera, quando ocorre a última aquisição ou aquela que a
destina ao consumo. Ao contrário, o direto procura o contribuinte efetivo, direta e
imediatamente.

** Repercussão - é o fenômeno pelo qual o contribuinte de direito transfere a carga


tributária para um outro sujeito, denominado contribuinte de fato, que a suporta em
definitivo, e totalmente, podendo-se citar, como exemplo, o comerciante que paga um
imposto sobre determinado produto e quando o vende incorpora o montante do imposto no
preço, recuperando-se, assim de seu valor despendido.

IMPOSTO CUMULATIVO ou em CASCATA– Diz-se de um imposto ou tributo que incide


em todas as etapas intermediárias dos processos produtivos e/ou de comercialização de
determinado bem, inclusive sobre o próprio imposto/tributo anteriormente pago, da origem
até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em consequência, na
fixação de seu preço de venda. DEMONSTRAR na cadeia produtiva

IMPOSTO NÃO-CUMULATIVO – Diz-se do imposto/tributo que, na etapa subsequente


dos processos produtivos e/ou de comercialização, não incide sobre o mesmo
imposto/tributo pago/recolhido na etapa anterior. Exemplos: IPI e ICMS (quando vai para
Estoque/Custo vai líquido dos Impostos recuperáveis). DEMONSTRAR na cadeia
produtiva
43

O MAPA ABAIXO DEMONSTRA A


DIFERENÇA DO IMPOSTO CUMULATIVO
E NÃO CUMULATIVO
44

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / UCAM - CONT FISCAL -1º SEM/2014


MAPA COMPARATIVO CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO - PROF. CUNHA
Na presente Tabela estaremos supondo uma Alíquota total de 27,25% de ICMS (18%)
PIS/PASEP (1,65%) e COFINS (7,60%, inclusive, para atender o que pretendemos, que
é o comparativo entre Cumulativo e não Cumulativo, estaremos usando as mesmas
Alíquotas. Na verdade existe também o PIS/PASEP e COFINS Cumulativo cujas Alíquotas
são, 0,65 e 3,%, respectivamente.
1ª FASE 2 2ª FASE 3ª FASE 4ª FASE 5ª FASE
FATORES NATURAL INDUSTR INDUSTR ATACADO VAREJO
CUMULATIVO COFINS/PIS/ICMS TOTAIS
VENDA 100 320 600 950 1.400
CUSTO 0 100 320 600 950
ICMS,ETC(27,25% ) 27,25 87,20 163,50 258,87 381,50 918,32
CRÉDITO 0 0 0 0 0
PGTº EMPRESA 27,25 87,20 163,50 258,87 381,50 918,32

Ñ/CUMULATIVO COFINS/PIS/ICMS TOTAIS


VENDA 100 320 600 950 1.400
CUSTO 0 100 320 600 950
ICMS,ETC (27,25% ) 27,25 87,20 163,50 258,87 381,50 918,32
CRÉDITO 0 27,25 87,20 163,50 258,87 536,82
PGTº EMPRESA 27,25 59,95 76,30 95,37 122,63 381,50

OUTRO EXEMPLO: SÓ COM A COFINS QUE É CUMULATIVO E NÃO-CUMULATIVO


Supondo-se COFINS Cumulatio (3% ) e COFINS Não-Cumulativco (7,60% (
FATORES NATURAL INDUSTR INDUSTR ATACADO VAREJO TOTAIS
CUMULATIVO
VENDAS 1.500 3.000 6.000 12.000 24.000
COFINS PAGO(3% ) 45 90 180 360 720 1.395
1.395/24.000 = 5,81%

NÃO-CUMULATIVO TOTAIS
VENDAS 1.500 3.000 6.000 12.000 24.000
COFINS S/VDA(7,6% ) 114 228 456 912 1.824 3.534
CRÉD S/COMPRA 0 114 228 456 912 1.710
COFINS PAGO 114 114 228 456 912 1.824
1.824/24.000 = 7,6%

OBS: A CONCLUSÃO QUE SE CHEGA É QUE PARA O CONSUMIDOR FINAL, TANTO FAZ SE É
CUMULATIVO OU NÃO, O PREÇO QUE PAGARÁ SERÁ O MESMO. O GOVERNO SERÁ SEMPRE
QUEM GANHA. VEJA NO EX. CUMULATIVO O PREÇO FINAL É $24.000, ASSIM APLICANDO-SE
A ALÍQUOTA DE 3% O TRIBUTO SERIA $720, COMO É CUMULATIVO CADA SEGMENTO PAGA
O SEU, LOGO NO FINAL O TOTAL DO TRIBUTO SERÁ A SOMA DE TODA A CADEIA O QUE
CORRESPONDE A 5,81% DE COFINS, MAIOR QUE 3%. NO EX NÃO CUMULATIVO A QLÍQUOTA
FINAL É 7,6% MESMO, EMBORA 7,6% APLICADO SOBRE A VENDA TOTAL SEJA $ 3.534, HÁ
O CRÉDIRO COMPENSÁVEL EM CADA CADEIA O QUE RESULTA EM TRIBUTO FINAL DE $1.824
QUE É IGUAL A 7,6%.
45

UNIDADE VI – Princípios Tributários Constitucionais e o Sistema


Tributário Nacional
ESTE ESTUDO DEVERÁ SER FEITO, SEMPRE QUE POSSÍVEL, EM CONJUNTO
COM O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL -

Índice

 1 Direito Tributário Introdução


 2 Princípios tributários
 3 Imunidades
 4 Isenção
 5 Formação da obrigação tributária

1 - Introdução

Para atingir sua finalidade de promover o bem comum, o Estado exerce funções para cujo
custeio precisa de recursos financeiros ou receitas. As receitas do Estado se originam de
atividades econômico-privadas dos entes públicos, de monopólios, de empréstimos, e
principalmente da imposição tributária (fiscal, parafiscal e extrafiscal).

O direito de tributar do Estado decorre do seu poder de império pelo qual pode fazer
"derivar" para seus cofres uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas à sua jurisdição
e que são chamadas "receitas derivadas" ou tributos, divididos em impostos, taxas e
contribuições.

Tanto o Estado, ao "exigir" como a pessoa sob sua jurisdição, ao "contribuir", devem
obedecer a determinadas normas, cujo conjunto constitui o Direito Tributário. "É preferível o
apelativo Direito Tributário porque indica com mais precisão a disciplina (Direito) e seu
conteúdo (tributos).

O Direito Tributário cria e disciplina assim relações jurídicas entre o Estado na sua
qualidade de fisco e as pessoas que juridicamente estão a ele sujeitas e se denominam
contribuintes ou responsáveis. Se para obter esses meios o fisco efetuasse arrecadações
arbitrárias junto às pessoas, escolhidas ao acaso, não se poderia falar de um Direito
Tributário.

A característica de uma imposição sob os princípios do Estado de Direito está exatamente


na disciplina da relação tributária por meio da norma jurídica. A lei outorga ao Estado
a pretensão ou direito de exigir de quem está submetido à norma, uma prestação
pecuniária que chamamos de tributo, que é resultante do poder de tributar. O Direito
Tributário é assim um direito de levantamento pecuniário entre os jurisdicionados, porém,
disciplinado sobre a base dos princípios do Estado de Direito.

Para maior facilidade didática podemos assim resumir: O Direito Tributário é a disciplina da
relação entre o fisco e contribuinte, resultante da imposição, arrecadação e fiscalização dos
impostos, taxas e contribuições.

A Constituição Federal estabelece a competência tributária, que confere o poder de tributar.


Nossa Constituição consagrou o princípio do federalismo.
46
O poder de tributar foi dividido entre os entes federativos: União, Distrito Federal,
Estados e Municípios. Mas o poder de tributar diz respeito à cobrança dos tributos, sendo
que a determinação das alíquotas e criação dos próprios tributos ficou restrita à esfera
federal.

2 - Princípios tributários

O Direito tributário é regido por alguns princípios, sobre os quais trata a Constituição
Federal:

Princípios Gerais do Direito Tributário. Incluem as regras fundamentais que harmonizam


o sistema tributário, representadas pelas limitações constitucionais da competência
tributária e por outros fundamentos que decorrem até das normas gerais contidas no CTN
(legalidade, imunidade de impostos, uniformidade de tributos federais, isonomia tributária
etc.).

Os princípios tributários norteiam a competência dos entes políticos, e junto com as


imunidades, que são regras que proíbem a tributação sobre certos bens, pessoas ou
fatos, determinam os limites ao poder de tributar destes entes políticos.

Os princípios, tratados pela


Constituição Brasileira, estão
elencados a seguir:
47

UNIDADE VII
ESTUDO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E OS PRINCÍPIOS

Todo o Sistema Tributário Nacional (art.145 à 162 da CF e 195) está contido aqui,
juntamente com os Princípios Constitucionais. Estudaremos os dois em conjunto.

"Dê a um menino um chocolate e o fareis rir de alegria; mas para fazê-lo chorar bastará dar
simultaneamente dois a seu irmão. Esse menino, que não entende de Códigos, nem de
justiça distributiva, nem de ato normativo, gritará entre lágrimas que “não é justo” que ele
tenha um só chocolate e seu irmão dois: e a dor da injustiça, em definitivo, terá superado e
dominado o prazer do obséquio." (Luigi Vittorio Berliri)

OS DISPOSITIVOS LEGAIS DOS PRINCÍPIOS

 INTRODUÇÃO
 I) Art. 145, § 1º - CAPACIDADE CONTRIBUTIVA - PROVA
 II) Art. 150, I - LEGALIDADE - PROVA
 III) II - IGUALDADE/ISONOMIA – PROVA
 IV) III , a - IRRETROATIVIDADE/ANTERIORIDADE - PROVA
 V) b - ÁNUALIDADE/ANTERIORIDADE - PROVA
 VI) c - ANTERIORIDADE MÍNIMA/NONAGESIMAL - PROVA
 VII) IV - NÃO CONFISCO
 VIII) V - LIBERDADE DE TRÁFEGO
 IX) Art. 151, I - UNIFORMIDADE GEÓGRÁFICA
 X) Art. 152 - NÃO-DIFERENCIAÇÃO TRIBUTÁRIA
 XI) Art. 153,§3º, I - SELETIVIDADE - PROVA
 XII) Art. 153, §3º II - c/c Art. 154,I e c/c Art. 155 § 2º, I - NÃO-CUMULATIVIDADE -
PROVA
48

Vamos estudar agora


os Princípios Constitucionais no Sistema Tributário
Nacional (art.145 à 162 e 195 da CF), as competências
tributárias de cada ente estatal, com suas características
mais importantes.
Antes de iniciarmos o estudo dos Impostos, é de extrema necessidade o
conhecimento da Fiscalidade, Extrafiscalidade e da Parafiscalidade. Vejamos:

FISCALIDADE, EXTRAFISCALIDADE E PARAFISCALIDADE

A) FISCALIDADE : o tributo é fiscal quando o Estado-Fisco não tem outra


preocupação senão arrecadar. Pensa unicamente arrecadar , desvinculando-se de
qualquer outra preocupação. Arrecada unicamente para manter todo o aparato estatal (ex.
IR); HUGO DE BRITO MACHADO ensina que um tributo é considerado neutro, quando
tem função predominantemente fiscal.

B) EXTRAFISCALIDADE : ocorre quando o Estado-Fisco não visa apenas à


arrecadação, mas também intervir de uma forma ou de outra no setor financeiro e
econômico. Visa também a corrigir situações econômicas ou sociais. Assim, p.ex. poder-
se-á lançar mão de um tributo extrafiscal, no sentido de evitar que uma atividade prejudicial
a economia prospere a todo vapor . É o que acontece com o estabelecimento de alíquotas
altas para importação de mercadorias, quando existam similares nacionais. Usa-se o tributo
para desestimular a importação. Pode-se, também estimular certa atividade, região etc.

C) PARAFISCALIDADE: o tributo é parafiscal quando seu objetivo é a arrecadação


de recursos para o custeio de atividade que, em principio, não integram funções próprias
do Estado, mas este as desenvolve através de entidades especificas.
Ensina RUY BARBOSA NOGUEIRA que esta expressão servIr para designar certos
tributos que ora são verdadeiros impostos, ora taxas, e as vezes, um misto destas e
categorias e que por delegação são arrecadados por entidades beneficiárias.
Contribuições parafiscais são tributos, e sendo assim, sua natureza específica é
determinada pelo fato gerador.Assim pode ser imposto ou taxa.
OBS. Alguns doutrinadores distinguem completamente essas contribuições dos impostos
ou taxas (PAULO DE BARROS MONTEIRO).
As contribuições sociais são instituídas pela União (regra) com base no art. 149 e
195 da CF c/c o art. 217 do CTN.
Parafiscalidade – exemplos- arrecadação de recursos para autarquias ,
fundações publicas, sociedades de economia mista, empresas publicas ou mesmo
pessoas de direito privado que desenvolvam atividades relevantes mas que não são
próprias do Estado, a exemplo dos sindicatos, do Sesi, etc

OBSERVAÇÃO DE RICARDO CUNHA CHIMENTI: A regra do art. 119 do CTN,


que prevê ser o sujeito ativo da Obrigação tributária a pessoa jurídica de direito publico
titular da competência (poder político) para exigir o seu cumprimento, foi derrogada pela CF
de 88, já que o atual sistema constitucional tributário (art. 149) permite que entidades
publicas e privadas que não tenham poderes para editar leis estejam no pólo ativo de
relações jurídicas tributarias (OAB, SESI, SESC etc.). Esta posição é adotada entre outros
por PAULO DE BARROS CARVALHO – não é pacífica, já que alguns mestres como
RICARDO LOBO TORRES, negam as pessoas de direito privado a condição de sujeito
ativo.
49

INTRODUÇÃO –

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL


Entende-se como Sistema Tributário Nacional as disposições contidas nos artigos 145 a
162 da Constituição Federal, constantes sob este título (vistos acima), não obstante
existirem outros comandos constitucionais referentes a tributos (por exemplo, o art.
195), como também regras acessórias a serem seguidas pelos contribuintes, como no
art. 148, § u do CTN e outros (vistos acima)

“Art. 195 do CTN. “


Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições
legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros,
arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os
comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra
a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram”.

Tais disposições tratam dos aspectos estruturais básicos do nosso ordenamento


jurídico-tributário, contendo regras que devem ser seguidas pelos legisladores
infraconstitucionais, bem como por parte da administração tributária e do Poder Judiciário
no exercício de suas respectivas funções.

I - Competência Tributária. Conceito.

A Constituição Federal não cria tributos, apenas outorga poder para que os entes estatais
instituam os tributos atribuídos no seu texto. Sendo assim, a Constituição reparte o Poder
de Tributar (característico do Estado) entre os vários entes políticos. O poder de criar
tributos é repartido, de modo que cada ente estatal tem competência para impor
prestações tributárias, dentro dos limites assinalados na Constituição.
A competência tributária pode, então, ser conceituada como a aptidão da União,
Estados, DF e Municípios para criar tributos. A competência abrange amplos poderes
sobre as decisões relativas aos tributos do ente estatal, apesar de existirem limitações a
tal competência no próprio texto da CF.
Nunca é demais lembrar ao estudante que a Constituição não cria tributos, isto é
matéria de lei (ordinária ou complementar, conforme o caso), ela apenas outorga
competência para que os entes estatais criem os seus tributos.
Em relação à competência tributária, devemos ainda atentar para o fato de que as taxas
e as contribuições de melhoria podem ser criadas pela União, Estados, DF e
Municípios, pois não há qualquer limitação no texto constitucional. Não existe uma
relação das taxas e contribuições de melhoria que podem ser instituídas, a Constituição
determina apenas algumas características de tais tributos, tais como os seus fatos
geradores (art. 145, II para as taxas e art. 145, III para as contribuições de melhoria). No
seu art. 145, a CF assim dispõe sobre os tributos que poderão ser criados pela União,
Estados, DF e Municípios:
50

SUMÁRIO DOS TRIBUTOS


IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO – CF ART. 153

I.-IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS/ II – EXTRAFISCAL/HOMOLOG


II.- IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO PARA O EXTERIOR DE PRODUTOS
NACIONAIS OU NACIONALIZADOS/ IE – EXTRAFISCAL/HOMOLOG
III.- IMPOSTO de RENDA e PROVENTOS de QUALQUER NATUREZA/IRPqN -
FISCAL/HOMOL
IV.-MPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS/ IPI – EXTRAFISCAL/HOMOLOG
V.- IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, ou
RELATIVOS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS/ IOF – EXTRAFISCAL/HOMOL
VI.-IMPOSTO S/ PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL/ ITR –
EXTRAFISCAL/HOMOLOG
VII.- IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS- IGF - NÃO EXISTE
- INSS – Parafiscal/Homologação
- CSLL – Fiscal/Homologação
- PIS e COFINS – Fiscal/Homologação.
- CIDE – ExtraFiscal/Homologação

IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA ESTADUAL – CF ART. 155

I - Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer Bens ou Direitos/ ITD –


Lei nº 14427 de 13/02/1989-RJ – FISCAL/DECLARAÇÃO
II - Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação/ ICMS –
FISCAL/HOMOLOGAÇÃO
III - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores/ IPVA –FISCAL/De OFICIO

IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA MUNICIPAL – art. 156 CF

I - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana/IPTU – Lei de regência =


CTMRJ nº 691 de 1984 art. 52 à 86 – FISCAL/DeOFICIO
II –Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a Eles Relativos, Realizada
Inter-vivos, por Ato Oneroso - FISCAL/DECLARAÇÃO
III – Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza/ ISS -FISCAL/HOMOLOG
51

SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL


Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos:
I - impostos
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos
e as atividades econômicas do contribuinte. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos

Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado p
elas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos


pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou
condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
52
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o
objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a
União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o


Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Distrito Federal cabem os impostos municipais.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos


compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção


no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III,
e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a
que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, cobrada
de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e
assistência social. (Parágrafo Renumerado pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata
o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos
efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
>§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput
deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
II - poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no
caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a
pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez
(regime monofásico). (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no
art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
53
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura
de consumo de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação


equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos
rendimentos, títulos ou direitos; - PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU DA ISONOMIA AT.
150,II

III - cobrar tributos:


a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado; - PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE- ART. 150,III, a

Não se pode cobrar tributo relativo a situações ocorridas antes do início da


vigência da lei que as tenha definido, ou seja, a lei sempre se aplicará a fatos geradores
ocorridos após o início da sua vigência. A regra geral é da irretroatividade da lei, sendo
exceção a ocorrência de leis retroativas, tais como as leis interpretativas, a lei penal mais
benigna, etc.

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou; - PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – ART. 150, III, b

Também aqui vemos o desejo de estabelecer a segurança jurídica na relação


tributária, o Estado vê-se obrigado a aguardar o início do próximo exercício financeiro para
iniciar a cobrança do tributo criado ou aumentado. Assim, se um tributo tiver sua alíquota
aumentada no mês de outubro de 2003, só poderá ser cobrado com a nova alíquota a partir
de janeiro de 2004.
O princípio da anterioridade comporta algumas exceções, os impostos sobre
importação/II, exportação/IE, produtos industrializados/IPI, operações
financeiras/IOF, extraordinários de guerra/IEG e o empréstimo compulsório/EC
decorrente de calamidade pública ou guerra externa, podem ser cobrados no mesmo
exercício financeiro em que foram instituídos ou aumentados.

Não confundir com o outrora Princípio da ANUALIDADE

Bom saber, que pelo princípio da anualidade (que não mais existe na ordem
constitucional vigente), a cobrança de um tributo somente poderia acontecer, em
determinado exercício financeiro, se houvesse previsão para tanto na respectiva lei
orçamentária. Ainda que o tributo houvesse sido criado por lei publicada muitos anos
antes, e viesse sendo cobrado nos exercícios anteriores, a falta de previsão orçamentária
para a sua cobrança em determinado exercício a inviabilizava. A previsão orçamentária era
54
uma condição para a vigência da lei, a cada ano, pouco importando a data de sua
publicação.

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NONAGESMAL, OU NOVENTENA, OU ANTERIORIDADE MITIGADA – ART. 150, III, C

Aplicação do Princípio da Anterioridade a partir de EC. nº 42/2003.


PROF. ALBEMAR CUNHA – ABR/2017

Imposto de Renda

Aplica-se apenas a Anualidade. Assim, a ampliação de Base de Cálculo, ou aumento de


Alíquota, por exemplo, respeitam apenas esse princípio. Se a alíquota do IRPJ for ampliada
de 15% para 20%, com Lei publicada no dia 15/Jan/2016, ou no dia 15/Dez/2016, o
aumento entrará em vigor em Janeiro/2017

IPI –Imposto P/I

Aplica-se apenas a regra Nonagesimal. Aumentos de IPI podem entrar em vigor no


mesmo exercício (ano), desde que respeitado o prazo de 90 dias (Nonagesimal). A regra
aplicada ao IPI é idêntica às regras vigentes para as Contribuições Sociais

II, IE e IOF

Estes Impostos não estão sujeitos nem à Anualidade nem a Noventena, com eventuais
aumentos entrando em vigor imediatamente - Imediato

ICMS, ITR, ISS, ITBI, ITCMD

Estão sujeitos ao princípio da Anualidade e Nonagesimal. Aumento do ICMS em


agosto/2016 entrará em vigor apenas em 01/Janeiro/2017. Já o aumento ocorrendo em
novembro, valerá apenas quando completar 90 dias após a publicação da Lei.

IPTU (156,I) e IPVA (155,III)

Estão sujeitos ao princípio da Anualidade e Nonagesimal. Contudo, pela característica


destes impostos, a base de cálculo não precisa seguir o princípio Nonagesimal, seguindo
apenas a regra da Anualidade.

Para complementar temos ainda:


 Art.148, I – Não sujeito à Anualidade nem a Nonagesimal – Imediato
 Art. 148 II – Sujeito à Anualidade e Nonagesimal
 Art. 154 I – Impostos de Competência Residual – Anualidade e Nonagesimal
 Art.154, II – Não sujeito à Anualidade nem a Nonagesimal – Imediato

Todas as Contribuições (Sociais) obedecem apenas a Anterioridade


Nonagesimal (Ler art. 195 da CF/1988)
55

MAPA
Em resumo, fazendo-se a comparação entre o princípio da anterioridade e o princípio da
noventena temos o seguinte quadro: estão ou não sujeitos à Anterioridade e/ou
Noventena
PRINCÍPIO
PRINCÍPIO DA
DA
ANTERIORIDADE
ESPÉCIE TRIBUTÁRIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NOVENTENA
(art. 150, III, “b” –
(art. 150, III,
CF)
“c” – CF)
II – IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO Não Não

IE – IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO Não Não

IR – IMPOSTO SOBRE A RENDA E..... Sim Não

IPI – IMPOSTO S/PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS Não Sim

IOF – IMPOSTO S/OPERAÇÕES FINANCEIRAS Não Não

ITR – IMPOSTO TERRITORIAL RURAL Sim Sim

IGF – IMPOSTO S/GRANDES FORTUNAS Sim Sim

IMPOSTOS ESTADUAIS* Sim Sim

IMPOSTOS DISTRITAIS* Sim Sim

IMPOSTOS MUNICIPAIS* Sim Sim

TAXAS Sim Sim

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Sim Sim

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art.148, I) Não Não

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, II) Sim Sim

IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS.(art. 154,I) Não Não

IMPOSTOS RESIDUAIS. (art. 154, II) Sim Sim

CONTRIBUIÇÔES ESPECIAIS (art. 149)** Sim Sim

CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA Sim Sim

* o IPVA e o IPTU não cumprem o PRINCÍPIO DA NOVENTENA quando se tratar de


aumento de base de cálculo. Obedecem apenas ao princípio da anterioridade. No entanto,
se for o caso de aumento de alíquotas não haverá nenhuma exceção, cumprindo as duas
regras acima.
** as regras mencionadas não se aplicam às contribuições sociais, que são regidas pelo
disposto no art. 195, § 6º – CF – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL.
56
Autor: Dr. Luiz Antonio Ribeiro, Advogado, Professor de Direito Tributário da Universidade
Paulista e dos Cursos de Pós-Graduação da UCAM/ATAME – Cuiabá/MT

Art. 150, IV - utilizar tributo com efeito de confisco; PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO
– ART. 150, IV

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização
de vias conservadas pelo Poder Público; PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO,
150, V

VI - instituir impostos sobre: PRINCÍPIO DA IMUNIDADE – ART, 150,VI


a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Informativo 17 - Página 0 - Ano 2014


ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO 1 RFB, DE 24-4-2014
(DO-U DE 25-4-2014)
CSLL – Imunidade Tributária
Receita Federal esclarece a inaplicabilidade da imunidade tributária em relação à
CSLL
Este ato esclarece que a imunidade tributária prevista na Constituição Federal para templos
de qualquer culto, partidos políticos, inclusive suas fundações, entidades sindicais dos
trabalhadores e instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, aplica-
se exclusivamente aos impostos incidentes sobre o patrimônio, renda ou serviços
relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades, não se estendendo a
qualquer outro tributo.
Imunidade. Constituição da República Art. 150, Inciso Vi, Alíneas B e C. Alcance
Restrito.
A imunidade prevista nas alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da Constituição
aplica-se exclusivamente a impostos incidentes sobre o patrimônio, renda ou
serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas, não
se estendendo a qualquer outro tributo.
IRPJ E CSLL. NORMAS COMUNS. APURAÇÃO. PAGAMENTO. INTERPRETAÇÃO
RESTRITIVA.
O disposto no art. 57 da Lei nº 8.981, de 1995, não autoriza estender-se à Contribuição
Social sobre o Lucro a imunidade aplicável ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso das atribuições
que lhe conferem os incisos III e XXVI do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e
tendo em vista o disposto no art. 150, inciso VI, alíneas "b" e "c", da Constituição da
República, e no art. 57 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, declara:
57
Art. 1º A imunidade prevista nas alíneas “b” e “c” do inciso VI do art. 150 da Constituição
aplica-se exclusivamente a impostos incidentes sobre o patrimônio, renda ou serviços
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas, não se
estendendo a qualquer outro tributo.
Art. 2º O art. 57 da Lei nº 8.981, de 1995, determina que se apliquem à Contribuição Social
sobre o Lucro as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, mas não autoriza estender-se àquela a
imunidade aplicável a este.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Importante o estudo à parte de todo o art.150 transcrito para


análise das vedações às alíneas (b) e (c) do Inciso III
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos;

III - cobrar tributos:


a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;

VI - instituir impostos sobre:


a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou lítero musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo
58
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I,
153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo
dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio,
à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas
pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.

§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca


dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. Princípio da Transparência
dos Impostos ou da Transparência Fiscal

O artigo 150, § 5º, CF/88, reza que a lei determinará medidas para que os consumidores
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. As
denominações deste princípio são utilizadas, respectivamente, pelos mestres Luciano
Amaro e Ricardo Lobo Torres, segundo magistério de Fábio Periandro.
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2008. p.
165

§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito


presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não
se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
59
ANALISEMOS AGORA PELO MAPA ABAIXO TODOS OS TRIBUTOS DE
COMPETÊNCIA DA UNIÃO
TRIBUTOS DA UNIÃO - 03. ABRIL. 2013
VIGÊNCIA/IMPEDIMENTOS
ART. 153**** 148,I PODEM NO MESMO EXERCÍCIO FINANCEIRO
I - IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO/II - IMEDIATO 153, I NÃO SE APLICA A VEDAÇÃO DO ART. 150,
II - IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO/IE - IMEDIATO 153,II III, b
III - IMPOSTO DE RENDA E ../IR - SÓ EXERC FINAN 153,IV
IV - IMPOSTO S/PROD INDUSTRIALIZADOS/IPI - SÓ NON 153,V
V - IMPOSTO S/OPER FINANCEIRAS/IOF -IMEDIATO 154,II ART. 148, I NÃO SE APLICA VE
VI - IMPOSTO TERRITORIAL RURAL/ITR - EXERC FIN E NON 153, I, II, III, V DAÇÃO DO ART. 150
VIII - IMPOSTO S/GRANDES FORTUNAS/IGF - NÃO EXISTE 154, II III, c

ART. 148 - A UNIÃO MEDIANTE LEI COMPLEMENTAR, PODERÁ INSTITUIR EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
INCISO I - PARA ATENDER A DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS DE CALAMIDADE PÚBLICA, DE GUERRA EXTERNA OU
SUA IMINÊNCIA; IMEDIATO
INCISO II - NO CASO DE INVESTIMENTO PÚBLICO DE CARÁTER URGENTE E DE RELEVANTE INTERESSE NACIONAL,
OBSERVADO O DISPOSTO NO ART. 150, III, b
ART. 149. COMPETE EXCLUSIVAMENTE À UNIÃO INSTITUIR CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, DE INTERVENÇÃO
NO DOMÍNIO ECONÔMICO E DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS, COMO
INSTRUMENTO DE SUA ATUAÇÃO NAS RESPECTIVAS ÁREAS, OBSERVADO O DISPOSTO NOS ARTS. 146, III e 150,
INCISOS I e II, E SEM PREJUÍZO DO PREVISTO NO ART. 195 § 6º, RELATIVAMENTE ÀS CONTRIBUIÇÕES A QUE ALUDE
O DISPOSITIVO
§ 1º- DELEGA AOS ESTADOS/DFD e MUNICÍPIOS COMPETÊNCIA PARA INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO
COBRADA DE SEUS SERVIDORES PARA CUSTEIO DO REGIME PREVIDENCIÁRIO PRÓPRIO
ART 149-A - DELEGA COMPETÊNCIA PARA OS MUNICÍPIOS E DF PARA INSTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO, NA
FORMA DAS RESPECTIVAS LEIS, PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA, OBSERVADO
O DISPOSTO NO ART. 150, I e III
ART.154. A UNIÃO PODERÁ INSTITUIR
INCISO I. - MEDIANTE LEI COMPLEMENTAR, IMPOSTOS NÃO PREVISTOS NO ARTIGO ANTERIOR, DESDE QUE
SEJAM NÃO-CUMULATIVOS E NÃO TENHAM FATO GERADOR OU BASE DE CÁLCULO PRÓPRIOS DOS
DISCRIMINADOS NESTA CONSTITUIÇÃO = COMPETÊNCIA RESIDUAL DA UNIÃO
INCISO II. - NA IMINÊNCIA OU NO CASO DE GUERRA EXTERNA, IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS, COMPREENDIDOS
OU NÃO EM SUA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA, OS QUAIS SERÃO SUPRIMIDOS, GRADATIVAMENTE,
CESSADAS AS CAUSAS DE SUA CRIAÇÃO - IMEDIATO

ART. 195 - A SEGURIDADE SOCIAL SERÁ FINANCIADA POR TODA A SOCIEDADE, DE FORMA DIRETA E
INDIRETA NOS TERMOS DA LEI, MEDIANTE RECURSOS PROVENIENTES DOS ORÇAMENTOS DA UNIÃO, DOS
ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, E DAS SEGUINTES CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS:
VER INCISOS DE I À IV QUAIS OS TIPOS DE CONTRIBUIÇÕES
§ 4º.- A LEI PODERÁ INSTITUIR OUTRAS FONTES DESTINADAS A GARANTIR A MANUTENÇÃO OU EXPANSÃO
DA SEGURIDADE SOCIAL , OBEDECIDO O DISPOSTO NO Art. 154, I (MEDIANTE LEI COMPLEMENTAR)
TAMBÉM CONSIDERADA COMPETÊNCIA RESIDUAL DA UNIÃO
§ 6º.- AS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE QUE TRATA ESTE ARTIGO SÓ PODERÃO SER EXIGIDAS
APÓS DECORRIDOS NOVENTA DIAS (90) DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI QUE AS HOUVER
INSTITUÍDO OU MODIFICADO, NÃO SE LHES APLICANDO O DISPOSTO NO ART. 150, III, b
**** ART 153,§ 1º.- É FACULTADO AO PODER EXECUTIVO (POR DECRETO), ATENDIDAS AS CONDIÇÕES E OS
LIMITES ESTABELECIDOS EM LEI, ALTERAR AS ALÍQUOTAS DOS IMPOSTOS ENUMERADOS
NOS INCISOS I, II, IV e V (ARTIGO 153 ACIMA - grifo meu)
60

* o IPVA e o IPTU não cumprem o PRINCÍPIO DA NOVENTENA quando se tratar de


aumento de base de cálculo. Obedecem apenas ao princípio da anterioridade. No
entanto, se for o caso de aumento de alíquotas não haverá nenhuma exceção,
cumprindo as duas regras acima.
** as regras mencionadas não se aplicam às contribuições sociais, que são regidas
pelo disposto no art. 195, § 6º - CF - PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL.

Art. 151. É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as
diferentes regiões do País; - PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA, ART. 151

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino. PRINCÍPIO DA NÃO DIFERENCIAÇÃOTRIBUTÁRIA,
ART,152

O texto constitucional é auto explicativo. Os Estados, Municípios e o Distrito


Federal estão proibidos de estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino (entre os entes federados)

Seção III

DOS IMPOSTOS DA UNIÃO


Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros; I/I
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; I/E
III - renda e proventos de qualquer natureza; IRPqN
IV - produtos industrializados; IPI
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários; IOF
VI - propriedade territorial rural; ITR
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. IGF

§ 1º - É facultado ao Poder Executivo (por Decreto), atendidas as condições e os


limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos
incisos I, II, IV e V. (II, IE, IPI, IOF), só que o IPI obedecerá à Nonagesimal
§ 2º - O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade,
na forma da lei;
II - não incidirá, nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de
aposentadoria e pensão, pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja
61
renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho. (Revogado pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:


I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; PRINCÍPIO DA
SELETIVIDADE, ART. 153, §3º, I

Visa tributar mais fortemente produtos menos essenciais. Em função da


importância e necessidade de um produto se tem a diminuição da carga tributária, e aos
que tem menos importância aumenta-se a carga tributária. O Estado seleciona tais
produtos.
Os produtos essenciais terão alíquotas menores. No IPI sua aplicação é obrigatória,
para o ICMS e o IPVA sua aplicação é facultativa.

II - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores; PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE, ART. 153,
§3º, II - c/c art. art. 154, I, e art. 155, §2º, I CF/88)

Este princípio refere-se a três impostos: ICMS, IPI e agora, PIS/PASEP e


COFINS e os impostos residuais da União. Deve-se compensar o que for devido em cada
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal
O princípio da não cumulatividade foi adotado no Brasil com a Emenda 18 à
Constituição de 1946, importado da Europa. Surgiu na França, em 1954. Não como
substituto de um imposto sobre vendas mercantis, mas no lugar de um imposto sobre a
produção, equivalente ao nosso IPI, antes denominado imposto de consumo.
O princípio da não cumulatividade consiste em, para efeito de apuração do tributo
devido, deduzir-se do imposto incidente sobre a saída de mercadorias o imposto já
cobrado nas operações anteriores relativamente à circulação daquelas mesmas
mercadorias ou às matérias-primas necessárias à sua industrialização.

O contribuinte de direito do imposto não deve suportar a carga tributária do imposto, e


através do princípio da não cumulatividade repassa este ônus ao consumidor final, que
é contribuinte de fato.

Para Morato e Silva [2001, p. 2]:


O ICMS, diferentemente do seu antecessor, o ICM, faz-se incidir sobre as
operações de circulação de mercadorias e de prestação de serviços de telecomunicações
e transportes intermunicipal, interestadual e de comunicação, sendo qualificado por
'relações jurídicas entre sujeitos econômicos', quer sejam pessoas físicas ou jurídicas.
Surge, então, o ICMS em vista da necessidade de um imposto não cumulativo, que,
incidindo somente sobre o valor agregado a cada etapa da produção, tem como corolário
evitar o processo de inflação e de verticalização (produzirá tudo o que puder) e
horizontalização (comprará de terceiros tudo o que puder) da economia, próprios dos
impostos cumulativos anteriores à Emenda no 18/65.

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.


IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
62
§ 4º - O imposto previsto no inciso VI terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas e não incidirá sobre pequenas glebas rurais,
definidas em lei, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua
outro imóvel.
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde
que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento)
§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-
se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo,
devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a
transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
II - setenta por cento para o Município de origem.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição; PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE art. 154, I)
(Vide art. 153, § 3º, II)

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,


compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação. (Pode ser por Medida
Provisória)

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Seção IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL (este art. Está
repetido abaixo para mostrar a Lei condensada e a Lei compilada)
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir:
I - impostos sobre:
a) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;
c) propriedade de veículos automotores
II - adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou
jurídicas domiciliadas nos respectivos territórios, a título do imposto previsto no art. 153, III,
incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital.
63
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I, a
§ 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do
bem, ou ao Distrito Federal
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o
inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário
processado no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
§ 2º - O imposto previsto no inciso I, b, atenderá ao seguinte:
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; -
NÃO CUMULATIVIDADE (art.155,§2º,I) (vide art. 153, §3º, II)

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:


a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço
dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as
alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa
de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e
aprovada por dois terços de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do
disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as
operações interestaduais;
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor
final localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
64
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;
IX - incidirá também:
a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem
destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado
no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento
destinatário da mercadoria ou do serviço;
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado
onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem
ou serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-
elaborados definidos em lei complementar;
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e
de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos
industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto
destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois
impostos;
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local
das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros
produtos além dos mencionados no inciso X, "a"
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e
exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez,
qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X,
b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na
importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso I, b, do "caput" deste artigo e o art.
153, I e II, nenhum outro tributo incidirá sobre operações relativas a energia elétrica,
combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais do País.
§ 3.º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e
65
II, nenhum outro tributo poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços
de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e
II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica,
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do
País.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto
caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será
repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma
proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
imposto caberá ao Estado de origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito
Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre
o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma
venda em condições de livre concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III,
b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à
apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos
Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Outros Princípios à parte


Princípio da Tipicidade

Alguns estudiosos inserem este princípio dentro da legalidade tributária. A


tipicidade tributária, semelhantemente à penal, quer dizer que o tributo somente será
devido se o fato concreto se enquadrar exatamente na previsão da lei tributária, assim
como o fato criminoso tem que se enquadrar na lei penal.
66

Princípio da Vinculabilidade da Tributação

Princípio implícito no sistema constitucional, mas expresso no conceito de tributo,


art. 3º do Código Tributário Nacional: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória,
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
O magistério dominante inclina-se, segundo o ensino de Paulo de Barros
Carvalho, por entender que, nos confins da estância tributária, hão de existir somente atos
vinculados (e não atos discricionários) fundamento do princípio em tela.
Os atos de maior importância, bem como aqueles que dizem mais de perto aos fins
últimos da pretensão tributária, são pautados, devem ser atos vinculados (aqueles aos
quais a lei não permite discricionariedade ao agente público, indicando um único sentido a
ser observado, não deixando nenhuma margem de discrição, nenhuma possibilidade de
escolha).

Seção V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 29, de 2000)
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 2º - O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de
pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 4º - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
67

UNIDADE VII (a) - REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS (VER MAPA ao final do capítulo)

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício
da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a
propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade
na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a
propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no
inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à
circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei
federal.

Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)


I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza
e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e
do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das
Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de
caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando
assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na
forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
55, de 2007)
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento
aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações
de produtos industrializados.
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico
prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal,
68
distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do
referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004)
§ 1º - Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I,
excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer
natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do
disposto nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º - A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento
do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre
os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele
estabelecido.
§ 3º - Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos
recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no
art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e
cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o
mencionado inciso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos
atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles
compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de
condicionarem a entrega de recursos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000)
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 161. Cabe à lei complementar:
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente
sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o
equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios;
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da
liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes
aos fundos de participação a que alude o inciso II.
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o último
dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos
arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar
e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por
Município; os dos Estados, por Município.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei,
incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
69
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art.
201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de
seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em
lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-
de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total
ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou
o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
70

A SEGUIR:
MAPA DAS REPARTIÇÕES
TRIBUTÁRIAS
71
MAPA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS (ESTE É MEU)
JULHO DE 2016
TRIBUTO/UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS BASE

II e IE /////////////////////////// ////////////////////////
IRRF 100% DA ARRECADAÇÃO DO IR/ 100% DA ARRECADAÇÃO DO IR/ ART. 157,I (E/DF)
FONTE DAS AUTARQUIAS E FUN FONTE DAS AUTARQUIAS E FUN
DAÇÕES DE SEUS FUNCIONÁRIOS DAÇÕES DE SEUS FUNCIONÁRIOS ART. 158, I (MUN)

IMPOSTO DE 20% ART. 157,II ART. 157,II


COMPETÊNCIA
RESIDUAL

ITR ////////////////////////// 50% DA ARRECADAÇÃO Art.158, II e SE OPTANTE


PELA FISCALIZAÇÃO DO TRIBUTO FICA COM 100%
CONSOANTE o Art. 153 § 4º, III
IPVA 50% DA ARRECADAÇÃO DOS VEÍCULOS LICENCIADOS
NO MUNICÍPIO

ICMS 25% ART. 158, IV e ART. 158, § único, I e II TRATA DAS


PARTICULARIDADES DE DISTRIBUIÇÃO

IOF sobre OURO 30% AO ESTADO DE ORIGEM 70% AO MUNICÍPIO DE ORIGEM ART.153, § 5º, I e II
como Ativo Finan
ceiro ou Instru
mento Cambial

IR + IPI 21,5% FUNDO DE PARTICIPAÇÃO 22,5% PARA O FUNDO DE PARTI ART.159, I, a,b,c,d
DOS ESTADOS ART.159, I, a CIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
ART.159,I,b
3% PROGRAMA DE FINANCIA 1,0% FUNDO DE PARTICIPAÇÃO
MENTO AO SETOR PRODUTIVO DOS MUNICÍPIOS ENTREGUE
DOS ESTADOS DA REGIÃO NORTE, NO 1º DECENDIO DO MÊS DE
NORDESTE E CENTRO OESTE. DEZ DE CADA ANO
ART.159, I, c ART.159,I,d

IPI 10% PROPORCIONAL AO VALOR DAS RESPECTIVAS EXPORTAÇÕES PELOS ESTADOS


DOS PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 25% dos 10% (2,5%) que ART.159, II
Estado recebe é destinado aos
Municípios Art. 159 § 3º c/c art 158, § Único, I e II
CIDE 29% ART. 159, III DOS 29% ESTADOS REPASSAM ART.159, III
(-) o IRRF do art 157,I e 158, I 25% >> 7,25% P/MUNICÍPIOS
ART.159,§ 4º ART.159,§ 4º
Ver ainda art 177,§ 4º, II, c
Trata da CIDE na Importação ou Comercialização dem Petróleo e
derivados, no que se refere à alíquota e destinação dos recursos
72

Outro quadro de apresentação das várias hipóteses de repartição de receitas


tributárias.

TRIBUTO DESTINO OBSERVAÇÕES


100% do IR, retido na fonte, incidente
IRPF (FONTE) 100% para os Estados. sobre pagamentos aos seus
funcionários.
100% do IR, retido na fonte, incidente
IRPF ( FONTE) 100% para os Municípios. sobre pagamentos aos seus
funcionários.
Impostos oriundos
Art. 154,I c/c ART 157, II ambos da
da competência 20% para os Estados.
CRFB/88
residual da União
Deverão ser repassados pelos
CIDE-
29% para Estados e DF Estados 25% do que receberem para
COMBUSTÍVEIS
os seus Municípios.
No caso de um Município optar para
50% para os Municípios onde estiverem que exerça a fiscalização e
ITR
localizados os imóveis arrecadação do tributo terá direito a
totalidade da arrecadação.
10% para os Estados, proporcionalmente Deverão ser repassados pelos
IPI ao valor das respectivas exportação de Estados 25% do que receberem para
produtos industrializados. os seus Municípios.
IOF (OURO – ATIVO
FINANCEIRO OU 30% para o Estado de origem e 70% para
INSTRUMENTO o Município de origem.
CAMBIAL)
48% da soma de IR e IPI, da seguinte
forma: 21,5% para o Fundo de Da parcela do IR devem ser
Participação dos Estados, 23,5% para o descontados os valores recebidos
IR + IPI Fundo de Participação dos Municípios e pelos Estados, DF e Municípios,
3% para o Programa de Financiamento incidentes na fonte sobre os valores
das regiões norte, nordeste e centro- pagos a seus próprios funcionários
oeste.
50% para os Municípios onde estiverem
IPVA
matriculados os veículos
As parcelas de receita pertencentes
aos Municípios, mencionadas no
inciso IV, serão creditadas conforme
os seguintes critérios:I – três quartos,
no mínimo, na proporção do valor
adicionado nas operações relativas à
ICMS 25% para os Municípios
circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, realizadas
em seus territórios;
II – até um quarto, de acordo com o
que dispuser lei estadual ou, no caso
dos Territórios, lei federal.

FIM
73

UNIDADE VIII - CRÉDITO TRIBUTÁRIO -


ASSUNTO CONTIDO NO CTN Lei nº 5172 de 25/10/1966
Artigos 139 à 182

I– INTRODUÇÃO

Os contadores e advogados na área empresarial tem convívio direto com o


direito tributário. Além das perspectivas pouco otimistas do mercado, os empresários
brasileiros
(a sociedade brasileira) sofrem com os impostos cobrados por nossa legislação tributária
em todos os níveis: municipal, estadual e federal.
E essa angústia não advém exclusivamente da carga tributária e de uma legislação
protecionista do Estado, mas também do desconhecimento da matéria por alguns fiscais,
felizmente a minoria, bem como dos operadores do direito, desavisados dos preceitos
legais em pauta.
Os advogados e contadores são participantes ativos desde o início da fiscalização, não
permitindo atos abusivos e ilegais praticados pelos fiscais; atua na impugnação dirigida à
instância administrativa a quo (Tribunal de instância inferior de onde se origina o
processo, aquele de cuja decisão se recorre) contra o lançamento do débito fiscal;
recorre à instância administrativa ad quem (Tribunal superior para onde se recorre ou
encaminha o processo) competente (Conselhos ou órgãos equivalentes). No âmbito
judicial, os procedimentos judiciais mais comuns são: mandado de segurança, ação
declaratória ou anulatória de débito, embargos à execução, consignação em pagamento, e
outras adequadas a cada caso concreto.
O artigo 139 do CTN conceitua o crédito tributário como uma obrigação jurídica tributária:
“O crédito decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta” (artigo 139 do
CTN).
Destarte, o propósito de trazer deste estudo é realçar as premissas básicas que envolvem
o “Crédito Tributário”, necessárias para uma compreensão primária do tema em estudo.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

II – O LANÇAMENTO – Materialização da Obrigação Tributária


A apuração do crédito tributário através de inspeção do Fisco é retratada
pelo ato administrativo intitulado “lançamento”. No lançamento identifica-se o valor certo e
líquido do crédito tributário levando em conta o fato gerador, o objeto da obrigação, a
identificação do contribuinte e a Fazenda Pública credora, esclarecendo o prazo, onde e
como o contribuinte fará o pagamento.
Importante frisar que se a lei não fixar prazo para o pagamento do tributo devido, a
obrigação vencerá em 30 dias após a notificação do lançamento ao sujeito passivo (artigo
160 do CTN).

Por gozar a lei tributária de ultratividade, o lançamento retroage seus efeitos à data da
ocorrência do fato gerador, regendo-se em consonância com a lei vigente naquela época,
não se permitindo alterar se a posteriori a lei tenha sido ab-rogada ou derrogada, ou
mesmo que a nova seja mais benéfica (artigo 144 do CTN). Insta ressaltar que a lei mais
benéfica em regra não retroage, salvo se trouxer disposição expressa de retroação.
74
Por se tratar de um ato administrativo, obriga o agente fiscal a proceder ao lançamento de
acordo com a lei, sob pena de responsabilidade profissional (artigo 142, parágrafo único do
CTN).

II.1 – Lançamento administrativo e judicial


Notificado o contribuinte do lançamento contra si do crédito tributário,
poderá tomar dois caminhos:

a. na esfera administrativa, ofertar impugnação propugnando pela nulidade


se verificados vícios insanáveis (ilegalidade), redução total ou parcial do valor apurado
(CTN, artigo 145, I); Recurso de Ofício (CTN, artigo 145, II) e por iniciativa de ofício da
autoridade administrativa se ocorrer às hipóteses previstas no artigo 149 (CTN, artigo 145,
III);

b. na esfera judicial, buscando a inconstitucionalidade da lei tributária, a


declaração de nulidade e anulação total ou parcial do procedimento administrativo por erros
de forma ou para reconhecer indevido o crédito tributário.

II.2 – Classificação do lançamento : O lançamento é classificado em:

a. – direto ou de ofício.
Sua constituição é prevista em lei ou quando
o tributo não tenha outra forma de ser lançado (CTN, artigo 149). É de incumbência
exclusiva do Fisco, sendo o contribuinte apenas notificado do crédito tributário a saldar,
v.g., IPTU, IPTR, IPVA.

b. – misto ou por declaração.


O lançamento por declaração passa
obrigatoriamente por três etapas: declaração à autoridade; lançamentos pela
autoridade e notificação do contribuinte . Há atos tanto do sujeito passivo quanto do
ativo, por isso, é também conhecido por lançamento misto. Pode o próprio declarante
tomar a iniciativa de retificar a declaração prestada, buscando reduzir ou excluir o
tributo, desde que comprove em que se funde e antes de notificado o lançamento do
mesmo (artigo 147, § 1º do CTN).
O exame desse pleito de retificação por erro na declaração estará a cargo da autoridade
administrativa a que competir a revisão daquela (artigo 147, § 2º do CTN).
O lançamento por declaração é utilizado para os seguintes em impostos: v.g. (verbi gratia
= por exemplo): II, IE, ITCMD (ITD) e ITBI.

c. – por homologação ou auto lançamento.


É aquele realizado pelo contribuinte ad referendum,
mas fiscalizado pela Fazenda Pública, v.g., IR, ICMS, IPI, ISS e IOF.
Permite-se o pagamento antecipado pelo obrigado com a finalidade de extinguir o
crédito tributário, mas mesmo assim, estará condicionada a ulterior homologação do
lançamento (artigo 150, § 1º do CTN), no prazo estabelecido por lei. Não existindo prazo
fixado, ou não se manifestando a autoridade tributante a homologação será até 5 (cinco)
anos contados da ocorrência do fato gerador. Ultrapassado esse prazo considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação (artigo 150, § 4º CTN).
75

NOTA: Exemplo: Vencimento da 1ª quota ou quota única na mesma data da entrega


da declaração
Até 1982, o prazo para pagamento do Imposto de Renda Pessoa Física ocorria após o
lançamento efetuado pela autoridade administrativa. O contribuinte entregava a declaração,
a Secretaria da Receita Federal examinava os dados da declaração, processava, revisava
e efetuava o lançamento, com o vencimento da 1ª quota quarenta e cinco dias após a
emissão da notificação.

Caracterizava-se o lançamento por declaração, conforme art. 147 da Lei nº 5.172 de 25 de


outubro de 1966 (Código Tributário Nacional).
“Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de
terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.”
Era facultado ao contribuinte antecipar o pagamento. De 1948 a 1975 houve inclusive
desconto para recolhimento antecipado.
Com o advento do Decreto-lei 1.968 de 23 de novembro de 1982, a partir do exercício de
1983, com exceção do exercício de 1993, o vencimento da primeira quota ou quota única
passou a ser a data de entrega da declaração. A legislação tributária atribuiu ao
contribuinte o dever de antecipar o pagamento do imposto sem prévio exame da autoridade
administrativa. Estava instituído o lançamento por homologação, conforme artigo 150 da
Lei nº 5.172/66; no entanto, não é consenso entre os tributaristas considerar o imposto de
renda pessoa física como lançamento por homologação.
“Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.”

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

III – CAUSAS SUSPENSIVAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


Depois de constituído regularmente o crédito, só poderá sofrer
modificação, extinção ou ter sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos que a lei
prever, sendo vedado ao Fisco dispensá-lo fora dessas situações (CTN, artigo 141).

São causas de suspensão do crédito tributário:


– moratória (artigo 151, I do CTN);
– depósito do seu montante integral (artigo 151, II do CTN);
– reclamações e os recursos, nos termos da lei, reguladoras do processo tributário
administrativo (artigo 151, III do CTN);
– concessão de medida liminar em mandado de segurança (artigo 151, IV do CTN);
– concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação
judicial (artigo 151, V do CTN);
– parcelamento (artigo 151, VI do CTN): Foi introduzido com a LC 104/2001, mas a
doutrina já o admitia.
76
III.1 – A moratória (art. 151,I, CTN)
Moratória: é a postergação do prazo para
pagamento do tributo devido, pode ser concedido de modo geral ou individual. Ela
sempre dependerá de lei para a sua concessão. Esse benefício somente pode ser
concedido se o crédito já fora constituído ou se o lançamento foi iniciado. A competência
para concedê-la, em regra, é da pessoa jurídica de direito público competente para instituir
o tributo. Para alguns doutrinadores a União poderá conceder moratória sobre qualquer
tributo em caso de guerra externa.

A moratória tem natureza de medida política fiscal, quando presentes circunstâncias que
atingem a capacidade econômica do contribuinte, obediente ao princípio da legalidade e da
indisponibilidade do interesse público, prorrogando o prazo normal do recolhimento através
de uma lei criada especialmente com esse propósito. Só atinge os créditos definitivamente
constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha
sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo (CTN,
artigo,154º.

III.2 – O depósito integral (art. 151, II, CTN)

O contribuinte pode efetuar ao depósito integral do crédito tributário cobrado pela Fazenda
Pública, que com ele não concordar, para fins de afastar a mora e suspender a sua
exigibilidade. Esse depósito será integral, realizado por via administrativa ou judicial (ação
anulatória ou declaratória, antes ou depois do lançamento), e será corrigido
monetariamente. Obtendo êxito na ação judicial, o contribuinte levantará o depósito judicial
e, se derrotado, o depósito servirá como pagamento (conversão de depósito em renda).

III.3 – Reclamações e Impugnações por Recursos (art. 151, III, CTN)

Qualquer impugnação, defesa ou recurso administrativo contra o lançamento constitutivo


do Crédito Tributário faz suspender a sua exigibilidade. O Poder Público tributante fica
impedido de inscrever a dívida e procurar o Poder Judiciário para requerer seus
direitos, na pendência da solução administrativa de qualquer impugnação ou recurso.
Na falta desses recursos, administrativamente, poderá a Fazenda Pública ingressar com a
ação de execução fiscal, uma vez inscrito o crédito em dívida ativa.

III.4 – Concessão Liminar em Mandado de Segurança (art. 151, IV, CTN)

Se o juiz conceder liminar (nota) em mandado de segurança, o crédito tributário ficará


suspenso, até que seja revogada em instâncias superiores ou denegada a ordem por
sentença, valendo ressaltar, que a apelação interposta não tem efeito suspensivo.

NOTA: É uma ordem judicial que determina uma providência antes da discussão do feito,
para resguardar direitos. Destina-se à proteção de um direito em razão da provável
veracidade dos fundamentos invocados por uma das partes e da possibilidade de ocorrer
dano irreparável em decorrência do atraso da decisão. A finalidade da liminar é resguardar
direitos ou evitar danos que possam suceder, durante o processo, antes do julgamento do
mérito da causa.No direito brasileiro, é considerada uma espécie do gênero tutela de
urgência (a outra espécie seria a tutela antecipada).
77

III.5 – Concessão de Medida Liminar ou de Tutela Antecipada (art. 151,V)

Garantia constitucional para assegurar proteção a direito líquido e


certo, lesado ou ameaçado de ser, por ato de autoridade administrativa. Concedida a
liminar, em processo de mandado de segurança impetrado contra ato jurídico
administrativo de lançamento tributário, a exigibilidade do ato fica suspensa.

Com a influência da jurisprudência e apoio na doutrina, em qualquer outra espécie de ação


à disposição do SP para questionar a obrigação, tais como: Declaratória de Inexistência
de Relação Tributária; Ação Anulatória de Lançamento, etc., suspende a exigibilidade
do C.T.

Tutela antecipada é o ato do juiz, por meio de decisão interlocutória, que adianta
ao postulante, total ou parcialmente, os efeitos do julgamento de mérito, quer em primeira
instância quer em sede de recurso. Antecipar tutela significa satisfazer
provisoriamente, no todo ou em parte, o direito afirmado pelo autor.

No direito brasileiro, o instituto está previsto no artigo 273 do Código de Processo Civil que
autoriza ao juiz conceder ao autor (ou ao réu, nas ações dúplices) um provimento imediato
que, provisoriamente, lhe assegure o bem jurídico a que se refere a prestação do direito
material reclamada no litígio. Diferencia-se das medidas cautelares eis que nestas a
decisão visa resguardar o direito que será definido posteriormente.
Para o deferimento da tutela antecipada é necessária prova inequívoca do direito alegado,
além do fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. Ademais, poderá ser
concedida quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu (CPC, art. 273).

A concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública, como um novo mecanismo


legal de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, surgiu com a promulgação da Lei
complementar nº 104/2001.

Esta inovação legislativa corrobora a força das decisões judiciais não terminativas, em que
se vê o reconhecimento liminar dos direitos do contribuinte frente ao ìmpeto arrecadador do
Estado, evitando assim danos irreparáveis que podem ser causados com a demora da
prestação jurisdicional. Entretanto, esta liminar só poderá ser concedida se todos os
requisitos legais (expressos acima) forem atendidos.

III.6 - Parcelamento

O parcelamento, a exemplo do item anterior, foi acrescentado ao art. 151 do CTN, pela LC
104/01.
Para alguns doutrinadores o parcelamento é apenas uma espécie do gênero moratória.
Não parece, porém que o legislador se daria ao trabalho de incluir na lei algo que já tivesse
sido tratado.
Quando o CTN disciplina a moratória fica claro o seu caráter de excepcionalidade, e
parece ser exatamente esse caráter que a diferencia, fundamentalmente, do parcelamento.
O parcelamento, não tem caráter de benefício ou favor fiscal, como a moratória, mas
visa criar condições para a recuperação de créditos fiscais. Tanto que no parcelamento não
se excluem multas e juros, nem se permite ao contribuinte gozar do benefício da denúncia
espontânea.
78
O parcelamento de créditos fiscais pode ser feito tanto para créditos já constituídos
como para créditos não constituídos, sendo que a jurisprudência tem entendido que o ato
de formalização do parcelamento supre a necessidade do lançamento e considera-se
constituído, para todos os efeitos, o crédito tributário parcelado.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

IV – CAUSAS EXTINTIVAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

O artigo 156 do CTN relaciona as causas extintivas, e ocorrendo


quaisquer das situações abaixo, desaparece a exigibilidade do crédito tributário:

São causas de extinção do crédito tributário:


1 – pagamento (artigo 156, I do CTN);
2 – compensação (artigo 156, II do CTN);
3 – transação (artigo 156, IIII do CTN);
4 – remissão (artigo 156, IV do CTN);
5 – prescrição e decadência (artigo 156, V do CTN);
6 – conversão do depósito em renda (artigo 156, VI do CTN);
7 – pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no
artigo 150, §§ 1º e 4º (artigo 156, VII do CTN);
8– consignação em pagamento, conforme artigo 164 § 2º do CTN (artigo 156,VIII do
CTN);
9 – decisão administrativa irreformável em favor do contribuinte para extinguir o crédito
tributário;
10 – decisão judicial favorável ao contribuinte, passada em julgado para extinguir o
crédito tributário (artigo 156, X do CTN);
11 – dação em pagamento em bens imóveis (artigo 156, XI do CTN).

IV.1 – O pagamento (art. 156,I, CTN)

O pagamento é a satisfação do valor da obrigação/prestação do crédito


tributário (pode ocorrer desconto pela antecipação do pagamento (CTN, artigo 160,
parágrafo único), no seu vencimento ou apontado no lançamento (CTN, artigo 160 – se não
constar do prazo no lançamento, conta-se 30 dias do recebimento da notificação do
lançamento). O pagamento é feito na repartição ou banco onde o contribuinte encontrar-se
domiciliado (CTN, artigo 159); em moeda corrente ou por outro meio equivalente previsto
em lei (CTN, artigo 162, I e II).

IV.2 – A compensação (art. 156,II,CTN)

Requisitos indispensáveis para suceder a compensação com crédito


tributários vencidos ou vencíveis: se o Fisco tem um crédito e o contribuinte outro crédito
líquido e certo para com o Fisco , sendo previsível legalmente esse encontro de contas
para fins de extinção recíproca (CTN, artigo 170). É vedado para fins de compensação,
aproveitar crédito que sua constituição esteja sub-judice (CTN, artigo 170-A). A
compensação de crédito tributário pode ser pedida através de mandado de segurança
(STJ, Súmula 213).
Muito comum que o pagamento se concretize através de título da dívida pública em
condições de ser resgatada, pois se trata de dinheiro. Ela pode vir através de
79
compensação, resultando no pagamento. O pagamento em cheque somente se considera
extinto com a sua liquidação (CTN, artigo 162, § 2º).

Também se opera a compensação quando verificado administrativamente ou judicialmente


o crédito do contribuinte a procedência do pedido de repetição de indébito, total ou parcial,
caso tenha procedido com o pagamento de tributo indevido, pois a Fazenda não pode se
enriquecer ilicitamente, recebendo o que não lhe seja devido (CTN, artigo 165).

IV.3 – A transação (art. 156, III,CTN)

A transação é um acordo que somente se perfaz com base em permissibilidade de uma


lei especial indicando a autoridade específica para celebrar essa concessão recíproca entre
a Fazenda e o contribuinte (CTN, artigo 171). Como é sabido, a Fazenda está impedida
de transacionar livremente com o contribuinte, em virtude do princípio da legalidade
e da indisponibilidade do interesse público.
O emaranhado de procedimentos e normas tributárias às quais se submetem as empresas
brasileiras não é novidade para quem acompanha sua evolução nos últimos anos.

É comum encontrarmos companhias envolvidas em uma vasta lista de discussões


tributárias que chegam a perdurar por vários anos. Isso é ruim não só para as empresas,
mas também para a Fazenda Nacional, em especial para a União Federal, uma vez que a
demora na solução dos conflitos retarda o ingresso de recursos
nos cofres públicos.

Diante da constatação de que algo precisa ser feito em benefício de todos, nos deparamos
com a louvável e inédita tentativa da Procuradoria da Fazenda Nacional de introduzir no
sistema legal brasileiro o instituto da transação tributária. Usamos esses adjetivos para
caracterizar essa iniciativa, porque, atualmente, é vedado qualquer tipo de acordo ou
negociação entre o contribuinte e a Fazenda Nacional, ainda que ambas as partes
busquem a composição dos seus interesses e o fim da discussão tributária.

A transação tributária, da maneira como proposta, tem o objetivo principal de extinguir


créditos tributários. Resolvem-se os litígios, extinguem-se os processos e as obrigações
pendentes são liquidadas pelo contribuinte. Com isso, arrecada-se para os cofres públicos
aquilo que ambas as partes admitem como devido, e as
empresas, por sua vez, encerram discussões longas e pouco frutíferas.

A decisão de transacionar ou não caberá, exclusivamente, à Fazenda Nacional. Para isso,


levará em conta a conveniência e a oportunidade do procedimento, ou seja: as transações
serão aceitas somente nas hipóteses em que o poder público entender como convenientes
e oportunas. Não há, portanto, direito à transação em si, mas à sua proposição.

Além disso, será criado um órgão específico que disciplinará, previamente, a forma e os
parâmetros das transações. Trata-se da Câmara Geral de Transação e Conciliação da
Fazenda Nacional (CGTC), que designará os procuradores da Fazenda Nacional como
competentes para formalizar as transações que estiverem em linha com as premissas
estabelecidas. Somente as multas, de mora e ofício, os juros e/ou as verbas de
sucumbência, dentre outros encargos pecuniários, serão objetos de transação, e não o
valor principal
80
do tributo devido.

Ainda que em lados opostos nas diversas disputas existentes, a verdade é que, na maioria
dos casos, as empresas e a Fazenda Pública têm a mesma meta: alcançar a legitimidade,
a segurança e a certeza nas suas relações.

IV.4 – A remissão (art. 156,IV, CTN)

O perdão do débito tributário é chamado remissão. Só poderá ser


concedido por intermédio de lei, já que, como dito, não dispõe a Fazenda direito de
transacionar ou perdoar débitos tributários (CF, artigo 150, § 6º). Ressalva se faz em
relação ao ICMS, cabendo a lei complementar regular a forma como, mediante liberação
dos Estados e Distrito Federal, as isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.
O artigo 172 nos seus incisos I, II, III, IV e V prescrevem que a lei pode autorizar a
autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado (sujeito a revogação de
ofício nos casos do artigo 155 do CTN) para fins de remissão total ou parcial do crédito
tributário, atendendo:
I – à situação econômica do sujeito passivo;
II – ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato;
III – à diminuta importância do crédito tributário;
IV – a considerações de equidade, em relação com as características pessoas ou
materiais do caso;
V – as condições peculiares à determinada região do território da entidade tributante.
Com efeito, a Fazenda torna-se ao mesmo tempo credor e devedor do mesmo
tributo, como ocorre no caso de herança vacante(nota), assim o tributo se compensa e
desaparece. É a figura jurídica da confusão. Também extingue o crédito tributário, se
desaparece o sujeito ativo ou o sujeito passivo sem deixar sucessor, para sub-rogar nos
direitos e deveres do sucedido, nos limites da herança.

NOTA: Herança Jacente e Herança Vacante - Uma pessoa pode falecer deixando um
patrimônio sem que se conheçam ou sem possuir herdeiros. Nesse caso, o Estado
promove a arrecadação dos bens, toma algumas iniciativas dentre as quais a realização de
um processo denominado inventário. A herança nesse estado de expectativa de habilitação
de herdeiros de existência ignorada chama-se jacente. Não aparecendo herdeiros e
esgotadas as diligências, um ano após a conclusão do inventário, a herança será
declarada vacante. Decorridos cinco anos da abertura da sucessão, a herança vacante
reverterá ao domínio do poder público.

IV.5 – Decadência e Prescrição (art. 156, V, CTN)

No direito tributário, antes do lançamento pode ocorrer a decadência, ou seja, a perda do


direito não exercitado por um determinado tempo previsto em lei, resultando no
desaparecimento do direito inerte, e , via de consequência, desaparecendo do mundo
jurídico a possibilidade de sua cobrança. Mas depois do lançamento, pode surgir a
prescrição, ou seja, a perda da pretensão da Fazenda agir administrativa ou judicialmente
na busca do direito de cobrar o crédito tributário, dentro do princípio da segurança jurídica,
que não se admite o prolongamento no tempo das obrigações patrimoniais. Insta pontuar,
que o crédito tributário prescrito, mesmo que indevido, não enseja o direito do contribuinte
reivindicar a cobrança via ação de repetição de indébito.
81
É de 5 (cinco) anos o prazo decadencial para a Fazenda lançar tributos direto ou por
declaração (CTN, artigo 173), contando-se:

– do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido
realizado (CTN, artigo 173, I);

– do dia da decisão anulatória por vício formal o lançamento anteriormente realizado


(CTN, artigo 173, II). Assim, pode-se verificar que a Fazenda tem um prazo de 5 anos para
anular e mais 5 anos para lançar a partir da anulação, não se permitindo repetir esse
procedimento;
– da tomada de qualquer providência administrativa para alcançar (CTN, artigo 173,
parágrafo único).
Art. 173, Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se
definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido
iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer
medida preparatória indispensável ao lançamento.

É também de 5 (cinco) anos o prazo decadencial para a Fazenda lançar tributos por
homologação. Esse prazo é contado da data do fato imponível, mesmo que a Fazenda não
o tenha homologado, exceto se o Fisco comprovar a ocorrência de dolo, fraude ou
simulação (CTN, artigo 150, § 4º).

Comprovadas essas ilicitudes, o prazo para o lançamento segundo o CTN é de 20 (vinte)


anos, embora boa parte da doutrina só admita o prazo limite de 10 (dez) anos estabelecido
pelo novo Código Civil vigente.

O prazo prescricional para a fazenda cobrar o seu crédito regularmente lançado é


de 5 (cinco) anos, contado da data de sua constituição, ou que tornar definitiva a
decisão administrativa, ou que transitar em julgado a decisão judicial que tenha
reformado ou anulado (CTN, artigo 165, II e III).
Para buscar a repetição de indébito judicialmente por pagamento espontâneo de tributo
indevido ou a maior que o devido, tem de ficar atento ao prazo prescricional de 5 (cinco)
anos, contado da data que o crédito foi extinto pelo próprio contribuinte (CTN, artigos 168, I
e 165 I e II). Mas para interromper esse prazo prescricional, basta a distribuição da ação
judicial.

- A ação anulatória contra decisão administrativa que denegou o pedido de repetição de


indébito prescreve em 2 (dois) anos (CTN, artigo 169).
- As causas suspensivas da contagem do prazo prescricional são aquelas
relacionadas no artigo 151 do CTN, impedindo a Fazenda de cobrar o crédito tributário, a
saber:

- A inscrição da dívida ativa no livro próprio suspende a prescrição por 180


(cento e oitenta) dias (= 6 meses) ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer
antes de findo aquele prazo (artigo 2º, § 3º da Lei 6.830/80);

– ajuizada a execução fiscal se o contribuinte não for encontrado para citação ou ainda
que encontrado se não tiver bens sobre os quais possa recair a penhora, o processo fica
suspenso por 1 (um) ano. Após a suspensão, nada requerendo a Fazenda nos próximos 5
(cinco) contados do término do prazo de suspensão, ocorrerá a prescrição intercorrente,
gerando a extinção do processo de execução.
82
Existem, ainda, as causas interruptivas da fluência do prazo prescricional, concatenadas no
artigo 174,
parágrafo único do CTN. São elas:

– a citação pessoal feita ao devedor. Diferentemente para a Lei 6.830/80 que aponta
o despacho do Juiz que ordena a citação (artigo 8º, § 2º da Lei 6.830/80),6
– a medida cautelar do protesto judicial (CTN, artigo 174, parágrafo único, II do
CTN);
– qualquer medida judicial (interpelação) visando constituir o devedor em mora
(CTN, artigo 174, parágrafo único, III);
– qualquer providência extrajudicial que explicite o reconhecimento do débito por
parte do contribuinte, como sói ocorrer nos pedidos de parcelamento (CTN, artigo 174,
parágrafo único, IV).
O prazo decadencial e prescricional para a cobrança dos débitos previdenciários é de 10
(dez) anos (Lei nº 8.212/91, artigos 45 e 46 respectivamente). Há divergência na doutrina,
alguns juristas de escol sustentando a inconstitucionalidade desses dispositivos, pois
caberia à Lei Complementar ditar regras gerais em matéria relativa a legislação tributária,
sobretudo quando se trata de decadência e prescrição (CF, artigo 146, III, “b”).

IV. 6 - Conversão do Depósito em Renda (art. 156,VI, CTN)


A conversão de depósito em renda extingue o crédito tributário, e pressupõe,
portanto, a existência deste. Feito o depósito, se a FP. concorda, expressa ou tacitamente,
com o seu montante, considera-se feito o lançamento e portanto existente o crédito
tributário.
A sentença que resolve o litígio afirmando ser devido o tributo opera a transferência do
depósito do patrimônio do contribuinte para o patrimônio da FP., tão logo transite em
julgado a sentença.

IV.7 – O Pagamento Antecipado e a Homologação do Lançamento (art. 156,VII, CTN)


Nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º a 4º. O pagamento
antecipado extingue o CT. sob condição resolutória da ulterior homologação do
lançamento. Se a lei não fixar prazo à homologação, será de cinco anos, a contar do FG.
Findo este prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o CT. – salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

IV.8 – Consignação em Pagamento (art 156,VIII, CTN)


Ocorre nas situações do Art. 164, incisos e parágrafos, do CTN. Consigna-se em
pagamento quando:
- houver recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou
de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
- de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem
fundamento;
- de exigência, por mais de um pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre
um mesmo fato gerador.
Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância
consignada é convertida em renda. Julgada improcedente, no todo ou em parte, cobra-se o
CT. acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
83
IV.9 – Decisão Administrativa Irreformável (art. 156,IX, CTN)
O CT. pode ser extinto mesmo quando ainda se encontre em constituição –
reconhecendo, a FP, inexistir a OT. respectiva, encerra o procedimento de lançamento. A
decisão administrativa há de ser irreformável, ou seja, administrativamente não possa ser
reexaminada pela Administração e que não mais possa ser objeto de ação anulatória.

IV.10 – Decisão Judicial passada (transitada) em julgado (art. 156, X, CTN)


A decisão judicial, dando pela invalidade do lançamento, extingue o CT após o seu
trânsito em julgado. Tanto a decisão administrativa irreformável, como a judicial transitada
em julgado, faz é anular o lançamento. Já feito ou em elaboração. No caso de extinção do
CT validamente constituído – há extinção da respectiva obrigação tributária. No caso de
desfazimento do procedimento de constituição de um CT sem efetivo suporte legal – há
extinção apenas do CT, ou a obrigação respectiva não existia, ou se existia e a anulação
do lançamento se deu em face de vício formal, a obrigação sobrevive, ensejando a feitura
de outro lançamento.

IV.11 – Dação em Pagamento em Bens Imóveis (art. 156, XI, CTN)

Forma de extinção do CT introduzida pela Lei Complementar n.º 104, de 10


de janeiro de 2001.
A Dação em pagamento em bens imóveis somente ocorrerá na forma e condições
estabelecidas em lei ordinária de cada ente político tributante, na esfera de sua
competência impositiva.
Enquanto não publicada a lei que introduz os requisitos de aplicação dessa hipótese
extintiva, a norma prevista no art. 156, XI, do CTN será ineficaz

Essa modalidade de extinção do crédito tributário foi incluída no art 156, XI do Código
Tributário Nacional por intermédio da Lei Complementar n. 104 de 10.1.2001. Para Hugo
de Brito este dispositivo é rigorosamente inútil e nada acrescentou ao CTN.
"Art. 156. ..........................................
"XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas
em lei." (AC)
A dação em pagamento é um instituto do direito privado, mais especificamente do direito
das obrigações, segundo o qual o credor tem a faculdade de aceitar receber coisa diversa
da que lhe é devida (artigo 356 do Código Civil).
A questão essencial dessa forma de extinção do crédito tributário é o estabelecimento do
valor do bom imóvel que será recebido pela Fazenda como pagamento.
No entendimento de Hugo de Brito, o contribuinte continua tendo o dever de pagar o tributo
em dinheiro, posto que se trata de uma prestação pecuniária. A inclusão da dação em
pagamento como forma de exclusão do crédito tributário o confirma, pois com ela apenas
se explicitou ser admitido à Fazenda Pública, enquanto credora, aceitar prestação diversa
da que lhe é devida pelo contribuinte.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

V - EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Art. 175 – CTN

São fatores de exclusão do CT, segundo o CTN: a isenção e a anistia – excluir o CT


significa evitar que ele se constitua.
84
a. ISENÇÃO
A isenção tem de ser veiculada por lei. Pode ser concedida de
caráter geral, isto é, independendo de expedientes da Administração, ou sob condição de
controle administrativo, em que o agente público competente apreciará o preenchimento
dos requisitos básicos que a lei ou o contrato (nos termos da lei) estipular. Neste caso, de
caráter condicional, o interessado deve requerê-la, fazendo prova do seu enquadramento
nos pressupostos legais.
A isenção é a retirada, por lei ordinária, de parte da hipótese de incidência. Ex.: as redes
de dormir; os caixões funerários; o queijo de minas; os produtos, quaisquer que sejam,
fabricados na Zona Franca de Manaus; a aguardente de cana (em certas condições) estão
isentos do IPI. Ou, ainda, o valor recebido a título de salário-família e de aviso prévio, está
isento da incidência do IR. Reduzindo-se a base de cálculo ao valor zero, qualquer que
seja a alíquota do produto da composição numérica representará a supressão do objeto.
A regra jurídica da isenção deve ser interpretada literalmente.
A isenção é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos
exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua
duração.
A isenção, em princípio, não se aplica às taxas e contribuições de melhoria, nem aos
tributos criados depois de sua concessão. Mas a lei pode determinar o contrário.

A regra geral é a revogabilidade das isenções, mas se concedida por prazo certo e em
função de determinadas condições não pode ser revogada, pois incorpora-se ao patrimônio
do contribuinte.
O STF já firmou jurisprudência no sentido da irrevogabilidade de isenções concedidas sob
condição onerosa. A revogação da lei que concede isenção equivale à criação de tributo.
Razão por que deve ser observado o princípio da
anterioridade da lei, quando for o caso. O STF tem entendido de forma diversa, decidindo
que a revogação da isenção tem eficácia imediata.
Classificação das isenções:
- quanto à forma de concessão: - em caráter: geral/absoluta = concedidas diretamente
pela lei; específico/relativa = concedida por lei mas efetivada mediante despacho da
autoridade administrativa.
- quanto à natureza: - onerosa/condicionada = implica em ônus para o interessado;
simples = sem imposição de condições.
- quanto ao prazo: - por prazo determinado; por prazo certo.
- quanto à área: - ampla = em todo o Território Nacional; restrita ou regional = prevalece
apenas em parte do Território Nacional.
- quanto aos tributos que alcança: - gerais = abrange todos os tributos; especiais =
abrange somente os que especificar.
- quanto ao elemento com que se relaciona: - objetiva = concedida em função do FG;
subjetiva = concedida em função de condições especiais do sujeito passivo; objetivo-
subjetiva/mista = considera-se o
FG e as condições do sujeito passivo.
- quanto à pessoa jurídica concedente: - autonômica = concedida por lei da pessoa
jurídica titular da competência para instituir e cobrar o tributo ao qual se refere;
heterônoma = quando concedida por lei de pessoa jurídica diversa daquela que é titular da
competência para instituir e cobrar o tributo a que se refere. (após a CF/88 somente nos
casos do Art. 155, § 2º, inciso XII, alínea “e” – ISS - e em relação a tratados internacionais
– ICMS)

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
85
b. ANISTIA
É a exclusão do CT relativo a penalidades pecuniárias Pela
anistia o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo infrator da legislação
tributária, impedindo a constituição do crédito. No caso de o CT já estar constituído, o
legislador poderá dispensá-lo pela remissão e não pela anistia. Esta diz respeito
exclusivamente a penalidade e há de ser concedida antes da constituição do crédito. A
anistia perdoa-se o ilícito (infração de deveres tributários) e a multa (penalidade imposta
por ter infringido mandamento legal).
A anistia não se confunde com remissão. Diz respeito somente a penalidades. A remissão
abrange todo o CT constituído, entre tributo e penalidades. É a dispensa legal do crédito,
por isto é forma de extinção deste. A anistia é perdão da falta, da infração, que impede o
surgimento do CT correspondente à multa respectiva.
A anistia pode ser concedida em caráter geral = abrange as penalidades relativas a todos
os tributos, sem qualquer condição. É de caráter absoluto, decorre diretamente da lei, não
havendo necessidade de requerimento do SP

Pode ser concedida em caráter limitado, mediante ato da autoridade administrativa,


dependente de requerimento do interessado. Despacho que concede a anistia não gera
direito adquirido, aplicando-se o mesmo as regras relativas ao despacho que concede
moratória em caráter individual. Não se concede a anistia nos casos de crimes ou
contravenções, atos praticados com dolo fraude ou simulação e conluio.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

VI - GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ART. 183, CTN

As garantias prevista no CTN não exclui outras que sejam expressamente previstas
em lei.
· Garantia é meio ou modo de assegurar o direito.
· Didaticamente não se distingue nitidamente uma garantia de um privilégio. Então,
considere-se, a princípio, tratar de privilégio apenas a preferência de que goza o CT no
concurso com os demais.
· Todos os bens e rendas de qualquer origem ou natureza do SP, seu espólio ou sua
massa falida respondem pelo CT. Mesmo os bens hipotecados, ou penhorados, ou de
qualquer forma gravados com ônus real, ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, respondem pelo CT

· É irrelevante a data de constituição do ônus ou da cláusula.


· Somente prevalece contra o CT a impenhorabilidade absoluta decorrente de lei. (Art.
649, do CPC)
· Qualquer lei ordinária federal pode declarar absolutamente impenhoráveis certos bens,
que ficam fora do alcance das execuções fiscais.
· A Lei n.º 8.009/90, resultante da MP n.º 143/90, estabeleceu a impenhorabilidade do
imóvel residencial próprio do casal, ou entidade familiar.
· A impenhorabilidade resultante desta Lei traz exceções: nas contribuições
previdenciárias relativas à remuneração devida aos que trabalham na própria residência; e
dos impostos, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar.
· O CT prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição deste,
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho.
· A cobrança judicial do CT não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em
falência, concordata, inventário ou arrolamento.
86
· O concurso de preferência somente se verifica entre os entes tributantes, na seguinte
ordem:

1. União;
2. Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pro rata;
3. Municípios, conjuntamente e pro rata.
· A presunção de fraude na alienação de bens é mais uma garantia do CT (CT inscrito em
dívida ativa em fase de execução).
· Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova
da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas.
· Nenhuma pessoa jurídica de direito público celebrará contrato ou aceitará proposta em
concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos
os tributos devidos à FP interessada,
relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorra.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

VII - ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ART. 194, CTN

1. FISCALIZAÇÃO: as regras básicas sobre a matéria encontram-se no


CTN e devem ser observadas pela legislação. As portarias, instruções normativas, ordens
de serviço e outros atos administrativos de idêntica natureza, embora se incluam no
conceito de legislação tributária, não obrigam diretamente os sujeitos passivos, o Código
estabelece expressamente que essa legislação se aplica às pessoas naturais e jurídicas,
contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção. Porém,
quando não constem de lei, evidentemente devem tratar apenas de aspectos
procedimentais, ou de simples obrigações acessórias.
Não podem impor deveres em face do dispositivo constitucional pelo qual ninguém será
obrigado a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa a não ser em virtude de lei.

2. SIGILO COMERCIAL: para efeitos da legislação tributária, não se aplicam


quaisquer dispositivos legais que limitem ou excluam o direito de examinar mercadorias,
livros, arquivos, documentos, papeis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes,
industriais ou produtores, ou a obrigação destes de exibi-los.

3. DEVER DE INFORMAR E SIGILO PROFISSIONAL: o dever de prestar


informações ao Fisco não é apenas do SP de obrigações tributárias (contribuinte ou
responsável) abrange também terceiros. Ex.: os tabeliães, escrivães e demais
serventuários de oficio; os bancos, casas bancárias, caixas econômicas e demais
instituições financeiras; as empresas de administração de bens; os corretores, leiloeiros e
despachantes oficiais; os inventariantes; os síndicos, comissionários e liquidatários; e os
demais que a lei assim determinar.
Quanto ao sigilo profissional é garantia de ordem pública. O dever de informar encontra
limite no denominado sigilo profissional. Aquele que é obrigado a guardar segredo em
razão do cargo, ofício, função, magistério,
atividade ou profissão, prevalece sobre o dever de prestar informações ao Fisco.

4. SIGILO FISCAL: está a FP proibida, bem como seus funcionários, de


divulgar, para qualquer fim, a situação econômica e financeira dos SP, ou de terceiros, e
sobre a natureza ou estado de seus negócios ou atividades. Violada a proibição, responde
a FP civilmente. É obrigada a indenizar os danos que porventura a divulgação venha a
causar, e pode agir regressivamente contra o funcionário (responde criminalmente
87
também), se houver dolo ou culpa deste. O dever do sigilo funcional, todavia, não impede a
FP de prestar as informações requisitadas pelas autoridades judiciárias, no interesse da
Justiça. Nem que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios prestem uns aos
outros informações, na forma estabelecida em lei ou convênio.

5. AUXÍLIO DA FORÇA PÚBLICA: as autoridades administrativas federais


poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual e municipal, e
reciprocamente, quando vítimas de embaraço (qualquer forma de resistência à atividade
fiscal) ou desacato (crime previsto no CP, Art. 331) no exercício de suas funções. A
requisição é feita diretamente pela autoridade administrativa. Não há necessidade de
intervenção judicial. O próprio fiscal poderá requisitar o auxílio da força pública.
A autoridade administrativa e seus agentes devem se comportar com prudência e adstritos
ao princípio da legalidade.

6. EXCESSO DE EXAÇÃO: previsto no Código Penal – Art. 316, § 1º: “se o


funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza” –
resta caracterizado o crime de excesso e exação.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

VIII - DÍVIDA ATIVA

Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente


inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para
pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. O CT é levado à
inscrição como dívida depois de definitivamente constituído. A dívida, para ser inscrita,
deve ser autenticada pela autoridade competente. E o termo de inscrição indicará:
1. o nome do devedor e, sendo o caso, os dos coresponsáveis, bem como, sempre que
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
2. a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
3. a origem e a natureza do crédito, mencionando especificamente a disposição da lei em
que seja fundado;
4. a data em que foi inscrita;
5. sendo o caso, o número do processo administrativo de que se originou o crédito. O
termo acima será lavrado em livro próprio para tal fim, extraindo a autoridade competente a
respectiva certidão, que constitui título executivo extrajudicial. A certidão conterá todos os
elementos do termo, indicados e ainda a indicação do livro e da folha em que se encontra a
inscrição. A omissão de qualquer dos requisitos da certidão, ou erro relativo aos mesmos,
causa a nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente. Mas a nulidade
pode ser sanada, desde que ainda não tenha havido o julgamento da 1ª instância,
mediante a substituição da certidão nula. Mesmo depois do julgamento de 1ª instância,
dando pela nulidade da certidão, e do processo de cobrança, é possível corrigir os defeitos
da certidão.
Não sobrevive, porém, o processo de cobrança cuja nulidade tenha sido declarada no
julgamento. A dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez. A
certidão de inscrição tem o efeito de prova pré-constituída.
A dívida é líquida e certa até prova em contrário. Líquida, quanto a seu montante;
certa, quanto à sua legalidade. O executado, se alegar que não deve, ou deve menos,
terá o ônus de provar o alegado.
88
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

IX - CERTIDÕES NEGATIVAS

É a prova de quitação de determinado tributo, expedida a requerimento do


interessado, informando, para tanto, a identificação pessoal, domicílio fiscal e ramo de
negócio ou atividade, e indique o período a que se refere o pedido. Não sendo possível o
fornecimento de certidão negativa, em face da existência de débito, pode a autoridade
administrativa fornecer certidão positiva, que em certos casos pode ter o mesmo valor da
negativa.

Vale como certidão negativa aquela que constar a existência de crédito: não vencido; em
curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora; e cuja exigibilidade
esteja suspensa. A recusa em admitir a equivalência de efeitos, ou seja, da certidão
positiva com efeito de negativa, justifica a impetração de
mandado de segurança.

Observações:

DENÚNCIA ESPONTÂNEA - responsabilidade por infração:


- a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração e isto ocorre antes
de qualquer ato, pela administração, de fiscalização.
- A denúncia espontânea da infração, nos termos do Art. 138 do CTN, exclui qualquer
penalidade, inclusive a multa de mora.
- Qualquer que seja a obrigação, principal ou acessória, se não cumprida constitui
infração. Assim, se o SP da obrigação descumprida resolve, espontaneamente, pelo seu
cumprimento, pode fazê-lo sem qualquer penalidade, desde que antes de qualquer
providência do FISCO, nesse sentido.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

ARQUIVOS EM SEPARADO
UNIDADE VIII(a) – APOSTILA ANEXO DOS IMPOSTOS
UNIDADE IX – LUCRO PRESUMIDO –ARQUIVO SEPARADO
UNIDADE X – LUCRO REAL – ARQUIVO SEPARADO
UNIDADE XI – PIS/COFINS CUMULATIVO e NÃO CUMULATIVO
UNIDADE XII – JUROS s/CAPITAL PRÓPRIO

Você também pode gostar