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da preparação à execução
2022/2023
M. MATILDE LAVOURAS
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Faculdade de Direito
O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
8. O processo orçamental
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Estamos a referir-nos sobretudo àquelas situações que condicionam, quer direta quer indiretamente, o
conteúdo orçamental e que referiremos ao longo do texto.
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Esta é a designação dada pela epígrafe do Título III da Lei de Enquadramento Orçamental aprovada em
anexo à Lei n.º 151/2015, de 11 de setembro.
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O Programa de Estabilidade 2022-2026 para Portugal foi aprovado no Conselho de Ministros de 11 de
abril de 2021 e apresentado posteriormente à Assembleia da República e enviado à Comissão Europeia. O
Programa de Estabilidade pode ser consultado em https://www.portugal.gov.pt/download-
ficheiros/ficheiro.aspx?v=%3d%3dBQAAAB%2bLCAAAAAAABAAzNDI3MQEAVqL7uwUAAAA%3d e a
recomendação do Conselho de 18 de junho de 2021 sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento em
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32021H0729(22)&from=EN. Os
estados-membros que não façam parte da zona euro ficam obrigados a apresentar o seu Programa de
Convergência.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
Ficam assim definidos: (a) o objetivo orçamental a médio prazo e (b) a trajetória
de ajustamento a adotar para que sejam cumpridos os objetivos traçados no Pacto de
Estabilidade e Crescimento (PEC), devendo ainda ser tomadas em consideração as
eventuais recomendações e conclusões resultantes da fase preparatória e a primeira fase
do Semestre Europeu5, nomeadamente as relativas à política económica da zona euro e
ao emprego.
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A designação “Lei das Grandes Opções do Plano” (GOP) diz respeito ao conjunto formado pela Lei das
Grandes Opções em Matéria de Planeamento e pela Programação Orçamental Plurianual. a
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Sobre as fases do Semestre Europeu veja-se: http://www.consilium.europa.eu/pt/policies/european-
semester/how-european-semester-works/
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O Semestre Europeu foi introduzido em 2010 e permite aos estados-membros coordenarem as políticas
económicas e tomar medidas para enfrentarem os desafios económicos que se colocam à União Europeia.
Tem como objetivo tomar medidas para: (a) garantir a solidez das finanças públicas; (b) evitar
desequilíbrios macroeconómicos excessivos na UE; (c) apoiar reformas estruturais, a fim de criar mais
emprego e crescimento e (d) estimular o investimento.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
máximo de três meses, das medidas propostas no documento por diversas entidades:
Comissão e Comité Económico e Financeiro ̶ cfr. art.º 5.º do Regulamento (CE) n.º
1466/97. Esta apreciação visa determinar se os objetivos traçados no Programa de
Estabilidade e as variáveis de natureza económica em que os mesmos se baseiam são
corretos e adequados, bem como se as medidas propostas permitem cumprir a trajetória
de ajustamento para que seja alcançado o objetivo orçamental de médio prazo (OMP)7.
Concluída esta análise é divulgada a opinião sobre a validade do programa e, nos casos
em que seja tido por necessário, é emitido pela Comissão um parecer com recomendações
para que o estado-membro proceda ao ajustamento do Programa – cfr. n.º 2 do art.º 5.º
do Regulamento (CE) n.º 1466/97, do Conselho, de 7 de julho de 1997.
Terminada esta etapa preparatória, inicia-se uma outra que culminará com a
elaboração da Proposta de Lei do Orçamento do Estado (PLOE). O Governo, através dos
seus ministérios vai recolher junto das entidades dos serviços abrangidos pelo perímetro
de consolidação orçamental8 as várias propostas de orçamento para, depois de analisadas,
serem adequadamente refletidas na PLOE a elaborar pelo Ministério das Finanças e
aprovar em Conselho de Ministros especificamente reunido para o efeito9.
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Recorde-se que o OMP é apreciado por referência ao saldo estrutural, isto é, ao saldo orçamental tal como
definido no art.º 126.º do TFUE e no Protocolo 12 (saldo efetivo), corrigido das variações cíclicas e líquido
das medidas extraordinárias e temporárias e com os ajustamentos referidos no art.º 5.º, n.º 1 do Regulamento
(CE) n.º 1466/97.
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Art.º 2.º da LEO.
9
A previsão das receitas e das despesas são tarefas eminentemente técnicas e diferenciadas. Cabe quase de
modo exclusivo ao Ministério das Finanças a tarefa de determinação do seu valor, enquanto que no caso
das despesas há uma maior dispersão da previsão pelos diversos ministérios e, dentro destes, pelos serviços,
embora culmine numa negociação ou articulação gerida pelo Ministério das Finanças a quem cabe agregar
e compatibilizar as várias propostas. A previsão dos montantes a inscrever no orçamento decorre da
aplicação de modelos econométricos complexos, adotados em substituição do penúltimo ano (simples ou
corrigido), do rendimento médio ou do modelo de avaliação direta (ano zero) e que serão escolhidos de
acordo com os objetivos da previsão. Sobre os modelos tradicionais veja-se J. J. TEIXEIRA RIBEIRO, Lições
de Finanças Públicas, 5.ª ed., refundida e atualizada, Coimbra Editora, 1996, 108-111.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
anterior àquele a que o orçamento disser respeito, como decorre do n.º 1 do art.º 36.º da
LEO. Prazo diverso é de aplicar quando ocorra uma das situações previstas no art.º 39.º
da LEO e que analisaremos mais adiante.
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Regimento da Assembleia da República n.º 1/2020, de 31 de agosto, em especial arts. 220.º a 212.º.
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Não vigora em Portugal um regime jurídico de limitação dos poderes dos grupos parlamentares para
proporem e fazerem aprovar alterações à proposta de Lei do Orçamento de Estado que vemos noutros
países, como sejam a Espanha, a França ou a Alemanha. Em face do atual quadro constitucional e legal
vigente no que à distribuição da competência de poderes entre legislativo e executivo em matéria
orçamental entendemos que esta é a única posição a sufragar. Ademais, a criação de limitações às propostas
de alteração submetidas a discussão e aprovação colocaria em causa o princípio subjacente à aprovação do
orçamento por esvaziar ou limitar consideravelmente os poderes do órgão representativo a quem cabe
aprovar o Orçamento. Contudo, estes poderes de iniciativa estão indiretamente limitados pelas designadas
despesas obrigatórias, bem como pela Lei das Grandes Opções. Esta possibilidade permite que possam
ocorrer situações em que as propostas de alteração desvirtuem consideravelmente a proposta apresentada.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
Situação diversa da acabada de referir é a que se verifica nos casos, também eles
taxativos, mencionados no art.º 58.º da LEO e em que há a prorrogação da vigência da
Lei do Orçamento anterior, com exceção (a) das autorizações legislativas contidas no
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Sendo uma Lei, embora com características muito específicas, é ainda possível a fiscalização abstrata
e/ou concreta das normas orçamentais.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
Logo que entre em vigor o novo orçamento, é necessário imputar às contas do ano
económico, entretanto iniciado a 1 de janeiro, as operações de receita e de despesa que
tenham sido executadas ao abrigo do regime transitório. Nos casos em que as rubricas de
receita e despesa subsistam, basta a imputação e seu impacto o cálculo dos duodécimos
vencidos (no caso das despesas) e, nos demais casos, o Decreto-Lei de Execução do
Orçamento que, entretanto, tenha sido aprovado deve estabelecer os procedimentos a
adotar nos casos em que nestas deixem e constar dotações ou sejam modificadas
designações das rubricas existentes no Orçamento anterior e por conta das quais tenham
sido efetuadas despesas durante o período.
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Não obstante a previsão da possibilidade de aprovação pelo Governo de um Decreto-Lei de
execução orçamental para regulamentar, na medida do estritamente necessário, este período
orçamental – designado (impropriamente) de orçamento transitório – entendemos que a exceção
deve ser aplicada às demais despesas obrigatórias.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
Como tivemos oportunidade de referir supra a tramitação processual que tem como
objetivo a aprovação da Lei do Orçamento sofre algumas limitações decorrentes do
Direito da União Europeia. Estes condicionalismos não dizem apenas respeito a
obrigações de informação16 uma fez que se podem refletir no conteúdo da própria
proposta de Lei ou mesmo da Lei.
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A apresentação de propostas ou projetos em violação do estabelecido nos números 2 e 3 do art.º 167.º da
CRP implica a não admissão dos mesmos, nos termos dos arts. 120.º, n.os 1 e 2 e do art.º 125.º do Regimento
da Assembleia da República.
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Nos casos em que tal suceda haverá uma vinculação prévia que condiciona a elaboração da proposta de
Lei de orçamento de estado para o ano seguinte, aproximando este regime do que é aplicável às propostas
de alteração do projeto de orçamento apresentado aquando da discussão e aprovação pelo Parlamento.
16
São disso exemplo as obrigações de comunicação à Comissão (Eurostat) até 1 de abril e até 1 de outubro
de cada ano dos valores dos défices orçamentais programados e verificados – cfr. art.º 3.º do Regulamento
(CE) n.º 479/2009, do Conselho, de 25 de maio de 2009.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
dirigidas especificamente a cada Estado-Membro e que devem ser tidas “na devida
conta”, sob pena de lhes poderem ser aplicadas sanções17.
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A redação da norma contida no n.º 3 do art.º 2.º -A do Regulamento (CE) n.º 1466/97, de 7 de julho de
1997, na sua redação atual não é totalmente clara. Se por um lado no §1 do referido número e artigo se fala
em recomendações, no § 2 do mesmo número fala-se na possibilidade de aplicação de sanções quando
exista um incumprimento por parte do Estado-Membro das ditas recomendações. Compreende-se a solução
e a sua compatibilização com a definição de orientações tida como válida na Doutrina e na Jurisprudência
apenas se torna possível se tivermos em consideração que a obrigação de transparência, o acompanhamento
– ou supervisão – das políticas orçamentais dos Estados-Membros e a necessidade de responsabilização
pelas decisões tomadas delimitam objetivamente a possibilidade de aplicação de sanções. Perante uma
recomendação exige-se aos Estados-Membros uma obrigação de resultados, ainda que temperada por uma
obrigação de meios.
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As competências dos órgãos de soberania são, nos termos do art.º 110., n.º 2 da CRP, estabelecidas pela
Constituição, ficando os referidos órgãos obrigados a observar, no exercício dessas mesmas funções, o
princípio da separação de poderes. Na ausência de norma que atribua especificamente a um órgão
competência para regular determinada matéria deve entender-se, na esteira do que é defendido no Acórdão
do Tribunal Constitucional n.º 461/87, publicado no Diário da República I série de 15 de janeiro de 1988,
que estamos perante competência legislativa concorrente.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
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A expressão utilizada encontra paralelo noutras latitudes sob a designação de cavaliers budgétaires ou
riders e pretende traduzir a ideia da introdução de disposições em matéria não orçamental no orçamento
por forma a gozarem da proteção vinculativa e da força jurídica decorrente da forma a observar pela Lei do
Orçamento. Por essa razão é por vezes utilizada a expressão de boleia orçamental. Apesar de ser uma
temática já antiga a verdade é que a discussão em torno das implicações decorrentes da sua utilização
mantém-se atualmente. Veja-se, por exemplo, ANA RAQUEL MONIZ, “Cavaleiros e Hierarquia: o Artigo 158º
da Lei do Orçamento do Estado para 2009”, Revista de Direito Público e Regulação; CEDIPRE, Coimbra,
2009, pp. 1-8; XAVIER MINY, “Les «cavaliers budgétaires» sont-ils éphémères? Une controverse qui
perdure”, Revue de Jurisprudence de Liège, Mons et Bruxelles (J.L.M.B.), Larcier, 2017, n.º 3, pp. 110-
117.
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Gomes Canotilho e Vital Moreira entendem que nas matérias não orçamentais a lei do orçamento. deve
ser considerada uma “lei comum”, isto é, não se lhe aplicam as limitações decorrentes da LEO quanto à sua
vigência, não se lhes aplicam as regras relativas às alterações orçamentais nem gozam de força especial.
Posição similar tem sido assumida pelo Tribunal Constitucional português em vários Acórdãos,
nomeadamente no Acórdão n.º 141/2020, de 3 de março de 2020. També, o Conseil Constitucionnel e o
Cour des Competes franceses têm assumido posições similares à referida. J. J. GOMES CANOTILHO e VITAL
MOREIRA, Constituição da República Portuguesa Anotada, vol I, artigos 1.º a 107.º, 4.ª edição revista,
Coimbra Editora, 2007, pp. 1112 e 1113. Décision n.º 2021-833 DC, de 28 de dezembro de 2021 do Conseil
Constitucionnel, COUR DES COMPTES, Projets de décrets contenant les budgets pour l’année 2017de la
Région wallonne, Rapport Approuvé en chambre française du 1 er décembre 2016.
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Para maiores desenvolvimentos veja-se FERNANDO ROCHA ANDRADE, Textos de Finanças Públicas,
Imprensa da Universidade de Coimbra, 2020, pp. 118 e ss. e TIAGO DUARTE, A Lei por Detrás do
Orçamento, Almedina, Coimbra, 2007.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
constantes da Lei do Orçamento podem ser utilizadas até ao final do ano económico para
o qual tenham sido concedidas22.
9. A execução orçamental
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Este desvio face à regra contida no n.º 5 do art.º 165.º da CRP e que consta do n.º 4 do mesmo artigo
revela bem a força vinculativa reconhecida à Lei do Orçamento.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
O cumprimento deste princípio não se basta com a enumeração de cada uma das
receitas a arrecadar, obrigando antes a que sejam cumpridas de modo adequado as regas
de inscrição e classificação orçamental, nomeadamente as que dizem respeito à
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A diferenciação do procedimento que leva à liquidação e cobrança das receitas tributárias, das receitas
não tributárias, nomeadamente das receitas patrimoniais e das creditícias reveste-se de especificidades que
são objeto de estudo noutras unidades curriculares, nomeadamente no Direito Fiscal e nas Finanças Públicas
II, mas também em várias disciplinas de Direito Privado.
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Esta função é atualmente exercida pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP,
E.P.E., que sucedeu nestas funções ao Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
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A classificação económica da receita encontra-se prevista no Decreto-Lei n.º 26/2002, de 14 de fevereiro
e a classificação funcional no Decreto-Lei n.º 171/94 de 24 de junho.
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Esta possibilidade leva-nos a questionar se basta que exista uma correta inscrição orçamental, ainda que
de montante zero, para que a receita possa ser arrecadada ou se a previsão do montante a arrecadar tem que
ser minimamente realista. De acordo com os princípios de direito financeiro, parece ser de aceitar a primeira
hipótese. Embora não tenhamos razões para discordar questionamo-nos se uma inscrição de receita em que
se prevê cobrar zero euros não é equivalente a uma não inscrição de receita.
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Este princípio de execução orçamental deixou de figurar nos princípios de execução orçamental
constantes da LEO, mas, dado que o RAFE ainda não foi revogado, entendemos que a sua aplicação se
mantém. Com as alterações que têm vindo a ser introduzidas no processo de elaboração, sobretudo de
estruturação, e de execução do orçamento é de esperar que deixe de fazer sentido a sua aplicação como
regra, pese embora continue a ser essencial a limitação do volume de gastos nos primeiros meses do ano.
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
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A própria noção de preço mais elevado pode ser vista como o custo financeiro a suportar, devendo tomar
em consideração outros encargos não financeiros como o
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O PROCESSO ORÇAMENTAL: da preparação à execução
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Na inexistência de uma regra genérica que obriga à execução do orçamento por duodécimos é necessário
perceber, em cada período financeiro, a que serviços ou despesas se aplica este regime de execução. Faz-
se notar que podem ser estabelecidas exceções que permitam a antecipação total ou parcial dos duodécimos
ainda não vencidos.
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