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Conteúdo

Introdução.............................................................................................................................................3
I. Contextualização...........................................................................................................................4
II. SISTAFE..........................................................................................................................................4
2.1. Conceito.................................................................................................................................4
2.2. Princípios Fundamentais........................................................................................................5
2.3. 0bjectivos...............................................................................................................................5
3. Enquadramento legal....................................................................................................................5
4. Processo Orçamental.....................................................................................................................6
5. Autonomia Administrativa e financeira.........................................................................................7
6. Organização e fundamento do SISTAFE.........................................................................................7
7. Processo de elaboração e aprovação do Orçamento do Estado....................................................8
8. Execução do Orçamento da Receita..............................................................................................8
Introdução
Neste presente trabalho, com o tema E-SISTAFE, pretendemos apresentar o seu impacto na
gestão de finanças públicas, pois, as finanças públicas são contemporâneas do Estado e
pretendem abranger a problemática de gestão da coisa pública. Deste modo, há que
estabelecer normas ou regras que orientam a gestão da coisa pública, visto que o
estabelecimento e harmonização de regras e procedimentos de programação, gestão,
execução e controlo do erário público é fundamental, pois, permite o seu uso eficaz e
eficiente.

Portanto, a luz do nº 3 do artigo 1 da Lei nº09\2002 de 12 Fevereiro, compete ao E-SISTAFE,


estabelecer tais regaras e procedimentos.

Sendo Moçambique, um país que dispõe de uma descentralização financeira, é fundamental


apresentar, no contexto do E-SISTAFE, suas vantagens e desvantagens, por forma e
percebemos o contributo do E-SISTAFE na descentralização financeira de Moçambique.
I. Contextualização
Durante o ano de 2001 o Governo iniciou a implementação de uma estratégia abrangente de
reforma do sector público a qual integra o programa de modernização da administração
financeira do Estado (componente de Gestão Financeira e Prestação de Contas). Foram
registados progressos significativos na implementação do programa de modernização da
administração financeira do Estado, sendo de salientar:

 A aprovação do Decreto de classificação da despesa que fornece um maior


detalhe da classificação funcional;
 O aumento da transparência do orçamento através da disponibilização de
informação mais detalhada;
 A introdução de novos procedimentos de recolha de informação que
permitem integrar no OE uma parte dos projectos e programas “offbudgets ”
 A aprovação (em 2001) e promulgação (em 2002) da Lei nº. 9/2002, que cria
o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), bem como a
aprovação do regulamento da Lei.

E é sobre este ultimo item que o nosso trabalho se desenvolve, apresentando numa primeira
fase o conceito deste sistema, o seu âmbito de aplicação, principais características, e numa
segunda fase falaremos da plataforma informática que sustenta este sistema, o e- SISTAFE.

II. SISTAFE
2.1. Conceito
SISTAFE é o Sistema de Administração Financeira do Estado, que envolve todo o ciclo
orçamental desde a sua elaboração até a execução final, incluindo todos os subsistemas que o
compõe, nomeadamente: Orçamento, Tesouro Público, Contabilidade Pública, Património e
Controlo interno.

SISTAFE é o novo sistema integrado de orçamento, programação financeira, contabilidade e


controlo do Estado moçambicano.
2.2. Princípios Fundamentais
São princípios fundamentais do SISTAFE os seguintes:

Regularidade financeira - execução do orçamento do Estado em harmonia com as normas


vigentes e mediante o cumprimento dos prazos estabelecidos;

Legalidade - observância das normas legais vigentes;

Economicidade - utilização racional dos recursos disponibilizados, bem como uma melhor
gestão de tesouraria;

Eficiência - minimização dos desperdícios para a obtenção dos objectivos delineados;

Eficácia - obtenção dos efeitos desejados com a medida adoptada, procurando a


maximização do seu impacto no desenvolvimento económico e social.

2.3. 0bjectivos
Segundo as alíneas a, b, c, d e do artigo 3 da Lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro o SISTAFE em
por objectivos:

a) Estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de programação, execução, controlo e


avaliação dos recursos públicos;

b) Desenvolver subsistemas que proporcionem informação oportuna e fiável sobre o


comportamento orçamental e patrimonial dos órgãos e instituições do Estado;

c) Estabelecer, implementar e manter um sistema contabilístico de controlo da execução


orçamental e patrimonial adequado às necessidades de registo, da organização da informação
e da avaliação do desempenho das acções desenvolvidas no domínio da actividade financeira
dos órgãos e instituições do Estado.

d) Estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e eficaz e


procedimentos de auditoria interna internacionalmente aceites.

3. Enquadramento legal

A Constituição da República de Moçambique estabelece, na alínea l) do n.º 2 do artigo 179,


que é da exclusiva competência da Assembleia da República “deliberar sobre as grandes
opções do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado e os respectivos relatórios de
execução” e, de acordo com a alínea m) do mesmo número e artigo, “aprovar o Orçamento do
Estado”, cabendo ao Tribunal Administrativo, face ao que dispõe a alínea a) do n.º 2 do artigo
230, emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do Estado.

Em cumprimento do prazo estabelecido no n.º1 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de


Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), o Governo
remeteu ao Tribunal Administrativo, a 31 de Maio de 2007, a Conta Geral do Estado relativa
ao exercício económico de 2006.

O Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado devem ser
enviados à Assembleia da República até ao dia 30 de Novembro do ano seguinte àquele a que
a Conta Geral do Estado respeite “ (n.º 2 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro).

O n.º 2 do artigo 10 do Regimento relativo à organização, funcionamento e processo da


3.ªSecção do Tribunal Administrativo, aprovado pela Lei n.º 16/97, de 10 de Julho, preceitua
que, no âmbito do Parecer sobre a CGE.

1º Aprecia, designadamente:

 A actividade financeira do Estado no ano a que a Conta se reporta, nos domínios


patrimonial e das receitas e despesas;
 O cumprimento da Lei do Orçamento e legislação complementar;
 O inventário do património do Estado;
 As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio
concedido, directa ou indirectamente.

4. Processo Orçamental
Analisam-se, neste capítulo, os valores do Orçamento de 2006, aprovados pela Assembleia da
República, através da Lei n.º 12/2005, de 23 de Dezembro, faz-se referência à autorização
dada ao Governo, pelo artigo 7 da citada lei, para introduzir modificações às dotações
orçamentais e à delegação, por aquele, ao Ministro das Finanças, da competência para
proceder a transferências e redistribuições de dotações orçamentais, dos órgãos ou
instituições do Estado previstas na Lei Orçamental, o que veio a acontecer pelo Decreto n.º
2/2006, de 28 de Fevereiro.
5. Autonomia Administrativa e financeira

Artigo 6
1. O regime excepcional de administração financeira dos órgãos e instituições do Estado é
o de autonomia administrativa e financeira, entendendo-se por esta a capacidade
reconhecida por lei a uma entidade pública dotando-a com poderes próprios para praticar
actos administrativos definitivos e executórios, no âmbito da respectiva gestão
administrativa e financeira corrente.
2. Os órgãos e instituições do Estado só poderão dispor de autonomia administrativa e
financeira quando esta se justifique para a sua adequada gestão e, cumulativamente, as
suas receitas próprias atinjam o mínimo de dois terços das respectivas despesas totais.
3. Para efeitos do disposto neste artigo não são consideradas receitas próprias os recursos
provenientes do Orçamento do Estado, nomeadamente os resultantes das transferências
correntes e de capital, dos orçamentos da Segurança Social, de quaisquer outros órgãos ou
instituições do Estado dotados ou não de autonomia administrativa e financeira e as
receitas provenientes de donativos ou legados.
4. A atribuição do regime excepcional, com fundamento na verificação dos requisitos
previstos neste artigo, bem como a sua cessação, nos termos a regulamentar, é da
competência do Governo, salvo nos casos em que a Lei expressamente defina em
contrário.

6. Organização e fundamento do SISTAFE


Artigo 7

1. O SISTAFE compreende um conjunto de órgãos, subsistemas, normas e


procedimentos administrativos que tornam possível a obtenção da receita, a realização
da despesa e a gestão do património do Estado, incluindo suas aplicações e
correspondente registo.
2. A administração financeira do Estado compreende também a obtenção e gestão das
receitas que não determinem alterações ao património do Estado.
7. Processo de elaboração e aprovação do Orçamento do Estado

Como foi referido no capítulo anterior, o processo de elaboração do Orçamento do Estado


está quase perfeito devendo nesta fase, para a metodologia do OE 2004 ser necessário incluir
algumas melhorias e que se referem essencialmente a introdução de dois novos
classificadores e a melhoria dos existentes.

Assim, no que se refere a inclusão de novos classificadores será necessário introduzir:

 O Classificador Programático para atender a ligação entre o Plano e o Orçamento;


 O Classificador de Fonte de Recursos (FR) para atender a implementação da
programação Financeira no Subsistema do Tesouro Público e a incorporação dos
Off Budgets no Orçamento do Estado.

O Classificador Programático deve ser baseado numa metodologia de Orçamento-Programa,


de acordo com a Lei do SISTAFE e deve garantir a integração dos instrumentos de
planeamento existentes (Programa de Governo, PARPA, PES e PESP) com o Orçamento do
Estado, estabelecendo uma linguagem estruturada e padronizada que permita qualificar as
diversas especificidades sectoriais, sob uma visão Central, e permita medir os resultados
esperados após a execução do Orçamento do Estado.

O Classificador de Fonte de Recursos (FR) será estruturado visando a identificação da


origem do recurso de modo a propiciar a identificação de financiamento das despesas no
Orçamento do Estado. A identificação da fonte de recursos em conjunto com a classificação
económica da receita permitirá o registo contabilístico da receita no acto de recolha das
receitas pelo Tesouro. A FR acompanhará todos os actos de execução financeira do OE até a
liquidação de uma despesa. Os Classificadores Orgânico, Funcional (no que tange as
subfunções) e Económico da Receita, necessitam também de ser melhorados para se obter
uma visão mais rica e qualitativa em termos da sua utilização de forma matricial.

8. Execução do Orçamento da Receita


Procede-se, nesta parte, à comparação da execução efectiva da receita com a prevista na Lei
Orçamental e à análise da evolução histórica das receitas do Estado no período 2001-2006.
9. Execução do Orçamento da Despesa

É analisada, neste capítulo, a execução da despesa nas duas componentes do orçamento


(funcionamento e investimento), segundo os limites estabelecidos na Lei Orçamental, bem
como a sua evolução ao longo dos últimos cinco anos.
Conclusão

O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedimentos de programação, gestão,


execução e controle do erário público, de modo a permitir o seu uso eficaz e eficiente, bem
como produzir a informação de forma integrada e atempada, concernente à administração
financeira dos órgãos e instituições do Estado. O SISTAFE aplica-se a todos os órgãos e
instituições do Estado, tanto no regime geral (com autonomia administrativa) quanto
excepcional (com autonomia administrativa e financeira).Aplica-se também às autarquias e às
empresas do Estado, excepto no tocante à prestação de contas, por se reger por legislação
específica.

Desde 1997 tem se vindo a desenvolver esforços de modernização nas áreas do Orçamento do
Estado, impostos indirectos e alfândegas, entre outras. Estas Reformas procuravam melhorar
o sistema de programação e execução orçamental, harmonizar o sistema dos impostos
indirectos e a pauta aduaneira com os sistemas vigentes nos países da região em que
Moçambique se insere, e, delinear circuitos de registo na área da contabilidade pública,
visando torná-los mais eficientes, eficazes e transparentes.Com vista a estabelecer de forma
global, abrangente e consistente os princípios básicos e normas gerais de um sistema
integrado de administração financeira dos órgãos e instituições do Estado e ao abrigo do
disposto no n.º 1 do Artigo 135 da Constituição da República.
Bibliografia

CEDSIF: Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças.

Constituição da República de Moçambique, 1991.

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