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Tema de debate

 A abordagem cognitivo-comportamentalista procura combinar a utilização de


instrumentos formais e informais de avaliação. Argumenta.
RESPOSTA

Abordagem cognitivo-comportamentalista

A Abordagem Cognitivo Comportamental (ACC) – vem ganhando visibilidade no contexto


escolar a partir da pesquisa e desenvolvimento de protocolos de intervenções em diferentes
demandas escolares, tais como adaptação escolar, relações interpessoais, educação e
desenvolvimento socio emocional, problemas de comportamento, dificuldades de aprendizagem,
formação de professores, entre outros. Sua ênfase no desenvolvimento de habilidade cognitivas,
sociais e emocionais confere à esta abordagem uma importante referência para a promoção de
saúde mental na escola (Fava, 2017).

Bordenave (1984, p. 41) denomina essa abordagem “pedagógica da moldagem do


comportamento”, descrevendo-a assim: “Se o factor éo efeito ou resultado obtido pela educação –
quer dizer, as mudanças de conduta conseguidas no individuo, isto definiria o tipo de educação
comumente denominado Pedagogia Moldagem do Comportamento, ou Pedagogia Condutista”.

A abordagem cognitivo-comportamentalista é uma perspectiva na psicologia que se concentra


na compreensão e na modificação dos pensamentos, sentimentos e comportamentos das pessoas.
A combinação de instrumentos formais e informais de avaliação é uma característica fundamental
dessa abordagem, pois permite uma compreensão mais abrangente e precisa do indivíduo em
questão. Explorar os argumentos que sustentam essa abordagem:

Compreensão Holística do Indivíduo

A abordagem cognitivo-comportamentalista reconhece a complexidade do comportamento


humano, considerando que os pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados. A
utilização de instrumentos formais, como questionários estruturados, escalas de avaliação e testes
padronizados, fornece dados quantitativos e mensuráveis sobre os aspectos cognitivos e
comportamentais. Por outro lado, os instrumentos informais, como entrevistas abertas e
observações clínicas, permitem uma compreensão mais profunda das experiências subjetivas e
dos padrões de pensamento.
Validade e Confiabilidade

A combinação de instrumentos formais e informais ajuda a aumentar a validade e a


confiabilidade da avaliação. Os instrumentos formais têm procedimentos estruturados e
padronizados que facilitam a comparação entre indivíduos e ao longo do tempo. Por outro lado,
os instrumentos informais capturam nuances e detalhes que podem ser perdidos em avaliações
estritamente quantitativas.

Customização do Tratamento

Cada indivíduo é único em termos de histórico, personalidade e experiências. A combinação de


instrumentos permite uma avaliação mais individualizada, identificando tanto os padrões de
pensamento disfuncionais quanto os fatores contextuais que podem influenciar o comportamento.
Isso possibilita um planejamento de tratamento mais personalizado, abordando áreas específicas
de preocupação.

Avaliação do Progresso

O uso de instrumentos formais e informais permite uma avaliação contínua do progresso do


indivíduo ao longo do tratamento. Os instrumentos formais fornecem medidas objectivas que
podem ser usadas para acompanhar mudanças mensuráveis, enquanto os instrumentos informais
permitem a exploração das mudanças subjectivas e das percepções do paciente sobre o próprio
progresso.

Abordagem Integrativa

A abordagem cognitivo-comportamentalista valoriza a integração de várias fontes de


informações. Ao combinar instrumentos formais e informais, os terapeutas podem obter uma
visão completa das dificuldades do paciente e adaptar as intervenções de acordo.

Amplitude Diagnóstica

A combinação de instrumentos ajuda a diagnosticar de maneira mais abrangente, considerando


não apenas os sintomas evidentes, mas também os factores cognitivos que podem estar
contribuindo para o problema. Isso leva a um entendimento mais profundo das causas
subjacentes.
Em resumo, a abordagem cognitivo-comportamentalista valoriza a combinação de
instrumentos formais e informais de avaliação, pois essa abordagem ampla e integrativa
proporciona uma compreensão mais profunda e holística do indivíduo, permitindo intervenções
mais personalizadas e eficazes. A utilização desses instrumentos em conjunto oferece uma visão
mais completa das questões cognitivas, emocionais e comportamentais, levando a resultados mais
positivos no processo de tratamento.

Referencias bibliográficas

Beck, J. S. (2013). Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática. (2ª ed.) Porto Alegre:
Artmed.

Bordenave, J.E.D. (1984). A opção pedagógica pode ter consequências individuais e socias
importantes. Revista de Educação AEC.

Fava, D.C. (2017). Guia prático do professor: atuando com crianças na primeira infância. Belo
Horizonte: Artesã.

TERCEIRO FÓRUM

Tema de Debate:

 Após a análise das causas ou da natureza das dificuldades que os sujeitos com NEE
apresentam é legítima e possível a intervenção educativa. Comenta a afirmação com um
possível diagnóstico e seguimento.

RESPOSTA

A afirmação em questão aborda a legitimidade e viabilidade da intervenção educativa após a


análise das causas ou da natureza das dificuldades apresentadas por sujeitos com NEE
(Necessidades Educacionais Especiais). Vamos analisar essa afirmação e discutir um possível
processo de diagnóstico e seguimento.

Legitimidade da Intervenção Educativa:

A intervenção educativa para sujeitos com NEE é não apenas legítima, mas também um direito
reconhecido em muitos sistemas educacionais ao redor do mundo. A legislação e as políticas
educacionais frequentemente enfatizam a importância da inclusão e da oferta de suporte
adequado a estudantes com necessidades especiais. Assim sendo, Segundo (Correia, 2008) “a
abordagem inclusiva visa garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de
qualidade, adaptada às suas necessidades individuais”.

Diagnóstico e Seguimento:

Identificação das Necessidades: O primeiro passo é identificar as necessidades específicas do


aluno. Isso envolve uma avaliação abrangente, que pode incluir observações, análise de registros
acadêmicos, testes padronizados e avaliações clínicas, dependendo do tipo de necessidade
(Correia, 2008).

Análise das Causas/Natureza das Dificuldades: A análise detalhada das causas ou natureza das
dificuldades é crucial. Por exemplo, se um aluno apresenta dificuldades de aprendizado devido a
uma condição como dislexia, é importante compreender como essa condição afeta suas
habilidades de leitura e escrita (Cruz, 2009).

Plano de Intervenção Individualizado (PII): Com base na análise das dificuldades e das
necessidades identificadas, um Plano de Intervenção Individualizado (PII) é desenvolvido. Esse
plano é personalizado para atender às necessidades específicas do aluno e pode incluir metas
educacionais, estratégias de ensino adaptadas, materiais de apoio e recursos adicionais (Cruz,
2009).

Implementação da Intervenção: A intervenção educativa pode envolver várias abordagens,


como suporte de professor de educação especial, adaptações curriculares, uso de tecnologia
assistida e modificações na sala de aula. É importante que os educadores sejam treinados para
implementar essas estratégias de maneira eficaz.

Monitoramento e Avaliação Contínua: O progresso do aluno deve ser regularmente monitorado


e avaliado. Isso pode envolver a coleta de dados, revisão das metas estabelecidas no PII e ajustes
às estratégias, conforme necessário.

Implementação da Intervenção: A intervenção educativa pode envolver várias abordagens,


como suporte de professor de educação especial, adaptações curriculares, uso de tecnologia
assistiva e modificações na sala de aula. É importante que os educadores sejam treinados para
implementar essas estratégias de maneira eficaz.
Monitoramento e Avaliação Contínua: O progresso do aluno deve ser regularmente monitorado
e avaliado. Isso pode envolver a coleta de dados, revisão das metas estabelecidas no PII e ajustes
às estratégias, conforme necessário.

Em resumo, a afirmação de que a intervenção educativa é legítima e possível após a análise das
causas ou natureza das dificuldades de sujeitos com NEE é respaldada por abordagens inclusivas
e políticas educacionais. O processo de diagnóstico e seguimento envolve uma avaliação
abrangente, desenvolvimento de um PII personalizado e implementação de estratégias de apoio.
O monitoramento contínuo e a colaboração entre educadores, pais e profissionais de saúde são
essenciais para garantir que a intervenção seja eficaz e atenda às necessidades do aluno.

Bibliografia

Correia, L. de M. (2008). Inclusão e necessidades educativas especiais. Um guia para


educadores e professores. 2ª ed., Porto Editora, Porto.

Cruz, V. (2009). Dificuldades de aprendizagem específicas, Lidel: Lisboa.

Faife, J. (2016). Módulo de Necessidades Educativas Especiais. Centro de Educação Aberta e à


Distância – Universidade Pedagógica, Maputo.

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