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INÍCIO » TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA:

CONCEITO, PESQUISA E PRÁTICA

Tudo o que você precisa saber


sobre intervenção pedagógica:
conceito, pesquisa e prática
Saraiva Educação agosto 18, 2022

Elaboramos um guia completo sobre intervenção pedagógica com aspectos teóricos, passo a
passo para desenvolvê-la e mais informações. Confira!

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Como resolver as dificuldades acadêmicas dos meus alunos?

Essa é uma pergunta que provavelmente todo profissional da educação já se fez. E


ela pode ser respondida de milhares de formas diferentes.

Isso porque, com toda a tecnologia de nossos tempos, não faltam recursos e
abordagens para aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem. Em outras
palavras, existem inúmeras modalidades de intervenção pedagógica que podemos
adotar.

Além disso, um grande desafio encontrado hoje pelas instituições de educação


superior (IES) é o combate à evasão de alunos. Segundo a Secretaria de Modalidades
Especializadas de Educação (Semesp), a evasão no ano de 2021 chegou a 36,6%.

Como muitos estudantes universitários trabalham e estudam, pensar em


intervenções pedagógicas é fundamental. Pois elas ajudam a combater o cansaço
mental, aumentar o engajamento nas aulas e a produtividade de professores e
alunos. Sendo assim, também contribuem com a redução dos índices de evasão.

No presente artigo, vamos apresentar as intervenções pedagógicas sobre vários


aspectos, passando pelos seguintes tópicos:

O que é intervenção pedagógica


A intervenção pedagógica enquanto pesquisa
O que é um plano de intervenção pedagógica e como montá-lo, passo a passo
10 ações de intervenção pedagógica para aplicar em sua sala de aula

Ao final do texto, você terá um conhecimento técnico, aprofundado e prático sobre a


intervenção pedagógica, contando com todas as informações para colocá-la em
prática o mais cedo possível.

Tenha uma boa leitura!

1. O que é intervenção pedagógica


A intervenção pedagógica é uma interferência no processo de ensino-aprendizagem,
realizada pelo professor quando se identifica alguma dificuldade pelos alunos.
Dizendo de outra maneira, é uma forma de aplicar iniciativas para superar obstáculos
na construção do conhecimento.

É muito comum que o corpo estudantil, em toda sua diversidade, aprenda em ritmos
diferentes e de formas diferentes. Por isso, os profissionais da educação devem
adaptar seus métodos de ensino de forma a garantir que todos os alunos tenham
boas oportunidades durante o curso.

As intervenções pedagógicas contribuem, portanto, para a personalização do ensino,


retenção de alunos e melhoria dos resultados acadêmicos de uma IES. Mas, para que
estes resultados sejam alcançados, é necessário conferir-lhes certa seriedade
acadêmica.
2. A intervenção pedagógica
enquanto pesquisa
Aproveitar todo o potencial de uma intervenção pedagógica requer que se
reconheça, antes de tudo, seu caráter científico. Isso significa que pedem por um
cuidado metodológico típico das pesquisas acadêmicas, porque elas de fato são
pesquisas acadêmicas.

Para explicar melhor essa ideia, vamos nos reportar a um artigo científico, intitulado
“Discutindo pesquisas do tipo intervenção pedagógica”, publicado nos Cadernos de
Educação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Trata-se de um marco teórico importante para aprofundar o debate relacionado às


intervenções pedagógicas. Foi elaborado por uma equipe multidisciplinar de seis
pesquisadores, especializados em diversos campos educacionais:

Magda Floriana Damiani, psicóloga, Mestre em Psicologia Educacional e


Doutora em Educação. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.
Professora Associada da Faculdade de Educação da Universidade Federal de
Pelotas.
Renato Siqueira Rochefort, professor de Educação Física, Mestre em Ciência
do Movimento Humano e Doutor em Educação. Professor Associado da Escola
Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas.
Rafael Fonseca de Castro, Cientista da Computação (UCPel); Especialista,
Mestre e Doutorando em Educação (UFPel); Especialista em Linguagens Verbais
e Visuais (IF-Sul); Coordenador Pedagógico EaD e Gerente Moodle do
Departamento de Medicina Social (UFPel).
Marion Rodrigues Dariz, graduada em Letras (UCPel), Especialista em
Educação (FURG) e Mestre em Educação (UFPel). Professora da Rede Pública
Municipal de Ensino de Pelotas e Técnica em Assuntos Educacionais (IF Sul).
Silvia Nara Siqueira Pinheiro, psicóloga, Doutoranda em Educação, Mestre em
Saúde e Comportamento. Professora Assistente do Curso de Psicologia da
Universidade Federal de Pelotas.

Vamos abordar, neste tópico, alguns pontos de destaque apresentados no artigo em


comento, para subsidiar nosso entendimento sobre o assunto.

Leia também: Entenda a relação entre projeto pedagógico e as


atividades de ensino, pesquisa e extensão

Compreendendo as pesquisas do tipo


intervenção pedagógica
Pesquisas do tipo intervenção pedagógica são “investigações que envolvem o
planejamento e a implementação de interferências (mudanças, inovações) – destinadas a
produzir avanços, melhorias, nos processos de aprendizagem dos sujeitos que delas
participam – e a posterior avaliação dos efeitos dessas interferências” (Discutindo
pesquisas, pág. 58).

Como podemos perceber, o termo “intervenção”, neste contexto, está associado a


interferências planejadas no processo de ensino-aprendizagem.

Alguns autores sinalizam que “intervenção” e “interferência” são termos dotados de


certa carga pejorativa. É o entendimento de Szymanski e Cury, que os associam à
ideia de autoritarismo ou cerceamento, e de Fernando Becker, que atribui essa
conotação negativa à perspectiva comportamentalista da Psicologia (Discutindo
pesquisas, pág. 58).

Apesar deste pano de fundo etimológico, os autores do artigo em análise propõem


uma ressignificação do termo “intervenção” para designar um tipo específico de
pesquisa.

A ideia, portanto, é despir o conceito de sua carga pejorativa e passar a enxergá-lo


como um instrumento de investigação pedagógica. Assim, não se trata apenas de
uma ação espontânea, feita por professores ou tutores, por exemplo, para tentar
melhorar o ensino.

O termo deve refletir, na verdade, ações planejadas e cujos efeitos são


posteriormente avaliados, seguindo certo rigor metodológico típico da área
acadêmica.

A compreensão da intervenção pedagógica enquanto pesquisa colabora também


para que haja uma comunicação efetiva dentro da comunidade acadêmica e
pedagógica. Se a execução e resultados das intervenções pedagógicas são
documentados e sistematizados, de forma organizada, fica mais fácil compartilhar a
experiência com outras pessoas.

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Coordenar é o ato de caminhar junto. Nesse sentido, o coordenador pedagógico


desempenha um papel fundamental nas instituições de educação superior,
considerando que sua gestão reflete no bom resultado das avaliações do MEC
sobre a IES.

Pensando nisso, neste Dia do Coordenador Pedagógico, trouxemos 5 dicas


essenciais para garantir uma atuação de qualidade no aspecto institucional da sua
IES. Confira!

#saraivaeducacao #ensinosuperior #diadocoordenadorpedagogico


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Pesquisas de caráter aplicado


Em função do caráter prático da intervenção pedagógica, os autores do artigo
relatam certa resistência no mundo educacional em considerá-las como pesquisas.
Contudo, esse problema passa por uma percepção equivocada do que se entende
por pesquisa.

Existem, certamente, as chamadas pesquisas básicas, que buscam ampliar


conhecimentos sem necessariamente se preocupar com seus benefícios aplicados.
Mas, ao lado dessa categoria, encontramos também as pesquisas aplicadas, que o
autor Colin Robson denomina como “pesquisas no mundo real” (Discutindo
pesquisas, pág. 58).

A intervenção pedagógica cairia, então, na segunda categoria. Robson chama atenção


também para uma distância existente, na área da Educação, entre produção
acadêmica e a prática profissional nas instituições de ensino, o que aumenta a
importância deste tipo de pesquisa.

A questão é que muitos professores repetem práticas feitas por outras pessoas, em
contextos diversos, sem que haja uma preocupação de avaliar os efeitos dessas
práticas. Se houvesse, para cada intervenção pedagógica, um relatório científico,
discriminando seus resultados, seria mais fácil selecionar as práticas corretas.

Essa discussão nos revela uma orientação importante aos professores de IES: é
preciso investigar e refletir mais sobre nossas práticas no contexto educacional. A
construção de mais bibliografia nesse sentido pode contribuir, inclusive, para
promover transformação social, no entendimento de Zeichner e Diniz-Pereira
(Discutindo pesquisas, pág. 59).
Relatórios de pesquisas do tipo intervenção
pedagógica
Os autores do artigo em análise também chamam muita atenção para os relatórios
de intervenções pedagógicas:

“Os relatórios das intervenções devem ser elaborados de tal forma que permitam ao leitor
reconhecer suas características investigativas e o rigor com que as pesquisas foram
levadas a cabo, para que não sejam confundidas com relatos de experiências
pedagógicas” (Discutindo pesquisas, pág. 60).

Quando não há um relatório bem feito, é mais difícil enxergar com nitidez os efeitos
reais de cada iniciativa dos professores. Ele é fundamental, neste contexto, também
para que outras pessoas possam averiguar a eficácia de cada intervenção e,
eventualmente, aplicá-la em sua realidade.

Em face disso, os autores propõem um verdadeiro roteiro para relatório de


intervenção pedagógica. Vamos apresentá-lo no próximo tópico, quando explicarmos
os passos para fazer um plano de intervenção pedagógica.

Leia também: Saiba o que é e como elaborar um plano de aula ensino


superior

3. O que é um plano de intervenção


pedagógica?
O plano de intervenção pedagógica consiste na aplicação mais sistemática e
organizada dessa estratégia pedagógica. Em outras palavras, como o nome indica, é a
intervenção pedagógica planejada.

Como vimos no último tópico, é comum que as intervenções pedagógicas sejam


aplicadas de uma maneira desorganizada. Os professores identificam problemas de
aprendizagem, ficam sabendo de alguma abordagem e aplicam em sua sala de aula,
sem que haja uma pesquisa prévia ou registro durante o processo.

Nesse contexto, tomar ações mais estruturadas é uma forma de garantir que as
iniciativas tenham sucesso. Por isso, vamos falar agora sobre como montar um plano
de intervenção pedagógica.
Passo a passo para montar um plano de
intervenção pedagógica
1. Identifique o(s) problema(s) de aprendizagem
2. Selecione a intervenção mais adequada ao caso
3. Execute e registre
4. Elabore e publique um relatório sobre a intervenção pedagógica

Passo 1: Identifique o(s) problema(s) de aprendizagem


O primeiro passo da intervenção pedagógica é identificar eventuais problemas ou
dificuldades de aprendizagem.

Isso pode ocorrer de uma forma mais intuitiva, com base na observação geral da
turma pelo professor, ou de maneiras mais direcionadas, como as que listamos
abaixo:

1. Avaliações: são os indicadores clássicos sobre o conteúdo que foi de fato


apreendido pelos alunos, e sobre o que ficou para trás.
2. Relatórios virtuais: diversas plataformas digitais de aprendizagem conseguem
emitir relatórios sobre o rendimento dos alunos. Isso é feito com base na
interação de cada um com a plataforma: quais atividades foram realizadas, qual
o índice de acerto em cada questão, e etc.
3. Formulários: outra sugestão é enviar formulários virtuais aos alunos, por onde
eles podem falar sobre os principais problemas enfrentados no ensino, quais
foram os tópicos de maior dificuldade, e outras questões sobre seu processo de
aprendizado.

É importante lembrar, também, que o tutor possui uma importância fundamental


nesta etapa e pode contribuir muito para acompanhar a trajetória de cada aluno com
mais proximidade.

Passo 2: Selecione a intervenção mais adequada ao caso


Depois de conhecer em maiores detalhes o problema de aprendizagem, é hora de
procurar pela intervenção pedagógica que mais se adeque à sua resolução.

Neste mesmo artigo, compilamos um total de dez intervenções pedagógicas que têm
apresentado bons resultados no ensino superior brasileiro. Você pode conferir esta
lista, que será apresentada ao final do texto, e começar seus estudos!

Lembre-se: é importante pesquisar com bastante afinco antes de tomar uma decisão.
Nossa atuação, enquanto professores, deve ser pautada por critérios científicos para
conseguir os melhores resultados.

Também é possível pensar fora da caixa e aplicar intervenções pedagógicas


personalizadas, conforme a sua realidade. Uma boa dica nesse sentido é utilizar o
método design thinking na educação.

Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre as Diretrizes


Curriculares Nacionais do Ensino Superior

Passo 3: Execute e registre


Agora que já selecionamos a intervenção pedagógica, é hora de colocá-la em prática.

A parte mais importante desta etapa é efetuar um registro detalhado de todo o


processo — é importante, inclusive, que as etapas anteriores também sejam
documentadas, desde a identificação do problema.

Tire fotos, mantenha um registro escrito, peça aos alunos que escrevam depoimentos
(antes, durante e após a intervenção) e use outros recursos disponíveis. O objetivo
dessa documentação é fazer com que tenhamos material o suficiente para avaliar a
intervenção, e para que a comunidade científica também tenha condições de fazê-lo.

Passo 4: Elabore e publique um relatório sobre a


intervenção pedagógica
Com todo o registro da iniciativa em mãos, é hora de tomar o passo final e elaborar
um relatório completo. Esse é talvez o passo mais importante do plano, pelo que
vamos explicá-lo em detalhes mais profundos.

No artigo “Discutindo pesquisas do tipo intervenção pedagógica”, que apresentamos


ao início do texto, os autores nos deixam uma grande contribuição: um roteiro para o
relatório da intervenção pedagógica.

Na verdade, a preocupação principal do artigo, neste ponto, é auxiliar a desenvolver o


método da pesquisa e seus achados. Por isso, ele não se preocupa em propor uma
padronização de estrutura para os relatórios; ela pode variar conforme o caso.

Como vimos, defende-se que a intervenção pedagógica seja dotada de certo rigor
metodológico para qualificá-la enquanto pesquisa. Isso pede que algumas técnicas e
procedimentos sejam obedecidos ao longo da execução da prática e de seu registro.
O método das pesquisas do tipo intervenção pedagógica possui dois componentes
principais, que devem ser identificados e separado ao longo do relatório:

1. Método da intervenção (método de ensino) e


2. Método de avaliação da intervenção (método de pesquisa propriamente
dito).

Entender a diferença e dividir bem esses dois componentes é essencial para garantir
a devida compreensão do processo investigativo. Por isso, vamos detalhar sua
constituição e o que cada um deve conter.

Método da intervenção pedagógica

O método da intervenção pedagógica deve descrever a abordagem de ensino levada


a cabo. Ou seja, deve apresentar o método de ensino eleito pelo professor para
combater os problemas de aprendizagem.

Essa descrição deve não somente pormenorizar a prática, mas mostrar o


embasamento teórico que justifica sua escolha.

Isso revela outro caráter importantíssimo da intervenção pedagógica: sua escolha


não deve ser arbitrária ou apenas seguir alguma tendência. Ela deve, na verdade, ser
precedida de estudos sobre a eficácia e modo de execução de cada intervenção
pedagógica.

Nessa parte do relatório, o foco está na atuação pedagógica do professor. Ou seja,


preocupa-se em descrever a prática enquanto agente da intervenção, evitando incluir
informações referentes à sua atuação como pesquisador (elas vêm no próximo item).

Isso significa que não é ideal, por agora, falar sobre métodos de pesquisa, como
procedimentos para análise e coleta de dados. O objetivo é descrever a intervenção
pedagógica em detalhes, mas evitando muitas repetições.

Método de avaliação da intervenção

Aqui, o objetivo é descrever os aspectos metodológicos e científicos utilizados para


analisar os resultados da intervenção pedagógica. É uma parte fundamental do
relatório, já que seu desenvolvimento correto permite que tenhamos uma ideia nítida
do sucesso de nossas iniciativas.

O agente da intervenção deve, portanto, focar na sua atuação enquanto pesquisador.


Nessa parte, serão apresentados os instrumentos científicos escolhidos para coleta e
análise de dados, além de justificar essa opção.

Essa justificativa passa por referenciais teóricos sobre metodologia científica. Ou seja,
é ideal que o professor-pesquisador esteja familiarizado com esse tipo de
conhecimento.

Importa ressaltar, também, outra sugestão que o artigo nos apresenta: é interessante
separar os achados da avaliação em duas partes:

Achados relativos aos efeitos da intervenção sobre seus participantes, que


diz respeito às alterações observadas nos alunos após a prática;
Achados relativos à intervenção propriamente dita, que tenta realizar as
características da intervenção pedagógica responsáveis por operar os efeitos
observados. A ideia é listar os pontos fortes e fracos da iniciativa com relação
aos objetivos traçados.

Leia também: 4 estratégias para otimizar a gestão acadêmica de sua


IES

10 ações de intervenção pedagógica


para aplicar em sua sala de aula
Agora que já possuímos o arcabouço teórico sobre a intervenção pedagógica, vamos
apresentar dez iniciativas que você poderá aplicar na prática.

Muitas dessas ações são ferramentas de metodologias ativas. Ou seja, são


intervenções pedagógicas que valorizam a construção de maior autonomia por parte
dos alunos.

Quando o corpo estudantil toma as rédeas do próprio aprendizado, seus resultados


acadêmicos melhoram consideravelmente.

Várias das ações que listamos também estão associadas à aplicação de tecnologia na
educação, o que também é outra tendência crescente e muito benéfica ao
aprendizado.

A equipe Saraiva Educação elaborou artigos específicos para algumas das


intervenções pedagógicas que iremos sugerir a seguir. Clicando nos links inseridos
em cada tópico, você será redirecionado para estes conteúdos, onde se encontram
mais detalhes sobre cada uma.
Navegando por nossos conteúdos, você encontrará referências científicas que
amparam cada uma das intervenções. No entanto, aconselhamos que você vá além e
procure outras fontes, além daquelas que apresentamos!

Isso porque, conforme vimos, investir no aspecto acadêmico da intervenção


pedagógica é garantir seus bons resultados.

Vamos em frente!

Quais são as principais ações de intervenção


pedagógica atualmente?
1. Aulas de revisão de conteúdos-chave
2. Conteúdos em microlearning
3. Gamificação
4. Sala de aula invertida
5. Plataforma digital de aprendizagem
6. Aprendizagem baseada em projetos
7. Aprendizagem baseada em problemas
8. Aprendizagem entre pares
9. Formação de grupos de estudo
10. Aplicação de conteúdos digitais

1. Aulas de revisão de conteúdos-chave


Esta intervenção pedagógica é bem simples, e consiste em dedicar aulas à explicação
de conteúdos específicos em que foram identificados problemas de aprendizagem.

Enquanto ministram as aulas, é comum que os professores identifiquem os temas


em que alunos tiveram mais ou menos dificuldades. Isso pode ser observado de
várias formas.

Nas aulas presenciais ou aulas síncronas, é uma boa ideia observar, por exemplo, o
índice de perguntas sobre cada tema ou as expressões faciais dos alunos.

Mas é possível reconhecer as maiores dificuldades de maneira ativa. Os professores


podem perguntar à turma quais foram os temas de mais dúvidas e planejar a aula de
revisão com base nesse feedback direto.

Outra sugestão é disponibilizar uma espécie de “caixinha de sugestões” para definir o


conteúdo da aula de revisão. Pode ser tanto uma caixinha física quanto uma caixinha
virtual, feita a partir de formulários eletrônicos.
Lembrando que, para que a intervenção pedagógica seja eficaz, é necessário
investigar sobre a apreensão do conteúdo antes e depois da abordagem. Além disso,
é importante ministrar o conteúdo de formas diferentes na aula de revisão, e não
apenas repetindo o que foi dito antes.

2. Conteúdos em microlearning
Microlearning (ou microaprendizagem, no português) diz respeito a um formato
específico de conteúdo em vídeo. É uma intervenção pedagógica que faz uso de
tecnologia digital a fim de otimizar a absorção de conteúdo.

Com a ampliação do acesso à rede no Brasil, o ensino superior a distância se


consolidou e passou a ter grande demanda. Em função disso, o uso de conteúdo
audiovisual na educação também foi popularizado.

Na verdade, o microlearning é aplicável em todas as modalidades de ensino (seja a


distância, híbrido ou presencial). A ideia é que sejam produzidos vídeos-pílula, de
curta duração, para abordar tópicos pontuais e mais simples de cada disciplina.

Existe vasta bibliografia científica comprovando a eficácia desta intervenção


pedagógica, como este estudo publicado no Diário Internacional de Pesquisa
Educacional. A questão é que, quando assistem a conteúdos pela rede, os alunos não
apresentam rendimentos tão bons quando os vídeos são longos.
3. Gamificação
A gamificação na educação é outra tendência crescente, que também aplica
tecnologia nos processos de ensino-aprendizagem. De forma resumida, essa
intervenção pedagógica procura aplicar elementos, ferramentas e estratégias típicas
de jogos no campo educacional.

Os jogos virtuais já fazem parte da vida de muitos alunos, desde a popularização da


internet e dos dispositivos eletrônicos. Por isso, aproveitar sua lógica e design em
atividades educacionais é uma forma de dialogar com a realidade do corpo
estudantil.

Também por isso, a gamificação é uma ótima maneira de elevar o engajamento dos
estudantes. Quando a tarefa que deve ser executada toma uma forma mais lúdica,
aumenta o interesse em completá-la.

Os jogos virtuais na educação também seguem uma lógica de recompensa, que na


verdade já esteve presente no ensino há anos. É a ideia das “estrelas douradas”
atribuídas aos alunos no ensino básico — similar a passar de nível em algum
videogame, para ilustrar.

O ensino, com essa abordagem, torna-se mais interativo e divertido.

Leia também: Confira 12 dicas sobre como fazer aulas interativas no


ensino superior

4. Sala de aula invertida


A sala de aula invertida é outra intervenção pedagógica muito comum no contexto
das metodologias ativas.

Foi idealizada a partir de pesquisas das renomadas universidades americanas de


Harvard e Yale, nos anos 90. A partir dos anos 2000, o autor J. Wesley Baker
amadureceu o conceito e apresentou o modelo da “Flipped Classroom”, que foi
amplamente disseminado em várias IES pelo mundo.

A lógica dessa abordagem é realizar uma verdadeira inversão das atividades


realizadas dentro e fora da sala de aula, considerando o modelo tradicional das aulas
expositivas. Ou seja, o aluno passa a chegar na sala já tendo estudado parte do
conteúdo.

Assim, o momento da aula é dedicado a dialogar sobre o conteúdo com professor e


demais alunos, realizar projetos e aplicar aquilo que foi aprendido de antemão.
Cresce o interesse na problematização do objeto de aprendizado, ao invés de sua
apreensão passiva e acrítica.

Em outras palavras, o aluno deixa de ser um mero receptor do conhecimento, ao


mesmo passo em que o professor deixa de ser um mero transmissor.

É importante ressaltar que, para que esta intervenção pedagógica surta bons efeitos,
o material didático precisa ser acessível. Não adianta estimular a autonomia do
estudante sem que haja conteúdo de qualidade que ele consiga acessar antes das
aulas.

Por isso, contar com uma biblioteca digital ou com outros conteúdos digitais é uma
boa opção. Ao optar por este tipo de material, contribuímos para aumentar a
acessibilidade do ensino.

7 Dicas para implementar a sala de aula invertida no


Ensino Superior
A sala de aula invertida possui uma série de vantagens no processo de aprendizado
dos estudantes. Confira agora 7 dicas para potencializar os benefícios dessa
metodologia;

1. Pense em todas as aplicações;


2. Seja sucinto;
3. Ofereça materiais complementares;
4. Use da comunicação de maneira efetiva;
5. Abrace a metodologia;
6. Tenha um planejamento aberto às possibilidades;
7. Valorize cada encontro.

1. Pense em todas as aplicações

Existem inúmeras possibilidades de se aplicar a sala invertida, não se apegue a


moldes. O importante é pensar em um método que seja mais funcional para todos e
que se adeque aos fins desejados.

2. Seja sucinto
Faça sempre uma introdução e uma conclusão a cada aula, contudo, não utilize
vídeos e textos longos. Um dos objetivos da sala invertida é aumentar a participação
dos estudantes .

3. Ofereça materiais complementares

As pesquisas não podem ficar só sob responsabilidade dos estudantes. Os


professores devem conduzir sutilmente os estudos a partir de atividades
complementares. Isso garante, inclusive, que as fontes utilizadas serão seguras.

4. Use a comunicação de maneira efetiva

Aulas com o ritmo lento, ou seja, pouco dinâmicas e impessoais não fortalecem o
engajamento dos estudantes no processo. Por isso, é necessária uma comunicação
aberta e sincera, apontando os pontos positivos e negativos de cada investigação.

5. Abrace a metodologia

Novas metodologias podem ser desafiadoras e causar desconfiança no começo, mas


não desista. Tenha consigo os benefícios dessa metodologia e reforce-os sempre com
os alunos, a adesão e a compreensão vai acontecer aos poucos.

6. Tenha um planejamento aberto às possibilidades

Como o método da sala invertida possui inúmeras variáveis, o seu planejamento


educacional deve ser flexível para adaptar-se às possibilidades. Sair um pouco do
plano é comum e adequá-lo às necessidades e resultados é fundamental.

7. Valorize cada encontro

Boa parte do modelo de sala invertida a construção do conhecimento é realizada fora


de sala de aula. Portanto, cada segundo dos encontros presenciais deve ser
aproveitado ao máximo.

Inverter a sala de aula vai muito além de permitir que os estudantes tenham acesso
aos conteúdos de maneira prévia em casa. Sendo assim, os encontros devem ser
aproveitados para tirar dúvidas, promover debates e atribuir atividades.

5. Plataforma digital de aprendizagem


A plataforma digital de aprendizagem é outra intervenção pedagógica interessante, e
surge também no sentido de tornar os materiais de estudo mais acessíveis.
Existem vários recursos para se aprender por meio do ambiente virtual. Leitura
digital, vídeos e aulas em áudio são alguns deles, focados na transmissão do
conhecimento por diversos formatos.

As plataformas de aprendizagem, por outro lado, contam com recursos que auxiliam
em estudos mais práticos e na identificação de problemas de aprendizagem. Por isso,
são ferramentas muito interessantes quando falamos em intervenções pedagógicas.

Dentre as diversas plataformas existentes, há também diversos recursos que variam


de uma para outra. Mas as funcionalidades mais comuns são:

Banco de questões e conteúdos interativos, relacionados à matriz curricular


de cada situação;
Suporte pedagógico para os docentes (como, por exemplo, geração de
relatórios gerenciais de desempenho dos alunos).

Ao utilizar uma dessas plataformas, você consegue não só introduzir outras


ferramentas de estudo, mas também obter acesso a dados concretos sobre a
compreensão de cada tópico.

6. Aprendizagem baseada em projetos


A aprendizagem baseada em projetos tem como principal objetivo situar o processo
de ensino-aprendizado no contexto concreto de vivências do corpo estudantil.
Dizendo de outra forma, procura aliar teoria à prática na educação.

Trata-se, também, de uma metodologia ativa, também conhecida pelo termo em


inglês: “Project Based Learning” (PBL). A ideia é apresentar problemas materiais aos
alunos, para que sejam resolvidos com base nas competências apreendidas ao longo
de cada curso.

O aprendizado através de projetos desenvolve uma série de habilidades, como


adaptabilidade, protagonismo, pensamento crítico e consciência social.

De forma resumida, essa intervenção pedagógica passa pelas seguintes etapas:

1. o professor sugere um problema para a turma;


2. os alunos investigam possíveis causas e elaboram hipóteses sobre esse
problema;
3. após conhecer melhor o problema e suas origens, eles definem como propor
uma solução;
4. estabelecem um plano de ação e o apresentam;
5. executam as ações e demonstram os resultados alcançados;
6. recebem a avaliação do professor.

7. Aprendizagem baseada em problemas


A aprendizagem baseada em problemas surgiu no final da década de 60, com
aplicação pioneira nas universidades McMaster, no Canadá e Maastricht, na Holanda.
Seu embasamento teórico remonta aos ensinamentos do psicólogo Jerome Seymour
Bruner e do filósofo John Dewey.

De forma sintética, Jerome Bruner entendia que os estudantes deveriam ser


colocados em contato com problemas durante sua educação. O exercício de levantar
problemas e buscar sua resolução eram as premissas centrais da Aprendizagem pela
Descoberta (Learning by Discovery, no inglês).

Já o filósofo John Dewey defendia que os processos educacionais deveriam ser


orientados por uma reconstrução da experiência. Nessa linha, o estudante que é
colocado em maior contato com sua realidade material aprenderia melhor.

Confira, a seguir, os pilares desta intervenção pedagógica:

organização por temas em torno de problemas e não de disciplinas;


integração interdisciplinar;
combinação entre teoria e prática, com a aplicação do conhecimento para a
solução de problemas;
ênfase no desenvolvimento cognitivo;
abordagem centrada no aluno.

Leia também: Entenda o que é, desafios e oportunidades da inovação


curricular no ensino superior

5 passos para aplicar a aprendizagem baseada em


problemas
Confira agora alguns passos para aplicar de maneira efetiva a intervenção de
aprendizagem baseada em problemas:

1. Separe os alunos em grupos;


2. Defina o problema;
3. Estimule o debate sobre possíveis resoluções para o problema;
4. Permita a busca por informações;
5. Realize a apresentação da solução e a discussão coletiva do processo;

8. Aprendizagem entre pares


A aprendizagem entre pares, por sua vez, é uma intervenção pedagógica que procura
estimular o espírito de colaboração entre os alunos.

Também conhecida como peer instruction, consiste em uma metodologia ativa que
incentiva debate e construção conjunta do conhecimento — um dos principais
paradigmas atuais da educação.

Podemos localizar as origens desta intervenção nos anos 90, na Universidade


estadunidense de Harvard. Foi desenvolvida por Eric Mazur, um professor de física da
IES.

Este docente sentiu a necessidade de rever o modelo tradicional de aulas na


instituição, baseado em palestras, para conseguir uma postura mais ativa dos alunos.

De fato, a divisão de uma turma em pares traz vários benefícios pedagógicos. Os


alunos conseguem treinar suas aptidões de comunicação, argumentação e
pensamento crítico. Além disso, podem melhorar a própria empatia e sensibilidade
ao aprender em conjunto com seus colegas.

7 Dicas para implementar a aprendizagem entre pares


em sua IES
Muitos profissionais têm dificuldade para incorporar a aprendizagem entre pares nas
suas salas de aula ou nas suas IES. Por esse motivo, elaboramos 7 dicas para facilitar
o processo de implementação.

1. Demonstrar a importância da aprendizagem entre pares para os estudantes;


2. Conhecer bem seu corpo discente;
3. Planejar as atividades que serão realizadas entre pares;
4. Pensar na metodologia de divisão dos grupos;
5. Fomentar programas de tutoria;
6. Fornecer orientação aos alunos;
7. Desenvolver sistemas de recompensas;

1. Demonstrar a importância da aprendizagem entre pares para os


estudantes

Para obter o engajamento dos alunos, é fundamental que eles compreendam o


porquê de realizar atividades com essa metodologia. Para isso, é importante
demonstrar como o método de aprendizagem entre pares contribui com a formação
profissional dos estudantes.

Portanto, é incentivado que crie-se um documento com estudos que comprovam a


eficiência dessa metodologia, assim como descrição do método e suas regras.

2. Conhecer bem seu corpo discente

Depois de definir o objetivo do método, é importante aplicar avaliações para se ter


um diagnóstico preciso sobre as dificuldades dos estudantes a nível de conteúdo e
suas preferências.

3. Planejar as atividades que serão realizadas entre pares

Simplesmente colocar os estudantes em grupos para trabalharem não resultará em


nada. Fazer uma boa aula/atividade em grupo exige um bom planejamento didático.

É preciso pensar também na metodologia a ser aplicada, assim como os meios que
serão utilizados: livros, computadores, tablets, artigos científicos, produção culturais,
etc.

4. Pensar na metodologia de divisão dos grupos

Muitos profissionais se valem apenas da divisão numérica dos grupos, sem levar em
conta as especificidades de cada estudante.

Por isso, é importante conhecer bem seu corpo docente e aplicar a avaliação
diagnóstica. Assim será possível aumentar as possibilidades de divisão dos grupos e
potencializar o aprendizado a partir dessa metodologia.

Algumas possibilidades de divisão dos grupos:

Grupos aleatórios,
Grupos numéricos,
Grupos por afinidade.

5. Fomentar programas de tutoria

Outra forma de pensar a aprendizagem entre pares, é através dos programas de


tutoria. Eles agrupam estudantes mais velhos das IES com estudantes mais novos
para trocar experiências e conhecimentos.
Tais programas já são comuns em algumas universidades e comprovadamente
melhoram o índice de desempenho dos estudantes.

6. Fornecer orientação aos alunos

Durante todo o processo de trabalho os professores devem acompanhar os


estudantes fornecendo-lhes feedbacks e garantindo a eles os instrumentos
necessários para a realização das tarefas.

A orientação aproximada durante a realização da tarefa permite trabalhar o tempo


de resposta dos estudantes, assim como a capacidade de resolução de problemas.

7. Desenvolver sistema de recompensas

As recompensas não se limitam a acréscimos de notas e bens materiais! Pensar em


um sistema de recompensas que reconheça as boas práticas é fundamental na
aprendizagem entre pares.

Pode-se utilizar aqui de sistemas desenvolvidos nas práticas de gamificação.

9. Formação de grupos de estudo


As turmas do curso também podem ser divididas em grupos maiores ao invés de
duplas, formando-se grupos de estudos pontuais ou permanentes.

Quando optamos por esta abordagem, conseguimos potencializar os benefícios da


aprendizagem baseada em pares. Afinal, se mais pessoas trabalham juntas na
formação do conhecimento, é possível ter acesso a mais ideias e opiniões para
enriquecer a experiência de aprendizado.

No entanto, o estudo através de grupos pode ser mais difícil de administrar do que a
atividade entre pares. É o que muitos alunos sentem quando realizam trabalhos em
grupo, por exemplo.

Mas, por ser uma proposta mais desafiadora, pode acarretar grandes
desenvolvimentos para os alunos e para toda a turma.

Ao exercitar a construção do conhecimento em grupos, os alunos adquirem aptidões


importantes para sua vida pessoal e profissional. Aprendem a escutar mais, a ter
mais paciência e podem, inclusive, descobrir seu potencial de liderança.

5 Dicas para montar um bom grupo de estudos


Montar um grupo de estudos pode ser algo desafiador, por isso, separamos 5 dicas
para você montar um bom grupo de estudos.

1. Estabeleça um local e um dia fixo para as reuniões;


2. Defina um método para escolher os participantes;
3. Limite o número de participantes;
4. Incentive os debates;
5. Diversifique os perfis;

1. Estabeleça um local e um dia fixo para as reuniões

Para que o grupo de estudos cumpra com seu papel e seja capaz de desenvolver
capacidades e aprofundar os estudos sobre um determinado tema, ele deve ser
levado a sério por seus participantes.

Por isso, definir um dia e um local fixos para as reuniões é essencial. Desse modo, o
grupo deve ser visto como um compromisso fixo na agenda de seus integrantes e
deve, também, ser incluído na rotina de estudos do aluno.

2. Defina um método para escolher os participantes

Um grupo de estudos não é um encontro de amigos, embora colegas possam


ingressar em conjunto.

As pessoas precisam ser comprometidas, desta forma, é importante escolher um


bom meio de seleção, que possibilite identificar aqueles indivíduos que estão
realmente interessados em desenvolver o grupo.

3. Limite o número de participantes

Um número de pessoas limitado é fundamental para o sucesso do grupo. Pois os


objetivos deste tipo de organização de estudos é fomentar o debate de qualidade, o
que fica inviável com muitas pessoas.

Outro aspecto importante é que com menos pessoas fica mais fácil assegurar a
realização das reuniões.

4. Incentive os debates

Os debates são fundamentais no avanço do aprendizado dentro de um grupo de


estudos. Além disso, ele pode agregar outros conhecimentos, advindos de pesquisas
individuais à discussão.
5. Diversifique os perfis

Diferentes participantes enriquecem o grupo com diferentes habilidades. Então


organizar grupos interdisciplinares, que envolvam mais de um curso, é uma boa dica.

Além disso, perfis diversos também preparam os alunos para lidar com trabalho em
equipe e desenvolver competências socioemocionais, que são muito valorizadas pelo
mercado de trabalho.

10. Aplicação de conteúdos digitais


Aplicar conteúdos digitais no ensino é outra intervenção pedagógica essencial no
atual contexto da educação. No cenário atual de disrupção tecnológica em que
vivemos, não se pode pensar a educação sem inovar e fazer uso das redes.

Para ter certeza disso, basta olhar a demanda crescente pela educação superior a
distância. Os novos alunos estão interessados em acessibilidade. Ou seja, querem
estudar de qualquer lugar, fazer seus próprios horários, e aproveitar também do
potencial que os conteúdos digitais possuem em termos pedagógicos.

Estudar por meio dos inúmeros recursos virtuais é uma necessidade para qualquer
IES que queira manter sua sustentabilidade e competitividade no mercado.

Os conteúdos digitais são uma intervenção pedagógica que usa multimídia e


hipermídia na educação. Essa iniciativa é ideal porque os alunos, em toda sua
diversidade, aprendem de formas diferentes.

Por isso, se investimos em conteúdos digitais multiformatos, conseguimos abarcar


todas essas formas de aprendizado. Textos e livros digitais, vídeos, jogos
educacionais, podcasts, simulados com correção automática… são várias
possibilidades.

Quando optamos por essa abordagem, temos uma ótima estratégia para alcançar
um dos objetivos das intervenções pedagógicas: a personalização do ensino.

Pensando, ainda, de forma mais ampla, é uma estratégia para alcançar um objetivo
maior da educação brasileira: a democratização do ensino.
Intervenção pedagógica para o corpo
docente
Os docentes constituem parte essencial das escolas e instituições de ensino. Sendo
assim, pensar de maneira constante a formação continuada dos professores, assim
como formas de melhorar a relação entre eles e os alunos, é essencial.

Nesse sentido, elaborar intervenções pedagógicas para professores também pode


conferir bons resultados na melhoria da qualidade de ensino de sua IES.

Confira algumas vantagens de se pensar a intervenção pedagógica para o corpo


docente:

autoconhecimento do profissional;
melhoria da produtividade do professor;
dinamização dos processos de ensino/aprendizagem;
melhoria no rendimento acadêmico dos alunos.

Proposta de intervenção pedagógica para


professores
A intervenção pedagógica voltada a profissionais da educação é comprovadamente
eficiente na melhoria dos rendimentos, tanto do professor quanto do aluno.

Por isso, estruturamos aqui uma proposta de intervenção pedagógica dividida em 4


etapas. Elas foram desenvolvidas para serem realizadas com professores e
estudantes de licenciaturas, como forma de otimizar o processo de ensino-
aprendizagem.

1. Educação e relações interpessoais: relação professor-aluno;


2. O cotidiano da sala de aula: o ensino e a aprendizagem;
3. Metodologias de ensino;
4. Inovação em práticas pedagógicas.

1. Educação e relações interpessoais: relação professor-


aluno
O objetivo dessa etapa é pensar a interação entre professores e alunos, nos seus
diferentes âmbitos. Os alunos de uma sala de aula apresentam diversas diferenças
socioculturais, psicológicas e cognitivas.
Desse modo, cabe também ao professor promover a diversidade na educação,
fornecendo respostas adequadas a cada possibilidade de conflito gerado por tais
diferenças.

Essa atividade é realizada a partir de uma palestra reflexiva que deve abordar temas
como:

Atitude dos alunos e dos professores dentro da sala de aula;


Do que os alunos reclamam em sala de aula
Relação professor-aluno
Simpatias e antipatias dos estudantes com relação aos professores

A partir das reflexões pontuadas na palestra, deve-se se organizar então um espaço


para os professores presentes apresentarem suas percepções pessoais sobre o
tema.

Por último, o condutor/palestrante deve evidenciar os contrastes observados entre a


exposição na palestra e o que foi apresentado pelos profissionais presentes.

2. O cotidiano da sala de aula: o ensino e a


aprendizagem
A próxima etapa a ser realizada após a reflexão tem como tema as abordagens de
ensino em contexto de aprendizagem e o cotidiano em sala de aula.

A segunda etapa será dividida em dois momentos:

1. Exposição de vídeos;
2. Discussão sobre o tema;

Para a exposição de vídeos busque por conteúdos relacionados a atividades


pedagógicas, repercussão das mudanças sociais, econômicas e tecnológicas nas
instituições de ensino, assim como os desafios de ser professor.

Já no segundo momento da atividade, que é o momento da discussão, o condutor da


intervenção deve apresentar alguns elementos para o debate:

Como aproveitar melhor o tempo em sala de aula;


O comportamento e o pensamento dos alunos diante de uma aula
Maneiras de lidar com as reações dos estudantes em sala de aula;

3. Metodologias de ensino
A terceira etapa, ou o terceiro encontro da intervenção, tem como objetivo debater a
eficiência das metodologias de ensino existentes, como por exemplo:

Metodologia tradicionais;
Metodologias ativas;

O condutor deste momento da intervenção deve apresentar os principais aspectos de


cada metodologia de ensino, para que seja possível para os professores da instituição
identificar qual se adequa melhor à realidade de cada curso.

Vale dizer que saber aplicar a metodologia correta para a necessidade de cada curso,
não só contribui com a formação de profissionais melhores. Tal prática, tem se
mostrado um importante agente de redução da evasão nas instituições de ensino.

4. Inovação em práticas pedagógicas


A última etapa consiste em apresentar práticas e estilos educacionais inovadores
para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Hoje existem diversas práticas
que comprovadamente estimulam o raciocínio, a reflexão e a criatividade, além de
otimizar o tempo em sala de aula.
Alguns exemplos simples de inovação em práticas pedagógicas são:

Estudos de caso;
Discussão de artigos científicos;
Produção de fluxogramas;
Relacionar temas de sala de aula com produções artísticas, como pinturas,
filmes, etc.

As inovações aqui exemplificadas são consideradas simples. Por isso, é importante


que o condutor da atividade vá além e busque apresentar práticas que envolvam o
uso de tecnologia e recursos inovadores de Tecnologia da Informação e
comunicação.

Veja alguns exemplos de recursos tecnológicos inovadores em práticas didático-


pedagógicas:

Utilização de plataformas de ensino digitais;


Interação multimídia, como vídeos, podcasts, e-books;
Realização de atividades gamificação a partir da internet;

Cabe dizer que buscar práticas inovadoras, além de aumentar o rendimento dos
estudantes e dos profissionais, também pode melhorar na avaliação do MEC sobre a
IES. E que, ao terminar as 4 etapas da intervenção, as práticas pedagógicas devem ser
avaliadas coletivamente com os participantes, recolhendo, assim, os feedbacks.

Após 3 meses da aplicação da atividade, e caso seja possível, é interessante que se


organize um encontro com os participantes a fim de debater as modificações
aplicadas em sala de aula. Assim como os resultados obtidos a partir da aplicação da
intervenção.

Esperamos que tenha gostado deste texto sobre intervenção pedagógica! Que tal
seguir aprofundando seus conhecimentos e conferir este outro artigo, sobre como
montar uma trilha de aprendizagem?

Saraiva Educação
Confira conteúdos sobre gestão de IES, metodologias de ensino,
inovação e muito mais temas voltados ao ensino superior com os
artigos da Saraiva Educação!

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