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[Livro] Articulação entre ensino, pesquisa e extensão

Livro: Articulação entre ensino, pesquisa e extensão

Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ifes


Curso: [DocentEPT CO-SE-SUL] Pesquisa e Extensão Tecnológicas
Livro: [Livro] Articulação entre ensino, pesquisa e extensão
Impresso por: Renata Rocha chaves vieira
Data: quarta, 2 nov 2022, 12:26
Índice
Articulação entre ensino, pesquisa e extensão

1 O que é ensino, pesquisa e extensão?


1.1 A indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão
1.2 As metodologias ativas como facilitadoras da articulação entre ensino, pesquisa e extensão

Referências
Para iniciarmos nossos estudos sobre a temática, queremos instigá-lo a refletir
sobre o que é ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E TECNOLOGIA. Pare um instante e
pense nesses termos. O que você sabe sobre eles? A partir dessa reflexão inicial,
apresentamos a seguinte definição:
ENSINO:  O ensino é uma instância de comunicação (RIOS, 2008). Logo,
“ensinar não é transferir conhecimentos” (FREIRE, 1996). O ato de ensinar
envolve interação e partilha e deve ser intencional e diretivo. Portanto, requer
planejamento didático para possibilitar a construção de competências. 
PESQUISA: Minayo (2007) define pesquisa como atividade de indagação e de
construção da realidade. É o ato ou o conjunto de ações por meio do qual se
constrói o conhecimento científico na busca por solucionar determinado
problema numa dada realidade.
EXTENSÃO: é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e
a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a
Universidade e a sociedade (Fórum de Pró-Reitores de Extensão das
Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras).
1 O que é ensino, pesquisa e extensão?

De acordo com a Orientação Normativa 01/2020 da Coordenadoria de Ações de


Extensão do Instituto Federal do Espírito Santo,  “A extensão é um processo
educativo, cultural, político, social, científico e tecnológico que promove a interação
dialógica e transformadora entre o Ifes e outros setores da sociedade, levando em
consideração a territorialidade” (p. 01-02).
E o que é  TECNOLOGIA?  No decorrer das disciplinas deste curso, você já ouviu
bastante, não é? Trata-se de uma ciência da técnica: a tecnologia (techne + logos)
(VIEIRA PINTO, 2005). Essa ciência compreende a técnica como atividade
consciente e planejada, que vai além da mera imitação e repetição de tarefas
mecânicas.
Nesse sentido, a articulação entre ensino, pesquisa e extensão transcende a prática
de uma educação compartimentalizada e dicotômica, entendendo o trabalho como
princípio educativo. Logo, Pesquisa e Extensão Tecnológicas referem-se à uma
prática indissociável ao ensino. Esse tripé é fundamental na consolidação de
saberes e fazeres na Educação Profissional e Tecnológica, na produção do
conhecimento e na prática pedagógica e profissional.
Veja este exemplo: quando um aluno do curso técnico de Informática, orientado
pelo professor, desenvolve um aplicativo para resolver determinada demanda da
sociedade, empresa, enfim, comunidade externa;  ele está realizando pesquisa,
ensino e extensão. Essa relação traz benefícios para todos: o aluno exercitando a
prática, o professor ensinando e atualizando seus conhecimentos e a
sociedade/comunidade externa recebendo os benefícios dessas ações e
dialogando com a instituição, aproximando, assim, da escola.
 

Fonte: Pixababay / truthseeker08


Produção: Anna Luisa Reis Becevelli (EMEF “Dr. Octávio Manhães de Andrade”)

 
1.1 A indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão

Produção: Anna Luisa Reis Becevelli (EMEF “Dr. Octávio Manhães de Andrade”)

Numa instituição de ensino de educação profissional, há atividades de ensino,


pesquisa e extensão. No entanto, é notório que a prevalência está nas atividades de
ensino, em seguida na pesquisa e, por último, na extensão. Se observarmos os
cursos de pós-graduação, veremos que a ênfase é na pesquisa. 
Mas por que separar se o conhecimento não é disciplinarizado nem fragmentado?
Essa lógica advém até mesmo da nossa formação docente. Ainda predomina a
ideia de que as partes formam o todo, não concebendo que o todo é mais do que a
soma das partes, desconsiderando, assim, que tudo está interligado (MORIN,
2003).
Ensino, pesquisa e extensão envolvem a articulação de saberes/fazeres e, nesse
contexto, destaca-se a importância do docente como mediador desse processo de
orientar a aprendizagem e criar espaços formativos entre os alunos.
Quando, por exemplo, identificamos em nosso contexto a dificuldade dos feirantes
em vender seus produtos em época de isolamento social decorrente da pandemia
de Covid-19, podemos resolver esse problema apenas com o ensino? Não. É
preciso recorrer ao ensino, à pesquisa e à extensão, pois todas essas atividades
são articuladas e dialogam entre si na busca por criar alternativas para a situação
apresentada.
 

Veja que interessante este vídeo que aborda o assunto que discutimos:
indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão

Indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão. Vídeo produzido pelo IFRO, campus Zona Norte.

E, para que essas atividades dialoguem entre si, as metodologias ativas têm papel
preponderante, pois colocam o aluno como protagonista do processo de
aprendizagem. Vamos ver?
 
 
1.2 As metodologias ativas como facilitadoras da articulação entre ensino,
pesquisa e extensão

Vivemos  num contexto altamente tecnológico, em que os processos de inter-


relação do homem com o mundo se intensificaram, requerendo novas práticas
pedagógicas. Segundo Lima (2018, p. 21):

Com o volume de informações do mundo ligado em rede, os estudantes precisam


desenvolver a habilidade de avaliar a importância de se aprender algo. Saber
sintetizar e saber reconhecer conexões e padrões entre as diversas informações
que circulam são habilidades valiosas na contemporaneidade. 

Para isso, é importante que métodos e estratégias de ensino estejam em


consonância com o perfil profissional de conclusão. As metodologias ativas
destacam-se nesse panorama, pois são caminhos para desenvolver a
aprendizagem criativa, autônoma e colaborativa. Além disso,  “[...] estimulam a
comunicação, ampliam a capacidade de ouvir a outra pessoa falar, estimulam os
trabalhos de equipes, desenvolvem a motivação individual e coletiva [...]” (NEVES,
2018, p.13).
Essas metodologias permitem maior interação  entre os atores da sala de aula,
impulsionam o protagonismo estudantil e a colaboração, mobilizando o interesse e
exigindo comprometimento dos alunos para que todos possam aprender. Conforme
apontam Carvalho, Borges e Armeno (2018, p. 96-97):
 

Assim, para promover aprendizagem significativa, faz-se necessário o


envolvimento do aluno por uma metodologia que lhe dê o protagonismo de sua
própria aprendizagem, que lhe dê capacidade de desenvolvimento de senso crítico
e lhe permita aquisição de competências que associem seus conhecimentos às
transformações do mundo real. Isso parece ser possível usando metodologias
ativas de aprendizagem, que são ferramentas, caminhos que permitem instalar o
aluno no centro de sua própria formação profissional, pavimentando o
conhecimento através da mediação e acompanhamento do professor.

O papel do professor nesse processo é de mediar a aprendizagem dos alunos,


orientando o caminho, auxiliando-os no ensino, na pesquisa por soluções, na
avaliação dos trabalhos realizados, na reorganização da trajetória de aprendizagem,
apontando melhorias e acertos e discutindo ideias e possibilidades.
Essas metodologias fomentam o protagonismo estudantil e estimulam o
desenvolvimento do raciocínio lógico. Assim, é possível trabalhar o aprendizado de
uma maneira mais participativa, significativa e eficiente.
CARVALHO, A. A., BORGES, R. A., ARMENO, V. P. C. S. Gamificação no processo
ensino-aprendizagem in: NEVES, V. J.; MERCANTI, L. B. e LIMA, M. T. (Orgs.)
Metodologias ativas: perspectivas teóricas e práticas no ensino superior. Pontes
Editores: 2018.

Fórum de Pró-Reitores das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras.


Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus: 2012. Disponível em:
https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Extens%C3%A3o-
Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso em 10/05/2021.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 14.


ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. 

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Orientação Normativa CAEX 01/2020.


Disponível em https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-
Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf.Acesso em 28/08/2020.

INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA, campus Zona Norte. Indissociabilidade


ensino, pesquisa e extensão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=NvRaUoGdP7Q&feature=emb_logo. Acesso em 18/05/2021.

LIMA, M. T. G. de A. Do behaviorismo ao conectivismo-reflexões sobre


metodologias ativas na aprendizagem no Uniptan. In: NEVES, V. J.; MERCANTI, L. B.
e LIMA, M. T.(Orgs.) Metodologias ativas: perspectivas teóricas e práticas no
ensino superior. Pontes Editores: 2018.

MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F. Pesquisa social: teoria, método e criatividade.


25. ed. rev. atual. Petrópolis: Vozes, 2007.

MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8a ed.


Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

NEVES, V. J. Introdução. in NEVES, V. J.; MERCANTI, L. B. e LIMA, M. T.(Orgs.)


Metodologias ativas: perspectivas teóricas e práticas no ensino superior. Pontes
Editores: 2018.

RIOS, T. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São Paulo:
Cortez, 2008. 

VIEIRA PINTO, A. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

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