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METODOLOGIA DO

ENSINO DE
CIÊNCIAS

Adriana Fernandes
Gonçalves
M593 Metodologia do ensino de ciência [recurso
eletrônico] / Organizadora, Adriana Fernandes
Gonçalves. – Porto Alegre : SAGAH, 2016.

Editado como livro impresso em 2016.


ISBN 978-85-69726-29-6

1. Educação. 2. Metodologia de ensino - Ciências.


I. Gonçalves, Adriana Fernandes.
CDU 37.022

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094


O ensino de ciências
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„„ Identificar as mudanças ocorridas no ensino de ciências ao longo
da história.
„„ Apontar os objetivos do ensino de ciências para crianças.
„„ Caracterizar as atuais tendências do ensino da disciplina de
ciências.

Introdução
Neste texto você conhecerá as tendências atuais da disciplina de
ciências. Além disso, poderá ver a linha do tempo do ensino da
disciplina no país.

Ciências na história
A história da ciência vem de muito tempo. O homem sempre teve muita curio-
sidade em conhecer e saber como funciona a natureza e tudo que o cerca. Des-
de tempos pré-históricos, o humano faz ciência, buscando entender os fenô-
menos da natureza. Nessa época havia somente a cultura da tradição oral, não
havia metodologia científica nem nada que pudesse por à prova aquilo que se
conhecia. Foi o interesse em se fixarem em alguns locais que antigas tribos
pré-históricas começaram a entender de agricultura e astronomia, através da
observação de fenômenos naturais. Ciclos como os meses, as estações do ano,
períodos favoráveis para plantar e colher desenvolveram nestes homens o in-
teresse, ainda primitivo, pela ciência.
Acredita-se que desde 3500 a.C. já se fazia ciência no Oriente Médio, pois
existem registros de observações numéricas acerca de fenômenos da natureza
nesta época. Informações que usamos até hoje, como ano solar, mês lunar,
semana de sete dias, foram descritos em tábuas de argila criadas por escribas
babilônicos. Já no Antigo Egito desenvolveram-se a engenharia, a geometria
e a alquimia. O triângulo reto, muito usado, foi descrito pelos egípcios. Na
Grécia Antiga, data do século VI a.C. o início do pensamento científico, com
os chamados “filósofos da natureza”. A origem da medicina ayurveda na Ín-
dia é datada no primeiro milênio a.C. A China tem uma longa tradição de
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inovações tecnológicas, pois foi lá que se desenvolveu a produção de papel, da


pólvora, a bússola. Os chineses contribuíram muito para a ciência com estes
três inventos e através deles foi possível localizar-se durante as navegações,
registrar através da escrita e da impressão em papel com mais qualidade e
com menor peso e também inovar na guerra. Esses são apenas alguns exem-
plos de como a curiosidade e a necessidade estimulam a ciência.
Mas não vamos falar apenas da Antiguidade. No Brasil, o ensino de ci-
ências é relativamente novo. Sua obrigatoriedade no currículo escolar data
de 1971. Santomauro (2009), em seu artigo Em ciências é preciso estimular
a curiosidade de pesquisador publicado na Revista Nova Escola, traçou uma
linha do tempo, baseada nos PCNs, mostrando o histórico desta disciplina:
1879 - é fundada a Sociedade Positivista do Rio de Janeiro. Professores
seguem o pressuposto de que o aluno descobre as relações entre os fenômenos
naturais com observação e raciocínio.
1930 - a Escola Nova propõe que o ensino seja amparado nos conheci-
mentos da sociologia, psicologia e pedagogia modernas. A influência desses
pensamentos não modifica a maneira tradicional de ensinar.
1950 - os livros didáticos são traduções ou versões desatualizadas de pro-
duções europeias, e quem leciona a disciplina são profissionais liberais. Vigo-
ra a metodologia tradicional, baseada em exposições orais.
1955 - cientistas norte-americanos e ingleses fazem reformas curriculares
do Ensino Básico para incorporar o conhecimento técnico e científico ao cur-
rículo. Algumas escolas brasileiras começam a seguir a tendência.
1960 - a metodologia tecnicista chega ao país, defendendo a reprodução
de sequências padronizadas e de experimentos, que devem ser realizados tal
como os cientistas os fizeram.
1961 - com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
passou a ser obrigatório o ensino de ciências para todas as séries do Ginásio
(hoje do 6º ao 9º ano).
1970 - A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência critica a forma-
ção do professor em áreas específicas, como biologia, física e química, e pede
a criação da figura do professor de ciências. Sem sucesso.
1971 - a LDB torna obrigatório o ensino de Ciências para todas as séries do
1º Grau (hoje Ensino Fundamental). O Ministério da Educação (MEC) elabo-
ra um currículo único e estimula a abertura de cursos de formação.
1972 - o MEC cria o Projeto de Melhoria do Ensino de Ciências para de-
senvolver materiais didáticos e aprimorar a capacitação de professores do 2º
grau (hoje Ensino Médio).
O ensino de ciências 11

1980 - as ciências são vistas como uma construção humana e não como
uma verdade natural. São incluídos nas aulas temas como tecnologia, meio
ambiente e saúde.
1982 - surge o modelo de mudança conceitual, que teve vida curta. Ele se
baseia no princípio de que basta ensinar de maneira lógica e com demonstra-
ções para que o aprendiz modifique ideias anteriores sobre os conteúdos.
2001 - convênio entre as Academias de Ciências do Brasil e da França
implementa o programa ABC na Educação Científica - Mão na Massa para
formar professores na metodologia investigativa.
Como podemos observar, o estudo de ciências, apesar de ser tão antigo,
é recente no Brasil. Regulamentado apenas para o Ensino Fundamental em
1971, foi consolidado somente em 1998 por meio dos Parâmetros Curricula-
res Nacionais (PCNs). Não há no Brasil uma cultura estabelecida para esta
disciplina, ela ainda está em construção. Não há uma metodologia construída
para ela. Muitos professores ainda conservam a maneira tradicional, utilizan-
do poucos recursos (oral e lousa), há aqueles que optam por uma metodologia
construtivista, eficaz nesta área, ainda aqueles que utilizam laboratórios ou
métodos audiovisuais diversificados.

Fique atento

Muitos professores ainda não concordam com novas metodologias e acreditam que o
método tradicional é o mais eficaz. As novas metodologias vêm para somar no apren-
dizado, auxiliar os alunos que não dominam o assunto e trazer novas estratégias para
o ensino de ciências.

O ensino de ciências para crianças


Atualmente, com o uso da internet há muita facilidade na obtenção de infor-
mações rápidas e respostas imediatas para questionamentos. É natural que as
crianças não tenham muito interesse na sala de aula. O professor precisa de-
senvolver metodologias para estimular o interesse e a curiosidade dos alunos.
O Ensino Fundamental é para muitas crianças o início de sua vida acadê-
mica (pois nem todas conseguem frequentar a pré-escola). Neste período é de
vital importância estimular a criança a pensar, questionar, duvidar, entender o
12 Metodologia do ensino de ciências

que está presente no mundo que a cerca. O conhecimento científico não estará
presente somente nesta disciplina e sim numa rede interdisciplinar, por isso é
necessário o esforço de todos para estimular as crianças a gostarem de ciências.
Conforme os PCNs (BRASIL, 1998, p. 33), há uma série de objetivos a
serem alcançados no ensino de ciências até o final do Ensino Fundamental
(do 1º ao 9º ano):

„„ compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em socie-


dade, como agente de transformações do mundo em que vive, em relação
essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente;
„„ compreender a ciência como um processo de produção de conhecimento
e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social,
econômica, política e cultural;
„„ identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e
condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e compre-
ender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo
elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas;
„„ compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e
coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;
„„ formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a
partir de elementos das ciências naturais, colocando em prática conceitos,
procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;
„„ saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
„„ saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para
coleta, comparação entre explicações, organização, comunicação e dis-
cussão de fatos e informações;
„„ valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa
para a construção coletiva do conhecimento.

Fique atento

Por quê? Essa é a questão que o professor de ciências ouve diariamente em sala de
aula. O aluno nunca deve ficar sem resposta e deve ser estimulado a repeti-la sempre
que surgir alguma dúvida ou sempre que tiver curiosidade sobre determinado assunto.
Mesmo que o professor não saiba responder imediatamente, deve auxiliar o aluno na
busca pela resposta.
O ensino de ciências 13

Ciências hoje
Não é possível comparar o ensino atual com aquele praticado por professores
antes dos anos 2000. Apesar de não ser muito tempo, muita coisa mudou.
Novas práticas pedagógicas foram desenvolvidas, assim como ferramentas de
aprendizado, tecnologias na educação foram disponibilizadas aos professores
e alunos. Até metade do século passado utilizava-se o rádio e as correspon-
dências em papel para conseguir obter um diploma a distância. Atualmente, é
possível reunir-se com o professor e colegas por meio de chats online, video-
conferências e fóruns virtuais.
Até a década de 1960 vivemos uma educação formal, tradicional e tecnicista.
A partir da década de 1970, os professores acreditavam num modelo de educação
construtivista, proposto pelo biólogo suíço Jean Piaget, em que o conhecimento
do aluno se constrói através das suas próprias experiências. No Brasil, nos últimos
anos do século XX houve a construção da LDB – Leis de Diretrizes e Bases da
educação e dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, em que se propõe
o aprendizado por meio da investigação, a abordagem dos temas transversais, a
educação científica e uma diversificação das práticas pedagógicas.
A pergunta é: como o professor deve se preparar para estas novas prá-
ticas pedagógicas? Considerando a avalanche de informações disponíveis
nos meios digitais, o professor deve se adequar elegendo, dentro da proposta
pedagógica da escola, os temas de maior relevância, que irão fazer algum
sentido para o dia a dia do aluno, que irão fazer parte de sua vida até mesmo
contribuindo de certa forma para melhorar sua qualidade de vida e interferir
de forma positiva na comunidade onde vive. O uso das TICs (Tecnologias de
Informação e Comunicação) é fundamental.
A disciplina de ciências é flexível e permite a interdisciplinaridade ou a
multidisciplinaridade através da qual o aluno, portador de um conhecimento
prévio, pode escolher temas de trabalho e buscar situações significativas para
seu aprendizado. É muito importante relacionar o estudo com a prática, para
que faça sentido para o aluno.
E qual o papel do professor nestas novas práticas pedagógicas investigati-
vas? O professor atua como um mediador, estimulando a autonomia do aluno.
E aí entra a metodologia científica, construindo etapas para o aprendizado,
questionando o aluno e fazendo com que pense cientificamente, levante ques-
tões, produza hipóteses, construa métodos para análise de dados e explique
fenômenos. Esta é uma prática voltada para a realidade do aluno, que aceita as
diferenças e respeita a realidade individual de cada aluno.
14 Metodologia do ensino de ciências

Em Pedagogia das diferenças na sala de aula, André (1999, p. 19), afirma:

As pedagogias diferenciadas assumem ideias mestras da escola nova: o


aluno deve ser o centro do processo educativo e o professor deve ser um
orientador, uma fonte de recursos e de apoio. Assumem também os prin-
cípios das correntes construtivistas e interacionistas de que a aprendiza-
gem ocorre através de um processo ativo de envolvimento do aprendiz
na construção de conhecimentos, que decorrem de suas interações com
o ambiente e com o outro. Enfatizam o ensino voltado para as competên-
cias e o trabalho com projetos, pesquisas e situações-problema.

Fique atento

É preciso estar atento às mudanças tecnológicas que ocorrem de forma muito rápida e
contínua. É claro que lousa e giz são importantes, mas a utilização de novas práticas pe-
dagógicas chama a atenção para um novo olhar do aluno sobre o ensino de ciências.

As atividades investigativas devem, obrigatoriamente, conter um proble-


ma que desencadeie uma discussão de ideias diferentes em relação a ele. Por
meio do debate e dos questionamentos ocorre o aprendizado em várias áreas
do conhecimento, desde o tema em questão, mas também no que diz respeito
às diferenças sociais e individuais, ao conhecimento prévio que cada um traz
em sua bagagem de vida e ao que pode ser melhorado em sentido global.
Segundo Ward et al. (2010 p. 37):

Embora as crianças pré-escolares pareçam fazer perguntas continuamen-


te, alguns alunos maiores parecem ter perdido essa capacidade. Isso pode
ter ocorrido porque o ensino tradicional não exigia que os alunos fizessem
perguntas, ou, com mais frequência, os alunos não são incentivados a fa-
zer perguntas porque os professores têm medo de não saber respondê-las.
Nos últimos anos, as questões dos alunos têm sido um tanto irrelevan-
tes, com uma tendência do uso disseminado de esquemas de trabalho
inflexíveis que proporcionam pouca oportunidade para que o trabalho
seja adaptado para satisfazer as necessidades dos indivíduos. De maneira
preocupante [...] embora os professores evoquem as ideias originais dos
O ensino de ciências 15

alunos, pouco foi feito para ajustar o trabalho planejado às necessidades
de aprendizagem identificadas por esse processo. Com a introdução de
um currículo mais criativo, uma abordagem flexível é agora mais possível
do que antes.

Fique atento

As aulas de ciências não necessitam, obrigatoriamente, de experimentos complica-


dos realizados em laboratórios com equipamentos sofisticados. Até mesmo o pátio
da escola serve como local para uma boa investigação. Lembre-se que não é possível
abordar todo o conteúdo em uma atividade experimental. Deve-se selecionar um item
no conteúdo para ser exemplificado na prática. E a boa e velha dupla “lousa e giz” não
deve ser abandonada. O conteúdo deve sim ter uma base teórica antes de seguir para
a prática. Não basta apenas uma lista de itens com seu significado, isso pode ser obtido
no dicionário, mas uma explicação lógica do conteúdo em questão.

Ward et al. (2010) dizem que o uso das TICs se tornou fundamental; po-
rém, usar a internet para identificar, por exemplo, fotos de animais encontra-
dos no pátio da escola não é válido. O professor deve estimular os alunos na
investigação, no detalhe, na observação de características. Caso contrário, o
uso da internet fica semelhante a um exercício de “relacionar as colunas”. O
uso das TICs deve promover a pesquisa e o conhecimento e não apenas buscar
textos prontos ou observar imagens projetadas em um quadro branco.
16 Metodologia do ensino de ciências

Exercícios
1. Assim, a ciência era vista como algo Fundamental) passou a ser
inferior e não era reconhecida como obrigatório. O Ministério da
importante em nenhum nível do Educação (MEC) elabora um
ensino. Em particular, as ’escolas currículo único e estimula a
públicas eram lentas para reconhecer abertura de cursos de formação.
a necessidade de proporcionar d) Na concepção que vigorou do
ensino científico para sua clientela da século XIX ao século XX (década
classe alta.” (WARD et al., 2010, p. 15.) de 50), impregnada de ideias
Dada as alternativas a seguir positivistas, predominava a
marque aquela que está relacionada concepção de que essa área do
CORRETAMENTE ao momento da conhecimento era neutra em suas
história do ensino de ciências tratado descobertas, e que os saberes
na citação. dela decorrentes não seriam
a) Tipicamente, havia uma verdades únicas e definitivas.
relutância geral para que muitos e) Nos primeiros anos do século
“fizessem” ciência no passado, XXI, no Reino Unido, houve
especialmente nos escalões de um claro movimento rumo à
“elite” da sociedade. O sistema adoção de uma agenda “verde”
educacional do século XIX não por todos os principais partidos
preparava os indivíduos para se políticos devido à pressão
ajustarem aos seus nichos num pública, enquanto essas ideias
sistema de classes altamente eram restritas àqueles rotulados
estratificado. como “excêntricos” e “liberais” na
b) Como resultado da preocupação década de 70.
sobre os efeitos do aquecimento 2. Os objetivos de ciências naturais no
global ligados à mudança ensino fundamental são concebidos
climática, em 2006, o governo para que o aluno desenvolva
trabalhista da Inglaterra competências que lhe permitam
encomendou uma revisão compreender o mundo e atuar como
independente e muito longa indivíduo e como cidadão, utilizando
para analisar criticamente conhecimentos de natureza científica
as evidências científicas e e tecnológica. Esses objetivos de
econômicas do impacto teórico área são coerentes com os objetivos
da mudança climática ao redor gerais estabelecidos na Introdução
do mundo. aos Parâmetros Curriculares Nacionais
c) De acordo com a LDB de 1971, (PCNs) e também com aqueles
o ensino de Ciências para todas distribuídos nos Temas Transversais.
as séries do 1º Grau (Ensino (BRASIL, 1998)
O ensino de ciências 17

Marque a alternativa que NÃO dos blocos temáticos propostos para


representa um objetivo do ensino de o ensino fundamental, segundo os
ciências para o ensino fundamental, PCNs.
no quesito desenvolvimento de a) Ambiente - corpo humano -
competências: saúde - sistema solar.
a) Compreender a natureza como b) Astronomia - biologia - física -
um todo dinâmico, sendo o química.
ser humano parte integrante e c) Ambiente - ser humano e saúde
agente de transformações do - recursos tecnológicos - sistema
mundo em que vive. solar.
b) Formular questões, diagnosticar e d) Ambiente - ser humano e saúde
propor soluções para problemas - recursos tecnológicos - terra e
reais a partir de elementos das universo.
ciências naturais, colocando em e) Ambiente - ser humano e saúde
prática conceitos, procedimentos - tecnologia e sociedade - terra e
e atitudes desenvolvidos no universo.
aprendizado escolar. 4. A sociedade atual tem exigido
c) Saber utilizar conceitos científicos um volume de informações muito
básicos, associados à energia, maior do que em qualquer época
matéria, transformação, espaço, do passado, seja para realizar tarefas
tempo, sistema, equilíbrio e vida. corriqueiras e opções de consumo,
d) Saber combinar leituras, seja para incorporar ao mundo
observações, experimentações e do trabalho, seja para interpretar
registros para coleta, organização, e avaliar informações científicas
comunicação e discussão de fatos veiculadas pela mídia, seja para
e informações. interferir em decisões políticas
e) Valorizar o trabalho individual, sobre investimentos à pesquisa e ao
sendo capaz de ação crítica e desenvolvimento de tecnologias e
cooperativa para a construção suas aplicações (BRASIL, 1998).
coletiva do conhecimento. Frente a essa sociedade, em
3. A escolha de conteúdos, também ritmo acelerado de mudanças, a
neste bloco temático, deve ser necessidade de reestruturação
cuidadosa, para que seja estimulante no ensino das ciências tornou-
e de real interesse dos alunos, para se imperativo. As afirmativas
que sirva à sua aprendizagem, adiante, retiradas do caderno 4 dos
respeitando o amadurecimento Parâmetros Curriculares Nacionais
correspondente a cada faixa etária têm relação com a tendência atual
e levando à aprendizagem de do ensino de ciências. Marque V, se
procedimentos, ao desenvolvimento forem verdadeiras e F, se forem falsas.
de valores, à construção da cidadania I. Ao considerar o ensino
(BRASIL, 1998). fundamental como um nível
Baseando-se na leitura do texto, de escolarização obrigatório no
marque a alternativa que indica Brasil, não se pode pensar no
CORRETAMENTE a identificação ensino de ciências como um
18 Metodologia do ensino de ciências

ensino propedêutico, voltado tornando-se mais presente no


para uma aprendizagem efetiva cotidiano e modificando, cada vez
em momento futuro. A criança mais, o próprio mundo.
não é cidadã do futuro, mas já IV. Para o ensino de ciências naturais,
é cidadã hoje, e, nesse sentido, é necessária a construção de
conhecer ciência é ampliar a uma estrutura geral da área
sua possibilidade presente de que favoreça a aprendizagem
participação social e viabilizar sua significativa do conhecimento
capacidade plena de participação historicamente acumulado e a
social no futuro. formação de uma concepção
II. Mas o percurso das ciências de ciência, suas relações com a
tem rupturas e depende delas. tecnologia e com a sociedade.
Quando novas teorias são Assinale a alternativa que apresenta a
aceitas, convicções antigas são sequência CORRETA:
abandonadas em favor de novas, a) F, V, V, V.
os mesmos fatos são descritos b) V, V, V, V.
em novos termos, criando-se c) F, F, V, V.
novos conceitos, um mesmo d) V, V, V, F.
aspecto da natureza passa a ser e) V, F, V, V.
explicado segundo uma nova 5. “A tendência de banir os
compreensão geral, ou seja, um sacos plásticos ou de cobrar
novo paradigma. por eles também pode gerar
III. Atualmente, em meio à consequências inesperadas: as
industrialização intensa e à pessoas podem acabar indo de
urbanização absurdamente carro ao supermercado, em vez de
concentrada, também caminharem. Esses problemas são
potenciadas pelos conhecimentos típicos daqueles que nossos alunos
científicos e tecnológicos, deverão considerar para tomar
conta-se com a sofisticação decisões informadas no futuro.”
da medicina científica das (WARD et al., 2010, p. 18).
tomografias computadorizadas Analise a citação e marque a
e com a enorme difusão da alternativa que está coerente com
teleinformática. Ao mesmo a ideia apresentada, em relação à
tempo, convive-se com ameaças, possibilidade de relacionar a ciência à
como o buraco na camada de vida cotidiana, na atualidade.
ozônio, a bomba atômica, a a) Ciência e tecnologia.
fome, as doenças endêmicas b) Ciência e aprendizagem.
não controladas e as decorrentes c) Ciência e química.
da poluição. A associação entre d) Ciência e sustentabilidade.
ciência e tecnologia se amplia, e) Ciência e economia.
O ensino de ciências 19

Referências

ANDRÉ, M. E. D. A. (Org.). Pedagogia das diferenças na sala de aula. Campinas: Papirus,


1999.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências


naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

SANTOMAURO, B. Em ciências é preciso estimular a curiosidade de pesquisador. Revista


Nova Escola, Campinas, ed. 219, jan./fev. 2009. Disponível em: <http://revistaescola.abril.
com.br/ciencias/fundamentos/curiosidade-pesquisador-427229.shtml?page=3>. Aces-
so em: 01 jun. 2016.

WARD, H. et al. Ensino de ciências. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

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