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A UTILIZAÇÃO DO COACHING COMO PROCESSO DE

ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE NÍVEL


SUPERIOR
Ivo Giordano Portela Correia1

Resumo
Diante das dificuldades diárias dos pedagogos e os desafios que mudam a cada instante
nos ambientes acadêmicos e no o papel do docente em sala de aula, este artigo têm por
finalidade apresentar como o processo de coaching e suas ferramentas apoiam o docente
na atuação como coach de seus alunos em também como aplicar o processo em sala de
aula nas instituições de ensino superior. Abordando o conceito de aprendizagem e seus
teóricos, o processo de coaching, suas ferramentas e a postura do docente enquanto coach
de seus alunos.

Palavras-chave: aprendizagem, coaching, professor, ferramentas, ensino

Abstract
Beyond daily difficulties of teacher and academic challenges that changes all the moment at
academic environment and within teacher role at classroom, this article intend to show an
overview of coaching process and its tools that should help teachers to act as a coach of his
students and also how to apply coaching process at classroom and university institutions.
Approaching a learning concept and its mentors, coaching process, its tools and teachers
role as a coach of its students.

Keyword: learning, coaching, teacher, tools, teaching

INTRODUÇÃO

Os docentes de entidades de ensino superior enfrentam diariamente o desafio


de proporcionar ao aprendizado ao alunos só que com a evolução das tecnologias de
comunicação, os elementos de distração no ambiente de aprendizado e o acesso a
informações tem tornado cada vez mais desafiador o alcance dos objetivos de aprendizado
desejados. Assim o professor encontra desafios cada vez maiores no exercício de apoio no
processo de ensino e aprendizado.

Paralelo a isto o aprendizado tem sido tema explorado nas organizações


chegando a ser utilizado o termo de “organizações que apreendem”. Isso vem
proporcionando novos enfoques ao processo de aprendizado e a preocupação em como
alcançar resultados de aprendizado dentro das organizações.

1
Pós-graduado Latu Sensu em Magistério Superior pelo Centro de Ensino Universitário do Maranhão,
bacharel em Ciências da Computação pela Universidade Federal do Maranhão, bacharel em Administração pela
Faculdade Atenas Maranhense e cursa MBA em Gestão de Projetos na Fundação Getúlio Vargas. Têm formação
como Master Coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching com certificações Internacionais pelo Metaforum
International, European Coaching Association e Global Coaching Comunity.
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Em busca de soluções e métodos para auxilio das organizações e


desenvolvimento de seus lideres surge no contexto um processo denominado de Coaching,
tal processo constitui em técnicas e ferramentas que auxiliam as empresas a alcançarem
seus objetivos sempre com foco no estado desejado ou estado futuro, fazendo com que os
reveses ou falhas durante o processo se transformem em aprendizado sem que isso seja
entrave para alcance do objetivo estipulado.

Este estudo entende os desafios dos docentes no processo de ensino e


aprendizado e diante da nova temática do processo coaching estabelece um entendimento
de como as ferramentas utilizada no processo citado podem fornecer apoio aos docentes
diante dos desafios diários da sala de aula em instituições de ensino superior e de como tais
ferramentas ao serem aplicadas podem surtir grande efeito, desde o entendimento dos
comportamentos dos alunos, as necessidades básicas a serem atendidas e seus perfis de
aprendizados como perfis visuais, auditivos, sinestésicos e digitais.

Considera-se que a temática sobre aprendizado e os desafio do pedagogo


sejam uma temática atual e a proposta de buscar ferramentas dentro de um processo de
coaching para acelerar os resultados do processo de aprendizado e fornecer apoio ao
docente sendo considerado fator de relevante importância cientifica.

1. APRENDIZADO

O processo de aprendizado é caracterizado como a forma ou modo que os seres


adquirem novos conhecimento, modificam seus comportamentos, desenvolvem e aprimoram
seus conhecimentos. A aprendizagem vem sendo sistematizada e aprimorada ao longo do
tempo desde as mais remotas épocas.

Algumas correntes definem a aprendizagem como um processo integrado que


provoca mudança de forma qualitativa na estrutura mental de quem aprende. Isso pode
ocasionar mudança na postura e conduta do individuo de forma que pode-se abordar a
aprendizagem a partir de três perspectivas sendo elas: a Cognitiva, a Comportamental e a
Humanística.

O termo aprendizagem é uma expressão cientifica baseada em


observações de comportamento em situações repetidas. Se observarmos
atletas no inicio de sua carreira e, novamente, anos depois, notaremos uma
diferença no desempenho e inferiremos que a diferença é devida à
aprendizagem. (PETERSON, 1981, p. 6)
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Entre essas perspectivas, certos teóricos e pesquisadores são destaques em


cada uma delas. Assim nas perspectivas cognitivas destacam-se: Piaget, Vygosky, Bruner.
Na perspectiva comportamental tem-se Pavlov e Skinner e na humanista Rogers.

A aprendizagem Cognitiva tem Piaget como destaque considerando o uso de


estruturas cognitivas. Considerando que a aprendizagem se conduz através de troca
levando sua teoria a ser conhecida como construtivista.

Piaget considera que o comportamento humano não é inato, nem resultado de


condicionamento. Mas sim que a interação do sujeito como objeto proporciona o
desenvolver e até remodelagem das estruturas cognitivas.

Piaget delineou uma teoria do desenvolvimento cognitivo na qual os


indivíduos progridem ao longo de uma sequência de estágios invariáveis,
cada qual refletindo formas mais sofisticadas de pensamento, e salientou a
interação entre o nível de amadurecimento de um individuo e o meio no qual
este individuo constrói ativamente o conhecimento. BENTHAM (2006, p 35)

Vygotsky considera que a construção do conhecimento tem haver com as


relações entre o pensamento e a linguagem. A aprendizagem se desenvolve a partir de uma
troca entre suas informações genéticas e o contato com atividade que o sujeito realiza. Isso
proporciona a criação de estrutura formais da mente.

Com Vygotsky o conhecimento tem a inclusão de um adulto no papel de


especialista ou mesmo um mentor. Ele considera que além do uso da linguagem para o
desenvolvimento os adultos mais experientes tem papel relevante no processo cognitivo de
aprendizagem.

Da forma como vejo, nenhuma teoria de aprendizagem é completa sem


uma teoria de mecanismo – uma elaboração detalhada do processo pelo
qual a aprendizagem ocorre. Qualquer que seja o mecanismo proposto ele
deve [...] se aplicar a uma ampla série de formas nas quais a aprendizagem
ocorre[...]. Mizukami(2002 p. 159) apud Schoenfeld

Outra perspectiva da aprendizagem é a behaviorista, nesta abordagem


considerada uma das mais antigas abordagem cientifica relacionada a aprendizagem
considera que o aprendizado pode ser observado por meio do comportamento. Esta teoria
de aprendizagem considera a relação entre os estímulos e repostas oferecidas a eles. Entre
teóricos dessa vertente está: Watson, Pavlov e Skinner.

Pavlov através de pesquisa com animais identificou que de acordo com o


estimulo oferecido havia uma reposta e que com o tempo era perceptível repostas idênticas
aos mesmos estímulos. Skinner aprimorando ainda mais as pesquisas de Pavlov tratou o
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aprendizado como um condicionamento e defendeu que de acordo com o reforço dado para
cada resposta a uma reação a condiciona para que esta ocorra com maior frequência.

Skinner acreditava que o comportamento é controlado por contingências


ambientais – ou seja, a probabilidade de que uma pessoa repita uma certa
unidade de comportamento no futuro dependeria das consequências da
manifestação desse comportamento no passo. O reforço aumentaria a
probabilidade de repetição do comportamento, enquanto a punição
diminuiria a probabilidade de repetição do comportamento. BENTHAM
(2006, p 42)

Outra abordagem para a aprendizagem é a humanista que tem Rogers como um


de seus principais fundadores. Esta abordagem se diz totalmente contraria ao behaviorismo,
pois enquanto este trata dos comportamentos humanos observáveis, aquele considera o
individuo um ser único e leva em consideração as características internas que não podem
ser observadas.

Assim, Rogers recomenda mudar o foco do “ensino” para a “facilitação da


aprendizagem”. Em outras palavras, não se preocupar tanto com que coisas
o aluno precisa aprender, com o que vamos ensinar, com aquilo que deve
cobrir um curso dado, etc. Mas, sim, com como, porque e quando aprendem
os alunos, como se vive e se sente a aprendizagem, e quais as suas
consequências sobre a vida do aluno. (BORDENAVE e PEREIRA, 1989, p
48)

1.1 O papel do docente na aprendizagem

As tecnologias e a disseminação cada vez mais rápida de informações e


conteúdos provoca o docente a aprimorar cada vez mais suas competências básicas para o
exercício de seu papel no processo de ensino-aprendizagem.

Aprender a ensinar é um processo que continua ao logo da carreira docente


e que, não obstante a qualidade do que fizemos nos nossos programas de
formação de professores, na melhor das hipóteses só poderemos preparar
os professores a começar a ensinar. (Mizukami apud Zeichner, 2002, p22)

Esses desafios ocorrem por vezes no ambiente acadêmico entre seus pares e
do docente a expectativa é de que todas as habilidades que se adquire com o tempo nunca
são satisfatórias.
Assim MIZUKAMI (2002) apud TORRES afirma que dentre as características
desejadas em ‘novos docentes’ ou ‘docente eficaz’ é que o mesmo seja polivalente,
profissional competente, agente de mudança, prático reflexivo, professor investigador,
intelectual critico ou intelectual transformador e que:
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 Provoque e facilite a aprendizagem, assumindo sua missão em fazer com


que os alunos aprendam.
 Desenvolva uma pedagogia ativa baseada no dialogo e vinculação entre
teoria e prática
 Detecte oportunamente problema de variadas dimensões em seus alunos
e os auxilie a enfrenta-los buscando soluções para cada caso.
 Aceite-se como eternos aprendiz e seja o líder da aprendizagem estando
sempre atualizado dentro da sua área de conhecimento.
 Seja percebido pelos alunos ao mesmo tempo como amigo e modelo de
quem os escuta e os ajuda a desenvolverem.

Estas entre outras características foram relacionadas por TORRES com base em
autores e obras de debates educacionais.

2. O PROCESSO DE COACHING

Os termos coach, coaching e coachee são neologismos, ou seja, suas traduções


não correspondem ao que realmente significam.

Assim a termo coach está relacionado a um profissional que acompanha, apoia e


presta suporte as outras pessoas conduzindo este a uma percepção própria de si e de seus
próprios resultados. Esta outra pessoa que tem o suporte do coach é chamada de coachee.
E o termo coaching corresponde ao processo de atuação de um coach junto a um coachee.

O coach é um processo de aceleração de metas e objetivos e ocorre por meio de


uma parceria entre o coachee e o coach em busca de uma meta pré-estabelecida pelo
coachee. Para TING e SCISCO ( 2006 p 43) O processo de Coaching, no final das contas,
diz respeito à facilitação da aprendizagem, da mudança e do crescimento.

Segundo THORNE (2004), o coach tem papeis de:


 Construir um ambiente positivo de interação;
 Fazer perguntas que conduza à análise das necessidades do coachee;
 Utilizar perguntas abertas para investigação
 Dar enfoque às necessidade do coachee;
 Oferecer sugestões que ampliem as visões expressas pelo coachee;
 Escutar ativamente;
 Procurar, estimular o surgimento de ideias e potencializá-las;
 Dar feedback;
 Acordar planos de ação para desenvolvimento do coachee;
 Monitorar o desempenho das ações planejadas
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 Dar apoio e suporte contínuo;


 Enfatizar a melhoria de desempenho na função atualmente exercida
pelo coachee;
 Auxiliar o coachee a aumentar seu desempenho para alcance dos
padrões requeridos;
 Enfatizar o presente.

Di Steéfano (2005 p.156) apresenta o conceito de professor coach dentro do


conceito de teaching organization ( organização que ensina) aplicado a o ponto de vista
ensinável com objetivo de gerar alinhamento com novo lideres

2.1 Pilares do Coaching

Para o Instituto Brasileiro de Coaching – IBC são pilares do coaching: O ser


humano, metodologias, técnicas e ferramentas e competências do profissional de coaching.

2.1.1 Ser Humano

O ser humano é o principal envolvido em um processo de coaching, assim um


Coach deve entender e se especializar continuamente em tudo que se refere a seres
humanos e processos comportamentais de mudança. É função do coach também entender
as interações corpo e mente posicionamentos psicológicos e perfis humanos com o intuito
de obter o máximo de efetividade no exercer de sua função.

E principalmente faz parte do grupo de seres humanos que busca


constantemente por melhoria, evolução, aprendizagem, automotivação e auto
transformação, se tornando um exemplo e modelo de excelência.

2.1.2 Metodologias

Um processo de desenvolvimento e busca por resultados se baseia em


metodologias conhecidas. A palavra Metodologia tem origem do grego e representa
“conhecimento do caminho” isso quer dizer que o processo de coaching se baseia em
experiências de sucesso já consagradas e isso permite efetivo no alcance dos objetivos
propostos e surgimento também de novos métodos para solução de problemas.

O coaching está baseado em metodologias, processos e pensamento


sistêmico. O coaching é muito mais que efetivo se embasado em
modelagem de pessoas de sucesso, modelos de excelência. (Instituto
Brasileiro de Coaching, 2011)
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2.1.3 Técnicas e Ferramentas

O Coaching é suportado por técnicas e ferramentas que potencializem os


resultados dos clientes de forma efetiva e profissional Um bom Coach procura está sempre
atualizado através de treinamentos, leituras, trocas de experiências para alcance de
resultados com as tecnologias disponíveis.

2.1.4 Competências

Para que o sucesso de Coaching funcione, o profissional Coach deve


desenvolver perfis, habilidades e competências como planejamento, comunicação,
motivação, transformação, visão sistêmica, transformação ética e de caráter. As
competências permite a diferenciação entre os diversos tipos de profissionais, muitos podem
ter as mesmas técnicas e ferramentas, no entanto as competências e experiências de vida
proporcionam a diversificação e diferenciação profissional entre os coaches.

2.2 Ferramentas coaching

Para o Instituto Brasileiro de Coaching – IBC o coaching tem como princípios:


Ausência de Julgamento, Foco no futuro, Ação/Tarefas, Confidencialidade e Ética.

Dentro do principio do não julgamento associado a relação docente-discente


devemos verificar que o docente deve praticar o não julgamento quanto aos alunos sobre
seus conhecimentos, bloqueios e vontade.

Todos os seres humanos fazem parte de sistemas e acabam por adotar lentes
que a partir do momento em estas são aplicadas sobre fatos e eventos realizado por
pessoas podem gerar uma distração e falsa compreensão dos indivíduos por fazerem ser
vistos através de associações a uma perspectiva própria do observador. Assim a proposição
da utilização da ferramenta chamada rapport que representar pôr-se no lugar da pessoa
observada e estabelecer empatia.

O rapport é a criação de um relacionamento com os treinandos e entre eles.


Sem isso, os treinandos poderiam ler sozinhos as apostilas. Simplificando, o
rapport é a habilidade para influenciar, e a receptividade para ser
influenciado, em muitos níveis diferentes. O’CONNOR ( 1996, p 132)

Este estabelecimento de empatia pode-se caracterizar ao espelhamento das


atitudes da pessoa para conquista da sua confiança. Uma sala de aula agitada não pode
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conseguir ter uma conexão com um discente apático nem uma turma apática e analista
pode ter boa relação com um discente enérgico e positivo.

Na verdade esta relação pode ocorrer de forma perfeitamente sinérgica, cabe ao


docente exercer a maestria de conduzir os alunos após o estabelecimento deste rapport. O
alinhamento do docente com a sensação do discente o permite ter mobilidade e confiança
junto ao grupo, assim após estabelecimento de relação com sala de aula agitada é possível
conduzir a sala a quietude para obter estado desejado propicio a assimilação de conteúdos.
“Nos experimentos nós observamos a lembrança de coisas que geralmente não são retidas
na mente de uma pessoa normal, coisas das quais ela não é consciente, mas que existem e
exercem um efeito” (Lozanov, 1978, p. 12).

A teoria de aprendizagem acelerada de Lozanov trata com clareza a condução e


introdução de conhecimento em nível neurológico a partir da variação e ritmo de ensino. Em
seu método o auxilio de estímulos auditivos permitia melhor assimilação do conteúdo.

De acordo com Lozanov, a sugestão está presente em todas as áreas da


vida, sendo um fator constante, consciente ou inconsciente, na
comunicação. A aplicação da sugestopedia no ensino deu origem ao termo
Aprendizagem Acelerada, pelo fato de permitir a absorção de grande
quantidade de material de ensino em pequenos períodos de
tempo.(JUNQUEIRA E MARCONDES, 2012)

O foco no futuro é o estado desejado pelo plano de aula e plano da disciplina.


Qual o objetivo ao final da disciplina ou da aula. A definição clara e o acordo entre docente e
discente quanto ao estado desejado pode auxiliar a clara intenção de cooperação entre as
partes para atingir este objetivo. Muitas vezes o docente perde em distrações e assuntos
atraentes não conseguindo manter o foco no objetivo e assim pode perder a conexão e
confiança estabelecida em turma quanto ao estado desejado.

2.2.1 Feedback / Criticas Construtivas

As críticas construtivas que tem o termo americanizado de Feedback que é


utilizado no mundo empresarial e de negócios consistem no retorno ou resposta por uma
comunicação que ocorreu anteriormente que será o estimulo para que ocorra o feedback.
Criticar é parte integrante da comunicação efetiva, isto é, daquela que
pressupõe um locutor e um interlocutor. A crítica é ligação entre as coisas
que você faz e diz e a compreensão do impacto que as mesmas exercem
sobre as outras pessoas”. BEE (2000 p 9)
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O Feedback é uma técnica de prover o agente, a pessoa que toma a atitude a


entender o resultado de tal atitude de outros pontos de vista que não apenas do dele. Dentro
do aspecto pedagógico um docente ao preparar um plano de aula e reunir os alunos no
ambiente de aprendizado que pode ser uma sala de aula, passa a ter todos os ingredientes
para o sucesso de seu plano que deve ser transferir conhecimento e provocar o aprendizado
no outro lado da relação. No entanto somente ter os ingredientes e as atitudes não
garantem o bom desempenho do professor e nem dos alunos. Desta forma o
estabelecimento de uma técnica de feedback pode ser útil para ambos participes no
processo de ensino-aprendizado.

O feedback pode ser do tipo positivo e negativo todo feedback deveria partir do
pressuposto que toda ação deveria ter a intenção boa, positiva. No entanto um feedback
negativo sobre algo que não ocorreu ou que os resultados foram contrários ao esperado de
acordo com a forma com que é comunicado pode ser desastroso. Da mesma forma como a
ausência de um feedback positivo para que uma atitude ou comportamento persista também
se faz necessário.

Muitas avaliações de estudo não atendem as funções avaliativas reais dos


alunos ou do aprendizado destes uma vez que um conjunto de fatores influenciam no
resultado além de limitar a perspectiva de analise do rendimento do aluno pelo docente.

Por outro lado quando o docente apenas se limita a pontuar uma avaliação sem
fornecer feedback habilidoso sobre aquele resultado deixa de utilizar uma grande
oportunidade de agir construtivamente dentro de seu papel de educador.

Assim no processo de coaching todo feedback deve ser precedido com algum
elogio verdadeiro reconhecendo o comportamento do educando isso favorece a
receptividade para uma critica negativa que deve ser apresentada e por fim um novo elogio
reconhecendo o caráter da pessoa em ser positiva em relação aos seus resultados. Este
pequeno roteiro é uma das melhores forma de criar um bom feedback e uma critica
construtiva baseada em um feedback negativo.

2.2.3 Patrocínio positivo

O processo coach é também um processo de empoderamento do ser humano


através de técnicas de feedback positivo e incentivo a aprendizagem através da
experimentação.
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No processo ocorre a definição de atividades e missões combinadas entre os


participantes do processo com a intensão de atingir um objetivo ou parte dele. Nas sessões
que seguem ocorre o acompanhamento da atividade definida anteriormente e é objetivo o
resultado do que pode ter sido relacionado ao sucesso ou fracasso da iniciativa.

Neste papel de incentivo o docente pode assumir a postura de não punir já


característica da avaliação da forma como é vista do ponto de vista do discente. Ao contrário
o docente deve partir como motivador e se mostrar como alguém que acredita no potencial
dos alunos evitando a todo custo a censura do aluno de forma que consiga conquistar a
turma através de um convite a criação colaborativa uma vez que a universidade é o
ambiente do desenvolvimento científico este convite é ideal ao desenvolver de novas
teorias e produção de ciência.

O empoderamento do aluno pode ocorrer em vários momentos durante a aula


podendo ocorrer quando o docente sugere aos alunos o tanto que eles são sobredotados de
qualidades e o quão importante é o papel deles no ambiente acadêmico e no desempenho
da aula. Isso lhes eleva a autoestima e favorece um ambiente mais calmo e propicio ao
desenvolvimento e continuidade da aprendizagem.

O tema tem ligação profunda com a psicologia positiva que tem interesse na
apreciação do potencial, motivação e capacidades humanas e que por fim tem como alvo o
alcance da felicidade humana.

Essa postura do docente em geral tem por objetivo o controle da audiência em


sala de aula e a atração da atenção de aluno neste.

2.2.4 Sistemas representativos

O docente com alto conhecimento da turma pode ter melhor aceitação e


trabalhar de forma mais adequada a cada situação. Dentro dos sistemas podemos encontrar
quatro perfis, são eles: Digital, Auditivo, Visual e Sinestésico.

Lembrando que a pessoa apresenta os 4 (quatro) perfis, no entanto o mais


predominante se destaca obedecendo uma sequencia de participação que varia de pessoa
para pessoa.

Para O’CONNOR (1996, p 152) as pessoas preferem receber informações por


meio de diferentes canais sensoriais. Algumas gostam de ver a matéria e podem ser
satisfeitas com demonstrações folhetos, vídeos, filmes, etc. Outras são mais auditivas e
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gostam de ouvir o conteúdo, sendo adequadas a estas o discurso com perguntas e


respostas.

O sistema do tipo digital preserva e valoriza o dialogo interno, uma conversa


consigo mesmo. Ele interioriza o conhecimento através da mentalização de um dialogo com
ele mesmo.

O sistema do tipo Visual é focado em imagens representações e gráficos que


são facilmente capturados e fotografados facilitando a percepção.

O auditivo preserva a comunicação oral tem facilidade em escutar e a recepção


de informações é maior através da audição.

O sinestésico trabalha bem com emoções tem forte intenção tátil de toque e
apego, facilmente tem interesse em tocar objetos e assimilação pelo concreto, as emoções
e demonstrações destas auxiliam no seu processo de percepção.

No aspecto de trabalho com pessoas de percepção sinestésica pode ser


considerada a técnica de oratória de inflexão da voz que permite a transmissão de emoções
ao falar. “As pessoas sinestésicas precisam fazer exercícios e desempenhar papeis. Elas
aprendem fazendo e, talvez, se movimentem bastante.” (O’CONNOR 1996, p 152)

2.2.5 Recapitulação

A comunicação em sala de aula e a postura do docente quanto a relação dele


com os alunos permite que haja uma reciproca troca de perguntas e informações. A técnica
de recapitulação permite o avançar em profundidade no conteúdo e na real necessidade de
aprendizado do aluno ao realizar a pergunta.

Neste aspecto ela tem o papel de estabelecer uma comunicação eficiente, gerar
receptividade e dar feedback, a certeza de estar sendo ouvido e de ter importância na
participação do aprendizado coletivo.

A recapitulação é fundamental também para encerrar o ciclo de aprendizado


proposta pelo plano de aula trabalhando com ciclo duplo de aprendizado. “Um bom
encerramento recapitulará a matéria, ajudando os treinandos a separar as informações mais
importantes” (O’CONNOR, 1996 p 190)

Quando tratamos da recapitulação em termos de encerrar ciclo não impede que


a mesma seja aplicada repetidamente na abertura de uma nova aula trazendo a clareza do
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conteúdo abordado anteriormente e proporcionando ligação/continuidade no processo e


avançar dos conteúdos propostos para a disciplina.

2.2.6 Tarefas

Aprendizado esta relacionado com a informação que é assimilada e provoca


transformação de comportamento. Desta forma o que pode haver de mais concreto para a
realização da aprendizagem é a definição de tarefas para que possa ocorrer a fixação dos
conteúdos. O termo tarefa por si, trás consigo uma ideia de trabalho e pode se utilizar a
nomenclatura de atividade que permite maior aceitação por parte dos alunos.

Ao professor é importante dar ao aluno certo poder de decisão dentro de um


grupo de opções de atividade para que ele possa transitar entre elas e executar a que achar
mais simbólica para ele. Isso mostra que o discente participa das decisões e que ele possa
fazer escolhas que considerem melhor.

Uma tarefa é uma atribuição que visa auxiliar uma pessoa a atingir seu
objetivo e proporcionar uma nova aprendizagem. Naturalmente, qualquer
pessoa pode recusar-se a realizar uma tarefa. A tarefa pode ser realizada
fora da sala de treinamento. O’CONNOR ( 1996, p 84)

Assim como devem ser oferecidas opções também deve haver clareza e
especificidade no que deve ser o produto da atividade proposta para não haver
desentendimento. Como a oferta de varias opções se o grupo for coeso dentro da escolha
de uma tarefa pode ser utilizada uma escala de comprometimento do aluno junto a tarefa
escolhida para selar um compromisso consigo mesmo.

3. CONCLUSÃO

O presente estudo abordou o surgimento das corrente teóricas que tratam do


processo de aprendizagem e junto a elas propõe a utilização de uma moderna tecnologia
como o processo de coach.

Em seu desenvolver é apresentado conceitos sobre o processo de coaching,


assim como ferramentas que podem ser de grande utilidade para os docentes aprimorarem
suas habilidades junto a condução dos discentes por um processo de aprendizado.

A proposta é que os docentes possam apoiar seus alunos assumindo um papel


de coach no auxilio a construção de conhecimento e aprendizado.
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BIBLIOGRAFIA

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