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O que é supervisão pedagógica

A história da educação brasileira aponta as várias tentativas de resolução dos problemas


recorrentes ao longo de sua existência. Foram várias as teorias criadas e uma gama de
mecanismos que prometiam – e prometem – promover o encontro do ensino com a
aprendizagem, do processo pedagógico com o sucesso.

Dentre os mecanismos encontrados pelos pensadores da educação – pessoas engajadas na


busca por melhor qualidade do ensino – está a supervisão escolar. A palavra supervisão é
etimologicamente explicada da seguinte maneira: super (sobre) + visão (ação de ver), ou seja,
ação de ver sobre visão abrangente. A supervisão está relacionada à visão panorâmica de
alguma coisa que, no nosso caso, são as ações promovidas no contexto educacional.

Nesse contexto, supervisor é o profissional que pratica a supervisão. A sua função é ficar sempre
atento a todos os acontecimentos da escola, seja no âmbito pedagógico ou administrativo.

2. Um pouco de história

Segundo informa Giancaterino (apud Lagar et al., 2013, p. 44) A supervisão no Brasil surgiu a
partir da Reforma Francisco Campos, com o Decreto 18.890 de 1931. Ainda no século XIX, com
o PA-AEE (Programa Americano-Brasileiro de Assistência ao Ensino Fundamental) foram
formados os primeiros supervisores, com vista na sua atuação no ensino primário, conhecido
por “elementar”. A finalidade desta atuação, segundo o que se pregava, era a modernização do
ensino e o preparo do professor leigo. A formação ofertada aos supervisores pioneiros dava
ênfase aos métodos e técnicas de ensino, “sendo a supervisão a ação necessária ao controle do
trabalho docente”. (Lagar et al., 2013, p. 45)

Para Medeiros (apud Lagar et al., 2013, p. 45):

A supervisão escolar passa a incorporar tanto em sua concepção como na prática os


pressupostos e a linguagem das teorias de administração de empresas, configurando-se como
um serviço técnico independente de qualquer opção política e ideológica, ou seja, um serviço
neutro.

Em análise do contexto acima, o que se conclui é que “a aparente neutralidade escondia as


forças que buscavam enfraquecer a participação social. O papel do supervisor concentrava-se
nos aspectos tecnoburocráticos educacionais”. (Lagar et al., 2013, p. 45)

O supervisor, de acordo com essa visão tecnicista, desempenhava o papel de controlar a


execução das tarefas, respectivamente ligadas aos devidos profissionais competentes. Havia a
separação entre aqueles que criavam e os que executavam e, apesar de ser pregada uma
formação de supervisores voltados às práticas pedagógicas, eles na verdade voltavam-se
exclusivamente às questões burocráticas, deixando de lado o que se referia ao processo de
ensino-aprendizagem.

De acordo com Rangel (apud Lagar et al., 2013 p. 45), o supervisor era “considerado o
instrumento de execução das políticas centralmente decididas e, simultaneamente, o
verificador de que essas mesmas políticas eram seguidas”.

2.1. A supervisão na atualidade

Atualmente, a concepção de supervisor e de supervisão escolar é revestida por profundas


mudanças. Se antes o supervisor tinha uma função completamente técnica e burocrática, hoje

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ele é ligado fundamentalmente ao trabalho docente, orientando, coordenando, sendo parceiro
no processo de ensino-aprendizagem. Porém, mesmo essa sendo a atual concepção de
supervisão, ainda se ver frequentemente, na prática, atuações impregnadas de influências
pretéritas.

Na ótica de Rangel (apud Lagar et al., 2013, p. 45):

O supervisor não é um técnico encarregado da eficiência do trabalho e, muito menos, um


controlador de produção; sua função e seu papel assumem uma posição social e politicamente
maior, de líder, de coordenador, que estimula o grupo à compreensão – contextualizada e crítica
– de suas ações e, também, de seus direitos.

Nesse sentido, o supervisor transcende a função meramente de inspeção e passa a coordenar o


trabalho pedagógico. Nesse novo cenário ele torna-se um parceiro do docente, com vistas na
conclusão de uma aprendizagem real, significativa. Isso significa que essa é a atual prática dos
supervisores nas escolas? Receio que não, pelo menos na grande maioria. O grande problema
da educação brasileira é esse distanciamento entre teoria e prática. Enquanto os costumes
insistirem em arquivar as teorias revolucionárias e fazer prevalecer as práticas defasadas,
continuaremos rumando ao insucesso.

Em relação ao atual papel de líder que o profissional da supervisão assume, é bom que se
compreenda essa liderança como sendo a capacidade de ouvir e ser ouvido, de conduzir os
trabalhos de acordo com o diálogo, com as competências necessárias. Essa é uma liderança que
se confunde com a parceria. Em dias atuais, não devemos relacionar a postura do líder com
ações ou imposições meramente autoritárias escondidas na definição de hierarquia. A educação
não funciona por imposições, mas sim por parceiras e compartilhamentos.

3. Considerações finais

A supervisão escolar, necessário ao bom andamento das ações da educação, deve ser praticada
com cuidado e conhecimento de causa. É importante uma formação complementar para o
educador que resolver assumir o compromisso de supervisionar os trabalhos escolares. Na
atualidade, o supervisor deverá ser um profissional consciente de seu papel de mediador do
trabalho docente, de facilitador das ações pedagógicas, de orientador de práticas condizentes
com o cenário onde se foca o seu trabalho. A supervisão perpassa a função burocrática e prioriza
as ações pedagógicas.

Num cenário de incertezas e incoerências nas práticas de ensino, o papel do supervisor escolar
é de fundamental importância para a construção de um novo paradigma de educação, que
priorize os saberes prévios dos alunos e concilie as novas teorias da aprendizagem com as
práticas necessárias para o sucesso do ensino que, como consequência, conduzirá à
aprendizagem.

Pedagogia na prática
O significado que a prática pedagógica possa assumir varia, isto é, consiste em algo que não
pode ser definido, apenas concebido, mudando conforme os princípios em que estiver baseada
a nossa ideia. A construção do conhecimento é vista como um processo realizado por ambos os
atores: professor e aluno. Esse tipo de relação pedagógica não é assimétrico, no sentido de que
ambos os lados: professor e aluno, ensinam e aprendem, construindo e reconstruído o

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conhecimento juntos. O professor aprende com o aluno, ao pesquisar sua realidade, seu
desenvolvimento cognitivo e afetivo, enquanto o aluno aprende, por meio de um processo de
reconstrução e criação de conhecimentos daquilo que o professor sabe, tem para compartilhar.
(VERDUM, 2013).

Prática pedagógica é a união de teoria e prática no exercício de ensinar e apreender


conhecimento, na ação pedagógica. Essas práticas envolvem tomar consciência de todo
processo educativo e as ferramentas utilizadas pelos professores para que ele aconteça.

Ela envolve a reflexão dos professores acerca de seus saberes e deveres para o desenvolvimento
de uma boa prática pedagógica. Isso nos leva também a permear a nossa memória educativa.
Quais recortes são feitos das nossas realidades, da nossa relação com a escola, com o
conhecimento e com a vida de uma maneira geral.

A trajetória pessoal de cada educador vai interferir na forma como ele entende e conduz essas
práticas pedagógicas na sala de aula. Isto é relevante para este artigo porque os avanços das
práticas devem acompanhar os avanços ocorridos na nossa sociedade como o uso da tecnologia,
trazendo a aquisição do conhecimento mais atraente e próxima da realidade dos alunos.

4. A PRÁTICA PEDAGÓGICA E A FORMAÇÃO DE EDUCADORES

É preciso que o educador tenha uma visão diferenciada do processo educativo, para que possa
exercitar a reflexão e a análise da realidade onde está inserido.

Esse percurso formativo definirá quem o indivíduo é como educador, suas concepções
pedagógicas como consequência dos saberes adquiridos e das experiências vivenciadas em sala
de aula ao longo de sua vida. Isso implica em debate, discussão acerca da sociedade vigente e
da sociedade que queremos.

Não é, provavelmente, por acaso que a questão da relação com o saber é retomada por
formadores e por pesquisadores em ciências da educação. Confrontados com o ato pedagógico,
com a própria atividade, e não apenas com suas condições de possibilidade, vão se interessar
por “essa soma infinita de diferenças infinitesimais nas maneiras de fazer ou de dizer”, que,
segundo Bourdieu e Passeron, define a relação com o saber (CHARLOT, 2005).

É fundamental que esse educador seja formado e preparado para atuar em diferentes contextos
sociais, econômicos e culturais, ampliando diferentes visões de mundo e possibilidades de
ensino e aprendizagem. O pedagogo precisa estar preparado para atuar em qualquer realidade.

A reflexão por parte do educador tem um papel importantíssimo na aplicação dessas práticas
pedagógicas e nas suas adaptações. Este processo reflexivo só colabora para a formação de um
educador antenado a diferentes contextos e atualizado as novas práticas pedagógicas. A
reflexão é essencial para a construção da identidade docente e para o seu desenvolvimento
profissional, pois permite que o professor seja capaz de transformar sua prática e se constituir
como sujeito autônomo que pode suscitar mudanças no contexto educacional (ALARCÃO, 1996).

A análise dessa prática educativa é essencial para a formação dos professores. A postura crítica
do professor em relação a sua prática profissional, o que possibilita a análise do cotidiano e
assim possa agir de forma ativa. Através dessa forma o professor reconstrói os seus
questionamentos, seus conhecimentos e a forma como intervém no processo educativo.

5. A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFORMAL

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A educação informal se dá principalmente em instituições culturais, como, por exemplo,
museus, galerias e centros de artes. A prática pedagógica envolve principalmente a leitura de
obras de arte.

A leitura crítica de obras de arte é uma ferramenta poderosa para a compreensão da realidade,
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade e aquisição de conhecimento. Contribuindo para
percepção do mundo a volta e na melhor expressão dos seus pensamentos e ideias. Tornar
nossas crianças e adolescentes agentes de seus próprios direitos, com visões criativas e
discernimento artístico, ou seja, dá-los voz e escutá-los. Torná-los membros ativos na sociedade.

De acordo com Paulo Freire “Mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes
de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso, nós
fizemos seres éticos” (FREIRE, 1996). E neste contexto, as práticas pedagógicas e o papel do
educador são essenciais em nos fazer seres capazes de enxergar o mundo por diferentes
perspectivas e analisar tudo a realidade a nossa volta de maneira crítica.

O envolvimento das crianças e adolescentes com as artes têm impacto significativo no


desenvolvimento acadêmico delas. Importantes universidades têm se dedicado a provar isso,
como a Harvard University que publicou uma edição inteira sobre a questão arte e
aprendizagem na Harvard Educacional Review (GOLDBERG e PHILLIPS, 1992). Outro exemplo é
o da revisão de literatura sobre pesquisas em arte e aprendizagem feita por Darby e Catterall
(1994) para a Teachers College Record. A publicação Champions of Change: The Impact of the
Arts on Learning (FISKE, 1999) pesquisa conduzida pela Columbia University Teachers College,
Harvard University, Harvard’s Project Zero, Stanford University, University of California e
University of Connecticut mostrou que a arte- educação pode melhorar o desempenho
acadêmico, criar um ambiente de aprendizagem e conectar as experiências de aprendizagem
com o mundo fora da escola.

Aqui estão alguns resultados de pesquisas:

Em um estudo feito com mais de 2.000 estudantes do ensino fundamental em quatro estados
americanos, os pesquisadores da Universidade de Columbia descobriram que as crianças que
receberam pelo menos três anos de instrução em artes na escola pontuaram significativamente
mais em testes quantitativos de pensamento criativo do que seus colegas com menos instrução
em artes. Alunos com mais instrução em artes atingiram o índice médio de 20 pontos a mais do
que seus colegas em testes de pensamento criativo, fluência, originalidade, elaboração e de
conclusão (“Learning in and Through the Arts: Curriculum Implications,” Burton, Horowitz and
Abeles in Champions of Change).

Em um estudo com 91 distritos escolares nos Estados Unidos da América, os avaliadores


constataram que as artes contribuem de forma significativa para a criação do conhecimento
flexível e adaptável nos trabalhadores que as empresas demandam para competir na economia
de hoje (Gaining the Arts Advantage: Lessons from School Districts that Value Arts Education,
President’s Committee on the Arts and Humanities and the Arts Education Partnership, 1999[2]).

6. A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL

A prática pedagógica na educação não formal se dá principalmente em empresas, hospitais,


ONGs, associações, igrejas entre outros. Apesar de elas se basearem em alguns preceitos
escolares, transcendem os muros da escola. O educador se vê na obrigação de exercer funções
além do ambiente escolar, pois agora se vê inserido em outra realidade, outro cotidiano.

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Na educação não formal os conteúdos e a disciplina passam a ser uma das preocupações do
pedagogo, mas não o foco principal. O educador precisa despertar o interesse desses educandos
em aprender em meio muitas vezes de uma realidade difícil. Outras questões do dia a dia
acabam tomando proporções muito maiores que em um ambiente escolar.

Quando os profissionais não são capazes de reconhecer ou de responder a conflitos de valores,


quando violam seus próprios padrões éticos, quando ficam aquém de expectativas criadas por
eles próprios a respeito de seu desempenho como especialistas ou parecem cegos para
problemas públicos que eles ajudaram a criar, são cada vez mais sujeitos a expressões de
desaprovação e insatisfação (SCOHÖN, 2000).

António Nóvoa fundamenta o trabalho do docente diferenciando-o como “conjunto de


práticas”, tomando-se assunto de especialistas, que são chamados a consagrar-lhe mais tempo
e energia. A prática pedagógica tem uma importância muito maior no presente para a
aprendizagem do aluno, pois ela não está mais ligada a um sistema normativo como no passado
(NÓVOA, 1995).

Estas instituições não formais também podem se apresentar como apoio para os educandos nos
momentos que estão fora da escola. Tanto como um apoio pedagógico como uma local para
práticas esportivas e/ou artísticas. Pois nada impede que elas caminhem paralelamente.

A prática pedagógica nesses espaços pode se manifestar por meio de valores sociais, religiosos
ou até mesmo na formação profissional desses educandos. Não há uma preocupação com
classificações, avaliações, o foco principal passa a ser o bem-estar e a formação cidadã do
indivíduo.

7. MÉTODOS DE APRENDIZAGEM

De acordo com Maria Irene Miranda, psicopedagoga e doutora em Psicologia da Educação, a


metodologia da instituição não pode ser considerada certa ou errada. “O melhor método é o
que o professor domina. Porque assim ele inova, cria e não fica preso só no material didático”
(MIRANDA, 2012), afirmou.

A seguir veremos as características dos principais métodos.

Tradicional

Trata-se da transmissão do conteúdo, cujo professor é a figura central, e sua função é transmitir
conhecimento e informações para os alunos.

Nas escolas tradicionais têm-se, como sistema de avaliação, a mesura da quantidade das
informações absorvidas pelo aluno. Essas escolas visam prepará-los para vestibulares desde o
início do currículo escolar e são classificadas como rígidas.

Construtivista

Desenvolvido pelo filósofo Jean Piaget, centraliza o aluno no processo de aprendizagem,


desempenhando um papel ativo na busca pelo conhecimento quando os interesses e os
questionamentos começam a surgir. Este método objetiva priorizar os conhecimentos trazidos
juntos com a criança. A informação e o conteúdo são fundamentais, no entanto, o processo por
onde o aluno chega a eles e como estabelece relações e comparações é o mais importante.
Assim as escolas acreditam que formam cidadãos mais críticos.

Montessoriana

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Criado em 1907, pela médica italiana Maria Montessori, este modelo pedagógico visa a garantia
máxima de autonomia ao aluno durante o processo de aprendizagem. Sendo a criança o
elemento central desse processo. Dito isso, os professores e os pais atuam como meros
facilitadores do conhecimento, de modo a proporcionar um ambiente adequado
cientificamente para o desenvolvimento do conhecimento segundo o interesse do aluno. São
sugeridos trabalhos voltados para atividades motoras que aproximem o aluno da ciência, da arte
e da música.

Waldorf

Desenvolvida pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, em 1919, esse método foca na educação
total da criança, valorizando a sua imaginação. O aluno é incentivado a criar e inventar seus
próprios brinquedos utilizando materiais simples, como madeira, argila e retalhos. Deste modo,
este método se opõe ao uso de televisão e brinquedos industrializados. Existe uma premissa no
ensino que é formar seres humanos.

As escolas possuem área externa livre, materiais naturais e de madeira, e estimulam o brincar
de corda, casinha, perna de pau e outras brincadeiras permitidas pela imaginação.

A divisão destes alunos é baseada nas faixas etárias e não nas séries. São contra a alfabetização
antes dos sete anos de idade. E este sistema não possui repetições, ademais, os professores
lecionam uma mesma turma durante um ciclo de sete anos.

Ensino Híbrido

Utilizado pela primeira vez pelo Instituto Clayton Christensen, trata-se de uma metodologia de
ensino que busca unir o método tradicional — presencial, em sala de aula e com a mediação do
professor — com o aprendizado on-line, que utiliza as tecnologias digitais. Dentre suas
vantagens está a democratização do conhecimento, que surge a partir do momento em que o
aluno pode acessar determinado conteúdo onde quer que esteja. Acompanhamento individual
dos alunos por parte dos professores e pais, para que possa ser dada a atenção necessária para
cada caso. A adoção do método não implica simplesmente em substituir recursos tradicionais,
como cadernos e estojo, pelos instrumentos digitais: é preciso repensar toda a aula, de maneira
que as tecnologias estejam intrinsecamente ligadas ao plano de ensino.

8. CONCLUSÃO

As práticas pedagógicas são uma parte importante da aprendizagem, para que elas ocorram de
forma efetiva o educando precisa parar de enxergar o processo educativo como algo
individualizado, que se restringe apenas ao seu conhecimento. O olhar do educador deve
abranger as relações sociais da escola, a estrutura escolar e a realidade dos estudantes.

Numa época em que o consumismo e o utilitarismo contribuem para a “atrofia” da sensibilidade,


o estudo da arte pode ser um modo de treinar os sentidos, apurar o gosto, enfim, compreender
melhor a própria natureza humana.

É papel do professor planejar a aula, selecionando os conteúdos de ensino, estimulando a


curiosidade e criatividade dos alunos, para que eles se tornem sujeitos da sua própria história.

De maneira mais técnica o professor deve-se atentar para problemas como baixo aumento de
vocabulário, desinteresse em ouvir histórias, dificuldades em resumir, problemas de memória,
dificuldade de concentrar-se em algo que não goste, não conseguir planejar, não ter senso de
urgência; dificuldade de aquisição de novas aprendizagens.

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Cabe ao professor conhecer a personalidade dos alunos, não apenas intelectualmente, mas
também suas características físicas e emocionais.

É possível concluir que o papel do educador é indispensável em qualquer ambiente, seja ele
escolar ou não, já que a formação humana, cidadã se faz necessária. Independente do lugar,
estamos sempre aprendendo e/ou ensinando, pois, o desenvolvimento humano não pode parar.

O aluno está em formação, em desenvolvimento. Cada uma dessas etapas de desenvolvimento


apresenta características diferentes, necessidades diferentes e formas diferentes de
compreensão das coisas. Neste sentido, entende-se a importância do papel do professor no
conhecimento integral do aluno, seja nos aspectos físico, emocional, intelectual e social.

Assim, o presente trabalho aponta para a necessidade, de se deparar com novas realidades,
manter-se sempre atualizado, e perceber-se como sujeito na sociedade contemporânea, a qual
deve refletir sobre esse cotidiano que interfere no trabalho docente estão diretamente
atrelados à realidade social que transcende no contexto escolar e consequentemente na prática
pedagógica.

Na diversidade de explicações sobre a aprendizagem do aluno, tem-se dado pouca ênfase à


dinâmica da prática educativa e da avaliação e ao contexto do currículo educacional no processo
de ensino-aprendizagem. Analisando a relação pedagógica da sala de aula, fica evidenciada a
importância das interações aluno-conhecimento, professor-aluno e professor-aluno-
conhecimento na construção do sucesso-fracasso escolar.

Analisando a prática pedagógica do professor em sala de aula, podemos verificar a importância


de seu papel como educador na formação de consciências críticas e participativas. Se o seu
trabalho for significativo para o aluno, irá contribuir para sua permanência na escola, pois o
objetivo da ação pedagógica é ter interesse na aprendizagem do aluno.

Se nós, professores, na sala de aula, não podemos dar conta da política de ofertas de vagas e de
acesso dos educandos à escola, podemos dar conta de um trabalho educativo significativo para
aqueles que nela têm acesso. Trabalho esse que, se for de boa qualidade, será um fator
coadjuvante de permanência dos educandos dentro do processo de aquisição do saber e
consequentemente também um fator dentro do processo de democratização da sociedade
(LUCKESI, 1990:12)

O inter-relacionamento professor-aluno deve ser fundamentado no incentivo à criatividade, ao


debate, ao estudo, empenhados em criar a reflexão crítica. O professor, como sujeito de criação,
coordenando os estudos, questionamentos e debates; o aluno, como sujeito do seu
aprendizado, no exercício e desenvolvimento de seu potencial crítico e participativo.

Para isso, é necessário ao professor ter conhecimento de sua área de especialização e estar
informado da realidade como um todo, para que possa proporcionar ao aluno o
desenvolvimento do potencial de uma reflexão crítica.

Partindo do pressuposto de que o professor precisa ter domínio não só de conhecimentos; como
também de habilidades didáticas que constituam os instrumentos técnicos e metodológicos de
sua profissão, ele precisa estar preparado técnica e didaticamente para sua função educativa
em sala de aula.

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É importante que nós, professores, tenhamos sempre a clareza do que pretendemos avaliar,
preocupando-nos com a construção do saber, levando o aluno a aprender a relacionar as ideias
com os fatos.

Mudança no cenário cultural


Quando se olha para o que aconteceu no cenário cultural brasileiro durante a última década e
meia, não há como escapar do impacto da tecnologia. Ela possibilitou a reorganização dos
universos da música, dos filmes e dos livros. Motivou igualmente o surgimento das mídias sociais
e das megaempresas que as gerenciam, além de democratizar e ampliar a produção em todas
as áreas. Nunca se produziu tanto como agora.

As inovações tecnológicas modificaram completamente o debate sobre cultura, trazendo, para


os próximos anos, ao menos três questões centrais. A primeira é a tensão entre as formas
ampliadas de criatividade e os contornos cada vez mais restritos dos direitos autorais. Com a
tecnologia, gerou-se um contingente maciço de novos produtores de conteúdo. Isso faz com
que os limites do que chamamos “cultura” fiquem permanentemente sujeitos a continuas
“invasões bárbaras”, vindas dos recantos mais inusitados. Vez por outra, alguns casos simbólicos
extraem essas tensões do cotidiano no qual elas ocorrem e as colocam num contexto jurídico,
em que uma de- cisão precisa ser tomada.

O outro tema é o permanente conflito entre passado e futuro, exacerbado pela atual revolução
tecnológica. Em seu livro mais recente, Retro mania, o escritor e crítico inglês Simon Reynolds
afirma que nosso atual uso da tecnologia, em vez de apontar novos caminhos estéticos, está
criando um generalizado pastiche do passado. Vivemos num mundo onde todo legado cultural
está́ acessível a apenas um clique. Uma das respostas inteligentes à provocação de Reynolds
vem dos proponentes da chamada “nova estética”, como o designer inglês James Bride: para
eles, mesmo sem perceber com clareza, estamos desenvolvendo novos modos de representar a
realidade, em que o “real” mistura-se cada vez mais a sucessivas camadas virtuais. O mundo
está́ cheio de novidades. É só́ reeducar o olhar para enxergá-lãs, algo que Reynolds ainda não
teria feito.

A tese de Reynolds abre caminho para o terceiro ponto. Na medida em que “terceirizamos”
nossa memória para as redes em que estamos conectados (a nuvem), ignoramos o quanto o
suporte digital é efêmero. Não existe museu nem arquivo para conservar essas memórias
coletivas. Artefatos digitais culturais se evaporam o tempo todo e se perdem para sempre: são
deletados, ficam obsoletos ou tornam-se simplesmente inacessíveis. Apesar de muita gente
torcer o nariz à menção do Orkut, a “velha” rede social é talvez o mais rico e detalhado
documento do período 2004-2011 no Brasil, já́ que registrou em suas infinitas comunidades a
ascensão da classe C e a para o- Gresso o da inclusão digital. No entanto, basta uma decisão do
Google para tudo ficar inalcançável.

Mudanças na escola
A educação está presente em nossa sociedade há milhares de anos e, como seria de se imaginar,
passou por grandes transformações com a chegada do mundo digital. Mas as diferenças entre
as escolas antigas e atuais não se resumem apenas a tecnologia.

Do papel do professor ao protagonismo do aluno, passando pelo método de ensino e o perfil


curricular, as escolas antigas e atuais têm muitas diferenças, que foram aumentando com a
chegada de metodologias de ensino inovadoras.

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Para entender os caminhos que a educação está tomando, é importante conhecer as
características que marcam as escolas antigas e atuais, quais práticas foram abandonadas e
quais valores permanecem até hoje.

Se você quer entender melhor a diferença entre as escolas antigas e atuais, continue a leitura.
Boa viagem pela história da educação!

Diferenças escolas antigas e atuais

Como eram as escolas antigas no Brasil?

Até alguns séculos atrás, a educação não era reconhecida como um direito. Mulheres, negros e
indígenas não tinham acesso à escola, que eram frequentadas apenas por filhos de famílias ricas.

No primeiro censo realizado no Brasil, em 1872, 82,3% da população acima de 5 anos de idade
não sabia ler ou escrever, o que deu ao país o título de campeão mundial do analfabetismo.

O índice só passou a mudar a partir de 1920, quando o Brasil saiu de 71,2% da população
analfabeta para 46,7% no início dos anos 1960.

Saiba mais >> como são aplicadas as Políticas Educacionais no Brasil?

Essa mudança esteve alinhada, entre outros motivos, ao processo de industrialização e


modernização do país, que demandavam mão de obra para trabalhar nas fábricas e indústrias.

Para acelerar a alfabetização, o Brasil viu o crescimento de escolas e faculdades que utilizavam
o método tradicional de ensino.

Esse modelo pedagógico tinha características particulares que permitiram avançar a


alfabetização, mas com alguns obstáculos no processo de ensino aprendizagem que podem ser
sentidos até hoje.

Escolas antigas

O que é o método de ensino tradicional?


O modelo pedagógico tradicional está centrado na figura do professor, que tem um papel
protagonista no processo de ensino aprendizagem. Nesse modelo, o professor detém o
conhecimento e o transfere para os alunos em aulas expositivas e experimentos.

A imagem de uma sala de aula no ensino tradicional tem o clássico formato de uma turma cheia
de alunos enfileirados e concentrados no que o professor está ensinando.

O objetivo do método de ensino tradicional é universalizar o ensino. Esse modelo pretendia


preparar o maior número de estudantes para a vida em sociedade, alfabetizar e qualificar
profissionalmente os jovens para atuar em uma profissão.

O pedagogo Paulo Freire criticava o ensino das escolas tradicionais por apenas “depositar” o
conhecimento nos alunos, como em um cofre. Daí vem a expressão “educação bancária”, que
marcou a sua crítica ao método de ensino tradicional.

Quais as principais características do método de ensino tradicional?

O método tradicional de ensino ainda está presente em boa parte das escolas do Brasil. A
estrutura das escolas tradicionais é caracterizada por uma hierarquia, com diretores,
coordenadores e professores ocupando lugar de poder.

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Diferente da ideia de uma gestão escolar democrática, a escola tradicional não cria espaços de
diálogo e colaboração e cabe à administração tomar as decisões da instituição.

São características das escolas tradicionais:

Conteúdo: as disciplinas seguem conteúdos rígidos e com pouca personalização, sem considerar
as diferenças de aprendizagem para cada aluno.

Avaliações: as provas e os testes têm o objetivo de quantificar o aprendizado por meio de notas
e são aplicadas em um modelo único para toda a turma.

Papel do professor: no modelo tradicional, existe uma hierarquia na sala de aula que deve ser
seguida. O professor é considerado uma autoridade, que não deve ser contestada, e o
aprendizado é centrado na figura do docente.

Alunos passivos: na sala de aula tradicional, o aluno fica em silêncio e as atividades são realizadas
individualmente. Em postura passiva, cabe ao estudante absorver o conteúdo ensinado pelo
professor e respeitar as orientações da escola, sem contestar.

Por que o método de ensino tradicional está obsoleto?

Os alunos das escolas atuais estão crescendo em uma realidade muito mais conectada e com
maior volume de informação que os seus pais. Conhecidos como nativos digitais, essa geração
é mais imediatista e apresenta mais dificuldade de foco e atenção.

Além disso, ao chegar em uma escola tradicional, esse aluno encontra um ambiente muito
diferente daquela que vive no dia a dia. Em jogos online e nas redes sociais, o jovem assume um
papel ativo, escolhe o que quer fazer e toma suas próprias decisões.

O método tradicional, com metodologias rígidas e conteúdo padronizado, é um obstáculo para


o aprendizado da nova geração, pois não leva em conta aspectos fundamentais do ensino para
este novo perfil de alunos, como a necessidade de promover um ensino personalizado e de
estimular o protagonismo.

A abordagem pedagógica da escola tradicional não dá conta de reconhecer os diferentes tipos


de inteligência do aluno e acaba por não estimular o desenvolvimento das crianças e o
surgimento de interesses diversos, como a música, a arte e a dança.

Focado na reprodução teórica do conteúdo, o método tradicional de ensino acaba por limitar a
possibilidade de trabalhar com o ensino personalizado em sala de aula.

Como superar o método tradicional de ensino e inovar em sala de aula?

As transformações digitais que a tecnologia proporcionou nos últimos anos mudaram a forma
como enxergamos o mundo e trouxeram grandes avanços para a educação.

Se o celular já foi considerado um inimigo dentro de sala de aula, hoje em dia ele faz parte do
processo de ensino aprendizagem, otimizando o trabalho dos professores e aumentando o
desempenho dos estudantes.

Diferentes abordagens que levam em conta o uso de tecnologia, a personalização do ensino e o


protagonismo do estudante são apontadas por especialistas na educação como os caminhos que
levam para o futuro da educação.

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Vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas e como elas ajudam a favorecer o aprendizado
dos estudantes.

Escolas atuais

Metodologias ativas de aprendizagem

As metodologias ativas de aprendizagem são uma abordagem de ensino centrada no aluno, que
se torna protagonista do próprio aprendizado.

O modelo foge do padrão estabelecido pelo método tradicional de ensino e dá novas funções
para alunos e professores.

Com menos explicação de conteúdo e mais exploração do aprendizado, os estudantes aprendem


por meio de atividades voltadas para solução de problemas, trabalhos em grupo e tarefas que
estimulam o pensamento e a autonomia.

Entre os benefícios que a aprendizagem ativa traz para os estudantes, nós destacamos:

Melhora a retenção de conhecimento

Estimula o pensamento crítico

Deixa o estudante motivado

Traz mais engajamento para a aula

Dá autonomia para o aluno

Desenvolve a autoconfiança

O professor, por sua vez, deixa de lado o centro do processo de ensino e assume um papel de
facilitador do aprendizado, auxiliando o estudante na busca pelo conhecimento.

Se você se interessou por trabalhar com metodologias ativas de aprendizagem em sua escola,
aproveite para conhecer o nosso Guia das Metodologias Ativas para Escolas, disponível
gratuitamente.

Guia das metodologias ativas para escolas atuais

Ensino Híbrido

Em seu sentido literal, o ensino híbrido é uma combinação de atividades presenciais com ensino
online. Mas os benefícios da aprendizagem híbrida vão muito além da tecnologia.

Quando aplicado de forma eficaz, o ensino híbrido tem o poder de potencializar a educação, dar
mais autonomia para o estudante e criar alternativas para personalizar o ensino.

Com o uso de ferramentas digitais, o ensino híbrido permite uma maior flexibilidade para o
aluno aprender quando e onde se sente mais confortável, além de tornar o aluno protagonista
do seu aprendizado.

Assim como acontece nas metodologias ativas, o ensino híbrido coloca o professor no papel de
mediador do aprendizado, dedicando mais tempo a atender às dificuldades dos alunos do que
aplicar o conteúdo em aulas expositivas.

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O ensino híbrido possui diversos modelos que podem servir de referência para a criação de
currículos híbridos. Para saber como implementar o ensino híbrido na sua escola em 10 passos,
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Tecnologias educacionais a favor da personalização do ensino

A introdução de ferramentas tecnológicas no processo de ensino aprendizagem tornou possível


explorar caminhos até então desconhecidos para a educação.

Em 1980, um grupo de pesquisadores do MIT, liderados por Benjamin Bloom (o mesmo criador
da Taxonomia de Bloom) descobriu que estudantes que estudavam com a ajuda de um tutor
individual apresentavam desempenho 98% melhor que os que estudavam apenas no modelo de
ensino tradicional.

Essa descoberta foi batizada de problema de 2 sigma de Bloom, porque na época a necessidade
de um tutor individual para cada aluno era algo caro e inacessível para a maioria das escolas.
Mas com a tecnologia educacional, esse problema encontrou solução.

Ferramentas digitais que oferecem tutoria online, como o TutorMundi, permitem que o aluno
entre em contato com tutores especialistas a qualquer hora do dia e de qualquer lugar, sendo
uma alternativa mais barata para as escolas, que não precisam contratar novos professores para
atender às demandas de tutoria individual.

Com a tutoria online, o aprendizado pode ser personalizado, ou seja, o estudante pode explorar
abordagens e estratégias mais adequadas para o seu ritmo de aprendizagem.

Para as escolas, o TutorMundi fornece dados atualizados em tempo real sobre o desempenho
do aluno, dando informações essenciais para traçar planos de ação e estratégias para combater
o desnível de conhecimento.

Além disso, os estudantes são estimulados a buscar soluções para as suas dúvidas e encontrar o
melhor caminho para seu próprio aprendizado.

Mudanças na aprendizagem
O sistema educacional existe em articulação com a sociedade. Como resultado dessa
articulação, alguns padrões tradicionais da dinâmica em sala de aula e até mesmo do estudo em
casa têm sido deixados para trás e novos têm se apresentado.

Uma dessas principais mudanças sociais que influenciou a área da educação foi a chegada das
tecnologias de comunicação e informação. A evolução da tecnologia possibilitou mais que a
conexão de computadores, ela viabilizou novas formas de conexões entre as pessoas, as culturas
e os diversos grupos.

Isso tudo em tempo real, independentemente da localização geográfica. E como não poderia
deixar de ser, invadiu o ambiente escolar, trazendo consigo diversas contribuições para a área
da educação.

Os computadores permitiram o estabelecimento de padronizações na formatação de trabalhos


acadêmicos, o desenvolvimento de programas que facilitam edição e leitura, etc. A internet se
tornou uma poderosa estratégia de produção e compartilhamento de conhecimento, seja para
o espalhar iniciativas ou como ferramenta didática.

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Absorver essa nova dinâmica entre a educação e a tecnologia se tornou então relevante para
todos os envolvidos no ambiente da educação. Mas como fazer isso de forma adequada?

Aprenda a mexer nas ferramentas básicas de texto: Word, Power Point, Excel básico e leitores
de texto em formato fechado (.pdf, .pub. mob);

Use as ferramentas digitais de forma equilibrada. Em sala, por exemplo, não se esqueça que a
melhor maneira de aprender ainda é ficar atento, ser participativo e fazendo registros.

Mantenha-se atualizado. Você não precisa se cadastrar em todas as redes sociais existentes.
Mas entenda que elas e o e-mail são as formas muitos utilizadas para se comunicar. Mantenha-
se (ainda que minimamente) atualizado com essas novas ferramentas.

Consulte os periódicos, livros, sites e blogs que contenham conteúdos educativos.

2. O aprendizado de idiomas

O advento tecnológico não veio sozinho; ele foi acompanhado pela globalização. Assim, falar um
segundo idioma, por exemplo, se tornou uma necessidade, uma vez que a tecnologia permitiu
a integração de pessoas, mesmo que distantes geograficamente. O inglês, por exemplo, se
tornou o idioma universal ligando todas essas pessoas.

Embora o domínio do segundo idioma seja uma necessidade real, nem todos os estudantes
possuem condições financeiras de aprimorá-lo de forma extracurricular. É necessário, portanto,
uma postura de motivação e inovação para conseguir. Se você é uma dessas pessoas, conheça
algumas maneiras de aprender ou incentivar o aprendizado de um segundo idioma:

Pesquise sobre aplicativos que possibilitem o estudo gratuito;

Utilize a tecnologia para manter contato com falantes nativos, por meio de Skype e outros
aparatos de comunicação que não gerem custos;

Aprenda letras de músicas no idioma desejado e consulte a tradução;

Assista a seriados e filmes sem legenda e depois com legenda.

3. As diferenças entre pesquisar e plagiar

Outra mudança na área educacional diz respeito à forma de pesquisar. Aliás, vai além. Com as
mudanças na educação, muitos estudantes não sabem ou desaprenderam a fazer pesquisas. Aos
estudantes e profissionais formados em licenciatura, cabe um posicionamento que estabeleça
um parâmetro de qualidade para suas produções.

Aqui, destacamos, novamente, a importância de dominar as novas práticas tecnológicas que se


despontam no ambiente escolar. Assim será possível:

Identificar cópias da internet e evitá-las;

Verificar fontes, referenciá-las e citá-las.

4. O novo posicionamento do futuro profissional de educação

As mudanças na educação envolvem todas as pessoas atuantes no ambiente escolar. Embora os


estudantes tenham adquirido novos hábitos, são os profissionais que possuem os recursos
necessários para absorver essas mudanças, adaptando-as às práticas pedagógicas das formas

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mais diversas. E, portanto, são eles que estabeleceram e continuam estabelecendo os novos
parâmetros dos processos de ensino-aprendizagem.

Engana-se quem pensa que esses novos dispositivos se tornaram uma ameaça e poderão
substituir o papel professor. Embora as tecnologias se aperfeiçoem diariamente, o papel desses
profissionais nunca será dispensável em detrimento da tecnologia. É o professor quem organiza
os recursos, incentiva e dá apoio direto aos alunos. Se tornando, portanto, facilitadores.

Vale ressaltar, no entanto, que a esses profissionais cabe desempenhar essa adequação de suas
funções de forma proativa. Assumir tal posicionamento pode ser decisivo para que as mudanças
na educação não signifiquem substituição por inadequação às práticas e às rotinas escolares. Se
você é estudante ou profissional formado em licenciatura, certifique-se de:

Adequar às práticas pedagógicas, cientificas e metodológicas. Absorver as novas tecnologias


pode evitar, inclusive, que elas sejam fontes de distração entre os estudantes;

Estabelecer os parâmetros de qualidade dessa nova realidade. A quantidade de informações


disponíveis no ambiente digital exige o estabelecimento claro de padrões;

Ser um facilitador. As mudanças na área estão acontecendo em todo mundo e oferecer


resistência não mudará essa realidade.

Diante desses tópicos, fica claro que a sociedade tem vivenciado mudanças na educação ao
longo dos anos e que essas mudanças não são fruto do acaso, mas das transformações da
própria sociedade, na qual a educação está inserida.

Sendo, portanto, extremamente relevante que futuros estudantes, estudantes e profissionais se


empenhem em absorver essas mudanças de forma positiva. Seja alguém que contribua para que
novos parâmetros educacionais de qualidade sejam estabelecidos.

Direito de aprendizagem
A BNCC define seis direitos de aprendizagem para as crianças durante a educação infantil. Esses
direitos devem ser desenvolvidos durante a creche e pré-escola. São eles:

CONVIVER com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes
linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às
diferenças entre as pessoas.

BRINCAR cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes


parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus
conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais,
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

PARTICIPAR ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da


escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida
cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo
diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

EXPLORAR movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,


transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora
dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita,
a ciência e a tecnologia.

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EXPRESSAR, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções,
sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de
diferentes linguagens.

CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem
positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto
familiar e comunitário.

São esses direitos de aprendizagem e desenvolvimento que asseguram as condições para que
as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em
ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas
quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural.

A base nacional comum curricular


No dia 6 de abril de 2017, a proposta da BNCC, Base Nacional Comum Curricular, foi entregue
pelo Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação. De acordo com a Lei 9131/95
coube ao CNE, como órgão normativo do sistema nacional de educação, fazer a apreciação da
proposta da BNCC para a produção de um parecer e de um projeto de resolução que, ao ser
homologado pelo Ministro da Educação, se transformou em norma nacional.

O CNE realizou audiências públicas regionais em Manaus, Recife, Florianópolis, São Paulo e
Brasília, com caráter exclusivamente consultivo, destinadas a colher subsídios e contribuições
para a elaboração da norma instituidora da Base Nacional Comum Curricular.

O produto desses encontros resultou em 235 documentos protocolados com contribuições


recebidas no âmbito das audiências públicas, além de 283 manifestações orais. Estas audiências
não tiveram caráter deliberativo, mas foram essenciais para que os conselheiros tomassem
conhecimento das posições e contribuições advindas de diversas entidades e atores da
sociedade civil e, assim, pudessem deliberar por ajustes necessários para adequar a proposta da
Base Nacional Comum Curricular, elaborada pelo MEC, considerando as necessidades,
interesses e pluralidade da educação brasileira.

No dia 15 de dezembro, o parecer e o projeto de resolução apresentados pelos conselheiros


relatores do CNE foram votados em Sessão do Conselho Pleno e aprovados com 20 votos a favor
e 3 contrários. Com esse resultado, seguiram para a homologação no MEC, que aconteceu no
dia 20 de dezembro.

E no dia 22 de dezembro de 2017 foi publicada a Resolução CNE/CP nº 2, que institui e orienta
a implantação da Base Nacional Comum Curricular a ser respeitada obrigatoriamente ao longo
das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Lembrando que a BNCC
aprovada se refere à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental, sendo que a Base do Ensino
Médio será objeto de elaboração e deliberação posteriores.

O centro de aprendizagem
O desenvolvimento dos estudantes acontece com a soma de diversos aspectos, como a
educação, os relacionamentos e o crescimento. Colocar o aluno no centro da aprendizagem é
uma forma de dar mais autonomia para que ele desenvolva características importantes para o
futuro.

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O processo educacional vem se transformando com o passar dos anos, e os papéis de
professores e estudantes começaram a convergir. Existe uma relação de troca entre esses dois
agentes, sendo que o objetivo principal é o desenvolvimento pleno do estudante, com o auxílio
do docente.

Neste artigo, vamos explicar o que significa colocar o aluno no centro da aprendizagem e a
importância disso, além de mostrarmos como a escola pode adotar esse conceito. Acompanhe!

O que significa colocar o aluno no centro da aprendizagem?

O aluno no centro da aprendizagem é uma prática na qual o jovem desempenha um papel ativo
na construção do próprio aprendizado. Sendo assim, ele assume o papel de protagonista,
interferindo diretamente no seu desenvolvimento.

O estudante deixa de apenas absorver conteúdos e passa a construí-los, com a ajuda dos
professores e dos colegas. Abre-se espaço para a pesquisa, a exposição de ideias, os debates e
a criação. Desse modo, o aluno é um aliado na busca pelo conhecimento, visto que a escola o
motiva a criar o seu caminho de aprendizagem.

Nesse modelo, o professor atua como um mediador no processo de ensino. O objetivo é que os
estudantes encontrem o próprio caminho e desvendem as informações mais relevantes, sempre
com o acompanhamento dos docentes.

Por que isso é importante?

Colocar o aluno no centro da aprendizagem é importante para que os estudantes se


desenvolvam de maneira completa, adquirindo habilidades relevantes para o futuro. Confira
algumas vantagens que esse tipo de ensino oferece!

Desenvolve a autonomia

Um dos grandes benefícios é oferecer autonomia ao estudante, estimulando-o a buscar


informação e a construir conhecimento, caminhando com seus próprios esforços. Isso não
significa que ele será abandonado, pois os professores acompanharão o processo do início ao
fim.

Incentiva o pensamento crítico

Estando no centro do processo de aprendizagem, o estudante precisa buscar soluções e


respostas, o que também ajuda a desenvolver o pensamento crítico. Desse modo, ele aprende
a fazer relações entre os assuntos, entende que existe mais de um lado em cada situação, e
começa a expor ideias e opiniões de acordo com sua visão de mundo.

Estimula a criatividade

A criatividade é outra característica bastante explorada com a aplicação desse conceito. As


atividades exigem que o aluno pense “fora da caixa” porque a resolução dos problemas é
construída de maneira única, sem um caminho já definido. Ele precisa fazer escolhas, passar por
situações de tentativa e erro, manejar o tempo para a pesquisa e a execução da tarefa, entre
outras situações que precisam de soluções criativas.

Ensina o trabalho em equipe

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Muitas das atividades que permitem a aplicação desse modelo são realizadas em equipe. Isso
permite que os estudantes trabalhem em conjunto para solucionar os problemas e concluir as
tarefas.

O potencial de cada aluno complementa o do outro, e isso contribui para o resultado final. Sendo
assim, há uma troca de informações constante, que colabora para o desenvolvimento de
habilidades relevantes, como liderança e relacionamento interpessoal.

Demonstra a importância do estudante

Ao colocar o aluno como protagonista, a escola demonstra que ele é uma peça fundamental
para o seu desenvolvimento e responsável por sua aprendizagem. Sendo assim, ele deixa de ser
apenas um espectador para se tornar um produtor de conhecimento.

Como a escola pode adotar esse modelo?

Algumas ações e metodologias ajudam as escolas a adotar o aluno no centro da aprendizagem


como prática de ensino. Saiba o que pode ser feito!

Desenvolver um ambiente de aprendizagem propício

O primeiro passo é desenvolver um ambiente de aprendizagem propício, em que os estudantes


tenham liberdade para buscar o conhecimento. Isso significa que os professores darão
autonomia para que os alunos pesquisem, procurem soluções e sejam atuantes durante o
período escolar.

Até mesmo a infraestrutura do local e a disposição da sala de aula podem interferir na eficiência
do ensino. O importante é colocar o aluno como protagonista, permitindo que ele tenha
destaque durante as aulas e atividades oferecidas pelos professores, que atuarão como
mediadores do conhecimento.

Adotar metodologias que tenham como foco o desenvolvimento do aluno

Outro ponto importantíssimo é a adoção de metodologias que tenham como foco o


desenvolvimento do aluno. Esse tipo de método dá espaço para que os estudantes participem
ativamente em todas as propostas de ensino, tomando o protagonismo e sendo acompanhados
pelos professores.

É possível trabalhar com as metodologias ativas, como ensino híbrido, ramificação, sala de aula
invertida, entre outros métodos. O trabalho com as habilidades socioemocionais também se
encaixa nesse aspecto, pois os ensinamentos objetivam o desenvolvimento da inteligência
emocional dos estudantes, colocando-os como protagonistas do ensino.

Utilizar a tecnologia

A tecnologia faz parte do cotidiano de crianças e adolescentes, sendo que a utilização dela no
processo de ensino pode gerar diversos benefícios. Os recursos tecnológicos ajudam a aumentar
a participação dos estudantes e o interesse pela aula, já que eles se sentem motivados com essas
ferramentas.

Além disso, a familiaridade com os dispositivos eletrônicos permite que os estudantes explorem
mais possibilidades, tendo a capacidade de encontrar soluções diferenciadas. Desse modo, eles
estarão no centro do processo de aprendizagem, pesquisando, explorando e encontrando
respostas.

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Capacitação acadêmica
A seguir são descritos os conceitos básicos pertinentes à capacitação, que norteiam todo o
trabalho desenvolvido nesta área na UFBA. Estes conceitos foram extraídos da legislação, que
se encontra também publicada nesta página.

Aperfeiçoamento: processo de aprendizagem, baseado em ações de ensino-aprendizagem, que


atualiza, aprofunda conhecimentos e complementa a formação profissional do servidor, com o
objetivo de torná-lo apto a desenvolver suas atividades, tendo em vista as inovações
conceituais, metodológicas e tecnológicas.

Capacitação: processo permanente e deliberado de aprendizagem, com o propósito de


contribuir para o desenvolvimento de competências institucionais por meio do desenvolvimento
de competências individuais.

Desenvolvimento: processo continuado que visa ampliar os conhecimentos, as capacidades e


habilidades dos servidores, a fim de aprimorar seu desempenho funcional no cumprimento dos
objetivos institucionais.

Educação Formal: educação oferecida pelos sistemas formais de ensino, por meio de instituições
públicas ou privadas, nos diferentes níveis da educação brasileira, entendidos como educação
básica e educação superior.

Escolas de Governo: são consideradas escolas de governo as instituições destinadas,


precipuamente, à formação e ao desenvolvimento de servidores públicos, incluídas na estrutura
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

Eventos de Capacitação: cursos presenciais e à distância, aprendizagem em serviço, grupos


formais de estudos, intercâmbios, estágios, seminários e congressos, que contribuam para o
desenvolvimento do servidor e que atendam aos interesses da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional.

Gestão por Competência: gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto


de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos
servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição.

Qualificação: processo de aprendizagem baseado em ações de educação formal, por meio do


qual o servidor adquire conhecimentos e habilidades, tendo em vista o planejamento
institucional e o desenvolvimento do servidor na carreira.

Treinamento: Considera-se treinamento regularmente instituído qualquer ação de capacitação


contemplada no art. 2o, inciso III do Decreto 5.707/2006.

Formação continuada
A formação continuada é um processo profissionalizante do professor, voltado ao
aperfeiçoamento dos seus saberes necessários para a sala de aula, tornando-o capaz de oferecer
a qualidade de ensino esperada.

Com a informação e o conhecimento compartilhados de maneira bem mais ágil do que no


passado, se manter atualizado é requisito indispensável para o profissional contemporâneo.

Nesse contexto, a escola deve oferecer espaço para que conexões e construções de saberes
sejam efetivadas na realidade, a fim de guiar, também, o aluno no processo.

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Portanto, a formação continuada auxilia o professor a potencializar suas práticas pedagógicas,
para que ele conheça mais formas de apoiar os estudantes em sua jornada. Essa formação pode
ser realizada após a formação inicial, desenvolvida no início do ano letivo.

Gatti (2008) afirma que muitas ações podem ser relacionadas ao termo “formação continuada”,
tais como: congressos, cursos, reuniões pedagógicas, seminários, as variadas opções de
formação na internet, entre outras opções.

Formação continuada e as diretrizes escolares

Professora segurando cadernos sobre formação continuada em frente a uma lousa.

A formação continuada beneficia um amplo grupo de pessoas, como professores, gestores e


alunos.

É extremamente importante que os professores contem com uma formação continuada, tanto
para a melhoria no ensino, quanto para estarem alinhados às diretrizes da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica (DCN) que tratam essa formação como pauta obrigatória.

Uma escola alinhada com a legislação passa a ser melhor vista pelos órgãos reguladores, por
professores e comunidade escolar como um todo. Seguir o que os documentos e a legislação
regem é manter a instituição de ensino dentro de um parâmetro comum a todos os espaços
educacionais.

A BNCC define, em suas 10 competências gerais, que a formação continuada deve ser baseada
em três dimensões:

Conhecimento: relacionada ao domínio dos conteúdos;

Prática: domínio em saber criar e gerenciar os ambientes de aprendizagem;

Engajamento: comprometimento do professor com a aprendizagem e com o ambiente de


trabalho, com as famílias e com a comunidade escolar.

Quais os objetivos da formação continuada?

É inegável que as demandas da escola se transformam continuamente. Para que os educadores


tenham condições pedagógicas de acompanhar o ritmo de aprendizagem dos alunos e todas as
mudanças, a formação continuada tem papel fundamental.

Através da capacitação dos professores, o processo de desenvolvimento e aprendizagem do


profissional está sempre presente, refletindo no cotidiano da sala de aula. Dessa maneira, o
objetivo da formação continuada é refletir e repensar sobre as práticas pedagógicas utilizadas,
além de melhorar o processo de ensino e aprendizagem.

Um outro objetivo importante da formação continuada é, a partir das construções de


conhecimento feitas, direcionar e trazer para a realidade os conhecimentos construídos no dia
a dia da escola.

O professor atualizado e em busca constante de novas práticas pedagógicas se torna um


facilitador e um sujeito mais capaz de resolver os conflitos que possam surgir durante o ano
letivo, auxiliando melhor colegas, pais, alunos e demais agentes escolares.

Banner com link para baixar guia SAS de metodologias avaliativas.

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Benefícios da formação continuada

No momento em que o professor busca o seu aprimoramento, ele já coloca em pauta o exercício
de novas práticas pedagógicas e, com isso, gera um novo e positivo sentido ao espaço escolar.

O educador que procura evoluir e aprender por meio da formação continuada, beneficia a si e,
certamente, reflete esses benefícios no aprendizado dos alunos, gerando por exemplo:

Maior engajamento

Ao apresentar práticas diferentes e fugir da rotina, trazendo significação na proposta de ensino,


os professores passam a ter alunos mais engajados em sala de aula. Afinal, o objetivo da
capacitação de professores é trazer, também, ideias práticas para a sala de aula que façam
sentido e envolvam os alunos.

Aulas mais didáticas e dinâmicas

Na troca de ideias e no conteúdo da formação continuada, é de praxe surgir sugestões


interessantes para incrementar o planejamento de aula.

A reflexão sobre as práticas pedagógicas é um ponto fortemente defendido por estudiosos, pois
a postura reflexiva do professor colabora para que as aulas sejam mais didáticas e dinâmicas, no
sentido de pensar para quem, o que e como fazer.

Construção de novas estratégias

A partir da capacitação de professores, há espaço para abertura de outras possibilidades, como


a construção de novas estratégias.

Dessa maneira, o momento de aprendizagem em grupo pode apresentar novos caminhos


pedagógicos, através de uma troca coletiva ou por intermédio de planos de aula elaborados,
individualmente, após a formação.

Percepção apurada sobre as dificuldades de aprendizagem

Com mais ferramentas e recursos, o professor fica apto a auxiliar melhor seus alunos em
momentos de crise.

A formação continuada é um instrumento poderoso para agregar conhecimentos nesse aspecto,


pois nem sempre todas as particularidades da aprendizagem que os estudantes possam
apresentar são estudadas nos cursos de graduação, visto que novos entendimentos e dúvidas
sobre o assunto surgem continuamente.

Por que implementar a formação continuada na escola?

Professora sorri ao ver o resultado positivo de sua formação continuada e ao fundo três crianças
utilizam computadores.

O professor que participa de formação continuada se sente mais apto a resolver as dúvidas de
seus alunos.

Foi a partir da lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que a formação continuada
virou obrigatória nas escolas. Com o direito assim estabelecido, a lei valoriza e orienta a
capacitação de professores nas instituições de ensino brasileiras, para que os professores
construam conhecimentos mais inerentes à sua graduação e que agregam no trabalho cotidiano
nas escolas.

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Além dos benefícios da formação continuada para escola, professores, currículos e alunos, ela
está dentro das diretrizes escolares, por meio da BNCC, LDB, DCNS, por intermédio dos seguintes
apontamentos:

DCN

Art. 9º A escola de qualidade social adota o estudante e a aprendizagem como centralidade, o


que pressupõe atendimento aos seguintes requisitos:

VIII – valorização dos profissionais da educação, com programa de formação continuada,


critérios de acesso, permanência, remuneração compatível com a jornada de trabalho definida
no projeto político-pedagógico.

Perceba que o artigo especifica que o estudante é o centro da aprendizagem, porém no próximo
parágrafo vamos analisar a relação estabelecida com a formação continuada do educador.

LDB

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em
curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na
Educação Infantil e nos cinco primeiros anos do Ensino Fundamental, a oferecida em nível
Médio, na modalidade normal. (Lei nº 13.415, de 2017).

1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão


promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. (Lei
nº 12.056, de 2009).

Além do DCN e da LDB é possível encontrar embasamento sobre a capacitação de professores


no Plano Nacional de Educação (PNE).

Qual o papel da escola na formação continuada do professor?

A formação continuada não termina nunca, pois o docente precisa estar atento e informado
sobre as novas práticas pedagógicas que surgem com as transformações sociais. Um exemplo
prático é a implementação do uso das mídias digitais em sala de aula.

O papel que compete ao educador é participar com afinco dos momentos de construção de
conhecimento, como um sujeito ativo e ciente da importância de estar, continuamente,
ofertando um ensino melhor aos alunos.

Mesmo sendo uma obrigação da escola e secretarias de educação oferecer a formação


continuada, o docente pode e deve buscar por si próprio agregar novos saberes à sua
competência como profissional.

O objetivo é evoluir, buscar sugestões de práticas, ideias novas, teorias interessantes,


estratégias, e contribuir com a própria experiência, uma vez que a meta é colocar dentro do
planejamento e incorporar os conhecimentos adquiridos no cotidiano da sala de aula.

Banner com link para baixar p catálogo de soluções SAS.

Formação continuada SAS

O SAS Educação oferece acompanhamento pedagógico completo às escolas parceiras,


assegurando eficiência na utilização dos produtos e serviços, bem como nos diversos aspectos
relacionados ao desenvolvimento das instituições de ensino.

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Dentro desse contexto, a formação continuada é um dos eixos do acompanhamento pedagógico
do SAS.

Como funciona?

A formação continuada é fundamental para ampliar e manter a qualidade do ensino ofertado


nas escolas.

Aprendizagem permanente
Inicialmente, o docente precisa ter uma formação continuada, ou seja, adquirir uma estratégia
de modificação e alternância de sua prática pedagógica quando necessário, para fins de
atualização e renovação profissional, quando deparada com a realidade escolar. Para Silva
(2011), o docente precisa ter um comportamento mais crítico e reflexivo, para avaliar
criticamente a realidade e refletir sobre suas reais funções e de como exercitar sua prática,
atendendo as demandas da sociedade contemporânea. É imprescindível que o mesmo esteja
também por dentro dos avanços tecnológicos, que são utilizados no âmbito dos novos recursos
pedagógicos, em destaque para a informática.

Segundo Leite & Pelúcido, (2010), o comportamento do docente pode ser visto como:

“O educador é o professor reflexivo, aquele que busca seu constante aperfeiçoamento e


preocupa-se com a própria formação de forma contínua, para que possa contribuir com seus
alunos na descoberta de conhecimento que os habilitam a ser autônomos e críticos”. (LEITE &
PELUCIO, 2010).

Os autores destacam os pontos norteadores que levam a uma prática docente inovadora, capaz
de atender as pendências da sociedade contemporânea. O censo reflexivo permite que o
docente seja autônomo e crítico, ou seja, é uma habilidade pessoal que permite refletir sobre
seu próprio procedimento pedagógico, passando assim a adotar atitudes que se engajem e
acompanhem as transformações pela qual acontece na sociedade. Por isso, o professor precisa
estar inserido em uma constante formação continuada, pois não estará garantindo um
comportamento crítico e reflexivo para si próprio e sim também despertando essas
características nas estudantes.

O Estágio Supervisionado precisa estar articulado com a prática, se isso não acontece, ocorre
modificações, pois se o docente não está por dentro de uma formação contínua, o seu
conhecimento teórico fica restrito as inovações da realidade escolar que está em constante
desenvoltura, em virtude de um ciclo de modificações, que exigem do docente está por dentro
das inovações, para assim desempenhar um papel crucial no processo de ensino-aprendizagem
contemporâneo. Por exemplo, ao lecionar um determinado tema, o docente precisa saber
manipular as tecnologias necessárias para enriquecer a aprendizagem. Portanto, o mesmo
muitas vezes não possui um conhecimento fidedigno atual sobre as transformações que se
sucedem no mundo globalizado, limitando-se ao de sua formação e ao entrar em contato com
a realidade escolar, o mesmo percebe uma diferença entre o embasamento teórico (formação
antiga) e prático (realidade escolar).

A articulação entre atividade teórica e prática na formação docente se dá pelo artificio do


estágio supervisionado. No ambiente de estágio, essa articulação garante que o embasamento
teórico seja confrontado com a realidade escolar, isso tem como consequência, a reflexão sobre
a prática, garantindo a sua reelaboração de acordo com a realidade escolar, o que se torna

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imprescindível para a formação como profissional da educação, com ênfase na diminuição da
falta de articulação entre teoria e a prática.

Formação em serviço
Você já ouviu falar em formação continuada? Trata-se de um esforço contínuo de
profissionalização que pode acontecer dentro da faculdade ou fora dela. Ou seja, estamos
falando tanto de cursos de pós-graduação quanto de eventos, grupos de estudo, palestras e
outras iniciativas que possam desenvolver seus potenciais.

A formação continuada envolve o crescimento de todas as esferas de sua vida. Afinal, as


certificações profissionais, apesar de importantes, não são as únicas responsáveis pelo sucesso
da sua carreira. É também essencial buscar formas de adquirir habilidades pessoais que façam
diferença no seu trabalho.

O uso do termo “formação continuada” fortalece a ideia de que concluir a graduação não é o
final do caminho profissional — na verdade, podemos dizer que é o primeiro passo. Mesmo um
curso de especialização, procurado por muitas pessoas que desejam aprofundar conhecimentos,
não pode ser visto como o fim da linha.

A verdade é que você estará sempre se formando e se atualizando, tanto nas experiências de
estudo quanto no dia a dia de trabalho. Afinal, temos novas coisas para aprender a todo
momento, especialmente em áreas onde as mudanças acontecem mais rápido — como na
Ciência da Computação.

A quem ela é destinada?

É comum que profissionais da educação tenham mais familiaridade com as discussões sobre o
que é e quais são as características da formação continuada. Isso acontece porque existe um
forte incentivo a esse aprendizado contínuo dos educadores no Brasil. Como se trata de uma
área sempre em atualização, os professores devem contar com iniciativas nesse sentido.

Os sistemas de ensino público, por exemplo, são obrigados a organizar espaços e encontros de
formação continuada — sejam realizados pela própria equipe de política educacional ou em
parceria com faculdades e palestrantes. Nas escolas particulares, também é preciso que a gestão
incentive o aspecto formativo dos professores.

Com isso, o docente tem contato frequente com metodologias, conhecimentos avançados do
desenvolvimento de crianças e adolescentes etc. Ele pode sentir a necessidade de, por exemplo,
fazer um curso sobre método de ensino baseado na Pedagogia e BNCC (Base Nacional Comum
Curricular).

A formação continuada é válida para todas as áreas?


Ainda que seja bem conhecida no campo educacional, a formação continuada é destinada a
profissionais das diversas áreas de atuação. A diferença é que os professores costumam
participar dos programas que são ofertados a eles, enquanto os demais buscam essa ideia de
forma autônoma.

Atualmente, muitas empresas já percebem as necessidades e oferecem treinamentos para seus


funcionários. Por isso, é comum ver o interesse em outros cursos e profissões — como
Psicologia, Farmácia, Educação Física etc.

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Quais são os benefícios da formação continuada?
Como você viu, a formação continuada pode acontecer na faculdade ou em outros espaços e
tem características que agregam valor ao seu crescimento profissional. Você fica de olho para
aproveitar as oportunidades dadas na instituição em que você estuda ou na empresa na qual
trabalha? Ótimo, mas também não deixe de buscar outras possibilidades por iniciativa própria.

Os benefícios de fazer isso são muitos! Continue com a gente para conferir os principais!

Manter-se atualizado

Lembra que, no início deste post, falamos que o mercado de trabalho passa por muitas
transformações? Elas exigem do profissional a capacidade de se manter atualizado. É preciso
ficar atento às tendências da sua área para notar quando a ciência e a tecnologia se apresentam
para facilitar a função.

Além de se atualizar sobre os conhecimentos técnicos que podem mudar, é interessante se


manter alinhado com as perspectivas do mercado em cada época. Você tem vontade de
empreender? Então também precisa de atenção com esse ponto, já que as tendências trazem
oportunidades para você se diferenciar, não acha?

Aprofundar conhecimentos

Um dos principais motivos dos cursos de pós-graduação e da formação continuada no geral é


permitir que os profissionais aprofundem seus conhecimentos em uma área ou setor. Por
exemplo, um administrador que trabalha na área contábil pode se beneficiar de fazer uns pós
em finanças para saber mais sobre o assunto.

Perceba que a faculdade aborda muitos temas e traz um panorama completo da profissão.
Então, é natural que, depois que a graduação chegue ao fim, os estudantes tenham desejo de
continuar estudando sobre algum assunto específico. Assim, podem se aprofundar nele e seguir
a carreira com mais segurança.

Falamos muito sobre a vida depois da faculdade, mas saiba que enquanto estiver nos primeiros
passos do ensino superior você já pode buscar essa ideia. Aqui na graduação da Pitágoras, temos
tanto o apoio personalizado quanto a avaliação continuada em todas as modalidades de ensino,
que ajudam nossos alunos a buscarem sempre novos conhecimentos. Dessa forma, você vai
aproveitar ao máximo os anos que passar com a gente.

Conquistar mais oportunidades de trabalho

Em resumo, se você deseja alcançar o sucesso profissional, não deve parar de estudar. A
formação continuada não se refere apenas aos cursos que são feitos em faculdades ou a aulas
a que você assiste. Ela também tem relação com todo esforço feito na sua rotina para melhorar
cada vez mais.

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Mediação da aprendizagem
É uma interação professor-aluno muito especial, a ponto de desenvolver o cérebro do aluno!
Antigamente o foco era simplesmente na aprendizagem de conteúdo, mas hoje deve ser
diferente, pois os conteúdos estarão cada vez mais à disposição dos alunos. O foco atual deve
ser no desenvolvimento da autonomia e da inteligência do estudante.

Qual é a importância do mediador para nosso aprendizado?

Supera e você na Disney

A falta de um mediador pode provocar a estagnação do desenvolvimento da inteligência. Prova


disso são as “crianças lobo” que sobreviveram sozinhas na floresta. Ao serem resgatadas, pouco
conseguiram se desenvolver ou aprender. O motivo é que não tiveram um mediador consciente
de suas funções.

Você pode citar 3 elementos fundamentais para uma boa mediação?

Os três mais importantes são os que o próprio Feuerstein, autor da teoria da mediação, defende:
Intencionalidade e reciprocidade, que é uma coisa só: o professor quer ensinar e conquista a
vontade de aprender do aluno. A segunda é a transcendência, ou seja, aquilo que o aluno
aprende em uma situação, consegue aplicar em qualquer outra. E a terceira é a mediação do
significado, em que o professor ajuda o aluno a interligar as informações construídas.

Um professor com essas características, já é um mediador. E se ele articular as outras 9 em sua


forma de lecionar, será um mediador excelente.

Qualquer pessoa pode ser mediadora em um processo de aprendizagem? Professor, pai,


monitor…?

Sim! Qualquer pessoa. Incluindo as crianças que podem sim mediar o conhecimento a outras ou
até a nós adultos. Mediador é aquele que interage de tal forma que faz a aprendizagem se tornar
real, constante e autogeradora de novas.

Autodidatas não têm mediadores? Pode dar 3 dicas para as pessoas que querem aprender
sozinhas?

Um autodidata já teve tão bons mediadores que agora ele pode aprender sozinho. Quanto mais
autodidata é alguém, melhor será seu desenvolvimento, pois sabe aprender sozinho e, portanto,
desenvolver-se continuamente. A melhor forma de se tornar autodidata é escolher uma área da
qual se gosta muito e ler, estudar a respeito. Ser autodidata em áreas de que não se gosta é
mais difícil, apesar de não ser impossível.

Infelizmente, a maioria das escolas não incentiva o autodidatismo, como se tivessem medo de
alunos que sabem mais que os professores. Pelo contrário, alunos que aprendem sozinhos
podem aprofundar seu conhecimento com os professores, mesmo que seja ensinando-os a
respeito do que estão aprendendo, já que ensinar aprofunda o conhecimento.

A função principal do mediador é tornar-se cada vez menos necessário, ou seja, fazer com que
o aluno possa caminhar sozinho.

Qual o papel do mediador no desenvolvimento de habilidades cognitivas em adultos?

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Praticamente fundamental. O mediador, pela sua forma de agir, acaba provocando,
incentivando e motivando seus alunos a serem mais autônomos, o que desenvolve as funções
cognitivas. A boa notícia é que novas conexões cerebrais podem se formar até o fim da vida, ou
seja, nós adultos podemos continuar nosso desenvolvimento, desde que, logicamente, sejamos
autônomos na aprendizagem de múltiplas áreas.

Atribuições do supervisor
A prioridade de toda escola deve ser a educação. Uma instituição comprometida com a
excelência na postura educacional precisa investir, sobretudo, no planejamento escolar, em
profissionais qualificados e comprometidos com o aprender. Para que o processo ensino-
aprendizagem se desenvolva de modo pleno, é fundamental que o corpo docente da escola seja
dirigido por um profissional de máxima competência. E quem seria responsável por manter,
como um maestro, a orquestra escolar – no caso, os educadores – “tocando” no mesmo ritmo,
de forma que o processo de aprendizagem se dê de forma consistente e harmônica? Esse
profissional é o supervisor escolar.

Saiba mais:

Planejamento Escolar: que tipo você adota?

Veja como aumentar a produtividade da sua equipe

Entenda como a sintonia entre diretor e coordenador facilita o planejamento escolar

São atribuições do supervisor escolar, dentre outras:

O planejamento escolar

O supervisor deve ser um profissional com uma visão ampla, pois deve saber exatamente como
a escola está no presente e onde quer chegar no futuro. Isto envolve a habilidade de saber
liderar a equipe pedagógica de forma a acreditar e desenvolver estratégias para atingir seus
objetivos.

O currículo

O supervisor deve coordenar a elaboração e implementação do currículo escolar. Ele deve


também adequar ao currículo materiais extras de assuntos de relevância, como a prevenção de
bullying e riscos do cigarro, álcool e drogas para os adolescentes, por exemplo. Outros assuntos
que sejam importantes no contexto sócio-político, como a economia de água e a prevenção de
doenças contemporâneas, também devem fazer parte do currículo escolar.

O acompanhamento da evolução dos alunos

É essencial que o supervisor verifique se os conteúdos ministrados estão sendo incorporados


pelos alunos. Por meio de avaliações, é possível detectar alunos que estejam com uma média
abaixo da esperada. Tendo conhecimento prévio da baixa performance destes alunos, há como
recuperá-los nas matérias, por meio de aulas de reforço, a fim de que consigam melhorar seu
desempenho.

O treinamento do corpo docente

O supervisor precisa estar a par da performance de seu corpo docente. Cabe ao supervisor
proporcionar treinamento constante para seus educadores, quer seja por conta de inovações

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que aparecem no campo pedagógico, quer seja no caso de algum professor estar enfrentando
dificuldades ao ministrar suas aulas.

Entenda a importância das oficinas pedagógicas e saiba como criá-las.

O quadro de horário escolar

Cabe ao supervisor a elaboração do quadro de horário escolar. Atividade complexa, ao fazer o


quadro de horários o supervisor deve levar em conta vários aspectos:

Os horários disponíveis dos professores;

Se o perfil dos professores se adequa às séries estipuladas;

Evitar que o educador fique com grandes horários em aberto, as chamadas “janelas”;

Verificar a distância em que moram os professores, pois é necessário observar se é viável para
determinado professor ter poucas ou várias aulas por dia.

O contato com os pais e/ou responsáveis

Os responsáveis pelos alunos precisam estar constantemente em contato com a escola, e cabe
ao supervisor estabelecer este vínculo. Por meio de um moderno sistema de gestão escolar, os
pais ficam cientes, em tempo real, sobre reuniões pedagógicas, tarefas escolares, ocorrências,
desempenho e notas de seus filhos. Indispensável para um supervisor eficaz, um sistema de
gestão escolar otimiza o tempo e garante que todas as engrenagens essenciais para que a escola
funcione perfeitamente – alunos, professores, pais – estejam conectadas.

Construção de situações de aprendizagem


O construtivismo não é um método de ensino. Construtivismo é uma teoria a respeito do
aprendizado. Quem adotou e tornou conhecida a expressão foi uma aluna de Jean Piaget, a
psicóloga Emília Ferreiro, nascida na Argentina em 1936. Partindo da teoria do seu mestre, ela
pesquisou o processo mental pelo qual as crianças aprendem a ler e a escrever, colocando o
nome de construtivismo na sua teoria. Emília Ferreiro se restringiu a desenvolver uma teoria
científica. No Brasil, a partir da década de 80, escolas começaram a utilizar o construtivismo em
sala de aula, e mudaram a forma de alfabetizar as crianças. No Brasil, o construtivismo começou
a ser aplicado metodicamente na primeira Escola Novo Horizonte e depois na Escola da Vila, em
São Paulo.

No construtivismo existe um sujeito que conhece e o conhecimento se constrói pela ação desse
sujeito, sendo que, o ambiente tem um papel muito intenso nessa atuação de construção de
ocorrências de aprendizagem dentro das quais o educando vai produzir seu saber.

No princípio, o nome construtivismo se aplicava só à teoria de Emília Ferreiro. Essa teoria


priorizou aos educadores a base científica para a formulação de novas propostas pedagógicas
de alfabetização sob o prisma da lógica infantil. Em síntese, as crianças não aprendem do jeito
que são ensinadas. Conhecer e construir são ações que necessitam de projetos de assimilação e
acomodação, num procedimento estável de reorganização, que é fruto da presteza daquele que
interage com o mundo. Analisada por esse ângulo, uma ação docente construtivista e baseará
nas condições concretas do aluno, no conhecimento dos momentos de seu desenvolvimento
em afinidade aos esquemas de elaboração mental, respeitando os seus pontos de partida e a
sua individualidade dentro do contexto coletivo em que está inserido.

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Destacamos que o Construtivismo é uma das correntes teóricas compelidas em explicar como a
inteligência humana se desenvolve tendo como subsídio o desenvolvimento da inteligência
alicerçado pelas interações entre o ser humano e o meio, incluindo as ideias de descobrir,
inventar, redescobrir, criar.

No Construtivismo a importância do que se faz é igual ao como e porque fazer, buscando


delinear os diversos estágios por que passam os indivíduos na ação de aquisição dos
conhecimentos, de como se desenvolve a inteligência humana e de como o indivíduo se torna
autônomo. O Construtivismo parte da ideia de que nada, está pronto e acabado, e o
conhecimento não é algo terminado, destacando o papel ativo da criança no aprendizado, onde
os conhecimentos são construídos pelos alunos mediante o estímulo ao desafio, ao
desenvolvimento do raciocínio, à experimentação, à pesquisa e ao trabalho coletivo.

Porém, existe uma polêmica entre Telma Weiss (construtivismo) e Fernando Cavila (método
fônico). O método fônico baseia-se no aprendizado da associação entre sons e letras e usa textos
produzidos designadamente para a alfabetização. O construtivismo não prioriza essa associação
e trabalha com textos que já façam parte do mundo infantil.

Objetivo: desenvolver competências


Não há uma única definição para competências e habilidades.

Para Perrenoud construir uma competência significa aprender a identificar e a encontrar os


conhecimentos pertinentes.

Do ponto de vista prático, isso significa que é necessário que os alunos descubram os seus
próprios caminhos.

Quanto mais “pronto” é o conhecimento que lhes chega, menos estarão desenvolvendo a
própria capacidade de buscar esses conhecimentos, de “aprender a aprender”.

E onde as habilidades entram?

Em geral, as habilidades são consideradas como algo menos amplo do que as competências.

Assim, a competência estaria constituída por várias habilidades.

Entretanto, uma habilidade não “pertence” a determinada competência.

Uma vez que uma mesma habilidade pode contribuir para competências diferentes.

Competências e habilidades, portanto, “andam juntas”.

Não há alcance de competências sem habilidades e vice-versa.

Por exemplo: para ser um/a exímio/a artilheiro/a de futebol, há que se possa habilidades tais
como: trabalho em grupo, disciplina, comportamento esportivo, noções espaciais, noções sobre
o tempo da bola, condicionamento físico, técnicas de drible, passe, colocação em campo, técnica
de chute.

Portanto, a competência de fazer gols implica na aquisição de múltiplas habilidades.

No entanto, cada uma das habilidades citadas pode se tornar uma nova competência e requerer
novas habilidades.

Objetivos

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Então, objetivos não podem ser habilidades ou competências?

Objetivos, habilidades e competências andam junto, mas não são sinônimos.

Recorreremos a Sabala para fundamentar nossa exposição.

Quando elaboramos um plano de ensino ou de aula tratamos de conteúdos conceituais,


procedimentais e atitudinais.

Os conteúdos conceituais dão conta de conceitos, princípios, leis, regras e normas concernentes
a determinados objetos de estudo.

Tendo como traço definidor a singularidade, a objetividade e o caráter descritivo deste.

Os conteúdos de ordem procedimental tratam da aplicação do aprendizado, da transposição do


conhecimento para resolução de situações.

Tendo, portanto, como traço definidor a praticidade, o fazer propriamente dito.

Os conteúdos de ordem atitudinal tratam das questões relacionadas aos valores e princípios
morais e éticos disseminados por meio das aulas ou por meio dos conteúdos de ordem
conceitual ou procedimental.

Portanto, se ocupam tanto aspectos do currículo explícito quanto os do currículo oculto.

Logo, quando elaboramos um plano de ensino visamos diferentes objetivos, que exigem
diferentes habilidades para desenvolver diversas competências.

Dentre eles, objetivos de procedimento e objetivos de atitudes, os quais visamos desenvolver


habilidades e competências.

Os objetivos de procedimento visam tudo aquilo que o aluno vai aprender a fazer
desenvolvendo suas capacidades.

Sejam elas intelectuais, técnicas, afetivas, sociais políticas.

Ou seja, competências.

Por exemplo: pensar e relacionar informações, inferir e identificar características, avaliar,


comparar fatos e teorias, trabalhar em equipe, etc.

Os objetivos de atitudes são aqueles que visam comportamentos que indiquem valoração,
importância e crença.

Ou seja, habilidades.

Por exemplo valorizar a busca de informações, a curiosidade científica, a integração de


conhecimentos, a capacidade crítica, etc.

Objetivos, competências e habilidades são estreitamente relacionados, embora cada um esteja


estruturado por componentes cognitivos (conhecimentos e crenças), afetivos (sentimentos e
preferências) e de condutas (ações e declarações de intenções).

Escola: Espaço de vida e convivência


Conviver com o outro é, sem dúvida, uma capacidade imprescindível para cada um dos
indivíduos de uma comunidade. Na escola, é claro, não é diferente.

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Muitos alunos, funcionários e professores transitam pelo mesmo espaço e nele se relacionam.
Com isso, é absolutamente necessário o estabelecimento de regras que regulem essa
convivência, formando a base para que haja o respeito mútuo.

É nesse contexto que se insere o “Projeto Convivência”, que se consolida ano a ano com o intuito
de levar os alunos a refletir continuamente sobre o seu papel individual para a existência de um
todo harmônico e justo. Isso ocorre a partir de duas perspectivas, que são diferentes, porém
complementares.

A primeira diz respeito à discussão das regras que regem o funcionamento escolar.
Evidentemente, quando há transparência e reflexão ao tratarmos dessas regras, os alunos
passam a regulá-las como sujeitos mais críticos e autônomos, diminuindo assim a necessidade
de um controle por parte do adulto. Nesse sentido, é essencial a atividade proposta no início
deste ano letivo e dos anteriores, em que os alunos se dividem em grupos e, com a mediação
de um professor, refletem sobre as regras já existentes, problematizando-as a partir de sua
experiência anterior e propondo, se necessário, alterações para que elas possam se tornar cada
vez mais claras e mais eficientes para o bem-estar coletivo. Dessa discussão resulta o documento
chamado Manual do Aluno, que pode ser visualizado com facilidade nos diferentes espaços da
escola, além de estar disponível em nosso site.

A segunda perspectiva diz respeito à qualidade da convivência com a diversidade. Que vida
queremos viver juntos aqui na escola? A discriminação, a exclusão, a competição e o
consumismo são práticas que, infelizmente, não são tão incomuns na sociedade. Desse modo, é
papel da escola estimular os alunos a refletir e a posicionar-se diante delas de maneira
responsável e crítica. Não se trata, portanto, de levá-los tão somente à reprodução de um
discurso politicamente correto que não promova ações permeadas por princípios.

Para que isso se realize, é necessário criar espaços para que os alunos compartilhem suas
experiências e dialoguem sobre esses princípios. As primeiras atividades já foram realizadas no
início do ano com a discussão de imagens e vídeos relacionados à coexistência pacífica e ao
respeito às diferenças.

Como em qualquer proposta de formação, é importante a participação ativa dos alunos, além
da constante retomada e ampliação das ideias e problemas discutidos anteriormente. Para que
isso ocorra, algumas estratégias já estão definidas:

Eleição das representações de alunos e reuniões frequentes dos representantes para o


levantamento de avanços e de problemas relacionados à convivência;

Por parte dos professores, elaboração de atividades, relacionadas às suas disciplinas, que
permitam a continuidade de debates relacionados ao assunto;

Criação de um mural colaborativo para a divulgação de produções de alunos ou outros textos


relacionados ao tema.

Agentes de transformação social


Bill Drayton inventou o termo “Empreendedor social” e fundou a Ashoka, a organização que
apoia 3.500 empreendedores e empreendedoras em 93 países. Ele é uma lenda no mundo de

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organizações sem fins lucrativos, por isso fui vê-lo nesta semana para ver se ele poderia me
mostrar maior clareza e esperança em tempos desencorajadores. Não me decepcionou.

Drayton acredita que estamos no meio de uma necessária, mas dolorosa transição histórica. Há
milênios, a vida da maioria das pessoas tinha um certo padrão. Você ia à escola para aprender
um comércio ou uma habilidade – padaria, agricultura ou contabilidade. Então você poderia
entrar no trabalho e conseguir um bom padrão de vida, repetindo a mesma habilidade durante
o curso de sua carreira.

Mas hoje em dia as máquinas podem fazer quase todas as atividades que envolvam repetição.
O novo mundo requer um tipo diferente de pessoa. Drayton chama esse novo tipo de pessoa
em um agente de transformação. Os agentes de transformação são pessoas que veem padrões
ao seu redor, identificam os problemas em qualquer situação, descobrem jeitos de solucioná-
los, organizam equipes com fluidez, lideram ações coletivas e depois continuam adaptando-se
às situações de mudança.

Por exemplo, o empreendedor social reconhecido pela Ashoka Andrés Gallardo é um mexicano
que morava em um bairro com alto índice de violência. Ele criou um aplicativo, chamado Haus,
que permite criar uma rede entre os vizinhos. Este aplicativo tem um botão de pânico que alerta
todo o bairro caso um crime esteja acontecendo. Isso possibilita os vizinhos se organizarem,
conversarem entre si e compartilharem estatísticas do crime, trabalhando em conjunto. Para
formar e liderar essa comunidade de comunidades, Gallardo teve que possuir o que Drayton
chama de “vida baseada em empatia cognitiva para o bem de todos”. A empatia cognitiva é a
capacidade de perceber como as pessoas se sentem em circunstâncias. “Para o bem de todos”
é a capacidade de construir equipes. Não importa se você está trabalhando em uma cafeteria
ou na linha de inspeção de uma planta, as empresas vão contratar aqueles que veem os
problemas e encontram soluções.

Milhões de pessoas já vivem com essa mentalidade. Mas muitas pessoas ainda habitam o mundo
de seguir as regras e repetir as habilidades. Eles ouvem a sociedade dizendo: “Nós não
precisamos de você. Não precisamos de seus filhos”. Claro, essas pessoas entram em um modo
reacionário e elas lutam de volta. A mudança central do nosso tempo, diz Drayton, é fazer de
todos um agente de transformação. Para alcançar isso você deve começar jovem.

Sua filha tem 12 anos de idade. Ela fala sobre um problema – as outras crianças da escola são
sistematicamente ruins em relação a um aluno com necessidades especiais. Este é um momento
importante. Você pode tirar uma pausa do que você está fazendo e perguntar se há algo que ela
acredite que possa ser feito para resolver o problema, não apenas para este menino, mas
também para a próxima vez que isso acontecer. Poucos filhos tomam medidas para resolver o
primeiro problema que eles veem, mas, eventualmente, eles voltam tendo concebido uma ideia
própria. Eles organizam para seus amigos e fazem alguma coisa. O trabalho do adulto agora é
sair do caminho. Coloque as crianças no comando. Uma vez que a menina teve uma ideia,
construiu uma equipe e mudou seu mundo, ela se tornou uma agente de mudança. Ela tem o
poder. Ela irá organizar mais equipes. Isso sempre será necessário. Drayton pergunta aos pais:
“Sua filha sabe que ela é uma agente de mudança? Você está praticando a cultura de mudar? ”
Ele diz a eles: “Se você não pode responder ‘sim’ a estas questões, você tem um trabalho urgente
a fazer”.

Numa era anterior, diz Drayton, a sociedade percebeu que precisava de literacia universal. Hoje,
as escolas desenvolveram currículos e avaliações para fazer uma mudança de mentalidade
universal. Eles entenderam que este é o critério do sucesso. A Ashoka estudou movimentos

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sociais para descobrir como essa mudança de mentalidade pode ser promovida. Acontece que
os movimentos bem-sucedidos tomam medidas semelhantes. Primeiro, eles se juntam a um
grupo de organizações e colidires poderosos e ambiciosos (Ashoka está trabalhando com as
universidades do Estado do Arizona e George Mason). Em segundo lugar, o grupo está aberto a
todos (você nunca sabe quando alguém do grupo surgirá com uma ideia crucial). Em terceiro
lugar, o movimento cria telenovelas com episódios diários (o movimento dos direitos civis criou
dramas televisivos com personagens bons e maus, como a marcha de Selma). Eu me pergunto
se todos querem ser agentes de transformação no molde de Drayton. Eu me pergunto sobre
qualquer visão social que não é fundamentalmente política. Você pode ter uma nação cheia de
agentes de transformação local, mas se o governo está podre, seu trabalho produzirá pouco. O
setor social nunca enfrentou completamente com a presença permanente do pecado. Mas o
genial em Drayton é a sua capacidade de identificar novas categorias sociais. Desde que ele
inventou a categoria de empreendedor social há 36 anos, centenas de milhares de pessoas
disseram: “Sim, é o que eu quero ser”. O agente de transformação é uma expansão desse tipo
social.

A transformação social vem da transformação pessoal. Você pode mudar o mundo quando você
segurar um novo e mais atraente estilo de vida. E Drayton quer tornar universal uma qualidade
que muitas pessoas nem sequer veem: para a atividade. Milhões de pessoas não sentem que
podem ter o controle de suas próprias vidas. Se pudéssemos dar-lhes a oportunidade de
experimentar um momento de para a atividade, de expressar amor e respeito em ação, as
ramificações realmente poderiam mudar o mundo.

Evolução e novos saberes


Há séculos a academia se estabeleceu como centro da produção do saber, do conhecimento
humano, das novas tecnologias, da gênese do novo e do repensar e mudar os antigos conceitos
(Souza, 2013).

Como o conhecimento humano produzido era transmitido pela oralidade, parte podia se perder
ao longo do tempo, em virtude de uma série de fatores inerentes à condição humana:
emigração/exílio do detentor do saber, mortalidade, problemas neurológicos que levassem ao
esquecimento, desinteresse do grupo na aquisição do saber, extinção de grupos sociais etc.
(Pollak, 1989, 1992; Schimidt; Mahfoud, 1993; Von Simson, 2006; Córdula; Nascimento, 2014a;
Nascimento; Nascimento; Córdula, 2014).

Figura 1: Transmissão/perda do conhecimento ao longo do tempo

Fonte: Os autores (2017).

Ao longo da história da humanidade, vários eventos de estruturação cultural evoluíram; dois


notáveis foram a escrita e o papel, que promoveram o registro e o acúmulo dos acontecimentos
cotidianos, da história, dos costumes, da própria cultura, dos saberes e práticas sobre os
fenômenos naturais e sociais (Córdula, 2011a) em acervos. Assim, todo o conhecimento da
humanidade passou a ser perpetuado, redigido, arquivado e acessível aos leitores (Córdula,
2011a).

A ciência avança cotidianamente em todas as áreas. Em 1698 foi inventada a primeira máquina
a vapor (UFRGS, 2017); em 1943, o primeiro computador (Moreno, 2011); em 1973, o primeiro
celular para telefonia móvel (Sanches, 2011). Em 2017 o primeiro rim artificial foi produzido pela
medicina (Portal, 2017). São marcos dentre tantos outros, que colocaram a sociedade humana

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em níveis mais elevados de saberes. As tecnologias surgem pela necessidade de avançar da
sociedade e/ou de enfrentamento a problemas/desafios que precisam ser superados (Figura 2).

Figura 2: Gênese das tecnologias

Fonte: Os autores (2017).

O primeiro grande conhecimento tecnológico, que permitiu os demais, foi a dominação do fogo
na Pré-História (Musitano, 2017), no alvorecer da humanidade; a ciência só viria a existir
milhares de anos depois. Ou seja, o domínio se deu pela observação, tentativas, erros e
ocorrências do cotidiano que levaram à produção desse elemento natural mudando a condição
humana (Musitano, 2017).

A evolução da espécie humana só tem sido possível devido, inicialmente, ao acúmulo de saberes
intuitivos ou conhecimentos práticos, desenvolvidos pelos próprios humanos, que tornam
possível sua existência até os dias de hoje. Nessa caminhada da humanidade, foi ocorrendo um
processo seletivo de saberes, desde o começo da relação entre o homem e a natureza, que se
reproduziram e vêm sendo repassados para as novas gerações (Silva; Melo Neto, 2015, p. 139).

Portanto, produz-se conhecimento desde os primórdios da história da humanidade, pois a


evolução humana permitiu organizar e agrupar o saber, estruturar o processo de perpetuação
ao longo das gerações, organizando, criando métodos, modelos, regras, normas e
sistematizando-o. E a academia, pelas faculdades, universidades e instituições de ensino
superior (IES), elaborou todo o sistema científico conhecido na atualidade (Theóphilo, 1998;
Silva; Melo Neto, 2015).

Ciência e conhecimento científico

O saber científico surgiu pela necessidade de sistematizar e registrar o conhecimento existente


e pela produção de novos saberes através de meios que garantiam rigor para sua exatidão.
Nesse processo, inúmeras perguntas motivadoras movimentam-se pela busca do saber e para
obter respostas, de forma universal no planeta, criou-se um sistema, que é universalmente
aceito pelos centros de saber: os colégios de educação superior e as academias científicas
(Córdula, 2012a).

Figura 3: Motivadores da produção do saber científico

Fonte: Os autores (2017).

A ciência surgiu como processo de investigação dos fenômenos naturais e humanos, na busca
de respostas e na resolução de problemas enfrentados pela humanidade (Córdula, 2012b).
Ainda nesse processo, desenvolveu o conhecimento que se perpetua ao longo do tempo e é em
parte repassado diretamente à população pelo sistema de ensino; atualmente também são
disponibilizados pelos veículos de comunicação de massa (TV, rádio, revistas, jornais, internet
etc.) (Córdula, 2012a, 2012c).

O conhecimento se expressa de várias formas e evolui ao longo do tempo; é categorizado como


“conhecimento popular, filosófico, religioso (teológico) e cientifico. O conhecimento científico
diferencia-se dos demais não pelo seu objeto ao estudo, mas pela forma como é obtido”
(Theóphilo, 1998, p. 9). Atualmente, ele é concebido como positivista e cartesiano.

O Positivismo – criado por Augusto Comte – impregna a academia e a sociedade, considerando


os cientistas como únicos detentores do saber, produtores do conhecimento, numa forma de

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autoempoderamento e, ao mesmo tempo, desacreditando os saberes populares, os quais os
próprios cientistas acabam buscando como objeto de estudo nas comunidades para “produzir”
o saber científico (Lacerda, 2009; Córdula, 2015). Seu discurso é alimentado pela “supremacia”
do método científico como modelo infalível de produção do saber, o que para Lacerda (2009) é
um modelo negativo perante principalmente as ciências sociais, apesar da palavra escolhida.

Chega-se ao conhecimento científico pelo método científico, criado por René Descartes pelo
reducionismo nos estudos das partes, gerando o modelo mecanicista ou cartesiano (Battisti,
2010; Córdula, 2012c). Depois dele, outros ampliaram as concepções em virtude da necessidade
da ciência, mas esse alicerce permanece até hoje. “Para muitos, a metodologia é apenas um
conjunto de procedimentos técnicos que visa prescritivamente a uniformização de padrões na
execução e apresentação de produtos acadêmicos” (Siqueira et al., 2008, p. 8).

Várias vertentes de pensamento e análise surgem posteriormente, ao longo das décadas,


influenciando a comunidade científica, flexibilizando alguns grupos e engessando outros. Porém
um em particular traz a educação e a ciência em um modelo baseado na análise das formas, que
foi a Gestalt (Engelmann, 2002).

O que se entende pela palavra “Gestalt?” O substantivo alemão “Gestalt”, desde a época de
Goethe, apresenta dois significados algo diferentes: (1) a forma; (2) uma entidade concreta que
possui entre seus vários atributos a forma. É o segundo significado que [interessa aos] estatistas
do grupo, que posteriormente vai se chamar de Berlim (Engelmann, 2002, p. 2).

A teoria da Gestalt acabou por influenciar diretamente inúmeros modelos de pensamento e de


metodologias utilizados pela ciência, como o holismo, as análises simbólicas e fenomenológicas,
além da teoria de sistemas (Engelmann, 2002; Córdula, 2011b). Portanto, é importante ressaltar
sua contribuição como modelo e a influência que exerceu na ciência e nos conhecimentos
existentes.

Os primeiros e os atuais saberes

Voltamos a tratar do conhecimento desde os primórdios da existência da espécie humana; a


observação é a base da construção do conhecimento e, como tal, é a primeira forma de análise
que o ser humano primitivo adotou para entender os fenômenos da natureza (Córdula;
Nascimento, 2013). Assim passou desvelar seus segredos e perpetuar ao longo das gerações
pela demonstração, até que surgisse a linguagem, depois as línguas e, por fim, a escrita (Córdula,
2011a).

A partir da observação, somam-se a criação inventiva e a percepção do sujeito que irá analisar,
interpretar e extrapolar o que observa, gerando mais perguntas e, consequentemente,
respostas de forma intuitiva, que serão incitadoras e motivadoras para continuar até obter
respostas concretas para o que o motivou a buscar o entendimento (Córdula, 2011c; 2014a).

Alguns sujeitos possuem maior ou menor grau desses elementos, o que os faz se destacar
perante os grupos, tornando-se especialistas e detentores do saber, comumente e
popularmente chamados de sábios, mais velhos, anciãos etc. (Medeiros; Albuquerque, 2012;
Córdula, 2013).

Etnoconhecimento é o conjunto de saberes e práticas das comunidades, repassados entre as


gerações de forma direta ou indireta, pela oralidade, nos contos e cânticos, pelo ensino e pelo
exemplo, em que os mais jovens ouvem, assimilam, replicam e aprendem (Córdula, 2013;
Córdula; Nascimento, 2014a). Essa gama de conhecimentos possui as estruturas sociais e

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familiares, culturais e folclóricas, espirituais e místicas e as práticas de sobrevivência da
comunidade na exploração dos recursos naturais – animais e vegetais, silvestres ou domésticos
(Nascimento et al., 2016).

Figura 4: Registro do conhecimento popular pela Ciência, sem apropriação

Fonte: Os autores (2017).

Por essa razão, todo conhecimento necessita ser registrado para não correr o risco de se perder
ao longo do tempo. Esse registro por sua vez, se dá em acervos privados e públicos, em diversos
formatos: áudio, textual, pictórico, vídeo, fotográfico etc. O registro textual pode ocorrer de
formas diversas, como: artigos, livros, cartas, diários, trabalhos acadêmicos etc.

Afinal: quem produz conhecimento?

Primeiramente, definiremos o que é conhecimento, pois aqui estamos tratando basicamente de


dois tipos: o popular e o científico.

Conhecimento, de forma ampla, é toda percepção, ação, reflexão e interpretação proveniente


do intelecto humano, gerados e produzidos pela interação social, com as situações que surgem
e com o ambiente, captados pelo sistema sensório-motor e produzindo a assimilação de
informação e o aprendizado, que evolui ao longo do tempo, tornando-se cada vez mais
complexos (Jhonson, 1997; Morin; Le Moigne, 2000; Sá Chaves, 2007; Lima; Mioto, 2007). Assim,
todo conhecimento produzido é armazenado pelos processos cognitivos e mnemônicos,
repassados pelo exemplo, pela oralidade e pelos suportes físicos e tecnológicos da humanidade
(vídeos, áudios, livros, pinturas etc.) (Córdula, 2011d).

O conhecimento popular é todo saber produzido por um povo ou comunidade a partir de suas
experiências sociais, culturais e ambientais (Jhonson, 1997; Córdula; Nascimento, 2014a), o que
é enriquecido quando se trata de cultura popular, que é toda expressão artística, folclórica de
saberes e práticas que se manifestam de forma simbólica, autônoma e não erudita (Chartier,
1995).

Para Jhonson (1997, p. 60), cultura popular é o repertório acumulado de produtos culturais
como música, literatura, arte, moda, dança, cinema, televisão e rádio que são consumidos
principalmente por grupos não elite, tais como as classes operárias e baixas (bem como
segmentos substanciais da classe média).

Portanto, em alguns aspectos as definições de conhecimento popular diferem do que já


tratamos na seção anterior, como etnoconhecimento, pois este último conjuga fatores como o
meio ambiente.

O conhecimento científico, retomando-o novamente, é produzido/construído a partir de


pressupostos estabelecidos historicamente pela comunidade científica, tomando como base a
análise dos fenômenos de forma sistemática, imparcial e seguindo a metodologia estabelecida
(Córdula, 2015).

Voltando ao enunciado desta seção e respondendo de forma simplificada à questão levantada:


todo ser humano produz conhecimento!

Conforme a Lei n. 5.250/67, que “regula a liberdade de manifestação do pensamento e de


informação” (Brasil, 1967, p. 1), em seu Art. 1º, afirma que “é livre a manifestação do
pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de informações ou ideias por qualquer meio

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e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos abusos que
cometer” (Brasil, 1967, p. 1). Assim, todo brasileiro tem o direito de produzir conhecimento e
propagá-lo. Nesse sentido, o ser humano é um ser aprendente e investigador por natureza,
buscando respostas para suas indagações e inquietações, pois quanto mais se aprende mais se
quer conhecer (Yamamoto, 2008).

Escola, conhecimento e divulgação

Os que buscam o saber, que questionam, utilizam a problematização, a criticidade e a autonomia


no processo de aprendizado, de ensino e de forma geral para entender os fenômenos e
problemas que os cercam, tentam alcançar o esclarecimento das suas questões para encontrar
uma resposta às suas inquietações (Pozo, 1998; Freire, 1996). Essa busca é que move a
humanidade e que a transforma ao longo do tempo.

As comunidades, os grupos sociais, as organizações não governamentais e os sujeitos que


precisam de solução para suas dificuldades são movidos por processos de investigação, de busca
pelo saber pelo entendimento dessas questões, para propor soluções e, muitas vezes, produzir
respostas que se tornam teorias e tecnologias (Córdula, 2015), como a escrita, que possibilitou
o registro físico do conhecimento humano; em seguida o papel que, como tecnologia, permitiu
o acumulo desses registros pela sua leveza e praticidade de uso; e, por fim e não menos
importante, o lápis, que substitui o bastão de desenho, o carvão e a pena, conferindo maior
habilidade para ter maior definição e suavidade na sua execução (Córdula, 2011d).

Portanto, as tecnologias podem ser das coisas mais simples que utilizamos às mais complexas,
como os eletrônicos. Nas escolas, as gerações jovens aprendem, preparam-se e são movidas
pelas inquietações de sua geração, ou seja, as escolas tornam-se centro geradores do saber, na
medida em que cada nova geração se diferencia da anterior e, ao mesmo tempo, refletem em
seu interior todos os problemas e virtudes da sociedade (Córdula, 2010).

Nesse sentido, os professores da Educação Básica são pesquisadores de sua própria prática,
observando na vivência diária os fenômenos sociais, comportamentais, psicocognitivos e
pedagógicos que ocorrem cotidianamente na comunidade escolar (Córdula, 2010) e das
dificuldades, adversidades e problemas que surgem no exercício da atividade pedagógica; por
fim, quando o educador vai além de suas atribuições profissionais no magistério, quando se
permite ser um facilitador da busca pelo saber, construindo projetos pedagógicos e pesquisa
junto com seu educando e extrapolando a sala de aula e os muros da escola (Córdula, 2014b;
Baffi, 2002; Monfredini, 2002).

Essas experiências, esses relatos e toda essa vivência no dia a dia devem ser sistematizados,
estruturados, ordenados, agrupados e redigidos para perpetuação e divulgação do fazer
pedagógico na educação, principalmente na básica, para que a comunidade, não só científica,
mas também, a sociedade, saibam como é a realidade dos fatos, para que entendam a
necessidade das suas presenças na Educação e na escola e compreendam toda a complexidade
da atuação do profissional do magistério (Moreira, 1988; Zeichner, 1998; Borba, 2001; Nunes,
2008).

Professor, professora: protagonista do saber científico

Especificamente, quanto às questões educacionais, o professor tem a autonomia e as


competências para ser pesquisador de suas próprias práticas, para produzir respostas concretas
às questões que se refletem por seu alunado (Córdula; Nascimento; Abílio, 2016).

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A sala de aula torna-se um momento ímpar não só para a formação intelectual do futuro cidadão
proativo, crítico e transformador da sociedade; é também, um microambiente que reflete todas
as dificuldades, os desafios e necessidades que se apresentam no próprio ato de ensinar
(Córdula; Nascimento; Abílio, 2016). Esse fato amplia o entendimento de como as famílias estão
se estruturando e o seu papel na formação das novas gerações e, além disso, do nível de
capacidade de percepção do ser humano sobre si mesmo, sobre a sociedade e o planeta
(Córdula; Nascimento, 2014b).

Essas pesquisas participantes e protagonistas de suas práticas escolares conseguem trazer à


tona uma realidade que outros estudos, realizados por pesquisadores não pertencentes à
realidade do estudante, geralmente não conseguem captar e coletar dados em toda sua
magnitude, apenas facetas ou fragmentos do universo que compõe a comunidade escolar
(Córdula, 2010). E o professor passa a ser pesquisador, trazendo à tona todo o universo real e
concreto de sua atuação, com contribuições valorosas para a Pedagogia e outras áreas da ciência
(Borba, 2001).

Considerações finais

Todo cidadão produz conhecimento, que é repassado através das gerações pela oralidade, na
escrita e em forma de publicações. Parte desse conhecimento pode ser registrado pela ciência,
para entendimento das variáveis sociais, culturais, ambientais e outras.

Todo saber, popular ou científico, tem por finalidade a formação dos sujeitos que constituem os
grupos sociais nas comunidades e na própria sociedade humana. É na ciência que a propagação
ocorre não apenas nas IES, mas também nas escolas e pelos professores, em que temas atuais
e que permeiam toda a sociedade, estão tendo algumas respostas através das pesquisas que
eles realizam em seu fazer pedagógico diário.

Portanto, a partir da realidade vivenciada nas escolas, os conceitos, as técnicas e as


metodologias podem ter sua releitura para entendimento da realidade que estes professores
vivenciam, e que podem trazer mudanças na vida dos estudantes, tornando-os autônomos e
protagonistas para atuar nas transformações necessárias do paradigma atual.

Liberdade e autonomia na docência


O tema da autonomia aparece na literatura em diversos âmbitos, principalmente ao que se
refere à política e à questão social, ligado intimamente a questões de liberdade e o exercício
desta. Assim, temos diversas abordagens e definições de conceito, porém sempre relacionada à
liberdade, independência ou autossuficiência, onde o indivíduo é autor de suas vivências,
pensador e organizador de suas leis, sem excluir o grupo e a sociedade que o cerca. Perante a
área da Educação, tal conceito engloba esses ideais, mas também se liga a questões do
desenvolvimento. A autonomia deve ser considerada parte primordial do desenvolvimento,
tendo em vista a importância de permitir movimentos do indivíduo diante do controle imposto
pela ordem social e a estimular sua capacidade na tomada de decisões no campo pessoal e
político, permitindo a construção e manutenção de repertórios próprios da criança para o
enfrentamento de questões, facilitando o processo de novas construções a partir de um
primeiro momento.

A educação, pelo processo de aprendizagem escolar, constitui-se como base facilitadora deste
processo e não apenas como simples forma de fornecer dados prontos, elaborados por

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terceiros, sem reflexão do indivíduo e tomada de consciência da importância e sentido particular
perante as informações. A educação inclusiva não seria uma exceção, e o aspecto da autonomia
ao invés de ser camuflado pelas deficiências, seria incentivado para o desenvolvimento integral
de todos. Nesse sentido, destaca-se a importância do papel dos docentes no desenvolvimento
da autonomia do aluno para buscar conhecimento e agregar em seu cotidiano com seus alunos,
para que outras formas de educação possam ser desenvolvidas.

Com objetivo de conhecer como a questão da autonomia comparece no processo formativo de


docentes em um curso sobre educação inclusiva, realizou-se uma pesquisa qualitativa, tendo
como estratégia a análise documental. Considerou-se o material de suas aulas e cursos
produzidos por uma instituição que tem seu foco de atuação na educação inclusiva em diversas
instituições públicas de ensino no Brasil. Os resultados obtidos com a pesquisa mostraram que,
apesar da autonomia não ser o assunto principal discutido durante o processo de formação, está
sempre ligada aos objetivos finais dos projetos e professores que buscam se aprimorar para
poder desenvolver nos alunos uma forma autônoma de desenvolvimento, agregando sentido
pessoal e particular para as informações novas que são recebidas. Temos também instituições,
pesquisadores e projetos, envolvidos neste tema, buscando cada vez mais a valorização da
autonomia e a clarificação do conceito, para que este não se perca e cada vez mais seja
priorizada no meio educacional, em ambiente escolar. Através da presente pesquisa, também
foi possível perceber a importância da constante atualização dos docentes em relação ao tema
para que possam discutir e elaborar novas soluções para eventos cotidianos e assim,
efetivamente participar de um processo de inclusão.

A importância do professor no trabalho educativo inclusivo é primordial, ele é e será o


profissional responsável por garantir o direito dos indivíduos a receberem as condições
necessárias para o desenvolvimento e aprendizagem. A autonomia se mostra importante em
todos os níveis do processo educativo, desde as questões da escola frente ao Governo, até o
desenvolvimento do pensamento reflexivo de cada aluno. Assim, ressalta-se a autonomia dos
docentes, para através do exercício da mesma, buscar soluções para as situações e informações
para seu desenvolvimento para estarem aptos a trabalharem e desenvolverem projetos com
suas salas e alunos, pois são estes que acompanham o dia-a-dia dos alunos e conhecem as
especificidades de cada turma.

Inovação na BNCC
Entre as dez competências gerais apresentadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
dois itens traz a tecnologia como habilidade para o aprendizado. Enquanto uma diz respeito ao
uso das linguagens tecnológicas e digitais, a outra fala em utilizar a tecnologia de maneira
significativa, reflexiva e ética.

A gente percebe que a inclusão dessas competências, na verdade, é um reflexo do atual cenário
tecnológico do mundo em que vivemos. As crianças, chamadas de nativos digitais, já nascem e
crescem com as tecnologias presentes em seu dia a dia. O virtual é algo comum. Dessa forma,
as escolas precisavam se adaptar a essas mudanças.

As competências tecnológicas da BNCC

Agora você vai conhecer e entender o que as duas competências tecnológicas propõem:

Competência 4: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e


escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,

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matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Essa competência aponta para que os alunos se comuniquem bem. É preciso entender, analisar
e criticar os variados tipos de linguagens e plataformas, incluindo a digital, para que, assim, eles
possam se expressar e partilhar informações. A competência relembra também a importância
de uma experiência mais completa através de diferentes formatos de expressão, a fim de tornar
os alunos capazes de ouvir outras pessoas com atenção, interesse e respeito por suas ideias e
sentimentos.

Competência 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação


de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos,
resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

A quinta competência da BNCC foca no uso específico das tecnologias na aprendizagem com
senso crítico. Ela reconhece o papel fundamental da tecnologia, mas é preciso ter um
acompanhamento e responsabilidade de uso. Além disso, o estudante deve dominar o universo
digital, sendo capaz de usar ferramentas multimídia para aprender e produzir.

A tecnologia – quando bem implantada na escola – traz diversos benefícios para a educação,
listamos alguns para você. Confira!

Agiliza as atividades do dia a dia

Os usos das ferramentas tecnológicas na escola agilizam as atividades desenvolvidas no dia a dia
tanto pelos alunos como pelos professores, seja em uma pesquisa didática ou na comunicação
entre eles, proporcionando novos caminhos para o ensino e colaborando com o processo de
aprendizagem de todos.

Aproxima os alunos e os professores

Com as tecnologias na escola, é possível uma maior aproximação dos alunos e professores, aqui
ambos aprendem juntos, como também aproxima pais e responsáveis da escola, dessa forma,
há uma maior aproximação das pessoas de todas as idades e de todas as classes sociais, uma
rede que os conectam e faz com que o número de exclusão digital redução significantemente e
conte com a participação de todos.

Desperta a curiosidade

A tecnologia desperta a curiosidade, mas não apenas isso, ela proporciona um maior interesse
nos alunos, uma nova forma de pensar, se comunicar, ajudar o próximo, estudar e aprender.
Quando o conteúdo é passado de forma atraente, dinâmico, os alunos tende a ter um maior
interesse e buscam novas formas de resolver os problemas apresentados em sala de aula.

Fortalece a comunicação

As tecnologias ajudam na construção de uma comunicação mais clara, direta e global. Uma
comunicação mais rápida e eficaz, que aproxima não só alunos dos professores, mas também os
responsáveis da escola. Como no uso das agendas digitais, onde é possível enviar todas as
informações escolares, com apenas alguns cliques.

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Vale lembrar que a tecnologia sozinha não transforma a educação, é preciso ter um objetivo
pedagógico, onde a tecnologia se torna o meio para alcançá-lo e o professor é o mediador e o
orientador do uso das tecnologias em sala de aula.

Papel político do supervisor


A educação é um processo de transformação do ser humano no qual faz com que ele desenvolva
suas potencialidades de acordo com o ambiente em que vive, para que isto ocorra o ser humano
precisa de referências sendo como principais as referências familiares, sociais e culturais.

Supervisor escolar e a globalização

O ser humano adquire diferentes maneiras e hábitos como o modo de ser, agir, pensar e sentir
com essas diferenças ocorre mudanças que se dão através do processo de globalização; que é
uma nova concepção de sociedade na qual estamos completamente envolvidos sendo que esse
envolvimento se dá desde o nascimento e passa por diversas experiências cotidianas no meio
familiar, social e escolar, até mesmo quando morremos, pois, estamos em constante
transformação.

Ao longo da vida passamos a conviver com diferentes fontes de saberes tanto dentro como fora
das experiências escolares e em cada experiência dessas aprendemos as diferentes maneiras e
atitudes.

Com a globalização podemos perceber grandes desafios para a escola, pois esta vem ocupando
um espaço significativo na rotina diária de crianças e jovens, pois além da arte de ensinar ela
passa a transmitir valores que são fundamentais para a vida em sociedade.

Hoje em dia a escola constitui um espaço de aprendizagem completa, ou seja, um tipo de


aprendizagem onde se estudam desde os conteúdos curriculares até a formação de cidadãos.
Atualmente a escola deixa de ser um ambiente sombrio e opressivo como era no passado
passando a ser um estabelecimento de diálogo e liberdade com desenvolvimento harmônico e
prazeroso em seu ambiente, pois os profissionais da educação tratam à cultura e valores morais
e éticos.

Para que isto possa ocorrer é preciso que o trabalho do profissional da educação se constitua
num compromisso político, pedagógico e coletivo para poder cumprir melhor a tarefa de formar
cidadãos, dentro desta expressão percebe-se que há uma hierarquia dentro do contexto escolar.
Ocorre-se o trabalho do educador e para que esse trabalho possa ter sentido precisa se do
trabalho dos demais membros do ambiente escolar. Nas quais entra o aluno, o professor, o
supervisor, diretor e demais membros da escola.

O supervisor escolar, objeto de pesquisa do presente estudo, cuja função é orientar o grupo de
professores, desafiar, instigar, questionar, motivar, despertando neles o desejo, o prazer, o
envolvimento com o trabalho desenvolvido e dividindo as alegrias dos resultados obtidos.

A ação do supervisor escolar é atribuída a funções complexas, de apoio e parceria com o


professor o tipo de relação que ele estabelece com o grupo de professores, ao qual lidera, passa
a ser a essência do desenvolvimento de seu trabalho. O Supervisor Escolar, portanto, é o
profissional organizador ou orientador do trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores
em uma escola.

O papel do supervisor escolar

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Em relação a todos os profissionais das instituições de ensino o supervisor é quem estabelece o
posicionamento de fazer, agir, movimentar e envolver-se interagindo na comunidade dos
relacionamentos na escola, em sala de aula nas quais os alunos estão inseridos.

Para Medina (1997), o trabalho do supervisor, centrado na ação do professor não pode ser
confundido como assessoria ou consultoria, por ser um trabalho que requer envolvimento e
comprometimento.

Segundo a autora o supervisor escolar tem como objeto de trabalho a produção do professor –
o aprender do aluno – e preocupa-se de modo especial com a qualidade dessa produção.
Portanto, o objeto de trabalho do supervisor é a aprendizagem do aluno através do professor,
onde ambos trabalham como numa equipe um dependendo do outro. Considera-se o papel
fundamental do supervisor: ser o grande harmonizador do ambiente da escola.

Para Alves (1994), o supervisor deve ser o profissional encarregado do controle de qualquer
ação, o supervisor escolar deve ser o encarregado de promover a interação entre teoria e
prática, entre pensamento e ação.

Segundo a autora o supervisor escolar é um profissional que faz o elo entre os diferentes setores
da escola que cuidam diretamente com o ensino e a aprendizagem, e com as relações com os
pais dos alunos. O supervisor escolar tem como objeto de trabalho não só os professores e
alunos, mas sim os pais de alunos também.

Frente os resultados encontrados na escola o supervisor apresenta-se como um líder, pois ele
coloca resultados, dinamiza encontro e orienta conceitos e práticas na escola. O supervisor
reúne conhecimento para buscar soluções para as questões escolares fazendo do espaço escolar
intercâmbio de experiências buscando sempre uma alternativa para um novo caminhar.

O papel do supervisor na avaliação externa

Nas duas últimas décadas foi implantado o sistema de avaliação educacional externa no qual
vem crescido muito no Brasil o interesse amplo por avaliações externas.

Segundo Castro (2009) se há uma política que avançou no Brasil, nos últimos 15 anos, foi à
implantação dos sistemas de avaliação educacional. Neste período, inúmeras iniciativas deram
forma a um robusto e eficiente sistema de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino,
consolidando uma efetiva política de avaliação educacional.

A autora relata que o objetivo da avaliação escolar externa e da avaliação educacional no Brasil
é hoje, sem dúvida, instrumento fundamental do processo de prestação de contas à sociedade
e de enriquecimento do debate público sobre os desafios da educação no país; pois essas
avaliações permitem a construção de um diagnóstico no sistema de ensino nos quais esses
diagnósticos são focados na aprendizagem e na escola.

Nessa realização de avaliações em grande escala percebe-se que essas avaliações permitem a
construção de um diagnóstico no sistema de ensino; revelando resultados em diversos
momentos no percurso escolar do educando para conhecer melhor a dinâmica dos processos e
resultados dos sistemas educacionais gerando correções e distorções no ensino, podendo
observar se a escola está ensinando aquilo que é necessário ensinar.

Em relação a esses resultados e perspectivas a maioria dos autores que opinam em relação ao
tema defendem a necessidade de melhorar a eficiência dos sistemas educativos e de fomentar
a responsabilidade social e profissional pelos resultados da educação.

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Na verdade, ainda não aprendemos a usar, de modo eficiente, os resultados das avaliações para
melhorar a escola, a sala de aula, a formação de professores, na qual a avaliação perde sentido
para os principais protagonistas da educação: alunos e professores. Frente esse resultado surgiu
à necessidade e a importância da valorização do supervisor escolar.

Com esses resultados o supervisor formula, implementa e ajusta melhorias para que o professor
ministre melhor suas aulas atingindo padrões de qualidade compatíveis com as novas exigências
pelo qual acaba sendo um ciclo, um dependendo do outro.

Para castro (2009), o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – Saeb, o Exame
Nacional do Ensino Médio – Enem e mais recentemente a Prova Brasil apresentam distintas
características e possibilidades de usos de seus resultados para que as informações avaliativas
sirvam também para o próprio processo de formulação, implementação e ajuste de políticas
educacionais.

Pode-se perceber que o principal desafio é definir estratégias de uso dos resultados para
melhorar a sala de aula e a formação dos professores, de modo a atingir padrões de qualidade
compatíveis com as novas exigências da sociedade do conhecimento.

Atualmente estamos passando por mudanças em nosso que cotidiano que por muitas vezes não
sabemos o como conduzir, essa mudança vem ocorrendo em maneiras tão proporcionais que
vem interferindo em todos os ambientes pelo qual circulamos. Em termos de escola, por
exemplo, está vem enfrentando dificuldades de ordem social e econômica, sejam elas públicas
ou privadas, o que se reflete diretamente no desenvolvimento do trabalho pedagógico
desenvolvido. Cabendo ao Supervisor escolar se responsabilizando por fatores que ele deve
interferir e intervir para um melhor resultado nas avaliações escolares com a finalidade de
contribuir efetivamente com a qualificação do trabalho docente passando a se encontrar em
novos desafios e com o objetivo de formar-se para poder formar, servir para poder liderar, agir
para poder transformar.

Espaço como elemento curricular


O nosso objetivo é reconhecer como a organização do espaço físico influencia os
comportamentos das pessoas e como o educador pode organizar ambientes em função do que
pretende atingir.

CONCEPÇÕES DE DESENVOLVIMENTO E SUA INFLUÊNCIA NA ORGANIZAÇÃO DOS AMBIENTES

Foram observadas creches que atendiam crianças de famílias de baixa renda, cujas instituições
apresentavam as seguintes características:

· Havia um adulto para cada 15 crianças de até 3 anos;

· As atendentes tinham baixo nível educacional e péssimas condições de trabalho;

· As instalações físicas eram precárias;

· Dava-se ênfase ao atendimento das necessidades físicas das crianças, sem preocupação com
as afetivas, sociais e cognitivas;

· O atendimento era centralizado na atendente, o que exigia dessa profissional um ritmo


acelerado de trabalho;

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· Eram longos os momentos de espera para a criança, com poucas oportunidades para ocorrer
interação adulto/criança e nenhuma preocupação com o relacionamento entre crianças;

· Os ambientes, em geral, eram pouco mobiliados, quase sem equipamentos e enfeites, e eram
raros os objetos disponíveis para as crianças.

Baseadas nestas características podem dizer que o entendimento deles é:

· Que a criança precisa espaço amplo, aberto e vazio, havendo uma valorização das atividades
físicas;

· Que a criança pequena é incapaz de envolver-se e manter-se em determinadas atividades;

· Que o modelo educacional a ser seguido deve ser aquele que é centralizado no adulto. O
modelo escolar tradicional, em que o professor é o centro da sala de aula.

Podemos agora afirmar qual concepção, seja a mais adequada para a creche como um espaço
de educação:

· A creche é um contexto de socialização de crianças pequenas;

· Na maior parte do tempo, a criança pode e deve escolher as atividades que ele deseja realizar;

· Um adulto pode cuidar simultaneamente de várias crianças, sendo que os parceiros mais
disponíveis para a interação são as outras crianças, geralmente seus coetâneos, isto é, as que
têm a mesma idade.

Lina Iglesias Forneiro afirmar os aspectos que condicionam a tomada de decisões dos
professores na organização do espaço.

· Elementos contextuais -> o ambiente, a escola e a sala de aula.

· Elementos pessoais -> as crianças e os professores.

Elementos Contextuais

Ambiente

· Pode ser definido de acordo com as condições climáticas.

· Há também os recursos do ambiente, que podem ser espaços naturais ou construídos.

Escola

· Condições arquitetônicas - três aspectos são especialmente relevantes.

- Maior ou menor antiguidade do edifício.

- A concepção de escola em seu conjunto.

- A localização da sala de aula.

· Espaços de uso comum.

- Para determinadas atividades – EX: sala para realizar atividades de psicomotricidade, sala de
artes plásticas, sala de projeções audiovisuais, ginásio etc.

- Salão – para jogos coletivos.

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- Espaços externos – devemos considerar se é revestido de terra, ou se é calçado, se tem grama,
árvores etc.; se tem equipamentos como balanços, tobogãs, estruturas para subir, cabanas,
pistas para andar de triciclo e carrinhos, labirintos etc.

- Banheiro – precisa ser cuidadosamente planejado, levando-se em conta os aspectos de higiene.

- Cozinha, lactário e despensa.

- Lavanderia e área de serviço.

- Recepção ou entrada.

- Administração.

- Sala de reunião.

- Vestiário e sanitário dos funcionários – é preciso existir um espaço para a troca de roupas e os
funcionários não devem usar os sanitários infantis.

Sala de aula

· Elementos estruturais – é o espaço fixo, tais como:

O Dimensão da sala de aula – deve-se seguir os padrões determinados em lei.

O Existência apenas da sala de aula ou de algum outro espaço anexo.

O Posição das janelas – devem permitir às crianças verem o que ocorre fora da sala de aula.

O Existência ou não de pontos de água e a sua localização.

O Presença de armários embutidos ou de estantes fixas.

O Tipo de piso.

· Mobiliário – pode variar em dois aspectos:

O Quantidade.

O Tipo – levar em consideração os seguintes aspectos: leveza, polivalência e funcionalidade.

· Decoração – a sala de aula pode estar decorada de tal modo que eduque a sensibilidade
estética infantil.

· Materiais – podem variar em dois aspectos:

O Quantidade – conceito relativo. A carência de materiais é tão negativa quanto o seu excesso.

· Tipo – destacam-se três aspectos fundamentais apresentados abaixo.

O Variedade.

O Segurança.

O Organização.

Elementos pessoais

Crianças – é importante considerar, com relação às crianças, os seguintes itens.

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· Idade.

· Necessidades que apresentam.

· Características do ambiente do qual procedem.

Professores – o modelo educativo que os professores irão adotar vai ser percebido por meio da
sua prática pedagógica.

· Valores e ideologia.

· Experiência profissional anterior.

· Criatividade. Aspectos pessoais.

Critérios para uma adequada organização dos espaços da sala de aula

Estruturação por áreas – são chamados por diferentes nomes: cantos didáticos, laboratórios,
centros de interesse, atelier, oficinas, cantinhos e outros mais. Trata-se, na verdade, de espaços
de vivências e de aprendizagem que podem ser utilizados por crianças da mesma idade ou de
idades diferentes. Como vão ser estruturadas essas áreas e quais as atividades que serão
oferecidas vão depender da programação de cada professor e da sua proposta educativa. As
áreas de trabalho podem estar bem delimitadas. Isso vai favorecer o desenvolvimento da
autonomia das crianças. Há dois tipos de delimitação: a forte e a fraca. É interessante haver na
sala de aula alguma área indefinida da qual as crianças possam “apropriar-se” de um modo
criativo em algum momento.

Transformação ou conversibilidade.

Favorecimento da autonomia das crianças.

Segurança.

Diversidade.

A polivalência – as diferentes áreas podem oferecer várias possibilidades de utilização nos mais
diversos momentos do dia.

Sensibilidade estética.

Pluralidade - ter na sala de aula elementos que mostrem as diversidades pessoal, étnica, social
e cultural.

Funções da organização do ambiente – o espaço é um componente curricular, ou seja, existem


elementos do espaço físico da sala de aula que se constituem em determinados ambientes de
aprendizagem.

Estudos sobre arranjo espacial

· Semiaberto – são zonas que permitem à criança ver todos os espaços ao seu redor, inclusive
os adultos e as outras crianças.

· Aberto – é comum haver um espaço central vazio.

· Fechado – quando há barreiras físicas.

Uma experiência: creche em Régio Emília

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O projeto da creche Arcobaleno foi elaborado em 1975 e realizado em 1976. Os critérios que
nortearam a elaboração do projeto arquitetônico, como deve-se esperar, procuraram seguir os
objetivos e as linhas programáticas da proposta educacional. Observou-se a interação e a
participação entre adultos e crianças e, também, a necessidade de conciliar as exigências de livre
exploração das crianças com as exigências de segurança e de individualização. Contudo, procura-
se atender não apenas as necessidades das crianças, mas também as dos adultos,
frequentemente negligenciados nas creches tradicionais. É interessante perceber que nas salas
específicas para cada turma, houve uma preocupação em definir espaços voltados para as
crianças que desejarem ficar sozinhas em alguns momentos.

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