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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO.............................................................................................4
II. COMPONENTES DE PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM................5
2.1.O Processo de Ensino..............................................................................5
2.2.O Processo de Aprendizagem.................................................................5
2.3.Os componentes pessoais.......................................................................9
2.4.Os componentes não pessoais................................................................9
III. CONCLUSÃO.........................................................................................11
IV. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................12
I. INTRODUÇÃO

O sistema educacional clássico, em sala de aula, pode ser modelizado


pela relação entre três elementos: o professor, o aluno e o conteúdo a ser
aprendido. Cada par de relação destes três elementos implica em ações
didático-pedagógicas diferenciadas e influenciadas pelo contexto histórico e
social ao qual os elementos estão inseridos.

Um dos processos mais complexos e fascinantes do pensamento


humano é o do ensino-aprendizagem. Identificar o modo de funcionamento
cognitivo durante a aquisição de um novo conteúdo seria muito útil na
elaboração das estratégias pedagógicas. No entanto, o funcionamento
cognitivo está longe de ser simples e a grande quantidade de variáveis que
ele traz nos incita à elaboração e à prática de diferentes métodos de
ensino.

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II. COMPONENTES DE PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
II.1. O Processo de Ensino

O ensino consiste na resposta planejada às exigências naturais do processo


de aprendizagem. Daí que mais o importante é o professor acompanhar a
aprendizagem do aluno do que se concentrar demasiadamente no assunto a ser
ensinado, ou mesmo nas técnicas didáticas como tais. O ensino é visto como
resultado de uma relação pessoal do professor com o aluno.

O segredo do bom ensino é o entusiasmo pessoal do professor, que vem do


seu amor à ciência e aos alunos. Esse entusiamo pode e deve ser canalizado,
mediante planeamento e metodologia adequados; sobre tudo o estímulo ao
entusiasmo dos alunos pela realização, por iniciativa própria, dos esforços
intelectuais e morais que a aprendizagem exige.

As instituições de ensino precisam formar seu corpo docente com


professores que tenham uma autêntica vocação para ensinar; e dar-lhes todo
apoio e incentivos para que o façam com liberdade e tranquilidade. Para obter
resultados ótimos, o processo natural de aprendizagem, facilitá-lo e incrementá-lo.

II.2. O Processo de Aprendizagem

Conforme a teoria de PIAGET (1969), o pensamento é a base em que se


assenta a aprendizagem, é a maneira de a inteligência manifestar-se, e a
inteligência, por sua vez, é um fenómeno biológico condicionado pela base
neurónica do cérebro e do corpo inteiro, sujeito ao processo de maturação do
organismo.

A inteligência desenvolve uma estrutura e um funcionamento, e o próprio


funcionamento vai modificando a estrutura. Isto é, a estrutura não é fixa e
acabada, mas dinâmica, um processo de construção contínua. A construção se
faz mediante a interação do organismo com seu meio ambiente, visando adaptar-
se a ele para sobrevier e realizar o potencial vital deste organismo.

Ao contrário de Piaget, SKINNER (1968) não se interessa pelas estruturas


mentais, explicando o comportamento e a aprendizagem como consequência dos
estímulos ambientes. Sua teoria se fundamenta no poderoso papel da
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“recompensa” ou “reforço” e parte da premissa fundamental de que toda acção
que produza satisfação tenderá a ser repetida e aprendida.

GAGNÉ (1971), por sua vez, destacou a importância de uma hierarquia de


tipos de aprendizagem que vão da simples associação de estímulos à
complexidade da solução de problemas. Sua tipologia ou classificação de tipos de
aprendizagem indica a necessidade de utilização, de ensino, quais são:

 Aprendizagem de signos (reflexo condicionado);


 Aprendizagem Estimulo-Resposta (condicionamento operante);
 Aprendizagem em Cadeia (série de ligações estímulo-resposta);
 Aprendizagem de Associações verbais (tipo complexo de aprendizagem
em cadeia);
 Aprendizagem de Discriminações Múltiplas (processos de associações e
discriminações);
 Aprendizagem de Conceitos (entendimento de propriedades abstratas);
 Aprendizagem de Princípios (relação entre dois ou mais conceitos);
 Aprendizagem de Resolução de Problemas (elaboração de um novo
princípio combinando princípios já aprendidos.

As teorias acima mencionadas indicam alguns conceitos comuns para o


entendimento do processo de aprendizagem, os quais podem ser assim
resumidos:

1. O agente da aprendizagem é o aluno, sendo o professor um orientador


e facilitador;
2. As diferenças individuais entre os alunos devem ser respeitadas e a
aprendizagem de ser acompanhada de maneira mais individualizada;
3. A aprendizagem de qualquer assunto requer uma continuidade ou
sequência lógica e psicológica;

Para Fernández (1998), as reflexões sobre o estado actual do processo


ensino aprendizagem nos permite identificar um movimento de ideias de
diferentes correntes teóricas sobre a profundidade do binômio ensino e
aprendizagem.

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As contribuições da teoria construtivista de Piaget, sobre a construção do
conhecimento e os mecanismos de influência educativa têm chamado a atenção
para os processos individuais, que têm lugar em um contexto interpessoal e que
procuram analisar como os alunos aprendem, estabelecendo uma estreita relação
com os processos de ensino em que estão conectados.

Os mecanismos de influência educativa têm um lugar no processo de ensino


aprendizagem, como um processo onde não se centra atenção em um dos
aspectos que o compreendem, mas em todos os envolvidos.

Se analisarmos a situação atual da prática educativa em nossas escolas


identificaremos problemas como: a grande ênfase dada a memorização, pouca
preocupação com o desenvolvimento de habilidades para reflexão crítica e
autocrítica dos conhecimentos que aprende; as ações ainda são centradas nos
professores que determinam o quê e como deve ser aprendido e a separação
entre educação e instrução.

A solução para tais problemas está no aprofundamento de como os


educandos aprendem e como o processo de ensinar pode conduzir à
aprendizagem.

O processo de ensino-aprendizagem tem sido historicamente caracterizado


de formas diferentes, que vão desde a ênfase no papel do professor como
transmissor de conhecimento, até as concepções atuais que concebem o
processo de ensino-aprendizagem com um todo integrado que destaca o papel do
educando.

Nesse último enfoque, considera-se a integração do cognitivo e do afetivo,


do instrutivo e do educativo como requisitos psicológicos e pedagógicos
essenciais.

A concepção defendida aqui é que o processo de ensino-aprendizagem é


uma integração dialética entre o instrutivo e o educativo que tem como propósito
essencial contribuir para a formação integral da personalidade do aluno. O
instrutivo é um processo de formar homens capazes e inteligentes.

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Entendendo por homem inteligente quando, diante de uma situação
problema ele seja capaz de enfrentar e resolver os problemas, de buscar soluções
para resolver as situações. Ele tem que desenvolver sua inteligência e isso só
será possível se ele for formado mediante a utilização de atividades lógicas.

O educativo se logra com a formação de valores, sentimentos que


identificam o homem como ser social, compreendendo o desenvolvimento de
convicções, vontade e outros elementos da esfera volitiva e afetiva que junto com
a cognitiva permitem falar de um processo de ensino-aprendizagem que tem por
fim a formação multilateral da personalidade do homem.

A eficácia do processo de ensino-aprendizagem está na resposta em que


este dá à apropriação dos conhecimentos, ao desenvolvimento intelectual e físico
do estudante, à formação de sentimentos, qualidades e valores, que alcancem os
objetivos gerais e específicos propostos em cada nível de ensino de diferentes
instituições, conduzindo a uma posição transformadora, que promova as ações
coletivas, a solidariedade e o viver em comunidade.

A concepção de que o processo de ensino-aprendizagem é uma unidade


dialética entre a instrução e a educação está associada à ideia de que igual
característica existe entre ensinar e aprender. Esta relação nos remete a uma
concepção de que o processo de ensino-aprendizagem tem uma estrutura e um
funcionamento sistêmico, isto é, está composto por elementos estreitamente
interrelacionados.

Todo acto educativo obedece determinados fins e propósitos de


desenvolvimento social e econômico e em consequência responde a
determinados interesses sociais, sustentam-se em uma filosofia da educação,
adere a concepções epistemológicas específicas, leva em conta os interesses
institucionais e, depende, em grande parte, das características, interesses e
possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades
escolares e demais factores do processo.

A visão tradicional do processo ensino aprendizagem é que ele é um


processo neutro, transparente, afastado da conjuntura de poder, história e
contexto social. O processo ensino-aprendizagem deve ser compreendido como

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uma política cultural, isto é, como um empreendimento pedagógico que considera
com seriedade as relações de raça, classe, gênero e poder na produção e
legitimação do significado e experiência.

Tradicionalmente este processo tem reproduzido as relações capitalistas de


produção e ideologias legitimadoras dominantes ao ignorarem importantes
questões referentes às relações entre conhecimento x poder e cultura x política.

O produto do processo ensino-aprendizagem é o conhecimento. Partindo


desse princípio, concebe-se que o conhecimento é uma construção social, assim
torna-se necessário examinar a constelação de interesses econômicos, políticos e
sociais que as diferentes formas de conhecer podem refletir. Para que o processo
ensino-aprendizagem possa gerar possibilidades de emancipação é necessário
que os professores compreendam a razão de ser dos problemas que enfrentam e
assuma um papel de sujeito na organização desse processo.

As influências sociopolíticas e económicas, exercem sua acção inclusive nos


pequenos actos que ocorrem na sala de aula, ainda que não sejam conscientes.
Ao selecionar algum destes componentes para aprofundar deve-se levar em conta
a unidade, os vínculos e os nexos com os outros componentes.

O componente é uma propriedade ou atributo de um sistema que o


caracteriza; não é uma parte do sistema e sim uma propriedade do mesmo, uma
propriedade do processo docente-educativo como um todo. Identificamos como
componente do processo de ensino-aprendizagem:

II.3. Os componentes pessoais


• Professor
• Aluno.
II.4. Os componentes não pessoais

PROBLEMA: É o componente do PEA que expressa a necessidade social.


Constitui a situação presente no objecto de estudo e que requer a ação de um
sujeito para a sua transformação, para satisfazer a necessidade e cumprir o
objetivo (Por que se ensina e aprende?);

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OBJETO: Consiste na parte da realidade portadora do problema. Ao
desenvolver-se, transforma-se na solução para o problema, alcançando o objetivo
(Que se desenvolve?);

OBJETIVO: São as finalidades ou as aspirações que se pretendem alcançar


no PEA para conseguir as transformações desejadas nos alunos/estudantes (Por
que se ensina e aprende?);

CONTEÚDO: Constitui aquela parte da cultura acumulada pela humanidade


que deve ser objeto de aprendizagem pelos estudantes, para cumprir os objetivos
(O que se ensina e aprende?);

MÉTODO: Consiste no modo, ou seja, a sequência que se deve seguir no


PEA para que os alunos se apropriem do conteúdo e cumpram os objetivos
(Como se ensina e aprende?);

MEIOS: São os objetos materiais que se utilizam no PEA como suporte dos
métodos, para que os alunos se apropriem do conteúdo de uma maneira mais
eficiente e eficaz e cumpram os objetivos (Com que se ensina e aprende?);

FORMAS ORGANIZATIVAS: A organização externa que o processo adota


em consonância com o conteúdo a assimilar e os objetivos a atingir pelos
estudantes (Como organizar a relação-estudante/aluno?);

AVALIAÇÃO: Expressas as transformações alcançadas pelos alunos, que


satisfazem ou não o objetivo (Em que medida se aprendeu?).

Avaliação é o elemento regulador, sua realização oferece informação sobre a


qualidade do processo de ensino aprendizagem, sobre a efectividade dos outros
componentes e das necessidades de ajuste, modificações que o sistema deve
usufruir.

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III. CONCLUSÃO

A integração de todos os componentes forma o sistema, neste caso o


processo de ensino-aprendizagem. As reflexões sobre o carácter sistêmico dos
componentes do processo de ensino-aprendizagem e suas relações são
importantes em função do carácter bilateral da comunicação entre professor-
aluno; aluno-aluno, grupo-professor, professor-professor.

Portanto, qualquer que seja a tendência privilegiada pela instituição ou pelo


professo, existem alguns pontos ou princípios que devem ser comuns a todos
que se preocupam com a real aprendizagem do aluno.

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IV. BIBLIOGRAFIA

Santos, S. C. (1 de Janeiro/Março de 2001). O PROCESSO DO ENSINO-


APRENDIZAGEM E A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO. APLICAÇÃO DOS
SETES PRINCÍPIOS PARA BOA PRÁTICA NA EDUCAÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR, pp. 70-71. Obtido de
file:///C:/Users/Filho%20Abdeel/Downloads/Componentes%20da
%20Aprendizagem/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf
FERNÁNDEZ. Fátima Addine. Didática y optimización del processo de
enseñanzaaprendizaje. IN: Instituto Pedagógico Latinoamericano y Caribeño – La
Havana – Cuba, 1998
CAPRA, Fritjof – A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 1996 D’AMBRÓSIO,
Ubiratan. Educação para uma sociedade em transição. Campinas, SP: Papirus,
1999

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