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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Educação e Comunicação

Psicopedagogia, Período diurno.

Cadeira de Psicopedagogia

Motivação da aprendizagem

Nome do estudante: Cristiana Maria João

Docente: Hermenegilda Correia

Nampula, Março de 2024

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Índice
1. Introdução: .......................................................................................................... 3

1.1 Motivação da aprendizagem ................................................................................ 3

2.1 Conceitos da Motivação na Aprendizagem .......................................................... 4

3.1 Importância da Motivação na aprendizagem ........................................................ 5

4. Tipos de motivação ................................................................................................ 7

5. Conclusão:............................................................................................................. 8

Referencias Bibliograficas ...................................... Erro! Marcador não definido.10

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Introdução:

Este trabalho tem como objectivo reflectir sobre o papel da motivação para a
aprendizagem escolar, buscando compreender fenómenos que interferem para que os
alunos se sintam desmotivados à dedicação pela arte de explorar os multidisciplinares
caminhos do conhecimento. Na nossa experiência em sala de aula observa-se que o
gosto pelos estudos tem sido dificultado pelo desinteresse dos alunos à aprendizagem,
levando-os a crer que hoje um dos grandes problemas enfrentados pelas escolas
brasileiras, especialmente as públicas é a falta de motivação entre os docentes. Essa
realidade torna o processo de ensino e aprendizagem um desafio a ser enfrentado
quotidianamente pelos professores, bem como por todos os profissionais que integram o
universo da educação escolar. Inúmeros são os motivos apontados pela literatura que
contribuem para a presença da desmotivação e também o que isto pode trazer de
consequências adversas para o desenvolvimento intelectual do aluno. Motivos de
origem familiar, de diferenças culturais e socioeconómicas, assim como factores que
estão enraizados na própria sala de aula e que ocasionam o desinteresse do aluno em
explorar o universo dos conteúdos sugeridos pelo professor. Outro motivo que
influencia na falta de motivação diz respeito aos recursos didáticos, bem como as
práticas pedagógicas que já não seriam tão eficazes para imprimir no aluno o interesse
pelas aulas.

1.1. Motivação da aprendizagem

O conceito de motivação pode se exemplificar como um factor psicológico ou como um


processo, actualmente a palavra também apresenta uma nova conotação, ao que se
refere a metas pessoais. Várias teorias tentam explicar a motivação para aprender, mas
dois conceitos são fundamentais pra essa compreensão.
Segundo Libaneo (1994), refere que:

A motivação extrínseca e a intrínseca. Para alguns autores a motivação pode ser


considerada um tipo de energia que impulsiona alguém em determinada direcção, um
aspecto interno da pessoa que faz com que a mesma busque realizar algo, neste sentindo
ela seria subjectiva, portanto algo intrínseco do indivíduo, não sendo possível então o
professor motivar o aluno. (p.78)

Assim o indivíduo realiza uma actividade pelo prazer que ela proporciona, relacionada
ao interesse da própria actividade, com um fim em sim mesma e não como um meio

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para as outras. Esta acção intrínseca está fundamentada por três características:
determinação, competência e satisfação em fazer algo próprio e familiar.

Assim na escola a própria matéria de estudo poderá despertar na pessoa uma atracção
que o impulsiona a vencer obstáculos e ter sucesso na aprendizagem. Uma característica
importante desta definição é a autonomia e o autocontrole. (Libaneo, 1997, p.55).

Na motivação extrínseca o estímulo é algo externo, que também impulsiona o indivíduo


em determinada direcção, fazendo-o agir. Como exemplo desses estímulos seria receber
recompensas materiais ou sociais; evitar punições, ou sentir-se pressionado. Este pode
ser de várias naturezas como a económica, social, moral e política, e está relacionada às
rotinas que vamos aprendendo ao longo de nossas vidas. (Sprinthall, 1997, p.77).

Na concepção behaviorista ou comportamental a motivação corresponde ao conjunto de


estímulos eficazes a modificação do comportamento. Não necessariamente recorrendo
às condições fisiológicas das necessidades essenciais de sobrevivência. (Carvalho,
2002).

Dentro do estudo da motivação, a teoria da Escola Hierárquica das Necessidades


Humanas Básicas de Maslow é uma das teorias mais conhecidas, ela apresenta-se como
um processo racional, pelo qual a motivação acontece através de níveis de necessidades.

2.1 Conceitos da Motivação na Aprendizagem

A motivação é um tema da área de Psicologia que tem sido intensamente discutido há


décadas. Existe uma variedade de enfoques sobre o que faz uma pessoa ser motivada,
todavia, na própria complexidade do assunto, não existe uma concepção universalmente
aceita entre os estudiosos.
De acordo com Piletti, (2006), Quanto maior a motivação do aluno para aprender, mais
disposição para estudar e mais êxito terá. Em virtude disso, os especialistas em
aprendizagem enfatizam a importância de o aluno estar motivado para aprender. Assim,
toda aprendizagem pressupõe algum tipo de motivação (p.44)

Por essa razão, esta temática é importante, uma vez que conhecer os factores
motivacionais que interferem na aprendizagem escolar ajuda o professor a definir ou

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redefinir sua prática pedagógica, como também, garante-lhe a compreensão do seu
verdadeiro papel no ato de ensinar.

Na mesma linha de pensamento Libaneo (1994), refere que a motivação é


provavelmente o factor mais importante, a fim de melhorar a aprendizagem. A
abordagem metodológica empregada nesta pesquisa consiste em uma revisão
bibliográfica com intuito de obter informações sistematizadas, sintetizadas e
reelaboradas a partir de reflexões críticas dos autores e construir (ou reconstruir) ideias
criando um arcabouço teórico capaz de sustentar ou subsidiar abordagens referentes ao
fazer docente na Educação. (p.56)

Segundo Piletti, (2006), diz que os processos motivacionais tem sido foco de estudos
na área da educação, por ser considerado um dos factores que favorecem a
aprendizagem, o professor faz parte deste processo e da dinâmica escolar como
mediador nas salas de aula. (p44)

Na mesma linha de pensamento Sprinthall (1997), refere que a motivação exerce um


papel fundamental na aprendizagem e no desempenho em sala de aula. A motivação
pode afectar tanto a nova aprendizagem quanto o desempenho de habilidades,
estratégias e comportamentos previamente aprendidos. A motivação pode influenciar o
que, quando e como aprendemos em todas as fases do desenvolvimento humano. (p.56)

2.2. Importância da Motivação na aprendizagem

Na mesma linha de pensamento Piletti (2006) refere que a falta de motivação traz
muitos prejuízos à trajectória escolar dos estudantes, ela causa uma queda de
investimento pessoal de qualidade nas tarefas de aprendizagem, além de que alunos
desmotivados estudam muito pouco ou nada e, consequentemente, aprendem muito
pouco (p.78)
De acordo com Libaneo (1994), A partir da certeza que a motivação possui um papel
significativo na vida do aluno, por estar atrelada tanto a um maior engajamento nas
tarefas que permeiam o contexto escolar quanto à formação integral de um cidadão
crítico e realizado (p.56)

Sugere-se, pensar na importância da sua vivência no ambiente estudantil formal.


Conforme Libaneo (1994) afirma, alguns factores relacionados a esse processo de
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evasão podem estar associados aos valores, atitudes e comportamentos dos próprios
alunos, e outros às questões institucionais, como, por exemplo, a falta de recursos
escolares e falta de apoio familiar.

O fato é que, sejam quais forem os factores que estão relacionados ao fenómeno, grande
parte deles pode ter impacto na motivação do estudante e também dos professores

Sendo assim, observa-se a necessidade de uma visibilidade maior desse tema para a
realização e o sucesso de todos na instituição escolar. A motivação deve ser apresentada
como mais uma ferramenta que contribuirá com o processo de aprendizagem na sala de
aula, porque ela será aliada do aluno e do professor, que a utilizará como estímulo ao
fazer pedagógico.

Algumas consequências decorrentes do déficit na motivação do aluno podem ter relação


directa em seu processo de aprendizagem e, no caso dos professores, teria relação
directa com factores componentes ao ensino. Isso, também, devido ao fato deste ser
desvinculado de uma compreensão da realidade e entendimento do estudante como um
todo.

Segundo Sprinthall, (1997), refere que:

A motivação no contexto escolar é determinante na qualidade do ensino e da


aprendizagem e o professor tem um grande impacto na motivação dos alunos, assim
como também o aluno tem um grande impacto na motivação dos professores. Um
professor desmotivado a ensinar se reflecte em um aluno desmotivado a aprender. (p.55)

Desde modo, quando não há atrelamento de saberes e interesses de ambas as partes, não
há motivação e o fazer pedagógico se desfalece. Um professor desmotivado não motiva
o aluno a querer aprender e um aluno desmotivado não têm interesse em aprender, nem
motiva seu professor a fazê-lo, ou seja, se não há conexão de saberes e interesses de
ambas as partes para o ensino, não há motivação mútua (Piletti, 2006, p.54).

A ausência de interesse do aluno é um dos principais factores causadores da evasão


escolar e do fracasso na educação. A falta de compromisso dos familiares e uma
realidade quotidiana de valores primordiais necessário ao ser humano, influenciam os
alunos a se tornarem serem irresponsáveis e indisciplinares. No ambiente escolar,
muitos não vêem futuro no ensino.

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Segundo Piletti, (2006) seguindo este raciocínio, o professor tem muito a contribuir com
a construção de valores e enfrentamento de problemas voltados à aprendizagem, sendo
ele peça fundamental, sem retirar a importância da participação familiar ou do próprio
aluno. (p.75)

3.1. Tipos de motivação

Dois tipos de motivação têm sido amplamente incorporados no estudo com a


perspectiva motivadora escolar: a motivação extrínseca e a motivação intrínseca.
A motivação intrínseca tem sido associada directamente aos constructos de
competência, autodeterminação e autonomia, enquanto a motivação extrínseca articula-
se com a performance com vistas a uma recompensa fornecida por um agente externo.

Entende-se, pois, que a motivação intrínseca relaciona-se com as potencialidades do


indivíduo, com a sua própria capacidade de buscar e exercitar a necessidades e aptidões,
a fim de atingir a satisfação. (Sprinthall, 1997, p.65)

A motivação intrínseca é compreendida como sendo uma propensão inata e natural dos
seres humanos para envolver o interesse individual e exercitar suas capacidades,
buscando e alcançando desafios óptimos. Se é uma tendência natural do homem, então
quer dizer que ele não necessita de factores externos para sentir-se motivado, pois a
fonte geradora da motivação está em seu interior e a utiliza para suprir as necessidades
para inovar e criar.

No entender de Libaneo (1994) refere que:

Uma observação importante neste aspecto é que as pessoas podem se manifestar como
intrinsecamente motivadas para certas actividades enquanto para outras não. Além
disso, nem toda pessoa é motivada intrinsecamente para qualquer tarefa específica,
significando assim que os indivíduos estabelecem uma relação com a tarefa ou
actividade em si. Isto significa que o envolvimento intrínseco não é a manifestação de
um traço de personalidade e, sim, um estado vulnerável a condições sócio-ambientais.
(P.56)

E é nessa perspectiva que se apresenta a motivação extrínseca, associada com as


condições externas, as condições sócio-ambientais. Basta dizer que nesse tipo de
motivação o indivíduo relaciona-se com a resposta a uma determinada situação com a
qual ele poderá beneficiar-se, uma recompensa, por exemplo.

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Para Libaneo (1994), refere que:

A motivação extrínseca tem sido definida como a motivação para trabalhar em resposta
a algo externo à tarefa ou actividade, como para obtenção de recompensas materiais ou
sociais, de reconhecimento, objectivando atender aos comandos ou pressões de outras
pessoas ou para demonstrar competências e habilidades. Em outras palavras a
motivação extrínseca diz respeito à realização de uma actividade para atingir algo ou
porque conduz a um resultado esperado, contrastando assim com a motivação
intrínseca. (p.56)

Ela se caracteriza pela realização da acção pelo indivíduo, visando o reconhecimento ou


o recebimento de recompensas materiais ou sociais, enquanto a motivação intrínseca é
tida como autónoma, a extrínseca se relaciona com o controle externo, conforme visto
anteriormente.

A motivação do aluno para os estudos é considerada um factor muito importante para o


êxito escolar. Podemos definir motivação como uma força interior que estimula, dirige,
mobiliza a pessoa para uma acção com entusiasmo. A motivação para a aprendizagem
tornou-se uma chave para a educação, a sua ausência representa queda de qualidade na
aprendizagem. Alunos motivados a aprender estão aptos a se engajar em actividades que
acreditam que os ajudarão a aprender, como acompanhar cuidadosamente a instrução,
organizar mentalmente e ensaiar o material a ser material a ser aprendido. Um dos
objectivos de ensino para os professores é inspirar os alunos e incentivar e estimulá-los
a engajar-se no processo de aprendizagem de tal forma que eles comecem a gerar sua
própria motivação.

Como visto nos estudos a motivação pode ou não originar de um estímulo externo,
entretanto foi predominante que o professor exerce grande influência para que seus
alunos se mantenham motivados. E essencial que o professor conheça os fundamentos
da aprendizagem e as teorias sobre a motivação, pois somente saberão motivar para
aprendizagem quem conhece como os alunos aprendem. (Sprinthall, 1997, p.44)

Tendo em vista que a actividade escolar se realiza de forma colectiva e em um contexto


social, o professor deve criar um ambiente motivador. Isto significa desenvolver em sala
de aula situações de aprendizagem em que o aluno tenha papel activo na construção do
conhecimento, usando adequadamente os recursos didácticos, a avaliação formativa, as
estratégias de ensino e o conteúdo, proporcionando actividades desafiadoras.

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Conclusão:

Considerando a diversidade dos aspectos abordados, esse trabalho torna evidente a


importância que o papel da motivação e da aprendizagem significativa adquirem no
contexto da evasão escolar, o que vem a fomentar um campo de discussões cada vez
mais abrangente e significativo em torno dessa temática.
Como visto nos estudos a motivação pode ou não originar de um estímulo externo,
entretanto foi predominante que o professor exerce grande influência para que seus
alunos se mantenham motivados. E essencial que o professor conheça os fundamentos
da aprendizagem e as teorias sobre a motivação, pois somente saberão motivar para
aprendizagem quem conhece como os alunos aprendem. Tendo em vista que a
actividade escolar se realiza de forma colectiva e em um contexto social, o professor
deve criar um ambiente motivador. Isto significa desenvolver em sala de aula situações
de aprendizagem em que o aluno tenha papel activo na construção do conhecimento,
usando adequadamente os recursos didácticos, a avaliação formativa, as estratégias de
ensino e o conteúdo, proporcionando actividades desafiadoras.

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Referencias Bibliográficas:

Sprinthall, I. (2005). Estratégias da motivação. Rio de Janeiro, Brasil: Elsevier

Piletti, I. (2006).Aprendizagem de projectos. Lisboa, Portugal: Mc-hill.

Libaneo, D. T. B. (2004). Sistema de avaliação motivação. São Paulo, Brasil: UNIT

Libaneo, D.T. B. (2011). Introdução a aprendizagem. São Paulo, Brasil: Libras.

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