Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
JONATAN MICHEL
JONATAN MICHEL
RESUMO
Um dos muitos desafios encontrados no ensino atualmente está diretamente relacionado com
a falta de motivação dos alunos, por isso é preciso que a escola e os professores levem em
conta as interrelações entre o aluno/professor e variados métodos didáticos, o que se constitui
como importante instrumento no despertar da autodeterminação. Deve-se considerar que a
motivação é algo que precisa de um estímulo para acontecer, tratando de dois modos de
motivação temos a motivação intrínseca que aborda a parte intrapessoal do sujeito, no qual o
estímulo é a satisfação pessoal, o bem estar em ser útil ou realizar algo, por exemplo, gostar
de fazer desenho, e a motivação extrínseca aborda a área interpessoal, e tem haver com
recompensas na área social, no coletivo, por exemplo, o primeiro lugar num jogo de tênis de
mesa. Sabendo a importância das relações e do método didático diferenciado, é preciso
moldar as aulas através do conhecimento e análise da motivação dos alunos e mantê-la
frequente, podendo iniciar com uma recompensa no decorrer das aulas, a fim de que esta
motivação se torne algo recorrente e potencialize as capacidades do sujeito, elevando sua
autoestima e fazendo-o reconhecer seu papel na escola e a importância do conhecimento para
sua vida.
consciência da necessidade de aprender ou participar das aulas como um ato voluntário que
parte de si e não algo no sentido obrigatório. Neste contexto para que seja alcançado este
objetivo, é importante saber que:
As necessidades humanas, segundo Maslow, estão arranjadas numa hierarquia que
ele denominou de hierarquia dos motivos humanos. Conforme o seu conceito de
premência relativa, uma necessidade é substituída pela seguinte mais forte na
hierarquia, na medida em que começa a ser satisfeita. Assim, por ordem decrescente
de premência, as necessidades estão classificadas em: fisiológicas, segurança,
afiliação, auto-estima e auto-realização. A necessidade fisiológica é, portanto, a mais
forte, a mais básica e essencial, enquanto a necessidade de auto-realização é a mais
fraca na hierarquia de premência. (HESKETH & COSTA, 1980, p.01).
estratégia para elevar a motivação dos alunos que estão desmotivados. Nesta premissa
JESUS (2008) comenta que “[...] a utilização de recompensas pode resultar numa fase inicial
quando os alunos apresentam uma motivação muito baixa para as atividades escolares. No
entanto, quando os alunos começam a envolver-se nestas atividades, as estratégias deverão
ser diferentes, incentivando a sua motivação intrínseca.”
Então, visto que a recompensa é um empurrão motivacional, pode resultar dos
alunos menos motivados passar a caminhar para a auto-determinação, sabendo que o
comportamento do aluno muda em relação a proposta docente, pois o mesmo tem uma meta
a atingir e que exige um grau de comprometimento maior, onde isso podemos chamar de
estímulo. Ainda que haja sistema de recompensas e métodos variados de ensino, e relações
em sala que propiciem a troca de conhecimentos, o aluno enquanto sujeito da questão deve
ter consciência, ou tomar consciência do objetivo do para que ele está estudando ou o
porquê a escola é importante, sendo que não somente os fatores externos elevem a
movimentação deste aluno, mais sua autodeterminação que vem de si próprio o sustente
quando até mesmo não haja um estímulo desejado. Contudo, em todo este contexto, de
acordo com os PCNs de Ciências BRASIL (1998) “[...] a aprendizagem significativa
depende de uma motivação intrínseca, isto é, o aluno precisa tomar para si a necessidade e a
vontade de aprender”. Neste ponto não trata-se somente de estímulos externos
caracterizado pela evolução do aluno mediante seu comprometimento acendido pela
motivação, porém este, permanecendo constante na ação do aluno numa perpectiva
interpessoal , atingindo o objetivo principal que é o aprendizado, e se tratando deste ponto,
de modo a aprofundar este conhecimento a cerca da motivação intrínseca, existe:
Três necessidades psicológicas inatas, subjacentes à motivação intrínseca, são
propostas pela Teoria da Autodeterminação: a necessidade de autonomia, a
necessidade de competência e a necessidade de pertencer ou de estabelecer vínculos.
A satisfação das três é considerada essencial para um ótimo desenvolvimento e
saúde psicológica. Em situações de aprendizagem escolar, as interações em sala de
aula e na escola como um todo precisam ser fonte de satisfação dessas três
necessidades psicológicas básicas para que a motivação intrínseca e as formas
autodeterminadas de motivação extrínseca possam ocorrer.
( GUIMARÃES & BORUCHOVITCH, 2004, p.145)
pedagógica nos elementos que tratam da vontade do aluno, é preciso que o professor trate as
ações que ativam os alunos através de recompensa, como algo não frequënte levando os
alunos dependentes de tais práticas. Diante deste cenário que norteia a abordagem
pedagógica, é importante saber:
O ciclo dinâmico - privação, dominação, gratificação, ativação - continua, de modo
que todas as necessidades básicas (fisiológicas, segurança, afiliação e estima) sejam
satisfeitas e ocorra o surgimento da necessidade mais alta na hierarquia de Maslow:
a necessidade de auto-realização. A privação das necessidades superiores (estima a
auto-realização) não produz uma reação de emergência ou dou de desespero, como
pode acontecer com a privação das necessidades mais inferiores da hierarquia.
Muitas vezes, essas necessidades podem surgir não apenas a partir dagratificação
das necessidades inferiores, mas também como conseqüência da renúncia e
supressão, voluntária ou forçada, dessas necessidades.
(HESKETH & COSTA, 1980, p. 02)
A motivação intrínseca é fundamental, para que o aluno seja autor da sua vontade na
qual desenvolve-se uma autodeterminação recorrente que parte do seu eu já construída nas
relações canalizadas para ações que partem diretamente da sua consciência enquanto
indivíduo que tem valor e importância para todos. Neste caso, para o aluno ter sucesso em seu
caminho na escola, é importante através da educação mostrar a ele meios que possa se fixar e
continuar o processo da aprendizagem com ações motivadas. Nesta premissa, (GUARESCHI,
2009) afirma que “Educar vem do latim educere:e, quer dizer ‘de dentro para fora’, e ducere
significa ‘conduzir, trazer’. Educar é, portanto, trazer algo que já está dentro das pessoas, para
fora, fazer emergir o que lá se encontra.” Portanto, é este o campo a ser trabalhado pelo docente
para a condução de sua metodologia didática , movimentando e criando estratégias para todo o
conjunto de alunos, mas sempre focando na esfera individual de capacidades de cada um.
É certo que tudo deve ter um equilíbrio, uma dosagem, e é visto que o foco principal
não é alimentar o aluno com fatores externos para que ele dê continuidade a prática escolar,
mas para que o mesmo desperte de forma intrínseca a motivação permanente, e tratando disso
é importante ressaltar que:
“No entanto, somente o sentimento de competência não é suficiente para promover
um aumento da motivação intrínseca. É necessário que seja acompanhado por uma
percepção de autonomia, ou seja, a situação não deve sufocar o senso de liberdade
individual, como também a pessoa precisa se sentir responsável pelo desempenho
competente. Desse modo, parece que as circunstâncias que promovem a percepção
de autonomia e de competência, denominadas informativas, são promotoras da
motivação intrínseca.” ( GUIMARÃES & BORUCHOVITCH, 2004, p.146)
Portanto a motivação é algo que surge de dentro da pessoa, e ela pode ser trabalhada
em dimensões individuais e coletivas para depois canalizada e reformada internamente, sendo
assim todas as formas de motivação tratadas têm importância para o sujeito, uma vez que
deve-se considerar sua subjetividade, mas também suas interrelações para que a motivação
possa emergir em um progresso acendente e intermitente, ou seja, nunca pare, seja linear ao
compromisso consigo e com o estudo sempre, para mais ampliar seu âmbito perceptivo sendo
consciente dos seus deveres e compromissos.
2. METODOLOGIA
O método utilizado na construção deste trabalho foi de forma qualitativa básica com a
utilização de livros, monografia e artigos científicos com pesquisa descritiva. Foi utilizado
nove referênciais teóricos. Destas nove fontes teóricas, quatro são livros, quatro são artigos e
uma monografia. Neste caso três livros, os artigos e a monografia encontram-se na internet.
O meio de pesquisa dessas fontes teóricas foi o site da Scielo , biblioteca acadêmica e no
campo artigos acadêmicos do site Google. Como o foco deste trabalho é ajudar a desenvolver
técnicas para melhorar a motivação dos discentes por meio do conhecimento teórico, a busca
em base de dados desses artigos, livros e monografia foi direcionada utilizando nomes como
Este trabalho mostra um caminho teórico que submetido a metodologia didática tem o
objetivo do despertar a ação do aluno, e o primeiro passo que se apresenta neste trabalho
citado pelos autores é a motivação extrínseca, na qual funciona como um gatilho que aciona a
ação comprometida do discente, porém, o objetivo não é recompensar os alunos sempre, mas
educá-los de forma que o comprometimento seja natural em quaisquer circunstâncias, seja
com recompensas ou não, é o que os autores chamam de motivação intrínseca. A motivação
intrínseca como visto neste artigo mostra que deve ser o objetivo a atingir, pois ela trará uma
autodeterminação maior ao aluno.
Analisando estes passos que ajudam a abordagem pedagógica docente, o trabalho leva
em consideração as relações interpessoais e a variação do método didático, depois resalta os
incentivos de reconpensa como estímulo, e por fim, o fortalecimento da vontade interpessoal
pela promoção da satisfação pessoal do discente, assim tornando-se autodeterminação
constante na vida estudantil. Portanto é demonstrado através deste trabalho e os autores nas
citações que o professor deve seguir estes passos para obter um maior resultado no resgate de
alunos com baixa motivação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo foi contemplado vários pontos dos quais podem-se trabalhar a motivação
nos discentes, visto que foi apresentado estes pontos motivacionais e enfatizado que um não
pode se sobrepor ao outro, como por exemplo a abordagem somente com estímulos externos
sem trabalhar as potencialidades individuais de cada aluno, ou ainda uma abordagem que
foque apenas nas características individuais em detrimento do contexto externo do qual o
aluno faz parte.
Vale destacar ainda que o objetivo final deste artigo é conscientizar a prática docente
sobre a ótica focada na autodeterminação do indivíduo, onde o comprometimento do sujeito
tem seu surgimento intrapessoal, alcançando real satisfação nas práticas e atividades, pois, as
discussões sobre a motivação intrínseca como solidificação do mover ativo da pessoa,
ressalta o objetivo e finalidade de instruir todo um processo didático da abordagem docente,
de forma que este aluno, na esfera intrapessoal, possa emergir para o meio interpessoal e
fazer a diferença tanto nas relações com o coletivo, como também obter a realização pessoal
promovida pela atividade.
Por fim, este artigo traz um itinerário de como despertar a motivação do discente nas
aulas, através de métodos didáticos que os docentes possam estar elaborando, de forma que
sejam apresentadas atividades com características que promovam a motivação extrínseca,
fornecendo estímulos e a obtenção de recompensas tanto coletivas como individuais, bem
como atividades que canalizem esse processo para a esfera intrapessoal, como no caso da
motivação intrínseca fortalecendo o conhecimento e tornando a motivação permanente, de
forma que a autodeterminação seja uma constante sobre a vontade do sujeito por conta de sua
realização pessoal.
REFERÊNCIAS
JESUS, Saul Neves. Estratégias para motivar os alunos. Porto Alegre, 2008. Disponível em
< http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2014/08/ESTRATEGIAS-
PARA-MOTIVAR-OS-ALUNOS.pdf> Acesso em 12/01/2021.
SILVA, Gerusa Barbosa da. O papel da motivação para aprendizagem escolar. João
Pessoa: UEPB, 2014. Disponível em
<http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/9644/1/PDF%20-%20Geruza
%20Barbosa%20da%20Silva.pdf> Acesso em 10/01/2021.