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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL- UNINTER

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EDUCAÇÃO INFANTIL
Relatório de Aprendizagem Supervisionada

KELLY CRISTINE SILVA


RU 2006509

JOÃO MONLEVADE

SET/2023
Sumário

1. INTRODUÇÃO............................................................................................3

2. ENSAIO PEDAGÓGICO............................................................................4

2.1 O estágio curricular e a unidade concedente: um breve diagnóstico. 4

2.2 Fundamentação Teórica...........................................................................8

2.3. Material didático: criação e reflexão.....................................................10

2.4. Práxis e relatório de evidências............................................................12

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................19

4. REFERÊNCIAS........................................................................................21

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1. INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado foi realizado na instituição CEMEI L, localizada


no bairro Loanda em João Monlevade-Mg, durante o período de 20 horas no ano
de 2023, em horário matutino, através do qual pude desenvolver e aplicar as
habilidades adquiridas ao longo do curso de pedagogia ao observar colegas de
profissão na prática e comandar as atividades foram elaboradas por mim.
Para entender melhor o estágio e as atividades realizadas, é importante
saber como é o espaço físico da escola: alugado pela prefeitura municipal, conta
com salas amplas e quase todas equipadas com tela interativa, um laboratório de
informática, biblioteca com cantinho da leitura e área externa para atividades ao ar
livre, banheiro para as crianças e para os profissionais separados, refeitório,
lavanderia, além dos espaços administrativos como a sala da diretoria.
Importante etapa para complementar as competências de um pedagogo
em formação, pude participar de atividades que abrangeram crianças entre 1 e 5
anos, todas atendidas pela CEMEI , participando do horário das refeições,
brincadeiras, estudos/desenvolvimento de habilidades dos pequenos e também
observando como cada professor lidava com as dificuldades que os alunos
apresentavam diante dos desafios propostos e auxiliando as crianças a realizarem
suas atividades com êxito.
Dentro das atividades realizadas podemos citar brevemente os cantinhos
das brincadeiras, leituras, conversas e atividades artísticas, através dos quais
pude realizar planos de aula e sentir como é gerir uma turma, contando também
com o apoio da professora regente e auxiliares para que pudesse adaptar as
atividades aos alunos com necessidades especiais que estão nessa instituição,
que serão discutidos mais profundamente ao longo deste relatório.

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2. ENSAIO PEDAGÓGICO

Através dos dias passados na CEMEI L, pude observar como acontece o


aprendizado do docente frente aos desafios da educação infantil. Cada professor
possui a sua forma de repassar os conhecimentos e lidar com as dificuldades dos
alunos, sendo enriquecedor não apenas a minha participação no dia a dia da
escola, mas também ouvir os relatos de experiências passadas pelos meus
colegas com outras turmas. É importante ressaltar que cada criança possui o
próprio ritmo e forma de aprendizagem, devendo o docente ficar atento aos sinais
de que uma criança precisa de um maior auxílio para entendimento das tarefas e
desenvolvimento das habilidades.
Entre as tarefas realizadas por mim no estágio estavam a observação
participativa, tomada de notas, elaboração de plano de aula e adaptações às
crianças do ensino inclusivo e regência de classe, com a aplicação das atividades,
explicação e retirada de dúvidas, realização de chamadas. Todas as tarefas foram
realizadas buscando aproximar o máximo possível à realidade e ritmo de
aprendizado ao qual as crianças estavam acostumadas, afim de que não sintam
estranhamento com o que lhes é apresentado e haja maior aceitabilidade. Para
isso foi feito não apenas o estudo e pesquisa para a montagem das aulas, como
também conversa e trabalho em conjunto com as docentes que já trabalham com
a turma.
Dentre as crianças dessa classe haviam duas com diagnóstico e laudo de
autismo leve, caracterizado por sintomas mais sutis dessa condição neurológica
como problemas na comunicação –dificuldades em falar corretamente ou se
expressar com as palavras-; dificuldades de socialização – fazer amizades, iniciar
e manter conversas ou contato visual-; alterações comportamentais –ações
repetitivas ou fixação por objetos, por exemplo-. Ambas as crianças possuem um
acompanhante cada, como previsto pela lei federal 12.764/12, afim de auxiliar o
aprendizado da criança ao adaptar suas atividades e servindo como amparo em
momentos que podem gerar sofrimento devido aos gatilhos da condição, ou
mesmo ajudando no processo de autocontrole quando uma crise se instaura.

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2.1. O estágio curricular e a unidade concedente: um breve
diagnóstico

A instituição CEMEI L foi passada à administração da prefeitura municipal


no ano de 2014, sendo então municipalizada. O processo ocorreu devido ao
Termo de Ajustamento de Conduta entre a prefeitura e o Ministério Público por
consequência da proibição no fornecimento, por convênio, dos servidores não
efetivos, pessoal que representava cerca de 90% dos funcionários cedidos pela
prefeitura à escola que até então era mantida devido as parcerias com o
município e doações à entidade que a gerenciava. Localizada no Loanda, a
prefeitura já arcava com diversos custos fixos de seu funcionamento, inclusive a
doação de um terreno para a construção de outra unidade para atender ainda
mais crianças.
O bairro em que a CEMEI está localizada as famílias possuem a
característica econômica de classe média, com os avanços tecnológicos em
constante transformação. A instituição é de pequeno porte, atendendo cem
crianças com a equipe de sete professoras, todas com ensino superior completo e
especialização, além de mais nove funcionários com cargos diversos. Bastante
acolhedora e com um espaço amplo voltado para o melhor aproveitamento do
aprendizado, a escola conta com cinco salas de aula, uma diretoria, três
banheiros, uma cozinha, um refeitório, uma sala de espera, uma biblioteca, uma
área externa para brincadeiras ao ar livre e uma lavanderia.
Gráfico 1 - Faixa etária média

Idosos Crianças
15% 18%

Adultos Jovens
46% 20%

Fonte: Economapas.

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Foto 1 - Corredor externo.

Fonte: Fotografia tirada pela autora.


A turminha ao qual tive o prazer de trabalhar, de crianças entre 5 e 6
anos, mostrou-me que essa é a faixa-etária onde apresentam as percepções mais
aguçadas do mundo ao seu redor e maior autonomia, como escovar os dentes
sozinho – sob supervisão adulta para garantir a saúde bucal-. É nessa faixa-etária
em que se aprende a escrever palavras simples e se estimula o raciocínio lógico
através de figuras e objetos para que seja facilitada a introdução à matemática
simples, além de serem estimuladas através de brincadeiras lúdicas a
desenvolverem as habilidades sociais, capacidade de atenção, coordenação
motora, memória e imaginação, imprescindíveis para que continue o bom
aprendizado.
Uma das atividades que chamaram minha atenção devido à excelente
aceitação das crianças foi o uso de cartazes interativos para aumentar o interesse
em coisas não palpáveis como as datas, além do quadro do “Dia do Ajudante”,
adorado pois incumbia os pequeninos a auxiliarem a professora e assim

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exercitavam a responsabilidade, comunicação, habilidades motoras e intelectuais
de uma forma diferente, não mais apenas como receptores da atividade passada,
mas também com os sentimentos de valorização e segurança, fundamentais para
a construção da autoestima e vínculo com a professora- passo essencial para que
sintam-se abertos às atividades passadas em sala de aula-.
Foto 2 – Cartaz interativo: Sessão Simultânea.

Fonte: Fotografia tirada pela autora.

Muitas atividades realizadas pelas crianças têm como fundamento o


exercício da imaginação, capacidade que possui grande impacto nas
capacidades psíquicas e cognitivas das crianças, ajudando-a a se desenvolver
nos campos acadêmicos e sócios emocionais, além de proporcionar maior
autoconhecimento, pois conseguirá compreender seus potenciais e limitações,
afetando positivamente inclusive a vida que levará quando for adulta. A
imaginação também pode ser usada para ajudar a trabalhar tarefas de inclusão
e empatia, trazendo a consciência de que apesar das diferenças todos sentem
as mesmas emoções e por isso deve haver respeito mútuo.
Foto 3 – Cartaz interativo: Trabalhando “As diferenças”.

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Fonte: Fotografia tirada pela autora.
Foto 4 – Cartaz interativo: Respeito.

Fonte: Fotografia tirada pela autora.

2.2. Fundamentação Teórica

Os alunos matriculados no primeiro ano já possuem certo domínio sobre


as vogais e consoantes, reconhecendo o som das sílabas de algumas palavras
mais simples da língua portuguesa, como refere a competência EF01LP06 1 para
que as crianças possam aprimorar a oralidade e aprendam a ler e escrever.
Através do método sintético, defendido no livro Metodologias da Alfabetização, é
possível apresentar um ensino de melhor qualidade e com maior aderência do
conhecimento pelas crianças, uma vez que sílabas soltas não possuem nenhum
1
Habilidade segmentar oralmente palavras em sílabas.
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significado e se tornam sem sentido, ao passo em que o seu exercício junto ao
nome das crianças, como defendido por Vian e Russo (1996), torna o aprender
mais interessante.
A forma de apresentação das vogais fica à critério do professor, sendo
sugeridas diversas formas de associação como por exemplo usar objetos cujos
nomes começam com vogais e pedir às crianças que digam qual é a letra inicial
de cada um. Outra forma de fazer a memorização das letras e sílabas é fazer
uma roda com os alunos, distribuir cartões com o nome de cada um e pedir que
leiam o nome do coleguinha, dessa forma o aprendizado torna-se também
prático pois a criança faz ligação entre o nome do coleguinha (que já sabe
pronunciar) e as letras encontradas no cartão, ficando mais fácil a compreensão.
Falar de ciências biológicas com as crianças nem sempre é fácil, porém
com atividades lúdicas e palavreado de acordo com o nível de compreensão da
turma, é possível trabalhar bem sobre temas como a fauna e flora, a nossa
interação com o meio ambiente e a saúde do ser humano. Através da
exploração dos acontecimentos do dia a dia da criança e da sua família torna-se
praticável explicar o mundo e a forma que ele funciona, levantando questões
como poluição e atitudes que todos podem tomar para reduzir os danos
causados ao planeta, o desperdício de água e alimentos e a importância de se
ter uma alimentação saudável desde pequeno.

“Uma pessoa com um conhecimento mínimo sobre esses assuntos,


pode tomar suas decisões de forma consciente, mudando os seus
hábitos e preservando a saúde e exigindo condições que são dignas
para os demais seres humanos.” (Delizoicov e Lorenzetti, 2001, P.4).

Dentro da saúde podemos falar sobre os hábitos de higiene mínimos que


devemos ter com o próprio corpo, como sempre lavar as mãos antes das
refeições e após ir ao banheiro para que não fiquemos doentes, escovar os
dentes após as refeições para manter uma boa saúde da boca. Foi aproveitada
ainda a visita do “Senhor Piolho” na sala para repassar as orientações de como
evitar o contágio: não emprestar escovas ou pentes de cabelo, arcos, bonés e
demais assessórios para o cabelo (aos pais foi enviado um bilhete para que
verificassem a cabeça da sua criança e tratasse caso haja algum indício).
Quanto à matemática, os alunos já sabem contar de 0 a 20 e conhecem
os numerais. Nessa faixa etária é possível trabalhar o raciocínio lógico-

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matemático afim de treinar a mente para entender as operações matemáticas
simples que aprenderão futuramente, para isso usamos as figuras (colagem,
pintura ou mesmo contar o que se pede) e objetos para que formem conjuntos e
associem os numerais às quantidades. Também importante nessa fase está o
treino da coordenação motora fina através do treino da escrita, pinturas e
recortes. Na turma as crianças se dividiam em algumas com a coordenação
firme e outras não tanto, porém todos conseguiram escrever corretamente e
acompanhar os assuntos ministrados por mim.
Dentro das habilidades já aprendidas pelas crianças estão a contagem
através do uso dos dedinhos ou objetos, e o reconhecimento de quais números
são maiores que outros. Foi treinado o desenho dos numerais, a observação de
padrões nos desenhos das atividades – por exemplo, colorir a mesma
quantidade de desenhos que se pede na atividade, ou preencher qual número
vem depois do que lhes foi apresentado-, que são realizadas tanto através de
atividades de concentração com material didático quanto através da observação
de relógios, objetos e até mesmo biscoitos. A proporção é trabalhada através da
pergunta de quais objetos são maiores ou menores do que o que lhes é
apresentado, qual grupo possui mais ou menos itens ou se são iguais.
A matemática está presente em nosso dia a dia, e é através dessa
associação do que é ensinado com a rotina que as crianças mais aprendem.
Como diz a explicação de Nunes e Bregan (1997, P17), “[...] a matemática é uma
matéria escolar, porém no que tange as crianças é também uma parte
importante das suas vidas cotidianas”, dessa forma trazemos aos pequenos a
importância desse aprendizado de uma forma mais interessante do que nos era
passado antigamente, em que apenas éramos cobrados a decorar o alfabeto e
os algarismos, atualmente ocorre a assimilação do conhecimento por cada aludo
a partir de uma ótica mais personalista, pois passam a observar em seu dia a dia
todas as coisas ensinadas em sala de aula, exercitando a mente ainda mais.

2.3. Material didático: criação e reflexão

Através de buscas em livros físicos e arquivos online foi possível criar o


planejamento do material a ser trabalhada em sala de aula com as crianças,

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referentes às competências EL01E0052, EL01CG033 e EL01EI01, tanto
teoricamente quanto a parte prática, através dos seguintes insumos: Pincel
para quadro branco, folha impressa no tamanho A4, lápis de escrever, lápis de
cor, borracha, cola e apagador. Foram ministradas ao todo duas aulas em dois
dias diferentes- matemática e ciências-, ambas acompanhadas pela professora
regente da turma para que pudesse avaliar o ensinamento dado e, caso
necessário, me passasse alguma informação que precisasse saber sobre a
classe.
As crianças apresentavam maior dificuldade com a matemática, sendo
trabalhada primeira a data (11/10/2023) perguntando se sabiam que dia era
aqueles alguns acertaram e outro não, sendo então explicado que nesse
mesmo dia se comemorava o “Dia da saudade”, então cada aluno começou a
falar sobre o que sentiam saudade – um parente que não vê há um tempo, um
bichinho de estimação, um brinquedo que perdeu, entre outros-. Após essa
interação pedi que contassem comigo os números de um cartaz na parede da
sala, indo de 0 a 10, pois, segundo a professora regente, ainda não foram
instruídos a fazerem a contagem a partir dos 11.
Após a contagem de revisão, partimos então para os exercícios de
fixação: entreguei a eles uma folha impressa com os números de 0 a 10 na
parte de baixo, com cada um possuindo um quadradinho para que preencham
com o respectivo numeral. A primeira parte da atividade estava preenchida
para que entendesse o que lhes era pedido, assim todos conseguiram realizar
– alguns com um pouco de dificuldade, o que é normal-. A segunda parte é
formada por figuras e a tarefa era de colocarem quantas figuras haviam em
cada quadrado, por exemplo: um carinho ao lado de um quadrado ao qual
deveriam preencher com o número 1, ao finalizar pedi que colorissem as

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Reconhecer seu corpo e expressar suas sensações em momentos de alimentação, higiene, brincadeira e
descanso.
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Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.
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1
gravuras e conferissem se tinham escrito o nome no alto.
Foto 5 – Atividade de matemática de “Para Casa”.

Fonte: Fotografia tirada pela autora.


No dia seguinte fizemos uma roda e discutimos sobre a alimentação
saudável: disse que devemos ter hábitos saudáveis e falamos dos alimentos
que compõe nossa alimentação, apresentando quais são bons pra saúde e
quais devemos tomar cuidado com o consumo, também foi conversado sobre a
necessidade de saber como cada um é preparado e fiz uma breve explicação
antes de pedir que realizassem a atividade do dia. Em um canto da sala, sobre
uma mesa, deixei revistas, panfletos e jornais que continham gravuras de
alimentos em geral, cada um deveria pegar uma dessas opções e recortar, com
uma tesoura sem ponta, os alimentos e colar em uma folha dividida ao meio os
alimentos que consideravam saudáveis de um lado e os não saudáveis do
outro.
Foto 6 – Atividade de ciências.

Fonte: Fotografia tirada pela autora.


Depois de completada a atividade anterior, foi perguntada às crianças se
gostariam de realizar um piquenique no jardim da escola e as crianças
responderam afirmativamente. A professora regente também gostou da ideia
pois muitas crianças possuem alimentação precária, sendo então enviado aos
pais um aviso através de um bilhete da direção na agenda de cada um. No dia

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seguinte as crianças chegaram super animadas e mostrando as comidas
saudáveis que haviam trazido, um sentimento recompensador tomou conta de
mim e da professora regente ao ver a alegria dos pequenos, além de que
diziam querer se alimentar de forma mais saudável ainda, nos deixando com a
sensação de dever cumprido.
Após o piquenique as crianças foram ao banheiro, lavaram as mãos,
fizeram fila e fomos para a sala de aula, onde as entreguei uma folha sem
pauta, tamanho A4 para que desenhassem o que mais gostaram de comer
aquele dia, sendo então orientado que colorissem o desenho no final. Depois
de todos terem finalizado, contei a linda estória chamada “A menina que não
queria almoçar”, e então escutei o que eles pediriam às mães que pusessem
alimentos mais saudáveis em suas merendeiras.

a. Práxis e relatório de evidências

i. Tema/Conteúdo abordado;

Conforme estudei nestes anos, a pedagogia me fez entender e querer


saber mais sobre como funciona o mundo da educação, como são as regras,
as leis, o local de atuação e, infelizmente, o descaso enfrentados por nós,
docentes, por conta da falta de investimento sério na educação, que poderia
trazer muito mais benefícios não apenas aos estudantes, mas para toda a
sociedade. Sempre me perguntei como seria ser professora na prática, sei que
tenho muito que aprender e que são os anos de dedicação que nos aprimoram
cada vez mais, mas posso dizer que o estágio abriu minha mente para um
mundo de possibilidades que quero muito explorar.
Dentre os assuntos que me fez ter ainda mais firmeza do que quero, foi
à relação entre a escola e os pais em que pude sentir na prática a importância
de se ter uma boa comunicação e uma parceria verdadeira entre esses dois
“itens”, cuja principal finalidade é proporcionar aos estudantes ensino e
educação de qualidade para que possam explorar todo o seu potencial desde
pequenos. É através do diálogo entre as partes que se chega ao entendimento
de que papel cada um ocupa na vida das crianças, sendo adaptado às
necessidades físicas, mentais e socioeconômicas da família e comunidade que
a criança está inserida.
Apesar de deverem trabalhar juntas, escola e família são instituições
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distintas e desempenham papeis diferentes na vida da criança, não podendo
ficar a encargo apenas de uma delas a criação de uma criança. Desse modo, a
escola deve possui como papel principal- e não único- o educar acadêmico,
ensinando também a respeitar as diferenças através do convívio com os
colegas e instigando as críticas sociais construtivas para que evoluamos como
sociedade. Tendo isso em mente, pode-se dizer que a família possui, nesses
temas, um papel de incentivadora e reforço, detendo como maior tarefa o
educar moral, sentimental e como porto-seguro de nossos pequenos cidadãos.

ii. Um breve resumo da atividade proposta

Vygotsky possui uma teoria a qual concordo, nela diz que para haver
uma aprendizagem deve sempre haver uma interação social e ela deve ocorrer
dentro de um desenvolvimento mais próximo. Araújo (2009), em uma análise a
esse conceito, afirma que a aprendizagem em sala de aula necessita de uma
interação, uma cooperação em atividades que sejam práticas e também
instrumentais; com essa ideia em mente elaborei as atividades trabalhadas em
sala de aula e as pratiquei, a exemplo o piquenique realizado afim de fixarem
melhor quais são os alimentos saudáveis e incentivar o hábito.
A aula do dia 16/10/2023 foi ministrada sem materiais para consulta, por
esse motivo foi trabalhada a memória sobre assuntos já vistos anteriormente,
como por exemplo, escrever os numerais de 0 a 10 em ordem crescente. Ao fim
daquela tarde perguntei quem queria fazer um desenho de forma livre sobre a
data comemorativa do dia e todos levantaram a mãos ansiosas, sendo pedido
que o tema fosse o que se comemorava no dia.

iii. Período de realização;

O estágio foi realizado por 20 horas em outubro, através da instituição


CEMEI.

iv. Descrição do público/alunos;

A turma a qual trabalhei possui 22 alunos entre 5 e 6 anos, sendo os


quais dois fazem parte do projeto de inclusão, havendo a necessidade de fazer
adaptações em algumas atividades para que facilite seu aprendizado, o que pude
contar com a ajuda das auxiliares das crianças para trabalhar os materiais da
melhor forma possível para todos eles. Dentre as atividades trabalhadas estão as
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abaixo, que trabalham a competência EF01LP06, uma através de algo importante
para a criança: seu nome; e logo depois uma atividade que trabalha a identificação das
letras segundo sua classificação e localização.

Imagem 1 – Atividade 1.

Fonte: Imagem tirada pela autora.

Imagem 2 – Atividade 2.

Fonte: Imagem tirada pela autora.

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Durante todo esse período pude aprender como se põe em prática todo o
conhecimento adquirido durante a faculdade, além de lidar com situações que a
parte teórica não nos deixa totalmente preparados apesar de fornecer a base (a
exemplo briga entre coleguinhas de turma que, apesar de saber serem episódios
que acompanham a vida do docente, é preciso ter muita calma e didática para
conseguir contornar a situação e explicar às crianças como podem fazer as pazes,
sendo uma oportunidade de pôr em prática a habilidade EI03EO07 4, ensinada
através de atividades que despertam principalmente a empatia).
Trabalhar a habilidade EI03EO055 é importante para a promoção da
autoestima, auxiliando também questões como as brigas de forma prévia, uma
vez que lhes é instruído não apenas o respeito com o próprio corpo, mas também
a ter consideração pelo coleguinha mesmo que apresente características
divergentes da dele. As crianças reproduzem o que lhes é ensinado, sendo assim,
atitudes depreciativas consigo mesmas ou com os amigos podem, e devem, ser
corrigidas através do respeito e paciência -o que é diferente de permissividade-
afim de se criar um padrão positivo na vida e mente da criança, que a afetará por
toda a vida.
Imagem 3 – Atividade 3.

Fonte: Imagem tirada pela autora.

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Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos.
5
Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros, adultos e
crianças, com os quais vive.
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Durante o processo de se trabalhar a habilidade EF01LP06 utiliza-se
muitos textos em forma de poesia e poemas afim não apenas de ensinar a criança
a ler e escrever, mas também de incentivá-la a expor e trabalhar os seus
sentimentos, principalmente aqueles que aflorarem durante a leitura devido a
alguma lembrança ou por se sentirem inspiradas. Trabalhar os sentimentos da
criança é de suma importância para que seja construída uma autoestima
saudável, que por sua vez é imprescindível para que haja um bom
desenvolvimento pessoal e escolar, uma vez que parte do aprendizado depende
de a própria criança acreditar em seu potencial de aprender.
Para Lúcia Moysés, psicopedagoga, a relação da autoestima e
desempenho escolar se dá pelo fato de afetar seu esforço, persistência e grau de
ansiedade frente aos desafios enfrentados. Tendo isso em mente, é possível
entender que uma criança envolta em um ambiente que lhe proporciona
segurança e encorajamento terá um melhor conceito sobre si mesmo, ganhando
maior segurança e coragem para enfrentar desafios. Também é possível
compreender a importância de se trabalhar os sentimentos em sala de aula a fim
de corroborar com a saúde da autoestima dos alunos e perceber aqueles que
precisam de ajuda o mais cedo possível para que se possa tratar a questão o
quanto antes. Sobre esse tema temos a atividade abaixo que, através da poesia,
trata o desejo de realização.
Imagem 4 – Atividade 4.

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Fonte: Imagem tirada pela autora.

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Também em desenvolvimento nessa idade temos a coordenação motora
grossa e fina, sendo esta última trabalhada através de atividades que exercitam
os pequenos músculos das mãos e pés. É através do treino desses músculos que
aprendemos e treinamos movimentos como o pinçar com os dedos, essencial
para que consigamos fazer atividades delicadas como recortar, desenhar e
escrever. Na atividade abaixo é pedido às crianças que façam uma bailarina
através da colagem de palitos no espaço em branco da folha, através dela é

treinada a coordenação motora fina, o raciocínio lógico, a atenção e a


concentração.
Imagem 5 – Atividade 5.

Fonte: Imagens tiradas pela autora.


Uma atividade bastante trabalhada na educação infantil e que
acompanham o ser humanos desde os primórdios são as músicas, cantadas
principalmente nas horas em que as crianças chegam, nos intervalos e
comemorações afim de fazê-las se sentirem mais participativas e reforçar o elo
que constroem no dia-a-dia umas com as outras e também o docente. A música
nessa faixa-etária tem como função o exercício da criatividade, expressão de
sentimentos, treino da coordenação motora grossa (ao dançar, por exemplo);
usada não apenas como recreação, mas também como uma forma de tornar o
ensino mais interessante e lúdico aos estudantes uma vez que desde bebês
somos atraídos pelo ritmo e musicalidade das canções e sons.
Segundo Godoi (p.23), atividades que trabalham os movimentos, danças

1
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e sons do meio ambiente e animais estimulam a criatividade, noções espaciais,
conhecimento corporal e ainda conhecer mais ainda o ambiente em que vive,
uma vez que a fonte para essas tarefas podem estar no próprio meio em que se
está inserido. A musicalidade ainda ajuda a evitar que a criança perca a atenção
no que lhe é ensinada uma vez que fará uma escuta ativa e, através dela, o
despertar de diversas emoções.
Além de forma de ensino, a música pode também ser utilizada pelos
professores de forma a controlar uma turma que esteja muito dispersa durante
uma atividade que tenha causado grande ansiedade nas crianças. É
impressionante ver o efeito causado sobre elas ao iniciar o canto de
determinadas músicas (preferencialmente aquelas que as crianças já sabem ser
para que se acalmem), aos poucos todas se juntam em coro e rapidamente é
possível voltar a ter o controle sobre a sala e continuar com a tarefa planejada
sem que para isso seja preciso alterar a voz ou chamar a atenção de alguma
das crianças.

b. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estágio realizado na instituição CEMEI, consegui por em


prática diversas técnicas estudadas durante o curso de pedagogia, podendo
explorar ideias como a de Vygotsky que diz que o aprendizado deve ser ao
mesmo tempo trabalhado nos campos teórico e prático para realmente funcionar
- tese a qual concordo-, e através do piquenique pude comprovar que realmente
as crianças fixaram melhor a informação de quais alimentos são mais saudáveis
para serem consumidos, além de terem se sentido inspiradas a adotar uma
alimentação melhor do que aquela que já possuíam.

Um dos grandes aprendizados desse estágio foi poder trabalhar com


crianças neuro-divergentes (autista grau leve) e aprender a lidar com suas
peculiaridades, uma vez que algumas atividades deviam ser alteradas para
facilitar seu aprendizado, sendo uma experiência enriquecedora para minha
formação. É importante saber lidar com as diferenças de aprendizado das
crianças, não apenas em casos neuro atípicos, para que se possa extrair dos
pequenos todo o seu potencial desde cedo, porém para que isso seja realidade
precisamos constantemente evoluir como docentes e instituição, e uma forma
para que isso ocorra é conseguir trazer mais formas de ensino além das usuais
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e para tal é necessário que família e comunidade apoiem as escolas nesta
busca.

As atividades realizadas em sala de aula na idade de 5-6 anos ainda são


muito pautadas nas brincadeiras pois é assim que as crianças descobrem o
mundo e aprendem antes de dominarem a leitura e escrita. Através das tarefas
foi possível exercitar todas as habilidades focadas para essa faixa-etária, sendo
possível obter rendimento satisfatório em todas as crianças durante o estágio,
com algumas se destacando mais e outras com maiores dificuldades, porém
todas alcançando os objetivos didáticos dentro do esperado, não sendo
identificada mais nenhuma criança a qual necessite de ajuda externa e que já
não a receba.

Como sugestão para o ensino fica trabalhar mais ainda a auto percepção
das crianças, uma vez que essa fase ainda possui sua personalidade em
formação e o trabalho de uma autoestima saudável pode, e deve, ser iniciado
ainda quando pequenos, afim de que se garanta que crescerão com bastante
confiança em si mesmos e conhecendo seu potencial. Assim como dito
anteriormente, a construção de um forte amor-próprio gera melhores resultados
acadêmicos, pois a criança se sentirá capaz, com maior disposição a estudar e
acreditando em si mesma, refletindo também nas áreas sociais, amorosas e
familiares da criança.

Nesse item, você, estudante, deverá apresentar os resultados finais de


seu estágio, inserindo as principais aprendizagens realizadas nas quatro ações:
estudo, pesquisa, prática e produção escrita. A conclusão deve, de forma
objetiva, responder as questões correspondentes aos objetivos propostos na
introdução. E lembre-se de que apontar limites e sugerir melhorias é tão
importante quanto explicitar os pontos positivos.

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c. REFERÊNCIAS

Trabalhar com Educação Infantil: quais as habilidades essenciais?. Portal Pos,


2021. Disponível em:
https://blog.portalpos.com.br/educacao-infantil-habilidades/#:~:text=A%20principal
%20atividade%20das%20crianças,%2C%20autonomia%2C%20memória%20e
%20imaginação. Acesso em: 08 set. 2023.
PIM Saúde Rs. Como ajudar a criança de 5 a 6 anos a aprender melhor na
escola?. EBC, 2016. Disponível em:
http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2016/11/como-ajudar-crianca-de-5-6-
anos-aprender-melhor-na-escola. Acesso em: 06 set. 2023.

PEREIRA, Patrícia. A força e a importância do vínculo entre professor e criança.


Revista Educação, 2017. Disponível em:
https://revistaeducacao.com.br/2017/09/19/forca-e-importancia-do-vinculo-entre-
professor-e-crianca/. Acesso em: 06 set. 2023.

HAKIM, Cláudia. Existe lei que determine a presença de um A.T em sala de aula?
Qual é a função e a formação necessária do acompanhante especializado para
um aluno autista? JusBrasil, 2021. Disponível em:
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/existe-lei-que-determine-a-presenca-de-um-
at-em-sala-de-aula-qual-e-a-funcao-e-a-formacao-necessaria-do-acompanhante-
especializado-para-um-aluno-autista/1293887788. Acesso em: 05 set. 2023.

ValeSaúde. Saiba quais são os sintomas e como diagnosticar o Transtorno de


Espectro Autista de grau 1, sem data. Disponível em:
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