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FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ - FAEPI

PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO

IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

ANALICE DA SILVA CARVALHO CRUZ

TERESINA- PI

2021
ANALICE DA SILVA CARVALHO CRUZ

IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Projeto de pesquisa apresentado como requisito


para obtenção de nota na disciplina Metodologia
científica do curso de Pós-Graduação Latu Senso
em Alfabetização e Letramento, da Faculdade
FAEPI, sob orientação do Prof. Dr. Francílio de
Amorim dos Santos.

TERESINA- PI

2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................3
2 PROBLEMATIZAÇÃO.........................................................................................................4
2.1 Hipótese.................................................................................................................................4
3 OBJETIVO..............................................................................................................................4
3.1 Objetivo Geral........................................................................................................................4
3.2 Objetivos Específicos...................................................................................................4
4 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................5
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................6
6 METODOLOGIA..............................................................................................................9
7 CRONOGRAMA.............................................................................................................10
8 REFERÊNCIAS...............................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO

Nossa sociedade tem sofrido várias transformações e devido medidas sanitárias


contra a pandemia de COVID-19, foi necessário pensar em formas criativas para
superar e reverter impactos negativos trazido pelo distanciamento social, tivemos um
salto no avanço tecnológico já que a comunicação se tornou ainda mais imprescindível.
Várias atividades tiveram que se adequar ao mundo virtual, mais a palavra escrita
permanece como grande instrumento da língua.

Mesmo com a facilidade de acessar à conteúdos e agilidade em envio de


mensagens, o mundo letrado ainda se faz presente em todos os contextos da vida social,
assim levantamos um antigo debate sobre a qualidade de leitura , sobre tudo o
desenvolvimento do hábito de ler, já que essa competência tem intrínseca relação com o
processo de alfabetização e a formação de uma sociedade crítica/reflexiva.

A alfabetização sistemática ou proveniente da escolarização é um processo que


ensina a codificar e decodificar os signos da nossa língua, porém não se limitar a penas
ao trabalho burocrático e abitolado da prática tradicional. Neste aspecto a alfabetização
deve ocorrer também visando o uso social da escrita, pois mesmo que o aluno saiba ler e
escrever dever faze-lô de forma consciente e atenta a que lhe cerca. Logo, “letrar é mais
que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura
tenham sentido e façam parte da vida do aluno” (SOARES,1998, p. 190).

Esses aspectos permeiam a discussão acadêmica sobre a alfabetização, já que o


Brasil tem baixos índices de leitura e interpretação, segundo pesquisa Retratos da
Leitura, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019, isso reflete a falha
estrutural no estimulo a cultura que não é apenas responsabilidade da educação, pois
aponta um desmonte provocado pela falta de políticas públicas e engajamento da
sociedade em reverter esse quadro.
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2 PROBLEMATIZAÇÃO

 Como o processo de alfabetização auxilia a construção do habito de ler?

2.1 Hipótese

A alfabetização deve ser um processo que oportunize a leitura como prática social, o
educando aprende o mecanismo de leitura, escrita e compreende o texto correlacionando com
sua realidade, esse hábito pode ser desenvolvido nas séries inicias da educação infantil e ser
aperfeiçoado até a vida adulta, assim terá a habilidade de também discutir ideias, problematizar
e suscitar hipóteses, com essas competências tem a capacidade de cada vezes mais se interessar
por material escrito ao passo que refina sua experiência letrada .

3 OBJETIVO
3.1 Objetivo Geral
 Analisar o processo de alfabetização na formação de leitores

3.2 Objetivos Específicos


 Debater sobre o conceito de letramento e alfabetização;
 Listar possíveis desafios no desenvolvimento do gosto da leitura;
 Identificar as intervenções pedagógicas no processo de alfabetização.
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4 JUSTIFICATIVA

Durante a experiência docente e observando dados de pesquisa recentes sobre os


níveis de leitura do brasileiro, chama a atenção a dificuldade de interpretação de
muitos alunos e número cada vez menor de leitores assíduos , assim essa pesquisa
se justifica pela necessidade de refletir a importância do habito de ler como
instrumento libertador, a cultura leitora é equivocadamente referenciada como
prática escolar, sendo que desde que o sujeito tem contato com o mundo faz suas
primeiras leituras e tenta compreender ,mesmo que de forma rudimentar seu
contexto, primeiramente com a família, depois com a comunidade que está inserido.

Logo é justo a quantidade de trabalhos de cerca do tema, pois mesmo as


primeiras noções de leitura de mundo seja a priore fora do ambiente escolar é na
educação que recai a responsabilidade de sistematizar o processo de
alfabetização de forma eficiente estimulando a formação de leitores.
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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A alfabetização é um dos primeiros processos dentro do mundo escolarizado, o


aluno nas séries iniciais é apresentado não somente uma gama de estímulos com
finalidade pedagógica, como também, ao sistema alfabético e numérico. Esse início para
simples e muitas vezes ainda é uma atividade mecânica carente de profundidade a longo
prazo. Muitas crianças tem acesso a material literários apenas na escola, no meio
familiar esse material é escasso o que reafirma a consequência fatalista do ensino
tradicional e cultura não-leitora. Esse panorama é exatamente o posto do ideal, tanto
pela esperada relação família e escola, como pela imperiosa necessidade de orientação e
mediação do conhecimento do aluno nessa fase, com afirmar como explica Ferreiro:

[...] A leitura é um momento mágico, pois o interpretante informa a


criança, ao efetuar esta ação aparentemente banal, que chamamos de um ato
de leitura, que essas marcas têm poderes especiais: basta olhá-las para
produzir linguagem. (FERREIRO,1999, p. 175)

Acrescenta Garcia:
[...] a aprendizagem da leitura está íntima e decisivamente interligada à
aprendizagem da escrita. É cara e coroa da mesma moeda. Da mesma forma
que se responde para que, por que ler na escola? Responde-se para que,
porque escrever na escola? (GARCIA, 1988, p. 36).

Nesse momento o educando deve ser orientado, ou esclarecido que essa ação não é
meramente uma habilidade humana, pois precisará desempenhar mais que decodificação
de símbolos para obter uma leitura e escritas competentes, sendo uma concomitante
dependente da outra.

Outro equívoco é a relação da escrita está atrelada apenas a um único eixo. Se


analisarmos a divisão dos saberes com algo alheio ou compartimentado de outras áreas
o ensino mesmo que defensor das práticas letradas, perderá a criticidade na prática
pedagógica, correndo um sério risco de produzir mais gerações meramente replicadoras
de conceitos.
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Vygotsky (2007) foi um grande pesquisador das interações sociais e a linguagem em


seus estudos o simbolismo no desenho infantil seria uma espécie de ensaio para a
linguagem verbal e posteriormente o desenvolvimento para a escrita. O que pareceria
riscos sem nenhum sentido ou desenhos incompreensíveis, são na verdade as primeiras
expressões da escrita. É muito comum que a criança tente representar coisas que lhe são
cotidianas, um animal de estimação, um membro da família ou até uma ilustração do
que lhe chamou atenção no seu dia. Essa forma de expressão simbólica ou pictórica
demostra uma inquietação natural, uma vontade de comunica-se, conforme Vygotsky.

[...] Na verdade, o segredo do ensino da linguagem escrita é preparar e


organizar adequadamente essa transição natural. Uma vez que ela é atingida,
a criança passa a dominar o princípio da linguagem escrita, e resta então,
simplesmente, aperfeiçoar esse método. (VYGOTSKY, 2007, p. 141).

Muito se fala em alfabetização e letramento, porém não são sinônimos, pois o


processo de alfabetização deve usar técnicas que trabalhem a consciência fônica e
priorizar a leitura com ferramenta social e por muito tempo se mesclou os dois
conceitos, porém o que ocorreu na prática é diferente , com explica Magda Soares :

[...] no Brasil a discussão do letramento surge sempre enraizada no


conceito de alfabetização, o que tem levado, apesar da diferenciação sempre
proposta na produção acadêmica, a uma inadequada e inconveniente fusão
dos dois processos, com prevalência do conceito de letramento [...] o que tem
conduzido a um certo apagamento da alfabetização que, talvez com algum
exagero, denomino desinvenção da alfabetização [...] (SOARES, 2003, p.8)

Soares (2003) adverte que:

Entretanto, o que lamentavelmente parece estar ocorrendo atualmente é


que a percepção que se começa a ter, de que, se as crianças estão sendo, de
certa forma, letradas na escola, não estão sendo alfabetizadas, parece estar
conduzindo à solução de um retorno à alfabetização como processo
autônomo, independente do letramento e anterior a ele. (SOARES, 2003,
p.11)

Essa fusão de conceitos pode ser compreendida como reflexo da ideologia


largamente defendida nos anos 80, em comunhão a pedagogia libertadora de Paulo
Freire, o letramento veio como resposta a demanda por uma educação para as massas,
pela ótica popular, ou seja, a alfabetização deveria considerar o contexto da realidade do
educando. Mas isso não deveria excluir o entendimento de fonético de grafemas, pois
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nesse momento não podemos desconsiderar a complexidade fonética de língua. Essa


pesquisa reafirmar ainda a necessidade da leitura crítica que possibilite o engajamento
social do futuro leitor, obedecendo o PCN quando a estratégia pedagógica na
alfabetização em prol da leitura reflexiva.

Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção,


antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível
proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai
sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de
compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto
suposições feitas. (PCNs, 1998, p.69).

A prática docente também deve ser repensada, pois o tradicionalismo não


prioriza a ação reflexiva, a acomodação da prática educativa está fadada a repetir aulas
como um produto é montado em uma esteira industrial, de forma seriada e alienadora.
Cabe ao professor manter a inquietação ao parar esse conteúdo, do contrário como
influenciar positivamente o gosto pela leitura e criticidade se o próprio professor não
engajado? A reavaliação dessa fazer docente é citado por Paulo Freira:

[...] O fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles,


do professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não
apassivada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor e
alunos se assumam epistemologicamente curiosos. (FREIRE, 1996, p. 86).

E o autor ainda esclarece:

[...] É preciso que o professor, desde o princípio de sua experiência


formadora, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua
construção. (FREIRE, 1996, p. 22)
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6 METODOLOGIA

A pesquisa é caráter qualitativo dedutivo por ser a mais adequada para compreender
as relações sócias. As etapas do artigo compreendem: o universo da pesquisa, as
motivações para desenvolver este estudo, a revisão bibliográfica, o instrumento da
pesquisa, discussão de dados e as fontes da mesma.
Metodologia, segundo Gonçalves (2005, p.62), “significa o estudo dos caminhos a
serem seguidos, incluindo aí os procedimentos escolhidos”. Com o intuito de atender os
objetivos da pesquisa, foi escolhido apenas analise bibliográfica também na coleta de
dados, revisando a literatura sobre o tema, dialogando com os principais autores como
Garcia (1988),Ferreiro (1999) e Magna Sores (2003).
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7 CRONOGRAMA

ETAPAS/PERÍODOS ABRIL MARÇO JUNHO JULHO AGOSTO

Escolha do tema do X
projeto
Elaboração da X
Estrutura do projeto de
pesquisa
Seleção e leitura para a X
construção do
referencial teórico
Organização dos dados X
e análise dos dados
Redação do projeto X
Entrega do projeto X
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REFERÊNCIAS

Diário do Nordeste. Leitura no Brasil: falta tempo para os livros, mas sobra para as
redes sociais. Disponível
em<:https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/educalab/leitura-no-brasil-falta-
tempo-para-os-livros-mas-sobra-para-as-redes-sociais-1.2988469>. Acessado em 01 de
julho de 2021.

FERREIRO Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre:


Artmed,1999.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia:saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

GARCIA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem, linguagem, leitura,


escrita e matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998 .

GONÇALVES, Elisa Pereira. Iniciação à Pesquisa Científica. 4ª ed. Campinas, São


Paulo: Alínea, 2005. p. 61-68.

SOARES, M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Trabalho apresentado na


26° Reunião Anual da ANPED, Minas Gerais, 2003.
____________. Letramento. Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,
1998.
____________. Alfabetização e letramento. 5ª Ed. São Paulo: Contexto, 2007.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 7 ed. São Paulo: Martins Fontes,


2007.

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