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1. OBJETIVOS
• Compreender o conceito de motivação e suas implicações no processo de
ensino-aprendizagem.
• Conhecer as teorias que explicam a motivação.
• Refletir sobre a formação e a importância do autoconceito no desenvolvi-
mento e na aprendizagem do indivíduo.
• Reconhecer a autoeficácia como uma variável importante no processo de
ensino-aprendizagem.
• Conhecer o referencial das habilidades sociais e suas implicações
educacionais.
• Compreender que formas de tratamento do erro na escola podem se rela-
cionar com a produção de fracasso escolar.
• Compreender o papel da emoção na sala de aula e o papel do professor.
• Compreender aspectos que envolvem a indisciplina na escola.
2. CONTÉUDOS
• Motivação.
• Autoconceito.
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UNIDADE 5 – VARIÁVEIS PSICOLÓGICAS E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
• Autoeficácia.
• Habilidades sociais.
• Erro e fracasso na escola.
• Emoção na sala de aula.
• Indisciplina na escola.
1) Reflita sobre a seguinte questão: quais são os motivos intrínsecos que lhe
impulsionam na realização deste curso de Licenciatura? E deste estudo?
3) Para chamar a atenção dos alunos, uma boa dica é inverter os papéis. Se
o educador descobrir o que a turma deseja, com certeza, vai criar estraté-
gias para atrair sua atenção.
10) Você, como futuro professor, precisa estudar mais sobre o problema do
fracasso escolar, uma vez que pesquisas mostram que este não é produzi-
do exclusivamente por questões familiares e pessoais. A escola apresenta
mecanismos de produção de fracasso, mesmo que não tenha consciência
disso. Procure ler a bibliografia indicada nesta unidade que trata do fra-
casso escolar, assim como pesquisar outras fontes confiáveis, a fim de que
você, durante sua atuação, rompa com o círculo perverso de produção de
fracasso e culpabilização exclusiva do aluno.
Reflita sobre as seguintes questões: você já observou que a comunidade
escolar, geralmente, atribui a indisciplina a problemas comportamentais
dos alunos e a formas de educação recebidas na família? Você nunca pa-
rou para pensar que crianças e jovens mudaram muito, quando compara-
dos à nossa geração, e que o modelo escolar continua igual ao de 100 anos
atrás? Será que a escola não contribui para a problemática da indisciplina?
Na atualidade, existe literatura que nos aponta que a escola não se desen-
volveu e não se modificou como as crianças e os jovens. Além disso, temos
uma visão equivocada de disciplina (aluno sentado e de boca fechada),
como condição essencial para que o aluno aprenda. Contudo, algumas es-
colas mudaram totalmente a abordagem de trabalho, mostrando que é
possível educar com liberdade tutelada, de modo a reconhecer o jovem
como agente do processo educacional. Isso requer, também, que refor-
mulemos nossos valores sobre o que é um bom comportamento e como
os alunos aprendem. Veja os seguintes sites disponíveis em: <http://www.
escoladaponte.com.pt/> e <http://www.amorimlima.org.br/tiki-index.
php>. Acesso em: 24 abr. 2012.
Veja, também, as reportagens do colégio Amorim Lima, do município
de São Paulo, nos sites disponíveis em: <http://www.youtube.
com/watch?v=DmD_R62lTlE> e <http://www.youtube.com/
watch?v=QNkx0gpKYKo> e <http://www.youtube.com/watch?v=Knw8KA
UFv_A&feature=related>. Acesso em: 24 abr. 2012.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Prezado aluno, com o estudo das unidades anteriores, tive-
mos a oportunidade de conhecer a história da Psicologia como
Ciência e as principais escolas que caracterizam o cenário atual
da Psicologia.
Além disso, compreendemos os aspectos evolutivos do
desenvolvimento humano e estudamos algumas das principais
teorias psicológicas do processo de ensino-aprendizagem.
Nesta unidade, trataremos de algumas variáveis psicoló-
gicas importantes para o processo de ensino-aprendizagem, ou
seja, fatores que influenciam no ato de aprender e que contri-
buem nas interações sociais, sendo eles: a motivação, o autocon-
ceito, a autoeficácia e as habilidades sociais.
Ao final, estudaremos um pouco sobre a produção de fra-
casso na escola, tema também tratado pela Psicologia da Educa-
ção, além de procurar compreender o papel da emoção na sala
de aula, e uma nova perspectiva para a interpretação da indisci-
plina na escola.
Bom estudo!
5. MOTIVAÇÃO
Em algum momento de sua vida escolar, você já se sen-
tiu desmotivado, sem interesse em aprender algo? Pois é, esta é
uma situação muito comum e uma das principais causas do baixo
rendimento acadêmico e dos problemas de indisciplina escolar.
Em linhas gerais, a motivação pode ser entendida como
um estado interior que estimula, direciona e mantém o compor-
tamento. Esse estado interior é caracterizado pelos impulsos,
Autorrealização
7. AUTOEFICÁCIA
Além da motivação e do autoconceito, outra variável que
influencia no processo de ensino-aprendizagem é o conceito de
autoeficácia.
Conforme os princípios de Bandura, a teoria da autoeficá-
cia aponta que a motivação e o desempenho são em parte de-
terminados pela crença das pessoas sobre o quanto elas podem
ser eficientes, ou seja, pessoas com grande autoeficácia acredi-
tam ser capazes de realizar tarefas e serão motivadas a aplicar o
esforço necessário para isso. Em contrapartida, pessoas com pe-
8. HABILIDADES SOCIAIS
Quando a criança ingressa na escola, há ampliação do seu
mundo social em virtude das novas possibilidades de relaciona-
mento com adultos e com crianças de diferentes idades.
No ambiente escolar, o professor exerce grande influência
na vida da criança, por exemplo, na maneira como dá atenção,
como atende, e a quem atende durante as aulas etc. Outro fator
significativo no contexto escolar é o grupo de amigos, no qual a
interação com os colegas afeta o desenvolvimento social e refle-
te-se no nível de aceitação ou de rejeição da criança dentro do
grupo.
Tais fatores acabam por influenciar na formação do auto-
conceito e da autoeficácia do aluno, podendo refletir-se direta-
mente no processo de aprendizagem das crianças, bem como no
desempenho nas relações interpessoais.
Diante disso, além da compreensão das variáveis "motiva-
ção", "autoconceito" e "autoeficácia", outra importante contri-
buição desta unidade refere-se ao entendimento da teoria das
habilidades sociais.
Indisciplina
Conforme Aquino (1998), aqueles considerados "alunos-
-problema" podem oferecer-nos uma ocasião privilegiada para
que a ação docente se afirme. Desse modo, o problema pode
ser equacionado e superado. Para tanto, ele alega que o primei-
ro passo é repensarmos a nossa posição diante da indisciplina,
questionando supostas verdades que trazemos e que justificam
o fracasso escolar.
nossa tarefa em sala de aula para que o aluno possa ter clareza
também da dele. A visibilidade do aluno quanto ao seu papel é
diretamente proporcional à do professor quanto ao seu. A ação
do aluno é, de certa forma, espelho da ação do professor. Portan-
to, se há fracasso, o fracasso é de todos; e o mesmo com relação
ao sucesso escolar.
A quarta regra é a experimentação de novas estratégias de
trabalho. Precisamos tomar o nosso ofício como um campo
privilegiado de aprendizagem, de investigação de novas possi-
bilidades de atuação profissional. Sala de aula é laboratório pe-
dagógico, sempre! Não é o aluno que não se encaixa no que nós
oferecemos; somos nós que, de certa forma, não nos adequa-
mos às suas possibilidades. Precisamos, então, reinventar os
métodos, precisamos reinventar os conteúdos em certa medi-
da, precisamos reinventar nossa relação com eles, para que se
possa, enfim, preservar o escopo ético do trabalho pedagógico.
A última regra ética, e com a qual encerramos nosso percurso,
é a idéia de que dois são os valores básicos que devem presidir
nossa ação em sala de aula: a competência e o prazer. Quando
podemos (ou conseguimos) exercer esse ofício extraordinário
que é a docência com competência e prazer e, por extensão,
com generosidade, isso se traduz também na maneira com que
o aluno exercita o seu lugar [...].
Violência
O tema violência, principalmente na atualidade, precisa
ser amplamente discutido. Além disso, devemos lançar mão de
estudos para compreendermos a violência na atualidade. Inicial-
mente, é preciso compreender o que é agressividade. O senso
comum leva em conta a violência como algo que tem manifesta-
ção comportamental. Contudo, é importante compreender que
a agressividade pode estar voltada para dentro (autoagressão)
ou para fora (heteroagressão), constituindo sempre em uma vida
psíquica (BOCK, 2002).
A agressividade também está relacionada ao pensamento,
à imaginação, à ação verbal ou não verbal. Por exemplo, alguém
muito bonzinho pode ter pensamentos autodestrutivos. A agres-
sividade também pode se manifestar na ironia, na indiferença,
não necessariamente no ataque ao outro.
O processo educativo busca controlar a agressividade; as-
sim, o ser humano pode aprender a reprimi-la ou canalizá-la para
alguma atividade (intelectual, manual, esportiva etc.).
Algumas teorias, a psicanálise, por exemplo, acreditam
que a agressividade constitui o ser humano; assim, a socializa-
ção e a educação deveriam fazer que o indivíduo internalizasse
o controle dos seus impulsos, a fim de não precisar mais de con-
trole externo.
11. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Defina motivação e suas características.
12. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, compreendemos o conceito de motivação,
bem como percebemos a importância da formação do autocon-
ceito, da autoeficácia e das habilidades sociais como variáveis
relevantes ao processo de ensino-aprendizagem. Além disso,
estudamos como esses fatores influenciam o ato de aprender e
contribuem para as interações sociais do indivíduo.
13. E-REFERÊNCIAS
Figura
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