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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE INGLÊS

LAIDINO CARLITOS FERNANDO

TEORIA DE APRENDIZAGEM SOCIAL

Mocuba
2024
LAIDINO CARLITOS FERNANDO

TEORIA DE APRENDIZAGEM SOCIAL

Trabalho a ser apresentado ao Curso de


Licenciatura em Inglês da Faculdade de
Letras e Humanidades, como requisito
para a obtenção do título de licenciado em
Ensino de Inglês

Docente: Dra. Joana Ilídio Filipe Matavele

Mocuba

2024
Índice

1. Introdução……………………………………………………………………………...4
1.1. Objectivos…………………………...………………………...………………………4
1.1.1. Objectivo geral………………………………………………………..………...…4
1.1.2. Objectivos específicos………………………………………………………..……4
1.2. Metodologia………………………………………….…………………………….…4
2. Aprendizagem…………………………………………………………………………5
2.1. Teoria de Aprendizagem Social………………………...…………………………….5
2.1.1. Estágios de aprendizagem social (características) …….………….……………….7
3. Conclusão……………………………………………………………………………...9
4. Referências Bibliográficas……………………………...……………………….…...10
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1. Introdução

A aprendizagem ocupa um lugar privilegiado em nossas vidas, haja vista que muitas de
nossas ações são aprendidas, sendo, portanto, um processo frequente que acompanha o ser
humano ao longo de sua existência.

De acordo com Zanella (1999), é pela aprendizagem que o homem avança e que se explica o
processo de evolução histórico e social. ‘“A complexidade de suas experiências, acrescidas
das aprendizagens que realiza contribuem para sua humanização” (p.23). Em qualquer etapa,
situação ou momento o ser humano está sempre aprendendo e, por isso, sofrendo mudanças
no seu comportamento, no seu desempenho, nas suas concepções e na sua visão de mundo.
Assim, a aprendizagem humana ocorre nos diversos contextos sociais.

Neste presente trabalho iremos abordar sobre a teoria de aprendizagem social, dentro dela
iremos falar ou caracterizar os estágios de aprendizagem social.

Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


 Conceitualizar a aprendizagem e a teoria de aprendizagem social.
1.1.2. Objectivos específicos
 Falar da teoria de aprendizagem social;
 Caracterizar os estágios de aprendizagem social;
 Reconhecer os impactos criados na aprendizagem social.
1.2. Metodologia

Para a efectivação do trabalho se fez o uso da pesquisa bibliográfica, onde se destaca coleta e
análise de dados de manuais e artigos. As ideias que estão plasmadas nesta pesquisa, que
serão parafraseadas ou directamente citadas, foram tecidas sobre este fundamento.
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2. Aprendizagem

Antes de falar da teoria de aprendizagem social, é pertinente saber ou conceitualizar a


aprendizagem. Afinal, o que é aprendizagem?

A conceituação do termo aprendizagem não é precisa na literatura da área, pois varia de


acordo com o enfoque teórico adotado, porém uma ideia enfatizada pelas várias teorias é a de
que aprender é mudar comportamentos ou conhecimentos adquiridos.

A seguir serão apresentados alguns conceitos de aprendizagem comumente encontrados na


literatura que aborda a temática:

“Modificação sistemática do comportamento por efeito da prática ou experiência, com um


sentido de progressiva adaptação ou ajustamento” (CAMPOS, 2001, p.30).

“Processo pelo qual a experiência causa mudança permanente no conhecimento ou


comportamento” (WOOLFOLK, 2000, p.184).

“Aprender é uma habilidade em desenvolvimento que potencializa o homem a agir frente aos
desafios e as necessidades, com o desejo de superá-las, gerando transformações pessoais que
são refletidas na coletividade” (MOURA; SILVA, 20001).

“Ė a apropriação do conjunto das produções humanas (saberes, habilidades, atitudes, valores,


dentre outros)” (CARVALHO; IBIAPINA, 2009, p.192).

Resumindo, afirmamos com Fairstein e Gyssels (2005) que a aprendizagem é um processo


psicológico (psíquico ou mental), mas que tem uma base biológica (conexões neuronais que
se produzem no cérebro).

2.1. Teoria de aprendizagem social

A teoria de aprendizagem social designa uma teoria dos fenómenos psicológicos que não
recusava os princípios centrais do comportamentismo, mas punha em relevo alguns aspectos
do comportamento que escapavam à abordagem ortodoxa comportamentista, tais como os
comportamentos de resultantes de observação e imitação.

Neste movimento incluem-se vários autores como Miller e Dollard (1941), Bandura e
Walters (1963) e Bandura (1973, 1977). Os estudos de Miller e Dollard caracterizavam-se
por uma atenção especial votada aos fenómenos de influência social, particularmente os
processos de imitação e observação. A teoria cognitiva social foi influenciada não só pelos
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trabalhos de Miller e Dollard sobre a imitação, mas também pelo comportamentismo


intencional de Edward C. Tolman (1932), pela teoria de aprendizagem social de Julian Rotter
(1954) e pela teoria de efectância de White (1959). Merecem uma referência especial os
desenvolvimentos da teoria de aprendizagem social propostos por Rotter (1954), a partir de
elementos duma teoria da personalidade. Na expressão deste autor, uma teoria de
aprendizagem social põe em evidência o facto de que a maioria das aprendizagens se realiza
em circunstâncias sociais e corresponde à satisfação de necessidades que, de sua natureza,
requerem a participação de outras pessoas.

A Teoria da Aprendizagem Cognitiva Social foi desenvolvida por Albert Bandura, que
estudou os processos de ensino e aprendizagem e apontou a observação de modelos signifi
cativos como ponto determinante do ato de aprender. Descobriu que a observação provoca
efeitos cognitivos e motores que levam à construção ou à fixação de uma informação.

Para Bandura, o ser humano não é totalmente influenciado pelo meio, pois suas reações a
estímulos são auto ativadas. Na teoria social cognitiva o indivíduo não é visto como um ser
passivo dominado pelas ações ambientais, mas sim como um ser influente em todos os
processos.

O comportamento não precisa ser reforçado para ser aprendido ou adquirido. Educadores são
importantes agentes sociais na construção do sujeito e na construção da aprendizagem, visto
que servem de modelo para os alunos.

Segundo Bandura citado por Mwamwenda, (2005:179) o indivíduo, na interacção com outras
pessoas, aprende através da observação e da percepção de outras pessoas imitando o seu
comportamento. Trata-se aqui da aprendizagem por imitação.

Por imitação entendese a cópia de acções de outras pessoas de forma intencional (Cabral e
Nick, 1997: 181). É deste modo que a criança reproduz gestos, acções, manifestações verbais,
movimentos e modos de vestir das pessoas que a rodeiam. Quando os comportamentos
imitados são reforçados positivamente tendem a manter-se, enquanto que aquelas acções e
gestos que são reforçados negativamente tendem a desaparecer. Segundo Bruner e Zeltner
(1994:23), a aprendizagem por imitação também pode ter lugar sem reforço directo em
determinadas condições, como por exemplo, quando o observador tem disposição de assumir
o comportamento ou a pessoa observada tem grande prestígio.
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Segundo o que foi já exposto, o indivíduo aprende comportamentos de pessoas que a rodeiam
que são ou não reforçados. Note-se que a aprendizagem pode realizar-se através da cópia do
comportamento da pessoa modelo. Trata-se aqui da aprendizagem por modelagem.

O modelo poderá ser o pai, a mãe, o irmão, a irmã, o professor, a professora, o amigo, a
amiga, o artista, o atleta, o político, o religioso entre outros.

É importante salientar que a observação do reforço positivo do comportamento de outra


pessoa, através do elogio, prémio pode conduzir à aprendizagem de tais comportamentos. A
participação dos alunos numa sessão de distribuição de prémios aos alunos que estão no
quadro de honra e que se destacam nos seus comportamentos, tais como pontualidade,
realização de deveres de casa, curiosidade de aprender, procura de esclarecimento de dúvidas,
repetição da matéria em casa pode contribuir para que adoptem tais comportamentos.

Esta aprendizagem que resulta da observação do reforço de comportamentos de outras


pessoas também se designa de aprendizagem por reforço vicariante.

A imitação e a modelagem são mecanismos fundamentais de aprendizagem de


comportamentos que os educadores, os pais, os professores devem considerar no processo
educativo e, em particular, no processo de ensino-aprendizagem. Os educadores, os pais, os
professores, devem reforçar positivamente os comportamentos reproduzidos que sejam
socialmente aceites. Eles devem ter comportamentos modelos para seus educandos, nos seus
gestos, acções, expressões verbais, vestuário, atitudes.

Do que acima foi exposto podemos concluir que a teoria de aprendizagem social se baseia
nas percepções de outras pessoas, isto é, nos processos cognitivos e reforço de
comportamentos reproduzidos.

2.1.1. Estágios de aprendizagem social (caracteristicas)


 Dos 3 aos 5/6 anos

As crianças de 3 a 5/6 anos imitam os gestos, expressões verbais de seus pais e irmãos e
outros adultos mais próximos, reproduzem nos jogos e brincadeiras as actividades dos
adultos, nos jogos de construção, “fazer de conta” que é pai, mãe, enfermeiro, médico,
motorista, professor.

 Dos 6 aos 10 anos


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Dos 6 aos 10 anos a criança passa também a reproduzir os comportamentos, os gestos e


expressões verbais do seu professor e colegas de turma na escola. É preciso notar que este
período se caracteriza pelo desejo de agradar ao professor, que é autoridade que a criança
admira, bem como ao grupo de colegas da turma. A criança imita as expressões verbais do
professor, sua mímica, a caligrafia, a forma de segurar a esferográfica, lápis, a forma de se
sentar, a forma de se dirigir aos colegas, as suas reacções emocionais.

 Dos 10 aos 16 anos

Dos 10 aos 16 anos a criança passa a imitar também grupos de amigos e a reproduzir
comportamentos, modos de vestir, criar o cabelo, pentear o cabelo, forma de andar,
preferências de actividade de tempo livre da pessoa que mais admira e com quem se
identifica totalmente, do ídolo.
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3. Conclusão

Cheagando ao fim do presente trabalho, podemos concluir que o indivíduo aprende


comportamentos com base na observação e percepção de outras pessoas e a consequente
imitação. Comportamentos reforçados positivamente tendem a manter-se. As crianças
começam por imitar os sons, palavras, gestos e acções dos adultos, mais próximos, coetâneos,
para depois reproduzir, de forma activa, as acções e os comportamentos do seu professor e
colegas de turma na Escola Primária, chegando até a ídolos.

Contudo, a aprendizagem por observação tem um papel fundamental na vida das pessoas,
dentro e fora do contexto escolar, visto que em todos os lugares estaremos diante de pessoas
que podem nos servir de modelos. Devemos sempre estar atentos com as nossas atitudes para
que possamos ser modelos que promovam a educação e a instrução, evitando atitudes
agressivas e que favoreçam o desrespeito, lembrando sempre que o professor é um dos
principais modelos na vida de uma pessoa, e o que ele faz de negativo pode ser copiado.

Os educadores são importantes agentes sociais na construção do sujeito e na construção da


aprendizagem, visto que servem de modelo para os alunos.
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4. Referências Bibliográficas

CABRAL, A. e NICK, E.. Dicionário Técnico de Psicologia. São Paulo, Editora Cultrix,
1997.

CHIAU, S.A.. Formas de Definição de Conceitos e de Explicação de Representações


Simbólicas na Disciplina de Geografia por Alunos da 5ª e 6ª Classes. (Trabalho de Diploma
Apresentado para a Obtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia e Psicologia). Maputo,
Instituto Superior Pedagógico,1993.

DAVIS, C. e OLIVEIRA, Z.. Psicologia Educacional. 2ª Edição. São Paulo, Cortez Editora,
1990

MWAMWENDA, T.S. .Psicologia Educacional, Uma Perspectiva Africana .Maputo, Texto


Editores, 2005.

PFROMM, Netto, Samuel. Psicologia da Aprendizagem: Fundamentos teóricometodológicos


dos processos de construção do conhecimento e do ensino. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 1987. POZO, Juan Ignacio. Aprendizes e Mestres: A nova
cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

PISANI, E.M. et al. Psicologia Geral. Porto Alegre, Editora Vozes, 1990.

RIVIÈRE, Angel. A teoria cognitiva social da aprendizagem: implicações educativas. In: D


BOCK, A.M.B et al. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. São Paulo,
Editora Saraiva, 1993.

SPRINTHALL, N.A. e SPRINTHALL, R.C. Psicologia Educacional: Uma Abordagem


Desenvolvimentista. Lisboa, McGraw-Hill, 1993.

TAVARES, J. e ALARCÃO, L. Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem.


Coimbra, Livraria Almedina, 1990.

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