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01/03/2023, 08:25 Como estudar melhor

Como estudar melhor


Prof.ª Eloiza da Silva Gomes de Oliveira

Descrição

A aprendizagem humana e alguns de seus aspectos, como a inteligência, os estilos de aprendizagem, os modelos
mentais e o estabelecimento de métodos de estudo facilitadores de aprendizagens significativas.

Propósito

Compreender as características, o processo e as possibilidades da aprendizagem humana para identificar a sua


própria aprendizagem e estar apto a desenvolver métodos de estudo efetivos.

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Objetivos

Módulo 1

Níveis Cognitivos

Identificar aspectos e processos da aprendizagem humana

Módulo 2

Anos 1970
Identificar teorias da inteligência e dos modelos mentais

Módulo 3

Estilos de aprendizagem

Reconhecer estilos de aprendizagem e métodos de estudo eficazes para aprendizagem significativa

Introdução
Você já parou para pensar que, às vezes, estudamos muito e temos a sensação de que não aprendemos
quase nada? Ou já passou por aquela situação em que você acha que estudou suficientemente e nas
avaliações o resultado não é satisfatório?

Tão ou mais importante do que estudar é saber como estudar, identificar seu estilo de aprendizagem e as
estratégias ou métodos de estudo mais adequados. Por isso, veremos como estudar de modo mais
proveitoso, para que a aprendizagem seja mais fluida e agradável.

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Se aprender melhor significa estudar o mínimo necessário, de maneira objetiva, aprendendo o máximo
possível, então precisamos compreender um pouco mais sobre a aprendizagem humana.

Faremos isso conhecendo aspectos da aprendizagem como a inteligência, os modelos mentais e os estilos
de aprendizagem. Veremos que cada um de nós precisa aprender a estudar, descobrindo métodos de
estudo que sejam adequados à nossa motivação, cognição e, principalmente, ao nosso estilo de aprender.

Mas, atenção! É importante você estudar este conteúdo sempre mantendo em vista a sua própria
aprendizagem, a maneira como ela se desenvolve e como pode ocorrer de forma aprimorada. Você é o foco
deste conteúdo, com seus três módulos e uma meta ampla em comum: facilitar maneiras de estudar de
forma cada vez melhor.

1 - Aprendizagem Humana
Identificar aspectos e processos da aprendizagem humana

O ato de aprender é fundamental para o ser humano! Por isso, começaremos compreendendo melhor a
aprendizagem e alguns dos seus componentes. Conheceremos os fatores internos e externos que podem facilitar,
dificultar ou até mesmo impedir que você aprenda.

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E vale a pena enfatizar: faremos tudo isso tendo sempre em mente que aprender é algo essencial para o indivíduo.

Vamos lá, então!

Aprendizagem: muitas teorias e um único conceito

Conceito
São muitas as abordagens teóricas que têm como objeto a aprendizagem humana. Em comum, podemos afirmar
que elas falam em mudanças de comportamento que a aprendizagem provoca.

As mais importantes linhas teóricas da aprendizagem podem ser assim resumidas:

Um conceito de aprendizagem bastante abrangente e utilizado é o que foi formulado por Ernest Hilgard (1904-
2001), professor de Psicologia da Universidade de Stanford, autor de um conhecido livro sobre teorias de
aprendizagem.

Veja o que ele disse:

Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é modificada


pela reação a uma situação encontrada, desde que as características da mudança
de atividade não possam ser explicadas por tendências inatas de respostas,
maturação ou estados temporários do organismo (por exemplo, fadiga, drogas etc.)

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(HILGARD, 1966, p. 3)

Assim, toda vez que encontramos algo que estimule a nossa curiosidade e o nosso desejo de conhecer, vários
processos internos são ativados para que aquela situação ou objeto sejam conhecidos, para que possamos
aprender sobre aquilo.

Definições de aprendizagem

Três perguntas sobre a aprendizagem


É possível que você tenha algumas dúvidas ou mesmo curiosidades sobre a aprendizagem. Há pelo menos três
perguntas que frequentemente são feitas sobre a aprendizagem e para as quais muitas vezes encontramos
respostas muito contraditórias.

Confira as três perguntas e responda a cada uma delas:

1ª pergunta: Só se aprende na escola e demais instituições educacionais?

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Não! Além da aprendizagem formal da escola, temos outros tipos de aprendizagem, como a aprendizagem
não formal e a aprendizagem informal.

Vejamos alguns tipos de aprendizagem.

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Primeiro, podemos falar da aprendizagem formal, desenvolvida em instituições educacionais, que leva à
obtenção de diplomas e qualificações. Ela é intencional, ocorre em contextos estruturados, por meio de
atividades planejadas e orientadas por metas e objetivos.

Temos também a aprendizagem não formal, que decorre de ações desenvolvidas fora do sistema formal de
ensino, sem a emissão de diplomas ou certificações, mas se constituindo em aprendizagem intencional e
motivada. As aprendizagens realizadas no ambiente de trabalho são um exemplo.

Existe ainda a aprendizagem informal, que acontece em situações não estruturadas e não é intencional. Ela é
realizada, por exemplo, no contexto familiar e no contato com instituições sociais.

2ª pergunta: A aprendizagem é mais rápida e profunda na infância, adolescência e juventude, diminuindo o ritmo
na idade adulta e, principalmente, na velhice?

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Não! Todos podem aprender o tempo todo, a aprendizagem acontece durante toda a vida.

Podemos dizer que a aprendizagem ganha características e ritmos diferentes, dependendo da fase de
desenvolvimento do indivíduo, mas aprender é como respirar, um processo duradouro enquanto nós estamos
vivos.

É muito comum utilizarmos a expressão “aprendizagem ao longo da vida” (ou lifelong


learning), que significa continuar aprendendo coisas novas com o passar dos anos.

Esse conceito surgiu na Europa, na década de 1970, e se consolidou nos anos 1990. É uma ideia que enfatiza a
educação como um processo permanente, que vai muito além dos limites das instituições, da idade e do nível
social.

Saiba mais

O conceito de aprendizagem ao longo da vida ganhou importância a partir do famoso Relatório Delors, feito para a
UNESCO, com orientações para a educação mundial. O Relatório afirma o seguinte: “O conceito de educação ao
longo da vida é a chave que abre as portas do século XXI, [pois] ele elimina a distinção tradicional entre educação
formal inicial e educação permanente” (DELORS et al., 1995/2010, p. 31).

Em setembro de 2015, líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova York, e decidiram um plano de ação
para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade: daí
resultou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4), sobre educação de qualidade, por exemplo, é o seguinte:
“Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo
da vida para todos” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2016, p. 7).

3ª pergunta: Só aprendemos conteúdos organizados em áreas do conhecimento?

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Não! A aprendizagem pode acontecer sem estar distribuída ou organizada formalmente em disciplinas ou áreas
de conhecimento.

A aprendizagem de conteúdos organizados em áreas do conhecimento se refere basicamente ao primeiro tipo de


aprendizagem de que falamos anteriormente, a aprendizagem formal.

Nas instituições que educam, os conteúdos são dispostos em séries, níveis, disciplinas, áreas de conhecimento,
até porque há o objetivo de avaliar, promover e certificar.

Nos dois outros tipos (aprendizagem não formal e informal), não existe essa preocupação, os conteúdos se
entrelaçam em aprendizagens interdisciplinares que permitem a abordagem dos conteúdos sob vários enfoques,
em diferentes linguagens.

Depois de refletir sobre essas três perguntas recorrentes sobre a aprendizagem, conheceremos alguns fatores que
interferem na aprendizagem.

Os fatores internos e externos que afetam a aprendizagem

Aprendizagem e o indivíduo
Cada um de nós, ao aprender, sofre o impacto de uma série de variáveis. Essas variáveis podem ser de dois tipos:

person
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Internas ao indivíduo
Relacionadas a aspectos pessoais.

group
Externas ao indivíduo
Pertencentes ao contexto em que a pessoa se encontra.

Estamos nos referindo ao conjunto de fatores que facilitam a aprendizagem e mantêm preservadas as condições
físicas e psicológicas necessárias à efetivação da aprendizagem ou que, pelo contrário, tornam o ato de aprender
mais difícil, demorado ou até mesmo impossível.

Vejamos com atenção esses fatores que impactam a aprendizagem.

Os fatores internos (ou pessoais)

Os fatores internos ou pessoais estão relacionados com questões particulares, pertinentes a um único indivíduo.

Para facilitar o seu entendimento, organizaremos esses fatores em um quadro no qual apresentamos as quatro
grandes categorias de fatores e exemplos de cada um.

Os fatores externos (ou contextuais)

Sabemos que as aprendizagens não ocorrem como se o indivíduo estivesse “fechado em uma bolha”. Ele está em
interação constante com o mundo externo, com a realidade física e social.

Confira alguns exemplos ou manifestações desses fatores.

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Resumindo – o Cubo de Syracuse


Uma boa maneira para resumir esses fatores que afetam a aprendizagem é o Cubo de Syracuse. Ele foi elaborado,
em 1985, por Corine Smith, professora emérita da Syracuse University, para representar fatores determinantes do
sucesso ou do fracasso nas aprendizagens, observando características próprias.

Segundo Golbert e Moojen (1996, p. 85), quando olhamos um cubo, nós o vemos como um todo, não olhando para
um dos lados isoladamente, mas sim para o conjunto. Para os autores, o Cubo de Syracuse é uma representação
perfeita dos fatores que afetam a aprendizagem, já que esses fatores devem ser vistos de uma forma global.

Em cada face do cubo são alocados fatores intervenientes na aprendizagem, agrupados em categorias: biológicos,
familiares, escolares, individuais e relativos às tarefas escolares.

Cubo de Syracuse.

As cinco etapas do processo de aprendizagem

Dinâmicas do aprendizado
Você já viu que, embora haja muitas teorias buscando compreender a aprendizagem humana, elas convergem para
a consideração de que a aprendizagem sempre produz mudanças de comportamento.

Por isso, podemos descrever a aprendizagem como um processo contendo cinco etapas.

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Vamos a uma breve descrição de cada etapa.

01

1ª etapa – Compreender

É o momento em que a informação (ou conteúdo novo) é captada pelo indivíduo. Normalmente, o fato de a
informação ser inédita ou desconhecida faz com que a motivação seja despertada.

Essas informações podem ser captadas por vários meios, como aulas, leituras, mídias ou até mesmo pela
observação da realidade.

02

2ª etapa – Reter

Essa etapa é referente à fixação das informações obtidas. Nesse momento, percebemos por vezes que não
houve a retenção de tanto conteúdo como se esperava. Por isso, realizar algumas revisões do que foi visto ou
estudado pode dar conta do que se perdeu ou não foi retido.

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03

3ª etapa – Praticar

Só temos a certeza de que o conteúdo captado foi realmente retido quando conseguimos aplicá-lo a situações
novas, relacionando-o à prática. Temos, então, o grande desafio de fazer, de colocar a mão na massa, de praticar.

04

4ª etapa – Compartilhar

É o momento em que disseminamos as informações compartilhando-as com outras pessoas, transmitindo o que
aprendemos.

Possivelmente, você já viu crianças brincando de “dar aula”, assumindo o papel de professora ou professor
diante de outras crianças. Esse gesto ou brincadeira deve nos lembrar que pode ser muito bom dividirmos com
os outros o que aprendemos. Quando procuramos ensinar o que estamos estudando, temos uma grande fonte
de aprendizado.

05

5ª etapa – Criar

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Nessa etapa, atribuímos uma característica pessoal ao que foi aprendido, não apenas repetindo o conteúdo, mas
gerando novos conhecimentos. A aprendizagem está relacionada com criação ou construção de conhecimento,
e não apenas reprodução da informação obtida.

O ciclo da aprendizagem de Robert Dilts


Podemos ter uma abordagem complementar a essas cinco etapas do processo de aprendizagem conhecendo o
ciclo da aprendizagem proposto pelo professor Robert Dilts, estudioso e pesquisador em comunicação.

Ciclo da aprendizagem de Robert Dilts.

Dilts, Hallbom e Smith (1993) defendem que nos desenvolvemos ao longo de quatro estágios na aprendizagem,
começando pelo desconhecimento do que não sabemos, passando pela consciência do que não conhecemos e
pela consciência do que sabemos.

Finalmente, tão adaptados ao conhecimento ficamos que sequer temos consciência de que aquele conteúdo foi
aprendido. É como se já tivéssemos “nascido com ele”. Em outras palavras, o conteúdo ou conhecimento já é algo
internalizado, incorporado, automatizado, já faz parte de nossa forma de pensar e agir sem que disso a gente se dê
conta. Você deve ter estudado, por exemplo, várias regras gramaticais da língua portuguesa e técnicas ou
estratégias de leitura e escrita que estão internalizadas e nem são percebidas quando você lê ou escreve um texto.

Resumindo

Até este momento, você certamente já começou a compreender alguns aspectos da aprendizagem humana e
como ela se efetiva. Percebeu que a aprendizagem não acontece apenas de maneira formal, nas instituições
educacionais, mas também de modo não formal e informal.

Viu, ainda, que a aprendizagem ocorre durante toda a vida, ganhando características e ritmos diferentes
dependendo da fase de desenvolvimento do indivíduo, e que ela tem caráter interdisciplinar, os conteúdos das
diversas áreas do conhecimento se entrelaçam, oferecendo perspectivas mais amplas.

Você também aprendeu que há fatores internos, ou pessoais, e externos, ou contextuais, que afetam a
aprendizagem, podendo facilitá-la ou não. Um dos modelos que sintetiza esses fatores é o Cubo de Syracuse,
criado por Corine Smith. Finalmente, você conheceu duas classificações de estágios ou etapas por meio dos quais
a aprendizagem ocorre.

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Aspectos e processos da aprendizagem
Vamos pensar um pouco mais sobre aprendizagem conversando com os professores Rodrigo Rainha e Roberto
Paes.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Robert Dilts formulou um ciclo da aprendizagem composto por quatro etapas. O mais evoluído, que ele
chamou de competência inconsciente, corresponde, no indivíduo,

à aquisição de conhecimentos de forma tão significativa que a pessoa não tem consciência da
A
existência dessa aquisição.

B ao desconhecimento daquilo que ele não sabe e ainda pode aprender.

C à consciência e à segurança relativas ao conjunto de conhecimentos, àquilo que ele sabe.

D à aquisição de conhecimentos por meio da modelagem do comportamento.

ao aflorar espontâneo de conhecimentos e conteúdos que nunca foram aprendidos ou


E
adquiridos.

Parabéns! A alternativa A está correta.

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A alternativa A, correta, expressa o conceito do estágio mais elevado de aprendizagem, em que há uma
espécie de “conforto” do indivíduo, pela aquisição profunda e significativa de conteúdos. A alternativa B se
refere ao estágio mais elementar da aprendizagem, que Dilts chama de incompetência inconsciente. A
alternativa C expressa o conceito do terceiro estágio, de competência consciente. Na alternativa D, está citada
a aprendizagem por condicionamento, não pertencente ao modelo teórico de Dilts. Por fim, a alternativa E está
relacionada ao entendimento equivocado de que conhecimento e conteúdos podem estar internalizados sem
algum tipo de aprendizagem ou aquisição.

Questão 2

Uma das perguntas sobre a aprendizagem que são feitas com frequência é se ela só acontece na escola e
demais instituições educacionais, de forma intencional e estruturada. A resposta é não. Nas instituições
educativas, ocorre primordialmente uma forma de aprendizagem, que se denomina:

A Aprendizagem informal.

B Aprendizagem ao longo da vida.

C Aprendizagem não formal.

D Aprendizagem formal.

E Aprendizagem corporativa.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Apresentamos três tipos de aprendizagem: o primeiro é a aprendizagem formal, que é a resposta correta desta
atividade. A aprendizagem formal é desenvolvida na escola e em instituições educacionais, levando à
obtenção de diplomas e qualificações. Ela é intencional, ocorre em contextos estruturados, por meio de
atividades planejadas e orientadas por metas e objetivos. A aprendizagem não formal decorre de ações que se
desenvolvem fora do sistema formal de ensino, não recebe diplomas ou certificações, mas é intencional e
motivada. Um exemplo disso são as aprendizagens realizadas no ambiente de trabalho, que também estariam
relacionadas com a educação corporativa ou aprendizagem corporativa. Temos ainda a aprendizagem
informal, que acontece em situações não estruturadas e não é intencional. Ela é realizada em situações como

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o contexto familiar e no contato com instituições sociais. A aprendizagem ao longo da vida se refere à
continuidade do processo de informação no avançar da idade adulta.

2 - Níveis Cognitivos
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os diferentes níveis cognitivos.

Depois de estudar alguns aspectos da aprendizagem humana e começar a compreender de que modo ela se
efetiva, vamos aprofundar o nosso estudo, focalizando as teorias da inteligência e dos modelos mentais.

Aprenderemos muita coisa interessante!

Estudando a inteligência

O que é a inteligência?
Uma opinião corrente, manifestada pelas pessoas, é que “aprende melhor quem é mais inteligente”.

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Mas o que significa afinal o termo inteligência?

Conceito e origem etimológica do termo inteligência


O termo inteligência teve origem no latim intelligentia, derivado das palavras inter, que significa entre, e eligere, que
quer dizer escolher. A partir daí, podemos dizer que inteligência significa a capacidade de fazer escolhas melhores
e mais corretas.

O Dicionário de Psicologia da Associação Psicológica Americana nos apresenta a seguinte definição para
inteligência:

Capacidade de extrair informações, aprender com a experiência, adaptar-se ao


ambiente, compreender e utilizar corretamente o pensamento e a razão

(VANDENBOS, 2010, p. 521)

Assim como a palavra aprendizagem, são muitas as definições de inteligência, que envolvem desde características
biológicas até processos cognitivos e emocionais. Na maior parte das definições de inteligência, temos a
conjugação de propósito, que significa encontrar meios para alcançar determinado fim, e uma ênfase econômica,
relativa ao máximo de efeito com o menor gasto de energia.

Saiba mais

Há dois conceitos de inteligência, que são bastante conhecidos, elaborados por dois psicólogos norte-americanos.
O primeiro conceito é de Robert Sternberg (2000), para quem a inteligência é a capacidade de se adequar ao

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ambiente, conjugada ao aprendizado por meio das experiências vivenciadas.

O segundo conceito de inteligência é de Howard Gardner (1995, p. 21), para quem a inteligência está relacionada
com a “capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes em determinado ambiente ou
comunidade cultural”. Essa capacidade permite que uma situação seja abordada por alguém a partir de um
objetivo a ser atingido, buscando a solução adequada para alcançar esse objetivo.

O quociente de inteligência (QI): a preocupação em medir a inteligência


Os primeiros estudos sistemáticos sobre a inteligência vieram de uma corrente da Psicologia chamada
Psicometria, que tem como objetivo medir os processos mentais.

É fácil compreender, então, o surgimento do conceito de quociente de inteligência, abreviado como QI. Ele é uma
medida, um número que expressa a capacidade intelectual de um indivíduo tomando como base critérios de
referência que permitem estabelecer comparações, relacionando a idade mental e a idade cronológica.

O psicólogo alemão William Stern (1871-1938) sugeriu, em 1911, que os escores dos testes de inteligência podiam
ser expressos em termos de um quociente de inteligência ou QI, igual à razão:

sicometria
Representa a teoria e a técnica de medida dos processos mentais, especialmente aplicada na área da Psicologia e da
Educação. Ela se fundamenta na teoria da medida em ciências em geral, ou seja, do método quantitativo que tem,
como principal característica e vantagem, o fato de representar o conhecimento da natureza com maior precisão do
que a utilização da linguagem comum para descrever a observação dos fenômenos naturais (PASQUALI, 2009, p. 993).

QI = Idade Mental (IM)Idade Cronológica (IC) X 100

Rotacione a tela. screen_rotation


Exemplo

Se um indivíduo tem uma idade mental de 10, medida por testes, e uma idade cronológica de 8 anos, seu QI seria
(10/8) x 100 ou 125.

A disseminação dessa ideia, de que a inteligência humana pode ser medida e comparada, permitiu a emergência
de muitas abordagens discriminatórias e preconceituosas, fundamentando as concepções de superdotados e
infradotados intelectualmente.

Um resumo dos primeiros estudos

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1905 1910 1954 1

Alfred Binet e Théodore Alfred Binet afirmou que a Lewis Terman criou o teste
Simon criaram o primeiro inteligência é coletivo Stanford Binet.
teste de inteligência. fundamentalmente ação e
comporta as etapas de
compreensão, invenção,
direção e censura.

Atenção!

Quando Alfred Binet usa o termo censura para intitular uma das etapas da inteligência, ele está se referindo aos
controles sociais, morais e éticos adquiridos pelo indivíduo e que o direcionam.

Teorias sobre a Inteligência

Inteligências múltiplas

Retomaremos o conceito de inteligência de Howard Gardner, que já mencionamos brevemente, para conhecer sua
teoria das inteligências múltiplas.

Atenção!

Quem foi Howard Gardner?

Gardner nasceu em 1943, na Pensilvânia, numa família de judeus alemães que escaparam do nazismo. Ele estudou
na Universidade de Harvard, dedicando-se à pesquisa na área da Psicologia e da Educação. Atualmente, Gardner é
professor na Universidade de Harvard e na Universidade de Boston. Ele já foi considerado, pelas revistas Foreign
Policy e Prospect, um dos cem intelectuais mais influentes do mundo.

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Howard Gardner discordou da ideia de um quociente de inteligência único e estabeleceu que a capacidade
cognitiva humana pode ser mais bem descrita como um conjunto de oito capacidades mentais.

Gardner defende uma avaliação completamente diversificada do que denomina


“inteligências múltiplas”.

Gardner utiliza formas não verbais de avaliação da inteligência que sejam capazes de fornecer elementos para a
promoção de habilidades cognitivas responsáveis pela boa qualidade da adaptação do ser humano ao ambiente
que o cerca.

A inteligência seria, então, um potencial biopsicológico, baseado em diferenças genéticas e ambientais. Gardner
enfatiza a importância da localização das funções cerebrais e da relativa autonomia dessas funções na explicação
dos desempenhos cognitivos, como se expressa na multiplicidade de inteligências.

As oito inteligências descritas por Gardner


Você já sabe que são oito as múltiplas inteligências descritas por Gardner. Elas se desenvolvem de forma diferente
em cada pessoa, criando um perfil único. Você pode ter, por exemplo, a inteligência lógico-matemática muito
desenvolvida, enquanto a inteligência musical não segue o mesmo nível de avanço.

Confira o quadro que mostra as “inteligências humanas”, segundo Gardner:

Múltiplas inteligências.

Vamos a uma breve descrição de cada uma dessas inteligências.

translate
Inteligência linguística
Capacidade de aprender noções dos códigos linguísticos, memorizá-las e aplicá-las de forma criativa,
manifestando domínio da linguagem e das palavras.

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calculate
Inteligência lógico-matemática
Capacidade de usar os números de forma efetiva para raciocinar eficientemente, utilizando processos mentais,
como categorização, classificação, inferência, generalização, cálculo e testagem de hipóteses.

visibility
Inteligência visual-espacial
Capacidade para a percepção do mundo visível e de transformar essa percepção, envolvendo aspectos como a
sensibilidade a cores, linhas, formas e configurações espaciais.

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Inteligência corporal-cinestésica
Capacidade para o controle e a harmonização dos movimentos corporais, para a orientação e a manipulação de
objetos.

audiotrack
Inteligência musical
Capacidade de perceber, discriminar, transformar e expressar formas musicais, com sensibilidade ao ritmo, tom,
melodia e timbre.

groups
Inteligência interpessoal
Capacidade de compreender e se identificar com os outros indivíduos e de se comunicar com eles.

psychology
Inteligência intrapessoal
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Capacidade de autoconhecimento e de agir de forma adaptativa, com base nesse conhecimento.

spa
Inteligência naturalista
Capacidade para reconhecer e classificar espécies da natureza e sensibilidade em relação a outros fenômenos
naturais.

Haveria uma nona inteligência?


Depois de completar o estudo das oito inteligências, Gardner começou a estudar a possibilidade de uma nona
inteligência, a existencial, que estaria relacionada à preocupação com questões básicas da vida.

De todo modo, a teoria proposta por Gardner nos leva a perceber que podemos desenvolver diversos tipos de
inteligência. E se não vamos tão bem em alguma capacidade, devemos nos animar descobrindo ou reconhecendo
outras capacidades em que vamos bem.

Ter consciência sobre nossas fortalezas e fragilidades no aprendizado é muito importante para identificarmos
como podemos aprender mais e melhor.

Pare, observe e reflita sobre a sua forma de aprender. Verifique, do quadro de inteligências descrito por Gardner,
quais são as mais desenvolvidas em você.

Pense sobre o que você aprende com mais facilidade, prazer e com melhor rendimento.

Não estamos falando apenas das aprendizagens formais, de conteúdo das disciplinas, mas também dos outros
dois tipos de aprendizagem de que falamos no módulo 1, as não formais e as informais.

Uma curiosidade... E a inteligência artificial?

Todos nós ouvimos muitas referências a esse termo, mas o que ele significa?

A inteligência artificial ou IA, como é chamada, é um ramo de estudo da Ciência da Computação que tem como
objetivo desenvolver mecanismos e dispositivos tecnológicos que consigam simular o sistema de raciocínio dos
seres humanos, ou seja, a inteligência humana.

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Não se trata de substituir humanos por robôs, como muitas ficções científicas apresentam, mas de criar soluções
tecnológicas que realizam atividades de um modo considerado inteligente.

Já dispomos, por exemplo, de aparelhos que interpretam e sintetizam a voz ou os movimentos humanos, mas nada
que aproxime verdadeiramente as máquinas do que é capaz de fazer a inteligência do homem.

Indivíduos com altas habilidades


A prática de avaliar quantitativamente a inteligência, que deu origem ao conceito de quociente de inteligência,
também originou o conceito de superdotação intelectual, erradamente confundida com genialidade.

Pessoas com altas habilidades apresentam grande facilidade de aprendizagem, desenvolvendo competências de
forma muito rápida, dominando aceleradamente conceitos, procedimentos e atitudes.

Normalmente apresentam vários aspectos e tipos de inteligência muito desenvolvidos, demonstrando


características como:

timer
Aprendizagem rápida

campaign
Riqueza de expressão verbal

star
Habilidade para lidar com ideias abstratas

casino
Curiosidade, preferência por situações novas e desafiadoras
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tungsten
Criatividade e imaginação

group
Habilidade para compreender pontos de vistas de outras pessoas

school
Interesse por variadas fontes de conhecimento

extension
Originalidade para resolver problemas

O modelo dos três anéis de Renzulli e Reis


Renzulli e Reis (1997) definem o indivíduo com altas habilidades ou superdotação (AH/SD) baseando-se na
interação entre três grupos básicos de traços humanos:

Habilidade acima da média para a realização de tarefas.

Grande envolvimento com a tarefa em execução.

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Altos níveis de criatividade.


O modelo é ilustrado pelos autores desta forma:

O modelo dos três anéis.

Eles afirmam que altas habilidades têm lugar em determinadas pessoas (não em todas), em determinados
momentos (não o tempo todo) e em determinadas circunstâncias (não em todas as circunstâncias).

A teoria triárquica da inteligência (TTI) de Sternberg


Robert Sternberg (1988), da Universidade de Yale, afirma que a inteligência compreende capacidades analíticas,
criativas e práticas. Vejamos:

Pensamento analítico
Nesse tipo de pensamento, buscamos a resolução de problemas conhecidos.

Pensamento criativo
Por meio dele, tentamos resolver novos tipos de problemas.

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Pensamento prático
É o pensamento por meio do qual tentamos resolver problemas aplicando o que já sabemos aos contextos
cotidianos.

Teoria triárquica da inteligência.

A partir da teoria triárquica da inteligência, Sternberg criou uma concepção plural de altas habilidades e formulou
um modelo pentagonal, segundo o qual elas apresentam cinco características: excelência, raridade, produtividade,
demonstratividade e valor.

Ele criou, ainda, um modelo explicativo da superdotação, conhecido como WICS:

Wisdom – sabedoria
Inteligence – inteligência
Creativity – criatividade
Synthesized – síntese

Conhecendo os modelos mentais

Operando com a mente


Modelos mentais são mecanismos do pensamento humano que representam e “filtram” a realidade externa. Cada
um de nós tem o seu modelo mental e ele, atuando em um nível abaixo da consciência, define a forma como
percebemos os fatos que acontecem na realidade à nossa volta, as maneiras como pensamos, nos sentimos e
reagimos a eles.

Segundo Sartor (apud ANGELONI, 2008, p. 153), os modelos mentais são imagens, pressupostos e histórias que
temos acerca de nós mesmos, das outras pessoas, das instituições e em relação a outros aspectos do mundo e da
vida.

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De onde vêm os modelos mentais? Como eles se formam nos indivíduos?

Eles são criados a partir de quatro origens:

Sistema nervoso

Essa origem funciona como um "filtro biológico", refere-se às capacidades fisiológicas e cognitivas, assim como
a determinadas limitações que cada ser humano tem.

Linguagem

Refere-se ao modo como utilizamos a língua e suas variantes (modo de falar, nível de linguagem, regionalismos,
por exemplo). Por meio da linguagem, é estabelecida a comunicação com as outras pessoas.

Cultura

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Alguns autores a consideram um modelo mental coletivo, pois se desenvolve a partir de experiências
compartilhadas nas famílias e outras instituições sociais, empresas, nações.

História pessoal

Essa origem está vinculada ao passado de cada ser humano, às experiências e informações que acumulamos ao
longo do tempo.

Mas qual é a relação entre os modelos mentais e a aprendizagem?

Se os modelos mentais caracterizam a forma como o ser humano percebe e interage com o mundo que o cerca,
também descrevem a concepção criada por ele sobre um conteúdo, um tema ou um assunto, organizando os
dados existentes em informações e conhecimentos, que podem incluir a utilização de inferências equivocadas que
atrapalham a aprendizagem.

Marco Antonio Moreira (1997), pesquisador do assunto, afirma que a melhor técnica para investigar a cognição
humana é o estudo dos estilos mentais, descrevendo o que as pessoas fazem enquanto resolvem um problema.
Para isso, utiliza experimentos em laboratório, entrevistas estruturadas, atividades em grupo e a construção de
mapas conceituais ou mapas mentais.

nferências
É um tipo de raciocínio a partir de determinados dados ou informações para se chegar a determinada conclusão. Em
outras palavras, é a dedução feita a partir de alguma informação.

Sobre mapas conceituais ou mapas mentais

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A teoria dos mapas conceituais foi desenvolvida na década de 1970 pelo pesquisador norte-americano Joseph
Novak. Ele define mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento (NOVAK;
GOWIN, 1999) e a sua estrutura básica é uma representação gráfica, geralmente bidimensional, de um conjunto de
conceitos interligados na forma de proposições.

Os conceitos aparecem em caixas e as relações entre eles são especificadas por palavras ou frases de ligação.
Com dois ou mais conceitos, conectados por frases de ligação, formamos uma proposição, que deve evidenciar de
modo claro o significado da relação conceitual estabelecida.

Saiba mais
Os mapas conceituais ou mapas mentais podem ser um recurso para sintetizar de forma gráfica determinado
conteúdo. Tentar elaborar um mapa conceitual depois de ler ou estudar um assunto ou tema pode ser uma
maneira de você verificar sua habilidade para sintetizar, esquematizar e fixar o que compreendeu. Depois de pronto,
o mapa conceitual pode ajudá-lo a retomar aquele mesmo material ou conteúdo e guiá-lo numa revisão ou
preparação para uma avaliação.

Na internet, você encontra páginas ou aplicativos que permitem criar mapas mentais, como Miro, Mindmeister,
Coggle, Mindomo, entre outros.

Confira um exemplo de mapa conceitual a partir do que estudamos sobre as múltiplas inteligências propostas por
Gardner:

Mapa conceitual da teoria das inteligências múltiplas

Antes de terminar este módulo, vamos a mais um desafio!

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Agora que você já sabe que cada um de nós tem o seu modelo mental e que ele define como percebemos os fatos
que acontecem na realidade à nossa volta, como pensamos e, logicamente, como aprendemos, reflita sobre o seu
modelo mental, a partir dos quatro fatores que determinam a formação dele: biológicos, linguagem, cultura e
história pessoal.

Resumindo
Além de conceituar o termo inteligência, vimos que a tendência dos estudos iniciais era avaliar a inteligência
quantitativamente, por meio de testes padronizados, o que é expresso no conceito de quociente intelectual (QI).
Logo surgiram movimentos teóricos que contradisseram essa tendência, como a teoria das inteligências múltiplas,
de Howard Gardner.

Apresentamos também alguns estudos relativos às altas habilidades ou superdotação, como o modelo dos três
anéis, de Renzulli e Reis, e a teoria triárquica da inteligência (TTI), de Robert Sternberg.

Finalizamos conceituando modelos mentais, mecanismos do pensamento humano que representam e “filtram” a
realidade externa, e comentando brevemente sobre os mapas conceituais ou mentais.

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As teorias da inteligência e a neurociência
O professor Silvio Pessanha Neto, doutor em medicina, neurocientista, explica o que é e como podemos analisar a
inteligência ampliando os olhares sobre o assunto.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

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Leia o texto a seguir:

“Fica claro, a partir do exame dos papéis adultos, mesmo na sociedade ocidental dominada pela linguagem,
que as capacidades espaciais, interpessoais ou corporal-cinestésicas geralmente desempenham papéis
chave. No entanto, as capacidades linguísticas e lógicas constituem o núcleo da maioria dos testes
diagnósticos de ‘inteligência’ e são colocados num pedestal pedagógico em nossas escolas.”
(GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, p. 33)

Essa citação expressa qual aspecto destacado da teoria de Gardner?

A A proposta de uma avaliação única para todas as capacidades mentais.

A defesa da língua e da matemática como inteligências principais, pois são as capacidades


B
mais utilizadas em qualquer profissão.

A discordância da ideia de um quociente de inteligência único para descrever a capacidade


C
cognitiva humana.

A proposta da utilização apenas de formas verbais de avaliação da inteligência, principalmente


D
das capacidades linguísticas e lógicas.

O argumento de que os testes de inteligência contribuem positivamente para destacar de


E
forma adequada o que deve ser valorizado na escola ou na universidade.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Gardner discordava fortemente da existência de um quociente de inteligência único para descrever a


capacidade cognitiva humana. Essa discordância está na própria existência das múltiplas inteligências,
avaliadas mediante estratégias diversificadas. Assim, a alternativa A está incorreta porque Gardner defende
uma avaliação completamente diversificada e específica do que ele denomina “inteligências múltiplas”. A
alternativa B não deve ser assinalada pois o autor não admite a existência de inteligências principais, que se
sobressaiam às outras. Para ele, todas as múltiplas inteligências pesquisadas fazem parte do espectro
cognitivo do ser humano, tendo igual importância. A alternativa C está incorreta porque Gardner propõe o
rompimento com formas apenas verbais de avaliação da inteligência, utilizando instrumentos não verbais que
sejam capazes de fornecer elementos para a promoção de habilidades cognitivas responsáveis pela boa
qualidade da adaptação do homem ao ambiente que o cerca. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque

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os testes de QI acabaram contribuindo para a valorização apenas das capacidades linguísticas e lógica no
contexto escolar ou acadêmico.

Questão 2

Analise as afirmativas a seguir:

I – Os modelos mentais correspondem a formas de representar e “filtrar” a realidade externa, por meio de
imagens, ideias e experiências relacionadas a nós mesmos, aos outros e à realidade em geral, contribuindo
para o processo de aprendizagem.
II – Modelos mentais são provenientes da cultura, da história pessoal, das competências individuais, da
linguagem e do sistema nervoso.
III – Os modelos mentais deixam de fora a influência de aspectos coletivos ou institucionais, como a
contribuição da família, das organizações e do modo de vida de um povo ou comunidade.

Está correto apenas o que se afirma em

A Somente I.

B Somente II.

C Somente III.

D I e II.

E II e III.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Os modelos mentais, que caracterizam a forma como o ser humano percebe e interage com o mundo, definem
a concepção criada pelo indivíduo sobre um conteúdo, um tema, um assunto, organizando os dados existentes
em informações e em conhecimentos, o que facilita a aprendizagem, mas também podem incluir a utilização
de inferências equivocadas, que atrapalham a aprendizagem. Esses modelos são criados a partir de quatro
origens: 1) por meio da cultura, considerada uma espécie de “modelo mental coletivo”, pois se desenvolve a
partir de experiências compartilhadas nas famílias e outras instituições e comunidades; 2) por meio da

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história pessoal, ou seja, das experiências e aprendizados ao longo do tempo; 3) por meio da linguagem, isto é,
o modo como usamos os diversos códigos para comunicação e interação; 4) por meio do sistema nervoso, ou
seja, nossas capacidades cognitivas e fisiológicas.

3 - Estilos de aprendizagem
Reconhecer estilos de aprendizagem e métodos de estudo eficazes para aprendizagem significativa

Você já se deu conta de qual é o seu estilo de aprendizagem?

Estudaremos agora os estilos de aprendizagem, para que você compreenda melhor sua própria aprendizagem e
confira algumas dicas que podem lhe ajudar a estudar melhor.

Qual o seu estilo de aprendizagem

O que são os estilos de aprendizagem

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Quando utilizamos a expressão “estilos de aprendizagem”, não estamos nos referindo a uma teoria da
aprendizagem específica. Cada um de nós tem sua maneira própria de aprender, com determinadas características,
preferências, facilidades, estratégias para a solução de problemas, a elaboração de conclusões e a assimilação
dos conteúdos.

Assim, vamos a uma definição inicial de estilo de aprendizagem:

O estilo que um indivíduo manifesta quando se confronta com uma tarefa de


aprendizagem específica. [É] uma predisposição do aluno em adotar uma estratégia
particular de aprendizagem, independentemente das exigências específicas das
tarefas.

(CERQUEIRA, 2000, p. 36)

Uma outra definição é proposta pelo casal de pesquisadores Rita Dunn e Kenneth Dunn, numa obra que trata de
como ensinar os alunos por meio dos seus estilos de aprendizagem. Eles definem os estilos de aprendizagem
como um conjunto de condições que permitem ao indivíduo se concentrar, absorver, processar e reter informações
e habilidades novas ou difíceis (DUNN; DUNN, 1978).

Atenção!

Os estilos de aprendizagem não são fixos, imutáveis. Eles podem sofrer mudanças durante a vida, de acordo com o
desenvolvimento do ser humano.

Duas teorias de estilos de aprendizagem


Há muitas teorias que classificam os estilos de aprendizagem. Dentre as mais conhecidas, escolhemos duas para
o nosso estudo: a teoria da aprendizagem experiencial de Kolb e o modelo VARK de estilos de aprendizagem.

Vamos conhecer cada uma dessas teorias.

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A teoria da aprendizagem experiencial de Kolb


O psicólogo e teórico da educação David Allen Kolb, em 1984, desenvolveu um instrumento padronizado de medida
denominado Inventário de Estilos de Aprendizagem (Learning Style Inventory - LSI), que parte da ideia de que as
pessoas possuem diferentes estilos de aprendizagem, que são influenciadas pela maneira como percebem e
processam a realidade, ou seja, pelos modelos mentais, que já estudamos no módulo anterior.

O Inventário de Estilos de Aprendizagem


O inventário é composto de frases sobre a aprendizagem dos respondentes de um teste aplicado. Essas frases
estão associadas a determinadas alternativas, que recebem pesos de acordo com o que o respondente acredita
descrever melhor suas atitudes e sentimentos quando está aprendendo. Assim, a partir dos graus atribuídos às
alternativas, são calculados quatro índices: experiência concreta, conceituação abstrata, observação reflexiva e
experimentação ativa.

O que significam esses quatro índices?

Os quatro índices compõem o que alguns também chamam de quatro estágios do ciclo de aprendizagem. Confira
no quadro a seguir a descrição ou características de cada índice a partir de sua relação com a aprendizagem.

Índices Aprendizagem Características dos Aprendizes

Consideram abordagens teóricas


Experiência Fundamentada em desnecessárias; aprendem melhor por meio de
concreta experiências exemplos específicos e na interação com
outros estudantes.

Apreciam atividades que promovam a reflexão


Conceituação Analítica e conceitual,
e o questionamento, com ênfase teórica e
abstrata apoiada no raciocínio lógico.
análise sistemática.

Baseada em observações
Observação Gostam de assistir a aulas sobre os conteúdos
cuidadosas e julgamentos
reflexiva a serem aprendidos.
pessoais.

Experimentação Alicerçada em atividades Preferem participar de projetos práticos,


ativa práticas discussões em grupo e realizar tarefas

Os quatro índices do Inventário de Estilos de Aprendizagem de Kolb.

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Quadro: Baseado em Kolb, 1984.

Considerar cada um desses índices é uma forma de você refletir ou mesmo tomar consciência sobre o modo como
você aprende.

A partir desse inventário, Kolb descreveu quatro estilos de aprendizagem:

Adaptadores ou acomodadores

Preferem aprender com atividades práticas e experiências, em vez de teorias e manuais; utilizam mais a intuição
do que a lógica.

Assimiladores

Preferem utilizar mais teorias do que o lado prático; apresentam gosto por ideias abstratas e números,
combinando observação e pensamento.

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Divergentes

Preferem trabalhar em grupo, aprendendo com sensações e observações; possuem muita criatividade e
imaginação, trazendo novas ideias e visões sobre o que é estudado.

Convergentes

Preferem aprender com a reflexão e a ação; têm facilidade com a aplicação prática das ideias, tomada de
decisões e resolução de problemas.

É possível que você se identifique mais com um desses estilos de aprendizagem, mas também pode ser que você
perceba que em diferentes situações ou disciplinas um ou outro estilo de aprendizagem sobressaia.

Modelo VARK de estilos de aprendizagem


Essa é uma das abordagens mais conhecidas de estilos de aprendizagem, até mesmo pela sua simplicidade.

O professor neozelandês Neil Fleming criou, em 1992, uma técnica de mapeamento de estilos de aprendizagem
denominada de VARK – Visual, Auditivo, Leitura-escrita e Sinestésico (em inglês Visual, Aural-Read, Write and
Kinesthetic).

Segundo Fleming (2001), o ser humano tem quatro canais de aprendizado e a predominância de um deles
determina um estilo de aprendizagem.

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Visual

Aprendizagem favorecida por meio de exposições e demonstrações visuais.

Auditivo

Aprendizagem favorecida por meio da captação de variações sonoras, como palestras, discussões e seminários.

Leitura-escrita

Aprendizagem favorecida pela leitura de artigos, manuais, relatórios e ensaios e pela tomada de anotações.

Sinestésico

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Aprendizagem favorecida pela exploração de todos os sentidos e pela realização de atividades práticas.

Os estilos de aprendizagem de Fleming (2001).

Uma contribuição interessante de Fleming foi a elaboração de um quadro de recursos didáticos facilitadores da
aprendizagem relacionados a cada estilo:

Visual Auditivo Leitura-escrita Sinestésico

Diagramas Debates/palestras Livros/textos Estudos de caso

Gráficos/imagens Discussões Folhetos Modelos de trabalho

Palestrantes
Aula expositiva Conversas Leitura de artigos
convidados

Vídeos CDs de áudio Comentários escritos Demonstrações

Resolução de Desenvolvimento de
Áudio e vídeo Atividade física
exercícios resumos

Resolução de
Pesquisa na internet Seminários Ensaios
exercícios

Aulas práticas Música Múltipla escolha Palestras

Projeções (slides) Dramatização Bibliografias Aulas práticas

Recursos didáticos e estilos de aprendizagem VARK.


Quadro: Fleming, 2001, p. 137

Conhecer as pesquisas e teorias sobre estilos de aprendizagem nos faz reconhecer que as pessoas aprendem de
modo diferente, sendo possível identificar um estilo que predomine em um indivíduo. Entretanto, também podemos
concluir que um mesmo indivíduo aprende de modo diverso em diferentes situações.

Assim, mais importante do que tentar “cravar” de modo absoluto qual é o seu estilo de aprendizagem, você deve
estar atento à necessidade de mobilizar diferentes habilidades ou usar estratégias de estudo diversificadas em
função da situação, do tipo de aula ou de conteúdo.

Mergulhando na Neurociência
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Como o cérebro aprende?


Boa parte das pesquisas e estudos sobre estilos de aprendizagem se valem hoje da contribuição da Neurociência.

A Neurociência (não confunda com Neurologia) é um ramo da ciência que estuda o sistema nervoso central, suas
estruturas, funcionalidades, aspectos fisiológicos, processos de desenvolvimento e alterações que podem surgir
no decorrer da vida.

O médico e pesquisador Floyd Bloom define a Neurociência como uma ciência multidisciplinar que analisa o
sistema nervoso a fim de compreender a base biológica do comportamento (BLOOM, 2008, p. 3).

Resumindo

Estudos de diversas áreas do conhecimento convergem para a Neurociência, tornando-a nitidamente


interdisciplinar. Dentre essas várias confluências de diferentes áreas de conhecimento, temos a Neurociência
Cognitiva ou Neuropsicologia, que trata das capacidades mentais relacionadas à inteligência, como linguagem,
memória, autoconsciência, percepção, atenção, aprendizagem, entre outras.

Para a Neurociência Cognitiva, a aprendizagem é um processo complexo que provoca modificações estruturais e
funcionais permanentes do sistema nervoso central. De acordo com esse ramo da ciência, o processo de
aprendizagem funcionaria conforme o seguinte fluxo de etapas:

Etapas da aprendizagem na perspectiva da Neurociência Cognitiva.

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Neurociência e aprendizagem
Vamos conhecer um pouco mais sobre como a Neurociência pode nos ajudar a estudar e a aprender melhor com o
médico Silvio Pessanha.

É possível ser mais eficiente nos estudos?


Agora que você já domina vários conceitos relacionados à aprendizagem, inclusive sobre modelo mental e estilos
de aprendizagem, conversaremos um pouco sobre métodos de estudo.

Aprendendo a estudar melhor

O melhor método de estudo...


não existe.
É isso mesmo, não existe.

Métodos de estudo são técnicas usadas para facilitar a aprendizagem, torná-la mais agradável e eficaz.
Consequentemente, é bom que você conheça e experimente vários métodos e selecione alguns que combinam
melhor com o seu estilo de aprendizagem, com as características do conteúdo que você vai aprender, com o seu
momento de vida.

Alguns métodos de estudo bastante conhecidos


Dentre os diversos métodos ou técnicas, escolhemos quatro métodos de estudo para lhe apresentar. Talvez você já
os tenha utilizado, sem sistematizar e direcionar essa escolha.

Será uma apresentação resumida, mas você pode buscar outras informações sobre os que lhe parecerem mais
interessantes.

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Método Cornell

É um sistema de anotações organizado em três partes: ideias principais do conteúdo que você está estudando;
anotações com as suas próprias palavras sobre elas; sumário ou resumo do tema.

Flash cards

Uso de cartões para a revisão rápida dos aspectos mais importantes do tema estudado, podem ser organizados
em perguntas e respostas.

Mapas mentais ou mapas conceituais

Já abordados no módulo 2, são uma representação gráfica, geralmente bidimensional, de um conjunto de


conceitos interligados na forma de proposições.

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Método pomodoro

O método dura duas horas. Primeiro, você realiza uma atividade durante 25 minutos. Quando acabar o tempo,
descansa 5 minutos. Assim sucessivamente, até completar as duas horas. Nesse momento, você descansa
mais 30 minutos.

Saiba mais

O método pomodoro recebe este nome, que significa “tomate” em italiano, em referência ao cronômetro de cozinha
na forma de tomate e à ideia de dividir o tempo de foco total no estudo em quatro partes — numa analogia, seria
como dividir o tomate em quatro partes.

Há muitos outros métodos, como reler os textos, grifar as ideias principais, gravar áudios com o resumo do tema
estudado, ler em voz alta o que não entendeu direito, resolver listas de exercícios, discutir o conteúdo com colegas,
entre outros.

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Técnicas e métodos de estudo
Vamos conhecer um pouco mais sobre alguns dos principais métodos ou técnicas para um estudo mais eficaz e
eficiente conversando com o professor Gabriel Elmor.

Algumas dicas para melhorar a sua aprendizagem

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01/03/2023, 08:25 Como estudar melhor

Sem a intenção de apresentar uma “receita”, reunimos algumas sugestões que realmente podem melhorar a sua
aprendizagem.

Planeje o seu estudo, estabelecendo metas a alcançar.

Utilize o apoio das tecnologias digitais, explorando recursos ou aplicativos que ajudam a organizar os
estudos, como o Trello, o Focus To-Do e o QuizUp.

Defina horários de estudo, escolha um lugar para estudar e prepare o ambiente.

Cultive hábitos e práticas que ajudem a criar uma disciplina ou rotina de estudos, mas lembre-se de que a
rotina de estudos não precisa ser algo enfadonho e repetitivo.

Varie as estratégias de estudo e os conteúdos, evitando a monotonia.

Procure estudar quando estiver descansado.

Estabeleça pausas durante o processo de estudo, para diminuir a fadiga e ter momentos de
“descompressão”.

Evite acumular muito conteúdo ou estudar apenas na véspera das provas, deixando para aprender tudo de
uma vez só.

Estabeleça expectativas positivas em relação à sua aprendizagem, estude com perspectiva otimista,
encarando as dificuldades como desafios.

Impeça a “curva de esquecimento”, fazendo revisões do conteúdo.

Estabeleça conexões entre os conteúdos e busque aplicações práticas do que você estiver estudando, o que
ajuda a fixá-los.

Agora que você aprendeu bastante sobre a aprendizagem, a importância do conhecimento do seu modelo mental e
do estilo de aprendizagem predominante no seu perfil cognitivo, o desafio é fazer o Inventário de Estilos de
Aprendizagem de Kolb e, a partir do resultado, definir estratégias e recursos para aprender de forma mais eficaz.

Tenha em mente, de início, que não há estilos melhores ou piores, todos nós somos capazes de aprender cada vez
mais e melhor, desde que estejamos motivados e tenhamos condições adequadas para isso.

O teste pode ser realizado em alguns sites na Internet. Uma das possibilidades de fazer o teste é buscando pelo
Inventário de Estilo de Aprendizagem de Kolb na página do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA)
da UFPB.

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Resumindo

Entre as diferentes teorias que procuram dar conta da aprendizagem, existem abordagens que identificam e
tipificam os modos ou estilos de aprendizagem. Das mais conhecidas, estudamos a teoria da aprendizagem
experiencial de Kolb e o modelo VARK de estilos de aprendizagem.

A teoria da aprendizagem experiencial de Kolb identifica quatro estilos de aprendizagem: adaptadores ou


acomodadores; assimiladores; divergentes; e convergentes. Já o modelo VARK reconhece os estilos de
aprendizagem visual, auditivo, leitura-escrita e sinestésico.

A Neurociência também traz importantes contribuições para a compreensão do processo e dos estilos de
aprendizagem.

Todas essas contribuições teóricas podem nos ajudar a identificar técnicas e métodos mais adequados para
aprendermos mais e melhor.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Imagine que você tenha bastante dificuldade de aprendizagem em relação ao conteúdo teórico de uma
disciplina logo no início de seu curso. Seu professor, que conhece a teoria da aprendizagem experiencial de
Kolb, propõe uma série de atividades individuais bastante práticas, como dramatização do conteúdo e jogos
para a fixação dos conceitos. Após a última avaliação da disciplina, você obteve um bom resultado, que
indicou um progresso sensível.

Podemos levantar a hipótese de que o estilo de aprendizagem envolvido nessa situação é predominantemente

A convergente.

B adaptador.

C assimilador.

D auditivo.

E divergente.

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Parabéns! A alternativa B está correta.

O estilo de aprendizagem adaptador ou acomodador, segundo Kolb, se caracteriza pela preferência por
atividades práticas e experiências, em vez de teorias e manuais, pelo uso predominante da intuição, em vez da
lógica. Por isso as atividades propostas foram bem-sucedidas. Não se deve marcar a alternativa A porque
indivíduos com estilo de aprendizagem convergente preferem aprender com a reflexão e a ação e têm
facilidade com a aplicação prática das ideias, tomada de decisões e resolução de problemas. A alternativa C
não deve ser assinalada porque, no estilo assimilador, a preferência é por abordagens mais teóricas do que
práticas. Os indivíduos apresentam gosto por ideias abstratas e números, combinando observação e
pensamento. A alternativa D está relacionada com o estilo auditivo de aprendizagem, não fazendo parte do
modelo teórico de Kolb, mas sim do modelo VARK. Por fim, a alternativa E apresenta o estilo divergente, que se
caracteriza pela preferência pelo trabalho em grupo, o que não é o caso da nossa situação hipotética.

Questão 2

Alexandre tem dificuldades para estudar de forma organizada e sistemática. Dispersa a atenção com
facilidade e logo fica cansado. Um dos seus professores sugeriu que ele usasse o método pomodoro de
estudo, o que trouxe resultados muito positivos para o rapaz.

Quais elementos ou procedimentos caracterizam esse método?

Grifar os aspectos mais importantes do conteúdo e elaborar um resumo para releitura


A
posterior.

Usar cartões que objetivam a revisão rápida dos aspectos mais importantes do tema estudado,
B
que pode ser organizado em perguntas e respostas.

Realizar 25 minutos de estudo, seguidos por 5 minutos de descanso. Esse procedimento se


C
repete até completar 2 horas. Nesse momento, o aluno descansa 30 minutos.

Usar plataforma virtual em que o aluno pode organizar o que tem estudado e acompanhar o
D
ritmo do que aprende.

Utilizar sistema de anotações organizado em três partes: ideias principais do conteúdo


E estudado; anotações com as próprias palavras do aluno sobre o conteúdo; e o sumário ou

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01/03/2023, 08:25 Como estudar melhor

resumo do tema.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Todas as alternativas se referem a métodos de estudo, mas apenas a alternativa C descreve o método
pomodoro de estudo. As demais descrições citam outros métodos. A alternativa A trata da conhecida
combinação de destacar os aspectos mais importantes do conteúdo, organizar um resumo e reler quantas
vezes forem necessárias. A alternativa B trata dos cartões de memorização rápida, referindo-se à técnica Flash
cards. A alternativa D apresenta ofertas de plataformas virtuais que auxiliam a organização dos estudos. A
alternativa E faz referência ao método Cornell de estudo.

Considerações finais
Você acompanhou, ao longo deste material, várias considerações e abordagens teóricas sobre a aprendizagem,
suas modalidades e os fatores que nela interferem. Conheceu algumas teorias sobre inteligência, modelos
mentais, estilos de aprendizagem e outros aspectos relacionados de alguma forma com o estudo e a construção
do conhecimento.

Também pôde se inteirar de alguns métodos, estratégias e cuidados que podem melhorar o seu aprendizado.

Esperamos que tudo isso ajude você a estudar de forma adequada ao longo de seu curso.

E lembre-se sempre: estudar deve ser mais do que uma obrigação, deve ser uma oportunidade preciosa para
continuar se desenvolvendo e se preparando para os desafios da vida e do mundo do trabalho. O estudo é o
caminho para grandes realizações pessoais!

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Podcast
Escute agora um papo com o professor Rodrigo Rainha, Roberto Paes, Luis Claudio Dallier e Gabriel Elmor sobre os
desafios de estudar melhor.

Referências
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2008.

ARMSTRONG, T. Inteligências múltiplas em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: Faculdade de Educação da UFMG, 1997.

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Desenvolvimento Sustentável. Tradução: Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Revisão: Coordenadoria-Geral de Desenvolvimento Sustentável (CGDES) do Ministério das Relações Exteriores do
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CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS. Inventário de Estilo de Aprendizagem de Kolb. Letras e Artes (CCHLA), UFPB,
Paraíba. Consultado na internet em: 16 de jul. 2021.

Explore +
Assista aos seguintes filmes para refletir sobre o tema da Inteligência Artificial:

I. – Inteligência Artificial, de 2001, de Stanley Kubrick, com direção de Steven Spielberg. Ambientado no futuro, o
filme mostra as relações tensas entre seres humanos e robôs a partir da família Swinton, que tem um “filho
adotivo”, o robô David, amado pela mãe, mas nem tanto pelo irmão, que é humano.

Ela, filme de 2013, dirigido por Spike Jonze, aborda o relacionamento entre um ser humano e um ente com
Inteligência Artificial que funciona como um assistente pessoal avançado e inteligente. Da interação entre os
dois nasce uma paixão do homem pelo software.

Leia os seguintes textos:

Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente, de Daniel Goleman,
publicado pela Objetiva. Na obra, Goleman conceitua a inteligência emocional como o conjunto de
competências relacionadas a lidar com as próprias emoções. Afirma que a capacidade de perceber,
compreender, processar e administrar as emoções, permitindo expressá-las de maneira apropriada e eficaz,
provoca efeitos profundos na vida humana. O sucesso dessa abordagem foi tão grande que começou a ser

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utilizada a expressão quociente emocional (QE), em contraposição a quociente intelectual (QI), conceito que
estudamos no módulo 1 deste tema.

O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, publicado pela Objetiva. Um livro que não traz sugestões de métodos de
estudo, mas faz uma abordagem interessantíssima sobre o impacto dos hábitos e das suas mudanças sobre a
vida do ser humano. A partir da leitura de centenas de artigos acadêmicos, entrevistas com mais de trezentos
cientistas e executivos e pesquisas realizadas em dezenas de empresas, o repórter investigativo do New York
Times, Charles Duhigg, propõe neste livro estratégias bem-sucedidas de aprendizagem da mudança de hábitos.

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