Você está na página 1de 16

DEFINIÇÃO DE

OBJECTIVOS DO PLANO
Por: João Carlos Mendes Lima
Bed, Msc, PhD
jocarlima57@gmail.com
845544741

Quelimane, Abril de 2020


12-04-24
1
Definição de Objectivos
Após a análise FOFA, segue-se a fase de definição
e hierarquização dos objectivos.
Objectivo – é algo que se entende como
pretensão para conseguir alcançar no futuro, que
pode ser, a melhoria da qualidade de vida da
população do local.
A qualidade de vida dos cidadãos pode
considerar-se como a agregação do:
– Nível de renda
– Condições de vida e de trabalho
– Qualidade ambiental
Definição de Objectivos
Como a qualidade de vida é marcada por problemas e
potencialidades do sistema, então a formulação dos objectivos
traduzir-se-á na forma de expressar:
– A vontade de resolver tais problemas existentes;
– Prever o futuro desenvolvimento, aproveitando as
oportunidades;
– Satisfazer a demanda da população.
De igual modo é necessário cumprir com as orientações de
níveis hierárquicos superiores, caso existam, e as previsões de
níveis institucionais de nível inferior ao âmbito do plano.
N.B. Um requisito muito importante é a obrigatoriedade de se
alinhar os problemas e as potencialidades com os objectivos a
alcançar, para formar a árvore de problemas.
Hierarquia de Objectivos
Pode-se estruturar/hierarquizar os objectivos numa árvore expressiva
de relações verticais, que se vai dividindo e subdividindo a partir de
um tronco constituído por proposições muito gerais expressas em
forma abstracta, até objectivos formulados com um alto grau de
definição, em termos de sujeito, quantidade e tempo.
O último nível corresponde ao lado operativo e deve ser formulado de
tal forma que:
– Aclare a direcção para onde se quer seguir para o alcance do
objectivo;
– Na medida do possível, tal avanço ou retrocesso deve ser
susceptível de ser medido de forma directa ou indirecta, por
algum indicador.
– Todo o problema e toda a potencialidade deve estar inscrito, pelo
menos, num objectivo; e
– Todo o objectivo deve atender, pelo menos, a um problema ou
oportunidade.
Correspondência dos objectivos
A correspondência não é biunívoca, porque um mesmo objectivo
pode orientar-se para vários objectivos e potencialidades e um
problema ou potencialidade pode estar contemplado em vários
objectivos.
Em suma, objectivo pode ser entendido como a expressão
explícita de resolver um problema ou aproveitar uma
potencialidade atendendo aos elementos básicos que o define:
manifestação e seus efeitos; causas e agentes implicados, tendo
em linha de conta os atributos que o descrevem;
e.g. a erosão num lugar causada pelo pastoreio excessivo, pode
corresponder a dois tipos de objectivos gerais:
– Restaurar o espaço degradado/erodido; e
– Controlar a carga de pastagem do gado, em locais onde exista
risco de erosão.
Correspondência dos objectivos
A partir destes dois objectivos pode-se definir um terceiro
orientado para a formação dos criadores de gado, para
respeitarem a capacidade natural de carga de pastagem.
Na formulação dos objectivos, assim como na identificação
dos problemas deve ser complementado com a participação
dos agentes interessados e dos actores do plano, para além
da consulta e adopção dos modelos teóricos de referência.
Para harmonizar a árvore de problemas com a estrutura do
diagnóstico pode-se, organizar fazendo coincidir os ramos de
primeiro nível com os subsistemas considerados nos três
aspectos que constituem a qualidade de vida da população.
A árvore de problemas constitui uma estrutura em que se dão
dois tipos de relações: relações verticais e relações
horizontais.
Tipos de Relações nos Objectivos

• As relações verticais – são definidas pelos


níveis da árvore e expressam relações de
meio a fim, porque para alcançar um
objectivo de um nível, deve-se passar
primeiro pelo nível inferior que o forma.
• Relações horizontais – são as relações
internas para cada um dos níveis da árvore,
sendo mais fáceis de detectar e de quantificar
nos níveis inferiores.
Níveis de Objectivos
Em termos de níveis existem cinco:
Nível 1 – Complementaridade – quando os avanços
positivos na direcção de um objectivo implica a
aproximação do outro;
Nível 2 – Neutralidade – quando a aproximação de um
objectivo é independente do outro;
Nível 3 – Competência ou Disfuncionalidade – quando o
avanço numa direcção de um objectivo supõe a
diminuição para a consecução do outro;
Nível 4- Incompatibilidade – quando a consecução de um
objectivo implica a não consecução do outro; e
Nível 5 – Compatibilidade – quando são complementares,
neutros ou escassamente disfuncionais.
Etapas de Compatibilização de Objectivos
A formulação do sistema de compatibilização de
objectivos passa pelas seguintes etapas:
i.Identificar os objectivos concretos, a partir do
diagnóstico realizado;
ii.Dispor os objectivos em forma de árvore de
problemas com os vários níveis de desagregação,
expressando as relações verticais entre elas;
iii.Analisar as relações horizontais entre os objectivos
do último nível, expressando-as em termos de
incompatibilidade, disfuncionalidade ou competência,
neutralidade, complementaridade e sinergia;
Etapas de Compatibilização de Objectivos

iv. Atribuir uma ordem de prioridade aos


objectivos de um mesmo nível e de
preferência em caso de
complementaridade; e
v. Elaborar o sistema compatibilizado de
objectivos.
Estrutura de Árvore de Problemas
Etapas para a Formulação de Objectivos dum Plano Territorial

1. Identificação das propostas ou das medidas


Consiste na busca de soluções direccionadas para o
alcance dos objectivos definidos anteriormente
para responder “o que há a fazer” e “como se vai
fazer”.
Usa-se o método de aproximações sucessivas,
partindo duma primeira aproximação na
identificação de medidas potenciais, seguindo-se
depois com a clivagem de uma e outra
aproximação até se concretizar o nível de detalhe
que permita a valorização do seu efeito para atingir
os objectivos e seu comportamento em relação a
Tarefas para a Formulação de Objectivos dum Plano Territorial
1. Identificação das propostas ou das medidas

É uma fase criativa que acrescenta a bagagem de


conhecimentos científicos e técnicos e com
uma considerável dose de intuição e
imaginação que dependem da destreza e da
experiência da equipa de planificação.
Trata-se de identificar as conexões entre os
problemas e os elementos que figuram no
diagnóstico e baseia-se na ideia de que cada
acontecimento é um ponto duma longa cadeia
de factos susceptíveis de serem unidas entre
2. Escolha do instrumento para a realização da alternativa escolhida
• Esta tarefa consiste em expressar a alternativa escolhida de
maneira que possa ser posta em prática i.e. decidir sobre o “que
se vai fazer”, o “que não se vai fazer”, “quando se vai fazer”,
“como se vai fazer”, “quem o faz”, “quem o financia” e “quem o
controla”.
• Isto significa agrupar e dispor as propostas em termos dos
seguintes conceitos e outros similares:
– Medidas destinadas a controlar o uso do solo – são as
normas reguladoras do uso dos solos, os aproveitamentos, os
comportamentos e os actos administrativos para garantir o
alcance da imagem objecto final, que podem ser:
• Normas gerais;
• Normas particulares ou específicas associadas a zonificação ou
modelo de ordenamento físico; e
• Normas para a gestão (de uso e aproveitamento da terra).
2. Escolha do instrumento para a realização da alternativa escolhida
• Medidas de intervenção positiva – as acções geralmente
associadas a uma melhoria tais como:
– Outros planos;
– Programas, subprogramas, projectos, outras acções
(incentivos fiscais, agravamentos, ajudas técnicas e de
gestão, subvenções, etc. que animam a iniciativa privada a
envolver-se no plano;
– Orçamentos de medidas e formas de financiamento;
– Cronograma de aplicação das medidas; e
– Atribuição de responsabilidades entre os diferentes agentes
sócio-económicos que devem materializar o plano, em
especial as entidades públicas.
• Medidas para a gestão do plano – medidas a adoptar
para a execução do plano.
OBRIGADO
Por: João Carlos Mendes Lima

Quelimane, Março de 2018


12-04-24
16

Você também pode gostar