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1. Análise
Segundo Maria das Graças Rua (2009) a análise da política públicas pode ter por objetivo tanto
melhorar o entendimento acerca daquela política e do seu processo, como apresentar propostas
para o seu aperfeiçoamento.
Maria Eliana Labra (1999), faz notar que a análise da política pública é um campo complexo,
dinâmico e mutante, exigindo do estudioso um cabedal de conhecimentos teóricos e de dados
empíricos suficientes para que possa entender e explicar o que fazem os governos, como e por
que o fazem.
Esse tema, que está no âmago da ciência política e da análise das políticas, tem a ver com a
capacidade do sistema político para tomar decisões que resolvam os inúmeros e contraditórios
problemas colocados pela sociedade.
2. Avaliação
O termo “avaliação” é amplamente usado em muitos e diversos contextos, sempre referindo-se a
julgamentos.
Por exemplo, se assistimos a um jogo de futebol, formamos opinião sobre as habilidades dos
jogadores. Este é um julgamento informal que efetuamos quotidianamente sobre todos os
aspectos das nossas vidas.
Para isso adota-se a avaliação formal, que é o exame sistemático de certos objetos, baseado em
procedimentos científicos de recolha e análise de informação sobre o conteúdo, estrutura,
processo, resultados e/ou impactos de políticas, programas, projetos ou quaisquer intervenções
planeadas na realidade.
Nesses casos são realizadas várias avaliações em estágios-chave da política em causa, a fim
de prover dados confiáveis sobre os seus impactos e sobre como podem ser estes
mitigados ou melhorados.
Pode indicar como vão sendo construídas as parcerias entre governo central e local, entre os
sectores público, privado e terceiro sector, identificar as condições de sucesso ou fracasso dessas
parcerias e apontar como podem ser aperfeiçoadas a fim de ganharem abrangência e se tornarem
estratégias nacionais das políticas de desenvolvimento.
Avaliação de Desempenho - refere-se ao que se faz com relação a uma política, programa
ou projeto. Compreende dois subtipos:
Tem por hipótese central a ideia de que os meios adotados afetam os resultados.
Portanto, o seu objeto de análise é o “como” uma ação foi executada, ou seja, a cadeia
de passos adotados desde a formulação da política ou programa até a obtenção do seu
produto final.
Avaliação de Produto – é toda avaliação cujo foco recai sobre os produtos de uma política,
programa ou projeto, em suas várias dimensões, as quais dão origem a diferentes
modalidades:
Mas também pode focalizar os resultados obtidos com uma política, programa ou
projeto, indicados como seus objetivos de curto prazo ou intermediários, chamados de
“outcomes”. Ex: aumento da área cultivada com a cultura “x” ou aumento da produção
por hectare ou aumento da venda dos agricultores.
- Avaliação de Qualidade: o produto pode ser avaliado, também, quanto à sua qualidade.
Ou seja, a capacidade de um bem ou serviço atender às expectativas do seu público-
alvo.
Numa outra acepção, mais restrita, a avaliação ex-ante consiste na análise de eficiência
e na análise de impacto.
- Com a avaliação ex-post refere-se à avaliação que é concebida sem relação com
planeamento e nem mesmo com o processo de implementação, sendo desenhada
quando a política pública já se encontra consolidado ou em fase final.
- O foco, nesse caso recai sobre o que é calculado: o custo efetivo de cada alternativa,
pelo mesmo processo de análise de custos da avaliação ex-ante, porém tendo como
referência os valores efetivamente despendidos.
As avaliações também podem se distinguir segundo suas finalidades. Nesta perspectiva há dois
tipos:
f) Que lições podem ser extraídas, que possam contribuir para aperfeiçoar a busca de
resultados em programas futuros?
3. O Processo de Avaliação
A definição, desenho e manejo da avaliação requerem o conhecimento de três elementos:
1. O marco conceitual que define o que a política em questão deve realizar. Ou seja: os
objetivos máximos, as metas, as estratégias ou atividades (ações) selecionadas para atingir
objetivos e metas e as relações supostamente existentes entre os objetivos estabelecidos e
as ações propostas.
2. Os stakeholders, ou seja todos os atores que tenham algum tipo de interesse na política
visada: os gestores, as populações-alvo, os fornecedores de insumos, os financiadores
(inclusive os contribuintes), os excluídos e os diferentes segmentos da sociedade civil
envolvidos direta ou indiretamente.
3. Os critérios que serão usados para avaliar a política em questão. Esses critérios
estabelecem quais as características esperadas dos processos (ações) e/ou dos resultados
(outputs/outcomes/impactos).
A tarefa de avaliação de políticas públicas pode ser facilitada quando são observados alguns
passos essenciais:
Em vários países, este movimento foi seguido pela adoção dos princípios da gestão publica
empreendedora e por transformações das relações entre Estado e sociedade.
A decisão de aplicar recursos públicos em uma ação pressupõe a atribuição de valor e legitimidade
aos seus objetivos, e a avaliação deve verificar o cumprimento das metas estabelecidas.
Nos anos 80 e 90, o mundo foi varrido por uma onda de ideologia neoliberal que pregou o “Estado
Mínimo” e cuja aceitação talvez tenha sido um reflexo do colapso do Estado comunista.
Na impossibilidade de substituir o Estado pelo mercado, a crise deste período acabou produzindo
uma reforma deste Estado na maioria dos países ocidentais.
Segundo Bresser Pereira (1996) “No lugar da velha administração publica burocrática, emergiu
uma nova forma de administração – a administração publica gerencial -, que tomou por
emprestado do sector privado os imensos avanços práticos e teóricos ocorridos no século XX na
administração de empresas, sem, contudo perder sua característica especifica: a de ser uma
administração que não está orientada para o lucro, mas para o atendimento do interesse
publico”(p.9).