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UFCA)
Planejamento estratégico governacional
Prof. Tarcísio David
MÓDULO III
Produto da ação: cardápio das merendas das escolas com balanço nutricional elaborado.
A figura a seguir ilustra a lógica proposta no exemplo. É criada uma linha de impacto na
qual uma intervenção pontual (ação) é capaz de promover uma reação em cadeia que
deve ser quantificada, monitorada e avaliada.
“A lógica do planejamento é, portanto, estabelecer uma aposta de que com a análise dos dados
da realidade e dos atores envolvidos e com o aporte dos recursos necessários (humanos,
financeiros, tecnológicos, dentre outros) pode-se promover as mudanças desejadas”.
Você saberia dizer qual análise poderia ser feita se, mesmo aumentando o número de cardápios adaptados e
obtendo-se a elevação da taxa de alunos bem nutridos, o indicador de analfabetismo municipal não sofresse
alteração?
Neste caso seria possível afirmar que existe uma inconsistência no modelo que pode ser causado por um ou mais dos
seguintes elementos:
desconfiança no método de monitoramento dos indicadores – é como medir o peso de algo com uma balança
desregulada. O instrumento de monitoramento não tem confiabilidade, ou seja, podem existir problemas ligados à
fonte de dados, à forma de quantificação, à frequência ou ao tempo de mensuração que não permitem a precisão
adequada nas medidas;
erro na modelagem do sistema – a lógica de impacto não está correta, ou seja, a relação de causa e efeito definida no
modelo de avaliação não se verifica na prática;
fatores externos não observados no sistema – correspondem a fatores não mapeados que estão impedindo que,
mesmo provocando intervenções corretas, os efeitos não sejam gerados;
intervenções inadequadas – por fim, as ações projetadas não estão sendo executadas adequadamente, o que pode
estar relacionado à qualidade ou à intensidade do trabalho que está sendo feito.
Em todos os casos são necessárias avaliação e reação precisa da equipe de gestão
em função dos resultados. Medidas corretivas devem ser planejadas e implantadas
visando alcançar os efeitos pretendidos. Em cada ciclo devem ser registradas e
compartilhadas as lições aprendidas, fundamentais para o amadurecimento e
aperfeiçoamento da gestão organizacional.
Balanced Scorecard – BSC é uma ferramenta que tem sido utilizada por várias
instituições públicas para a estruturação do seu planejamento. Seu sucesso pode ser
associado à simplicidade da sua elaboração e compreensão.
o Balanced Scorecard é um modelo de gestão que auxilia as organizações a traduzir a
estratégia em objetivos que direcionam o comportamento e o desempenho dos projetos
e processos. Dominar essa ferramenta é bastante útil, tanto para quem elabora quanto
para quem implementa a estratégia organizacional.
O tema “indicadores” é muito discutido e utilizado em qualquer sistema de gestão. No BSC eles têm um papel
fundamental tanto para o planejamento quanto para a implementação da estratégia.
O conteúdo sobre conceito, finalidade e tipos de indicadores é útil em qualquer tipo de corporação ou sistema
de gestão. Nas organizações públicas o indicador tem um papel especial tanto na mensuração do
desempenho institucional quanto na avaliação de políticas públicas.
A palavra indicador é originária do latim indicare e significa apontar. Em português tem o significado de “o que
indica, torna patente, revela, sugere, expõe, menciona, aconselha, lembra”.
O conceito pode ser entendido como o instrumento ou medida que possibilita aferir, possibilita traduzir aspectos
relacionados a um determinado evento, fenômeno ou impacto resultante de uma transformação de uma
realidade.
Os indicadores fazem parte de um modelo para monitoramento e avaliação focado em resultados. Esse
modelo faz parte de um processo de transformação, no qual o efeito desejado é mensurado por um conjunto
desses indicadores e alcançado por um grupo de iniciativas.
Tais iniciativas, por mais bem planejadas que tenham sido, ainda assim serão uma aposta. Sendo assim,
necessitam de monitoramento e avaliação constante. O conjunto de indicadores é, portanto, uma
oportunidade de aperfeiçoar o conjunto de medidas e uma oportunidade de aprendizado para a equipe.
•Por outro lado, um indicador de avaliação busca, na sua própria construção, agregar valor de forma a
propiciar uma análise.
Exemplo: relação entre o número de crianças matriculadas em escola pública e a demanda por vagas
nas escolas, ou ainda a relação entre o número de crianças matriculadas em escola pública e o número
de escolas públicas
todo indicador deve possuir uma estrutura mínima ou parâmetros básicos que os definam e que auxiliem seu
monitoramento e análise, são eles:
A polaridade está relacionada ao sentido do indicador, ou seja, uma polaridade positiva significa que o
incremento no indicador é desejável. Já uma polaridade negativa significa que o foco está na redução no
indicador.
A quantificação (método de cálculo) corresponde à forma com que serão acumulados os valores dos
indicadores.
Por exemplo: soma simples; média aritmética; média ponderada, saldo, mediana etc.
A quantificação é condicionada pela natureza do indicador; pela sazonalidade e o universo; e pela tipologia
da amostra em análise, por exemplo, o método de totalização do número de visitantes em uma biblioteca
pode depender do horário, do dia da semana, da época do ano, da forma de coleta dos dados etc.
A frequência é atrelada à periodicidade com que os dados serão coletados e apresentados. Esse aspecto
depende da natureza do processo e da capacidade da organização na geração dos dados. Respeitando as
limitações impostas pelo processo, um sistema de indicadores ainda estará suscetível à ação das pessoas,
grupos ou instituições responsáveis pela captação dos dados.
A fonte corresponde ao documento, sistema ou mecanismo de coleta de dados do
indicador. Em linhas gerais ela pode ser de duas tipologias: primária ou secundária.
As fontes primárias são investigações feitas diretamente sobre o evento, fenômeno
ou processo a ser analisado. As fontes secundárias se diferenciam por se basearem
em pesquisas, observações de campo e estudos realizadas por terceiros.
De maneira geral, a meta representa onde se deseja chegar, propósito a ser alcançado,
ou ainda o nível desejado de um determinado indicador.
Em relação à composição da meta, existem três pontos que devem ser destacados:
A definição de indicadores envolve a percepção da capacidade destes de traduzir o objetivo e também seu
nível de confiabilidade, disponibilidade e simplicidade.
a avaliação dos indicadores deve seguir um processo de construção e validação incremental. O modelo
abaixo apresenta uma proposta de fluxo:
Veja a lista dos elementos que compõem a avaliação do indicador:
•SIGLA