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Indicadores de qualidade em Educação.

(Tema 2)

 Módulo 1

Descrever diferentes indicadores, como os formulados pelo INEP.

INTRODUÇÃO
Indicadores são de grande importância para a gestão de organizações públicas e
privadas, pois permitem medir e entender o seu desempenho como um todo, usando
diferentes métricas capazes de monitorar o conjunto de suas operações.

Os benefícios proporcionados por uma gestão orientada a resultados, que tem por base a
avaliação de seu desempenho a partir da utilização de indicadores, são inúmeros:
 Monitorar com mais precisão os resultados.
 Avaliar de modo mais assertivo o desempenho dos gestores.
 Melhorar a gestão de programas, projetos e ações.
 Estimular a conquista de objetivos, buscando a eficácia.
 Incrementar a eficiência operacional, usando melhor os recursos.
 Aumentar o impacto social e a efetividade da ação governamental.
 Aumentar a credibilidade e a satisfação do cidadão com os serviços públicos.

Diante disso, passamos agora a estudar e compreender índices de avaliação das


instituições e como elas permitem medir, apurar e gerar políticas públicas. Nesse
ponto, temos uma palavra-chave: qualidade. Definir qualidade não é algo fácil,
depende dos objetivos construídos, e, quando se fala em educação, a construção
desses objetivos faz parte de uma busca por aprimoramento e readequação
constante.

O INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E


PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA (INEP)
Com o propósito de apoiar a avaliação do sistema de ensino
brasileiro e subsidiar a formulação de políticas públicas nos diferentes
níveis de governo, o INEP tem, entre outras, as seguintes competências
institucionais (BRASIL, 2017):

I. Subsidiar o poder público no monitoramento e na avaliação do Sistema


Nacional de Educação.
II. Subsidiar o planejamento de políticas para a garantia do direito à educação
de qualidade para todos e para cada um.
III. Propor e definir parâmetros, critérios e mecanismos de realização para as
avaliações dos sistemas de educação em todos os níveis e modalidades,
bem como para os processos de certificação de competências, em
articulação com os sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e
dos municípios.
IV. Propor e definir parâmetros, critérios e mecanismos de realização para as
avaliações dos sistemas de educação em todos os níveis e modalidades,
bem como para os processos de certificação de competências, em
articulação com os sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e
dos municípios.
V. Realizar o Censo Escolar da educação básica e o Censo da educação
superior.
VI. Subsidiar a formulação, a implementação, o acompanhamento e a
avaliação de políticas e programas na área da educação, mediante a
elaboração de diagnósticos, pesquisas e estudos decorrentes das
estatísticas e das avaliações da educação em todos os seus níveis e
modalidades.
VII. Promover a disseminação das estatísticas, dos indicadores e dos
resultados das avaliações, dos estudos, da documentação e dos demais
produtos de seus sistemas de informação.
VIII. Apoiar os estados, o Distrito Federal e os municípios no desenvolvimento
de sistemas de avaliação educacional, em articulação com o sistema
nacional de avaliação e seus respectivos sistemas de educação. [...]

Neste módulo, destacam-se os principais indicadores utilizados pelo


INEP para avaliar a educação brasileira. O domínio deste tema representa
um requisito fundamental para educadores e gestores educacionais, de tal
forma que suas ações pedagógicas e administrativas sejam baseadas em
dados e no conhecimento existente sobre a dinâmica de funcionamento do
sistema educacional do país.

INDICADORES
Indicadores podem ser definidos como unidades de medida utilizadas para
avaliar fenômenos de diferentes naturezas, sendo especialmente importantes
para entender como se comporta a dinâmica da sociedade, com destaque para
as questões educacionais e suas múltiplas implicações sobre o processo de
desenvolvimento sustentável do país, levando em conta as dimensões social,
econômica e ambiental.
Bons indicadores devem possuir as seguintes características e atributos:

 Simplicidade - Facilidade e rapidez para obter os dados e para ser


compreendido.

 Abrangência - Capacidade de capturar o fenômeno em sua essência e


amplitude.

 Comparabilidade - Possibilidade de ser comparado ao longo do tempo.

 Baixo custo - Benefício de medir é maior do que o custo de monitoramento.

TIPOS DE INDICADORES
Indicadores podem ser classificados segundo diferentes critérios. Segundo
Jannuzzi (2005), no que diz respeito a indicadores aplicáveis à gestão
pública, o processo de construção de um indicador social precisa estar
vinculado à formulação de políticas públicas, de tal forma que se possa avaliar
se as demandas da sociedade estão sendo endereçadas
adequadamente pelas ações de governo contidas em seus programas.

 Indicadores de insumo

Possuem relação direta com os recursos (humanos, materiais e


financeiros) necessários para a implementação de um programa. Eles
medem a disponibilidade desses recursos antes da implementação do
programa.

Ex.: Nível de disponibilidade de professores nas escolas.

 Indicadores de processo

Indicam o andamento das atividades de um programa e o esforço feito para a


obtenção dos resultados. Portanto, são medidas aferidas durante a implementação
do programa.

Ex.: Taxa de crescimento do número de vagas nas escolas de ensino fundamental.

 Indicadores de produto
Medem a entrega dos produtos (bens e serviços) ao público-alvo, o alcance das
metas físicas estabelecidas para um programa. São medidas que, em geral, podem
ser aferidas no curto prazo após a implementação do programa.

Ex.: Percentual de escolas reformadas entregues.

 Indicadores de resultado

Indicam, direta ou indiretamente, os benefícios para o público-alvo decorrentes das


ações executadas e dos produtos entregues pelo programa. Tipicamente, são
indicadores que aferem as consequências da implementação do programa no
curto/médio prazo.

Ex.: Percentual de aprovação dos estudantes de ensino médio.

 Indicadores de impacto

São medidas de natureza abrangente e multidimensional que medem um conjunto


de ações, não podendo ser relacionadas à execução de um programa específico.
Assim, medem um conjunto de iniciativas governamentais no médio/longo prazo.
Por esse motivo, são medidas pouco usadas/úteis para a gestão de um programa
específico, mesmo que se espere que a implementação desse programa contribua
de alguma forma para a alteração desse tipo de indicado.

Ex.: Taxa de redução da pobreza das famílias.

Relação entre os diferentes tipos de indicadores de avaliação da implementação


de políticas públicas.

INSUMO
Nível de disponibilidade de professores nas escolas

PROCESSO
Taxa de crescimento do número de vagas nas escolas de ensino fundamental

PRODUTO
Percentual de escolas reformadas entregues

RESULTADO
Percentual de aprovação dos estudantes de ensino médio
IMPACTO
Taxa de redução da pobreza das famílias

Indicadores de avaliação de desempenho

Economicidade
Medem os gastos envolvidos na obtenção dos insumos (materiais, humanos,
financeiros etc.) necessários às ações que produzirão os resultados planejados.

Ex.: Volume de despesas com a contratação de professores.

Eficiência
Essa medida possui estreita relação com produtividade e diz respeito ao quanto
se consegue produzir com os meios disponibilizados.

Ex.: Quantidade de horas de capacitação dos professores da rede municipal.

Eficácia
Aponta o grau com que um programa atinge as metas e os objetivos planejados.

Ex.: Quantidade de alunos efetivamente atendidos pelo EJA.

Efetividade
Mede os efeitos positivos ou negativos na realidade que sofreu a intervenção,
apontando se houve mudanças socioeconômicas, ambientais ou institucionais
decorrentes dos resultados obtidos pela política, plano ou programa.

Ex.: Nível de melhoria de desempenho dos professores com as capacitações


realizadas.

Qualidade
Aponta a capacidade da instituição em responder de forma rápida e direta às
necessidades de seus usuários, oferecendo disponibilidade, acessibilidade,
precisão e continuidade na entrega de serviços.

Ex.: Nível de satisfação dos alunos do ensino médio com a escola.


Capacidade
Mensura a capacidade de resposta de um processo.

Ex.: Quantidade de alunos matriculados na rede estadual.

INDICADORES EDUCACIONAIS
Do ponto de vista da formulação de políticas públicas ou do planejamento de
ações na iniciativa privada, a utilização de indicadores que deem suporte
à gestão educacional é de grande importância para orientar diferentes
processos de tomada de decisão.

Inúmeros exemplos podem ilustrar como esses indicadores são úteis


para monitorar a efetividade dos gestores no trato dos recursos públicos ou
de organizações da iniciativa privada.

INDICADORES PARA O SETOR PÚBLICO

Arrecadação Satisfação dos usuários Desempenho do servidor

Despesas de custeio Aprovação dos alunos Ocupação de salas

Investimento Aprovação da gestão Tempo de espera

Receitas de transferência Tempo de atendimento Cobertura da fiscalização

INDICADORES PARA A INICIATIVA PRIVADA

Faturamento Ticket médio Desempenho do pessoal

Lucratividade Satisfação do cliente Ocupação de vagas

Vendas Participação de mercado Produtividade

Rentabilidade Fidelidade Despesas operacionais

Levando em conta a realidade das escolas e do sistema de ensino como um


todo, outros indicadores podem ser elaborados e medidos, tais como:

 Taxa de analfabetismo.
 Proporção de crianças matriculadas nas escolas.
 Número de vagas nas creches municipais.
 Taxa de repetência.
 Taxa de abandono da escola etc.

INDICADORES USADOS PELO INEP


O INEP faz uso de um amplo portfólio de indicadores para avaliação da
qualidade do sistema de ensino brasileiro, os quais vêm sendo desenvolvidos
desde a implementação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(SAEB) em 1990. Desde 2019, a avaliação passou a contemplar também a
Educação Infantil, além do ensino fundamental e do ensino médio.

O SAEB é um conjunto de avaliações externas aplicadas em larga escala a cada


dois anos nas redes de escolas públicas e privadas. Ele permite a realização de
um diagnóstico da qualidade da educação básica brasileira, para evidenciar
quais fatores afetam o desempenho dos estudantes e em que contexto isso
ocorre. Colabora, assim, para a formulação, o monitoramento e o aprimoramento
de políticas públicas educacionais com base em evidências.

As médias de desempenho dos estudantes, apuradas no SAEB, juntamente às


taxas de aprovação, reprovação e abandono, apuradas no Censo Escolar,
compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

Assim, percebe-se que existem inúmeros exemplos de indicadores


educacionais usados no Brasil e pela comunidade internacional para avaliar a
oferta de serviços de educação, sejam eles públicos ou privados.

Alguns desses indicadores apontam para problemas graves na eficiência do


ensino oferecido pelas escolas brasileiras, como o baixo desempenho em
leitura demonstrado pelos alunos. Diante dessa realidade, o Governo Federal e
muitos governos estaduais e municipais têm empreendido esforços no sentido
de reverter esse quadro.

A missão do INEP é criar os indicadores educacionais, gerando valor


estatístico à qualidade do ensino, levando em conta não somente o
desempenho dos alunos, mas também o contexto econômico e social em
que as escolas estão inseridas.

Neste sentido, indicadores são fundamentais para monitorar o funcionamento


dos sistemas educacionais, contribuindo para a criação de políticas
públicas que resultem na melhoria da qualidade da educação e dos serviços
oferecidos à sociedade pelas escolas.

A seguir, são identificados e descritos os principais indicadores ou sistemas de


indicadores tipicamente utilizados pelos gestores educacionais no país para
os diferentes níveis de ensino.

Censo Escolar

O Censo Escolar é o principal instrumento de coleta de informações da


educação básica e a mais importante pesquisa estatística educacional brasileira,
abrangendo as diferentes etapas e modalidades da educação básica e
profissional. Ele tem por finalidade compreender a realidade das escolas e a
situação de alunos e professores.

A coordenação do Censo é feita pelo INEP e envolve todas as secretarias


estaduais e municipais de educação, assim como participam todas as escolas
públicas e privadas do país, de tal forma que os dados necessários sejam
disponibilizados para o devido tratamento estatístico.

O objetivo do Censo Escolar é colaborar para que os atores


educacionais compreendam a situação educacional do país, das unidades
federativas, dos municípios e do Distrito Federal, bem como das escolas. Os
indicadores são usados para acompanhar a evolução quantitativa e
qualitativa da educação brasileira, e assim formular e implementar políticas
públicas mais efetivas para o setor.

Alguns indicadores — como número de matrículas no ensino fundamental e


médio, assim como outros dados escolares coletados — servem de base para
o repasse de recursos do Governo Federal e para o planejamento e a
divulgação de dados das avaliações realizadas pelo INEP.

Vale destacar que os dados repassados pelas escolas para o Censo têm


como base os registros administrativos e acadêmicos de cada escola (ficha
de matrícula, diário de classe, livro de frequência, histórico escolar, sistemas
eletrônicos de acompanhamento, diário do professor, regimento escolar, projeto
político-pedagógico, documentos de modulação de professores e de enturmação
etc.), garantindo assim a fidedignidade dos dados declarados.

Atenção
Suponha que os dados do Censo Escolar apontem uma redução expressiva do
número de matrículas no ensino médio na rede pública. E que esses dados
possam ser associados a outros dados obtidos do Censo Populacional que
demonstram uma deterioração da renda e das condições de vida familiar das
camadas mais pobres da população. A dificuldade de manter os jovens
matriculados na escola em função da necessidade que apresentam de entrar
no mercado de trabalho precisa ser analisada e eventualmente ensejar a
formulação de políticas públicas para solucionar o problema.

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica


(IDEB)
O IDEB reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos que avaliam
a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas
avaliações, sendo calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar,
obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho dos alunos.
O propósito do IDEB é conciliar qualidade de aprendizagem e evolução do
aluno. A combinação entre fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar as
duas dimensões. Se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter
resultados de melhor qualidade no SAEB, o fator fluxo será alterado, indicando a
necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a
aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará
igualmente a necessidade de melhoria do sistema.

Exame Nacional para Certificação de Competências


de Jovens e Adultos (ENCCEJA)
O ENCCEJA procura aferir competências, habilidades e saberes de jovens e
adultos que não concluíram o ensino fundamental ou ensino médio na idade
adequada, sendo realizado pelo INEP em colaboração com as secretarias
estaduais e municipais de educação.

O exame é aplicado pelo INEP, mas a emissão do certificado e a declaração de


proficiência é responsabilidade das Secretarias Estaduais de Educação e
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. É facultado o direito de
todo brasileiro residente no Brasil ou no exterior com mais de 15 anos (para
quem busca concluir o ensino fundamental) e com mais de 18 anos (para
quem almeja a conclusão do ensino médio) fazer a prova do ENCCEJA.

Os principais objetivos do ENCCEJA são:

 Proporcionar aos jovens e adultos uma referência nacional de suas


competências, habilidades e saberes adquiridos.
 Permitir que as Secretarias Estaduais de Educação possam certificar os
concluintes desses respectivos níveis de ensino.
 Corrigir o fluxo escolar dos estudantes que realizam a avaliação,
permitindo que deem prosseguimento no seu processo de educação
continuada e de inserção no mercado de trabalho.

Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)


O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o desempenho escolar ao
final da educação básica, servindo de referência para o acesso ao ensino
superior nas instituições públicas e privadas, podendo originar vários outros
indicadores para avaliação da educação básica.

O Enem foi criado em 1998 para avaliar concluintes do ensino fundamental.


Em 2009, passou a servir como instrumento avaliativo de acesso ao ensino
superior através do Sisu (Sistema Integrado de Seleção Unificada), do ProUni
(Programa Universidade para Todos) e de convênios com instituições de ensino
portuguesas, assim como de algumas instituições de ensino de outros países
europeus, do Canadá e dos EUA.

Saiba mais
Em 2018, o Enem teve mais de 5 milhões de inscritos em todo Brasil, o que
demonstra o alcance e a importância do exame, na medida em que está
acessível para qualquer pessoa que já concluiu ou está concluindo o ensino
médio. cerca de 75% dos ingressantes nos cursos de graduação das
Instituições de ensino superior obtém acesso por meio da nota no exame.

Provinha Brasil

A Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica das habilidades de Leitura e de


Matemática desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino
fundamental das escolas públicas brasileiras. Ela contribui para que gestores e
docentes obtenham mais informações que os permitam monitorar e avaliar os
processos de alfabetização e letramento, além das habilidades de Leitura e
de Matemática. A participação das Secretarias Estaduais de Educação é
opcional.

Os resultados obtidos com essa avaliação permitem gerar informações que


auxiliam no planejamento e na concepção de intervenções pedagógicas e
gerenciais, para proporcionar melhorias na qualidade da aprendizagem dos
estudantes. Tais ações podem contemplar a definição de metas pedagógicas, a
adoção de incentivos para o aprimoramento docente, o desenvolvimento de
ferramentas e metodologias que facilitem o aprendizado, entre outras.

Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes


(Enade)

O Enade avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em


relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos
cursos, representando um dos indicadores para avaliação da qualidade do
ensino superior.

A nota Enade é calculada e divulgada por curso de graduação avaliado. Ela


expressa o desempenho médio dos alunos de um curso com relação ao
desempenho médio da área de avaliação à qual eles pertencem, obtida a partir
da avaliação da Formação Geral (FG) e de Conhecimento Específico (CE).

Os cursos de graduação são avaliados de acordo com o Ciclo Avaliativo ao


qual pertencem, expressando resultados trienais de desempenho dos
estudantes. A segmentação das áreas de conhecimento e eixos tecnológicos de
cada Ciclo Avaliativo é a seguinte:

Ano I:
 Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências agrárias;
ciências da saúde e áreas afins.
 Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de engenharias e
arquitetura e urbanismo.
 Cursos superiores de tecnologia nas áreas de ambiente e saúde; produção
alimentícia; recursos naturais; militar e de segurança.

Ano II:
 Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências biológicas;
ciências exatas e da terra; linguística, letras e artes; e áreas afins.
 Cursos de licenciatura nas áreas de conhecimento de ciências da saúde;
ciências humanas; ciências biológicas; ciências exatas e da terra;
linguística, letras e artes.
 Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências humanas e
ciências da saúde, com cursos avaliados no âmbito das licenciaturas.
 Cursos superiores de tecnologia nas áreas de controle e processos
industriais; informação e comunicação; infraestrutura e produção industrial.

Ano III:
 Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências sociais
aplicadas e áreas afins.
 Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências humanas e
áreas afins que não tenham cursos também avaliados no âmbito das
licenciaturas.
 Cursos superiores de tecnologia nas áreas de gestão e negócios; apoio
escolar; hospitalidade e lazer; produção cultural e design.

Os indicadores, conceitos e notas relativos ao conceito Enade são sempre


padronizados e escalonados em valores de 0 (zero) a 5 (cinco), na forma de
variáveis contínuas. Desta forma, o conceito Enade será uma variável
discreta que assume valores de 1 a 5, como demonstrado na tabela a seguir:

INDICADOR DE DIFERENÇA ENTRE OS DESEMPENHOS


OBSERVADO E ESPERADO (IDD)
Mensura o valor agregado pelo curso de graduação ao desenvolvimento dos
estudantes concluintes, considerando seus desempenhos no Enem (até três
anos antes do ingresso no curso) e no Enade.
O IDD permite então medir o quanto um curso de graduação contribui
efetivamente para o desenvolvimento de competências, habilidades e
conhecimentos dos estudantes ao final do processo formativo. Isso porque o
desempenho dos estudantes concluintes no Enade não pode ser explicado
apenas pelas condições de oferta dos cursos, mas também pelo perfil dos
estudantes ao ingressarem na graduação.
CONCEITO PRELIMINAR DE CURSO (CPC)
É um indicador de qualidade composto por oito diferentes componentes,
agregados em quatro dimensões, conforme gráfico a seguir, cujo objetivo
é avaliar a qualidade dos cursos de graduação.
O CPC é agrupado em quatro dimensões que se destinam a avaliar a qualidade
dos cursos de graduação:
Conceito do CPC.

A análise da composição do CPC de um dado curso de uma instituição de


ensino superior permite que ela avalie as medidas necessárias a serem
implementadas para melhorar a qualidade da oferta, impactando
diretamente os componentes mais críticos do cálculo do indicador.
O desdobramento das dimensões que compõem o CPC nos seus respectivos
componentes e pesos correspondentes é observado na tabela a seguir:
Conceito Preliminar de Curso (CPC)

Dimensão Componentes

Desempenho dos estudantes Nota dos concluintes no Enade (NC)

Valor agregado Nota do indicador de diferença entre os desempenhos obs

Nota de proporção de mestres (NM)

Corpo docente Nota de proporção de doutores (ND)

Nota de regime de trabalho (NR)

Nota referente à organização didático-pedagógica (NO)

Percepção discente sobre as condições do processo formativo Nota referente à infraestrutura e instalações físicas (NF)

Nota referente às oportunidades de ampliação da formaçã

A percepção discente sobre as condições do processo formativo é avaliada


através das respostas dos concluintes participantes do Enade
ao Questionário do Estudante, que contempla questões referentes
à organização didático-pedagógica, infraestrutura e instalações físicas e
oportunidades de ampliação.
ÍNDICE GERAL DE CURSOS (IGC)
As instituições de ensino superior são avaliadas anualmente pelo IGC.
Segundo o INEP, o cálculo desse indicador de qualidade considera os seguintes
aspectos:
 Média ponderada dos CPCs do último triênio, relativos aos cursos avaliados da
instituição, ponderada pelo número de matrículas em cada um dos cursos
computados.
 Média ponderada dos conceitos de avaliação dos programas de pós-
graduação stricto sensu atribuídos pela CAPES na última avaliação trienal
disponível, ponderada pelo número de matrículas em cada um dos programas de
pós-graduação correspondentes.
 Distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino – graduação ou
pós-graduação stricto sensu (informação excluída caso não haja essa oferta na
instituição).
No esquema abaixo estão os componentes dos cálculos para os indicadores de
qualidade:

CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR


Instrumento de pesquisa mais completo do Brasil sobre as instituições de
Educação Superior, oferece informações detalhadas sobre a situação e as
grandes tendências do setor, gerando indicadores sobre vagas oferecidas,
inscrições, matrículas, ingressantes e concluintes e informações sobre docentes.
As informações e dados estatísticos disponibilizados pelo Censo
permitem analisar e acompanhar a evolução da Educação Superior no Brasil,
subsidiando o Ministério da Educação para a formulação, implementação e
tomada de decisão sobre as políticas públicas para o setor que viabilizam
sua expansão e melhoria da qualidade.
MÓDULO 2

Compreender a utilização de indicadores internacionais na análise e na


tomada de decisão das políticas públicas

INDICADORES INTERNACIONAIS EM
EDUCAÇÃO
A professora Claudia Costin nos traz uma reflexão sobre a qualidade da
educação, partindo de índices internacionais e como isso se materializou no
Brasil:

A utilização de indicadores educacionais internacionais para se avaliar o


desempenho comparativo dos países é de grande importância para
pavimentar o caminho de elaboração de políticas públicas mais eficazes.
Estas devem ser capazes de resolver os grandes desafios enfrentados por
nações marcadas por profundas desigualdades sociais, como o Brasil.

Tais indicadores internacionais contribuem, assim, para a compreensão


da realidade passada e presente dos sistemas de ensino nacionais. Eles
ajudam a traçar o rumo a ser seguido, com base nas melhores
práticas observadas nos países que servem de referência de sucesso, pois
apresentam os melhores resultados quando comparados aos demais.

Sem dados, você é apenas mais uma pessoa com uma opinião.
(DEMING, 1990, p. 4)

Indicadores dos Objetivos do Desenvolvimento


Sustentável da Agenda 2030 da ONU
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 169
metas estabelecidos na chamada Agenda 2030 das Organizações das Nações
Unidas (ONU), em 2015, representam um esforço coletivo das nações para
enfrentar o desafio de consolidação de um novo modelo de desenvolvimento:
mais sustentável, capaz de equilibrar as demandas econômicas, sociais e
ambientais das populações de todo o planeta, desta e das futuras gerações.

Apesar de considerados indivisíveis e inter-relacionados, cada um desses


objetivos procura endereçar soluções para diferentes dimensões que afetam a
qualidade de vida das pessoas, entre as quais a educação.
Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O Objetivo 4 (ONU, 2015), que diz respeito à garantia de educação inclusiva e


equitativa e de qualidade e à promoção de oportunidades de aprendizagem
ao longo da vida para todos, representa para um país como o Brasil um
grande desafio. É necessário avaliar localmente o desempenho de estados e
municípios nas diferentes metas e indicadores associados, a seguir destacados
em uma amostra:

Clique nas barras para ver as informações.

META: 4.1
Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário
e secundário gratuito, equitativo e de qualidade, que conduza a resultados de
aprendizagem relevantes e eficazes.
 Indicador 4.1.1 – Proporção de crianças e jovens: (a) nos segundo e terceiro
anos do ensino fundamental; (b) no final dos anos iniciais do ensino
fundamental; e c) no final dos anos finais do ensino fundamental, que atingiram
um nível mínimo de proficiência em (i) Leitura e (ii) Matemática, por sexo.
 Indicador 4.1.2 – Taxa de conclusão do ensino fundamental e do ensino médio.
META 4.2
Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-
escolar, de modo que eles estejam prontos para o ensino primário.
 Indicador 4.2.1 – Proporção de crianças com idade entre 24-59 meses que
estão com desenvolvimento adequado da saúde, aprendizagem e bem-estar
psicossocial, por sexo.
 Indicador 4.2.2 – Taxa de participação no ensino organizado (um ano antes da
idade oficial de ingresso no ensino fundamental), por sexo.
Indicador 4.2.2 - Taxa de participação no ensino organizado (um ano antes da idade oficial de ingresso no
ensino fundamental), por sexo.

META 4.A
Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para
crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero, e que proporcionem ambientes
de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para todos.
Indicador 4.a.1 - Proporção de escolas com acesso a: (a) eletricidade; (b) internet para fins pedagógicos; (c)
computadores para fins pedagógicos; (d) infraestrutura e materiais adaptados para alunos com deficiência; (e) água
potável; (f) instalações sanitárias separadas por sexo; e (g) instalações básicas para lavagem das mãos (de acordo
com as definições dos indicadores WASH).

META 4.C
Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professores qualificados,
inclusive por meio da cooperação internacional para a formação de professores,
nos países em desenvolvimento, especialmente os países menos desenvolvidos
e pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
Indicador 4.c.1 - Proporção de professores que receberam a qualificação mínima exigida, por nível de ensino.

Programme for International Student Assessment


(PISA)
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) é um estudo
comparativo internacional realizado a cada três anos pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o desempenho
escolar de estudantes na faixa etária dos 15 anos, em geral concluintes no
ensino fundamental. Seu principal objetivo é verificar o nível de aprendizagem e
buscar explicações a respeito dos fatores que influenciam os resultados.

Naturalmente, a análise dos resultados do PISA permite aprender com as


políticas educacionais desenvolvidas e implementadas em outros países,
contribuindo para o aperfeiçoamento das políticas internas e dos programas
educacionais a serem implementados, sempre com o propósito da melhoria
contínua da qualidade.
Saiba mais
O INEP representa a OCDE no Brasil para fins de planejamento e
operacionalização da avaliação no país, coordenando todo o processo de
aplicação dos instrumentos de avaliação nas escolas participantes da amostra,
assim como se responsabiliza pela análise dos resultados. O Brasil é
participante desde a primeira edição, em 2000, como país parceiro, além
daqueles que integram a OCDE.

A cada ciclo de avaliação, o PISA define um dos três domínios (Leitura,


Matemática e Ciências) como o principal, dando maior ênfase a essa área de
conhecimento na elaboração das questões, o que significa que os estudantes
respondem a um maior número de itens na avaliação dessa área do
conhecimento. Em cada país, uma amostra de 150 escolas é selecionada para
participar das avaliações.

O PISA disponibiliza três indicadores principais:

 Perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes.


 Como tais habilidades são relacionadas a variáveis demográficas,
sociais, econômicas e educacionais.
 Tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e monitoram
os sistemas educacionais ao longo do tempo.
Alguns resultados comparativos do Brasil com outros países são demonstrados
no gráfico a seguir.
Percentual de estudantes por nível de proficiência nos países selecionados, Leitura – PISA 2018.

Observando os resultados, é possível perceber como os estudantes brasileiros


apresentam dificuldades de aprendizado que precisam ser enfrentadas pelo
sistema de ensino nacional. Se analisarmos o Brasil em relação a outros países
que participaram do exame, percebemos a necessidade de melhoria.

Por um lado, a educação precisa estar alinhada com as necessidades e


expectativas dos estudantes. Por outro, é preciso que os professores sejam
capacitados para utilizar metodologias ativas, tecnologias e ferramentas digitais
que auxiliem os alunos com mais dificuldade e, ao mesmo tempo, estimulem
aqueles com maior agilidade no processo de ensino-aprendizagem.

O desafio é grande, pois os professores precisam lidar com realidades


diferentes, interesses e dificuldades variados. Contudo, cabe aos gestores
fornecer os recursos para que os docentes consigam estimular e propiciar aos
estudantes o desenvolvimento de suas habilidades e competências, além de se
tornarem indivíduos com chances de sucesso no mercado de trabalho e que
contribuam para o desenvolvimento do país.
Atenção
Esse investimento na educação por aluno precisa ser muito bem empregado,
através de políticas públicas consistentes, guiadas por experiências bem-
sucedidas e indicadores que sirvam como alicerces para o bom planejamento.
O gráfico a seguir sinaliza como países com elevado investimento em
educação por alunos são também países com elevada qualidade de vida, com
altas taxas de desenvolvimento econômico social.

Investimento anual por aluno (dados da OCDE).

Os países com maior volume de investimento por aluno são também aqueles


com maiores índices de qualidade de vida e indicadores de desenvolvimento
econômico.
Gasto por aluno nas instituições públicas brasileiras, do ensino fundamental ao superior (2016).

Education at a Glance
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no
âmbito do seu Programa de Indicadores dos Sistemas Educacionais (INES),
reúne estatísticas educacionais de mais de 40 países, anualmente. Além disso,
consolida os resultados na publicação Education at a Glance (EaG), na qual
oferece um panorama dos sistemas educacionais dos países participantes,
permitindo assim uma comparação internacional.

O cálculo dos indicadores brasileiros na publicação Education at a Glance é


de responsabilidade do INEP. Todo o processo de pesquisa, coleta e tratamento
de dados em fontes de produção estatística do INEP (Censos Escolar e da
educação superior) e de órgãos oficiais brasileiros (IBGE, CAPES, SIAFI,
SIOPE, entre outros) ao longo do ano é coordenado, consolidado e enviado para
a Education at a Glance publicar.

A publicação Education at a Glance: OECD Indicators é a mais importante


fonte de informações sobre os principais indicadores educacionais nos 34
países membros da OCDE, alguns países parceiros e alguns integrantes do
chamado G20.

A tabela a seguir apresenta uma síntese de indicadores do Brasil em dois


períodos distintos, sendo possível perceber pouca alteração nos resultados entre
2015 e 2018.

Indicador B

Atendimento ou escolaridade da população de 25 a 64 anos 2015

Até o ensino fundamental completo 15%

Ensino médio ou educação profissional e tecnológica subsequente 33%

Ensino superior 14%

Percentual de pessoas que não estudam ou trabalham, por faixa etária 2014

15 a 29 anos de idade 20%

20 a 24 anos de idade 24%

Distribuição de matrículas em programas vocacionais na EPT, por nível educacional (Isced 2 a Isced 5) 2014

Anos finais do ensino fundamental 3,0%

Ensino médio (integrado e concomitante) 42,4%

Curso técnico subsequente 52,9%

Cursos sequenciais de formação específica (Educação superior de curto ciclo) 1,7%

Taxa de conclusão do ensino médio na duração teórica dessa etapa mais dois anos após (n+2), por programa de
2015
ingresso

Regular 57%

Profissional 50%

Gasto público nas instituições públicas por estudante, por nível educacional (em dólares usando Poder Paridade
2013
de Compra – PPC)

Ensino fundamental ao ensino médio USD 3.8

USD
Educação superior (incluindo Pesquisa & Desenvolvimento – P&D)
14.768

Ensino fundamental à educação superior USD 4.3

Gasto público nas instituições educacionais como percentual do Produto Interno Bruto – PIB (do ensino
2013
fundamental à educação superior)

Como percentual do PIB 5,2

Razão aluno-professor no ensino médio, por tipo de programa 2014

Regular 27

Profissional 12
Percentual de professores do sexo feminino no ensino médio, por tipo de programa 2014

Regular 62%

Profissional 50%

Síntese de indicadores − Brasil.

Pesquisa Internacional sobre Ensino e


Aprendizagem (TALIS – Teaching and Learning
International Survey)
Com o propósito de avaliar o ambiente de ensino e aprendizagem, bem como
as condições de trabalho dos professores e diretores nas escolas, a OCDE
coordena uma Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS),
em que no Brasil tem sua aplicação e tratamento dos dados realizado pelo INEP.

Essa pesquisa é realizada com base em entrevistas com diretores e


professores de escolas, que apresentam suas percepções a respeito de temas
como desenvolvimento profissional, clima no ambiente educacional,
liderança escolar, gestão, entre outros.

O propósito da TALIS é comparar as condições de ensino e aprendizagem entre


os países participantes da OCDE, de modo a auxiliar no monitoramento de
seus indicadores educacionais e a fomentar políticas públicas para que a
profissão de educadores seja mais atrativa.

A seguir, confira os detalhes evidenciados em três edições da pesquisa TALIS:

Primeira edição
Lançada em 2008, tendo priorizado os professores, suas ideias, atitudes e
práticas, assim como a direção escolar, colocando luz sobre os últimos anos do
ensino fundamental de escolas públicas e privadas, em todos os países
participantes da OCDE.
Segunda edição
Realizada em 2013 e envolvendo 34 países, ampliou o escopo do estudo, dando
maior ênfase a questões relacionadas à liderança e ao papel do professor, como
práticas pedagógicas, avaliação, entre outras.

Terceira edição
Realizada em 2018, com a participação de 48 países, o foco foi ampliado para
além da atuação do docente e dos gestores escolares, incluindo temas como a
diversidade cultural.

Os gráficos a seguir mostram alguns resultados obtidos na TALIS de 2018,


comparando dados do Brasil com outros países da América Latina:
Percentual de professores que disseram concordar com a afirmação de que mudariam para outra escola, se isso
fosse possível – Anos finais
do ensino fundamental.
Percentual de diretores que informaram haver responsabilidade considerável dos diretores ou equipe de gestão
escolar por atividades da
escola – Anos finais de ensino fundamental.

Comentário
Trabalhar com gráficos e números é difícil, mas fundamental. Nos dois primeiros
módulos, apresentamos a realidade e a busca de índices e como a realidade do
mundo apontou caminhos, criou dados e números. Mas é necessário que esses
dados sejam analisados, pois precisam virar decisões, políticas. É fundamental,
portanto, refletir sobre isso.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O “Objetivo 4 – Assegurar a educação inclusiva e equitativa e
de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao
longo da vida para todos” dos ODS da Agenda 2030 permite
avaliar localmente o desempenho dos municípios em relação a
alguns indicadores educacionais.

Proporção de escolas com acesso a: (a) eletricidade; (b) internet


para fins pedagógicos; (c) computadores para fins pedagógicos; (d)
suporte e materiais adaptados para alunos com deficiência; (e) água
potável; (f) instalações sanitárias separadas por sexo; e (g)
instalações básicas para lavagem das mãos (de acordo com as
definições dos indicadores WASH).

Considere os aspectos mencionados e indique a que tipo de


indicador se relacionam:

Projeto pedagógico

Infraestrutura

Corpo docente

Gestão escolar

Aspectos regulatórios
Responder

Comentário
2. Os indicadores principais derivados do PISA são:

I. Perfil básico de conhecimentos e habilidades dos


estudantes.
II. Como tais habilidades são relacionadas a variáveis
demográficas, sociais, econômicas e educacionais.
III. Perfil de características comportamentais dos estudantes.
IV. Tendências que acompanham o desempenho dos
estudantes e monitoram os sistemas educacionais ao longo
do tempo.
V. Perfil dos gestores escolares da rede de ensino.
Considerando as opções mencionadas, as assertivas corretas são:

I, II e III

I, II e V

II, III e IV

I, II e IV

II, III e V
Responder

Comentário

MÓDULO 3

Comparar as avaliações e os índices com as políticas públicas


educacionais do Brasil e com a qualidade de ensino
MARCO REGULATÓRIO DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA
O Brasil possui um arcabouço legal e estratégico bem definido para a gestão
do sistema nacional de ensino, com responsabilidades atribuídas aos diferentes
entes da federação.

Entender os principais marcos legais e as políticas formuladas


pelas instituições públicas para a gestão educacional nos três diferentes níveis
de governo – federal, estadual e municipal – é essencial no processo
de formação dos profissionais da educação no país. Neste módulo, tais
marcos e políticas educacionais são apresentados, com destaque para aqueles
que mais ajudam a caracterizar as estratégias que têm sido
desenvolvidas ao longo das últimas décadas no Brasil.

LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA


EDUCAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a legislação
que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil, da
educação básica ao ensino superior.

Procura-se com a LDB garantir o acesso a uma educação de qualidade para


todos os cidadãos, definindo os deveres de todos os entes da federação, o que
torna a LDB a mais importante lei brasileira no que se refere à educação.

A LDB representa um marco na regulamentação do ensino no país. Algumas


das inovações contidas no texto permitiram ao país obter avanços significativos
nos processos de inclusão social e redução das desigualdades. A LDB se
baseia nos seguintes princípios fundamentais:
Vale dizer que ao longo dos anos a LDB sofreu atualizações, mas a estrutura
básica do sistema de ensino brasileiro, dividido em dois níveis – educação
básica e ensino superior, manteve-se com o seguinte desenho:

Educação básica
Educação infantil
Creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 e 5 anos). É gratuita, mas não
obrigatória, e de competência dos municípios.

Ensino fundamental
Anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º ao 9º ano). É obrigatório e
gratuito, cabendo aos municípios a sua oferta, principalmente dos anos iniciais.

Ensino médio
Do 1º ao 3º ano. É de responsabilidade dos estados, podendo ser ofertado como
técnico profissionalizante.

ENSINO SUPERIOR
É de competência da União, mas também pode ser oferecido por estados e
municípios, desde que estes já tenham atendido os requisitos de oferta dos
níveis de ensino que lhes competem. Quando ofertado por instituições privadas,
cabe à União autorizar e fiscalizar o seu funcionamento.

Atenção
De forma transversal, o sistema de ensino brasileiro contempla ainda
as modalidades de educação para pessoas com necessidades especiais,
educação a distância, educação profissional e tecnológica, educação de
jovens e adultos e educação indígena.

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE)


O Plano Nacional de Educação (PNE) foi instituído pela Lei n. 13.005, definindo
diretrizes, metas e estratégias que orientam todos os estados e municípios da
federação a elaborarem os planos para a gestão educacional dos seus
sistemas de ensino próprios, no período de 2014 e 2024.

O acompanhamento do alcance das metas é realizado a cada dois anos, sob


responsabilidade do Ministério da Educação (MEC) em conjunto com a
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Comissão de Educação,
Cultura e Esporte do Senado Federal, Conselho Nacional de Educação (CNE) e
o Fórum Nacional de Educação.

Os resultados avaliados a cada ciclo devem ser divulgados e analisados, para


que possam subsidiar a formulação de políticas públicas e ser usados para
fundamentar as decisões de investimento no sistema de ensino em todos os
níveis de governo.

Nesse período de vigência do PNE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao MEC, publicou relatórios
sobre os resultados nos anos de 2016 e 2018.

As diretrizes do Plano Nacional de Educação são as seguintes (BRASIL,


2014):

I
Erradicação do analfabetismo.

Universalização do atendimento escolar.


II

III
Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na
promoção da justiça social, da equidade e da não
discriminação.
Melhoria da qualidade da educação.
IV

V
Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase
nos valores morais e éticos em que se fundamenta a
sociedade.

Promoção do princípio da gestão democrática da educação


pública.
VI

VII
Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do
país.

Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos


em educação como proporção do produto interno bruto, que
assegure atendimento às necessidades de expansão, com
padrão de qualidade e equidade.
VIII

IX
Valorização dos profissionais da educação.

Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos,


à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
X
Tais diretrizes se desdobram em 20 metas que são efetivamente
monitoradas para se avaliar o desempenho nacional em relação à ambição de
melhorar a qualidade da educação no Brasil e reduzir as desigualdades
nacionais (BRASIL, 2014):
Clique na barra para ver as informações.

20 METAS PARA AVALIAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO


NACIONAL
 Meta 1 – Educação infantil: Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-
escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta
de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta
por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.
 Meta 2 – Ensino fundamental: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove)
anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo
menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na
idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.
 Meta 3 – Ensino médio: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para
toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do
período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio
para 85% (oitenta e cinco por cento).
 Meta 4 – Inclusão: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17
(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de
ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados.
 Meta 5 – Alfabetização infantil: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o
final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.
 Meta 6 – Educação integral: Oferecer educação em tempo integral em, no
mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender,
pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação
básica.
 Meta 7 – Qualidade da educação básica/IDEB: Fomentar a qualidade da
educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo
escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais
para o IDEB.
 Meta 8 – Elevação da escolaridade/Diversidade: Elevar a escolaridade média
da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no
mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para
as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25%
(vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre
negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE.
 Meta 9 – Alfabetização de jovens e adultos: Elevar a taxa de alfabetização da
população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e
cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar
o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de
analfabetismo funcional.
 Meta 10 – EJA integrada: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento)
das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e
médio, na forma integrada à educação profissional.
 Meta 11 – Educação profissional: Triplicar as matrículas da educação
profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo
menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.
 Meta 12 – Educação superior: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação
superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três
por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a
qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das
novas matrículas, no segmento público.
 Meta 13 – Qualidade da educação superior: Elevar a qualidade da educação
superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em
efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%
(setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por
cento) doutores.
 Meta 14 – Pós-graduação: Elevar gradualmente o número de matrículas na
pós-graduação de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil)
mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.
 Meta 15 – Profissionais de educação: Garantir, em regime de colaboração
entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de 1 (um)
ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da
educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei n. 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as
professoras da educação básica possuam formação específica de nível superior,
obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
 Meta 16 – Formação: Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por
cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste
PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação
continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas
e contextualizações dos sistemas de ensino.
 Meta 17 – Valorização dos profissionais do magistério: Valorizar os (as)
profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a
equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com
escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.
 Meta 18 – Planos de carreira: Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a
existência de planos de carreira para os (as) profissionais da educação básica e
superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos
(as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso
salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do
art. 206 da Constituição Federal.
 Meta 19 – Gestão democrática: Assegurar condições, no prazo de 2 (dois)
anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a
critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade
escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da
União para tanto.
 Meta 20 – Financiamento da educação: Ampliar o investimento público em
educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por
cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5o (quinto) ano de vigência
desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do
decênio.
A cada uma dessas metas são associadas estratégias a serem
implementadas pelo Governo Federal, estados e municípios, para que os
resultados esperados sejam obtidos.

LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB)
O FUNDEB, instituído pela Emenda Constitucional n. 53, em 2006, é um fundo
formado por recursos provenientes dos impostos e transferências dos
estados e municípios, complementados por recursos federais, de tal forma
que o valor por aluno sempre alcance o mínimo definido nacionalmente.

A distribuição dos recursos do FUNDEB leva em conta o número de


matrículas nas escolas públicas e conveniadas apuradas no último Censo
Escolar realizado pelo INEP, considerando os seguintes estudantes:

Educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental (de oito ou de nove


anos) e ensino médio.

 Modalidades de ensino regular, educação especial, educação de jovens e


adultos e ensino profissional integrado.
 Escolas localizadas nas zonas urbana e rural.
 Turnos com regime de atendimento em tempo integral ou parcial (matutino
e/ou vespertino ou noturno).

O gráfico a seguir mostra a importância do FUNDEB como fonte de


financiamento para a educação básica nos estados brasileiros, representando
um instrumento importante para a redução das desigualdades regionais.
Base Nacional Curricular Comum (BNCC)
A BNCC é um documento que normatiza o conjunto de aprendizagens
essenciais que todos os alunos da educação básica devem desenvolver ao
longo de suas etapas, em qualquer modalidade, alinhando-se aos princípios
fundamentais do Plano Nacional de Educação (PNE). Foi homologada pelo MEC
em 2017, após mais de dois anos de discussões em todo o país envolvendo toda
a sociedade.

A BNCC constitui-se então na referência nacional para a formulação dos


currículos dos sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, norteando a construção das propostas pedagógicas a serem
implementadas efetivamente nas escolas e unificando a política para a
educação básica no país. Isso permite que os estudantes adquiram um patamar
comum de aprendizagem e desenvolvimento de competências
gerais essenciais.

Na BNCC, entende-se por competência a mobilização de conhecimentos


assimilados, habilidades desenvolvidas, atitudes e valores, para resolver
demandas e problemas cotidianos e do mundo do trabalho. Conheça cada
uma a seguir:

Clique na barra para ver as informações.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC


1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática
e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das
linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias
do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo
responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as
dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-
se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (MEC,
2017)
A BNCC está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no
Plano Nacional da Educação, e sua adoção é obrigatória. Os currículos de
todas as redes públicas e particulares devem ter a BNCC como referencial, a fim
de que, independentemente da região, raça ou classe socioeconômica, todos os
estudantes do Brasil tenham o direito de aprender as mesmas habilidades
e competências ao longo da sua vida escolar, sem, contudo, retirar de estados
e municípios a autonomia para complementar os currículos com propostas
pedagógicas que valorizem as diversidades e particularidades regionais.

Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)


O SAEB tem como objetivo principal diagnosticar a qualidade da educação
brasileira, oferecendo subsídios para que o MEC e as escolas, após a análise
dos resultados, possam definir ações e direcionar recursos que venham a
impactar positivamente o aprendizado dos estudantes.

Atenção
O cálculo do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) usa os
resultados do SAEB.

O SAEB adquiriu o formato atual a partir de 2019, já adequado à nova Base


Nacional Comum Curricular (BNCC). É responsabilidade do INEP a sua
implementação através da aplicação a cada dois anos de provas obrigatórias
de Português, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas para
estudantes da educação infantil, do 5º e do 9º ano do ensino médio e do 3º ano
do ensino médio, das escolas públicas, urbanas e rurais, sendo opcional para a
rede privada.
LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES)
O SINAES foi instituído em 2004, sendo formado por três componentes
principais: a avaliação das instituições de ensino superior, dos cursos de
graduação e do desempenho dos estudantes. Abrange vários aspectos
relacionados a esses três eixos, com destaque para a oferta das atividades de
ensino, pesquisa e extensão, a gestão da instituição, o corpo docente e as
instalações.

O processo de avaliação é de responsabilidade do INEP, e os resultados


obtidos e tornados públicos permitem entender o cenário do ensino superior
brasileiro, suas lacunas e necessidades de melhoria, orientando a expansão da
oferta e responsabilizando as instituições de ensino superior (IES) pela
qualidade da educação experimentada por seus estudantes.

Dimensões da Avaliação Institucional, interna e externa


1. Missão e plano de desenvolvimento institucional.
2. Política para ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão.
3. Responsabilidade social da Instituição de ensino superior.
4. Comunicação com a sociedade.
5. As políticas de pessoal, carreiras do corpo docente e de técnico-
administrativo.
6. Organização de gestão da IES.
7. Infraestrutura física.
8. Planejamento de avaliação.
9. Políticas de atendimento aos estudantes.
10. Sustentabilidade financeira.

Dimensões da Avaliação dos Cursos


1. Organização didático-pedagógica.
2. Perfil do corpo docente.
3. Instalações físicas.

Os instrumentos de avaliação e de informação que integram o SINAES são: a


autoavaliação, conduzida pela Comissão Própria de Avaliação (CPA); a
avaliação externa dos cursos de graduação, conduzida por comissões
avaliadoras in loco enviadas pelo INEP; o Enade; o Censo da Educação
Superior; e o cadastro das IES. Confira os detalhes a seguir:
Clique nas informações a seguir.

Autoavaliação

Avaliação externa

Censo da Educação Superior

Cadastro de cursos e instituições

A integração desses instrumentos permite que conceitos que variam em uma


escala de 1 a 5 sejam atribuídos às instituições, gerando indicadores, tais
como CPC e IGC, que avaliam suas condições gerais de oferta, subsidiando
inclusive sua avaliação para efeito de Renovação de Reconhecimento,
de Recredenciamento institucional e demais Atos Autorizativos e
Regulatórios.

Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)


O FIES é um programa de financiamento destinado a estudantes de
graduação matriculados em cursos presenciais não gratuitos e com avaliação
positiva nos processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação,
tendo sido instituído em 2001 pela Lei n. 10.260.

O programa financia o valor das mensalidades cobradas pelas instituições de


ensino particulares que aderem ao Fundo, de acordo com a renda familiar do
estudante, que precisa apresentar desempenho mínimo satisfatório no Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio) como um dos requisitos para ser
selecionado.
O gráfico a seguir ilustra a evolução dos novos contratos firmados com os
estudantes pelo programa ao longo do tempo, demonstrando claramente
um crescimento exponencial na primeira metade da década de 2010 e
uma queda abrupta no período seguinte.
Financiamentos concedidos.

É importante ressaltar a utilização de um conjunto de indicadores para se


avaliar o desempenho do FIES, monitorando assim sua eficiência e eficácia e o
quanto os objetivos do programa são efetivamente alcançados:

swap_horiz Arraste para os lados.

Percentual de IES participantes do FIES


Mede o interesse das IES em participar do programa.
Percentual de IES participantes de cada processo seletivo
Mede o interesse das IES em participar de cada processo seletivo do programa.

Participantes do Enem
(inscritos no programa, com alcance da pontuação mínima exigida para
participar)

Mede o interesse das pessoas que obtiveram qualificação nas provas do Enem
em obter o financiamento estudantil.

Percentual de execução financeira


Mede a proporção entre os recebimentos decorrentes dos pagamentos
realizados pelos estudantes (prestação, juros e demais encargos do
financiamento) e o desembolso do programa para pagamento dos encargos
educacionais às IES.
Taxa de ocupação da oferta
Mede o percentual de vagas ocupadas a cada processo seletivo com
contratação efetiva do financiamento.

Taxa de contratos novos


Mede a quantidade de novos financiamentos contratados em determinado ano
em proporção do número de ingressantes em cursos de graduação presenciais
privados.

Taxa de participação do FIES


(calculada sobre o total de matrículas nas instituições privadas)

Mede o número de vagas das IES privadas ocupadas por estudantes financiados
pelo programa em relação ao total de vagas disponíveis.
Índice de inadimplência dos contratos
Mede o percentual de estudantes inadimplentes em relação ao total de contratos
efetivos.

Índice de não renovação de contratos


Mede a não renovação semestral dos contratos de financiamento frente à
quantidade prevista de aditamentos de renovação.

Programa Universidade para Todos (PROUNI)


O PROUNI foi institucionalizado em 2005, a fim de viabilizar a oferta de bolsas
de estudo integrais e parciais em cursos de graduação em instituições de
ensino superior privadas. Seu propósito é viabilizar o acesso de estudantes de
camadas mais pobres à Educação Superior e aumentar proporcionalmente
o percentual de estudantes neste nível de ensino, ainda muito baixo no Brasil
quando comparado com outros países. Em contrapartida, as IES participantes,
em grande parte com fins lucrativos, recebem isenções fiscais de tributos.
Para participar do programa, além de comprovar renda familiar máxima dentro
dos limites exigidos, os estudantes devem também cumprir alguns outros
requisitos adicionais (quando se aplicam), entre os quais se destacam: ter
cursado o ensino médio completo em escola da rede pública, possuir alguma
deficiência, ser professor da rede pública de ensino, entre outros.

Para assegurar a permanência dos estudantes bolsistas nos cursos é


concedido um benefício financeiro de valor equivalente a bolsas de iniciação
científica, com o objetivo de custear despesas educacionais.

A professora Claudia Costin fala sobre como as políticas públicas dependem de


índices para que possam ser mensuradas. Veja:

A utilização de indicadores permite que os resultados obtidos pelos gestores


públicos e privados de qualquer área de atuação, e notadamente também no
setor educacional, sejam rastreados e monitorados. Isso proporciona a
diferentes tipos de organização uma série de benefícios, com destaque para a
possibilidade de impactar positivamente o desempenho.
Os indicadores contribuem para promover maior engajamento, melhorar
o alinhamento entre as equipes, estabelecer foco para a atuação, aumentar
a transparência da gestão, estimular a eficiência e a produtividade e até
mesmo para facilitar e simplificar a comunicação interna.

O alicerce para o desenvolvimento de uma nação é a educação. Se um país


deseja crescer e se desenvolver de forma sustentável, precisa aumentar sua
capacidade de inovação e produção nos diversos setores da economia, o que
só é possível a partir da qualificação contínua de seus cidadãos. Quanto mais
educação formal tiver a população, maior será o impacto sobre
o desenvolvimento socioeconômico do país.

E uma educação de qualidade requer um esforço permanente de avaliação e


comparação dos indicadores do país com o resto do mundo, para identificar
os pontos de melhoria necessários por meio das políticas públicas a serem
formuladas. É preciso medir para que se tenha dados e estatísticas que
possam ser usados como parâmetros a partir dos quais sejam definidas
as métricas do que se deseja alcançar.

Políticas públicas são formuladas e implementadas nos diferentes níveis de


governo para endereçar soluções para os principais desafios com os quais a
sociedade se depara. No caso brasileiro, e especialmente no que diz respeito à
educação, é de importância fundamental que os gestores públicos sejam
capazes de entender a realidade com base em fatos. Essa realidade deve
ser medida a partir da utilização de indicadores, para tornar os processos de
tomada de decisão mais assertivos e capazes de resolverem os graves
problemas de desigualdade social do país.

A formulação de políticas públicas educacionais nas últimas décadas no


Brasil teve grande impacto no processo de inclusão e redução das
desigualdades sociais, apesar de haver muito ainda a ser feito. Essas políticas
procuram assegurar direitos constitucionalmente garantidos, mas que
representam enormes desafios para o país, evidenciados por indicadores que
demonstram a necessidade de ações contínuas para provocar mudanças
permanentes na realidade socioeconômica do país.

Políticas públicas mais eficazes são aquelas formuladas com base na análise


da realidade esclarecida a partir dos fatos, medidos por meio
de indicadores que trazem à tona os problemas a serem enfrentados. Da
mesma forma, serão esses indicadores que funcionarão como termômetros
capazes de medir o quanto tais políticas apresentam desempenho
satisfatório e conseguem efetivamente promover transformações
sociais relevantes e duradouras.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Considere os indicadores a seguir, usados para se avaliar o
desempenho do FIES.

I. Percentual de IES participantes do FIES.


II. Percentual de IES participantes de cada processo seletivo.
III. Participantes do Enem inscritos com pontuação mínima
exigida.
IV. Percentual de execução financeira.
V. Taxa de ocupação da oferta.
VI. Taxa de contratos novos.
VII. Taxa de participação do FIES sobre o total de matrículas
nas IES.
VIII. Índice de inadimplência dos contratos.
IX. Índice de não renovação de contratos.
Aponte quais deles medem de modo mais efetivo o nível de
interesse em aderir ao programa:

I – II – III – V – VI – VII

I – II – IV – V – VI – VIII

I – II – III – V – VIII – IX

I – III – IV – V – VII – IX

I – III – V – VI – VII – IX
Responder

Comentário
2. No contexto do SINAES, as IES são avaliadas com base nas
dimensões institucional e dos cursos oferecidos. Quais dos
aspectos a seguir se relacionam com a avaliação dos cursos?

PDI, organização didático-pedagógica e sustentabilidade financeira.

Organização didático-pedagógica, perfil do corpo docente e instalações físicas.

PDI, responsabilidade social da IES e comunicação com a sociedade.

PDI, infraestrutura física e organização didático-pedagógica.

Organização didático-pedagógica, políticas de atendimento aos estudantes e


instalações físicas.
Responder

Comentário

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, pudemos observar o complexo mosaico de indicadores que estão
envolvidos na educação brasileira. Esses índices são obtidos a partir de um
instituto nacional de pesquisa, o INEP, que tem a função de fundamentar as
políticas públicas decorrentes. Desdobrados para estados e municípios, eles
direcionam a busca de melhorias e regulam o funcionamento da educação.

Todo esse complexo visa gerar dados e promover programas. É possível


perceber, no entanto, a quão longa é a carreira e o volume de dados gerados.
Diante disso, surge a pergunta: com tantos números e programas, por que não
temos uma educação de qualidade? Porque a qualidade é um desafio difícil, que
deve ser entendido como uma busca contínua, um campo de pesquisa e análise.
E esse é o caminho que convidamos você a percorrer conosco.
PODCAST
Agora, o professor Rodrigo Santos Rainha encerra o tema falando sobre
Indicadores de qualidade em Educação.

0:00
13:35

REFERÊNCIAS
BRASIL. Casa Civil. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional. Brasília: 1996.

BRASIL. Casa Civil. Lei n. 10.260, de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o


Fundo de Financiamento ao estudante do ensino superior e dá outras
providências. Brasília: 2001.

BRASIL. Casa Civil. Emenda Constitucional n. 53, de 19 de dezembro de


2006. Dá nova redação aos Arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição
Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Brasília: 2006.

BRASIL. Casa Civil. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano


Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Brasília: 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria n. 986, de 21 de dezembro de 2017.


Aprova o Regimento Interno do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira − INEP.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: 2017. Consultado em


meio eletrônico em: 25 fev. 2021.

DEMING, W. E. Qualidade: A revolução da Administração. Rio de Janeiro:


Marques-Saraiva, 1990.

FRITSCH, Rosangela (org.) et al. Políticas educacionais e gestão escolar no


contexto de escolas públicas. São Leopoldo: Oikos Editora, 2020.

JANNUZZI, Paulo M. Indicadores para diagnóstico, monitoramento e


avaliação de programas sociais no Brasil. Brasília: Revista do Serviço
Público, 2005.

OECD/NCES. Education at a Glance Subnational Supplement. Paris: O


ECD/National Center for Education Statistics, 2018.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Transformando Nosso
Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Consultado em
meio eletrônico em: 25 fev. 2021.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, assista aos vídeos:

 "Como o PISA funciona?" e "Estatísticas educacionais", no canal INEP


Oficial.

Pesquise na internet:

 "PISA", "Relatório Brasil no PISA 2018" e "TALIS", no site do INEP.


 Aspectos relacionados à gestão e operação do FUNDEB, no site do
FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
 O Plano Nacional de Educação, no Portal do MEC. A publicação Education
at a Glance.

CONTEUDISTA
Alexandre Cesar Motta de Castro
Currículo Lattes

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