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Universitária
Avaliação no
Ensino Superior
Unidade 4
ADMINISTRAÇÃO DA
ENTIDADE MANTENEDORA (IAE)
CAMPUS VIRTUAL
PRODUÇÃO DO MATERIAL
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO CAMPUS VIRTUAL
A
o estudarmos a temática da avaliação educacional nos
detendo especificamente no Ensino Superior, devemos
levar em consideração que, em muito, se assemelha
em termos de concepção e operacionalização da Avaliação
Educacional no Ensino Básico. Estaremos, mais uma vez, nesse
segmento de ensino, retomando a ideia central de pensar e
construir instrumentos e ações tendo em vista a melhoria dos
processos de aprendizagem do jovem e adulto, de programas
e currículos, de desempenho profissional e institucional, seja
qual for o objeto de atenção da avaliação educacional.
Avaliação educacional
Por mais que tenhamos delineado diferentes objetos de análise para a avaliação
educacional, importa destacar que há íntima relação entre cada um deles. Por exemplo,
a partir dos resultados de aprendizagem dos estudantes poderemos repensar a
configuração de programas e modelos curriculares, analisaremos o desempenho
profissional de nossa equipe de trabalho e outras dimensões que poderão compor a
avaliação da IES como um todo, o que ocorre na Avaliação Institucional.
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Avaliação educacional
De qualquer forma, ao mesmo tempo em que se avolumam os pedidos por maior número
de avaliações em larga escala, não se pode seguir a reboque dessas demandas sem
refletir na missão institucional específica de cada IES e sua função ética e social no
complexo cenário de necessidades em que se insere:
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Avaliação educacional
Década de 1970
Até o início dos anos 1970, as avaliações na educação superior eram limitadas a aspectos
organizacionais e administrativos. O debate sobre a necessidade de avaliar o processo de
ensino e o desempenho das instituições brasileiras de ensino superior surge na mesma
época em que, por imposição legal, vivemos uma intensa reforma e expansão universitária.
Inferiu-se, a partir daí, que a prestação pública de contas (accountability) associada à
garantia da qualidade dos serviços prestados nas IES públicas e privadas outorgariam às
Instituições credibilidade e reconhecimento perante a sociedade (SOUSA, 2002).
Década de 1980
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Avaliação educacional
Década de 1990
PAIUB - 1993: Em 1993, o Ministério da Educação lançou o Programa de Apoio
Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), incentivando processos de
autoavaliação nas universidades. O PAIUB se mantém até os nossos dias como um belo
exemplo de trabalho a ser seguido pelas governanças universitárias, refletindo nos 90
princípios e elementos que o constituíram. Programas como esse assumem o processo
de autoavaliação institucional como essencial nas atividades de gestão das atividades
acadêmicas no ensino superior na perspectiva da construção coletiva e partilhada da
qualidade do ensino e não meramente da produtividade em termos custo-benefício
como nos anos 80 (SOUSA, 2002).
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Avaliação educacional
Assim, para que possa ser considerado um sistema nacional de avaliação da educação
superior, será necessário contemplar os seguintes requisitos ou indicadores de análise:
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Avaliação educacional
Visando controlar e manter a qualidade de ensino nas IES, o governo propôs uma
avaliação dos cursos, alunos e instituições. Na década de 1990, a avaliação tornou-se
um tema central nas discussões
de professores e pesquisadores
e tornou-se, também, objeto
amplamente divulgado pelos
meios de comunicação.
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Avaliação educacional
mais ampla a qual não se propõe essa comunicação. No sistema de avaliação brasileiro,
a avaliação da Educação Superior ganhou relevância no governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002). Embora o objetivo fosse a implantação de um sistema avaliativo
para a melhoria da Educação Superior, o modelo proposto sofreu resistências por parte
da comunidade universitária.
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Avaliação educacional
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Avaliação educacional
Conceito ENADE
Infraestrutura/Org.
Concluintes Conceito
didático-pedagógica
preliminar
de curso
Ingressantes IDD (CPC) Índice
geral de
cursos
Corpo docente (IGC)
Pós-graduação
O SINAES compreende, assim, os seguintes componentes que, por sua vez, apresentam
um conjunto de subcomponentes:
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Avaliação educacional
Doutores 15%
Infraestrutura 7,5%
Infraestrutura e organização
15% Organização
didático-pedagógica 7,5%
didático-pedagógica
Para Bittencourt et al. (2008) e Dias Sobrinho (2010), é importante focar o olhar em
diferentes variáveis que estão relacionadas com a qualidade do trabalho pedagógico
desenvolvido na Educação Superior como infraestrutura, objetivos, atividades,
compromissos e responsabilidade social como também uma avaliação externa do
corpo docente e uma avaliação específica de cada curso de graduação, realizada por
avaliadores selecionados pelo Ministério da Educação (MEC).
Assim, a avaliação das IES procura ser abrangente podendo dar uma nota mais fidedigna
e que pese todos os fatores que contribuem para uma educação de qualidade. Um
sistema de avaliação da educação superior deve ter como objetivo principal oferecer
informações de qualidade para subsidiar a tomada de decisões de indivíduos e
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Avaliação educacional
Precisamos estar atentos ao fato de que cada IES possui uma missão social e educacional
de formação com especificidades em seus projetos e programas de formação inseridos
em diferentes modelos curriculares que são contextualizados pelas necessidades
socioeducacionais de cada região desse país de dimensões continentais que é o Brasil.
A preocupação com a manutenção do credenciamento dos cursos e a tensão gerada
pelos rankeamentos entre as instituições nas diferentes mídias não deveriam sobrepor os
princípios e a missão de cada IES no seu espaço de atuação. As instituições de ensino
superior não podem reduzir os objetivos educacionais ao mero treino de estudantes para
provas e exames específicos sem reflexão e questionamento de sua missão, do perfil
profissional necessário aos seus egressos e as demandas da realidade local e global.
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Avaliação educacional
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Avaliação educacional
O posicionamento descrito por Demo segue na direção do que Paulo Freire denominou
de visão “bancária da educação” e do ensino. Quando a aula se ancora no “blá, blá, blá”
estou imprimindo um conceito de educação e veiculando um sentido político-ideológico
em minhas ações. Acredito, assim, que basta o aluno estar atento e anotar tudo o que
o docente fala ou projeta na forma de slides durante a aula universitária para que possa
aprender e apresentar bons resultados nos instrumentos de avaliação trabalhados:
Talvez o estudante que acompanha esse capítulo nos pergunte por que refletir na forma
como o indivíduo aprende pode ser importante e válido para o planejamento da avaliação
dessa aprendizagem? Se tomarmos como pressuposto que o indivíduo aprende por mera
recepção e “absorção” de informações transmitidas oralmente em sala de aula, numa
perspectiva “bancária”, o plano de ensino desse docente deverá priorizar aulas expositivas,
apresentação de slides e utilização de instrumentos de avaliação onde possa “depositar”
as informações que lhe foram passadas verbalmente ou por escrito.
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Avaliação educacional
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Avaliação educacional
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Avaliação educacional
estudam à noite, seu tempo de estudo é restrito e o docente deve estar alerta ao construir
seu plano de ensino para que o tempo, em sala de aula, seja muito bem aproveitado,
que estratégias diferenciadas de ensino sejam acionadas, que haja trabalhos em grupo
na classe que permitam que os alunos dialoguem sobre os conceitos trabalhados,
formulem sínteses reflexivas e posicionem-se diante do objeto do conhecimento. Os
diferentes espaços e cenários da IES podem ser utilizados levando os estudantes para
estudos em laboratórios e nas salas de estudo de uma biblioteca, por exemplo.
Cada estudante pode ser estimulado a alçar voos mais altos a partir do ponto em que
se encontra na sua aprendizagem. Os que já dominam conceitos e procedimentos
podem ser incentivados a estudos mais aprofundados, discussões mais complexas e
também a participar de monitorias na IES auxiliando outros colegas na construção de
conhecimentos em cada área de ensino:
O aluno precisa ser incentivado [...] a não desanimar quando enfrenta alguma
dificuldade, a superar suas falhas e adquirir uma formação profissional
competente e cidadã. Não podemos permitir que num processo de
aprendizagem o aluno perca sua autoestima e se desvalorize. O processo
de avaliação, em vez de se apresentar ao aluno como momento de tensão e
terror [...] poderá ser percebido e sentido como momento de motivação para
ele crescer e aprender (MASETTO e GAETA, 2013, p. 91).
Parece-nos, cada vez mais claro, que a proposta de uma avaliação a serviço da
aprendizagem seja o propósito e intenção que procuramos aqui atribuir à avaliação
no Ensino Superior. Uma avaliação voltada para o levantamento de indicadores
de aprendizagem dos estudantes para que se possa adaptar o plano pedagógico
a serviço da construção de aulas de melhor qualidade. Refiro-me aqui a aulas que
tenham clareza do objetivo que se quer alcançar, das competências ou habilidades
que podem estar envolvidas, que lance mão de estratégias de ensino que intencionem
atribuir ao estudante universitário maior envolvimento, protagonismo e participação
nesse processo. Da mesma maneira, o docente estará envolvido apontando caminhos,
questionando, desafiando, auxiliando e planejando, em conjunto com os alunos,
reorientações para as aprendizagens em ação:
Mas para que tudo isso aconteça é necessário que os aprendizes em uma sala
de aula (alunos e professor) construam juntos um processo de aprendizagem
acompanhado por um processo de avaliação como informação (feedback)
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Avaliação educacional
Avaliação da Aprendizagem no
Ensino Superior: Instrumentos, Critérios
e Utilização dos Resultados
Pesquisadores como Isabel Capelletti, Marcos Masetto, Ana Maria Saul, Maria Isabel
da Cunha, Maria Teresa Esteban, Mara Regina de Sordi, Menga Ludke, nas décadas
de 1980, 1990, já defendiam, em nosso país, uma avaliação da aprendizagem no
Ensino Superior voltada para o levanta-mento de indicadores de aprendizagem junto
aos estudantes de forma ativa, crítica e participativa. Pensa-se, assim, numa avaliação
regida por instrumentos que rompem com formas tradicionais de ensinar e aprender
pautados na mera acumulação de conhecimentos.
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Avaliação educacional
Quando o aluno tem consciência do caminho a ser percorrido e onde deseja chegar,
mais facilmente construirá estratégias de melhoria das aprendizagens em conjunto
com o professor. Numa abordagem formativa em avaliação, acompanha-se o estudante
no movimento contínuo das ações em sala de aula por meio de instrumentos variados
e cada um deles deve ser estabelecido planejando-se com clareza o objetivo de cada
um e os critérios de análise que serão estabelecidos. Os instrumentos de avaliação da
aprendizagem serão tão diversificados quanto forem nossas aulas no Ensino Superior
(acompanhe Quadro 3). Variadas estratégias de ensino resultarão em diferentes registros
de indicadores de aprendizagem, ou seja, diferentes instrumentos de avaliação. Em
geral, espera-se que o docente, nesse segmento, opte obrigatoriamente por, pelo
menos, três instrumentos que serão registrados em seu Plano de Ensino.
Após selecionar o instrumento que se harmoniza com a informação que desejo obter,
vêm as confirmações: Por que estou utilizando essa prova, portfólio ou mapa conceitual
para avaliar meus alunos? O que desejo conhecer a partir desses instrumentos? Há
objetivos de natureza conceitual (cognitivos), procedimental (saber fazer) ou atitudinal
(perfil de estudante/profissional) envolvidos? Que competências esperamos diagnosticar
por meio dessas ações de avaliação?
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Avaliação educacional
Posso estar atento, também, para que as metas delineadas para o trabalho em sala
de aula não sejam excessivamente rígidas, operacionais e cerceadoras de um maior
desenvolvimento. Por isso, o trabalho precisa ser regido também por competências
mais amplas. Para Perrenoud (2000, p. 27), “[...] o ensino certamente persegue objetivos,
mas não de maneira mecânica e obsessiva”.
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Avaliação educacional
Entrega, para cada grupo, uma parte do texto e sugere que ele seja lido e debatido,
com destaque para as ideias principais e as dúvidas. Nesse momento, recomenda que
todos façam suas anotações. Ninguém deve fugir deste compromisso.
O educador pode nomear cada grupo por uma letra do alfabeto (grupo A, grupo B...) e,
enquanto os grupos estão reunidos, dá a cada integrante um número (a um, o número 1, a
outro, o 2 e assim por diante). Portanto, no grupo A haverá o 1, 2, 3... No grupo B, o 1, 2, 3...
Uma vez terminados os debates na primeira formação grupal (por letras), agora os que
receberam o número 1, formarão o grupo 1, e assim por diante. Assim, o grupo 1, por
exemplo, terá representante de cada grupo da primeira formação.
Lembre-se de que foi orientado para que todos anotassem uma síntese do estudo
no primeiro grupo. Agora, na nova formação, cada um vai apresentar o que estudou
na primeira formação. Todos os alunos exercerão protagonismo, não ficando sem
participação ativa.
Durante exposição de ideias nesta segunda formação, cada grupo elabora ideias
conclusivas, registrando-as individualmente.
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Avaliação educacional
Para finalizar, os grupos podem expor suas descobertas em plenário, grande grupo,
com a mediação e auxílio do docente.
1 1 1 1 1
5 2 5 2 5 2 5 2 5 2
A B C D E
4 3 4 3 4 3 4 3 4 3
A A A A A
E B E B E B E B E B
1 2 3 4 5
D C D C D C D C D C
◊ Domínio do conteúdo;
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Avaliação educacional
Estudo de Caso
A estratégia de estudo de caso permite a elaboração de um forte potencial de
argumentação com os estudantes tanto no momento de construção do conhecimento
como da síntese. Os aspectos relacionados à mobilização para o estudo são
determinantes para o envolvimento de todos e na busca de solução do caso proposto.
O caso deve estar incluído no contexto de vivência do estudante, ou em parte de uma
temática em estudo. Quanto mais desafiador for o assunto, maior a possibilidade de
manter os estudantes imbricados com o estudo e busca de soluções em diferentes
referenciais (ALVES e ANASTASIOU, 2004). Um caso apresenta a pergunta em contexto
específico que, frequentemente, envolve conflito ou a necessidade de reconciliar ou
equilibrar muitas variáveis. Essa complexidade exige nível significativamente maior de
entendimento por parte dos estudantes, que precisam identificar os principais desafios
e as questões teóricas do caso antes de formular soluções ou abordagens apropriadas.
Estudo de Caso 1
A meningite tipo C causou mais uma morte na Bahia. Dessa vez, a vítima foi uma mulher
de 27 anos que vivia em Salvador. Do início do ano até agora, pelo menos 71 pessoas
morreram em decorrência da doença. A cada novo caso de morte por meningite, o
pânico. Em salvador, 4 crianças morreram infectadas pelo tipo C - forma mais grave da
doença. As filas são constantes e o medo da infecção apavora as pessoas e lota as
unidades de saúde. Na tentativa de diminuir os números de casos e mortes, a secretaria
de Saúde em parceria com USB estão realizando uma campanha de vacinação nas áreas
mais afetadas. Contudo, na comunidade Estiva de Buris, considerada área de risco, a
população se recusa a tomar a vacina e, como alternativa, utiliza algumas práticas de
prevenção e cura como chás, banhos e benzimentos. Algumas pessoas afirmaram que
a vacina é perigosa, principalmente, para crianças. Em declaração, dona Maria, 70 anos,
afirma “uma comadre minha vacinou a sua filha e a menina ficou com o corpo quente
por dois dias e quase morreu, não vou deixar vacinar meus netos”. Sabe-se que, nesta
comunidade, existe o Pai Joaquim, um líder religioso muito respeitado pela população
e que fornece orientações sobre práticas de cura e prevenção.
Estudo de Caso 2
Evangélicas dizem que não pretendem vacinar as filhas contra a doença HPV
(PAPILOMA VÍRUS HUMANO). Reportagem disponível em: http://www.andrepomba.
com.br/?p=3244. A partir do dia 10 de março deste ano, meninas entre 11 e 13 anos vão
poder vacinar-se na rede pública de saúde contra quatro tipos diferentes do Papiloma
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Avaliação educacional
vírus, o agente causador do HPV, uma das doenças sexualmente transmissíveis mais
frequentes em todo o mundo. A vacina que será aplicada no Brasil protege contra
quatro tipos de vírus do HPV – 6, 11, 16 e18. Dois deles, o 16 e o 18, respondem por
70% dos casos de câncer de colo de útero, segundo o Ministério da Saúde. Em 2011,
5.160 mulheres morreram em decorrência da doença, terceiro tipo de câncer mais
comumente às brasileiras. De acordo com dados apresentados pela coordenadora
do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues, a vacina tem eficácia de
98,8% contra o câncer. A imunização, porém, é preventiva e não dispensa o uso de
preservativos. Porém algumas mães conservadoras pretendem boicotar a vacinação e,
consequentemente, a saúde das filhas. Em imagem de jornal de Vitória/ES que circula
na internet, religiosas afirmaram numa declaração que “a melhor prevenção [contra
o HPV] é a fidelidade”. Preocupadas com o que acreditam ser um possível “incentivo
à iniciação sexual” das meninas, as mulheres não vão permitir que as filhas recebam
as doses da vacina porque “elas se sentiriam imunizadas e tentariam experimentar o
novo”, como disse uma das entrevistas. A vacina vai ser aplicada em três doses, em
intervalos que variam de meses a anos. Após receber a primeira dose, a menina volta
para tomar a segunda seis meses depois. Já a terceira e última dosagem só é aplicada
depois de cinco anos da primeira. Para garantir a eficácia do alcance da campanha
de vacinação, escolas públicas e privadas também vão realizar a imunização, mas as
doses vão ser aplicadas somente com autorização prévia dos pais ou responsáveis.
Atualmente, estima-se que o HPV seja responsável por 95% dos casos de câncer no
colo do útero, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
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Portfólio
O portfólio tem sido um importante instrumento de avaliação no ensino superior
em nossos dias e muito estudado pelos estudiosos da avaliação em geral. Muitos
confundem portfólio com uma pasta repleta de trabalhos realizados pelos alunos. A
principal característica do portfólio de aprendizagem é a sua natureza reflexiva. O aluno
tem oportunidade de relatar suas experiências durante o processo de aprendizagem
e refletir sobre elas por meio de registros verbais e não verbais. Conforme o tempo
passa, temos, num meio físico ou plataforma digital, amostras de trabalhos dos alunos,
comentários sobre o processo de construção do conhecimento com seus ganhos e
desafios, bem como o registro de estudos extras sobre as temáticas em foco. Uma
vantagem do uso de portfólios no ensino superior é que o estudante estabelece maior
vínculo com a aprendizagem e com o docente, que deverá tecer comentários e dialogar
com o estudante em processo. Outro ponto positivo é a possibilidade de articulação
entre a teoria e a prática, e temos portfólios inclusive relacionados a disciplinas de
estágios supervisionados. Muitos estudantes declaram que o portfólio fez com que
se apropriassem melhor da construção de suas aprendizagens assumindo maior
protagonismo na reelaboração de conceitos e procedimentos.
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Avaliação educacional
Avaliação do Portfólio
É preciso ter clareza de que utilizarei itens de múltipla escolha de acordo com os objetivos
que tenho ao avaliar. Se desejo analisar a elaboração de argumentos, construtos e
ideias originais dos estudantes sobre determinadas temáticas em particular, utilizarei
itens abertos, do tipo resposta construída e não um item de múltipla escolha. Talvez
a primeira pergunta a ser feita seja: Você sabe qual o objetivo maior de sua prova
como um todo e dos itens em específico que elaborou? Que aspectos, competências
da matriz curricular, abordamos em determinado teste? Os itens se justificam diante do
que o professor quer saber?
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Tipos de Itens
Complementação Simples
Exemplo:
A água é uma das poucas substâncias que apresenta uma anomalia no diagrama PT (P
é pressão, T é temperatura) referente à curva de equilíbrio sólido-líquido. A justificativa
para essa anomalia é que:
Interpretação
Exemplo:
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(B) O professor deve colocar logo as regras em sala de aula para evitar indisciplina;
Complementação Múltipla
Exemplo:
(A) I e II
(B) II e V
(C) I, III e IV
(D) I, IV e V
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Asserção – Razão
Exemplo:
Não é ler um livro que dá sono, claro, mas substâncias químicas que agem no corpo.
Uma delas é a adenosina, que se acumula ao longo do dia. Quanto mais adenosina,
maior o sono, explica Fábio Haggstram, diretor do Centro de Distúrbios do Sono do
Hospital São Lucas, de Porto Alegre. Ou seja, o problema, na verdade, é a hora da
leitura. Experimente ler em outro horário. Você pode até sentir preguiça, não conseguir
nem virar a página e se entediar. Mas não terá sono.
I - O problema de sentir sono na hora da leitura, não é da leitura, nem do livro escolhido,
nem do cansaço e nem do lugar, mas sim você e a hora em que resolve abrir o livro.
II – Sentir sono durante o ato da leitura tem sido a maior desculpa do brasileiro pelo
desinteresse de um bom desenvolvimento da leitura pessoal. Em face disso, mais da
metade do público leitor do Brasil prefere assistir televisão a ler um bom livro.
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A Formação do Docente e
Gestor Universitário em Avaliação
Finalizo esse módulo sobre a Avaliação no ensino Superior destacando novamente
a importância de trazer a temática da avaliação para o debate nos espaços de estudo,
pesquisa e formação continuada na universidade. O que
sabemos sobre avaliação? Ressignificamos, criamos
ou meramente reproduzimos ações avaliativas de
outros professores ou da nossa própria formação?
Temos consciência das concepções presentes em
nossa prática em avaliação?
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