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DESCRIÇÃO

Estudo do conceito de avaliação institucional com suas concepções, formatos e princípios.

PROPÓSITO
Apresentar o conceito de avaliação institucional, com suas concepções, formatos e princípios,
cujo uso é fundamental para o desenvolvimento qualitativo da educação brasileira, para a
elaboração de políticas públicas mais efetivas de acordo com as diferentes realidades das
instituições.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Reconhecer as concepções e princípios da avaliação institucional

MÓDULO 2

Identificar o caminho histórico da avaliação institucional no Brasil

MÓDULO 3

Descrever as propostas de avaliação institucional da escola e a Política Oficial de Avaliação


Institucional da Educação Básica no Brasil

INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, temos visto muitas discussões sobre avaliação de uma forma geral, com
destaque para as políticas de avaliação institucional, por sua importância no desenvolvimento
qualitativo da educação.

Nosso principal objetivo é entender a importância da avaliação institucional para o processo de


desenvolvimento das instituições de ensino públicas enquanto recurso de diagnóstico da
realidade, bem como para a mudança desta. Para isso, é necessário conhecer o conceito de
avaliação institucional, levando em consideração suas concepções, formatos e princípios.

Nos dois primeiros módulos, trataremos da avaliação institucional no ensino superior e na


educação básica e, no módulo três, apresentaremos um estudo mais aprofundado da avaliação
institucional na educação básica.

Mas, afinal, o que é uma avaliação institucional? Vamos descobrir juntos?


MÓDULO 1

 Reconhecer as concepções e princípios da avaliação institucional

CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS DA
AVALIAÇÃO

Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

O princípio da autonomia é um dos pressupostos centrais para o funcionamento das


instituições educacionais, pois só assim podem assumir sua própria gestão, criando
mecanismos para servir melhor à comunidade que atendem.

Esse princípio tão importante precisa estar dentro dos limites permitidos pelas legislações e,
para isso, é necessário que as instituições educacionais tenham transparência prestando
contas dos seus fazeres à sociedade.

A avaliação institucional é, então, um dos elementos responsáveis por essa relação com a
sociedade, pois servem como parâmetro para que a sociedade possa balizar seu julgamento.
Que concepções e princípios norteiam a avaliação institucional?

Discutir avaliação institucional passa necessariamente por um debate sobre educação, pois as
diferentes concepções de avaliação dependem das concepções e visões de mundo, de
sociedade e de educação. Nesse sentido, podemos afirmar que a avaliação está mergulhada
em tensões e conflitos, pois ela não pode produzir certezas ou respostas finais, por mais que
possamos achar que sim. Dias Sobrinho (1997) afirma que não há um único modelo de
avaliação, mas diferentes avaliações.

Avaliar, em sua origem, é um ato diagnóstico. No entanto, sabemos que a avaliação passa
por diferentes perspectivas de acordo com os contextos e formas com que ela é concebida.
Pode ser instrumento de controle, de responsabilização etc. Segundo Dias Sobrinho (2000), na
avaliação institucional não cabe punição. Processos de avaliação educativa são construtivos,
provativos, antropológicos e obviamente pedagógicos.

Imagem: Shutterstock.com

 ATENÇÃO

Essa visão de avaliação institucional tem como pressuposto que a avaliação seja formativa,
proporcionando informações acerca do desenvolvimento de um processo de ensino, com a
finalidade de reorganizar as práticas institucionais e dos sujeitos. Para isso, é necessário que
este seja um processo permanente que tenha a função de inventariar, orientar, reforçar e
corrigir os aspectos avaliados. Deve ser incorporada ao ato do ensino e da aprendizagem, e
integrada às ações de formação, caracterizando-se como um importante instrumento de
melhoria da qualidade do ensino na medida em que permite a identificação de problemas.
A avaliação institucional possibilita uma reestruturação do processo educacional e a
introdução de mudanças na Instituição.

O processo avaliativo da avaliação institucional visa à obtenção de informações relevantes,


tendo como ponto de referência a identidade institucional, seus valores e sua cultura. Contribui
como suporte a um processo ético, educativo e contínuo de mudanças. A avaliação está,
portanto, vinculada à qualidade do processo vivido. É necessário, para isso, uma permanente
sistematização dos procedimentos adotados, a organização coletiva de um cronograma de
ações a serem desenvolvidas e, por fim, a elaboração e o compartilhamento de relatórios
periódicos.

Só podemos considerar uma avaliação institucional bem-sucedida se estiver pautada no


diálogo no espaço da instituição.

A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO ENSINO


SUPERIOR

A avaliação institucional é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da


Educação Superior (SINAES), criado pela Lei n. 10.861 de 14 de abril de 2004, que institui o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), além de outras providências.

Finalidades

Estabelecer dinâmicas e parâmetros para a melhoria da qualidade da educação


superior, servindo de balizador para a expansão da sua oferta;

Fomentar o aumento permanente da eficácia institucional e efetividade acadêmica


para promover o aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais,
o que deve ser preocupação destacada das instituições de educação superior, por
meio da valorização de sua missão pública, seus valores democráticos, do respeito
à diferença e à diversidade. Para que isso seja feito, é necessário a construção da
autonomia e da identidade institucional.
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O SINAES, ao promover a avaliação de instituições, de cursos e de desempenho dos


estudantes, deverá assegurar:

I – Avaliação institucional, interna e externa, contemplando a análise global e integrada das


dimensões, estruturas, relações, compromisso social, atividades, finalidades e
responsabilidades sociais das instituições de educação superior e de seus cursos;

II – O caráter público de todos os procedimentos, dados e resultados dos processos


avaliativos;

III – O respeito à identidade e à diversidade de instituições e de cursos;

IV – A participação do corpo discente, docente e técnico-administrativo das instituições de


educação superior, e da sociedade civil, por meio de suas representações (LEI 10.861, 2004).

O SINAES tem como objetivo identificar o perfil institucional e o significado de sua atuação, por
meio de suas atividades, cursos, programas, projetos e setores, considerando as diferentes
dimensões institucionais, dentre elas, obrigatoriamente, as seguintes:

A missão e o plano de desenvolvimento institucional;

II

A política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas formas de


operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as bolsas
de pesquisa, de monitoria e demais modalidades;

III

A responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se refere à sua


contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do
meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural;

IV

A comunicação com a sociedade;

V
As políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e do corpo técnico-administrativo, seu
aperfeiçoamento, o desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho;

VI

Organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e representatividade dos


colegiados, sua independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a participação
dos segmentos da comunidade universitária nos processos decisórios;

VII

Infraestrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de


informação e comunicação;

VIII

Planejamento e avaliação, especialmente os processos, resultados e eficácia da autoavaliação


institucional;


IX

Políticas de atendimento aos estudantes;

Sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social da continuidade dos


compromissos na oferta da educação superior.

Considerando o pressuposto dos SINAES, a avaliação institucional é parte basilar dessa


construção, e ela se divide em duas modalidades:

Autoavaliação

Coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada instituição e orientada pelas
diretrizes e pelo roteiro da autoavaliação institucional da Comissão Nacional de Avaliação da
Educação Superior (CONAES). A autoavaliação é uma reflexão da prática educativa realizada
pela própria instituição.


Avaliação externa
Momento de apreciação da realidade institucional pelas comissões do MEC, a fim de contribuir
para o autoconhecimento e o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas pela IES.

A avaliação institucional, segundo o INEP/CONAES (2006), é um processo sistemático de


identificação de méritos e de valores, de fatos e de expectativas; é uma atividade complexa
que envolve múltiplos instrumentos; diferentes momentos; diferentes agentes. Sua finalidade
maior é promover o desenvolvimento e a consolidação das instituições, elevando a qualidade
de suas ações e produtos.

INEP

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), autarquia


vinculada ao Ministério da Educação.

A avaliação institucional é um meio de investigação.

Em busca de solucionar os problemas existentes na escola e na universidade, ela precisa


estabelecer propósitos e objetivos a fim de evidenciar soluções e efetivar a realização da busca
por melhoria do que foi diagnosticado, como questões que precisam ser modificadas/revistas.

Outro aspecto fundamental é a sua publicização. As práticas relacionadas as avaliações não


devem ter um fim secreto nem sobre o que foi detectado, muito menos sobre as ações
implementadas. Essas ações devem ser avaliadas, pensadas, e novas avaliações devem ser
realizadas para verificar a solução dos problemas ou o surgimento de novos.

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA EDUCAÇÃO


BÁSICA
A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL TORNOU-SE
PREOCUPAÇÃO ESSENCIAL PARA A MELHORIA DOS
SERVIÇOS DAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES, E PARA
A CONQUISTA DE MAIOR AUTONOMIA [...] A
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E ESCOLAR COLOCA EM
EVIDÊNCIA O PROJETO INSTITUCIONAL, OS FINS DA
EDUCAÇÃO E AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS, ELA
SE CONSTITUI NUM MOMENTO PRIVILEGIADO DE
DISCUSSÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
DA ESCOLA.

(GADOTTI, 2010).

No caso específico da educação básica, o processo da avaliação institucional deve acontecer


com a participação dos estudantes, docentes, responsáveis, funcionários e equipe diretiva, ou
seja, envolvendo toda a comunidade. A avaliação institucional deve ser reconhecida como
um instrumento que acompanha as atividades da escola, em um processo contínuo.
Avaliar a educação básica significa atribuir aos gestores responsabilidades e critérios para a
realização de uma avaliação que seja democrática e dialógica, levando em conta as
discussões de todo o grupo e, a partir desse diálogo, aponte o lugar que se deseja ocupar na
educação de seus integrantes (MALAVASI, 2010).
Imagem: Shutterstock.com

 VOCÊ SABIA

Para que a avaliação seja formativa, ela precisa ser diagnóstica, e como “instrumento dialético
do avanço, terá de ser o instrumento de identificação de novos rumos. Enfim, terá de ser o
instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a
serem perseguidos” (LUCKESI, 1995). Ou seja, ela diagnostica para que as questões e os
problemas apresentados sejam sanados. De que adianta conhecer os problemas da instituição
escolar se não forem tomadas decisões e realizadas as mudanças necessárias?

De acordo com Libâneo (2008), faz-se necessário uma coleta de dados e informações, por
meio de diferentes instrumentos de verificação, para saber se os objetivos previstos estão
sendo atingidos. A avaliação institucional passa a ter, então, grande importância para o Projeto
Político Pedagógico (PPP), uma vez que é fundamental a realização de uma avaliação
contínua que ajude a rever sua filosofia, objetivos, finalidade, pressupostos e metas.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)


Documento obrigatório de cada unidade escolar que define a linha da escola, seus
objetivos, as demandas da comunidade, os projetos. É definido como obrigatório, na LDB
de 1996, o Projeto Político Pedagógico.

 RELEMBRANDO

Vimos que a avaliação institucional precisa ser processual, com a participação de todos os
sujeitos que compõem a comunidade a ser avaliada, e global, levando em conta todas as
atividades desenvolvidas pela instituição. Ela pode ser usada também para avaliação do
desempenho da atividade profissional de docentes, gestores e demais funcionários, além de
ser destinada a análises de currículos ou programas de cursos.

Quando a avaliação institucional cumpre o papel de autoavaliação institucional, dizemos que


remonta a um modelo de avaliação que pode ser caracterizado como uma corajosa decisão em
favor da instituição. Dias Sobrinho (et al., 2008) afirma que, se uma avaliação institucional vem
de cima para baixo e de fora para dentro, ela pode se tornar uma expressão de políticas
neoliberais, atendendo em alguns casos a interesses de organismos internacionais que
concentram em torno de si interesses de mercado.

Podemos afirmar que o maior fim de uma avaliação institucional pautada no diálogo, que passa
a ser o norte de toda ação de agentes internos e externos e na autoavaliação, é efetivamente o
sucesso dos estudantes.
Imagem: Shutterstock.com

A avaliação institucional apresenta-se como um processo que dará oportunidade à escola, com
a participação de todos, de refletir sua prática e seu impacto de intervenção junto à
comunidade, uma forma de estabelecer compromissos com a sociedade, de estudar, propor e
implementar mudanças no cotidiano das escolas.

CONCEITOS DE AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL
Os conceitos são definições de uma prática ou um modelo explicativo, formulados pelo campo
de produção da educação. Desse modo, estaremos acompanhados de pedagogos que se
debruçaram sobre essas questões.

Vamos à breve exposição de alguns conceitos:

O CONCEITO POR REQUENA


A avaliação das instituições universitárias deve ser um processo descritivo, sistemático e
rigoroso, com enfoque global e holístico, permanente, integrado nas atividades educativas da
instituição, reflexivo, compreensivo, que facilite e sirva para melhorar a instituição educativa
(REQUENA, 1995).
 EXEMPLO

Em uma instituição em que se organize uma CPA (Comissão Própria de Avaliação), deve ser
garantido que ela seja autônoma e possa circular com todo o conjunto da instituição, com o
papel de garantir esse rigor e independência.

O CONCEITO POR DIAS SOBRINHO


A avaliação de uma instituição educativa deve também ser compreendida como um fenômeno
público e que interessa a toda a sociedade, muito mais que uma tarefa simplesmente técnica e
de ação restrita, que pudesse encobrir as dúvidas e as contradições, que são virtualmente
portadoras de transformações (DIAS SOBRINHO, 1997).

 EXEMPLO

A avaliação institucional deve promover um papel integrador. A Comissão Própria de Avaliação


deve garantir a participação de porta-vozes de diferentes segmentos a fim de que possam
abordar suas demandas de forma representativa e favorecer o debate, diferenciando-se do
“olhar de Requena”.

O CONCEITO POR RISTOFF


A avaliação é um processo de descoberta e autodescoberta. Ao avaliar, o avaliador também se
autoavalia, forçando a comparação dos elementos avaliados em função dos termos de base
(RISTOFF, 1999).

 EXEMPLO

Ristoff entende que o processo de avaliação institucional é investigativo. Olhar para fora,
perceber e reunir elementos. Nesse caso, a organização de uma comissão externa para
processamento, aferições, análise e registro dos dados coletados tem muito mais sentido.

O CONCEITO POR TRINDADE


A avaliação institucional se constitui, para os dirigentes universitários, como uma ferramenta
essencial na garantia de padrões adequados de qualidade acadêmico-científica, indispensáveis
para planejamento e definição das políticas estratégicas e gestão. Ao mesmo tempo, essa
ferramenta permite uma prestação de contas à sociedade sobre o desempenho da
universidade na utilização do financiamento governamental e no cumprimento de sua missão
pública (TRINDADE, 1999).

 EXEMPLO

Trindade observa o papel da avaliação institucional como uma ferramenta cuja função central é
a gestão educacional, que apoia a tomada de decisões, a consolidação de sua missão, valores
e objetivos.

O CONCEITO POR DIAS


A avaliação institucional é entendida como um processo contínuo de aperfeiçoamento das
ações desenvolvidas pela universidade na busca de qualidade de seus serviços de ensino,
pesquisa, extensão e gestão (DIAS et al., 2008).

 EXEMPLO

Carvalho, na obra organizada por Dias, percebe a aproximação entre a instituição educacional
e as empresas. Então, o processo de avaliação institucional deveria estar atrelado a um setor
com foco em melhoria dos serviços — como serviço prestado, com características próprias,
precisa ser constantemente estabelecida uma troca com os clientes a fim de garantir o pleno
funcionamento do negócio. Então, ainda que formalmente se crie uma CPA, seu papel é
entendido como um cargo, um setor da engrenagem da empresa.

O CONCEITO POR LEITE


A avaliação universitária é vista prioritariamente como um ponto de partida para as mudanças
necessárias na instituição e no próprio sistema educacional. Ela é um "organizador" das ideias
dispersas e fragmentadas sobre os males que afligem a instituição. Na medida em que coleta,
sistematiza e ordena dados, ela favorece a consolidação de expectativas (LEITE, 1997).

 EXEMPLO
A proposta de Leite visa a observação de “futuro” — um grupo atento a reunir ideias,
tendências, coleta de dados, e consolidar, para suas devidas lideranças, a definição das ações
estratégicas. Uma vez mais se aproxima do princípio de gestão a formulação de uma CPA
como um grupo de auditoria interna, com a função específica de gerar informações
sistematizadas e estruturadas.

O CONCEITO POR BELLONI


A avaliação institucional busca ser um instrumento para o aprimoramento da gestão acadêmica
e administrativa, tanto das instituições quanto dos sistemas educacionais, com vistas à
melhoria da qualidade e da sua relevância social (BELLONI, 2000).

Por fim, Belloni coloca a função da avaliação entre as funções de Estado e instituições, como
um movimento que se aproxima da política pública. Logo, consolidar um ciclo informativo,
como o SINAES, gera um conjunto de informações complexas que podem ser analisadas e
direcionadas para a criação de políticas institucionais e públicas.

Ufa! Acabou? Não existem outros conceitos? Escolho um conceito, defino-o como a verdade e
ignoro os demais? Não! Essa não é a lógica dos conceitos. Todos esses autores estão em
diálogo.

A avaliação institucional faz parte do campo epistemológico do saber pedagógico e interessa a


todos os cursos de formação de professores e a todos que desejam atuar em políticas públicas
e instituições de ensino superior. Você lembra dos processos de avaliação institucional em sua
escola ou na sua graduação? Pense sobre isso. Releia as ideias, são um breve panorama,
combine-as e tente conhecer um pouco mais a sua favorita.

Agora, vamos agora ouvir o professor Luís Claudio Dallier, com vasta experiência na
observação de avaliação institucional.
PENSANDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Neste vídeo, você verá uma reflexão sobre por que é necessário entender a presença contínua
da avaliação institucional na dinâmica de nossas instituições.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS SOBRE AS CONCEPÇÕES E CARACTERÍSTICAS DAS
AVALIAÇÕES INSTITUCIONAIS COMO POLÍTICA DE REGULAÇÃO DO
ESTADO, SOBRETUDO COM AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO BRASIL.
AVALIAR, EM SUA ORIGEM, É UM ATO DIAGNÓSTICO. ASSINALE A
ALTERNATIVA QUE APRESENTA DUAS PERSPECTIVAS QUE ENVOLVEM
A ATUAÇÃO DAS AVALIAÇÕES COMO INSTRUMENTO, DE ACORDO COM
O CONTEXTO EM QUE SÃO CONCEBIDAS:

A) Controle e responsabilização.

B) Formação e construção individual.

C) Diagnóstico e contexto social.

D) Consumo e orientação.

E) Retorno e mensuração.

2. APRENDEMOS QUE O SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA


EDUCAÇÃO SUPERIOR (SINAES) É COMPOSTO PELA AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL, DIVIDIDA EM DUAS MODALIDADES, A SABER:
AUTOAVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO EXTERNA. ASSINALE A ALTERNATIVA
QUE DESCREVE O CONCEITO DE AUTOAVALIAÇÃO:

A) Momento de apreciação da realidade institucional pelas comissões do MEC.

B) Processo sistemático de identificação de méritos e de valores, de fatos e de expectativas.

C) Atividade complexa que envolve diferentes agentes.

D) Reflexão da prática educativa realizada pela própria instituição.

E) Promover o desenvolvimento e a consolidação das instituições.

GABARITO

1. Estudamos sobre as concepções e características das avaliações institucionais como


política de regulação do Estado, sobretudo com as instituições de ensino no Brasil.
Avaliar, em sua origem, é um ato diagnóstico. Assinale a alternativa que apresenta duas
perspectivas que envolvem a atuação das avaliações como instrumento, de acordo com
o contexto em que são concebidas:

A alternativa "A " está correta.

Apesar de a avaliação ser um instrumento de diagnóstico e formação, a avaliação também é


um objeto de medição, controle e responsabilização, pois, por meio dela e de seus resultados,
podemos atribuir a responsabilidade por não atingir os níveis estipulados a determinada
comunidade ou aos gestores, bem como controlar os conteúdos e a forma como são
ensinados.

2. Aprendemos que o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) é


composto pela avaliação institucional, dividida em duas modalidades, a saber:
autoavaliação e avaliação externa. Assinale a alternativa que descreve o conceito de
autoavaliação:

A alternativa "D " está correta.

A avaliação institucional é dividida em duas modalidades: autoavaliação e avaliação externa. A


autoavaliação é realizada pela própria instituição de ensino, com a presença de representantes
do corpo social da instituição, respondendo a um roteiro previamente disponibilizado; enquanto
a avaliação externa é realizada por uma comissão que representa o Ministério da Educação,
que verifica se o que foi respondido pela autoavaliação atende a realidade.

MÓDULO 2

 Identificar o caminho histórico da avaliação institucional no Brasil

A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL NO BRASIL
A EXPERIÊNCIA DAS UNIVERSIDADES A PARTIR DA
CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
— PAIUB E MAIS RECENTEMENTE COM O SISTEMA
NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
(SINAES), CRIADO PELA LEI N. 10.861, DE 14 DE
ABRIL DE 2004, OBEDECENDO ÀS DIRETRIZES
ESTABELECIDAS PELA COMISSÃO NACIONAL DE
AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (CONAES)
COLABORARAM PARA A CONSTRUÇÃO DE UM
MODELO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PARA O
ENSINO SUPERIOR QUE POSTERIORMENTE TEM
SERVIDO COMO PARÂMETRO PARA ORIENTAR AS
PRÁTICAS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DAS
ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA EM TERRITÓRIO
NACIONAL.

(MOURA, 2017).
UMA BREVE HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL
Neste vídeo, você verá um resumo sobre a história da avaliação institucional.

 VOCÊ SABIA

A necessidade de avaliar o ensino superior no Brasil surgiu institucionalmente na década de


1980. Entretanto, esse caminho começara a ser traçado desde a reforma universitária, ocorrida
em 1968.

Neste módulo, faremos o resgate histórico da avaliação institucional do ensino superior no


Brasil e seus dispositivos legais que, de alguma forma, orientam essa etapa do planejamento,
bem como a formação universitária no país.

A Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (ANDES) elaborou, em 1983, a


primeira proposta de avaliação institucional do ensino superior no país. A proposta se chamava
Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU), oficializada institucionalmente pelo
Ministério da Educação e Cultura, e buscava debater temas como a gestão institucional e a
produção e disseminação de conhecimentos para toda a população. Entretanto, o programa foi
finalizado oficialmente um ano depois de começado devido a disputas internas ao próprio
Ministério da Educação, em torno de quem competia fazer a avaliação da reforma universitária
(CUNHA, 1997).

Imagem: Erik Vinicius/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

O Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) contava com a


adesão voluntária das universidades. Por meio dessa adesão, seriam recolhidas informações
necessárias para a realização de avaliações externas ou reavaliações. A importância do PAIUB
vai além de sua adesão e avaliações externas, pois proporcionou às instituições a possibilidade
de se autoavaliarem institucionalmente, ou seja, internamente. A iniciativa, construída em
articulação com a ANDIFES e ABRUEM, durou até a promulgação da Lei n. 9.131, de 24 de
novembro de 1995, que instaurou um novo mecanismo de avaliação denominado Exame
Nacional de Cursos (ENC). Esse exame foi destinado aos estudantes concluintes dos cursos
de graduação a fim de medir suas aprendizagens para, então, avaliar externamente o curso —
sua primeira aplicação ocorreu no ano de 1996.

 COMENTÁRIO

O ENC foi conhecido pela sociedade como uma forma de classificar as universidades,
estabelecendo um parâmetro comparativo entre elas e desconsiderando questões de ordem
característica, pois não levava em conta o contexto local e institucional dos cursos. Esses
fatores contribuíram para o desempenho estudantil, mas não eram considerados pelo
ministério. Pinto (2016) colabora com essa visão da sociedade, pois os resultados eram
amplamente divulgados nas mídias impressa e televisiva, estimulando a concorrência entre as
instituições de ensino superior, uma vez que as classificava.

Em 2003, iniciou-se a discussão sobre um novo sistema de avaliação da educação superior no


país, quando foi criada a Comissão Especial de Avaliação (CEA). A comissão realizou debates
com a comunidade acadêmica e a sociedade civil organizada. O resultado desses debates
produziu o documento intitulado Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES): Bases para uma nova proposta de Avaliação da Educação Superior (BRASIL,
2003), e propôs ao ministério a criação da Comissão Nacional de Avaliação da Educação
Superior (CONAES) para a coordenação e a supervisão do SINAES. O documento propunha
um novo modelo de avaliação mais global e que considerasse as especificidades de cada
instituição de ensino superior; as instituições desenvolveriam uma avaliação, ou processo, para
articular as dimensões dos cursos e o desempenho estudantil.

O SINAES é formado por três procedimentos avaliativos: a Avaliação das Instituições de


Educação Superior (AVALIES), a Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) e o Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Vejamos, a seguir, alguns detalhes sobre
cada um:
Imagem: Shutterstock.com

AVALIES
Autoavaliação, coordenada pela Comissão Própria de Avaliação de cada instituição de ensino
superior, além de avaliação externa realizada por comissões designadas pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), segundo as diretrizes
estabelecidas pela CONAES.

ACG
Avaliação dos cursos de graduação por meio de instrumentos e procedimentos que incluem
visitas in loco de comissões externas. A periodicidade dessa avaliação depende diretamente do
reconhecimento a que os cursos estão sujeitos.

ENADE
Avaliação aplicada aos estudantes no primeiro e no último ano do curso. Anualmente, o
Ministério da Educação, com base na indicação da CONAES, definirá as áreas que participarão
do ENADE.

Para finalizar, devemos refletir como o modelo de avaliação institucional proposto pelo SINAES
foi feito com a finalidade de melhoria da qualidade da educação superior, buscando orientar a
expansão universitária e sua oferta, aumentando, permanentemente, sua eficácia institucional
e sua efetividade acadêmica e social.
A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA
EDUCAÇÃO BÁSICA

Imagem: Shutterstock.com
 Constituição Federal de 1988.

A Constituição Federal de 1988, no artigo 206, já sinalizava a necessidade da avaliação


institucional da educação básica como uma das formas de garantir o padrão de qualidade do
ensino:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios (BRASIL, 1988,
grifo do autor):
Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;


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III - Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas


e privadas de ensino;

Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;


Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

V - Valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de


carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas;

Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei;


Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

VII - Garantia de padrão de qualidade;

Imagem: Shutterstock.com/Adaptada por Rodrigo Cavalcante

VIII - Piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal.

Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n. 9.394/1996, aparecem os


dispositivos sobre avaliação como medida de controle e regulação da qualidade do ensino em
escala nacional:

Art. 9º A União incumbir-se-á de:

[...] V - Coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;

VI - Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental,


médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de
prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;

[...] § 2º Para o cumprimento do disposto nos incisos V e VI, a União terá acesso a todos os
dados e informações necessárias de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. (LEI
9.394, 1996)

O Plano Nacional da Educação (PNE) traz a avaliação como estratégia que permitirá o
monitoramento da evolução da qualidade dos nossos sistemas de ensino.

Segundo as orientações contidas na Resolução n. 4/2010 do Conselho Nacional de Educação


(CNE), que define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, nos arts.
52 e 53, a avaliação institucional interna no ambiente educacional deve fazer parte do Projeto
Político Pedagógico (PPP) das escolas e ser detalhada no plano de gestão, e a avaliação
externa deve ocorrer periodicamente.

CONHEÇA OS ARTIGOS
Seção III - Avaliação institucional

Art. 52. A avaliação institucional interna deve ser prevista no projeto político-pedagógico e
detalhada no plano de gestão, realizada anualmente, levando em consideração as orientações
contidas na regulamentação vigente, para rever o conjunto de objetivos e metas a serem
concretizados, mediante ação dos diversos segmentos da comunidade educativa, o que
pressupõe delimitação de indicadores compatíveis com a missão da escola, além de clareza
quanto ao que seja qualidade social da aprendizagem e da escola. (RESOLUÇÃO 4- CNE,
2010)
Imagem: Shutterstock.com

Seção IV - Avaliação de redes de educação básica

Art. 53. A avaliação de redes de educação básica ocorre periodicamente, é realizada por
órgãos externos à escola e engloba os resultados da avaliação institucional, sendo que os
resultados dessa avaliação sinalizam para a sociedade se a escola apresenta qualidade
suficiente para continuar funcionando como está. (RESOLUÇÃO 4- CNE, 2010)

Segundo Moura (2017), apesar de a avaliação institucional estar expressa como uma das
diretrizes para a educação básica, esta, na prática, não é uma ação comum desenvolvida
em todas as escolas. Nota-se que a avaliação externa, por meio de testes em larga escala,
fica colocada como elemento central para o desenho de políticas de educação básica.

 EXEMPLO

Em uma pequena escola de uma grande cidade, a direção decide ampliar e oferecer educação
infantil. Cuida com esmero dos processos burocráticos, consegue todos os documentos
necessários, contrata os professores indicados com cuidado. A diretoria também é dona da
escola e está lá todos os dias — como em outras milhares de escolas brasileiras. O tema
avaliação institucional ou interna é considerado um “problema de escola grande”.
Foto: Shutterstock.com

 EXEMPLO

Já em uma grande escola do estado situada na capital, com dificuldades de violência, sexo,
drogas, percebemos uma logística de batalhão. Há o apelo pela realização de um processo
de avaliação institucional, mas esta é reconhecida como problema meramente burocrático, e
realizada apenas para atender a demanda da secretaria de educação.
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LOGÍSTICA DE BATALHÃO

Forma popular de se fazer referência a organização militar – considerada marcada na


ordem.

Para entender a criação dos mecanismos e dinâmicas de avaliação de larga escala para
adequação de todos, vamos voltar à história. A utilização dessas avaliações externas em larga
escala é baseada em padrões de desempenho e do aumento progressivo das políticas de
responsabilização. Esse processo, denominado accountability, que, segundo Dias Sobrinho
(2002), é uma forma tecnocrática de valorar e um procedimento burocrático de exigir o
cumprimento de obrigações, tem como marco referencial as experiências reformistas ocorridas
na Inglaterra e nos EUA durante a década de 1980.

SAIBA MAIS
Para Schedler (apud Afonso, 2009), accountability apresenta três dimensões estruturais: de
informação, de justificação e de imposição ou sanção. Para Afonso (2009), o direito de pedir
informações e de exigir justificações é o pilar de sustentação da prestação de contas, pois para
que ambos se concretizem socialmente é necessário que haja a obrigação e o dever do
atendimento da solicitação. Portanto, a prestação de contas é constituída por duas dimensões:
informar e justificar, que respondem a indagações ou solicitações que sempre devem ser
seguidas de respostas orientadas pela transparência em atendimento ao direito às
informações, levando-se em conta princípios éticos e legais.

Outro ponto importante, como defende Afonso (2009), é que a prestação de contas não se
apresenta apenas como uma “atividade discursiva” que tem por fim a informação e a
justificação, mas contempla uma dimensão “impositiva”, “coactiva” ou “sancionatória”, o que
podemos designar de responsabilidade (PINHA, 2012).

Há uma tendência de centralização da avaliação mediante o estabelecimento de exames


padronizados no sistema educacional brasileiro. Esse processo tem por objetivo prover ao
Estado (que é o avaliador) as informações necessárias para a elaboração de políticas para o
setor educacional. Para Militão (2005), esse mecanismo permite ao governo, por meio da
utilização do discurso, transferir para a escola a responsabilidade pela superação dos
fracassos educativos, pois a confiabilidade nos instrumentos utilizados nas avaliações externas
vem aumentando e, com isso, a sua legitimidade como verdade.

As novas políticas de responsabilização, que tornam públicas as informações e o trabalho


desenvolvido nas escolas pelos gestores e pela equipe escolar, tornando-os corresponsáveis
pelos resultados alcançados na instituição, surgiu a partir de 1980, de exemplos de dois
países:

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INGLATERRA

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EUA

Como salientado por Moura (2017), apesar de a avaliação institucional estar expressa como
uma das diretrizes para a educação básica, esta, na prática, não é uma ação comum
desenvolvida em todas as escolas. Constatamos que na educação básica os órgãos centrais
enquadram a avaliação externa como processo fundamentalmente regulatório, esvaziando a
dimensão formativa e democrática da autoavaliação.

Durante as últimas décadas, o sistema de avaliação educacional no Brasil tem evidenciado os


testes aplicados aos estudantes como referência da qualidade do ensino. Na educação básica,
dá-se atualmente relevância à:

Provinha Brasil

Prova Brasil

ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização)

IDEB
Testes dos sistemas estaduais

Diante do já exposto, podemos afirmar que é necessário que as escolas desenvolvam em sua
prática avaliativa um contraponto a essa política hegemônica, de modo a vislumbrar mudanças
significativas quanto ao uso dos resultados dos testes sem rejeitar a avaliação externa.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. AS AVALIAÇÕES INSTITUCIONAIS DO ENSINO SUPERIOR SURGIRAM,


INICIALMENTE, EM 1983, COM O PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DA
REFORMA UNIVERSITÁRIA (PARU), QUE BUSCAVA DEBATER TEMAS
COMO A GESTÃO INSTITUCIONAL E A PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE
CONHECIMENTOS À TODA POPULAÇÃO. ENTRETANTO, FOI O
PROGRAMA DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DAS UNIVERSIDADES
BRASILEIRAS (PAIUB), QUE CONTAVA COM A ADESÃO VOLUNTÁRIA
DAS UNIVERSIDADES, QUE RECOLHERIA AS INFORMAÇÕES
NECESSÁRIAS PARA A REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÕES EXTERNAS OU
REAVALIAÇÕES. A IMPORTÂNCIA DO PAIUB VAI ALÉM DE SUA ADESÃO
E AVALIAÇÕES EXTERNAS, POIS PROPORCIONOU:

A) Ao Ministério da Educação, a possibilidade de avaliar institucionalmente.

B) Ao Ministério das Ciências e Tecnologia, a possibilidade de avaliar.

C) Às instituições, a possibilidade de avaliar, institucionalmente, outras instituições


educacionais.

D) Às instituições, a obrigatoriedade de se avaliar institucionalmente.

E) Às instituições, a possibilidade de se avaliar institucionalmente.

2. ESTUDAMOS QUE A AVALIAÇÃO EXTERNA EM LARGA ESCALA É


UTILIZADA PELO ESTADO COMO PADRÃO DE DESEMPENHO E DE
RESPONSABILIZAÇÃO. AO MESMO TEMPO, OS RESULTADOS DESSAS
AVALIAÇÕES VÊM SENDO UTILIZADOS PARA:
A) O aumento progressivo de políticas de responsabilização.

B) O desenho de políticas destinadas à educação básica.

C) O processo accountability.

D) Valorar um procedimento burocrático de exigir o cumprimento de obrigações

E) Reformar o ensino com base nas reformas inglesa e norte-americana ocorridas nas décadas
de 1980.

GABARITO

1. As avaliações institucionais do ensino superior surgiram, inicialmente, em 1983, com


o Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU), que buscava debater temas
como a gestão institucional e a produção e disseminação de conhecimentos à toda
população. Entretanto, foi o Programa de Avaliação Institucional das Universidades
Brasileiras (PAIUB), que contava com a adesão voluntária das universidades, que
recolheria as informações necessárias para a realização de avaliações externas ou
reavaliações. A importância do PAIUB vai além de sua adesão e avaliações externas,
pois proporcionou:

A alternativa "E " está correta.

O PAIUB, na década de 1990, utilizou, pela primeira vez, a autoavaliação institucional para
autoverificação e diagnóstico de seus problemas e pontos de melhorias, trabalhando na
solução das dificuldades apontadas pela prática do cotidiano.

2. Estudamos que a avaliação externa em larga escala é utilizada pelo Estado como
padrão de desempenho e de responsabilização. Ao mesmo tempo, os resultados dessas
avaliações vêm sendo utilizados para:

A alternativa "B " está correta.

Apesar de os resultados das avaliações externas servirem como um padrão de desempenho e,


ao mesmo tempo, de aumentarem progressivamente as políticas de responsabilização, eles
servem para desenhar políticas para a educação básica.
MÓDULO 3

 Descrever as propostas de avaliação institucional da escola e a Política Oficial de


Avaliação Institucional da Educação Básica no Brasil

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
A educação é reconhecida como um dos fatores básicos para solucionar os desafios da
desigualdade social, junto com políticas públicas relacionadas à saúde, moradia, ao
deslocamento etc. A qualidade da educação em todos os níveis é, atualmente, um diferencial
das nações.

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Vimos que, para a escola desempenhar o papel esperado pela sociedade, enfatizam-se,
atualmente, os princípios da autonomia, permitindo que escola assuma sua própria gestão na
busca de encontrar a melhor sintonia com a comunidade que atende para desenvolver a
relevância social e econômica da educação que oferece. De outro lado, a autonomia das
escolas liberou os órgãos educacionais de suas antigas funções administrativas, substituindo-
as pelas funções de avaliação da qualidade e de assessoramento às redes de ensino.
A autonomia requer um processo transparente, associado à necessidade de avaliação do
aprendizado dos estudantes e da escola como um todo, pois somente assim é possível prestar
contas à sociedade e realimentar o processo educativo desenvolvido pela escola, revelando
erros e acertos que servem para redirecionar práticas e reformular as estratégias para atingir
os objetivos visados.

Para que este processo ocorra, é necessário:

Um entendimento da avaliação como processo contínuo de aperfeiçoamento do ensino;


Uma ferramenta para o planejamento e gestão compartilhada da escola;


Um processo sistemático de prestação de contas à sociedade.

O que significa acompanhar o processo mais de perto e verificar se as funções e prioridades


determinadas coletivamente estão sendo realizadas e atendidas com os resultados esperados.

O processo avaliativo se encontra no diálogo entre o que se pretende e aquilo que se


realiza.

A escola de ensino fundamental pública necessita se autoavaliar e ser avaliada externamente


devido ao caráter público de suas ações, de forma a estar sempre repensando os seus
processos. Para que isso ocorra, é necessário o rompimento de antigas tradições e a mudança
de entendimento do processo como algo burocrático ou autoritário para controlar o trabalho e o
trabalhador.

A avaliação institucional, interna e externa, pode ser uma forma de estimular a melhoria do
processo de ensino-aprendizagem e de evitar que a rotina descaracterize os objetivos
fundamentais do processo de avaliação institucional.

A avaliação institucional preocupa-se essencialmente com os resultados das ações educativas


da escola. A avaliação institucional deve ser um processo contínuo e aberto, no qual todos os
setores da escola e seus atores reflitam sobre seus modos de atuação e os resultados de suas
atividades em busca da melhoria da escola como um todo.

Além das aferições quantitativas e indicadores externos, a avaliação institucional abrange


dimensões qualitativas, que devem avaliar constantemente o Projeto Político Pedagógico da
Escola, de forma a rever sempre suas metas e objetivos.

 ATENÇÃO

Temos um ponto muito importante: uma escola é um CNPJ. Ela é uma empresa e os processos
de gestão, capital, modernização, estrutura de controle e qualidade devem fazer parte da
atividade. Quem milita pela educação precisa entender que o compromisso passa
necessariamente por medir, entender e fundamentar esse processo.

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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO ESPAÇO DA


ESCOLA

A avaliação institucional deve contribuir para que a escola construa sua identidade,
preservando a pluralidade de ideias que constitui ou deve constituir qualquer espaço.

Vamos pensar agora no que deveria ser feito.


A escola tem sua autonomia e isso significa o poder de tomar decisões sem depender de
estruturas governamentais e de definir linhas pedagógicas, projetos integradores e consolidar
seu próprio PPP.

A ideia é garantir o melhor funcionamento dessa escola, com uma gestão participativa e
democrática, onde todos os segmentos têm voz. Organiza-se, a partir desse grupo, um
colegiado que deve comandar a avaliação institucional cujo papel é:

Ouvir os diversos segmentos.


Disponibilizar e formular os resultados das pesquisas.


Apurar e levar aos executores e dar retornos aos beneficiários.

Os critérios da avaliação precisam ser claros e amplamente ligados às demandas da


comunidade escolar. Devem ser públicos e considerar a série histórica das avaliações —
interna e externa — na execução e na implementação de melhoria do desempenho escolar,
tanto administrativo (gestão), quanto pedagógico (ensino).

 COMENTÁRIO

Infelizmente, a realidade mostra ainda uma noção equivocada de muitas escolas sobre a
avaliação como processo burocrático, apenas para efeito de cumprimento das regras, como
falsas nomeações, pouca dedicação e falta de planejamento atrelado ao PPP.

A avaliação institucional da escola deve ter, então, o objetivo de rever e aperfeiçoar o Projeto
Político Pedagógico da escola, promovendo a melhoria da qualidade nas áreas pedagógicas e
administrativas.

Para isso, segundo o texto Avaliação institucional da escola de ensino fundamental do


Programa de apoio à melhoria das escolas públicas, a avaliação institucional deve levar em
consideração os diversos aspectos que relacionam as atividades pedagógicas (atividade-fim)
às atividades técnico-administrativas (apoio), buscando a participação de todos os atores da
comunidade escolar por meio da implementação das medidas voltadas ao aperfeiçoamento da
escola, além de inspirar uma atitude de permanente observação, reflexão, crítica e
aperfeiçoamento dos objetivos e prioridades da escola.

A avaliação institucional deve auxiliar a formulação de políticas, ações e medidas institucionais


que impliquem atendimento específico ou subsídios adicionais para aperfeiçoamento de
insuficiências encontradas.

São etapas do processo de avaliação institucional:

SENSIBILIZAÇÃO

Realização de reuniões e encontros com o objetivo de sensibilizar docentes, estudantes,


funcionários e demais membros da comunidade, de forma que todos compreendam o processo
avaliativo. Convite a pessoas externas que possam falar sobre o processo da avaliação
institucional. Leitura e debates sobre textos, a fim de aprofundar o conhecimento sobre a
avaliação institucional.

Agora que já conhecemos um pouco sobre a sensibilização, vamos exercitar?

Qual é a ação correta?

a. Oferecer um salário extra para o professor com maior vínculo de gestão preencher e se
relacionar com os processos avaliativos.

b. Vencer a resistência da comunidade escolar e criar uma dinâmica de troca, reuniões, análise
de documentos e ações a serem organizadas.

RESPOSTA

A alternativa correta é a letra B.

DIAGNOSTICAR

Este será o ponto de partida e necessita da existência de um conjunto comparável de


informações que permitam o diagnóstico da situação em estudo. Os dados serão
correlacionados de forma a gerar indicadores e inferências para as avaliações interna e
externa.

Agora que já conhecemos um pouco sobre o diagnóstico, vamos exercitar?


A escola montou o comitê interdisciplinar e, em um processo investigativo, foram levantados
graves problemas com um conjunto de docentes, não por incompetência, mas por reclamação
de seu comportamento inconveniente e agressivo.

Qual é a ação do grupo?

a. Exigir a demissão imediata, alegando dados suficientes.

b. Expor os dados encontrados, com a avaliação de todos os professores, reunir informações,


pensar em ações corretivas junto ao setor responsável e dar o retorno sobre o treinamento e
suporte.

RESPOSTA

A alternativa correta é a letra B.

AVALIAÇÃO INTERNA

Um processo de autoavaliação que contribua para um movimento de reflexão e gere debates


internos sobre as diversas dimensões das ações pedagógicas e administrativas da escola. A
ideia é que, a partir desses debates, a escola gere relatórios que reflitam como ela percebe a si
mesma.

AVALIAÇÃO DOS ANOS DE ESCOLARIDADE QUE


FAZEM PARTE DO ESPAÇO DA ESCOLA
Condições, o que engloba docentes, estudantes, técnicos-administrativos, infraestrutura,
organização curricular e perfil profissional para este nível de escolaridade.

Processos que se relacionam com a interdisciplinaridade, institucionalização, qualificação do


corpo docente e sua adequação às diferentes atividades no ano de escolaridade; avaliação da
aprendizagem; integração entre os professores do ano de escolaridade e da escola com a
comunidade.

Resultados que envolvam a avaliação da escola em relação aos estudantes concluintes.

AVALIAÇÃO DAS DISCIPLINAS


Objetivos da disciplina, planejamento;

Procedimentos didáticos, métodos e material didático utilizado;

Instrumentos de avaliação, conteúdo das avaliações e atividades práticas;


Condições técnicas: pessoal qualificado e infraestrutura disponíveis para o desenvolvimento
das disciplinas.

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE


Desempenho didático-pedagógico;

Aspectos éticos.

AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES


O desempenho do estudante, levando em conta tanto o seu rendimento escolar quanto sua
participação nas diversas atividades escolares. Deve-se considerar ainda os problemas sociais,
cognitivos ou físicos que interferem na aprendizagem escolar.

AVALIAÇÃO DE PESSOAL TÉCNICO-ADMINISTRATIVO


É importante que, aqui, a avaliação esteja pautada na compreensão do valor das atividades de
apoio para a concretização do ensino de boa qualidade.

AVALIAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR


O desempenho da equipe de gestão escolar.

Existem, dentro da autonomia das escolas, outros aspectos que podem ser mensurados, tais
como: uso de sistemas, disponibilização de atividades, satisfação dos alunos e pais. Nenhum
deles deve ser engessado. Essa é uma sugestão de observação de avaliação que pode ser
tremendamente útil a escola.

A POLÍTICA OFICIAL DE AVALIAÇÃO


INSTITUCIONAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO
BRASIL

A Política Nacional de Avaliação e Exames da Educação Básica já está regulamentada de


acordo com o disposto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ela é integrada pelo
Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional para Certificação de
Competências de Jovens e Adultos (Encceja), e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Foto: Box Lab/Shutterstock.com
 Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Os objetivos da Política Nacional, segundo o site do INEP, são:

Diagnosticar as condições de oferta da educação básica;

Verificar a qualidade da educação básica;

Oferecer subsídios para o monitoramento e o aprimoramento das políticas educacionais;

Aferir as competências e as habilidades dos estudantes;

Fomentar a inclusão educacional de jovens e adultos;

Promover a progressão do sistema de ensino;

Promover a igualdade de condições para o acesso e a permanência do estudante na


escola;

Promover a garantia do padrão de qualidade, do direito à educação e da aprendizagem


ao longo da vida.
O SAEB é realizado a cada dois anos por amostragem de alunos. O sistema é composto por
dois processos:

AVALIAÇÃO NACIONAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA (ANEB)


Produz informações a respeito da realidade educacional dos alunos do 3º ao 5º ano dos
ensinos fundamental e médio da rede pública e particular por regiões brasileiras. É uma
avaliação amostral.


AVALIAÇÃO NACIONAL DO RENDIMENTO ESCOLAR (ANRESC)
Também chamada de Prova Brasil, diferencia-se da ANEB por:

Focar nos alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental;

Ser uma avaliação censitária;

Ser aplicada apenas na rede pública.

A Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) produz informações a respeito da realidade


educacional regional dos alunos do 3º ano do ensino fundamental da rede pública sobre a
proficiência de Língua Portuguesa (leitura e escrita) e Matemática.

 ATENÇÃO

O resultado dessas avaliações é usado para calcular o Ideb, que também considera os dados
de fluxo escolar fornecidos pelo Censo Escolar e consiste, portanto, em um indicador da
qualidade do ensino oferecido nas escolas de todo o país. A partir de 2018, todas as escolas
que participarem da aplicação censitária do Saeb e que cumprirem os critérios determinados
terão seu Ideb calculado. O índice é divulgado a cada dois anos.

Segundo o portal do Inep, por meio desse indicador, as escolas podem formular (ou reformular)
seu Projeto Político Pedagógico (PPP), visando à "melhoria da qualidade, equidade e eficiência
do ensino".
No ano de 2018, o MEC anunciou algumas mudanças para o Saeb:

A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar


(Anresc, ou Prova Brasil) e a Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) perdem as
nomenclaturas e serão agrupadas sob o mesmo nome: Saeb, acompanhado da etapa
correspondente;

A educação infantil será incluída no sistema de avaliação, mas os questionários serão


respondidos pelos professores;

As provas, que antes tinham datas diferentes de aplicação, passarão a acontecer nos anos
ímpares, enquanto os resultados, nos anos pares;

Alunos a partir do 9º ano do ensino fundamental passarão a fazer provas também de Ciências
da Natureza e Ciências Humanas, mas o Ideb não considerará esses resultados, a fim de
continuar com a série histórica, já que nos anos anteriores tais áreas não foram contempladas;

A avaliação da alfabetização será antecipada para o 2º ano, visto que a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) prevê o fim do ciclo no 2º ano. Antes, essa avaliação era aplicada aos
alunos do 3º ano do ensino fundamental;

Serão criadas matrizes de avaliação para as novas áreas e segmentos a serem avaliados;

As provas contemplarão as competências e habilidades previstas pela Base Nacional Comum


Curricular (BNCC);

Todas as escolas particulares receberão resultados individuais por instituição;

O MEC testará a aplicação em formato digital com alguns alunos.

MAS, AFINAL, O QUE É IDEB E COMO ELE É


CALCULADO?
Foto: Moacir Ximenes/Wikimedia commons/CC BY 3.0
 Imagem sobre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no muro da rua em uma
escola em Campo Maior, no Piauí.

A partir das médias de desempenho nos exames do Saeb, calcula-se o Ideb, que considera
também o fluxo escolar dos alunos.

É importante destacar que o cálculo considera o desempenho dos alunos somente nas áreas
de Língua Portuguesa e Matemática, a fim de manter uma linha histórica de avanço.

Os resultados são disponibilizados para toda a população, que pode acompanhar a evolução
desse indicador ao longo dos anos.

O objetivo dessas avaliações é avaliar as redes ou sistemas de ensino, e não os alunos


individualmente. Portanto, elas são construídas e aplicadas com esse foco:

OS RESULTADOS NÃO REFLETEM A PORCENTAGEM


DE ACERTOS DE UM ALUNO RESPONDENDO A UMA
PROVA, MAS A DE UM CONJUNTO DE ALUNOS
RESPONDENDO ÀS HABILIDADES DO CURRÍCULO
PROPOSTO, DISTRIBUÍDAS EM VÁRIAS PROVAS
DIFERENTES. O RESULTADO SE DÁ PELA
REPRESENTATIVIDADE DE UM GRUPO DE ALUNOS
COMO UMA UNIDADE DENTRO DO SISTEMA DE
ENSINO.

(INEP, s.d.).

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL PARA EDUCAÇÃO BÁSICA
Neste vídeo vamos conhecer sobre impacto da avaliação institucional na Educação Básica.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. NESTE MÓDULO, APRENDEMOS QUE A EDUCAÇÃO É RECONHECIDA


COMO UM DOS FATORES BÁSICOS PARA SOLUCIONAR OS DESAFIOS
DA DESIGUALDADE SOCIAL, JUNTO COM POLÍTICAS PÚBLICAS
RELACIONADAS À SAÚDE, MORADIA, DESLOCAMENTO ETC. A
QUALIDADE DA EDUCAÇÃO EM TODOS OS NÍVEIS É, ATUALMENTE, UM
DIFERENCIAL DAS NAÇÕES. ASSIM, PERCEBEMOS QUE A AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL OCORRE EM DUAS FRENTES: INTERNA E EXTERNA.
CADA UMA DELAS POSSUI UM OBJETIVO AVALIATIVO PRÓPRIO, OU
SEJA, UMA FINALIDADE. ALÉM DAS AFERIÇÕES QUANTITATIVAS E
INDICADORES EXTERNOS, A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ABRANGE
DIMENSÕES QUALITATIVAS, QUE DEVEM AVALIAR CONSTANTEMENTE
O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA, DE FORMA A REVER
SEMPRE SUAS METAS E OBJETIVOS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
ABORDA A FINALIDADE DAS AVALIAÇÕES INTERNAS:

A) Pode ser a forma de estimular a melhoria do processo de ensino-aprendizagem e de evitar


que a rotina descaracterize os objetivos fundamentais das avaliações internas e externas.

B) A escola de ensino fundamental pública necessita se autoavaliar e ser avaliada


externamente devido ao caráter público de suas ações, de forma a estar sempre repensando
os seus processos.

C) Pode prestar contas à sociedade e realimentar o processo educativo que a escola


desenvolve, revelando erros e acertos que servem para redirecionar práticas e reformular as
estratégias que devem levar aos objetivos visados no PPP.

D) Significa acompanhar o processo mais de perto e verificar se as funções e prioridades,


determinadas coletivamente pelas legislações nacionais, estão sendo realizadas e atendidas
com os resultados esperados.

E) Preocupa-se essencialmente com os resultados das ações educativas da escola.

2. A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DEVE CONTRIBUIR PARA QUE A


ESCOLA CONSTRUA SUA IDENTIDADE, PRESERVANDO A
PLURALIDADE DE IDEIAS QUE CONSTITUI OU DEVE CONSTITUIR
QUALQUER ESPAÇO. A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA DEVE
TER, ENTÃO, O OBJETIVO DE REVER E APERFEIÇOAR:

A) O Projeto Político-Pedagógico da escola.

B) A melhoria da qualidade na área pedagógica da escola.

C) A melhoria da qualidade na área administrativa da escola.

D) A participação de todos os atores da comunidade escolar.

E) A inspirar uma atitude permanente de crítica na escola.

GABARITO

1. Neste módulo, aprendemos que a educação é reconhecida como um dos fatores


básicos para solucionar os desafios da desigualdade social, junto com políticas públicas
relacionadas à saúde, moradia, deslocamento etc. A qualidade da educação em todos os
níveis é, atualmente, um diferencial das nações. Assim, percebemos que a avaliação
institucional ocorre em duas frentes: interna e externa. Cada uma delas possui um
objetivo avaliativo próprio, ou seja, uma finalidade. Além das aferições quantitativas e
indicadores externos, a avaliação institucional abrange dimensões qualitativas, que
devem avaliar constantemente o Projeto Político Pedagógico da Escola, de forma a rever
sempre suas metas e objetivos. Assinale a alternativa que aborda a finalidade das
avaliações internas:

A alternativa "C " está correta.


As avaliações internas devem aferir se estão conseguindo atingir os objetivos estipulados no
Projeto Político-Pedagógico, direcionando ou redirecionando as práticas educacionais dos
agentes da instituição.

2. A avaliação institucional deve contribuir para que a escola construa sua identidade,
preservando a pluralidade de ideias que constitui ou deve constituir qualquer espaço. A
avaliação institucional da escola deve ter, então, o objetivo de rever e aperfeiçoar:

A alternativa "A " está correta.

A avaliação institucional serve para a escola estar sempre revisitando seu PPP e adequando
seus objetivos, revendo sua identidade institucional e respeitando a pluralidade de ideias que
compõem o espaço educacional.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você deu seus primeiros passos para conhecer os processos de avaliação institucional. Para
isso, foi necessário se inteirar sobre as diferentes concepções e os diversos princípios sobre o
tópico.

No decorrer conteúdo, expomos um pouco da história e das políticas oficiais da avaliação


institucional do ensino superior e da educação básica. Vimos o quanto ela é importante como
processo contínuo e interno à escola, como forma de reavaliar constantemente o Projeto
Político Pedagógico e o processo de gestão democrática e autônoma.

Constatamos também que a avaliação interna não é, ainda, uma prática nas escolas
brasileiras, deixando os processos avaliativos apenas para as avaliações externas e de larga
escala.

A fim de seguir avançando e aperfeiçoando os seus estudos, dê continuidade às suas leituras,


explorando os materiais indicados nas referências deste conteúdo.

Bons estudos!
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
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debate ibero-americano. In: SISIFO / Revista de Ciências da Educação, n. 9, p. 57-70,
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espaço social. In: Avaliação. Campinas, SP, v.1, n. 2, p.6-14, dez, 2000.

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.

BRASIL. Lei n. 9.131, de 24 de novembro de 1995. Altera dispositivos da Lei n. 4024, de 20


de dezembro de 1961, e dá outras providências. Brasília, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior


(SINAES): bases para uma nova proposta de avaliação da educação superior. Brasília, 2003.

BRASIL. Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da


Educação Superior (SINAES). Brasília, 2004.

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional. Brasília, 1996.

CUNHA, L. A. Nova reforma do ensino superior: a lógica reconstruída. In: Cadernos de


Pesquisa, São Paulo, n. 101, p. 20-49, jul. 1997.
DIAS SOBRINHO; J.; BALZAN, N. C. (orgs.). Avaliação Institucional: teoria e experiências. 4.
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DIAS SOBRINHO, J. Universidade e avaliação: entre a ética e o mercado. Florianópolis:


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GADOTTI, M. Avaliação institucional: necessidades e condições para sua realização. DRB


Assessoria. 2010.

LEITE, D. Avaliação e tensões: Estado, universidade e sociedade na América Latina. In:


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LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.

MALAVASI, M. M. S. Avaliação Institucional de qualidade potencializada pela participação


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PINTO, R. S.; MELLO, S. P. T.; MELO, P. A. Meta-avaliação: uma década do processo de


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TRINDADE, H. (Org.). Universidade em ruínas: na república dos professores. Petrópolis:


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EXPLORE+
Acesse o Programa de Apoio à Melhoria do Ensino Municipal, disponível na Biblioteca virtual
da Rede Acadêmica de Ciência Econômica da UFRJ (RACE)

O texto Avaliação institucional na educação básica: retrospectiva e questionamentos, de Elba


Siqueira de Sá Barreto e Gláucia T. Franco, faz uma retrospectiva das experiências de uso da
avaliação institucional na educação básica no Brasil desde meados dos anos 1990. Observam-
se iniciativas de avaliação não só nos ensinos fundamental e médio, seja em escolas isoladas
ou em redes públicas, mas também na educação infantil. O estudo encontra grande
convergência nos referenciais teórico-metodológicos adotados na avaliação institucional da
escola, invariavelmente comprometidos com a perspectiva de melhoria da qualidade da
educação, assim como nos procedimentos para sua implementação.

Veja no site do INEP o resultado do IDEB divulgado em 2020.

Leia os artigos Um breve histórico da avaliação institucional no Brasil, de Regina Macedo


Boaventura Bese, e Avaliação Institucional: instrumento de (re)construção e (trans)formação da
escola pública, disponíveis no site Gestão Universitária.

Acesse os anais do Seminário Internacional de Avaliação da Educação, publicados em outubro


de 1995 pela CESGRANRIO.

Acesse os anais do Simpósio Nacional Sobre Avaliação Educacional: Uma Reflexão Crítica.,
publicados em outubro de 1993 pela CESGRANRIO.
CONTEUDISTA
Graça Regina Franco da Silva Reis

 CURRÍCULO LATTES

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