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Fatores Que Influenciam As Prestações De Contas Dos Conselhos Escolares

Ailton De Souza Barros


Graduando em Ciências Contábeis
Universidade Federal do Pará - UFPA

Luciana Silva Dos Santos


Graduando em Ciências Contábeis
Universidade Federal do Pará – UFPA

Prof. Dr. Anderson Roberto Pires e Silva (Orientador)


Doutor em Ciências Contábeis – UFPA

Tadeu Junior de Castro Gonçalves


Graduando de Ciências Contábeis
Universidade Federal do Pará – UFPA

RESUMO
Este trabalho teve como objetivo geral identificar os fatores que influenciam a prestação de
contas dos conselhos escolares. Nesse sentido, foram analisados o emprego das verbas
recebidas e se a devida Prestação de Contas obedeceu às normas e procedimentos do
programa em estudo. Foi apresentado o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e
demais programas que podem ser considerados os principais intermediadores do processo de
repasse de verbas. Através de um estudo de multi-casos, serviram como campo de pesquisa
três escolas do município de Tracuateua – PA, e utiliza-se como instrumentos de coletas de
dados a entrevista semiestruturada e a observação. Entre os resultados destaca-se a avaliação
positiva dos representantes da gestão escolar das instituições participantes em relação à
atuação dos Conselhos Escolares de suas escolas. Também se destacam as considerações dos
conselheiros em reconhecer que apesar da proposta de desenvolvimento de capacitações para
os integrantes dos conselhos escolares, é necessária uma melhor delimitação dos conteúdos
tratados nas formações, visando trazer resposta às demandas práticas da rotina tratadas pelos
conselheiros.
PALAVRAS-CHAVE: Conselhos escolares, Accountability, PDDE, Prestação de Contas.

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1 INTRODUÇÃO
A educação brasileira vem passando por grandes mudanças, e com isso o governo tem
investido na área educacional, não só em termos de volumes de recursos, mas também em
qualidade de serviços e produtos oferecidos para que os alunos tenham uma melhor qualidade
de ensino.
De acordo com o INEP (2016), a cobertura dos investimentos públicos em educação
compreende a formulação de política, manutenção e desenvolvimento do ensino, a expansão e
melhoria das escolas de diversos níveis e modalidades de ensino, dos estabelecimentos de
educação, dos programas de assistência ao estudante, entre outros.
Neste sentido foram criados programas, convênios e parcerias tanto com o setor
público quanto com o privado, como exemplo destaca-se o Programa Dinheiro Direto na
Escola (PDDE), Programa Mais Educação, Atleta na Escola, os quais têm o objetivo de fazer
com que esses recursos cheguem direto nas escolas através de seus conselhos escolares.
Oliveira (2014, p.88) afirma que
O recebimento desses recursos financeiros traz mudanças para as escolas e para a
gestão delas porque em princípio, intensifica a necessidade de novas aprendizagens
e os trabalhos. Além disso, traz a possibilidade de realização de ações que, sem tais
recursos, não podiam ser realizadas anteriormente.
Sob essa perspectiva de autonomia da escola, Lück (2009) mostra a importância da
gestão financeira imbricada nos “esforços pela democratização da educação e da gestão
escolar” e dentro “dos movimentos de descentralização da gestão e construção da autonomia
da escola”.
Em função disso os conselhos escolares tem sido alvo de questionamentos sobre seus
benefícios no processo da democratização da educação, na qualidade do ensino, na
participação do cidadão nas decisões e na sua efetivação pela gestão escolar. Segundo Verza
(2000, p. 191): “Os conselhos escolares valem enquanto instrumentos efetivos de participação
para garantir ensino público de qualidade a ser implementado no âmbito escolar”.
Neste contexto o objetivo geral do presente estudo configura-se em identificar os
fatores que influenciam a prestação de contas dos conselhos escolares. Como objetivos
específicos pretende-se conhecer a rotina de prestação de contas dos conselhos; comparar as
prestações de contas dos conselhos escolares de cada região.
Com os resultados deste estudo, espera-se proporcionar contribuições aos gestores dos
conselhos escolares de recursos do programa PDDE, ao governo e a sociedade, pois
possibilita aprimorar técnicas de aperfeiçoamento do planejamento, da participação e da
transparência para se realizar uma prestação de contas mais eficiente e eficaz.
A exigência da sociedade pela prestação de contas dos recursos públicos associada à
aprovação de leis que garantem à comunidade escolar o acesso às informações demonstra a
atualidade e relevância do presente estudo.
Quanto à estrutura do trabalho, além deste tópico introdutório, na segunda seção
desenvolve-se o referencial teórico, na terceira seção, os procedimentos metodológicos. Na
quarta seção encontram-se as considerações finais e, por fim têm-se as referências.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Os principais programas do FNDE
Novas atividades foram incorporadas ao PDDE, as escolas de educação básica
passaram a contar com o PDDE-Educação Básica, o Programa Escola Acessível, o Programa
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Ensino Médio Inovador, o Programa Atleta na Escola, o Programa Escola Sustentável, o
Programa Mais Cultura e o Programa Escola Aberta.
Os recursos que chegam às escolas sob a égide do PDDE-Educação Básica devem ser
empregados na aquisição de material permanente (carteiras, projetores, entre outros); na
realização de pequenos reparos, adequações e serviços necessários para a manutenção,
conservação e melhoria da estrutura física da escola; na aquisição de material de consumo; na
implementação do projeto pedagógico e no desenvolvimento de atividades educacionais,
conforme consta na Resolução CD/FNDE nº 10/2013.
O Programa Escola Acessível tem como objetivo promover condições de
acessibilidade à escola, seja através de recursos didáticos e pedagógicos, ou pela adequação
ao ambiente físico, como construção de rampas, sanitários, vias de acesso, instalação de
corrimão e de sinalização visual, tátil e sonora, além da aquisição de cadeiras de rodas,
recursos de tecnologia assistida, bebedouros e mobiliários acessíveis.
O cadastro e o plano de atendimento do Programa Escola Acessível estão inseridos no
Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação
(SIMEC). O Programa Escola Acessível pretende assegurar a inclusão de alunos que
necessitam de atendimento educacional especializado; é o que nos apresenta a Resolução nº
19/2013 (Brasil, 2013).
O Programa Ensino Médio Inovador-PROEMI, assim como o Programa PDE Escola,
integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação e constitui-se em uma estratégia
do governo federal para a reestruturação dos currículos do Ensino Médio.
O PROEMI pretende apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares
inovadoras nas escolas de ensino médio, bem como objetiva a formação integral. É através
dos projetos de reestruturação curricular que busca articular as demandas da sociedade com as
aspirações dos estudantes do Ensino Médio, conforme o estabelecido pela Portaria nº
971/2009 (Brasil, 2009).
Programa Atleta na Escola, que teve início no ano de 2013, incentivado pelo evento da
Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016, tem como objetivo “incentivar a prática
esportiva nas escolas, democratizar o acesso ao esporte, desenvolver e difundir valores
olímpicos e paralímpicos entre os estudantes da educação básica, estimular a formação do
atleta escolar e identificar e orientar jovens talentos” (Brasil, 2013). O programa oferece a
possibilidade de escolha em diversas modalidades olímpicas e paralímpicas, como consta na
Resolução CD/FNDE nº 11/2013.
O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI, visando à institucionalização da educação
ambiental tem como objetivo, através do Programa Escola Sustentável apoiar a
implementação de espaços educadores sustentáveis, com a promoção de uma escola
sustentável como aquela que “mantém relação equilibrada com o meio ambiente e
compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a
garantir a qualidade de vida às presentes e futuras gerações” (Brasil, 2014).
O repasse financeiro, por meio do PDDE, para as escolas atendidas com o Programa
Escola Sustentável, pretende promover ações voltadas à melhoria da qualidade do ensino na
adoção de critérios de sustentabilidade socioambiental na construção do currículo, na gestão e
no espaço físico escolar tornando-o espaço de educadores sustentáveis. É possível com o
recurso contratar serviços de terceiros para a realização de oficinas de formação sobre temas
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que tratem da sustentabilidade socioambiental, adquirir bens e material pedagógico, além da
aquisição de materiais de construção e bens produzidos de acordo com normas e critérios
ambientalmente sustentáveis, de acordo com o prescrito no § 3º, do Art. 2 da Resolução nº
18/2013.
Já o Programa Mais Cultura nas Escolas (PMCE), tal como o Mais Educação, é uma
ação interministerial, uma vez que conta com a atuação do Ministério da Educação, da
Cultura e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e tem como objetivo promover a
escola como espaço de circulação e produção da diversidade cultural brasileira; contribuir
com a formação de público para as artes e desenvolver atividades que promovam a
interlocução entre experiências culturais e artísticas e o projeto pedagógico de escolas
públicas. É uma ação vinculada ao Programa Mais Educação (PME) e ao PROEMI (Brasil,
2014).
As escolas participantes do PMCE foram selecionadas a partir da escolha de projetos
que contemplem a proposta do programa e que participem do Programa Mais Educação e/ou
Programa Ensino Médio Inovador. As escolas foram selecionadas no ano de 2014 e o
programa está em execução, sendo que o repasse foi feito em duas parcelas anuais. Por não ter
uma resolução própria, todas as informações sobre o PMCE são encontradas no Manual de
Orientação do Programa Mais Cultura nas Escolas.
O Programa Escola Aberta, implementado em 2005, foi instituído pela Resolução nº
52/2004, e tem como objetivo oferecer atividades de aprendizado e lazer em escolas públicas,
nos fins de semana. Com exceção do Programa PDDE-Educação Básica, do Escola Acessível
e do Escola Aberta, os demais programas utilizam a ferramenta PDDE Interativo para realizar
o planejamento dos programas.
O PDDE Interativo é uma ferramenta de apoio à gestão escolar disponível para todas
as escolas públicas do país. Ele foi desenvolvido pelo Ministério da Educação a partir da
metodologia do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) em parceria com as
secretarias estaduais e municipais de educação. Seu objetivo principal é auxiliar a comunidade
escolar a produzir um diagnóstico de sua realidade e a definir ações para aprimorar sua gestão
e seu processo de ensino e aprendizagem.
Essa definição dos programas do PDE permitiu identificar o PDDE no processo de
aprofundamento das ações da União nas escolas dos estados e municípios. Além disso,
mostrou a ampliação dessas ações e, portanto, das tarefas atinentes à gestão administrativa e
financeira nas escolas e na gestão da rede de ensino. Uma vez que todos os programas, ainda
que com objetivos diferentes, visam à melhoria do ensino, todo esse processo de aumento das
funções gestoras ocorre em detrimento do apoio à gestão pedagógica para melhorar a
execução das tarefas de gestão do ensino nas escolas. Dessa forma observa-se a importância
do PDDE para este estudo. Na próxima seção segue-se a descrição acerca do PDDE.

2.2 O Programa Dinheiro Direto na Escola


Criado em 1995, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) tem por finalidade
prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas públicas da educação básica
das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de educação
especial mantidas por entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS) como beneficentes de assistência social, ou outras similares de
atendimento direto e gratuito ao público (FNDE 2012).
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O programa engloba várias ações e objetiva a melhoria da infraestrutura física e
pedagógica das escolas e o reforço da autogestão escolar nos planos financeiro, administrativo
e didático, contribuindo para elevar os índices de desempenho da educação básica. Os
recursos são transferidos independentemente da celebração de convênio ou instrumento
congênere, de acordo com o número de alunos extraído do Censo Escolar do ano anterior ao
do repasse (FNDE 2012).
O PDDE foi criado com a concepção baseada no princípio de descentralização da
execução dos recursos federais destinados ao ensino fundamental e no reforço ao exercício da
cidadania, reconhecendo que o “cidadão será tanto mais cidadão quanto menos for espectador
e maior for seu compromisso com o bem comum ou com o interesse público” (Brasil, 1995).
De acordo com a Resolução n. 12, de 10 de maio de 1995, que lhe deu origem, seu
objetivo seria agilizar a assistência financeira da Autarquia – Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) – aos sistemas públicos de ensino, para cumprimento
do disposto no artigo 211, da Constituição Federal de 1988, referente ao papel da União frente
aos demais entes federados. Até 1998, denominou-se Programa de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental (PMDE), aparecendo pela primeira vez com a atual
denominação no texto da Medida Provisória n. 1.784, de 14 de dezembro de 1998 (Brasil,
1998).
O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) passou também a incorporar escolas
de ensino fundamental que atendessem alunos com necessidades educacionais especiais e
comunidades indígenas. Em 2003, foi novamente atualizado pela Resolução n. 3 de 27/02/03,
do FNDE, com base na Medida Provisória n. 2.178-36, de 24/08/2001.
A agilidade operacional do programa PDDE permite que o MEC, através do FNDE,
realize o repasse financeiro para a implementação também de outros programas. Dentre os
programas de ações agregadas que utilizam o PDDE para o envio da ajuda financeira às
escolas estão: PDDE Básico, PDDE integral, PDDE estrutura e PDDE Qualidade.
Esse agrupamento de contas ajudou a monitorar o aspecto financeiro, mas não
diminuiu o trabalho de apoio à gestão nas escolas. Tal procedimento representou um aumento
nas atribuições laborativas na gestão do sistema e das escolas, visto que, para o Sistema de
Gestão de Prestação de Contas (SIGPC) é necessário que as informações sobre a
movimentação dos recursos sejam feitas na forma do agrupamento; mas na prática, as análises
precisam ser feitas por programas, verificando se foi feita a correta aplicação dos recursos,
conforme o que determina as resoluções e/ou normas orientadoras para os programas.
Desde então várias resoluções foram publicadas a fim de favorecer a melhoria de
qualidade de ensino assim como suas ações agregadas. Desta forma observa-se a importância
do PDDE para este estudo. No sentido de melhor compreender o processo de descentralização
de recursos no âmbito da educação faz-se necessário buscar os conceitos dos princípios da
administração pública.

2.3 Os Princípios da Administração Pública


Segundo a Lei 8.429/92 os gestores de recursos públicos estão sujeitos ao
cumprimento de regras que estão citadas e implícitas no texto constitucional brasileiro. Pois o
descumprimento a esses princípios acaba envolvendo muito gestores em práticas de crimes de
responsabilidade ou de improbidade.
A nossa Constituição Federal, disciplina em seu artigo 37:
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“Art. 37 – A administração Pública direta ou indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, e eficiência“.
Relacionando-se os princípios à gestão dos recursos têm-se o princípio da legalidade,
onde o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado
em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de sua vontade
subjetiva. Tal princípio encontra fundamento constitucional no art. 5º, II, que prescreve:
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
De igual modo, o princípio da impessoalidade completa a ideia já estudada de que o
administrador é um executor do ato, de acordo com Mello (1992) a impessoalidade “traduz a
ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações
benéficas ou peculiares... O princípio em causa não é senão o próprio princípio da legalidade
ou isonomia”.
Em suma, há que se entender que os atos administrativos devem ser orientados
exclusivamente para uma finalidade pública, sem deixar-se contaminar por interesses
individuais e, portanto, pessoais.
Em continuidade tem-se o princípio da moralidade administrativa, onde não bastará ao
administrador o estrito cumprimento da precisa legalidade, devendo ele, no exercício de sua
função pública, respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, pois a moralidade
constitui a partir da Constituição de 1988, pressuposto de validade de todo ato da
administração pública, devendo o administrador não só averiguar critérios de conveniência,
oportunidade e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é honesto e o que é
desonesto.
Ressaltando que tal comportamento deve existir não apenas entre a administração e os
administrados em geral, como também na relação entre a administração e os agentes públicos
que a integram. A conduta do administrador público em desrespeito ao princípio da
moralidade administrativa enquadra-se nos denominados atos de improbidade, previstos no
artigo 37, § 4º da Constituição Federal.
Saliente-se que a Constituição Federal em seu art. 5º, inciso LX, relativiza o princípio
da publicidade: "a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa
da intimidade ou o interesse social o exigirem". No inciso X do indigitado artigo, limita uma
vez mais o princípio da publicidade: "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação”.
Meirelles (2002) fala na eficiência como um dos deveres da Administração Pública,
definindo-o como “o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com
presteza, perfeição e rendimento funcional”. É o mais moderno princípio da função
administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com suposta legalidade,
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
necessidades da comunidade e de seus membros. Para que essa exigência da eficiência e dos
demais princípios fosse alcançada modernizou-se a forma de prestar contas utilizando um
sistema on-line, cujo uso é obrigatório.

2.4 Prestação de Contas: O Novo Sistema


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A partir de 2012, são aplicadas novas exigências nas prestações de contas de
programas federais. Elas devem ser preparadas por meio de sistemas on-line, chamado de
SIGPC (Sistema de Gestão Prestação de Contas), do FNDE, cujo processamento de dados é
feito por meio eletrônico, de uso obrigatório. (CNM, 2013).
Até 2011, a comprovação da aplicação dos recursos era feita pela apresentação dos
documentos encaminhados ao FNDE, mas atualmente todo o envio de dados deve acontecer
on-line através do endereço http: // www.fnde.gov.br/sigpc.
Todos os entes públicos e entidades filantrópicas que receberem recursos federais
deverão elaborar e enviar os documentos relativos à aplicação dos recursos federais sejam eles
provenientes de transferências voluntarias ou legais. Nesse caso, estão incluídos os programas
como PNAE e PNATE, bem como o Proinfância, Caminho da Escola, PDDE ou qualquer
outro recurso federal solicitado no PAR e repassado aos Municípios. (CNM, 2013).
Assim sendo, todo indivíduo, independente de sua função e poder no interior de uma
organização, tem por obrigação prestar contas de suas ações. PEREIRA (2008, p 10).
Os prazos para a prestação de contas devem ser apresentados no ano subsequente ao
do recebimento do recurso, observando-se os seguintes prazos:

Tabela 1: Prazo para prestação de contas.


Programa Federal Prazo
Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE 15 de abril
Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE 31 de março
Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE 28 de fevereiro
Demais Transferências Voluntárias (ex: Proinfância) Prazo definido nos respectivos convênios
Fonte. FNDE

Ressalta-se que os conselhos escolares devem estar atentos aos prazos de prestação de
contas e observar para que as utilizações dos recursos estejam em acordo com os critérios
definidos, evitando impropriedades na sua aplicação; e consequentemente a suspensão dos
repasses dos recursos federais aos programas.

2.5 Accountability e o Controle Social.


A prestação de contas não é a fase final do projeto, na verdade esse processo se dá em
paralelo à execução desse projeto, de modo geral o atraso na prestação de contas pode
significar paralização de execução de projeto. Segundo carvalho:
Os gestores públicos devem ter em mente a responsabilidade de se preocupar
constantemente com os produtos, bens e serviços, que oferecem para os cidadãos aos
quais devem prestar contas permanentemente, ou seja, praticar o conceito de
accountability. Para atender a essa premissa devem estar estruturados de maneira
que possam demonstrar contabilmente a origem e a aplicação dos recursos públicos.
(CARVALHO, 2000, p.40).
A obrigação da gestão pública é ainda maior, já que dever de presta contas é inerente a
toda atividade pública (constituição federal, art. 70), devendo sempre está à disposição da
sociedade para o exercício do controle do poder.
Tanto Garcia (2004) quanto Miguel (2005) compartilham a mesma opinião sobre a
importância de um “sistema de controle” estruturado no ideário da accountability, uma vez
que estes fundamentos representam “um passo importante” na construção de uma política
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pública orientada ao mesmo tempo ao estabelecimento de um “controle sustentável” da
corrupção e da transparência da função pública.
A palavra ou termo accountability, segundo Miguel (2005) pode ser utilizado para
definir esta obrigatoriedade de prestar contas dos resultados conseguidos.
Carneiro (2000) percebe que para se definir accountability dentro de um universo
político é preciso partir de um pressuposto da “existência do poder” e da necessidade de que
este esteja sob algum tipo de controle.
Portanto o conceito de accountability na gestão está relacionado, a essa obrigação de
prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma
delegação de poder. Mais do que um demonstrativo burocrático de processos, a prestação de
contas deve aprimorar os relatórios de atividades para apresentações de resultados.
Para Miguel (2005) o mecanismo accountability somente se torna um mecanismo real
e efetivo quando os cidadãos têm acesso às informações e documentos necessários para
verificar tanto a motivação quanto à forma como os governantes atuam em seu nome, do que
os direciona a utilizar o dinheiro público.
Os autores supracitados demonstram que o gestor tem o dever de prestar contas, os
conselhos públicos devem dar uma resposta no exercício de suas funções compatível com as
expectativas daqueles responsáveis pela sua delegação ao cargo; de obrigar que os
governantes informem o porquê de suas decisões, quais foram os fatos geradores que as
motivaram; e da obrigação por parte dos governantes e seus delegados de comprovar junto à
sociedade que suas ações estão em concordância com a legislação vigente, caso contrário,
encontram-se expostos à possibilidade de sofrer diferentes tipos de punições, incluindo de
base legal.
Além dos autores citados nas seções anteriores buscaram-se outros trabalhos
relacionados ao tema em estudo. Verificaram-se trabalhos que tratam do assunto, os quais se
apresentarão na seção seguinte.

2.6 Estudos Anteriores


Desta forma foram realizados diversos estudos como Silva (1995); Vivan (2008);
Brown (1990); Lück (2010); Adrião e Peroni (2007), sobre as prestações de contas dos
conselhos escolares buscando analisar como as escolas realizam o gerenciamento e as
prestações de contas dos recursos financeiros destinados à educação que chegam às escolas
através dos programas de governo.
Em relação aos diversos estudos realizados acerca do tema pesquisado, Silva (1995)
afirma que a gestão democrática cria espaço de participação, de divisão de responsabilidades
e de avaliação do desenvolvimento do projeto político pedagógico, levando em conta o que se
deseja da escola. Na referida pesquisa ele enfoca sobre os desafios da gestão escolar no século
XXI, destacando a necessidade de a gestão ser democratizada e, para que isso ocorra é
necessário que a gestão esteja atenta às mudanças que ocorrem no mundo.
De acordo com Vivan (2008) em um estudo que teve como objetivo diagnosticar e
analisar se as Escolas Públicas da região central da cidade de Londrina-PR, nos seus
diferentes segmentos, têm autonomia e liberdade de ação, podendo as mesmas serem
consideradas escolas democráticas, obteve como resultado que apesar de alguns segmentos
considerarem que algumas decisões são tomadas arbitrariamente, a maioria das Escolas, têm
como proposta uma Gestão Democrática, onde as pessoas que fazem parte da Comunidade
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Escolar têm autonomia e liberdade de ação. Ressalta-se que a gestão democrática é essencial
para a prestação de contas dos conselhos.
Para que haja a prestação de contas se faz necessário que ocorra a transferência de
recursos financeiros. Desta forma, transferência e prestação de contas se apresentam
estreitamente associados. Essa combinação, todavia, apresenta alguns problemas. Brown
(1990), por exemplo, apresenta críticas ao tipo de prestação de contas que tradicionalmente
ocorre na educação. Menciona o autor que prestação de contas vem seguindo um modelo
burocrático, limitado às relações entre os níveis da hierarquia. De acordo com Brown (1990),
existem outras formas de prestação de contas, como por exemplo, a prestação de contas
horizontal, cuja finalidade destina-se às comunidades locais, aos pais, estudantes, e não
exclusivamente aos órgãos centrais da administração.
A prestação de contas de forma horizontal apresenta-se mais compatível com a
descentralização, enquanto que a prestação de contas vertical sugere um controle centralizado.
Brown (1990) considera que a transferência de recursos dos órgãos centrais da educação para
as escolas pode estimular novas formas de se pensar a participação dos sujeitos na prestação
de contas, na medida em que tal transferência pode vir acompanhada de maior grau de
responsabilidade. De outra parte, eventuais restrições ao acompanhamento e controle dos
recursos por parte dos sujeitos que atuam na escola podem inibir as iniciativas destinadas a
aumentar o nível de participação. O recurso financeiro sublinha Brown (1990), está propenso
a uma utilização mais eficiente e de maneira mais apropriada quando ocorre no contexto da
descentralização.
A participação na gestão muitas vezes deixa de acontecer em função de não haver
pessoas interessadas em participar do processo, ou muitas vezes impedidas de participar em
razão de haver impedimentos para a efetivação dessa participação. De acordo com Lück
(2010) existe um ativismo dentro dos órgãos utilizados para camuflar um esforço no sentido
de manutenção da convicção vigente na escola como um todo, em que uns decidem e outros
executam, uns se omitem e outros ocupam os espaços de decisão.
Ainda acerca desse contexto de descentralização, Adrião e Peroni (2007) investigaram
as implicações do PDDE para a gestão da escola pública em cinco estados, cada um
representando uma região do país. Verificou-se que o PDDE apresenta aspectos positivos,
como por exemplo, a transparência na distribuição dos recursos. Também merece destaque a
importância que esse repasse financeiro teve para o conjunto das escolas. Embora com
impactos distintos sobre o cotidiano escolar, em todos os casos analisados os recursos
repassados representavam importantes aportes no orçamento escolar. Da mesma maneira, o
aumento da autonomia de gasto, permitida a partir de 1997, constitui em importante inflexão
no sentido da desejada autonomia de gestão financeira para as escolas públicas reforçando a
descentralização dos recursos financeiros recebidos pelas escolas.
De acordo com o FNDE, com o passar dos anos e com o progresso gradual na
qualidade da educação, novas ações foram sendo agregadas ao PDDE, o que levou o
programa a também financiar, nos dias atuais, a Educação Integral, Ensino Médio Inovador,
Funcionamento das escolas nos finais de semana, entre outras.
Segundo, ainda, o sítio do FNDE, o objetivo do programa consiste na melhoria da
estrutura física e pedagógica das escolas e reforçar a autogestão escolar nos âmbitos
financeiro, administrativo e didático.

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Ainda que em acordo com a possibilidade de desenvolvimento de novas ações após o
aumento no volume de recursos financeiros recebidos nas escolas, não se pode afirmar que os
recursos financeiros que chegam às escolas tenham implicado em melhoria dos resultados
educacionais. Mas é possível afirmar que os programas educacionais que enviam recursos às
escolas da educação básica via PDDE buscam induzir a gestão escolar a repensar suas ações
pedagógicas (Oliveira, 2014).
Todos os estudos têm como objetivo evidenciar que todos têm direito a uma educação
de qualidade, e que os conselhos escolares têm melhorado bastante a qualidade educacional, e
que as escolas passaram a ser unidades executoras.
Diante dessa afirmação, observa-se que a gestão democrática escolar deve ser voltada
para a transformação dos agentes sociais – que neste caso são os alunos – por meio de ações
que envolvam as comunidades locais e escolares, visando a contribuir para a construção de
uma sociedade baseada no respeito e na melhoria na qualidade de vida (Lück, 2009).
Mesmo com todos os benefícios apontados e já reconhecidos da gestão democrática,
observa-se certa resistência por parte de alguns setores da educação na sua efetiva
implantação.
Conforme relata Lück (2009), um dos maiores desafios do gestor é conhecer os
valores, as crenças, a cultura que norteiam as ações daqueles que fazem parte da instituição
escolar, reconhecendo as medidas necessárias para que estes não se distanciem dos princípios,
diretrizes e objetivos da educação. Também deve estar ciente do seu papel na construção e
implantação da gestão democrática, sempre buscando atuar na promoção da cidadania e
valores dentro da escola.
Segundo Maia e Bogoni (2008), a presença de pais e professores nas discussões
educacionais estabelecem uma via de mão dupla, pois ora a escola estende sua função
pedagógica para fora, ora a comunidade influencia os destinos da escola.
Apesar de ser exigida uma gestão mais participativa e com planejamento na execução
do projeto, é reforçada a ideia de que os membros possam ser mais participativos
democraticamente; pois segundo Verza (2000) afirma que alguns conselhos são formados
somente para cumprirem formalidades legais, mas que na realidade não são participativos na
execução de seus projetos.
Portanto percebe-se que os conselhos escolares têm uma grande importância para a
melhoria da qualidade de ensino educacional. Pois os recursos chegam direto à escola, e
através do movimento participativo democrático e o planejamento da execução dos projetos, a
escola consegue oferecer melhores produtos e serviços a seus alunos.
O conselho escolar pode variar o seu modelo dependendo do município, porém o seu
objetivo é o mesmo: garantir a democratização e integração de todos os que compõem o
seguimento escolar. Esta perspectiva de trabalho tornou-se mais forte e presente a partir da
busca de uma gestão participativa, garantindo à escola maior autonomia. A participação no
que diz respeito à tomada de decisões em prol de melhorias, precisa de um diálogo entre todos
que compõem a comunidade escolar.
O Conselho Escolar é uma das instâncias colegiadas de gestão na escola pública, no
entanto, há muitas dificuldades para o funcionamento adequado desse órgão, que por vezes
apresenta-se como mais um instrumento burocrático e legal, deixando de exercer muitas das
atividades que lhe são pertinentes. Sendo o Conselho Escolar o órgão máximo de gestão na
escola pública é indispensável um estudo mais aprofundado a respeito de suas atribuições e a
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sua relevância para a tomada de decisões no que tange aos dados de Parâmetros e Indicadores
de Qualidade na educação.
Sobre esse assunto Verza (2000) considera que ainda vigora de forma acentuada, que
os conselhos são convocados para aprovar o que foi proposto pela escola. E que a comunidade
escolar não é chamada para discutir, debater o que foi decidido pela escola. Afirma que os
conselhos escolares cumprem função meramente legal, convocados para carimbar o que fora
decidido.
Os conselhos escolares respaldam a participação dos diferentes segmentos que
constituem a escola, auxiliando o gestor nas decisões administrativas e nos processos
pedagógicos da escola. Sobre isso Aguiar (2009) afirma que no conselho, o diretor deve estar
consciente de que é buscada uma gestão democrática, necessitando da divisão das decisões
dos seus membros.
Em relação a uma das diversas funções do conselho encontra-se a prestação de contas
dos recursos oriundos do governo federal. Os gestores educacionais em todo o país têm a
obrigação de prestar contas sobre a correta aplicação do dinheiro recebido. Antes do dever em
si, a prestação de contas é à base da transparência e do controle social, atitudes indispensáveis
ao acompanhamento dos atos de agentes políticos e administradores públicos (FNDE, 2012).
Nunes Filho (2014) em sua pesquisa buscou analisar as principais dificuldades
encontradas no cumprimento das obrigações fiscais e prestações de contas, averiguar os
procedimentos contábeis adotados e o grau de transparência, contemplando as questões legais,
e a estratégia utilizada na gestão dos recursos públicos do PDDE em uma escola no Município
de Amparo – PB. Com dados obtidos concluiu-se que a falta de informação sobre os recursos
e sua aplicação é um entrave que gera divergência entre os setores que o representam através
de seus representantes legais focando num novo sistema educacional que tem como base a
participação democrática e compartilhada com a comunidade.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia utilizada para esta pesquisa, cuja abordagem é qualitativa, utiliza,
inicialmente, o método de estudos de multi-casos e, como instrumentos para a coleta de
dados, a pesquisa bibliográfica e a realização de entrevistas semiestruturadas com conselhos
escolares das escolas das regiões urbanas, campos e colônias no município de Tracuateua, no
estado do Pará, que possuem o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).
A opção pela pesquisa qualitativa tem como ponto de partida o modelo mais adequado
para o presente estudo, onde permitiu uma análise mais detalhada e completa, tendo em vista
que a realidade analisada e a amostragem definida possuem como sujeitos de pesquisa os
conselhos escolares setor diretamente ligado à prestação de contas do PDDE. (Gonçalves &
Meirelles 2002).
Para tal, foi utilizado o método de estudo de casos, que segundo Yan (2005) consiste
em uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo. Este método
torna-se adequado a este estudo, uma vez que a análise das condições contextuais nas quais as
unidades de análise estão inseridas é necessária para o entendimento do fenômeno estudado.
Segundo a indicação de Yan (2005) opta-se por proceder a estudo de multi-casos, com a
finalidade de ampliar os benefícios analíticos ao confrontarem-se realidades diferentes. No
caso deste estudo, três realidades diferentes.

11
Neste percurso os instrumentos da pesquisa encontram apoio nas entrevistas, mais
precisamente nas entrevistas semiestruturadas, pois segundo Manzini (1991), a entrevista
semiestruturada está focalizada em um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com
perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias
momentâneas à entrevista.
Para as entrevistas semiestruturadas, realizadas neste estudo, foram elaborados roteiros
com o objetivo de coletar as informações necessárias para proceder a uma análise balizada
que possa contribuir com a elaboração de propostas pertinentes para a melhoria do trabalho
nos conselhos escolares e consequentemente às escolas.
Os questionamentos feitos aos colaboradores por meio da entrevista estão relacionados
à atuação diária frente ao trabalho desempenhado por eles, levando em consideração o tempo
destinado à análise das prestações de contas, assim como o conhecimento teórico sobre o
trabalho que executam.
As entrevistas contribuíram para o estabelecimento de diálogos sobre o tema
pesquisado. Buscamos destacar a percepção dos colaboradores em relação aos tópicos que
contribuem para o alcance do objetivo proposto nesta investigação, mas a abordagem sobre o
tema estudado foi abrangente. Para, além disso, consolidou-se um momento de participação
dos membros dos conselhos escolares na prestação de contas com a entidade executora,
realizadas ao longo de todo esse processo de pesquisa, que é essencialmente ativo. Portanto,
sua contribuição constituiu, de fato, importante dimensão educativa no âmbito desta pesquisa.
A seção seguinte trata da análise dos dados obtidos através dessas entrevistas com os
profissionais que atuam nos conselhos escolares.
A pesquisa de campo foi realizada em três (03) escolas da rede municipal de
Tracuateua/PA. O critério para escolha das escolas foi à localização, que buscou o fácil acesso
e a distinção de localização.
Desta forma, serviram como campo de estudo: 01 escola localizada na zona urbana no
bairro do centro, 01 escola localizada nos campos e 01 escola na colônia do município de
Tracuateua/PA conforme descrição da tabela 2.

Tabela 2: Campo de Pesquisa e Sujeitos Entrevistados.


Escolas Localização Sujeito entrevistado Função no conselho escolar
da escola
E 01 Zona Urbana Professora Tesoureiro
E 02 Campos Coordenador Tesoureiro
E 03 Colônia Professor Tesoureiro
Fonte. Elaborado pelos autores

As escolas oferecem atendimento da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e


apenas a E01 atende a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Percebe-se que as escolas E01 e E03 possuem uma boa infraestrutura apropriada para
o bom andamento dos objetivos escolares em comparação a E02. São escolas que possuem
sala de leitura, sala de professores e espaço próprio para refeitório. Apenas a E01 possui
quadra de esportes e a E02 possui 01 sala de AEE (Sala de Atendimento Educacional
Especializada). São escolas que aparentam acolher os alunos muito bem e produzem bons
resultados, tanto para dentro da escola como para fora, procurando se integrar efetivamente

12
com a comunidade, e acreditamos que a participação do Conselho Escolar é fundamental para
isso. Estas escolas procuram realizar projetos e buscam compartilhá-los com a comunidade,
fazendo com que o conhecimento ultrapasse os muros da escola.
O perfil dos entrevistados nos aponta que todos têm formação superior. A professora
da escola E01 é formada em Pedagogia. A mesma tem 52 anos e ocupa a função de tesoureira
do conselho escolar. O coordenador da escola E02 também é formado em Pedagogia, tem 28
anos e ocupa a função de tesoureiro do conselho escolar. O professor da escola E03 é formado
em Matemática, tem 36 anos e ocupa a função de tesoureiro do conselho escolar.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Partindo da análise dos dados coletados através das entrevistas e da observação do
campo de pesquisa, utilizou-se a técnica Análise de Conteúdo (Bardin, 1977), para obter uma
compreensão dos fundamentos da análise de conteúdo certamente é importante para o analista
conseguir tirar o máximo dessa metodologia. Compreender sua história, entender os tipos de
materiais que possibilita analisar, estando ao mesmo tempo consciente das múltiplas
interpretações que uma mensagem sempre possibilita, levando ao entendimento de uma
multiplicidade de objetivos que uma análise de conteúdo pode atingir, auxiliam a explorar
melhor as possibilidades desta metodologia de análise.
Neste sentido entende-se que a análise de conteúdo possibilita o atendimento para esta
pesquisa na análise de dados de comunicação, através das entrevistas semiestruturadas
especialmente porque se trata de uma abordagem qualitativa.
Foi possível elencarmos quatro categorias temáticas: a) O trabalho do conselho escolar
e sua importância para as ações escolares, na qual há a ênfase na valorização das atividades
desenvolvidas pelo Conselho Escolar; b) A importância da capacitação dos conselheiros,
apontada por representantes da gestão escolar, que embora reconheçam a existência de
formações continuadas para os integrantes dos Conselhos, apontam as fragilidades destas
capacitações; c) A Gestão e a prestação de contas dos recursos financeiros, categoria na qual
são informadas as ações realizadas pela escola para a divulgação das atividades voltadas ao
uso dos recursos recebidos pela instituição; d) Recursos Financeiros e o Conselho Escolar:
Planejamento Participativo, onde são apresentados os aspectos que reforçam a proposta
democrática de ação dos Conselhos Escolares e apontam as contribuições desta forma de
decisão para a melhoria das atividades escolares.

a) O trabalho do Conselho Escolar e sua importância para as ações escolares.


As escolas participantes têm a mesma composição no Conselho Escolar:
representantes dos segmentos da gestão, professores, funcionários, comunidade e pais de
aluno.
De acordo com as entrevistas, o Conselho tem participação ativa nas escolas, embora
enfrente algumas dificuldades principalmente com relação à participação dos membros que
trabalham, mas em geral todos são apresentados como assíduos e participativos. Essa
participação é informada considerando as reuniões marcadas mensalmente ou quando há
necessidade de uma reunião extraordinária. Conforme os depoimentos, as reuniões têm como
objetivo decidir e eleger as necessidades da escola, registrando todas as decisões nas pautas e
atas dos encontros. Assim, o Conselho torna-se um canal institucional que garante a
participação da comunidade. Conforme Dourado (2006) o Conselho Escolar é a instituição
13
que cotidianamente coordena a gestão escolar, sendo responsável pelo estudo e planejamento,
debate e deliberação, acompanhamento, controle e avaliação das principais ações do dia-a-dia
da escola.
O papel do Conselho Escolar é o de assumir a luta pela efetivação do direito à
educação no âmbito de suas atribuições. Ou seja, lutar pela garantia do acesso à
escola, na educação infantil, ensino fundamental e no ensino médio, e para a
melhoria do processo ensino – aprendizagem daqueles que estão na escola
(BRASIL, MEC, 2006, p.18).

Cabe ao Conselho também, analisar as ações e empreender os meios a utilizar para o


cumprimento das finalidades da escola. Ele representa, assim, um lugar de participação e
decisão, um espaço de discussão, negociação e encaminhamento das demandas educacionais,
possibilitando a participação social e promovendo a gestão democrática.

b) A importância da capacitação dos conselheiros


As capacitações são encontros presenciais e à distância de formação para técnicos e
dirigentes das secretarias municipais e estaduais da educação e para conselheiros escolares.
Esses cursos têm como objetivo melhorar o desempenho dos profissionais em suas áreas e
contribuir para o bom andamento da escola com o auxílio dos conselheiros, de acordo com
Guia de Programas, do Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação (BRASIL, 2007).
De acordo com esse Guia de Programas (BRASIL, 2007), a capacitação só será
ofertada se a rede de ensino escrever os participantes do conselho. Se não houver a
capacitação a comunidade e a escola devem se reunir e ir até a Secretaria de Educação para
solicitar a realização das formações.
De acordo com as entrevistas, os representantes do conselho escolar demonstram
conhecimento sobre a existência das capacitações, e afirmam que elas são necessárias para
que os mesmos possam enfrentar as atribuições do Conselho. As gestoras das escolas afirmam
que deveria ser dada maior atenção às capacitações, pois elas se caracterizam por serem
superficiais ao invés de explorar melhor as demandas que os Conselhos Escolares enfrentam e
dar suporte em como resolvê-las, mas que apesar disso, as capacitações conseguem ajudar os
conselheiros a desempenhar suas funções.
Cury (2010) nos lembra da importância da capacitação e participação dos agentes
envolvidos ao afirmar que a natureza da Gestão Democrática se ampara em um princípio que
é recente na história presente no Brasil, e diante desta proposta que soa como novidade nas
práticas sociais. Para ele,
A gestão democrática, enquanto temática histórica nos move em direção contrária
àquela mais difundida em nossa trajetória política, em que os gestores se pautam ora
por um movimento paternalista, ora por uma relação propriamente autoritária.
Paternalismo e suas variantes, autoritarismo e congêneres são formas de pensar e
agir sobre o outro não reconhecido como igual (CURY, 2010, p.01).
É nesta perspectiva que se insere o Conselho Escolar dentro das instituições de ensino,
com a proposta de materialização do direito à participação e compromisso entre os que fazem
parte da escola e os que a escola atende.
O Conselho passa a assumir o papel de um espaço de formação da cidadania, onde
todos, através de seus representantes, têm suas vozes ouvidas e passam a ouvir as demais, a
fim de prevalecer à decisão que melhor responderia às demandas da escola na ótica do
coletivo. Entretanto, diante da recente atuação de espaços que tem como base fundadora o
14
princípio da democracia, as ações do Conselho ainda necessitam do apoio e do resultado das
ações de formação para que os mesmos consigam responder de forma a atender as atribuições
que lhe são incumbidas.

c) A Gestão e a Prestação De Contas Dos Recursos Financeiros


Os recursos destinados à educação chegam à escola com duas finalidades: custeio e
manutenção das necessidades da escola. De acordo com as entrevistas, os participantes
reconhecem o recebimento de recursos oriundos do Governo Federal.
Todas as escolas pesquisadas recebem recursos do Programa Dinheiro Direto na
Escola (PDDE), recurso utilizado para melhoria da infraestrutura física e melhoria da
estrutura pedagógica das escolas. O valor recebido tem como base o Censo escolar do ano
anterior ao repasse. As verbas do recurso do PDDE são transferidas para a conta bancária da
Unidade Executora da escola, grupo responsável pela gestão deste recurso específico. O
Conselho Escolar, neste caso, fica responsável pela definição da forma que será utilizado o
recurso, que deve ser gasto em conformidade com as decisões tomadas através das reuniões
do conselho.
Em se tratando da prestação de contas dos recursos financeiros recebidos pelas
escolas, todos os entrevistados informaram que agora eles não possuem tantas dificuldades.
Para eles, no início tiveram que superar os obstáculos relacionados à falta de experiência no
trato aos recursos financeiros, pois se tratava de algo novo, diferente do que fazia parte do
cotidiano das suas atividades na escola. O que vem ajudando, é a responsabilidade pela
atividade da prestação de contas ficar a cargo de um membro no conselho escolar, o
representante fiscal.
Para a prestação de contas dos recursos recebidos, os depoimentos apontam um trato
próximo, mesmo nas escolas diferentes. Segundo as entrevistas, são organizados todos os
documentos em planilhas e separam notas fiscais e recibos. Para prestação de contas dos
demais programas a Unidade Executora de cada escola deve apresentar à entidade
competente, no caso as prefeituras ou Secretarias de Educação, as documentações exigidas
para a prestação de contas, sobretudo os balanços financeiros e orçamentários.
Percebemos que nas escolas não existem murais específicos que informam sobre as
reuniões do conselho escolar, são expostos avisos junto com os demais da escola, além disso
as escolas não possuem cartazes informando a prestação de contas semestral.

d) Recursos Financeiros e o Conselho Escolar: Planejamento Participativo.


Os recursos financeiros que chegam às escolas devem garantir o desenvolvimento e a
manutenção das atividades desenvolvidas na instituição. Nas três escolas na qual a pesquisa
foi realizada, os conselheiros informaram que com os recursos disponíveis, já foram
realizadas várias melhorias, tanto na estrutura física como pedagógica, por exemplo, podem
comprar materiais que ajudam no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, como jogos
pedagógicos. Todas essas conquistas se dão ao fato do trabalho participativo do conselho
escolar, que, no caso dessas escolas, são considerados por sua equipe de gestão, como
conselhos atuantes.
Segundo a conselheira da escola E01, a principal preocupação deles nas reuniões do
conselho é que eles não sejam “ouvintes cabeça de lagartixa”, que estão apenas para balançar

15
as cabeças, mas que sejam atuantes de fato, pois para ela todos os que fazem parte do
Conselho devem reconhecer que os conselheiros respondem pelos gastos da escola.
De acordo com as entrevistas, a atuação do Conselho Escolar é orientada pelo Projeto
Político Pedagógico da escola, que traz os objetivos que as instituições se lançam alcançar. Os
entrevistados informaram que o Projeto Político Pedagógico é atualizado através de
modificações realizadas anualmente, respondendo às necessidades das escolas. Ressalta-se a
fala de um dos entrevistados:
Tabela 3: Respostas dos entrevistados
Conselheira Escolar E01
[...] não adianta você ter um conselheiro cabeça de lagartixa, tudo que você diz é: “Ah, tá bom”, “É isso
mesmo”, e depois some. E também não queremos um conselho de assinar papel. O nosso conselheiro tem quem
chegar. Ele tem que saber ler o demonstrativo, né? Até isso a gente diz: “Olhe, essa planilha funciona assim...”,
para que ele possa avaliar as pastas da prestação de contas, porque não adianta você mostrar uma pasta. Ele vai
folhear assinar e ai?
Conselheira Escolar E02
[...] todo ano a gente pega aquela parte inicial e revisa e vê se vai mudar ou não o tipo de sujeito. O que a gente
modifica são algumas metas e ações. Hoje pode ser que a gente veja o PPP e verifica se a gente cumpriu uma
meta, e vê se escola não apresenta mais aquela demanda, então retira-se. Hoje possa ser que surja uma nova
demanda e precisamos atender aquela meta, sempre assim, todo início do ano, a gente faz a releitura. Toda
escola participa, mas fazemos tipo separado, não conseguimos reunir todo mundo. Quem dá o ponta pé inicial
nisso é conselho escolar na reunião de janeiro, que não é prevista no calendário porque está todos de férias, mas
na reunião de janeiro já fazemos isso
Fonte: elaborado pelos autores.

Através do relato acima nota-se a compreensão, por parte do conselheiro, da


importância do planejamento participativo, organizadas através das reuniões priorizando as
necessidades da escola, na tentativa de responder ao interesse da comunidade, dependendo da
demanda apresentada naquele ano, a fim de alcançar a eficiência e eficácia dos objetivos
traçados da melhor forma possível. A participação dos conselheiros no planejamento das
ações e objetivos da instituição escolar, não só garante que as decisões sejam tomadas de
forma mais democrática como também garantem uma transparência na prestação de contas
dos recursos utilizados. Segunda uma das gestoras:
Tabela 4: Respostas dos entrevistados
Conselheira Escolar E03
[...] É muito fácil burlar a prestação de contas, se caso você não tenha um conselho participativo e ter uma
gestão que use de má fé. Conheço casos em que diretoras de escola foram exoneradas dos seus cargos por isso.
Fonte: elaborado pelos autores.

De acordo Davies (1997), a grande dificuldade no que diz respeito à prestação de


contas dos recursos é a transparência e a fiscalização dessa prestação, pois muitas vezes os
responsáveis são aliados políticos dificultando a credibilidade dessa ação. Diante disso,
ressaltamos a extrema importância da formação de conselheiros que sejam conscientes da
importância de seus papéis na garantia de investimentos que respondam as demandas
escolares de forma democrática, desenvolvendo assim a atuação ativa do órgão pondo em
prática a função fiscal que cabe a eles.
Diante do que se trouxe nas quatro categorias podemos concluir que o Conselho
Escolar faz a ligação entre a necessidade escolar e a comunidade, relacionando as
propriedades das mesmas. Tendo como incentivo às capacitações que ajudam os conselheiros
16
a terem uma clareza sobre o seu papel diante da escola e com a prestação de contas diante da
comunidade, na priorização das verbas, verbas essas, que são transferidas para a conta do
Conselho Escolar, sendo o conselho responsável pela prestação de contas através de planilhas
e notas fiscais. Esses recursos que chegam às escolas são de grande importância para a
melhoria da instituição tanto no espaço físico como no pedagógico, mas para que essas
mudanças aconteçam é preciso à presença de todos do Conselho Escolar regido pelo PPP da
escola. Por fim, podemos observar que o Conselho Escolar surgiu para não só melhorar a
relação entre comunidade e escola, mas também para melhorar o gerenciamento dos recursos
tendo como principio a opinião de todos e a melhoria da escola.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho procurou identificar os fatores que influenciam a prestação de
contas dos conselhos escolares analisar os recursos financeiros e o trabalho de gerenciamento
destes por parte do conselho escolar. Verificou-se o trabalho de uma gestão que tenta
implementação de ações democrática, partindo das tomadas de decisões, com a representação
de todos que compõem a comunidade escolar e seus segmentos.
Percebe-se que o envio para as escolas de recursos pelo Governo Federal ajudam no
custeio e manutenção da instituição escolar. O conselho escolar desempenha um papel
fundamental no que se refere à partilha das escolhas que serão feitas para decidirem como os
valores recebidos serão gastos.
Nossa análise mostrou que mesmo as escolas fazendo parte da mesma rede de ensino,
elas recebem os recursos diferenciados, pois eles são enviados de acordo com o perfil da
escola, principalmente em se tratando de recursos do Governo Federal.
Conclui-se que o gerenciamento desses recursos é fundamental em uma gestão
democrática, e que é necessário neste espaço pessoas que estejam dispostas a dialogar,
compartilhar opiniões, ficando a cargo do conselho escolar. O conselho desempenha essa
função primordial no gerenciamento, é o órgão responsável por eleger prioridades para que
seja gasto o dinheiro enviado, além de ter a função de fiscalizadora na prestação de contas.
A prestação de contas, de fato, é para ser mostrada para todos, principalmente para a
comunidade na qual a escola está inserida. Porém, o que constatamos que nenhuma, das três
escolas pesquisadas, tem esse tipo de proposta. Contudo, todas elas informam que as planilhas
estão abertas para qualquer pessoa que queira ver possa ter acesso, sendo necessário apenas
solicitar.
Constatou-se também, a extrema importância da capacitação dos conselheiros, pois,
através delas, eles compreendem o papel que representam e sua fundamental importância. As
capacitações de fato acontecem, porém, cada escola tem diferente participação, algumas são
mais ativas que outras, devido às dificuldades de comparecerem às capacitações por motivos
diversos, sendo a justificativa mais citada para o não comparecimento, o fato de muitos
representantes trabalharem e não terem tempo disponível.
Por fim, conclui-se que o conselho escolar democrático e atuante é de suma
importância para o bom gerenciamento dos recursos financeiros e para manutenção e
desenvolvimento das atividades escolares, proporcionando maior inclusão da comunidade nas
decisões que implicam a organização da escola.

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