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Indicadores de qualidade em Educação.

(Tema 2)

 Módulo 3

Comparar as avaliações e os índices com as políticas públicas


educacionais do Brasil e com a qualidade de ensino

MARCO REGULATÓRIO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA


O Brasil possui um arcabouço legal e estratégico bem definido para a gestão do sistema
nacional de ensino, com responsabilidades atribuídas aos diferentes entes da federação.

Entender os principais marcos legais e as políticas formuladas pelas instituições


públicas para a gestão educacional nos três diferentes níveis de governo – federal,
estadual e municipal – é essencial no processo de formação dos profissionais da
educação no país. Neste módulo, tais marcos e políticas educacionais são apresentados,
com destaque para aqueles que mais ajudam a caracterizar as estratégias que têm
sido desenvolvidas ao longo das últimas décadas no Brasil.

LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a legislação
que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil, da educação
básica ao ensino superior.

Procura-se com a LDB garantir o acesso a uma educação de qualidade para todos os


cidadãos, definindo os deveres de todos os entes da federação, o que torna a LDB a mais
importante lei brasileira no que se refere à educação.

A LDB representa um marco na regulamentação do ensino no país. Algumas das


inovações contidas no texto permitiram ao país obter avanços significativos nos processos
de inclusão social e redução das desigualdades. A LDB se baseia nos
seguintes princípios fundamentais:
Vale dizer que ao longo dos anos a LDB sofreu atualizações, mas a estrutura básica do
sistema de ensino brasileiro, dividido em dois níveis – educação básica e ensino
superior, manteve-se com o seguinte desenho:

Educação básica
Educação infantil
Creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 e 5 anos). É gratuita, mas
não obrigatória, e de competência dos municípios.

Ensino fundamental
Anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º ao 9º ano). É
obrigatório e gratuito, cabendo aos municípios a sua oferta,
principalmente dos anos iniciais.

Ensino médio
Do 1º ao 3º ano. É de responsabilidade dos estados, podendo
ser ofertado como técnico profissionalizante.

ENSINO SUPERIOR
É de competência da União, mas também pode ser oferecido por estados e municípios,
desde que estes já tenham atendido os requisitos de oferta dos níveis de ensino que lhes
competem. Quando ofertado por instituições privadas, cabe à União autorizar e fiscalizar o
seu funcionamento.

Atenção
De forma transversal, o sistema de ensino brasileiro contempla ainda
as modalidades de educação para pessoas com necessidades especiais,
educação a distância, educação profissional e tecnológica, educação de
jovens e adultos e educação indígena.

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE)


O Plano Nacional de Educação (PNE) foi instituído pela Lei n. 13.005, definindo diretrizes,
metas e estratégias que orientam todos os estados e municípios da federação a
elaborarem os planos para a gestão educacional dos seus sistemas de ensino próprios,
no período de 2014 e 2024.
O acompanhamento do alcance das metas é realizado a cada dois anos, sob
responsabilidade do Ministério da Educação (MEC) em conjunto com a Comissão de
Educação da Câmara dos Deputados, Comissão de Educação, Cultura e Esporte do
Senado Federal, Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Fórum Nacional de
Educação.

Os resultados avaliados a cada ciclo devem ser divulgados e analisados, para que
possam subsidiar a formulação de políticas públicas e ser usados para fundamentar
as decisões de investimento no sistema de ensino em todos os níveis de governo.

Nesse período de vigência do PNE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao MEC, publicou relatórios sobre os
resultados nos anos de 2016 e 2018.

As diretrizes do Plano Nacional de Educação são as seguintes (BRASIL, 2014):

I- Erradicação do analfabetismo.

II- Universalização do atendimento escolar.

III- Superação das desigualdades educacionais, com ênfase


na promoção da justiça social, da equidade e da não
discriminação.

IV- Melhoria da qualidade da educação.

V - Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase


nos valores morais e éticos em que se fundamenta a
sociedade.

VI - Promoção do princípio da gestão democrática da


educação pública.

VII - Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica


do país.

VIII
IX
Valorização dos profissionais da educação.

Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos,


à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
Tais diretrizes se desdobram em 20 metas que são efetivamente
monitoradas para se avaliar o desempenho nacional em relação à ambição de
melhorar a qualidade da educação no Brasil e reduzir as desigualdades
nacionais (BRASIL, 2014):

Clique na barra para ver as informações.

20 METAS PARA AVALIAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO


NACIONAL
 Meta 1 – Educação infantil: Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola
para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação
infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das
crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.
 Meta 2 – Ensino fundamental: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para
toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95%
(noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até
o último ano de vigência deste PNE.
 Meta 3 – Ensino médio: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a
população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de
vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e
cinco por cento).
 Meta 4 – Inclusão: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado,
preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional
inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços
especializados, públicos ou conveniados.
 Meta 5 – Alfabetização infantil: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do
3º (terceiro) ano do ensino fundamental.
 Meta 6 – Educação integral: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50%
(cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.
 Meta 7 – Qualidade da educação básica/IDEB: Fomentar a qualidade da educação
básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB.
 Meta 8 – Elevação da escolaridade/Diversidade: Elevar a escolaridade média da
população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12
(doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do
campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais
pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
 Meta 9 – Alfabetização de jovens e adultos: Elevar a taxa de alfabetização da
população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco
décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o
analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo
funcional.
 Meta 10 – EJA integrada: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das
matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma
integrada à educação profissional.
 Meta 11 – Educação profissional: Triplicar as matrículas da educação profissional
técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta
por cento) da expansão no segmento público.
 Meta 12 – Educação superior: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior
para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da
população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e
expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no
segmento público.
 Meta 13 – Qualidade da educação superior: Elevar a qualidade da educação superior e
ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no
conjunto do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo,
do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.
 Meta 14 – Pós-graduação: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-
graduação de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000
(vinte e cinco mil) doutores.
 Meta 15 – Profissionais de educação: Garantir, em regime de colaboração entre a
União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência
deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os
incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
assegurado que todos os professores e as professoras da educação básica possuam
formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam.
 Meta 16 – Formação: Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos
professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a
todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de
atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de
ensino.
 Meta 17 – Valorização dos profissionais do magistério: Valorizar os (as) profissionais
do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu
rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o
final do sexto ano de vigência deste PNE.
 Meta 18 – Planos de carreira: Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de
planos de carreira para os (as) profissionais da educação básica e superior pública de
todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos (as) profissionais da
educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional,
definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
 Meta 19 – Gestão democrática: Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a
efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de
mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das
escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.
 Meta 20 – Financiamento da educação: Ampliar o investimento público em
educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por
cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5o (quinto) ano de vigência
desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do
decênio.
A cada uma dessas metas são associadas estratégias a serem
implementadas pelo Governo Federal, estados e municípios, para que os
resultados esperados sejam obtidos.

LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB)
O FUNDEB, instituído pela Emenda Constitucional n. 53, em 2006, é um fundo
formado por recursos provenientes dos impostos e transferências dos
estados e municípios, complementados por recursos federais, de tal forma
que o valor por aluno sempre alcance o mínimo definido nacionalmente.

A distribuição dos recursos do FUNDEB leva em conta o número de


matrículas nas escolas públicas e conveniadas apuradas no último Censo
Escolar realizado pelo INEP, considerando os seguintes estudantes:

Educação infantil (creche e pré-escola), ensino fundamental (de oito ou de nove


anos) e ensino médio.

 Modalidades de ensino regular, educação especial, educação de jovens e


adultos e ensino profissional integrado.
 Escolas localizadas nas zonas urbana e rural.
 Turnos com regime de atendimento em tempo integral ou parcial (matutino
e/ou vespertino ou noturno).

O gráfico a seguir mostra a importância do FUNDEB como fonte de


financiamento para a educação básica nos estados brasileiros, representando
um instrumento importante para a redução das desigualdades regionais.

Base Nacional Curricular Comum (BNCC)

A BNCC é um documento que normatiza o conjunto de aprendizagens


essenciais que todos os alunos da educação básica devem desenvolver ao longo
de suas etapas, em qualquer modalidade, alinhando-se aos princípios fundamentais
do Plano Nacional de Educação (PNE). Foi homologada pelo MEC em 2017, após
mais de dois anos de discussões em todo o país envolvendo toda a sociedade.

A BNCC constitui-se então na referência nacional para a formulação dos


currículos dos sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, norteando a construção das propostas pedagógicas a serem
implementadas efetivamente nas escolas e unificando a política para a educação básica
no país. Isso permite que os estudantes adquiram um patamar comum de aprendizagem e
desenvolvimento de competências gerais essenciais.

Na BNCC, entende-se por competência a mobilização de conhecimentos


assimilados, habilidades desenvolvidas, atitudes e valores, para resolver demandas
e problemas cotidianos e do mundo do trabalho. Conheça cada uma a seguir:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,


social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e
colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a
investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,
matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento
mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)
para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos
e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e
fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local,
regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos
outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se
respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,
culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (MEC, 2017)

Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)


O SAEB tem como objetivo principal diagnosticar a qualidade da educação brasileira,
oferecendo subsídios para que o MEC e as escolas, após a análise dos resultados,
possam definir ações e direcionar recursos que venham a impactar positivamente o
aprendizado dos estudantes.
Atenção
O cálculo do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) usa os resultados do
SAEB.

O SAEB adquiriu o formato atual a partir de 2019, já adequado à nova Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). É responsabilidade do INEP a sua implementação através
da aplicação a cada dois anos de provas obrigatórias de Português, Matemática,
Ciências da Natureza e Ciências Humanas para estudantes da educação infantil, do 5º
e do 9º ano do ensino médio e do 3º ano do ensino médio, das escolas públicas, urbanas
e rurais, sendo opcional para a rede privada.

LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR


Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES)
O SINAES foi instituído em 2004, sendo formado por três componentes
principais: a avaliação das instituições de ensino superior, dos cursos de
graduação e do desempenho dos estudantes. Abrange vários aspectos
relacionados a esses três eixos, com destaque para a oferta das atividades de
ensino, pesquisa e extensão, a gestão da instituição, o corpo docente e as
instalações.

O processo de avaliação é de responsabilidade do INEP, e os resultados


obtidos e tornados públicos permitem entender o cenário do ensino superior
brasileiro, suas lacunas e necessidades de melhoria, orientando a expansão da
oferta e responsabilizando as instituições de ensino superior (IES) pela
qualidade da educação experimentada por seus estudantes.

Dimensões da Avaliação Institucional, interna e externa


1. Missão e plano de desenvolvimento institucional.
2. Política para ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão.
3. Responsabilidade social da Instituição de ensino superior.
4. Comunicação com a sociedade.
5. As políticas de pessoal, carreiras do corpo docente e de técnico-
administrativo.
6. Organização de gestão da IES.
7. Infraestrutura física.
8. Planejamento de avaliação.
9. Políticas de atendimento aos estudantes.
10. Sustentabilidade financeira.

Dimensões da Avaliação dos Cursos


1. Organização didático-pedagógica.
2. Perfil do corpo docente.
3. Instalações físicas.
Os instrumentos de avaliação e de informação que integram o SINAES são: a
autoavaliação, conduzida pela Comissão Própria de Avaliação (CPA); a
avaliação externa dos cursos de graduação, conduzida por comissões
avaliadoras in loco enviadas pelo INEP; o Enade; o Censo da Educação
Superior; e o cadastro das IES. Confira os detalhes a seguir:

Clique nas informações a seguir.

 Autoavaliação
Conduzida pela CPA (Comissão Própria de Avaliação) de cada instituição,
baseia-se em um roteiro padronizado nacionalmente, acrescido de indicadores
específicos que ajudem a diagnosticar aspectos quantitativos e qualitativos que
dizem respeito à gestão administrativa, político-pedagógica e técnico-científica
da instituição. Permite, assim, que a análise dos resultados obtidos subsidie
ações de melhoria para toda a comunidade acadêmica.

 Avaliação externa
Essa avaliação é feita por membros externos, pertencentes à comunidade
acadêmica e científica, reconhecidos pelas suas capacidades em áreas
específicas e portadores de ampla compreensão sobre instituições universitárias.

 Censo da Educação Superior


O Censo é um instrumento de grande potencial informativo para a comunidade
acadêmica, para o Estado e para a população em geral analisarem a situação do
sistema de ensino superior e buscarem a formulação de políticas públicas e de
ações do setor privado para lidarem com os desafios encontrados.

 Cadastro de cursos e instituições


Dispõe de informações das instituições e de seus respectivos cursos oferecidos
para conhecimento da sociedade e uso pelas comissões de avaliação interna e
externa.

A integração desses instrumentos permite que conceitos que variam em uma


escala de 1 a 5 sejam atribuídos às instituições, gerando indicadores, tais
como CPC e IGC, que avaliam suas condições gerais de oferta, subsidiando
inclusive sua avaliação para efeito de Renovação de Reconhecimento,
de Recredenciamento institucional e demais Atos Autorizativos e
Regulatórios.

Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)


O FIES é um programa de financiamento destinado a estudantes de
graduação matriculados em cursos presenciais não gratuitos e com avaliação
positiva nos processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação,
tendo sido instituído em 2001 pela Lei n. 10.260.
O programa financia o valor das mensalidades cobradas pelas instituições de
ensino particulares que aderem ao Fundo, de acordo com a renda familiar do
estudante, que precisa apresentar desempenho mínimo satisfatório no Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio) como um dos requisitos para ser
selecionado.

O gráfico a seguir ilustra a evolução dos novos contratos firmados com os


estudantes pelo programa ao longo do tempo, demonstrando claramente
um crescimento exponencial na primeira metade da década de 2010 e
uma queda abrupta no período seguinte.

É importante ressaltar a utilização de um conjunto de indicadores para se


avaliar o desempenho do FIES, monitorando assim sua eficiência e eficácia e o
quanto os objetivos do programa são efetivamente alcançados:

Percentual de IES participantes do FIES


Mede o interesse das IES em participar do programa.

Percentual de IES participantes de cada


processo seletivo
Mede o interesse das IES em participar de cada processo seletivo do programa.

Participantes do Enem
(inscritos no programa, com alcance da pontuação mínima
exigida para participar)

Mede o interesse das pessoas que obtiveram qualificação nas provas do Enem
em obter o financiamento estudantil.

Percentual de execução financeira


Mede a proporção entre os recebimentos decorrentes dos pagamentos
realizados pelos estudantes (prestação, juros e demais encargos do financiamento) e o
desembolso do programa para pagamento dos encargos educacionais às IES.

Taxa de ocupação da oferta


Mede o percentual de vagas ocupadas a cada processo seletivo com
contratação efetiva do financiamento.
Taxa de contratos novos
Mede a quantidade de novos financiamentos contratados em determinado ano em
proporção do número de ingressantes em cursos de graduação presenciais privados.

Taxa de participação do FIES


(calculada sobre o total de matrículas nas instituições privadas)

Mede o número de vagas das IES privadas ocupadas por estudantes financiados pelo
programa em relação ao total de vagas disponíveis.

Índice de inadimplência dos contratos


Mede o percentual de estudantes inadimplentes em relação ao total de
contratos efetivos.

Índice de não renovação de contratos


Mede a não renovação semestral dos contratos de financiamento frente à
quantidade prevista de aditamentos de renovação.

Programa Universidade para Todos (PROUNI)


O PROUNI foi institucionalizado em 2005, a fim de viabilizar a oferta de bolsas de estudo
integrais e parciais em cursos de graduação em instituições de ensino superior privadas.
Seu propósito é viabilizar o acesso de estudantes de camadas mais pobres à
Educação Superior e aumentar proporcionalmente o percentual de estudantes neste
nível de ensino, ainda muito baixo no Brasil quando comparado com outros países. Em
contrapartida, as IES participantes, em grande parte com fins lucrativos,
recebem isenções fiscais de tributos.

Para participar do programa, além de comprovar renda familiar máxima dentro dos limites
exigidos, os estudantes devem também cumprir alguns outros requisitos adicionais
(quando se aplicam), entre os quais se destacam: ter cursado o ensino médio completo
em escola da rede pública, possuir alguma deficiência, ser professor da rede pública de
ensino, entre outros.

Para assegurar a permanência dos estudantes bolsistas nos cursos é concedido


um benefício financeiro de valor equivalente a bolsas de iniciação científica, com o
objetivo de custear despesas educacionais.

A professora Claudia Costin fala sobre como as políticas públicas dependem de índices
para que possam ser mensuradas. Veja:

A utilização de indicadores permite que os resultados obtidos pelos gestores públicos e


privados de qualquer área de atuação, e notadamente também no setor educacional,
sejam rastreados e monitorados. Isso proporciona a diferentes tipos de organização
uma série de benefícios, com destaque para a possibilidade de impactar positivamente
o desempenho.
Os indicadores contribuem para promover maior engajamento, melhorar
o alinhamento entre as equipes, estabelecer foco para a atuação, aumentar
a transparência da gestão, estimular a eficiência e a produtividade e até mesmo para
facilitar e simplificar a comunicação interna.

O alicerce para o desenvolvimento de uma nação é a educação. Se um país deseja


crescer e se desenvolver de forma sustentável, precisa aumentar sua capacidade de
inovação e produção nos diversos setores da economia, o que só é possível a partir
da qualificação contínua de seus cidadãos. Quanto mais educação formal tiver a
população, maior será o impacto sobre o desenvolvimento socioeconômico do país.

E uma educação de qualidade requer um esforço permanente de avaliação e


comparação dos indicadores do país com o resto do mundo, para identificar os
pontos de melhoria necessários por meio das políticas públicas a serem formuladas. É
preciso medir para que se tenha dados e estatísticas que possam ser usados
como parâmetros a partir dos quais sejam definidas as métricas do que se deseja
alcançar.

Políticas públicas são formuladas e implementadas nos diferentes níveis de governo


para endereçar soluções para os principais desafios com os quais a sociedade se
depara. No caso brasileiro, e especialmente no que diz respeito à educação, é de
importância fundamental que os gestores públicos sejam capazes de entender a
realidade com base em fatos. Essa realidade deve ser medida a partir da utilização de
indicadores, para tornar os processos de tomada de decisão mais assertivos e capazes
de resolverem os graves problemas de desigualdade social do país.

A formulação de políticas públicas educacionais nas últimas décadas no Brasil teve


grande impacto no processo de inclusão e redução das desigualdades sociais, apesar
de haver muito ainda a ser feito. Essas políticas procuram assegurar direitos
constitucionalmente garantidos, mas que representam enormes desafios para o país,
evidenciados por indicadores que demonstram a necessidade de ações contínuas para
provocar mudanças permanentes na realidade socioeconômica do país.

Políticas públicas mais eficazes são aquelas formuladas com base na análise da


realidade esclarecida a partir dos fatos, medidos por meio de indicadores que trazem à
tona os problemas a serem enfrentados. Da mesma forma, serão esses indicadores que
funcionarão como termômetros capazes de medir o quanto tais políticas
apresentam desempenho satisfatório e conseguem efetivamente promover
transformações sociais relevantes e duradouras.

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, pudemos observar o complexo mosaico de indicadores que estão envolvidos
na educação brasileira. Esses índices são obtidos a partir de um instituto nacional de
pesquisa, o INEP, que tem a função de fundamentar as políticas públicas decorrentes.
Desdobrados para estados e municípios, eles direcionam a busca de melhorias e regulam
o funcionamento da educação.
Todo esse complexo visa gerar dados e promover programas. É possível perceber, no
entanto, a quão longa é a carreira e o volume de dados gerados. Diante disso, surge a
pergunta: com tantos números e programas, por que não temos uma educação de
qualidade? Porque a qualidade é um desafio difícil, que deve ser entendido como uma
busca contínua, um campo de pesquisa e análise. E esse é o caminho que convidamos
você a percorrer conosco.

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