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Guia da Disciplina
2017
1. DIREITO MORAL ÉTICA
Objetivo:
O objetivo principal deste texto é conceituar direito, moral e ética e esclarecer o
que são fontes do direito e como se classificam e interpretam as normas jurídicas.
Introdução:
Você já conceitou os termos direito, moral e ética? Já pensou o que representa
cada uma dessas palavras?
Parece fácil? Difícil? Será que tem alguma importância saber o que significam
direito, moral e ética?
direito2
di.rei.to2
sm 1 O que é justo e conforme com a lei e a justiça. 2 Faculdade legal de
praticar ou não praticar um ato. 3 Dir Ciência das normas obrigatórias que
disciplinam as relações dos homens numa sociedade; jurisprudência. Possui
inúmeras ramificações. 4 Prerrogativa, privilégio.
moral
mo.ral
adj (lat morale) 1 Relativo à moralidade, aos bons costumes. 2 Que procede
conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes. 3 Favorável aos
bons costumes. 4 Que se refere ao procedimento. 5 Que pertence ao domínio
do espírito, da inteligência (por oposição a físico ou material). 6 Diz-se da
teologia que se ocupa dos casos de consciência. 7 Diz-se da certeza que se
baseia em grandes probabilidades, e não em provas absolutas. 8 Diz-se da
atitude ou comportamento de quem está perturbado, confuso ou embaraçado
por qualquer circunstância. 9 Diz-se de tudo que é decente, educativo e
instrutivo.
ética
é.ti.ca
sf (gr ethiké) 1 Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios
1 http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues -
Direito
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ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia
prática. 2 Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício
de uma profissão; deontologia.
Sergio Pinto Martins (2015, p. 3), na mesma linha, elucida que “são
encontrados vários significados para a palavra Direito, como norma, lei, regra,
faculdade, o que é devido à pessoa, fenômeno social etc” e, no que diz respeito à
moral e ética, ressalta que:
Direito
2
2
http://unisanta.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788543005102/pages/19 , acesso
em 06/04/2017.
Direito
3
“As fontes do Direito podem ser classificadas como:
imediatas e mediatas (ou diretas e indiretas); voluntárias e
involuntárias; estatais e não estatais”.
“Fontes estatais, como o próprio nome indica, são aquelas produzidas pelo
sistema jurídico do Estado – a legislação, a jurisprudência e os princípios gerais de
direito. As fontes não estatais, como os costumes e a doutrina, têm sua origem na
sociedade civil”.
Direito
4
Leia a decisão abaixo que trata do nascimento de um direito por meio de um
costume local.
Direito
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Trata-se, na verdade, de singela compra e venda de bens de consumo e fornecimento de
refeições, que, de rigor, não exige mais do que a convergência de vontades verbal. O consumidor
recebe o produto, paga por ele e consumado está o contrato. Salvo em bens de grande valor, como
aparelhos eletrodomésticos e automóveis, não se tem o hábito de exigir recibo. Via de regra, o
documento fiscal é o suficiente para a prova documental do negócio.
O art. 113, do Código Civil vigente, estabelece:
"Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos e lugar de sua
celebração."
O dispositivo aplica-se como luva ao caso dos autos, nada havendo a contrariar o consumo pela
apelante, assim como, a regularidade do débito denunciado.
Obviamente, em razão da solução dada ao feito, não que se cogitar de reparação por danos
morais.
De ser mantida, pelos seus bem lançados fundamentos, a r. sentença da lavra da MM. Juíza
ELANI CRISTINA MENDES MARUM.
Nego provimento ao recurso.
NORIVAL OLIVA
Relator
(TJPS - Apelação n° 992.06.035466-5 – j. São Paulo, 06 de julho de 2010)
https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=4581896&cdForo=0&vlCaptcha=cknsw,
acesso em 12/04/2017
Direito
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Quanto à natureza de suas disposições
a) Normas jurídicas substantivas ou materiais são as que criam, declaram e
definem direitos, deveres e relações jurídicas. São, por exemplo, as
normas do Código Civil, Código Penal, Código Comercial, Código de
Defesa do Consumidor etc.
b) Normas jurídicas adjetivas ou processuais são as que regulam o modo e
o processo, para o acesso ao Poder Judiciário. São, por exemplo, as
normas do Código de Processo Civil, do Código de Processo Penal.
Quanto à aplicabilidade
a) Normas jurídicas autoaplicáveis: entram em vigor independentemente de
qualquer norma posterior;
b) Normas jurídicas dependentes de complementação: são as que
expressamente declaram sua necessidade de complementação por outra
norma; e,
c) Normas jurídicas dependentes de regulamentação: designam geralmente
que os órgãos do Poder Executivo definirão e detalharão sua aplicação e
executoriedade.
Quanto à sistematização
a) Constitucionais
b) Codificadas
c) Esparsas
d) Consolidadas
Quanto à obrigatoriedade
a) Normas de ordem pública.
b) Normas de ordem privada.
Quanto à esfera do Poder Público de que emanam
a) Federais.
b) Estaduais.
c) Municipais.
Direito
7
‘
3
h t t p : / / m i c h a e l i s . u o l . c o m . b r / m o d e r n o / p o r t u g u e s / i n d e x. p h p ? l i n g u a = p o r t u g u e s -
portugues&palavra=interpretar, acesso em 06/04/2017.
4
Martins, Sergio Pinto. Instituições de Direito Público e Privado. 15ª ed. São Paulo: Atlas,
2015.
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a) Gramatical ou literal (verba legis): consiste em verificar qual o sentido do texto gramatical da
norma jurídica. Analisa-se o alcance das palavras encerradas no texto legal.
b) Lógica: em que se estabelece conexão entre vários textos legais a serem interpretados;
c) Teleológica ou finalística: a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com o fim
colimado pelo legislador;
d) Sistemática: a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com a análise do sistema
no qual está inserido, sem se ater à interpretação isolada de um dispositivo, mas, sim, a seu
conjunto;
e) Extensiva ou ampliativa: em que se dá um sentido mais amplo à norma a ser interpretada do
que ela normalmente teria;
f) Restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitado, à interpretação da norma
jurídica;
g) Histórica: o Direito decorre de um processo evolutivo. Há necessidade de se analisar, na
evolução histórica dos fatos, o pensamento do legislador não só à época da edição da lei, mas
também de acordo com a sua exposição de motivos, mensagens, emendas, as discussões
parlamentares etc. O Direito, portanto, é uma forma de adaptação do meio em que vivemos
em razão da evolução natural das coisas;
h) Autêntica: é a realizada pelo próprio órgão que editou a norma, que irá declarar seu sentido,
alcance e conteúdo, por meio de outra norma jurídica. Também é chamada de interpretação
legal ou legislativa;
i) Sociológica: em que se verifica a realidade e a necessidade social na elaboração da lei e em sua
aplicação. O juiz, ao aplicar a lei, deve ater-se aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências
do bem comum.
Síntese:
- Você aprendeu, neste texto, a distinção entre direito, moral e ética;
- O que são e quais são as fontes do direito;
- Classificação das normas jurídicas; e
- Formas de interpretação do direito.
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2. DIREITO CONSTITUCIONAL
Objetivo:
Ana Flávia Messa (2016, p. 42) diz que o “Direito Constitucional tem por objeto
a Constituição do Estado, isto é, o estudo sistematizado da organização jurídica
fundamental do Estado”.
Sergio Pinto Martins (2015, p. 60), esclarece, por sua vez, que o “Direito
Constitucional é o ramo do Direito Público que estuda os princípios, as regras
estruturadoras do Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais”.
Quer saber?
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Mas vamos esclarecer o seguinte: Em 1969, a Emenda Constitucional nº 1, de
17 de outubro, editou o novo texto da Constituição Federal de 24 de janeiro de 1967.
Diante desse fato, como ressalta Flávia Messa (2016, p. 85), “há divergência
a respeito da natureza jurídica desta emenda, de forma que alguns consideram como
nova Constituição”.
Sergio Pinto Martins (2016, p. 63) também faz essa ressalva: “não é
exatamente uma Constituição, mas uma emenda constitucional. Na prática, acaba
sendo uma Constituição, pois alterou toda a Constituição de 1967” e acrescenta:
Direito
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Importante destacar sobre as Constituições os seguintes aspectos: conteúdo,
forma, origem, ideologia, modo de elaboração, estabilidade e extensão.
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históricas, por seu turno, cristalizam o lento evoluir das tradições, como
ocorreu coma Constituição inglesa.
A estabilidade ou mutabilidade é outro item que integra o sistema de
classificação das constituições. Sob esse prisma, uma constituição a fim de
ser considerada rígida exige para sua alteração um processo mais complexo
e solene que o ordinário. Não pode ser alterada por um processo comum de
elaboração das leis ordinárias. A reforma ou emenda de uma Constituição
rígida exige a realização de amplas discussões, quórum e dois terços em dois
turnos, resumindo a adoção de procedimentos solenes e especiais. O
exemplo clássico de Constituição rígida é o da norte-americana, que
apresenta um texto expresso para sua reforma. As constituições flexíveis ou
plásticas podem ser alteradas por meio de processo legislativo ordinário.
Ainda sob o aspecto da estabilidade, uma Constituição pode ser classificada
como semirrígida quando reúne características dos dois tipos anteriores.
A extensão de uma Constituição é outro item que lhe confere a
classificação concisa ou sintética, por conter apenas princípios gerais,
como a norte-americana, ou prolixa ou analítica, por apresentar matéria
estranha ao direito constitucional material, como a Constituição Federal pátria
de 1988”.
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Já as promulgadas são as Constituições que surgem como resultado
de um processo democrático de elaboração, como a Constituição brasileira
de 1988.
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criar ou alterar a legislação ordinária. E Constituição semirrígida é aquela que
parte de suas regras requer um procedimento de alteração mais difícil do que
o exigido para modificar a legislação ordinária - como ocorre com as
Constituições rígidas – e, em relação a outros dispositivos, prevê o mesmo
procedimento de alteração para modificar a legislação ordinária – como nos
casos das Constituições flexíveis. A Constituição brasileira de 1824 era
semirrígida.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
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V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação”.
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VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
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XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem
de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Síntese:
- Este texto abordou o objeto do Direito Constitucional;
- Quantas Constituições já foram promulgadas/outorgadas no Brasil?
- Classificação das Constituições;
- Noções da atual Constituição Federal.
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3. DIREITO CIVIL
Objetivo:
O objetivo deste texto é tecer algumas considerações importantes sobre o Direito
Civil, abordando, para tanto, aspectos relevantes da Código Civil.
Sergio Pinto Martins (2015, p. 225) diz que Direito Civil é o conjunto de
princípios, de regras e de instituições que regula as relações entre pessoas e entre
estas e os bens de que se utilizam.
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
Você sabia que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil?
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foi levada ao Hospital Santa Rita pelos Bombeiros, sofrendo, em consequência do
acidente, o abortamento de gestação que contava dois (2) meses”.
Diante desse fato, promoveu ação em face de SEGURADORA LIDER DOS
CONSORCIOS DO SEGURO DPVAT S/A pleiteando direito próprio de ver-se
indenizada pela morte do filho nascituro, pois conforme previsto no artigo 2º do Código
Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
A ação foi julgada procedente para condenar a ré a pagar para a autora R$
13.500,00, com correção monetária a contar do evento danoso e juros de mora à taxa
de um por cento (1%) ao mês a contar da citação, impondo à ré o pagamento das
custas processuais e dos honorários advocatícios, que foram arbitrados em dez por
cento (10%) do valor da condenação.
A Ré recorreu. A decisão foi mantida.
A 27ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu
“o nascituro possui direitos da personalidade, inclusive o direito inerente à vida e, por
isso mesmo, a interrupção da gestação em decorrência do acidente em causa, justifica
o ajuizamento desta Ação do Seguro DPVAT por morte, nos termos do artigo 3º, inciso
I, da Lei nº 6.194/74, com as alterações dadas pelas Leis nºs 11.482/07 e 11.945/09.
Essa indenização é tão devida no caso dos autos quanto haveria de ser caso a autora,
no mesmo acidente, houvesse perdido um filho já nascido”. (TJSP - Apelação nº
1003162-54.2014.8.26.0047 – j. 19 de maio de 2015).
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Ébrio é a pessoa que se embriaga com constância.
Viciado é a pessoa que usa drogas com frequência.
Pródigo vem do latim prodigus, prodigere. É a pessoa que gasta
desordenadamente, que dissipa ou dilapida seu patrimônio sem justificativa. Faz
despesas inúteis, insensatas e excessivas, podendo ser levado à miséria.
(Sergio Pinto Martins. 2015, p. 227)
A capacidade dos indígenas, de acordo com o Código Civil, será regulada por
legislação especial.
O artigo 1.634, do Código Civil, determina que compete a ambos os pais, qualquer
que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em,
quanto aos filhos:
(...)
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos
atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes,
suprindo-lhes o consentimento;
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Isso quer dizer que, até os 16 anos, os filhos devem ser representados pelos
pais. A partir dos 16 anos e até os 18 anos, quando cessará a menoridade, devem ser
assistidos.
5
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=comoriência, acesso em
06/04/2017.
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Artigo 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas
goza da proteção que se dá ao nome.
Aliás, a justiça autorizou que uma criança em Sergipe tenha em sua certidão de nascimento os
nomes da mãe biológica e dos pais adotivos Esse foi o primeiro caso de pluriparentalidade no Estado 6:
6
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas -noticias/2014/02/17/crianca -adotada-tera-nome-
d a s - d u a s - m a e s - e - d o - p a i - e m - c e r t i d a o - d e - n a s c i m e n t o . h t m , a c e s s o em 0 6 / 0 4 / 2 0 1 7 .
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As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito
privado.
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O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando
houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio,
nesse caso.
Síntese:
- Este texto abordou o conceito de direito civil.
- A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
- A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada
à prática de todos os atos da vida civil.
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4. DIREITO DO TRABALHO
Objetivo:
O objetivo deste texto é tecer algumas considerações importantes sobre o Direito
do Trabalho, principalmente no que diz respeito a diferença entre relação de trabalho
e relação de emprego, requisitos da relação de emprego e sujeitos da relação de
emprego: empregador e empregado.
Você já parou para pensar que nem toda relação de trabalho é uma relação de
emprego?
7
Resende, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. 4ª. ed. São Paulo: Método, 2014.
Direito
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Relação de emprego;
Relação de trabalho autônomo;
Relação de trabalho eventual;
Relação de trabalho avulso;
Relação de trabalho voluntário;
Relação de trabalho institucional;
Relação de trabalho de estágio;
Relação de trabalho cooperativado.
Pessoalidade
Onerosidade
Não assunção (pelo empregado) dos riscos da atividade do tomador de serviços
Duração Contínua ou não Eventual
Subordinação
Pessoalidade quer dizer que o trabalho deve ser prestado por uma específica
pessoa física. O trabalho não pode ser transferido para outra pessoa. É uma relação
intuitu personae, ou seja, em razão da pessoa. O empregado não pode ser substituído.
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Onerosidade significa que, de um lado, o empregado presta serviços e, de outro
lado, o empregador tem a obrigação de remunerar os serviços prestados. Os serviços
não podem ser prestados gratuitamente.
Não! Mas pode ser estipulada por acordo entre as partes. E, nesse caso, se
ajustada entre empregado empregador, deve ser respeitada.
EMPREGADOR
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§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer
outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego,
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
EMPREGADO
Martinez (2014, p. 239) diz que empregador é a pessoa física, jurídica ou ente
despersonalizado (este excepcionalmente autorizado a contratar) concedente da
oportunidade de trabalho, que, assumindo os riscos da atividade (econômica ou não
econômica) desenvolvida, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços
de outro sujeito, o empregado9.
CONTRATO DE EMPREGO
Bom, já você já sabe quem são as partes na relação de emprego e quais são os
requisitos dessa relação.
8
Manus, Pedro Paulo Teixe ira. Direito do Trabalho.15ª. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
9
Martinez, Luciano. Curso de direit o do t rabalho. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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O artigo 442 da CLT dispõe que:
10
Martinez, Luciano. Curso de direit o do t rabalho. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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O mais importante: O contrato de trabalho é um contrato-realidade. Todo o
Direito do Trabalho é informado pelo princípio da Primazia da Realidade, segundo o
qual importa mais o que se passa no plano fático do que considerações teóricas ou
conclusões baseadas na regularidade formal de documentos11.
11
TRT SP – processo nº 00002031620135020069 – Des. Relator Davi Furtado Meirelles – julgado em 23/10/2014.
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remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de
sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho (artigo 29, da CLT).
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Importante: É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à
conduta do empregado ou rasurar sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, sob
pena de pagar indenização.
Síntese:
- Neste texto você aprendeu que a relação de trabalho é gênero e a relação de
emprego é espécie.
- Os elementos da relação de emprego são: Pessoalidade, Onerosidade, Não
assunção (pelo empregado) dos riscos da atividade do tomador de serviços,
Duração Contínua ou não Eventual e Subordinação.
- Exclusividade não é requisito da relação de emprego.
- Os sujeitos do contrato de trabalho são empregador e empregado.
- O contrato de emprego pode ser classificado em: típico ou nominado,
comutativo, sinalagmático, oneroso, personalíssimo, não solene e de trato
sucessivo.
- O que anotar na CTPS e no livro de registro.
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5. DIREITO EMPRESARIAL
Objetivo:
O objetivo deste texto é abordar o histórico do direito empresarial, conceito de
empresário, caracterização, inscrição e capacidade.
Pois bem, nas civilizações antigas não existiam moedas, cartões de crédito ou
bancos. Então, como os indivíduos compravam e vendiam coisas?
Com o tempo surge o metal como moeda de troca. A partir daí as pessoas
passam a utilizar a moeda como uma unidade de valor e decidir se querem comprar
imediatamente ou se querem poupar para comprar no futuro e, dessa forma, o
comércio vai acontecendo o tempo todo.
André Luiz Santa Cruz Ramos explica em sua obra, Direito Empresarial
Esquematizado, que o comércio existe desde a Idade Antiga. Segundo ele, “as
civilizações mais antigas que temos conhecimento, como os fenícios, por exemplo,
destacaram-se no exercício da atividade mercantil”12.
12
5ª. ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Método, 2015, p. 2.
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Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/imagem/mapa-fenicios-ah.JPG, acessado em 10/06/2015.
Para entender melhor essa trajetória, leia o texto abaixo de Gladston Mamede
e responda:
a) O que é usura e monopólio?
b) Em linhas gerais, qual foi o Código Comercial que mais influenciou outras
legislações sobre o comércio? Explique.
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“As normas jurídicas de controle da propriedade, dos empreendimentos e dos negócios são tão
antigas quanto o Direito, o que a Arqueologia deixa claro. Tem-se notícia, hoje, de uma reforma jurídica
realizada na cidade de Lagash, na Suméria (hoje Iraque), no século XXV a.C., na qual o soberano (ensi)
local, chamado Ur-Uinim-Enmgina (ou, como se disse no passado, Urukagina), limita a usura e os
monopólios. A legislação ais antiga conhecida até agora, as Leis de Ur-Nammu, do século XXI a.C.,
vigentes também na Suméria, na cidade de Ur, já trazem normas que proíbem o cultivo em terras de
propriedade alheia, limitam juros e tabelam preços. O mesmo se verá nas legislações que lhes seguem,
de países da mesma região: as Leis de Lipt-Ishtar, do século XX a.C. Ainda na antiguidade, deve-se
reconhecer a importância da atuação e da regulamentação comercial de minoicos, micênicos, hititas,
fenícios, gregos e romanos, havendo notícia de normas e, até, de institutos jurídicos que, então
inventados, aproveitam-se até os nossos dias, como a moeda, inventada pelos lídios – a Lídia ficava
onde hoje é o planalto central da Turquia.
Na Idade Média, a atenção social voltou-se para o campo, onde a divisão da propriedade rural
em grandes estruturas políticas caracterizou o Feudalismo. As cidades, contudo, continuaram a existir
e o comércio também. Para a mútua proteção, artesão e comerciantes organizaram-se em corporações
de ofício e essas, por seu turno, tomaram para si a função de regulamentar a atividade mercantil, o
que fizeram por meio de consolidações de costumes, também chamadas de consuetudos. Essas
consolidações marcam o início do Direito Mercantil, na medida em que são as primeiras normas
integralmente dedicadas ao comércio.
Quando o feudalismo foi superado e o Estado Nacional ganhou renovada importância, essas
normas foram utilizadas como referência para a constituição dos chamados Códigos Comerciais. O
mais influente deles foi o Código Comercial francês, de 1808, que influenciou a muitas legislações a
partir do estabelecimento da Teoria do Ato de Comércio. Essa teoria está na raiz da distinção entre o
ato civil e o ato de comércio. Assim, qualquer pessoa que praticasse um ato de comércio estaria
submetida ao Direito Comercial e não ao Direito Civil. Essa teoria foi repetida no Brasil, com a edição
do Código Comercial, em 1850, quando era Imperador D. Pedro II; cuida-se de uma das normas mais
duradouras da história brasileira: sua primeira parte, dedicada ao comércio em geral, esteve em vigor
até 11 de janeiro de 2003, quando passou a viger o Código Civil (Lei 10.406/02).
(...) Com a edição da Lei 10.406/02, em 10 de janeiro de 2002, a unificação foi enfim
concretizada. Reconheceu-se que os atos jurídicos civis e comerciais têm a mesma natureza jurídica,
estando submetidos à Parte Geral do Código Civil, bem como às regras ali dispostas sobre as
Obrigações e os Contratos. Isso implicou a necessidade de se substituir a antiga teoria do ato de
comércio por uma nova referência para as relações negociais. A opção escolhida foi a teoria da
empresa. (Manual de Direito Empresarial. 9ª. ed. São Paulo: Atlas, 2015, p. 2-3) (grifamos)
Direito
36
Essa questão da unificação, todavia, não é pacífica. Fabio Ulhoa Coelho (2014,
p. 44) explica que “no Brasil, consideram alguns autores que o Código Civil teria
levado à unificação do direito das obrigações. Bem examinada a questão, no entanto,
nota-se o desacerto do argumento”. Segundo esse Autor:
CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Da Caracterização
Direito
37
Extrai-se desse conceito termos importantes: profissionalismo, atividade
econômica organizada e produção ou circulação de bens ou serviços.
Da Inscrição
Direito
38
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de
bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.
Direito
39
Direito
40
Os artigos 968 a 971, do Código Civil, ainda, asseguram que:
Direito
41
O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer
que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa
ou gravá-los de ônus real.
Sintese:
- Nas civilizações antigas não existiam moedas, cartões de crédito ou bancos.
- Praticavam o escambo.
Direito
42
6. DIREITO DO CONSUMIDOR
Objetivo:
O Objetivo deste texto é traçar alguns conceitos relacionados ao direito do
consumidor adotando, principalmente, a Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990, que
dispõe sobre a proteção do consumidor.
Agora que você já sabe quem é o consumidor. Vamos verificar quais são os
direitos básicos do consumidor?
13
Disponível em h t t p : / / w w w. p l a n a l t o . g o v . b r / c c i v i l _ 0 3 / l e i s / L 8 0 7 8 c o m p i l a d o . h t m , acesso em
10/04/2017.
Direito
43
Os artigos 6º e 7º, do Código de Defesa do Consumidor, asseguram que:
Direito
44
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas
de consumo.
A Nestlé, por exemplo, não observou o inciso III. Por isso, foi condenada a
pagar uma indenização a uma consumidora, no valor de R$ 90.000,00, porque não
informou a presença de ingrediente alergênico na embalagem de seus produtos.
Direito
45
características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, entre outros
dados?!
Isso mesmo! Leia os artigos abaixo:
Da Oferta
E não é só! É proibida oferta ou venda por telefone, quando a chamada for
onerosa ao consumidor que a origina.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso
postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem,
publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
Direito
46
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Direito
47
desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a
se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
6.1. Exemplificando 1:
“O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL propôs
ação coletiva de consumo em face da ora recorrente, por propaganda enganosa,
tendo por objeto a venda de veículo Pálio Fire modelo 2007, em maio de 2006, tendo
em seguida lançado no mês de julho de 2006, o mesmo automóvel com inúmeras
modificações estruturais e tecnológicas com a mesma denominação de ano 2006 e
modelo 2007”.
Direito
48
adquire esse produto, como sendo o produto do ano seguinte, diante do fato de, ainda
no ano da aquisição, vê lançado veículo de idêntico tipo, também denominado de
produto do ano seguinte (e com itens de valorização que o tornam distinto para fácil
identificação de adquirentes), pagou pelo acréscimo do ano seguinte quando, na
verdade, não viu agregado esse acréscimo ao produto, de modo que quando o vai
alienar, terá preço menor do que o do segundo lançamento como modelo do ano
seguinte.
Nesses parâmetros fáticos é que deve ser visto o caso presente. Nada mais que
isso. Não se imagina que a fabricante fosse impedida de modificar o modelo,
anunciado em 2006 como sendo Modelo 2007. Mas evidentemente lesou o
consumidor adquirente quando neste criou a confiança de que adquiria um modelo do
ano seguinte, que em verdade não o foi, porque substituído por outro melhor, com a
mesma indicação de ano.
Direito
49
6.2. Exemplificando2.
Direito
50
Por sua vez, o ministro Mauro Campbell fez questão de ressaltar que o acórdão irá
consignar a proteção da criança como prioridade, e não o aspecto econômico do caso.
Campbell lembrou, como sustentado da tribuna pela advogada Daniela Teixeira, que o Brasil
é o único país que tem em sua Carta Magna dispositivo que garante prioridade absoluta às
necessidades das crianças, em todas as suas formas.
A decisão do colegiado foi unânime, tendo a presidente, ministra Assusete Magalhães,
consignado que o caso é típico de publicidade abusiva e venda casada, mas a situação
se agrava por ter como público-alvo a criança. A desembargadora convocada Diva Malerbi
destacou que era um orgulho participar de tão importante julgamento.
A turma concluiu pela abusividade de propaganda que condicionava a compra de
um relógio de um personagem infantil à aquisição de cinco biscoitos. E não ficou por
aí a decisão. Com efeito, os ministros assentaram que a publicidade dirigida às crianças
ofende a Constituição e o CDC.
Processo relacionado
REsp 1.558.086
Disponívelem:http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?story
id=1352, acesso em 10/04/2017.
Síntese:
- Neste texto você verificou, principalmente, os conceitos de consumidor e
fornecedor.
- Aprendeu quais são os direitos do consumidor e que a informação deve ser sempre
clara e verdadeira.
- Verificou a diferença entre publicidade enganosa e abusiva.
Direito
51
7. DIREITO PENAL
Objetivo:
O objetivo deste texto é conceituar e abordar aspectos relevantes e introdutórios
do direito penal.
Para Gisele Mendes Pereira (2012, p. 16) “a específica função do direito penal
é a proteção dos bens jurídicos eleitos pelo legislador como indispensáveis à vida em
sociedade”.
Sergio Pinto Martins (2015, p. 192) diz que “o direito penal vai tipificar os crimes
e estabelecer as penas pela transgressão da legislação”.
Vamos verificar?
Direito
52
(...)
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e
liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
Direito
53
O Código Penal também garante, no artigo 1º, que:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal.
7.1. Exemplificando 1:
E.G.de S. foi denunciado como incurso nas penas do artigo 1º, inciso I, alínea “a”, cumulado com
parágrafo 4º, inciso I, da Lei 9.455/97 (Lei de Tortura), acusado de ter, no dia 24 de maio de 1996, na
qualidade de policial civil lotado na Delegacia Policial de Repressão ao Narcotráfico, praticado o crime
de tortura contra C. dos S., constrangendo-a com emprego de violência física e causando-lhe grave
sofrimento físico e mental, com a finalidade de que a referida senhora confessasse prática de delito
de tráfico de entorpecente.
Concluída a instrução criminal, E. G. de S. foi condenado, nos termos da denúncia, à pena
definitiva de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão.
Inconformado, o acusado apelou da decisão alegando que não foi observado o artigo 1º, do
Código Penal. Sustentou que foi condenado por crime ocorrido no dia 24 de maio de 1996, antes,
portanto, da existência da Lei 9.455, de 7 de abril de 1997.
O Tribunal acolheu os argumentos do Apelante, nos seguintes termos: “em que pese a gravidade
da conduta atribuída ao Apelante E. G. de S., a Lei 9.455 que definiu o crime de tortura somente entrou
em vigor no dia 08 de abril de 1997, ou seja, quase um ano após o fato descrito na denúncia, que teria
sido praticado em 24 de maio de 1996.
A condenação por fato atribuído ao Apelante antes da vigência da Lei de Tortura desrespeita
cláusula pétrea constitucional, prevista no artigo 5º, inciso XXXIX, que determina que ‘não há crime
sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal’.
Do Princípio da Anterioridade decorre que a lei penal só pode retroagir em benefício do réu,
nunca para lhe imputar conduta ou pena mais gravosa que a praticada”.
No que diz respeito à Lei Penal no Tempo, o Código Penal reza que:
Direito
54
Lei penal no tempo
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.
7.2. Exemplificando 2:
“No dia 17 de março de 2007, sábado, por volta das 13h30min, na via pública da M-3 Norte,
Ceilândia/DF, o denunciado, agindo de forma livre e consciente, conduzia veículo automotor sob a
influência de álcool, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem. Devido ao seu estado de
embriaguez e de absoluta falta de condições para condução do veículo, por inobservância das regras
e condições de tráfego, veio a abalroar a traseira do veículo, que na ocasião seguia a sua frente.
Ato contínuo, evadindo-se do local, no que foi seguido pelo outro condutor, o denunciado, poucos
minutos após se envolver no primeiro acidente e de igual modo, veio a abalroar a traseira do veículo
VW/Kombi, que também seguia à sua frente.
Após esta segunda colisão, o denunciado parou seu FIAT/Uno e, saindo do carro cambaleando,
procurou se evadir a pé e tentou se refugiar em residências próximas, munido de uma faca e um
pedaço de madeira e ameaçando a todos que tentavam se aproximar dele. Acionada uma viatura da
Polícia Militar, foi possível sua contenção e condução à Autoridade Policial para a lavratura do auto de
prisão em flagrante.
Nas duas colisões somente houve danos materiais nos veículos, não resultando qualquer tipo de lesão
corporal nos envolvidos.
O MM. Juízo da Primeira Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Ceilândia-DF julgou procedente
a pretensão punitiva estatal para condenar o réu nas sanções do artigo 306 da Lei 9.503/1997,
aplicando-lhe as penas de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de detenção, no regime inicial semiaberto,
e 290 (duzentos e noventa) dias-multa, no valor mínimo legal, além de decretar a suspensão ou
proibição de obtenção da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de 03
(três) anos e 10 (dez) meses. Ao condenado foi negada a substituição da pena privativa de liberdade
por pena restritiva de direitos, sob o fundamento de ser o agente reincidente e por não ser a medida
socialmente recomendável, em razão dos antecedentes e da personalidade. Além disso, foi decretada
a prisão preventiva do condenado.
Inconformada, a Defesa, tempestivamente, interpôs apelação criminal.
O Tribunal acolheu as razões do denunciado, nos seguintes termos:
Direito
55
Conforme consta da denúncia, o fato em exame foi cometido no dia 17 de março de 2007. Nessa
data, o art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro apresentava a seguinte redação:
“Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool ou substância
de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. ”
Com a entrada em vigor da Lei nº 11.705/2008, no dia 16 de junho de 2008, o art. 306 do Código
de Trânsito Brasileiro passou a dispor:
“Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por
litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. ”
Observa-se que a lei vigente à época em que ocorreram os fatos descritos na denúncia não
estipulava uma concentração específica de álcool por litro de sangue para que se configurasse o crime
de condução de veículo sob a influência de álcool. A sentença foi proferida sob a égide da redação
anterior.
No entanto, com o advento da Lei nº 11.705/2008, passou o Código de Trânsito Brasileiro a exigir
uma quantidade mínima de álcool por litro de sangue para a configuração do referido crime, qual seja,
06 (seis) decigramas. Após o advento da referida lei, portanto, somente comente o crime previsto no
artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro quem conduz veículo estando com concentração de álcool
por litro de sangue igual ou superior a 06 (seis) decigramas ou, ainda, sob influência de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência.
A lei nova, em que pese o objetivo de dar um efeito mais abrangente ao tipo penal, acabou
por limitar a incidência da norma aos casos em que efetivamente houve a aferição do teor alcoólico
no sangue do condutor, o que somente é possível mediante utilização de “bafômetro” ou de exame
de dosagem etílica no sangue.
Trata-se, no caso, de lei mais benéfica que, nos termos do art. 5º, inciso XL, da Constituição
Federal, deve retroagir para alcançar as condutas praticadas ainda sob a vigência da redação anterior
do artigo 306 do Código Brasileiro, tornando atípicas as condutas quando não aferida a concentração
de álcool no sangue do condutor por meio técnico, prova que não pode ser suprida pela
comprovação indireta.
Disponível em http://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/5764478/apr-apr-
66937820078070003-df-0006693-7820078070003/inteiro-teor-101953243, acesso em 06/04/2017.
Direito
56
Entendeu? Vamos fazer um teste? Leia a questão abaixo e responda:
Questão de concurso:
Acertou? Aplica-se a lei nova, se for mais benéfica ao autor do delito. A lei pode
retroagir para beneficiar o réu.
Gisele Mendes Pereira (2012, p. 49) justifica que “é preciso saber qual é o
tempo do crime, ou seja, a data em que se considera praticado para a aplicação da
lei penal a seu autor”.
E por que é tão importante esse tempo? Gisele Pereira (2012, p. 49) continua
explicando que:
Direito
57
A necessidade de se estabelecer o tempo do crime decorre dos
problemas que podem surgir para a aplicação da lei penal, como
nas hipóteses de se saber qual lei deve ser aplicada (se foi
cometido durante a vigência da lei anterior ou posterior) e, nos
casos de imputabilidade (saber se no tempo do crime o agente era
imputável ou não), da anistia (concedida geralmente com relação
a crimes praticados até determinada data), da prescrição (data em
que se começa a contar o prazo), etc.
Existem teorias a respeito:
a) Teoria da atividade considera como tempo do crime o momento
da conduta (ação ou omissão). Assim, por exemplo, o momento do
crime é aquele no qual o agente efetua os disparos contra a vítima,
mesmo que ela venha a morrer em momento posterior;
O Código Penal adotou a teoria da atividade na medida em que
define o tempo do crime no art. 4º: “Considera-se praticado o crime
no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento
do resultado”.
b) teoria do resultado considera tempo do crime o momento de
sua consumação, não importando a ocasião em que o agente
praticou a ação. Assim, no caso do homicídio, por exemplo, seria
o momento da morte da vítima;
c) teoria mista ou da ubiquidade considera como tempo do crime
tanto o momento da conduta quanto o do resultado. No caso do
homicídio poderia ser tanto o momento em que ocorreram os
disparos de arma de fogo, quanto aquele no qual ocorreu a morte
da vítima.
Direito
58
efeitos penais, deve ser entendido em seu sentido jurídico. É o
espaço terrestre, fluvial, marítimo e aéreo no qual é exercida a
soberania nacional.
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções,
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território
nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do
território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza
pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo
correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a
bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Lugar do crime
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu
a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.
E, ainda, estabelece no artigo 7º, que ficam sujeitos à lei brasileira, embora
cometidos no estrangeiro, os seguintes crimes:
Extraterritorialidade
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no
estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
Direito
59
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal,
de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí
não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende
do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira
autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí
cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições
previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Direito
60
Síntese:
- Neste texto você aprendeu qual é o objeto de estudo do direito penal;
- Verificou que a Constituição Federal garante aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, entre outros, nos seguintes termos:
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
- Compreendeu, ainda, que se considera praticado o crime no lugar em que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.
Direito
61
8. DIREITO ADMINISTRATIVO
Objetivo:
O Objetivo deste texto é conceituar o direito administrativo e abordar alguns
tópicos relevantes dessa área do direito.
José Cretella Jr. (1991, p. 31)14 diz que Direito Administrativo é “o ramo do
Direito Público interno que regula a atividade das pessoas jurídicas e a instituição de
meios e os órgãos relativos à ação dessas pessoas”.
Gustavo Scatolino e João Trindade (2016, p. 31), por sua vez, estabelecem a
relevância do estudo do direito administrativo da seguinte forma:
14
Apud Sergio Pinto Martins (2015, p. 115)
Direito
62
Trata-se de matéria que não possui codificação. Ao contrário de
muitos ramos do direito, a exemplo do Direito Penal e Direito Civil. O
Direito Administrativo não contém legislação reunida em um único
documento. O que há são várias leis esparsas tratando de matérias
específicas.
Então, para falarmos desses princípios, antes, vamos verificar o que significa
“administração pública direita” e “indireta”?
Sergio Pinto Martins (2015, p. 115) afirma que “Administração Pública Direta
compreende serviços prestados pela própria Administração e se confunde com o
Poder Executivo, seus ministérios, secretarias etc”.
Direito
63
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da
União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o
Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em
direito.
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de
atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
Administração Indireta.
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção,
e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
Exemplificando:
AUTARQUIA
O Banco Central do Brasil (BCB) é uma autarquia federal vinculada ao
Ministério da Fazenda, com sede e foro na Capital da República e
atuação em todo o território nacional. Foi criado pela Lei nº 4.595, de
31 de dezembro de 1964.
EMPRESA PÚBLICA
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) é uma empresa
pública municipal criada em 13 de dezembro de 1994 pela Lei Nº 1.366 e
reorganizada em janeiro de 1998 pela Lei Complementar Nº 299. Com a aprovação do Código de
Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), a CET passou a ser responsável pelo gerenciamento, planejamento,
educação, operação e fiscalização do trânsito, além do gerenciamento do transporte público
municipal.
Direito
64
A empresa pública Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. - Amazul, vinculada
ao Ministério da Defesa por meio do Comando da Marinha, foi criada pelo
Decreto nº 7.898, de 1º de fevereiro de 2013.
O Banco do Brasil S.A., pessoa jurídica de direito privado, sociedade de economia mista,
organizado sob a forma de banco múltiplo, rege-se por este Estatuto e pelas disposições
legais que Ihe sejam aplicáveis. O prazo de duração da Sociedade é indeterminado.
FUNDAÇÃO PÚBLICA
A Lei nº 10.071 de 10 de abril de 1968, do Estado de São Paulo, instituiu a Fundação Para
o Remédio Popular - FURP -, entidade civil, com prazo de duração indeterminado.
O que isso quer dizer? Fábio Bellote Gomes (2006, p. 9) explica cada um deles:
Princípio da Legalidade
A Administração Pública e seus agentes devem sempre atuar
em conformidade com a lei aplicável. Aqui, o conceito de lei tem
caráter genérico, na medida em que engloba todo e qualquer ato
normativo (lei ordinária, lei complementar, decreto, resolução, portaria
etc), sendo que a desconformidade do ato administrativo com a lei
Direito
65
aplicável implica a sua invalidade, respondendo o seu autor pela
infração cometida.
Assim, a Administração Pública e seus agentes somente podem
praticar determinado ato administrativo se autorizado por lei,
diversamente do administrado, em relação ao qual tudo o que não é
expressamente proibido é, em sentido negativo, permito.
Nesse mesmo sentido, dispõe o art. 5º, II, da Constituição
Federal, ao definir que ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei’.
Em resumo, para Administração Pública a legalidade é estrita;
para os administrados, é ampla.
Princípio da Impessoalidade
De acordo com este princípio, a atuação da Administração
Pública deve sempre se dar de forma impessoal, dirigida a todos os
administrados em geral, sem discriminação de qualquer natureza.
Por isso, é vedado à Administração Pública criar distinções ou
privilégios não previstos expressamente em lei, de modo que os atos
administrativos não podem ser elaborados ou praticados com a
finalidade de propiciar benefício ou prejuízo a determinado
administrado.
Para alguns estudiosos do Direito Administrativo, inclusive, o
princípio da impessoalidade é considerado como decorrente do
próprio princípio da igualdade ou isonomia, previsto no art. 5º, caput,
da Constituição Federal.
Princípio da Moralidade
Toda sociedade possui padrões morais destinados a nortear as
condutas humanas, a partir de variadas concepções existenciais.
Assim, em termos sociais, um padrão moral pode ser ditado, por
exemplo, por uma religião ou por uma ideologia política.
No âmbito da Administração Pública, entretanto, o conceito de
moralidade assume um caráter mais técnico. Trata-se aqui da
chamada moralidade administrativa, que é o conjunto de princípios ou
padrões morais que norteiam a conduta dos agentes públicos no
exercício de suas funções e a prática dos atos administrativos.
(...)
Direito
66
A moralidade administrativa encerra em si outro conceito
essencial à Administração Pública: o de probidade administrativa. A
palavra probidade, originária do latim probus (honesto), refere-se ao
padrão de honestidade e lisura que é esperado dos agentes públicos
no exercício de suas funções administrativa, notadamente aquelas
relacionadas à gestão do patrimônio público.
Princípio da Publicidade
A publicidade é um elemento que, em princípio, deve envolver
todos os atos da Administração Pública.
Por isso, é obrigatória a divulgação na imprensa oficial (Diários
Oficiais da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal)
dos atos, contratos e outros instrumentos celebrados pela
Administração Pública direta e indireta, para conhecimento, controle e
início de seus efeitos.
(...)
A publicidade de que se trata aqui, como se percebe, resulta de
uma presunção de conhecimento público, por parte dos administrados,
dos atos praticados pela Administração Pública, caracterizando-se,
em princípio, como essencial à validade e eficácia dos atos
administrativos.
Princípio da Eficiência
Introduzido no ordenamento jurídico pátrio pela Emenda
Constitucional n. 19, de 04.06.1998, o princípio da eficiência impõe à
Administração Pública e a seus agentes o dever de desempenhar suas
funções com rapidez, perfeição e rendimento compatíveis, de modo a
satisfazer os anseios dos administrados.
Assim, quando se fala em rapidez, significa que a Administração
Pública não pode retardar indevidamente a prática de seus atos.
A perfeição traduz-se pela observância dos corretos padrões
técnicos fixados para a prestação de determinado serviço público.
Por fim, o rendimento se verifica pelo exato equilíbrio na relação
custo-benefício na prática de determinado ato administrativo.
O conceito de eficiência é característico das empresas privadas,
em que a busca do lucro constitui a finalidade principal, daí a
importância da eficiência nesse setor. Na Administração Pública, por
Direito
67
sua vez, a finalidade precípua (senão exclusiva) é a satisfação do
interesse público. Disso resulta que o padrão de eficiência a ser
exigido dela deve ser distinto daquele preconizado para a atividade
empresarial, sob pena de sua inadequação ao modelo de
Administração Pública existente no Brasil.
Síntese:
- Neste texto você aprendeu o objetivo do direito administrativo;
- Verificou que a Administração Pública Direta compreende serviços prestados
pela própria Administração e se confunde com o Poder Executivo, seus
ministérios, secretarias etc”. E que a Administração Pública indireta é composta
pelas sociedades de economia mista, pelas empresas públicas que exploram
atividade econômica, pelas fundações públicas e pelas autarquias.
- Conheceu os princípios que norteiam a administração pública.
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9. DIREITO AMBIENTAL
Objetivo:
O objetivo deste texto é abordar tópicos relevantes relacionados ao direito
ambiental.
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
Direito
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VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas
que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar,
o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Dessa forma, a preocupação com o meio ambiente não fica restrita ao presente,
mas, também, às futuras gerações, como mencionado no caput do artigo 225.
Como bem destaca Carlos Alberto Lunelli, no Capítulo que trata do Direito
Ambiental e Novos Direitos, na obra Direito Ambiental e Sociedade (2015, p. 11):
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voraz, a extinção de espécies, a agregação urbana desordenada e a
supremacia do valor econômico sobre o bem ambiental.
Por isso, para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público,
entre outras obrigações, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino
e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
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Coautor é quem executa, juntamente com outros, a ação ou omissão
que configura o delito (p. ex.: Tício e Caio caçam espécimes de fauna
silvestre; Fernando e Joel degradam floresta).
Na coautoria há uma cooperação de trabalho entre os delinquentes.
Juntos, eles concentram suas ações visando ao cometimento do fato típico.
Há, dessa maneira, a conjugação de forças direcionadas a um fim comum,
que é a transgressão do tipo penal ambiental.
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o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização
ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por
verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
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Síntese:
- Neste texto você aprendeu que a Constituição Federal destina um capítulo ao
Meio Ambiente e que cabe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender
e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações;
- A Lei 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
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