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Ficha de Apoio e Questões 1 Facilitador: Quentino A.

RAZÃO

1. Parte Introdutória de Ética e Deontologia Profissional.


1.1. Estudo etimológico do termo ‘ética’

Etimologicamente, o termo “ética” vem do grego ethos. Quando escrito éthos, com acento agudo (em
grego, inicia com a letra épsilon), representa a ideia fundamental de usos, costumes, que na vida de um
povo ocupam um lugar importante no conceito próprio de moralidade, e, portanto, identificando-se
mais com a moral e, quando escrito êthos, com acento circunflexo (em grego, inicia com a letra êta),
significa carácter ou modo de ser, e dá, portanto, a ideia de disposição interior, de personalidade. Portanto,
podemos dizer que o universo ético compreende esses dois pôlos: o pôlo exterior (próprio da moral,
dos costumes), e o pôlo interior (próprio da interioridade, do carácter) (Laissone, Augusto &
Matimbiri, 2017).

Originariamente, o conceito era tomado a partir do seu carácter exterior, de vida colectiva. Daí o
conceito ser usado para acções que promovam o bem comum ou a justiça no meio social.

Devido ao facto de que os gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a
boa vida e o bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou a significar modo de ser ou
carácter. Em fim, tinha que se garantir um modelo de vida que deveria ser adquirido ou conquistado
pelo homem por meio da disciplina rígida que lhe formaria o carácter e que seria transmitida aos jovens
pelos adultos.

O primeiro filósofo que escreveu sobre ética foi Aristóteles. Com esse título, Aristóteles escreveu duas
obras: Ética a Nicómaco (seu filho) e Ética a Eudemo (seu aluno).

Os filósofos gregos sempre subordinaram a ética às ideias de felicidade da vida presente e do sumo
bem. Nos textos antigos, ética quase sempre parece estar relacionada com desejo inato ao homem de
busca da realização do sumo bem.

A filosofia grega preocupa-se com a reflexão sobre ética desde os primórdios. Isso porque ética, ou a
sede de justiça, é uma das três dimensões da filosofia. As outras duas seriam a teoria e a sabedoria.

Em Roma, ética passa a ser denominada “mores”; que significa “moral”. No direito romano a palavra
ética refere-se a normas de conduta ou princípios que regem a sociedade ou um determinado grupo e
em uma determinada época. Numa palavra: lei.
1. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Moral remete para uma raiz latina, mores (palavra latina proposta por Cícero para traduzir a palavra
grega ética) (Laissone, Augusto & Matimbiri, 2017).

a) Ética significa costume, o que se costuma fazer, aquilo que normalmente se faz. Ethos, em língua
grega, indica o costume social, o modo de comportamento próprio de uma determinada sociedade.

b) Outro significado mais específico indica uma sociedade bem orientada, isto é, uma sociedade que se
pode definir ‘boa’, que segue comportamentos que brotam da experiência e da sabedoria, como
elementos positivos para a paz, a ordem social e o bem comum.

Vem depois o sentido absoluto que significa: aquilo que é bom em si mesmo, aquilo que deve ser feito ou
evitado a todo o custo, o que é digno do homem, o que se opõe ao que é indigno, o que não é negociável,
nem se pode discutir ou transgredir.

c) Por fim, temos também o significado de reflexão filosófica sobre os comportamentos humanos e sobre
o seu sentido último.

Deontologia é tida como “um conjunto de regras de que uma profissão, ou parte dela, se dota através
duma organização profissional, que se torna a instância de elaboração, de prática, de vigilância e de
aplicação destas regras” (Mercier citado por Isaac, 1996, p. 25).

Assim sendo a Deontologia profissional tem a ver com as regras de qualquer actividade profissional e
a Ética está relacionada com características de ordem geral. Deontologia abarca um âmbito mais
restrito.

1.2. Objecto de estudo da ética

Segundo Srour (2003, p.15), a ética estuda “os fenómenos morais e, mais especificamente, as morais
históricas, os códigos de normas que regulam as relações e as condutas dos agentes sociais, os discursos
normativos que se identificam, em cada colectividade, o que é certo ou errado”.

A ética estuda as acções humanas. Sendo assim, seu objecto distingue-se em material e formal.
(Laissone, Augusto & Matimbiri, 2017).

O objecto material diz respeito aos actos humanos que se devem distinguir dos actos do homem.

2. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Os actos humanos são acções praticadas de forma livre, consciente, deliberada e voluntária, acções essas
que afectam a própria pessoa, a outras pessoas, ou a determinados grupos sociais ou mesmo a
sociedade no seu todo.

Os actos do homem são aqueles praticados de modo inconsciente e involuntário, ou seja, são aqueles
actos em que a vontade humana não entra ou a sua liberdade não entra em jogo.

O estudo do objecto da ética leva-nos à conclusão de que a pessoa antes de praticar qualquer acção
deve analisar os prós e os contras e estar preparada para assumir os riscos e as consequências. Por
outras palavras, toda a acção ética deve visar algum bem. Portanto, ela deve buscar todos os meios
possíveis para alcançar esse tal bem.

1.3. Enquadramento Histórico da Ética

A ética, partindo do seu étimo, pode ser entendida como o abrigo que confere protecção e segurança
aos indivíduos (cidadãos), aqueles responsáveis pelos destinos da pólis (cidade). Ela é, por um lado, o
produto das leis erigidas pelos costumes, e, por outro, das virtudes e hábitos gerados pelo carácter dos
indivíduos.

Por isso, a ética não só diz respeito aos costumes culturais ou sociais, mas também se refere ao perfil,
a maneira de ser e a forma de vida adquirida ou conquistada pelo homem.

A ética imprime o carácter da pessoa: mostra-me como te comportas e eu te direi o grau da tua ética.

A ética pode ser definida como a teoria acerca do comportamento moral dos homens em sociedade,
ou seja, ela trata dos fundamentos e da natureza das nossas atitudes, e se manifesta efectivamente na
conduta do homem livre. Por isso, o mundo do ethos é composto por dois lados: a colectividade
(intersubjectividade) e a subjectividade (individualidade).

Existem condicionantes internos (carácter) e externos (costumes) que determinam a conduta do


indivíduo. Portanto, o que se está a dizer é que a prática do bem e da justiça envolve o respeito às leis
da pólis (heteronomia) e a intenção individual de cada sujeito em fazer o bem (autonomia).

Mas a boa conduta é também determinada pela educação (em grego paidéia).

3. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Paidéia é todo o processo de formação do homem grego. É, portanto, o que chamamos de educação.

Ela fornece as regras e ensinamentos morais aos indivíduos; orienta os juízos e decisões dos homens
no seio da comunidade; e transmite valores acerca do bem e do mal, do justo e do injusto. Ela constitui-
se como elemento fundamental para a construção da sociabilidade do ser humano.

1.3.1. A ética na Antiguidade: a ética grega


I. Os sofistas

Estes constituem um movimento intelectual na Grécia do séc. V (a.C.). A palavra sofista significa
mestre ou sábio, e vem da palavra “sofia” que significa sabedoria. Portanto, os sofistas consideravam-se
detentores da sabedoria. Eles não ambicionam o conhecimento gratuito especulativo, mas cobram
para ensinar.

Os sofistas ensinam a arte de convencer, de expor, argumentar ou discutir, colocam em dúvida não só
a tradição, mas a existência de verdades e normas universalmente válidas. Para eles, não existe nem
verdade nem erro, e as normas — por serem humanas — são transitórias.

Para Protágoras (491/481 - ? a.C.), tudo é relativo ao sujeito, ao "homem, medida de todas as coisas”.
Aqui temos uma confirmação inconfundível do relativismo ou subjectivismo. Górgias, por sua vez,
sustenta que é impossível saber o que existe realmente e o que não existe.

II. Sócrates (470-399 a.C.)

Este compartilha o desprezo dos sofistas pelo conhecimento da natureza, bem como sua crítica da
tradição, mas rejeita o seu relativismo e o seu subjectivismo. 12

Para Sócrates, o saber fundamental é o saber a respeito do homem (daí a sua máxima: "conhece-te a
ti mesmo"): (1) é um conhecimento universalmente válido, contra o que sustentam os sofistas; (2) é,
antes de tudo, conhecimento moral; e (3) é um conhecimento prático (conhecer para agir rectamente).

A sua ética é conhecida como Ética racionalista pelas seguintes razões:

a) Uma concepção do bem (como felicidade da alma) e do bom (como o útil para a felicidade);
4. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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b) A tese da virtude (areté: capacidade radical e última do homem) como conhecimento, e do vício
como ignorância (quem age mal é porque ignora o bem; por conseguinte, ninguém faz o mal
voluntariamente)

c) A tese, de origem sofista, segundo a qual a virtude pode ser transmitida ou ensinada.

d) (1) é um conhecimento universalmente válido, contra o que sustentam os sofistas; (2) é, antes de
tudo, conhecimento moral; e (3) é um conhecimento prático (conhecer para agir rectamente).

e) A bondade, o conhecimento e a felicidade se entrelaçam estreitamente.

f) O homem age rectamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, não pode deixar de praticá-lo;
por outro lado, aspirando ao bem, sente-se dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz.

III. Platão (427-347 a.C.)

Foi discípulo de Sócrates. Para ele, a ética se relaciona intimamente com a filosofia política, e a polis é
o terreno da vida moral. A ética de Platão depende:

a) da sua concepção metafísica: dualismo do mundo sensível e do mundo das ideias permanentes,
eternas, perfeitas e imutáveis, que são a verdadeira realidade, e têm como cume a Ideia do Bem,
divindade, artífice ou demiurgo do mundo;

b) da sua doutrina da alma: princípio que anima ou move o homem. A alma consta de três partes:
razão, vontade ou ânimo e apetite. A razão que contempla e quer racionalmente é a parte superior, o
apetite, relacionado com as necessidades corporais, é a inferior.

Como o indivíduo por si só não pode aproximar-se da perfeição, torna-se necessária a presença do
Estado ou da Comunidade política; isto é, o homem é bom enquanto bom cidadão. A Ideia do ser
humano se realiza somente na comunidade. Por isso, a ética desemboca necessariamente na política.
O homem se forma espiritualmente somente no Estado e mediante a subordinação do indivíduo à
comunidade.

IV. Aristóteles (384-322 a.C.)

5. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Foi discípulo de Platão e fundador da sua própria escola, o Liceu, cujos discípulos eram chamados de
peripatéticos (de perípatos, que significa caminhar por), pois ele ensinava os seus discípulos caminhando.

Para Aristóteles, na continuidade do seu mestre Platão, o homem se forma espiritualmente somente
no Estado e mediante a subordinação do indivíduo à comunidade. O fim último do homem é a
felicidade (eudaimonia) e esta se realiza mediante a aquisição de certos modos constantes de agir (ou
hábitos) que são as virtudes. Estas não são atitudes inatas, mas modos de ser que se adquirem ou
conquistam pelo exercício e, já que o homem é ao mesmo tempo racional e irracional.

Existem duas classes das virtudes:

a) As virtudes intelectuais ou dianoéticas: que operam na parte racional do homem, isto é, na razão.

b) As virtudes práticas ou éticas: que operam naquilo que há nele de irracional, ou seja, nas suas paixões
e apetites, canalizando-as racionalmente.

Mas o que é virtude para Aristóteles? Para ele, a virtude consiste no termo médio (in medio virtus) entre
dois extremos (um excesso e um defeito). A virtude é um equilíbrio entre dois extremos instáveis e
igualmente prejudiciais.

Vício por deficiência VIRTUDE Vício por excesso

Temeridade CORAGEM Cobardia

Libertinagem TEMPERANÇA Insensibilidade

Esbanjamento SOBRIEDADE Avareza

Vulgaridade MAGNIFICÊNCIA Vileza

Vaidade RESPEITO PRÓPRIO Modéstia

Ambição PRUDÊNCIA Moleza

Fonte: Adaptado de Silva (1998, p. 131).

1.3.2. A ética na Idade Média: uma ética totalmente religiosa e cristã ou Teocêntrica

6. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Algumas premissas importantes

Quando o cristianismo nasce, por meio das perseguições, espalha-se em todo o império romano e em
todo o mundo grego. No séc. IV, Roma converte-se ao cristianismo e este torna-se a religião oficial
do Estado. Toda a cultura passa a se deixar transformar pela mensagem cristã. Assim, na Idade Média,
temos verdades reveladas a respeito de Deus, das relações do homem com o seu criador e do modo
de vida prático que o homem deve seguir para obter a salvação no outro mundo. Deus é concebido
como um ser pessoal, bom, omnisciente e todo-poderoso.

O ser humano tem seu fim último em Deus, que é o seu bem mais alto e o seu valor supremo. Deus
exige a sua obediência e a sujeição a seus mandamentos, que têm o carácter de imperativos supremos.

O que o homem é e o que deve fazer definem-se essencialmente não em relação com uma comunidade
humana (como a polis) ou com o universo inteiro, e sim, em relação a Deus. Todo o seu
comportamento — incluindo a moral — deve orientar-se para Ele como objectivo supremo. A
essência da felicidade (a beatitude) é a contemplação de Deus; o amor humano fica subordinado ao
divino; a ordem sobrenatural tem a primazia sobre a ordem natural humana.

As virtudes fundamentais são: a prudência, a fortaleza, a temperança e a justiça, que são as virtudes
morais em sentido próprio, e regulam as relações entre os homens.

As virtudes elevam o ser humano de uma ordem terrestre para uma ordem sobrenatural, na qual possa
viver uma vida plena, feliz e verdadeira, sem as imperfeições, as desigualdades e injustiças terrenas.
Todos os homens, sem distinção — homens e mulheres, escravos e livres, cultos e ignorantes —, são
iguais diante de Deus e são chamados a alcançar a perfeição e a justiça num mundo sobrenatural.

I. A ética em Santo Agostinho e em São Tomás

O cristianismo não é uma filosofia, mas uma religião (isto é, antes de tudo, uma fé e um dogma, um
encontro pessoal com alguém: Jesus). Ele faz-se filosofia na Idade Média para esclarecer e justificar,
lançando mão da razão, o domínio das verdades reveladas ou para abordar questões que derivam das
(ou surgem em relação com as) questões teológicas. Portanto, a filosofia é serva da teologia. A ética é
limitada pela sua índole religiosa e dogmática.

7. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Os principais representantes são: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1226-1274).
Agostinho defende a elevação ascética até Deus, que culmina no êxtase místico ou felicidade, que não
pode ser alcançada neste mundo. Ele sublinha o valor da experiência pessoal, da interioridade, da
vontade e do amor: “eu Te procurava fora de mim, mas Tu estavas dentro de mim”, “Deus é mais
íntimo do que o meu íntimo”.

Para Tomás, Deus é o bem objectivo ou fim supremo, cuja posse causa gozo ou felicidade, que é um
bem subjectivo. A contemplação (ou o conhecimento entendido como visão de Deus) é o meio mais
adequado para alcançar o fim último. Na sua doutrina político-social, Tomás atém-se à tese do homem
como ser social ou político, e, ao referir-se às diversas formas de governo, inclina-se para uma
monarquia moderada, ainda que considere que todo o poder derive de Deus e que o poder supremo
caiba à Igreja.

1.3.3. A ética na Idade Moderna: uma ética antropocêntrica

A ética moderna sucede à sociedade feudal da Idade Média e passa por mudanças em todas as ordens:

a) Económica: forças produtivas e relações capitalistas de produção;

b) Científica: constituição da ciência moderna (Galileu e Newton);

c) Social: nova classe social — a burguesia em contínua ascensão;

d) Política: revoluções (na Holanda, Inglaterra e França); Estados modernos, únicos e centralizados;

e) Atraso político e económico de outros países (como Alemanha e Itália), que somente no século
XIX conseguem realizar a sua unidade nacional;

f) Espiritual: a Igreja Católica perde a sua função de guia. Temos o movimento protestante e a reforma.

Há roptura em várias dimensões, como vem apresentado no quadro a seguir:

RAZÃO – FILOSOFIA ↔ FÉ – TEOLOGIA

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NATUREZA - CIÊNCIAS NATURAIS ↔ DEUS -PRESSUPOSTOS


TEOLÓGICOS

ESTADO ↔ IGREJA

HOMEM ↔ DEUS

O que a ética agora desenvolve principalmente é a preocupação com a autonomia moral do indivíduo. Este
indivíduo procura agir de acordo com a sua razão natural. O mundo medieval, baseado na autoridade
da "palavra divina revelada", já está longe. Os homens querem fundamentar o seu agir na natureza.
Assim temos o "direito natural", que contém uma ideia revolucionária em relação ao "direito divino
dos reis", do regime antigo.

Para Kant, a natureza humana é uma natureza racional, o que equivale a dizer que a natureza nos fez
livres, mas com isso não nos disse o que fazer, concretamente. Sendo o ser humano um ser natural,
mas naturalmente livre, isto é, destinado pela natureza à liberdade, ele deve desenvolver esta liberdade
através da mediação de sua capacidade racional.

Kant (1724-1804) é tido como o expoente máximo do iluminismo alemão. As suas principais obras
ligadas à ética são: Fundamentação da metafísica dos costumes (1785) e Crítica da razão prática (1788).

Ele toma como ponto de partida o factum da moralidade. De facto, é um facto indiscutível que o
homem se sente responsável pelos seus actos e tem consciência do seu dever. Esta consciência obriga
a supor que o homem é livre.

O problema da moralidade exige que se proponha a questão do fundamento da bondade dos actos,
ou em que consiste o bom. E o único bom em si mesmo é a boa vontade. A bondade de uma acção
não se deve procurar em si mesma, mas na vontade com que se fez. É boa a vontade que age por puro
respeito ao dever, sem razões outras a não ser o cumprimento do dever ou a sujeição à lei moral. O
mandamento ou dever que deve ser cumprido é incondicionado e absoluto.

O que a boa vontade ordena é universal por sua forma e não tem um conteúdo concreto: refere-se a
todos os homens em todo o tempo e em todas as circunstâncias e condições. Daí o imperativo
categórico de Kant: “Age de tal modo que possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”.

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Se o homem age por puro respeito ao dever e não obedece a outra lei a não ser a que lhe dita a sua
consciência moral, é legislador de si mesmo, autónomo. Por isso, tomar o homem como meio é
profundamente imoral, porque todos os homens são fins em si mesmos e, como tais — isto é, como
pessoas morais —, formam parte do mundo da liberdade ou do reino dos fins.

Por ser puramente formal, tem de postular um dever para todos os homens, independentemente da sua
situação social e seja qual for o seu conteúdo concreto. Por ser autónoma, aparece como a culminação
da tendência antropocêntrica iniciada no Renascimento, em oposição à ética medieval.

Por conceber o comportamento moral como pertencente a um sujeito autónomo e livre, activo e
criador, Kant é o ponto de partida de uma filosofia e de uma ética na qual o homem se define antes
de tudo como ser activo, produtor ou criador.

A função do ethos é promover a excelência moral, ou seja, a prática das virtudes (areté). E o exercício
das virtudes tem como fim último a felicidade (a vida boa, a vida virtuosa).

A ética trata do comportamento do ser humano, da relação entre sua vontade e a obrigação de seguir
uma norma, do que é o bem e de onde vem o mal, do que é certo e errado, da liberdade e da
necessidade de respeitar o próximo. Ela se impõe como a condição fundamental de possibilidade para
a prática das virtudes e o exercício da cidadania.

A ética também diz respeito ao saber científico específico que caminha em direcção ao bom. O ético
expressa uma qualidade ou uma dimensão da realidade humana em relação à responsabilidade das
pessoas. O ético é o que revela bom carácter, boa conduta, ao passo que o antiético é o oposto, ou
seja, o que manifesta conduta duvidosa, uma conduta que deixa muito a desejar.

Na Grécia, o homem aparece no centro da política, da ciência, da arte e da moral, uma vez que para
sua cultura até os deuses eram humanos com seus defeitos e qualidades.

1.4. Características da ética

Estas anotações de síntese levam-nos à reflexão das características da ética. De facto, como resultado
da análise do universo moral, surgem diversas características próprias deste fenómeno. Das várias, e

10. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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inspirados no manual de Ética geral: apontamentos, vamos apresentar sete, que achamos serem
principais.

I. A ética é irredutivelmente diferente

Ainda que confundível e, de facto, frequentemente confundido com outras realidades, o moral é
essencialmente diferente e não redutível a elas. O que se verifica nomeadamente com relação aos
imperativos ou normas sociais, religiosas, jurídicas, etc. As diversas tentativas ‘redutoras’ do moral –
como a psicanalítica, a teoria emotiva, a da escola sociológica, etc., – revelam-se insustentáveis,
cometendo frequentemente o paralogismo que consiste em passar indevidamente do que se refere à
génese psicológica para o que diz respeito à essência ou natureza da realidade em estudo. Laissone,
Augusto e Matimbiri (2017) concebem como principais características as seguintes:

II. A ética é relativa à liberdade

O bem ou o mal moral só se consideram existentes, propriamente falando, nos actos livres; só são
atribuídos às pessoas que agem (ou são supostas a agir) livre e responsavelmente. Por outras palavras,
a moralidade é universalmente percebida como implicando essencialmente a liberdade. O valor moral
apresenta-se como o valor próprio do agir livre e do agente livre.

III. A ética é “pessoal”

Formulando de outro modo o acima dito: é convicção universal que a moralidade não se verifica em
qualquer acto realizado por um ser humano, mas apenas naqueles de que este é verdadeiro autor, que
pode chamar verdadeiramente ‘seus’ e pelos quais é, por isso mesmo, responsável. Tais actos,
verdadeiramente ‘pessoais’, são os que, em terminologia escolásticas (também adoptada pelos autores
não escolásticos) se designa por actos humanos, por contraposição aos actos ditos simplesmente do homem
(mas não da pessoa).

IV. A ética é “humana”

O valor moral está assim ligado ao que no ser humano é mais ‘seu’, mais pessoal, mais humano. Este
carácter eminentemente humano do moral patenteia-se eloquentemente no facto conhecido da
linguagem comum, que reserva o sentido moral aos adjectivos bom/mau quando usados sem qualquer

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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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especificação: dizer de alguém que é bom, sem mais, equivale a dizer que é moralmente bom. O que
sugere que o valor do ser humano como ser humano, está ligado ao que ele vale moralmente.

O valor moral é universalmente humano: coextensivo a todos os sectores da existência humana e a todos
os indivíduos humanos. Isto significa duas coisas:

a) O valor próprio do ser humano enquanto ser humano (o valor moral) não se refere apenas a um
determinado sector ou sectores da vida humana, mas estende-se a todos (individual, familiar,
profissional, económico, etc.). A moralidade penetra toda a vida humana, desde que aí esteja implicada a
liberdade.

b) O mundo moral estende-se a todos os seres humanos, a todos os seres que partilham a mesma ‘natureza’
que os faz seres humanos. E isto em nada contradiz, antes pelo contrário, a diversidade individual e
as variações históricas entre os homens.

V. A ética é relativa a normas

Como se verifica em todas as avaliações, também a atribuição de valor moral aos actos humanos e
seus autores é feita mediante a sua confrontação (implícita ou explícita) com as normas que se julga
deverem reger a conduta humana. Nisto consiste precisamente o “emitir um juízo de valor”, afirmar a
conformidade ou não entre o que ‘é’ e o que ‘devia ser’.

VI. A ética é incondicional

A normatividade moral é geralmente concebida – pelo facto de que é experimentada desta forma por
cada um – como possuindo um carácter de irrecusabilidade, graças à qual o ser humano, mesmo
tornando-se capaz de a desrespeitar, não tem a possibilidade de a anular. Portanto, a exigência moral
apresenta-se como incondicional, absoluta e categórica, ou seja, nem ‘hipotética’, nem ‘disjuntiva’. Tudo isto
aparece mais claramente, embora não exclusivamente, nos casos em que o valor moral se apresenta
como obrigatório, como dever.

VII. A ética é transcendente

O carácter incondicional ou absoluto de que aparece revestido o valor moral faz com que ela surja
como superior a todos os outros (com a excepção, até certo ponto, do valor religioso, o qual está de
12. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
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a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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resto intimamente ligado a ele), preferível a qualquer outro, não sacrificável perante nenhum, inegociável.
Isto faz com que, em vez de se apresentar como um valor para o ser humano, parece que, pelo contrário,
é o ser humano que para ele está orientado e a ele submetido. E esta é uma questão fundamental e decisiva,
em cuja elucidação culmina a tarefa da filosofia moral.

1.5. Tipologia da ética

Existem vários tipos de ética. Dentre eles podemos destacar os seguintes:

a) Ética filosófica: reflecte sobre o significado do ser ético. A questão fundamental que se coloca aqui
é, “o que significa ser ético?”

b) Ética religiosa: faz o confronto entre a ética e a religião e vice-versa.

c) A ética cristã: reflecte sobre o agir cristão. Reflecte sobre a identidade ou originalidade cristã.

d) Ética social: reflecte sobre o agir da sociedade, o ordenamento das instituições sociais, e se
correspondem aos padrões éticos.

e) Ética sexual: reflecte sobre os aspectos da ética que dizem respeito a questões da sexualidade
humana, incluindo o comportamento sexual humano. Em termos gerais, a ética sexual diz respeito à
conduta humana em relação a questões de consentimento, das relações sexuais antes do casamento
ou quando casado (tais como a fidelidade conjugal, sexo antes do casamento e sexo fora do
casamento).

f) Ética económica: reflecte sobre o agir económico, o bom andamento ou funcionamento da


economia.

g) Ética política: reflecte sobre a conduta e o agir político.

h) Ética profissional: reflecte sobre o agir deontológico (deveres) e diciológico (direitos) na profissão
(Laissone, Augusto & Matimbiri, 2017).

1.6. Ética e Moral

13. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
Ficha de Apoio e Questões 1 Facilitador: Quentino A. RAZÃO

Como foi afirmado acima, ética provém do grego ethos e significa costumes, bem como “carácter” e
“modo de ser”. A palavra moral, porém, provém do latim mos ou mores e também significa costume
ou costumes, no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito, (Vázquez, 1978, p.
14). Por esta feliz coincidência etimológica e conceptual, estudiosos há, que preferem afirmar que a
ética e a moral são a mesma coisa, visto que todas dizem respeito aos costumes e ambas tratam das
questões teóricas bem como práticas do agir humano. Outros estudiosos vão mais longe separando
uma da outra. Esses últimos se agarram aos argumentos de que, enquanto a moral estuda os costumes
contextualizados, a ética julga a moral distinguindo o bem do mal.

A presente reflexão irá na linha do segundo grupo dos estudiosos, aqueles que distinguem a moral da
ética. Neste sentido, partindo da etimologia das duas palavras, tem-se o seguinte: a moral é o conjunto
de regras, princípios e valores que determinam a conduta do indivíduo, enquanto a ética é o
instrumento fundamental para a instauração de um viver em conjunto, a base para a construção do
mundo sociopolítico, condição necessária para a sobrevivência da espécie humana.

Eis então as diferenças fundamentais entre a ética e a moral:

Ética (Pressão interna)

a) Disciplina filosófica – pensamento crítico.

b) Revelação de valores que norteiam o dever-ser dos humanos consciente de si.

c) Conjunto de juízos valorativos manifestados livremente na acção individual de cada um.

d) Reflexão construída e reconstruída incessantemente

e) Expressão do ser humano como exigência radical

f) Disposição permanente para agir de acordo as próprias exigências.

Moral (Pressão externa)

a) Limita-se ao estudo dos costumes e da variante das relações.

b) Conjunto de regras que se impõem às pessoas

14. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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c) Impulso que move o grupo

d) Acção colectiva que tende a agir de determinada maneira

e) Comportamentos automatizados

f) Receio de reprovação social

g) Cumprimento sem questionamento

h) Consolidação de práticas e costumes.

Enquanto a moral tem uma base histórica, o estatuto da ética é teórico, corresponde a uma
generalidade abstracta e formal. A ética estuda a moral e as moralidades, analisa as escolhas que os
agentes fazem em situações concretas, verifica se as opções se conformam aos padrões sociais.

1.7. Importâncias De Ética

Porquê ética para os gestores (financeiros e bancários, empresariais, de recursos humanos e


administradores públicos), contabilistas e auditores?

A formalização Ética permite guiar e controlar comportamentos a fim de manter a coesão na empresa,
a formalização permite pôr a claro as situações em que o indivíduo pode ser levado a ter reacções
contrárias ao interesse da empresa. Deste modo, trata-se, para a empresa de proteger-se contra os
comportamentos desonestos e oportunistas. De acordo com Mercier (2003:17):

“A Ética formalizada é vista, pois, como um modelo de comportamento: toda a organização humana
assente em relações entre pessoas é levado a estabelecer uma regra de jogo que fixa as normas
fundamentais do seu funcionamento. A formalização constitui, pois, um meio de regulação. A empresa
procura suscitar a adesão e a entrega dos seus colaboradores e, portanto, instaurar estabilidade e
previsibilidade nos seus comportamentos”.

Esta questão nos levanta diversas respostas importantes e pertinentes.

Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que
deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão.

15. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Seria a acção “reguladora” da ética agindo no desempenho das profissões, fazendo com que o
profissional respeite seu semelhante quando no exercício da sua profissão.

Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos nos referindo ao caráter
normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e códigos
específicos.

Ora vejamos, temos a ética médica, do advogado, do biólogo, do engenheiro, do pastor/ padre, do
gestor/ administração, do contabilista/ auditor, entre outras áreas onde agente actua como
profissional.

Assim, existe a ética para os contabilistas/ auditores por se perceber que esta é também uma camada
profissional, assim como todos outros campos que exemplificamos.

Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões muito relevantes que
ultrapassam o campo profissional em si.

Questões como o aborto, pena de morte, eutanásia, desvios de fundos, por exemplo, são questões
morais que se apresentam como problemas éticos, porque pedem uma reflexão profunda, e, um
profissional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador, um
“filósofo da ciência”, ou seja, da profissão pensador, da profissão que exerce.

Desta forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer actividade profissional humana. Sendo
a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na vida profissional, porque
cada profissional tem responsabilidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas
que dela se beneficiam.

A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão
interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para
exercer bem a sua profissão.

O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho
de sua profissão, atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.

16. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano,
por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela
Ética: “o que é” o homem e “para que vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar
em conexão com os princípios essenciais da Ética (Motta, 1984, p. 69).

Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objeto de referências de muitos estudiosos,
a de defender, em primeiro lugar, seus interesses primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando
esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem seríssimos problemas.

O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da comunidade. Se o
trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro lado, nos serviços
realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, de terceiros,
dentro de vasto raio de ação, com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do
mesmo. Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de
grupo. Fascinado pela preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua
comunidade e muito menos com a sociedade.

Para ilustrar essa questão, citaremos um caso, muito conhecido, porém de autor anônimo. Dizem que
um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou, então, em uma obra
e começou a indagar.

Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este respondeu que procurava ganhar seu salário; ao
segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta de que ele preenchia seu tempo; finalmente, sempre
repetindo a pergunta, encontrou um que lhe disse: "Estou construindo uma catedral para a minha
cidade".

A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em face do trabalho, como instrumento
do bem comum. Como se pode ver, a ética dentro das empresas, nós como profissionais nos leva a
nos ligarmos ao valores mais profundos da vida e do nosso ser como pessoas acima de tudo, depois
dignos de trabalhar (como profissionais).

Como o número dos que trabalham, todavia, visando primordialmente ao rendimento, é grande, as
classes procuram defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o de seus conceitos,

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exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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tutelando o trabalho e zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços. Isto
porque ficam vulneráveis ao individualismo.

A consciência de grupo tem surgido, então, quase sempre, mais por interesse de defesa do que por
altruísmo. Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se não se regular e tutelar a conduta, o
individualismo pode transformar a vida dos profissionais em reciprocidade de agressão.

Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento de preços, propaganda enganosa, calúnias,
difamações, tramas, tudo na ânsia de ganhar tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair clientela e
oportunidades do colega, reduzindo a concorrência. Igualmente, para maiores lucros, pode estar o
indivíduo tentado a práticas viciosas, mas rentáveis.

Em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de sigilo, ameaças de revelação de segredos
dos negócios, simulação de pagamentos de impostos não recolhidos, etc. Para dar espaço a ambições
de poder, podem ser armadas tramas contra instituições de classe, com denúncias falsas pela imprensa
para ganhar eleições, ataque a nomes de líderes impolutos para ganhar prestígio, etc.

Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente livres, podem cometer muitos
desatinos, pois muitas são as variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros.

A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da exigência de uma ética, imposta através dos
conselhos profissionais e de agremiações classistas. As normas devem ser condizentes com as diversas
formas de prestar o serviço de organizar o profissional para esse fim.

O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número expressivo de pessoas e até, através delas,
influenciar o destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas,
preocupadas apenas com seus lucros.

Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os interesses de uma classe,
de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas em
princípios de virtude.

Como as porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude. Como as atitudes virtuosas
podem garantir o bem comum, a Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral.

18. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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É algo que fortalece a autoestima de cada pessoa. Só pessoas que tenham autoestima e um sentimento
de poder próprio são capazes de assumir responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida,
alcançando metas sobre as quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade
real, de maneira consciente.

As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar
significado em suas vidas. Seu comportamento é regido pelas recompensas e sanções de outras pessoas
- chefes e pares [...]. Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de equipas.

A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Um funcionário
leal se alegra quando a organização ou seu departamento é bem-sucedido, defende a organização,
tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala
positivamente sobre ela e a defende contra críticas.fala positivamente sobre ela e a defende contra
críticas.

Lealdade não quer dizer necessariamente fazer o que a pessoa ou organização à qual você quer ser fiel
quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de obediência cega. Lealdade significa fazer críticas
construtivas, mas as manter dentro do âmbito da organização. Significa agir com a convicção de que
seu comportamento vai promover os legítimos interesses da organização.

Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá prejudicar a
significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização, a equipe de
funcionários.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa, capaz de
colocá-las em movimento. Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa ao
mesmo tempo, demonstrar lealdade pela mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em
um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto no
interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por sua
complementação e implementação.

Está relacionada com a confiança que nos é depositada, com a responsabilidade perante o bem de
terceiros e a manutenção de seus direitos. É muito fácil encontrar a falta de muito fácil encontrar a

19. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
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a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, pelo
enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a confiança coletiva de uma
coletividade.

Já Aristóteles (1992, p.75) em sua “Ética a Nicômanos” analisava a questão da honestidade. Outras
pessoas se excedem no sentido de obter no sentido de obter qualquer coisa e de qualquer fonte -por
exemplo os que fazem negócios sórdidos, os cafetões e demais pessoas desse tipo, bem como os
agiotas, que emprestam pequenas importâncias a juros altos.

Todas as pessoas desonestas obtêm mais do que merecem e de fontes erradas. O que há de comum
entre elas é obviamente uma ganância sórdida, e todas carregam um aviltante por causa do ganho -de
um pequeno ganho, aliás.

Com efeito, aquelas pessoas que ganham muito em fontes erradas, e cujos ganhos não são justos -por
exemplo, os tiranos quando saqueiam cidades e roubam templos, não são chamados de avarentos, mas
de maus, ímpios e injustos, avarentos, mas de maus, ímpios e injustos.

São inúmeros os exemplos de falta de honestidade no exercício de uma profissão:

um psicanalista, abusando de sua profissão ao induzir um paciente a cometer adultério, está sendo
desonesto; um contabilista que, para conseguir um contabilista que, para conseguir aumentos de
honorários, retém os livros de um comerciante, está sendo desonesto;

Honestidade é a primeira virtude no campo profissional. É um princípio que não admite relatividade,
tolerância ou interpretações circunstanciais.

O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve ser desenvolvido na formação
de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que
nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.

Revelar detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos locais de trabalho, em geral, nada interessa a
terceiros e ainda existe o agravante de que existe o agravante de que planos e projetos de uma empresa
ainda não colocados em prática possam ser copiados e colocados no mercado pela concorrência antes
que a empresa que os concebeu tenha tido oportunidade de lançá-los.

20. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
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a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Documentos, registros contábeis, planos de marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais, dentre
outros, devem ser mantidos em sigilo e sua revelação pode representar sérios problemas para a
empresa ou para os clientes do profissional.

Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma adequada e


persistente a um trabalho ou profissão.

“A função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom citarista é tocá-la bem” (Aristóteles, p.24). É
de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área de actuação.

Recursos humanos devem ser incentivados a buscar sua competência e maestria através do
aprimoramento contínuo de suas habilidades e conhecimentos.

O conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas tecnologicas, das técnicas e práticas
profissionais é pré-requisito para a prestação de serviços de boa qualidade.

Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por determinada tarefa, mas é
necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços quando não se tem a devida capacitação
para executá-la.

Pacientes que morrem ou ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas pela
incompetência de advogados, prédios que advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em
engenharia, são apenas alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da competência.

Todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança. A prudência, fazendo com que o
profissional analise situações complexas e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e
minuciosa, contribui para a maior segurança, principalmente das decisões a serem tomadas. É uma
virtude indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as
lutas ou discussões inúteis.

Todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa
alguma, torna-se um covarde” (Aristóteles, p.37). A coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando
injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Nos ajuda a não ter

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a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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medo de defender a verdade e a justiça, principalmente medo de defender a verdade e a justiça,


principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem comum.

Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e importantes, para importantes, para a
eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes ou
colegas.

Qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo trabalho está sujeito a incompreensões,
insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem
entregar-se a decepções ou mágoas.

Qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceite pelos que dele dependem, em termos
de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento importante no
relacionamento profissional.

É bom, porém, não confundir compreensão com fraqueza, para que o profissional não se deixe levar
por opiniões ou atitudes, nem sempre, válidas para eficiência do seu trabalho, para que não se percam
os verdadeiros objetivos a serem alcançados pela profissão.

Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudência. A compreensão que
se traduz, que se traduz, principalmente em calor humano pode realizar muito em benefício de uma
atividade profissional, dependendo de ser conveniente mente dosada.

Representa a auto-análise que todo profissional deve praticar em função de sua atividade profissional,
a fim de reconhecer melhor suas limitações, buscando a

O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade e que o bom
senso e a inteligência são colaboração de outros profissionais mais capazes, se tiver esta necessidade,
dispor-se a aprender coisas novas, numa busca constante de aperfeiçoamento.

Inteligências são propriedade de um grande número de pessoas.

Qualidade que carece de melhor interpretação, dada a sua importância, pois muitos a confundem com
subserviência, dependência. Quase sempre lhe é atribuído um sentido depreciativo. Como exemplo,

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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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ouve-se frequentemente, a respeito determinadas pessoas, frases com estas: Fulano é muito humilde,
coitado! Muito simples! Coitado! Muito simples!

Em fim. Na área de contabilidade exercida como profissão precisa de alguns subsidies que ajudam no
amadurecimento e aperfeiçoamento das consciências destes profissionais, que eles tenha a capacidade
analítica e crítica dos seus direitos e deveres enquanto profissionais.

Que o se ser comportamental não se reduza apenas no cumprimento fiel e cego das normas.

Resumo de importância de Ética e Deontologia profissional para os contabilistas

1. Leva ao profissional a se comprometer com os valores mais duradouros;


2. Fixa os deveres e responsabilidades necessários partindo dum determinado ambiente laboral,
tendo em conta visões e perspectivas organizacionais;
3. Constituem um código de conduta dum profissional;
4. Garante a segurança da sociedade (organização) e defesa para o próprio profissional, inerente
as exigências que lhes são sugeridas;
5. Garante o exercício livre e responsável de qualquer funcionário merecedor de confiança;
6. Visa a promoção do homem (profissional);
7. Facilita o alcance das metas organizacionais e pessoais, pois a vida antiética, as suas
consequências são muito caros, com custos elevados e com perdas.

2. RELAÇÕES INTERPESSOAIS E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.

Ética profissional: concepção e limites do cógigo ético versus Qualidade de Vida no Trabalho.

 Em tempos primórdios, perderam-se os valores humanos privilegiando apenas avanços


tecnológicos, produtividades, crescimento económico – promoveu acidentes e doenças
profissionais que poderiam ser evitados com um pouco de cuidado, descontentamento da
massa laboral, falta de motivação ao trabalho. Dai, a necessidade de código de conduta (ética)
nas organizações.

23. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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 Cientistas sociais, sindicatos os empregadores perceberam que a QVT poderia influenciar em


grande medida na produtividade empresarial e nos rendimentos da massa laboral tanto de
forma individual como em colectividades.

Como ideia final: Profissional motivado e feliz produz mais e melhor

Com a consciência da motivação e produtividade, passou-se a promover saúde e bem-estar


ocupacional.

QVT – conjunto de práticas adoptadas para melhorar ambientes de trabalho e alavancar a


produtividade empresarial pela motivação do funcionário.

É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos
conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Vá e
busque o conhecimento.

Muitos processos administrativos e jurídicos no âmbito da quebra da disciplina ética profissional nos
conselhos profissionais acontecem por desconhecimento da própria ética profissional e negligência
com os valores éticos e morais.

Quais sejam: Competência como: aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade,


privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas
maneiras, relações interpessoais verdadeiras, responsabilidade, confiança e outras formam
composições para um comportamento eticamente adequado.

Para que tudo isso aconteça nas empresas, torna-se pertinente a existência do Código de Conduta.

2.1. Código de Conduta empresarial: sua elaboração.

A função principal de um código de ética é começar pela definição dos princípios que o fundamentam
e se articula em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres.

Ao definir direitos, o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu grupo.

24. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
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a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Ao definir deveres, abre o grupo à universalidade. A definição de deveres deve ser tal, que por seu
cumprimento, cada membro daquele grupo social realize o ideal de ser humano. O processo de
produção de um código de ética deve ser por si só um exercício de ética.

Caso contrário, nunca passará de um simples código moral defensivo de uma corporação. A
formulação de um código de ética precisa, pois, envolver intencionalmente todos os membros do
grupo social que ele abrangerá e representará. Isso exige um sistema ou processo de elaboração de
baixo para cima, do diverso ao unitário, construindo-se consensos progressivos, de tal modo que o
resultado final seja reconhecido como representativo de todas as disposições morais e éticas do grupo.

A elaboração de um código de ética, portanto, realiza-se como um processo ao mesmo tempo


educativo no interior do próprio grupo. Deve resultar num produto tal, que cumpra ele também uma
função educativa e de cidadania diante dos demais grupos sociais e de todos os cidadãos.

Exemplo:

PROPOSTA DE CONTEÚDOS PARA A ELABORAÇÃO DO CÓDIGO DE


ÉTICA DEVE SE TER EM CONTA OS ASPESTOS ABAIXO:

Missão e visão da organização.

Princípios e valores da organização

Políticas

Princípios éticos nos relacionamentos:

Relações com os colaboradores.

Relações com os acionistas

Relações com os clientes.

Relações com os fornecedores.

Relações com o setor público

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a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Relações com a concorrência.

Relações com a comunidade

Relações com a mídia.

Relações com os prestadores de serviços.

Gestão de sustentabilidade.

Normas e padrões de comportamento da empresa e de seus colaboradores.

Canais específicos para informar alguma desconformidade ao código (Consta


endereço eletrônico, telefone etc.).

Fonte: (Andrade, 2011, p. 12).

A proposta acima tem a intenção de auxiliar a organização na definição dos itens que comporão o
código de ética. O modelo fornece parâmetros para a elaboração do instrumento de acordo com as
suas necessidades.

Cada organização deve definir como será o seu código a partir das suas especificidades e de sua
cultura dando oportunidade para participação efetiva e construção de canais de diálogo que auxiliarão
no processo de implantação e gestão da ética.

O código de ética também pode ser mais um instrumento para demonstrar o poder perante os
funcionários, ou uma alternativa para a busca de novos caminhos para a organização a partir de uma
construção coletiva de diálogo e de participação. Defende-se esta postura da organização.

2.1.1. Código De Conduta X Código De Ética

Segundo Daineze (2003) citado por Mizoguti e Pereira (s.d.) afirma que “a diferença entre um Código
de Conduta e o Código de ética empresarial está na forma em como a organização expressa as suas
expectativas e compromissos em relação a cada público com quem relaciona”, onde o CE
empresarial corresponderia ao conjunto de valores que orienta os indivíduos em como “deveriam”

26. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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agir. Já os CC empresariais representariam uma lista de prescrições relacionadas às penalidades com


as violações, dizendo, portanto em como os indivíduos “devem” agir.

Porém, alguns autores consideram como sendo semelhantes como descreve Srour (2008) citado em
Mizoguti e Pereira (s.d.) avança que “os códigos morais como sendo costumeiramente denominados
códigos de ética ou códigos de conduta”, sendo que a discussão levantada é a confusão entre as
questões de ordem administrativas e de ordem moral, a qual estaria relacionada ao levantamento
feito, anteriormente, pela autora Daineze.

Outra questão levantada pela autora Daineze (2003) sobre as diferenças entre os códigos de conduta
e ética, está diretamente relacionada à escolha, ou seja, sem liberdade para escolher, não se pode
discutir sobre ética e sim falar em lei, portanto no código de conduta.

O Instituto ETHOS de Empresas e Responsabilidade Social, uma organização não-governamental


cuja missão é mobilizar e ajudar as empresas e gerir seus negócios de forma socialmente responsável,
define o Código de Ética como sendo um instrumento de realização da visão e missão da organização
que orienta suas ações e explicita sua postura social a todos com quem mantém relações.

Complementada essa ideia, segundo Arruda e Whitaker (2003) o CE é um recurso para a realização
dos princípios, visão e missão da empresa. De acordo com Chiavenato (2003) a ética influencia todas
as decisões dentro da organização, sendo assim, muitas empresas têm em seu Código de Ética como
uma declaração formal para orientar e guiar o comportamento de seus parceiros.

Filho (2002) complementa que o profissional ao orientar-se pelo CE, auxilia nas dúvidas sobre
procedimento e decisões, encontrando amparo legal e legitimidade em suas ações. Inteirando essa
idéia, no contexto organizacional estão, diretamente, envolvidos diversos actores, denominados
stakeholders que englobam os acionistas ou proprietários, empregados, clientes, fornecedores,
governantes e a comunidade em que está inserida.

Dessa forma, o Código de Ética deve regular as relações dos empregados entre si e com os stakeholders
(Arruda et al.. 2001 citado por Sanches, 2006). Já Bateman e Snell (1998) definem o Código de
Conduta como sendo um sinal visível do possível compromisso empresarial com o comportamento
ético, porém, muitas das vezes, essas declarações são apenas demonstrativas, mas quando

27. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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implementadas, podem mudar o clima ético de uma empresa para melhor, estimulando o
comportamento ético empresarial.

2.1.2. Formas de implementação do CC.

Complementando essa ideia, segundo Chiavenato (2003) para um Código de Ética estimular decisões
e comportamentos éticos são necessárias duas providências:

• As organizações devem comunicar o seu Código de Ética a todos os seus parceiros.

• As organizações devem cobrar continuamente comportamentos éticos de seus parceiros, pelo


respeito a seus valores básicos ou adotando práticas transparentes de negócios.

2.1.3. Vantagens do uso de CC/ CE

Em relação às vantagens da implantação de um código de ética nas empresas, Humberg (2005)


descreve:

• Atração e retenção dos melhores profissionais;


• Redução de fraudes;
• Maior confiabilidade dos clientes, consumidores ou usuários, fornecedores e demais
parceiros;
• Mais facilidade de acesso a recursos;
• Melhor aceitação social.

Já os fracassos da implementação de um código moral, lembrando que Srour (2008) engloba como
código moral os códigos de conduta e ética, se devem, segundo o autor a fatores como:

• Conteúdo - confusão do código com políticas disciplinares, de caráter legalista e impositivo;

• Forma - o código moral assume a forma de sermão que exalta a virtude e deixa de analisar os
interesses e sua complexidade;

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exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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• Formato - apresentação de forma sucinto e genérico que exige muita maturidade pessoal e
profissional ou muito extenso e explicativo que torna difícil sua leitura e assimilação.

Dentro da discussão sobre a similaridade e diferenças entre os códigos de conduta e códigos éticos,
pode-se levantar uma questão contraditória dentro do tema, no sentido de que, se existe um código
de conduta como modelo de comportamento, qual a necessidade da ética como reflexão.

Porém, a questão em si já é uma reflexão ética e que, portanto, o código atua como parâmetro que
merece reflexão com base nos valores e princípios, buscando, assim, o melhor caminho a seguir
(Faria, 2006).

Srour (2008) descreve outra questão contraditória sobre a formação dos códigos morais,
descrevendo dentro de uma concepção legalista dos códigos de conduta moral, forma essa,
atualmente dominante, através da teoria ética da convicção, onde os agentes cumpriam as prescrições
imperativas que lhe eram recomendadas, sendo que nessa teoria, a lógica seria consiste em cumprir
voluntariamente deveres e imperativos morais, mas que acabava sendo confundido com uma
abordagem político-jurídico cujas normas eram impostas como obrigações legais e sanções
disciplinares.

Essa forma dominante do código moral é apresentada por Alonso et al. (2006) que descreve o poder
punitivo do código de conduta, ou seja, o Código de Conduta deve procurar especificar as infrações
previsíveis e as sanções correspondentes a cada uma delas, devendo, portanto seguir o modelo dos
códigos penais. Para isso, deve-se estabelecer, primeiramente, o que consiste delito, para finalmente,
estabelecer à pena.

Porém, Srour (2008) descreve outra forma de conceber um código moral que se enquadra na teoria
da responsabilidade, onde as normas padronizam orientações que derivam de análises situacionais e
correspondem a recomendações a adequabilidade à causa e fundamentação.

Através dos conceitos expostos pelos autores, pode-se visualizar que o código de conduta devido ao
seu caráter normativo atua em complemento ao código de Ética que fornece os valores a serem
seguidos pelos colaboradores, ou seja, o instrumento que disciplina o código de ética é o código de
conduta, por exemplo, muito comuns em profissões como Medicina e Direito.

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exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Portanto os Códigos de Ética ou Códigos de Conduta devem ser cuidadosamente escritos e


adaptados às filosofias de empresas individuais (Bateman e Snell, 1998). Essa particularidade em
relação aos códigos torna quase impossível que um possa ser aplicado por uma organização que não
o desenvolveu. Pois, para definir sua ética, sua forma de ser e atuar no mercado, cada empresa precisa
saber o que deseja fazer e o que espera de cada um dos seus colaboradores (ETHOS) citado por
(Mizoguti & Pereira, s.d.).

Sumariamente, a formulação dum código de conduta exige um sistema ou processo de elaboração


de baixo para cima, do diverso ao unitário, construindo-se consensos progressivos, para que o
resultado final seja reconhecido como representativo de todos os princípios morais e éticas do grupo.

Os GRH podem promover políticas para elevação da QVT, algumas técnicas, Desenvolvimento de
capacidade, Integração social e interna, Respeito à legislação – liberdade de expressão, privacidade e imparcialidade,
Saúde e segurança no trabalho.

2.1.4. Quais são os limites de um código de ética?

Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria ter força simbólica para tal.
Embora um código de ética possa prever sanções para os descumprimentos de seus dispositivos, estas
dependerão sempre da existência de uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela
limitado.

Por essa limitação, o código de ética é um instrumento frágil de regulação dos comportamentos de
seus membros. Essa regulação só será ética quando o código de ética for uma convicção que venha
do íntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade do processo de elaboração do código de ética,
para que ele tenha a força da legitimidade.

Quanto mais democrático e participativo é esse processo, maiores serão as chances de identificação
dos membros do grupo com seu código de ética e, em consequência, maiores as chances de sua
eficácia.

Em suma.

Grandes limitações de código de ética são:

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exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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 Código de ética não tem força jurídica, mas simbólica;


 E, código de ética não pode ser uma imposição.

Objectivo e tipos de competências do Código de Conduta ético

O Principal objectivo de Código de Conduta é influenciar no profissional a autorregulação/


autodeterminação das suas actividades, antes que a legislação laboral nos regule, visando que cada
acção desenvolvida na área laboral esteja em conformidade aos regulamentos da empresa concorrendo
sempre para o bem-estar de todos intervenientes.

A elaboração de um código de ética torna-se num processo educativo no interior do próprio grupo,
uma função educativa e de cidadania diante dos demais grupos de trabalho e dos demais grupos sociais.

Qualquer regulamento só será ético se for uma convicção que venha do íntimo dos elementos
integrantes do grupo e não contra o certo segundo a sociedade como um todo.

A convicção aumenta a responsabilidade do processo e legitimidade. Quanto mais democrático e


participativo o processo for maiores as possibilidades de identificação dos membros do grupo com o
respectivo código de conduta e maior eficácia deste.

Pressuposto - toda actividade profissional é sujeita à norma moral, a deontologia profissional elabora
sistematicamente os ideais e as normas que devem orientar a actividade profissional que deve ter o
esquema básico de conduta profissional.

Na área da profissão a deontologia inter profissional terá como norma fundamental – zelar, com
competência profissional e honestidade, pelo bom nome ou reputação da profissão exercida.

A reputação da profissão não deve ser procurada por si mesma ou a qualquer preço, mas deve ser
consequência natural dos valores e princípios éticos dos membros de uma organização,
comprometidos com o bem comum social segundo as actividades laborais que a profissão
proporciona.

Na relação com os pares ou colegas de profissão, a norma fundamental será cultura de lealdade e
solidariedade profissionais evitando críticas levianas, competição e concorrência desleal, sem

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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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acobertamento de qualquer acção dos colegas, sem nunca ferir a verdade, a justiça ou a moral, fugindo
de toda “máfia, de pactos de silêncio e de sociedades secretas”, pois não são necessárias.

Pois, temos que ter a consciência de que a currupção repetida várias vezes torna-se um vício pessoal
e lentamente vicia a própria empresa.

Actualmente todas empresas possuem um código de ética e se não o possuem, deviam o possuir, pois
este código incentiva a cada funcionário inserido numa organização a trabalhar com honestidade,
responsabilidade pelo seu trabalho, respeito pelos seus colegas de trabalho e pela alta administração
da mesma, e mostrar uma conduta profissional esperada pelo órgão de gestão. Laissone, Augusto e
Matimbiri (2017) concebem como principais vantagens as seguintes:

O Código de Conduta como norma representa um ideal de comportamento, mas o comportamento


não se reduz e nem reside apenas nas normas (Teoria), mas na virtude (Prática);

Existem 2 tipos de competências: técnicas e comportamentais. Porém, é nas competências


comportamentais que se encontram normas éticas/ código de conduta cuja função é de facilitar
aquisição das virtudes (justiça, coragem, sabedoria e temperança) que se reflectem actualmente nas:

 Competência técnica (mãos): saber fazer/ domínio técnico das actividades.

Relativamente a Etica profissional estão as competências comportamentais (saber saber/


conhecimento = cabeça e saber ser e estar/ atitude = coração): saber o que fazer, porquê
fazer, como ser e estar, devo fazer, posso fazer e quero fazer. Exemplo:

 Persistência,
 Respeito às pessoas,
 Confidencialidade e privacidade,
 Tolerância,
 Flexibilidade,
 Fidelidade,
 Envolvimento/ entrega total às actividades (comprometimento).
 Afectividade,

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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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 Correção de conduta,
 Boas maneiras,
 Relações interpessoais verdadeiras,
 Responsabilidade,
 Confiança.

O Código de Conduta pode se aprender, mas a rectidão moral cultiva-se com o exercício contínuo e
esforço pessoal, sem se desanimar com os erros que se vai cometendo no seu percurso, garantindo
assim o aperfeiçoamento das competências profissionais dentro da empresa.

O valor da ética é a honra e a dignidade da vida profissional e humana.

Assim, conclui-se que a ética não deve se fixar apenas nas normas, mas no dever do próprio indivíduo
de forma livre e consciente.

Uma vez que as normas/ código de conduta são como mapa dum território, mas não é propriamente
território.

O princípio fundamental que constitui a ética é este: o outro é um sujeito de direitos e sua vida deve
ser digna tanto quanto a minha deve ser.

O fundamento dos direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a sua liberdade
(possibilidade) de viver plenamente. As obrigações éticas da convivência humana devem pautar-se não
apenas por aquilo que já temos, realizamos, somos, mas também por tudo aquilo que poderemos vir
a ter, a realizar, a ser.

As nossas possibilidades de ser são parte de nossos direitos e de nossos deveres. É parte da ética da
convivência.

A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade.

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O Saúde e segurança no trabalho

CIPA- comissão interna de prevenção de acidentes – saúde ocupacional, controle da jornada laboral,
acessos para portadores de deficiência física, promoção de grupos de apoio antitagismo, alcoolismo,
drogas, neuroses, ginásticas, orientação nutricional e demais palestras.

Como melhorar a QVT

Responsabilidade na promoção da QVT,

Colaborador – pontualidade, respeitar prazos.

Falta de assiduidade e não cumprimento de prazos – reduz probabilidades de promoção e


reconhecimento por parte dos superiores, promovendo auto-descontentamento.

Ambientes de fofocas são antiéticos e se mostram maiores venenos na QVT

QVT VS RESULTADOS

A QVT não é importante apenas para empresas que buscam maiores produtividades e crescimento
empresarial.

Importante para colaboradores que proectam, realizações pessoais e crescimento


profissional/desenvolvimento de carreira.

O trabalho dignifica o homem – Max Weber.

2.2. Resumo sobre ética deontologica de I. Kant: ética do dever racional ou a lei moral.

Uma questão: se somos racionais e livres por que valores, fins e leis morais não são espontâneos em
nós, mas precisam assumir a forma do dever?

Responde Kant: porque não somos seres morais apenas. Também somos seres naturais, submetidos
á causalidade necessária da Natureza. Nosso corpo e nossa psique (alma) são feitos de apetites,
impulsos, desejos e paixões.

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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Nossos sentimentos, nossas emoções e nossos comportamentos são a parte da Natureza em nós,
exercendo domínio sobre nós, submetendo-se á causalidade natural inexorável. Quem se submete a
eles não pode possuir a autonomia ética. A Natureza nos impele a agir por interesse. Este é a forma
natural do egoísmo que nos leva a usar coisas e pessoas como meios e instrumentos para o que
desejamos.

Além disso, o interesse nos faz viver na ilusão de que somos livres e racionais por realizarmos acções
que julgamos terem sido decididas livremente por nós, quando,na verdade, são um impulso cego
determinado pela causalidade natural. Agir por interesse é agir determinado por motivações físicas,
psíquicas, vitais, à maneira dos animais.Visto que apetites, impulsos, desejos, tendências,
comportamentos naturais costumam ser muito mais fortes do que a razão.

A razão prática e a verdadeira liberdade precisam dobrar nossa parte natural e impor-nos nosso ser
moral. Elas o fazem obrigando-nos a passar das motivações do interesse para o dever.

Para sermos livres, precisamos ser obrigados pelo dever de sermos livres. Assim, á colocação sobre o
perigo de a educação ética constituir-se em violência contra nossa natureza espontaneamente
passional, Kant responderá que pelo contrário, a violência estará em não compreendermos nossa
destinação racional e em confundirmos nossa liberdade com a satisfação irracional de todos os nossos
apetites e impulsos.

O dever revela nossa verdadeira natureza. O dever, afirma Kant, não se apresenta através de um
conjunto de conteúdos fixos, que definiriam a essência de cada virtude e diriam que actos deveriam
ser praticados e evitados em cada circunstância de nossa vida. O dever não é um catálogo de virtudes
nem uma lista de “faça isto” e “não faça aquilo”.

O dever é uma forma que deve valer para toda e qualquer acção moral. Essa forma não é indicativa,
mas imperativa.

O imperativo não admite hipóteses (“se... então….”) nem condições que o fariam valer em certas
situações e não valer emoutras, mas vale incondicionalmente e sem exceções para todas as
circunstâncias de todas as acções morais.

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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Por isso, o dever é um imperativo categórico. Ordena incondicionalmente. Não é uma motivação
psicológica, mas a lei moral interior.

2.2.1. Expressão do Imperativo categórico

Expressão do Imperativo categórico


O imperativo categórico exprime-se numa fórmula geral:
Age em conformidade apenas com a máxima que possas querer que se torne uma lei
universal.
Em outras palavras, o acto moral é aquele que se realiza como acordo entre a vontade e as leis
universais que ela dá a si mesma. Essa fórmula permite a Kant deduzir as três máximas morais
que exprimem a incondicionalidade dos actos realizados por dever. São elas:
1. Age como se a máxima de tua acção devesse ser e rigida por tua vontade em
lei universal da Natureza;
2. Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa
de outrem, sempre como um fim e nunca como um meio;
3. Age como se a máxima de tua acção devesse servir de lei universal para todos os
seres racionais (humanos).
A primeira máxima afirma a universalidade da conduta ética, isto é, aquilo que todo e qualquer ser
humano racional deve fazer como se fosse uma lei inquestionável, válida para todos em todo tempo e
lugar. A acção por dever é uma lei moral para o agente.

A segunda máxima afirma a dignidade dos seres humanos como pessoas e, portanto, a exigência de
que sejam tratados como fim da acção e jamais como meio ou como instrumento para nossos
interesses.
A terceira máxima afirma que a vontade que age por dever institui um reino humano de seres morais
porque são racionais e, portanto, doptados de uma vontade legisladora livre ou autônoma. Ademais,
esta terceira máxima exprime a diferença ou separação entre o reino natural das causas e o reino
humano dos fins.

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O imperativo categórico não enuncia o conteúdo particular de uma acção, mas a forma geral das
acções morais. As máximas deixam clara a interiorização do dever, pois este nasce da razão e da
vontade legisladora universal do agente moral.
O acordo entre vontade e dever é o que Kant designa como vontade boa que quer o bem. O motivo
moral da vontade boa é agir por dever. O móvel moral da vontade boa é o respeito pelo dever,
produzido em nós pela razão.
Obediência à lei moral, respeito pelo dever e pelos outros constituem a bondade da vontade ética. O
imperativo categórico não nos diz para sermos honestos, oferecendo-nos a essência da honestidade;
nem para sermos justos, generosos ou corajosos a partir da definição da essência da justiça, da verdade,
da generosidade ou dacoragem. Não nos diz para praticarmos esta ou aquela ação determinada, mas
nos diz para sermos éticos cumprindo o dever (as três máximas morais).
É este que determina por que uma acção moral deverá ser sempre honesta, justa, generosa, ou corajosa.
Ao agir, devemos indagar se nossa acção está em conformidade com os fins morais, isto é, com as
máximas do dever.
Por exemplo: Por que, mentir é imoral?
a. Por que os mentirosos transgridem as três máximas morais. Ao mentir, não respeita em sua
pessoa e na do outro a humanidade (consciência, racionalidade e liberdade), pratica uma
violência escondendo de um outro ser humano uma informação verdadeira e, por meio do
engano, usa a boa-fé do outro.
Também não respeita a primeira máxima, pois se a mentira pudesse universalizar-se, o gênero humano
deveria abdicar da razão e doconhecimento, da reflexão e da crítica, da capacidade para deliberar e
escolher, vivendo na mais completa ignorância, no erro e na ilusão.
b. Por que um gestor corrupto é imoral? Por que transgride as três máximas.
c. Por que o homicídio é imoral? Porque transgride as três máximas.
NB1. (Nestes exemplos podemos explicar em conjunto, Segundo as máximas, assim como fizemos
no primeiro exemplo).
NB2. Peço a vossa máxia atenção e compreensão em perdoar os erros aqui cometidos na escrita,
devido a pressa que tive ao vos fazer a ficha, e confio nas vossas capacidades em perceber a mensagem
de cada ponto por nós tratado.

Caso exista alguma apoquentação, agradecia que sempre apresentem nas nossas aulas, para juntos.
37. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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Questões orientadoras e cosolidação

Parte 1: Introdução

1.1. Conceptualize Ética, Profissão e Moral a partir da sua etimologia e significado apoiando-se em
Laissone, Augusto e Matimbiri (2017) e Arantes (2012).
1.1.1. Defina Ética Profissional.
1.2. Identifique o tipo de conhecimento que deve ser priorizado no ensino e a forma de ensino
promulgados pelo Sócrates.
1.2.1. Dê 1 exemplo da pertinência dessa concepção na sua vida nos dias actuais.
1.3. Relacione o objecto e objectivo de estudos de Ética.
1.4. Explique por que a Ética é irredutível1 às normas?
1.5. Relacione o objectivo de Ética com a Teleologia Aristotélica.
1.6. Identifique 6 importâncias de Ética na sua vida Profissional.

Parte 2: Relações Interpessoais e QVT.


2.1. O que entende por Código de Coduta?
2.2. Apresente 3 razões que influenciaram para o surgimento da QVT: ética profissional
(código de conduta ética) nas empresas.
2.3. Estabeleça a Relação entre RI, CIPA e QVT.2
2.4. Relacione o objectivo de Código de Coduta com a autolegislação/ autonomia kantiana.

1 Inicie por apresentar as características de Ética.


2 Comece por dizer o significado de cada sigla.
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exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
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O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).
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2.5. Explique exaustivamente: como deve ser elaborado3 o Código de Coduta nas
organizações.
2.5.1. Identifique as vantagesn de Código de Coduta nas empresas.
2.5.2. Quais são as limitações do Código de Coduta?
2.5.3. Identifique as formas de minimização das limitações acima apresentadas apoiando-
se em Chiavenato (2003).
2.5.4. Apresente os tipos de competências que conhece e debruce sobre competências
que estão mais ligadas a Éticas Profissionais.
2.5.5. Apresente pelo menos 3 competências que tens e explique como consegues
identificá-las na tua vida profissional/ estudantil.
2.5.6. Fundamente a 2ª máxima de Kant no dever do nosso agir nas organizações.
2.5.7. Explique-se por que Kant mesmo tendo a concepção do homem como ser livre,
responsável e autolegislador entende que em todas organizações deve existir o
Código de Conduta Ética?
2.5.8. Fale da RI apoiando-se na Ética de Alteridade em Levinas.

Bom trabalho e desculpe pelos erros ortográficos devido a elaboração corrida da ficha.

3 Apresentando todos os intervenientes e aspectos a ter em consideração.


39. Boa árvore nota-se pelo sabor/ bondade dos seus frutos. Bom profissional nota-se pelas competências no
exercício das suas funções, garantindo o bem, felicidade e dignidade organizacional e pessoal. Ética está ligada
a vida prática: o nosso ser e estar quotidiano visando a excelência profissional: competências.
O bem/ justiça somente torna-se verdadeiro que o fazemos para outrem e não para mim mesmo (Aristóteles).

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