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I NTR O DUÇÃO

Gerir igrejas é um desafio diário para pastores, líderes e administradores. Lidar com finanças, organizar a membresia e acompanhar
o progresso de células exige um trabalho constante de análise, monitoramento e busca de soluções. As tarefas são muitas, e as
perguntas também. Entre as dúvidas que surgem, uma se destaca:

Como lidar com tantas questões administrativas e operacionais


e ainda ter tempo para pregar o Evangelho e discipular vidas?

Nós, da inChurch, entendemos que a realidade administrativa das igrejas é complexa, mas também sabemos que tudo pode
ser descomplicado com as técnicas e ferramentas certas, permitindo que os pastores e líderes possam se dedicar ao que
realmente importa: cuidar das ovelhas e anunciar a Palavra.

Foi pensando nisso que desenvolvemos este e-book. Dividido em duas partes, ele ajudará você e a sua igreja a dar os primeiros
passos rumo a uma gestão eficiente e organizada.

Na primeira seção, você entenderá a importância da administração eclesiástica e conhecerá os princípios fundamentais para a
constituição da igreja como ente jurídico, assim como para a definição de sua estrutura organizacional. Por último, entenderá
as diferenças entre os papéis do pastor e do gestor.

Após a primeira parte teórica, entraremos na parte dois, que fornece o passo a passo e as ferramentas necessárias para iniciar
a gestão da igreja em três grandes áreas: finanças, membresia e células.

Esperamos que este material seja útil para você. Boa leitura!
SUMÁRIO
PARTE 1
1. Gestão de igrejas: o que é e por que fazer?
1.1. O que é administração eclesiástica
1.2. Por que toda igreja deve ser bem gerida?

2. Estruturando a igreja
2.1. Constituição legal
2.2. Ministérios
PARTE 2
5. Gestão de membresia: por onde começar?
5.1. Reunir os dados dos membros em um
banco de dados digital
5.2. Segmentar a membresia
5.2.1. Segmentação geográfica
5.2.2. Segmentação demográfica
5.2.3. Segmentação psicográfica
2.3. Organograma 5.2.4. Segmentação comportamental
2.4. Planejamento estratégico 5.3. Manter um histórico do membro
5.4. Criar um histórico de atendimento pastoral
3. Separando os papéis: pastor e gestor
3.1. O que um gestor pode fazer pela igreja? 6. Gestão de células: por onde começar?
3.2. Sinais de que a igreja precisa de um gestor 6.1. Concentrar a lista de células em uma
3.3. Como escolher um gestor? plataforma online
6.2. Cadastrar membros e visitantes da reunião
6.3. Criar uma biblioteca digital de materiais
4. Gestão financeira: por onde começar?
de apoio
4.1. Escolher cuidadosamente as pessoas da
6.4. Gerar relatórios
equipe de finanças
4.2. Centralizar os recebíveis e gastos
4.3. Criar um plano de contas 7. Conclusão
4.4. Determinar um orçamento
4.5. Fazer um planejamento financeiro 8. Referências
4.6. Manter o controle dos gastos
4.7. Obter um sistema de gestão financeira
1. Gestão de igrejas: o que é e por que fazer?

A gestão de igrejas é um tema ainda pouco explorado entre as congregações brasileiras.


1.2. Por que toda igreja deve ser bem gerida?
Muitas vezes faltam não só técnicas apropriadas para a tarefa, mas sobretudo entendimento
sobre a importância bíblica do assunto. Neste capítulo introdutório, vamos passar brevemente As igrejas são fundadas e formadas por homens, mas pertencem ao Senhor. Ele as confia
sobre o conceito de administração eclesiástica e explicar, com base em passagens bíblicas, aos seus filhos, que devem honrar essa confiança sendo “mordomos fiéis e prudentes”,
como está escrito em Lucas 12:42-46. Mas o que exatamente isso quer dizer?
por que as igrejas devem ser bem geridas.

O Dicionário Aurélio define “mordomo” como “o serviçal encarregado da administração


1.1. O que é administração eclesiástica de uma casa”. Em outras palavras, é alguém que cuida temporariamente do que não é seu.
Portanto, quando pede que sejamos mordomos fiéis e prudentes, Jesus nos entrega um
Administração eclesiástica é, de forma resumida, o conjunto de atividades desempenhadas privilégio como poucos, mas que acompanha uma enorme responsabilidade: gerir com
para garantir a manutenção e o crescimento saudável de uma igreja ou comunidade zelo e sabedoria tudo aquilo que pertence a Ele, incluindo a casa do Senhor.
cristã. No livro Administração Eclesiástica, Samuel Câmara e Nemuel Kessler a definem
como “o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua Pastores, apóstolos e bispos não são donos de igrejas. Eles estão apenas cuidando de um
função de líder ou administrador principal da igreja a que serve”. bem que pertence a Cristo, o verdadeiro proprietário, que exigirá uma prestação de contas
da administração depois. Veja o que o próprio Jesus disse aos discípulos em Lucas 16:1-2:
Segundo os autores, para gerir uma igreja é preciso levar em conta que esta é, ao mesmo
tempo, organismo e organização. “É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: O administrador de um homem rico foi acusado de estar desperdiçando os seus bens.
espiritual, social e econômico, para atender à missão para qual Deus a constituiu”, afirmam. Então ele o chamou e lhe perguntou: ‘Que é isso que estou ouvindo a seu respeito? Preste
contas da sua administração, porque você não pode continuar sendo o administrador.
A apresentação desses três pilares – espiritual, social e econômico – nos mostra que
administrar uma igreja vai muito além de pregar o Evangelho, dirigir cultos, aconselhar Uma igreja mal gerida é uma igreja que descumpre o princípio da boa mordomia. Para
pessoas e fazer obras sociais. Trata-se de uma tarefa que exige conhecimentos específicos cumprir o que o Senhor espera de nós, não podemos negligenciar a gestão da congregação.
sobre gestão, legislação e finanças, além de planejamento, organização, delegação de Em vez disso, precisamos tratá-la como algo tão importante quanto pregar o Evangelho,
funções e controle constante. aconselhar pessoas e fazer obras sociais.
2. Estruturando a igreja
Agora que você entende a importância de administrar bem uma igreja, já pode dar os primeiros passos rumo a uma gestão organizada. Para
te ajudar no início desta jornada, vamos pontuar, ao longo deste capítulo, alguns tópicos fundamentais à estrutura da igreja: constituição
legal, distribuição de ministérios, definição de organograma e construção de planejamento estratégico.

2.1. Constituição legal Além disso, a ata deve aprovar o estatuto da organização religiosa. Este documento é
fundamental para a estruturação da igreja. Segundo a lei1, o estatuto precisa conter, no
O primeiro passo para gerir bem uma igreja é garantir que ela tenha personalidade jurídica, mínimo, os seguintes requisitos:
ou seja, que exista aos olhos da lei. A instituição e a constituição das organizações religiosas
é bem parecida com a de associações. Na igreja, porém, não existem sócios ou associados,
A denominação, os fins e a sede da organização religiosa;
e sim membros.
O fundo social, quando houver;
Para instituir a organização religiosa e decidir pela criação da pessoa jurídica, os membros O tempo de duração;
interessados devem se reunir em assembleia geral, aprovando o estatuto da igreja e
Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos membros;
elegendo as pessoas que assumirão os cargos de sua administração.
Os direitos e deveres dos membros;
Em geral os cargos são diretivos e consultivos, como Conselho Geral, Conselho Local,
Se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
Diretoria, Conselho para Assuntos Econômicos e Fiscais e outros órgãos que forem
convenientes à vida da organização religiosa. Também é importante definir a sede provisória As fontes de recursos para a manutenção da organização;
ou definitiva da igreja. O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;
A instituição da organização religiosa deve constar de uma ata, que é elaborada pela
assembleia geral e precisa informar: O destino do patrimônio na hipótese de dissolução;
A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas;
Explicitamente, a informação de se tratar de ata de instituição da organização religiosa;
O nome e a qualificação completa de cada membro fundador; O modo como a associação será representada, ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente.
A pauta da reunião, na forma como convocada (instituição da organização religiosa,
aprovação do estatuto, definição da sede provisória ou definitiva e eleição dos membros Artigos 46 e 54 do Código Civil, combinados com o
1

diretivos e consultivos). Art. 120 da Lei n.º 6.015/73 (Lei de Registros Públicos).
O estatuto elaborado precisa da assinatura do dirigente da igreja e do visto de um advogado Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez.
com registro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Em seguida, o documento e a ata Eles estarão sempre à disposição do povo para julgar as questões.
de fundação devem ser levados para registro em um cartório civil de pessoas jurídicas. Trarão a você apenas as questões difíceis; as mais simples decidirão
sozinhos. Isso tornará mais leve o seu fardo, porque eles o dividirão
Feito o registro, a igreja já está dotada de personalidade jurídica. Para desenvolver suas com você. Se você assim fizer, e se assim Deus ordenar, você será
atividades, porém, ela deve obter um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) junto capaz de suportar as dificuldades, e todo este povo voltará para
à Receita Federal e fazer sua inscrição na prefeitura municipal. O último passo, por fim, é casa satisfeito”. (Êxodo 18:17-23, grifo nosso)
criar uma conta corrente.
Os versículos deixam claro que, para trabalhar com eficácia, é preciso compartilhar
a liderança com pessoas confiáveis e tementes a Deus. Na igreja de hoje, isso significa
2.2. Ministérios estabelecer ministérios e designar líderes para cada um deles.

Assim como Cristo confia ao pastor o cuidado da congregação, o pastor deve confiar a
outras pessoas o cuidado de ministérios e frentes de trabalho. A delegação de autoridade
não é apenas uma prática que facilita a gestão. Trata-se, sobretudo, de uma prática bíblica.

Em Efésios 2:20, Paulo afirma que Jesus é a pedra angular da igreja, e que esta é edificada
sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. O versículo aponta, portanto, para uma
liderança com poder distribuído entre pessoas alinhadas à visão do Reino de Deus e VALE LEMBRAR que os líderes devem ser não apenas gestores de um grupo, mas
pastores das pessoas que compõem cada departamento, preparando, motivando
comprometidas com o serviço.
e exortando os discípulos. Além disso, é recomendado que os líderes sejam
profissionalmente capacitados para estar à frente do ministério (um contador
Outra passagem bíblica que indica a importância da delegação de autoridade está em
para liderar a tesouraria, um assistente social para liderar a assistência social, um
Êxodo 18. Neste capítulo, Moisés se via cercado por uma grande multidão e tinha que comunicólogo para a comunicação etc).
aconselhá-la, mas havia tantas pessoas que era preciso esperar desde a manhã até o fim
da tarde pelo atendimento. Ao perceber a situação, Jetro, sogro de Moisés, recomenda que A distribuição de autoridade permite que o corpo de Cristo trabalhe com harmonia,
ele delegue autoridade para não ficar sobrecarregado. já que desta forma cada membro desempenha o seu papel e está ligado a todos os
outros por um propósito comum.
O que você está fazendo não é bom. Você e o seu povo ficarão
esgotados [...] Agora, ouça-me! [...] Oriente-os [o povo] quanto aos
decretos e leis, mostrando-lhes como devem viver e o que devem Cada igreja deve estabelecer ministérios conforme a própria realidade, mas existem
fazer. Mas escolha dentre todo o povo homens capazes, tementes departamentos que são comuns a grande parte das congregações brasileiras. Confira quais
a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto. são eles e o que fazem:
TESOURARIA Ensino bíblico
Departamento encarregado de cuidar das contas de igreja, bem como da Departamento responsável pelas escolas de ensino bíblico, o que inclui definição
arrecadação. Também é responsável pela organização de documentos financeiros de projeto pedagógico, seleção de materiais de apoio e planejamento de aulas.
e definição de orçamento.
Evangelismo
Zeladoria Departamento responsável pelo planejamento, coordenação e execução de ações
Departamento responsável pela limpeza do templo, conservação do patrimônio e evangelísticas (cultos na rua, visitas em hospitais etc).
organização das dependências da igreja (salão de culto, salas de estudo, cantina
etc). Também pode auxiliar na logística de eventos. Comunicação/Mídia
Departamento responsável pela comunicação interna, externa e institucional da
Recepção igreja. Também auxilia na preparação da identidade visual do ministério.
Departamento responsável pelo acolhimento de visitantes, o que inclui recepção
na porta do templo, cadastro e manutenção de contato. SECRETARIA
Departamento responsável pelo registro das atas da igreja no cartório, organização
Assistência social de documentos legais e gestão de membresia, incluindo cadastro de membros
Departamento responsável pelo planejamento, coordenação e execução de ações e agendamento de aconselhamentos pastorais. A secretaria também auxilia na
de assistência social, como arrecadação de cestas básicas e estabelecimento de administração da agenda anual da igreja.
parcerias com projetos sociais.
assembleIa geRal
2.3. Organograma
Agora que você já estabeleceu ou reviu os pasTOR pResIDeNTe
ministérios que compõem a sua igreja e
atribuiu líderes para cada frente de trabalho,
é a hora de organizar os departamentos e ver
DIReTORIa exeCUTIva
como eles se relacionam uns com os outros na
estrutura organizacional da igreja. Para isso,
uma boa ferramenta é o organograma, gráfico
que representa a estrutura organizacional da
igreja e serve para descrever a hierarquia e
comunicação entre as áreas e cargos. CONselhO CONselhO CONselhO fIsCal mINIsTéRIOs
aDmINIsTRaTIvO DIaCONal
Talvez você pense que o organograma é uma
ferramenta muito empresarial e que não se
aplica à realidade da sua igreja, mas isso não é membRO 01 membRO 01 membRO 01 evaNgelIsmO
verdade. Em I Coríntios 14:40, a Bíblia diz que
“tudo deve ser feito com decência e ordem”.
O que Paulo está dizendo é que é preciso membRO 02 membRO 02 membRO 02 mUlheRes
organização para lidar com os assuntos do
Reino de Deus.

membRO 03 membRO 03 membRO 03 hOmeNs

jUveNTUDe

assIs. sOCIal
As igrejas, portanto, devem ter uma estrutura
organizacional bem delimitada. Em outras
palavras, precisam estabelecer de forma
clara as próprias divisões (departamentos e
ministérios). Por ser visual, o organograma
facilita o entendimento dessa organização e
é importante para:

CONSELHO PASTORAL
RECONHECER o responsável por
cada departamento;

FACILITAR a identificação dos líderes


por parte dos liderados;

PROPORCIONAR uma conexão entre


todas as áreas;

DESENVOLVER padrões para atividades;


DISTRIBUIR recursos humanos e
materiais para cada ministério.

A criação de um organograma não é uma


tarefa difícil e, como você pôde ver acima,
traz muitos benefícios para a gestão da igreja.
2.4. Planejamento estratégico
O termo “planejamento estratégico”, assim como o organograma, pode soar excessivamente
empresarial ou como um “bicho de sete cabeças” para algumas igrejas. A verdade, porém, é
que o ato de planejar é comum ao dia a dia de todos e consiste simplesmente em estabelecer
objetivos e determinar o que deve ser feito para alcançá-los.

A Bíblia está repleta de histórias que mostram a importância de um bom planejamento para
ações bem-sucedidas. Uma delas é a reconstrução do templo de Jerusalém, encabeçada
por Neemias. Veja como ele foi sábio e estratégico em sua conduta:

Se for do agrado do rei, que me dê cartas aos governadores do


Trans-Eufrates para que me deixem passar até chegar a Judá. Que
me dê também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, para
que ele me forneça madeira para as vigas das portas da cidadela
que fica junto ao templo, do muro da cidade e da residência que irei
ocupar. Visto que a bondosa mão de Deus estava sobre mim, o rei
atendeu os meus pedidos. Com isso fui aos governadores do Trans-
Eufrates e lhes entreguei as cartas do rei. O rei fez-me acompanhar
uma escolta de oficiais do exército e de cavaleiros. (Neemias 2:7-9)

A passagem deixa claro que Neemias pensou antes de executar cada uma das ações
descritas. Em vez de se precipitar querendo fazer tudo de uma só vez, ele agiu conforme
etapas. Primeiro, pediu para ir a Jerusalém. Como o rei se mostrou favorável, Neemias pediu
outras coisas fundamentais para a conclusão do projeto: cartas de salvo-conduto para ele
poder transitar livremente pelas terras do império, madeiras para reconstruir os muros e
“guarda-costas” para assegurar sua integridade física.
Aprendemos com Neemias que as ações da igreja devem ser não só orientadas pelo Espírito
ETAPA O QUE FAZER?
Santo, como também intencionais. A igreja deve entender a realidade que a cerca, definir
alvos e traçar cursos de ação para atingir esses objetivos. É nesse ponto que entra o famoso Criação da estrutura Definir organograma.
planejamento estratégico, que difere um pouco do planejamento pessoal cotidiano. da organização

Estabelecimento Determinar a razão de existir da igreja (a essência do ministério), onde ela


da missão, visão quer chegar e os valores que devem envolver todas as atividades.
e valores
Não confunda planejamento
Avaliar as oportunidades que a igreja pode aproveitar e as ameaças externas que a rondam.
estratégico com cronograma de eventos.
Análise do Exemplos: Quais são as oportunidades na área de atuação da igreja? De quais tendências
ambiente externo (tecnológicas, por exemplo) a igreja poderia se beneficiar? Que comportamentos sociais
podem ser danosos à igreja? Que fatores podem afastar o público-alvo da igreja do templo?

No livro Administração nos Novos Tempos, o autor Idalberto Chiavenato define o Avaliar as forças e fraquezas da igreja.
planejamento estratégico como “um processo organizacional compreensivo de adaptação Análise do
Exemplos: O que a igreja faz bem? Quais são seus diferenciais? No que ela pode
ambiente interno
através da aprovação, tomada de decisão e avaliação” que “procura responder a questões melhorar? Há problemas que ameaçam a subsistência ou saúde espiritual da igreja?
básicas como: por que a organização existe, o que ela faz e como faz”.
Com base nas análises anteriores, a igreja terá encontrado fatores críticos de sucesso,
Como indica o autor, trata-se de um processo que requer estudo, análise de cenário e ou seja, fatores que podem contribuir ou não para a concretização do planejamento
Criação dos estratégico.
bastante empenho por parte da igreja. Não vamos esconder a verdade de você: vai dar
planos de ação Nesta fase, portanto, ela deverá traçar objetivos e metas para suprir suas necessidades
trabalho. Mas a boa notícia é que o tempo investido em planejamento estratégico resulta
(no caso de pontos fracos) e para potencializar suas fortalezas. O estabelecimento
em benefícios como uso eficiente dos recursos financeiros, cumprimento da missão da de alvos também deve ocorrer de acordo com a visão da igreja.
igreja e embasamento técnico para a tomada de decisões.
Elaborar um plano de ação para cada meta e definir os responsáveis para a execução
De forma resumida, as etapas de um planejamento estratégico são as seguintes: delas. Recomenda-se o uso da ferramenta 5W2H, que esquematiza as tarefas com
Criação da estrutura base nas respostas a sete perguntas:
da organização
O que fazer? Como fazer? Quando fazer? Quem vai fazer? Onde vai ser feito? Quanto
custa fazer? Por que fazer?

Comunicar o plano de ação a todos os níveis relacionados na estrutura organizacional,


Comunicação
para que a equipe tenha direcionamento e possa pôr as mãos na massa.

Fazer reuniões periódicas para avaliar se o plano está evoluindo de acordo com o
Acompanhamento
esperado ou se há necessidade rever ou modificar objetivos

Fonte: Instituto Jetro


3. Separando os papéis: pastor e gestor
Em muitas igrejas, é comum que a gestão administrativa seja feita pelo pastor. Embora 3.1. O que um gestor pode fazer pela igreja?
recorrente, essa situação não é ideal. Isso porque as funções administrativas nem sempre
condizem com a formação, a vocação e os dons que Deus concedeu aos pastores. Eles O administrador profissional é a melhor escolha para igrejas que querem ser geridas de
foram chamados para ensinar a Palavra, liderar e cuidar de pessoas, não para lidar com forma organizada e eficiente. Por ter formação acadêmica específica e experiência na área,
questões como auditoria, controle patrimonial e demonstrações contábeis. esse profissional ajuda a congregação a honrar compromissos financeiros e deveres legais,
zelando pelo cumprimento do princípio bíblico da boa mordomia.

A maior vantagem da contratação de um gestor, no entanto, é o alívio da carga do pastor.


“Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem
Como afirmamos no item anterior, muitas congregações ainda tomam o ministro religioso
por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer.
Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir.” como responsável legal pela igreja como ente jurídico. Às vezes essa é uma decisão do
(I Pedro 5:2) próprio pastor, que, por uma questão cultural, entende que cabe só a ele a responsabilidade
total por todo e qualquer assunto da igreja.

Seja qual for o caso, isso sobrecarrega o líder, pondo sobre seus ombros uma carga que
ele não tem condições de suportar a longo prazo. Além de cansaço, essa situação pode
Além disso, o Novo Código Civil (Lei 10.406/2002), que atualizou as regras para o funcionamento
gerar frustração, já que o cuidado da administração da igreja toma tempo que deveria ser
e a organização das organizações religiosas no Brasil, exigiu das igrejas a constituição de
dedicado à vocação original do pastor.
uma organização com CNPJ próprio e a definição de órgãos deliberativos com obrigações
complexas, que não são pastorais (conforme descrito no item 1 do capítulo 2).
Por outro lado, se houver um gestor para cuidar dos trâmites administrativos, financeiros e
jurídicos, o pastor poderá se dedicar completamente ao seu real chamado, que inclui ensino
Na verdade, a realidade criada pela lei indica que a implantação de gestão profissional nas
da Palavra, preparação de mensagens, discipulado, aconselhamento e visita às ovelhas.
igrejas é um caminho sem volta. A coordenação e o controle das atividades exigidas por lei não
deveriam ficar sob a responsabilidade de pastores que não foram preparados para administrar
organizações. O risco de falhas quando o pastor tem essa responsabilidade sobre os ombros
é grande, e isso pode trazer sérios prejuízos legais e financeiros para a igreja.
3.2. Sinais de que a igreja precisa de um gestor
Já explicamos como o contexto atual aponta para a importância da gestão profissional
Entenda: o objetivo deste capítulo não é culpar o pastor por não saber ou conseguir administrar nas igrejas e mostramos como a atuação do gestor pode aliviar a carga de atividades do
a igreja. Afinal, ele estudou Teologia, e não Administração. Estamos, na verdade, estabelecendo pastor e permitir que ele se dedique ao seu real chamado. Ainda assim, existem perguntas
papéis e alertando para a necessidade de suporte ao pastor, que deve ter tempo livre para se que ajudam a determinar com mais precisão se a igreja tem mesmo necessidade de um
dedicar à sua real vocação. Uma forma forma de fazê-lo é contratando ou elegendo um gestor. administrador.
sim não Além disso, é fundamental que o escolhido tenha formação acadêmica específica e
experiência na área administrativa, tendo gerido outras igrejas ou organizações. Vale
lembrar que, no Brasil, apenas os administradores registrados nos Conselhos Regionais de
A igreja tem funcionários e sofre com dificuldade no controle Administração (CRAs) podem exercer a profissão.
de horas?

A igreja sofre com consumo excessivo de receita com serviços


públicos (água, luz, telefonia etc) e serviços contratados?

A igreja tem um volume significativo de compra de suprimentos


como materiais de limpeza, materiais de escritório e materiais para
uso dos departamentos, mas não faz controle dessas compras?

A igreja faz controle do patrimônio (cadeiras, mesas,


equipamentos de som, computadores etc)?

A igreja tem um volume suficiente de receita, mas paga contas


em atraso?

A igreja possui um ou mais veículos, mas não faz controle de


manutenção preventiva, esquece a data de renovar o seguro e
não observa o período de pagamento do IPVA e vistoria anual?

Se a maior parte das questões foi respondida conforme a tabela acima, a igreja certamente
precisa de um gestor.

3.3. Como escolher um gestor?


Se a igreja tomou a decisão de contratar um gestor, deve prestar atenção a uma série de
critérios antes de admitir qualquer profissional. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa
seja íntegra, temente a Deus e comprometida com os valores do Evangelho. Recomenda-
se também que o gestor esteja alinhado à cultura da igreja e à visão do pastor principal,
já que ambos trabalharão juntos.
4. Gestão financeira: por onde começar?
Na primeira parte deste e-book, explicamos que todas as igrejas devem ser bem geridas Na prática isso significa que, ao recrutar integrantes para a tesouraria, a igreja deve procurar
porque elas pertencem ao Senhor, que espera que sejamos bons mordomos do seu pessoas que já cuidaram das finanças de outras denominações, organizações sem fins
patrimônio. Isso vale para todos os aspectos que envolvem a administração de uma igreja, lucrativos ou empresas. Lembre-se de que, além de coração ensinável e postura ética, os
inclusive as finanças. escolhidos precisam ter conhecimentos administrativos, financeiros e contábeis.

O fato de serem organizações sem fins lucrativos não isenta as igrejas de gerir o dinheiro
com muita disciplina e organização. Isso porque, além de os recursos com os quais lidam
4.2. Centralizar os recebíveis e gastos
pertencerem ao Senhor, as igrejas não estão isentas de obrigações legais. Se alguma delas Conforme explicamos no terceiro capítulo, é preciso abrir uma conta corrente com o CNPJ
não for cumprida, como ficará o testemunho da congregação diante da sociedade? É o da igreja. Desta forma, além de centralizar os recebíveis e gastos em um só lugar, a igreja
nome de Deus que está em jogo. poderá se beneficiar de um pequeno rendimento através de juros. Vale lembrar ainda que a
abertura de conta também é um passo fundamental para as igrejas que pretendem receber
Gestão financeira é um assunto sério e que não pode ser negligenciado. Ao mesmo tempo, dízimos e ofertas via cartões de débito e crédito e boleto bancário. Confira os documentos
o tema é complexo e causa uma série de dúvidas, especialmente entre as igrejas que ainda necessários para a igreja abrir uma conta corrente no banco:
estão estruturando o departamento de finanças. Por isso, vamos te guiar, ao longo deste
capítulo, pelo caminho que as igrejas precisam percorrer para serem capazes de administrar
o dinheiro de forma sábia e eficiente.

Comprovante de inscrição e situação


4.1. Escolher cuidadosamente as pessoas cadastral do CNPJ na Receita Federal;
da equipe de finanças
Estatuto;
Decidimos elencar a definição da equipe de finanças em primeiro lugar não apenas porque
a gestão financeira é uma tarefa que demanda trabalho em grupo, mas também porque a Ata de fundação e última ata registrada;
composição da tesouraria deve receber atenção especial. Se for negligenciada, esta etapa
pode colocar a saúde financeira da igreja em risco. Documentos de identificação dos responsáveis
financeiros da igreja (RG, CPF, CNH, etc);
As pessoas encarregadas de administrar os livros contábeis e orçamentos precisam ser
Comprovante de residência dos responsáveis
profissionais ou voluntários capacitados, confiáveis e alinhados à visão espiritual da financeiros da igreja;
congregação. É importante que elas trabalhem em harmonia com a liderança, mas que
também tenham expertise suficiente para operar de forma relativamente independente. Declaração de arrecadação média ou estimada
assinada pelo contador responsável pela igreja.
4.3. Criar um plano de contas “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e
calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois,
Após a centralização dos recebíveis e gastos em uma conta bancária, a igreja deve se
se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem
organizar minimamente para gerir o dinheiro. Isso significa, entre outras coisas que rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de
pontuaremos ao longo deste e-book, criar um plano de contas. Trata-se de um documento terminar’”. (Lucas 14:28-30)
que identifica as contas da organização por meio de códigos e classificações para todos
os registros de entradas e saídas.
Para determinar um orçamento anual, liste os custos fixos da igreja e estime o volume de
receita ao longo dos 12 meses do ano. Use períodos anteriores como referência, mas lembre-
De forma simplificada, o que a igreja precisa fazer é categorizar as despesas e receitas e
se de avaliar os objetivos da igreja para definir corte de gastos, revisar contratos de serviços
definir centros de custo e recebimento. Imagine, por exemplo, que foram gastos R$ 100
e até mesmo estipular novos investimentos. Vale ressaltar também que o orçamento deve
para decorar o templo para um evento do ministério de jovens. Neste caso, o centro de
incluir todas as categorias cadastradas no plano de contas.
custo no qual a despesa será lançada é “Juventude”.

O mesmo vale para os centros de recebimento. Se a igreja tem uma campanha em curso Em nosso blog há um post que explica em detalhes como
para arrecadar fundos para a reforma da sala das crianças, as doações provenientes da criar um orçamento para igreja. Clique aqui e confira.
campanha devem ser lançadas no centro de recebimento “Ministério Infantil”.

4.5. Fazer um planejamento financeiro


Lembre-se de usar categorias que ajudarão os gestores, o
conselho fiscal e o pastor a ter uma visão gerencial dos Você já entendeu que é preciso conhecer a estrutura e as despesas da igreja para criar um
gastos e investimentos da igreja. plano de contas e determinar um orçamento anual, certo? Essas duas coisas fazem parte
de algo maior: o planejamento financeiro. É a partir dele que a igreja determina metas e
traça os caminhos (estratégias) necessários para o cumprimento delas.

4.6. Manter o controle dos gastos


4.4. Determinar um orçamento e monitorar o fluxo de caixa
A criação de um orçamento anual sólido é essencial para uma gestão financeira eficiente. O trabalho da igreja não acaba após a criação do plano de contas, da definição do orçamento
Ele ajuda a garantir que os recursos de que a igreja precisa para cumprir sua missão e anual, da estipulação de metas e da estratégia necessária para alcançá-las. A tarefa agora
investir na expansão do Reino de Deus não serão consumidos por demandas diárias e é acompanhar constantemente a atividade financeira e ajustar os gastos sempre que
gastos emergenciais. Sem um orçamento, por outro lado, até mesmo uma congregação houver imprevistos, como gastos emergenciais ou projeções orçamentárias de receita que
com altos rendimentos pode ter problemas financeiros e “sustos” ao final do mês. acabaram não se cumprindo.
Nesse sentido, as igrejas devem prestar atenção especial ao fluxo de caixa, ou seja, ao
4.7. Obter um sistema de gestão financeira
montante de dinheiro arrecadado e gasto durante determinado período de tempo. A análise
constante do fluxo de caixa permite identificar possíveis problemas de gestão e ajuda a Por último, mas não menos importante, as igrejas que querem gerir suas finanças com
igreja a tomar decisões em conformidade com o planejamento financeiro. eficácia devem adotar um sistema de gestão. Além de facilitarem o controle das receitas
e despesas a partir de recursos como emissão de DRE (Demonstração de Resultado do
Exercício) e emissão de relatório de fluxo de caixa, softwares permitem cruzar dados de
forma inteligente, o que facilita o processo de tomada de decisão.

Se o saldo for negativo, por exemplo, será preciso investigar as causas, que podem ser desde
queda repentina nas arrecadações até altas diferenças entre os prazos de recebimentos
previstos e os pagamentos. Neste último caso, para não ficar no vermelho, a igreja precisará
organizar melhor seu capital de giro. Ao escolher um sistema de gestão financeira, recomenda-se que a igreja dê preferência a
plataformas integradas aos próprios dispositivos de entrada (maquininha de cartão, totem
A análise de um saldo positivo, por sua vez, confere à igreja a responsabilidade de tomar de autoatendimento, site e aplicativo, por exemplo), como a plataforma inChurch. Desta
decisões sobre o direcionamento do excedente. Ele irá para uma reserva de emergência? forma, é possível concentrar todas as fontes de receita (dízimos, ofertas, pagamento de
Será usado para quitar parcelas de uma despesa? Para abençoar a vida de uma família? É ingressos de eventos, entre outras) em um só lugar e otimizar a administração dos recursos,
importante ter clareza quanto a essas opções. distribuindo-os conforme os centros de recebimento correspondentes.
5. Gestão de membresia: por onde começar?
Quando falamos em gestão de membresia, muitas igrejas imaginam amontoados de papéis 2. O pastor está no escritório revendo informações de atendimentos anteriores. Ele percebe,
distribuídos (não necessariamente organizados) em gavetas pesadas de madeira ou de então, que precisa entrar em contato com determinado membro para ver como ele está.
ferro. E não é por acaso: durante muito tempo a gestão foi feita dessa forma, que deixa a Abre a gaveta em busca da ficha, retira o papel correspondente e o coloca em cima da
desejar em termos de praticidade e segurança. mesa. Antes de olhar o número de celular da pessoa, porém, o pastor decide pegar um
café e acaba derrubando o líquido bem em cima da ficha.
Imagine os seguintes cenários:
As duas situações ilustram como o armazenamento de dados cadastrais em fichas de
1. Um membro que era solteiro quando preencheu a ficha se casou. Agora, para atualizar papel dificulta a gestão e compromete a segurança das informações. Felizmente, graças
o cadastro e inserir apenas três novas informações (estado civil, nome do cônjuge e data aos recursos digitais, é possível arquivar informações pessoais, eclesiásticas e de contato
de casamento), ele precisará preencher toda a ficha à mão outra vez. em ambientes online seguros, que podem ser acessados de qualquer lugar e facilitam o
cruzamento inteligente de dados.

Neste capítulo, vamos mostrar como a tecnologia pode ajudar a gerir a membresia da
igreja, identificar necessidades, discipular e acompanhar o progresso das pessoas.
Explicaremos ainda como dar início ao processo de gestão.

5.1. Reunir os dados dos membros


em um banco de dados digital
O primeiro passo para gerir a membresia é reunir os dados dos membros em um banco
de dados digital. A plataforma inChurch, por exemplo, fornece às igrejas um modelo
de cadastro completo, que contempla informações básicas, informações de contato e
informações eclesiásticas. A ficha cadastral pode ser atualizada a qualquer momento, tanto
pelo secretariado quanto pelo próprio membro (sujeito à aprovação dos administradores).
Gerir uma comunidade tão plural não é fácil, e é justamente por isso que a segmentação
de membresia se mostra uma aliada tão estratégica. Na prática, ela consiste em dividir as
pessoas em grupos com características comuns, para que seja possível conhecer melhor
os membros e mapear as necessidades deles de forma muito mais precisa.

Ao segmentar a membresia, a igreja faz o discipulado das pessoas a partir de informações


muito mais ricas, aumenta a eficácia da comunicação e redireciona os membros para
ministérios e células com muito mais precisão.

Para dar início à segmentação, a igreja precisa, como explicamos no tópico anterior, reunir
os dados dos membros em uma única plataforma, de preferência com armazenamento em
nuvem (ou seja, que não esteja instalada em um único computador e possa ser acessada
via internet).

Feito isso, o próximo passo é escolher um conjunto de referências como base para a
segmentação. Existem quatro tipos principais de segmentação que a igreja pode aplicar:
segmentação geográfica, segmentação demográfica, segmentação psicográfica e
segmentação comportamental.

Uma vez feito o cadastro dos membros, será possível mapear o perfil da congregação, 5.2.1 Segmentação geográfica
avaliar a necessidade de criação de ministérios, orientar e monitorar ações de discipulado e
direcionar ações de comunicação. Além disso, o uso de um sistema de gestão de membresia A segmentação geográfica, como o nome já indica, divide os membros com base na
também permite gerar relatórios que ajudam a mensurar o crescimento da comunidade e região onde eles moram. Além de facilitar o encaminhamento de pessoas para células ou
planejar a expansão do ministério. pequenos grupos, essa modalidade de segmentação também ajuda a mapear a necessidade
– especialmente no caso de denominações – de abertura de novas igrejas locais.

5.2. Segmentar a membresia 5.2.2 Segmentação demográfica


Dentro de cada igreja existem pessoas com perfis muito diferentes. Embora unidas por
Este tipo de segmentação consiste em separar a membresia de acordo com critérios como
uma decisão comum (viver ao lado de Cristo), elas têm idades e sexos diferentes, vivem
estado civil, sexo, idade e profissão. Para isso, é fundamental que o formulário de cadastro
em lugares diferentes, apresentam personalidades diferentes, estão em diferentes estágios
tenha contemplado todas essas informações. A análise desses dados é especialmente útil
da caminhada cristã, entre outras diferenças.
para a abertura de novos ministérios.
Por exemplo: se a segmentação demográfica aponta a existência de muitos empreendedores Sabendo quem compõe cada um desses grupos, a igreja pode identificar possíveis problemas
na igreja, por que não criar um ministério dedicado a negócios? Se houver, por outro lado, comuns aos membros e formular estratégias para aumentar a taxa de frequência às reuniões.
uma série de membros divorciados, a igreja pode investir na estruturação de classes bíblicas
sobre restauração de casamentos. Isso se aplica também a jovens, mulheres, idosos, entre 5.3. Manter um histórico do membro
outros grupos. Mesmo que a membresia esteja cadastrada em uma plataforma online e devidamente
segmentada, ainda há trabalho a fazer. Para uma gestão organizada e eficiente, também é
5.2.3 Segmentação psicográfica importante que a igreja mantenha um histórico da trajetória dos membros.

Na segmentação psicográfica, a formação de grupos ocorre com base nos interesses, Em outras palavras, é preciso acompanhar cada ovelha de forma individual, observando e
estilo de vida, personalidade e valores das pessoas. Embora bastantes subjetivas, essas registrando o percurso percorrido desde a entrada na igreja. Isso inclui as classes e cursos
características não são impossíveis de serem mapeadas. É preciso, porém, um conhecimento aos quais o membro compareceu, os ministérios nos quais ele já foi voluntário, as células
mais próximo e profundo dos membros para fazê-lo. que ele já liderou, viagens missionárias que fez, entre outras coisas.

Assim como a segmentação demográfica, a segmentação psicográfica também é uma Na plataforma inChurch, há um espaço dedicado especialmente ao registro do histórico
grande aliada na formação de frentes de trabalho e na definição de atividades. Imagine, do membro. A seção é associada à ficha cadastral da pessoa e pode ser atualizada pelo
por exemplo, que os homens de determinada igreja gostam muito de jogar futebol, mas secretariado a qualquer momento. Desta forma, a igreja não negligenciará sequer um marco
têm dificuldades de reunir os amigos para uma partida. importante na trajetória da membresia.

Sabendo disso, a igreja pode avaliar a disponibilidade geral dos membros, encontrar um
campo de futebol público nas proximidades e definir um dia da semana para os jogos, que
serão um momento de lazer e comunhão.

5.2.4 Segmentação comportamental


Como o próprio nome indica, a segmentação comportamental divide as pessoas com base
no comportamento. Na prática, ela pode ajudar as igrejas a entender como os membros
se comportam em relação a doações, eventos, ações de voluntariado, entre outras coisas.

Tomando como exemplo o comparecimento aos cultos e células, é possível criar grupos
como: pessoas que vão apenas aos cultos de domingo; pessoas que vão a todos os cultos;
pessoas que vão aos cultos e células; pessoas que vão aos cultos, mas não frequentam
células etc.
Com o recurso de cadastro, o pastor ou líder pode registrar a data do atendimento, o
5.4. Criar um histórico de atendimento pastoral membro que foi atendido, o motivo daquele encontro e observações relevantes feitas
Discipular pessoas não é uma tarefa fácil. É preciso ouvi-las, aconselhá-las e acompanhar durante a conversa. Vale ressaltar que, para preservar a privacidade dos membros, apenas
o progresso delas na caminhada cristã. Embora o discipulado tenha caráter espiritual, isso o discipulador consegue ter acesso às informações do atendimento.
não significa que a tecnologia não pode torná-lo mais fácil e eficiente, maximizando o
aproveitamento das sessões de gabinete pastoral. Sempre que um novo atendimento for feito, o líder ou pastor poderá consultar as informações
registradas no histórico, recobrando o que se passou na última conversa e direcionando
Um bom exemplo é a função de cadastro de atendimentos da plataforma inChurch. Assim de forma mais estratégica a sessão atual. A longo prazo, será possível conferir a jornada
como o histórico de membro, ela é uma ferramenta preciosa para o acompanhamento do evolutiva do membro, inclusive para mostrá-lo o quanto ele mudou e amadureceu.
desenvolvimento pessoal.

6. Gestão de células: por onde começar?


As células são pequenos grupos que se reúnem periodicamente (uma vez por semana,
em geral) nos lares de pessoas da igreja para compartilhar a Palavra, cantar louvores e
orar. Por serem reduzidos, esses grupos facilitam a formação de amizades e permitem aos
líderes discipular os participantes de forma muito mais próxima. A organização celular cria
ainda oportunidades para o aprendizado individual e coletivo, revelando talentos e dons.

Além disso, as células têm um papel muito importante no evangelismo e na integração de


visitantes ao corpo de Cristo. É comum que algumas pessoas decidam por Jesus e depois
deixem de ir à igreja porque se sentem “um peixe fora d’água” no templo. Nesse sentido, a
célula serve como uma ponte que conecta o visitante a uma vida de comunhão prazerosa.

Acontece que essa ponte dificilmente permanecerá de pé sem uma gestão eficiente, atenta
e organizada. Para que as pessoas se sintam pertencentes à comunidade e para que a igreja
cresça em qualidade, é necessário conhecer bem as características dos pequenos grupos.
Neste capítulo, você será introduzido às práticas fundamentais para uma boa gestão de
células.
6.1. Concentrar as células em uma plataforma online 6.3. Criar uma biblioteca digital de materiais de apoio
Em primeiro lugar, é fundamental que a igreja concentre, em uma única plataforma ou Usar materiais de apoio é importante para que as pessoas compreendam melhor o conteúdo
sistema, a relação de todas as células. Entre as informações relevantes que precisam ser apresentado e aprofundem os estudos. Com um sistema de gestão de células integrado ao
inseridas estão nome da célula, líder(es), supervisor(es), endereço, data e horário da reunião. aplicativo da igreja, é possível disponibilizar apostilas de estudo, guias rápidos e outros
documentos em PDF direto no app. Assim, a igreja elimina custos de impressão e permite
Aliada à estratégia de segmentação de membresia, essa listagem não só permite melhor que os participantes tenham acesso ao material a qualquer momento e em qualquer lugar.
organização, como ajuda a encaminhar novos membros para grupos mais próximos do
local onde eles moram ou mais adequados ao seus perfis.

Vale lembrar que o segundo fator pode, em muitos casos, ter mais peso que o primeiro.
Um adolescente provavelmente se sentirá deslocado em uma célula cuja maior parte dos
participantes são idosos, ainda que a reunião ocorra a 500 metros da casa dele.

6.2. Cadastrar visitantes e participantes da reunião


As células costumam ser a porta de entrada na igreja para muitas pessoas, já que as reuniões
são mais intimistas e têm menos “cara de culto”, o que costuma ser visto com bons olhos
por quem tem resistência a frequentar um templo.

Justamente por isso, o segundo passo para fazer uma gestão de células eficiente é cadastrar
os visitantes da reunião e manter o registro sempre atualizado no sistema. Quando sabem
quem está se conectando com o grupo, os líderes podem se preparar para iniciar um ciclo
saudável de relacionamento e garantir que a célula seja tão acolhedora quanto possível.
6.4. Gerar relatórios
Lembramos ainda que é igualmente importante cadastrar os participantes que são membros Os relatórios são ferramentas essenciais para avaliar a consistência da assiduidade dos
da igreja, para que esta possa conhecer os irmãos que são engajados na reunião. Desta participantes e o progresso da multiplicação de células. Eles devem ser preenchidos a
forma, o ideal é que o sistema de gestão de células seja o mesmo da gestão de membresia. cada reunião e precisam conter o número total de participantes, bem como observações
Na plataforma inChurch, ambas funcionalidades são integradas. relevantes (se algum visitante aceitou Jesus, por exemplo) sobre o encontro, se houver.
O objetivo é que, a partir da geração dos relatórios, seja possível conferir, em determinado Com esses dados em mãos, os supervisores podem verificar se os alvos estabelecidos
período (quinzena, semana, mês ou ano): estão ou não perto de serem alcançados, identificar possíveis problemas que impedem a
multiplicação e entregar um diagnóstico preciso ao pastor para que ele possa conduzir a
igreja a ser frutífera.

6.5. Monitorar o crescimento das células


Por fim, uma boa gestão de células não estará completa sem um monitoramento periódico
das multiplicações. Na plataforma inChurch, é possível visualizar, em um mapa, a localização
de todas as células. Com esse recurso, a igreja identifica facilmente as regiões que mais
concentram os pequenos grupos e pode avaliar a oportunidade para a abertura de novas
unidades (filiais) da denominação.

Na plataforma inChurch, o fornecimento desses dados ocorre de forma automática e


inteligente. O sistema, que é integrado à gestão de membresia, também informa o perfil
dos participantes (idade média e sexo) e aponta quantos membros da igreja participam de
células, assim como quantos estão fora dos pequenos grupos.
7. CONCLUSÃO
Ao longo deste e-book, você aprendeu: Agora, sempre que quiser rever os conteúdos ao lado, você poderá consultar este material.
Quando estiver pronto para pôr os conhecimentos sobre gestão financeira, de membresia
e de células em prática, não hesite em contratar a plataforma inChurch, que já ajudou a
descomplicar a gestão de mais de 30 mil igrejas.

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8. REFERÊNCIAS
C MARA, Samuel; KESSLER, Nemuel. Administração eclesiástica. 20ª edição. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2012. Sugestão de leitura:
CHIAVENATO, Idalberto. Administração dos novos tempos. 2ª edição. Ed. Campus, 2005. Planejamento Estratégico Para Igrejas
Josué Campanhã
MONZATTO, Thayna Danthes. Administração eclesiástica. Monografia (Graduação em
Administração). Universidade Federal Fluminense. Volta Redonda, 2013.

DE FRANÇA, José Antonio (Org.). Manual de procedimentos para o terceiro setor: aspectos
de gestão e de contabilidade para entidades de interesse social. Brasília: CFC: FBC: Profis,
2015.

Instituto Jetro. Disponível em: www.institutojetro.com

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