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1 INTRODUÇÃO
Diariamente, tomamos dezenas de decisões, fazemos escolhas, optamos, resolvemos e determinamos aquilo que
tem a ver com nossa vida individual e coletiva. Ninguém faz isso no vácuo. Antigamente, pensava-se que era possível
pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto é, isenta de quaisquer preconcepções
ou pré-convicções. Hoje, sabe-se que nem mesmo na área das chamadas ciências exatas é possível fazer pesquisa sem
sermos influenciados pelo que somos, cremos, desejamos, objetivamos e vivemos. As decisões que tomamos são
invariavelmente influenciadas pelo horizonte do nosso próprio mundo individual e social. Ao elegermos uma
determinada solução em detrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores do que
acreditamos ser certo ou errado. É isso que chamamos de ética.
2 ORIGEM DA PALAVRA
A palavra ética vem do grego ethos, que significa um hábito, costume, uso, disposição. Com o tempo, passou a
designar qualquer conjunto de princípios ideais da conduta humana, as normas a que devem se ajustar as relações entre
os diversos membros de uma sociedade. Portanto, ética é a ciência dos deveres do homem; uma ciência que ensina como
proceder na sociedade. É a disposição ou vontade de seguir bons costumes ou hábitos. Trata-se de um conjunto de
princípios morais que regem a conduta, considerando as ações dos homens em referência à sua justiça ou injustiça. Na
prática é a conduta ideal e reta esperada de cada indivíduo. É o conjunto de valores ou padrão pelo qual uma pessoa
entende o que seja certo ou errado e toma decisões.
6.3.1 Soberba
O termo usado no grego para soberba é particularmente forte e significa uma arrogância cheia de amor próprio,
de ser consumido por si mesmo, de buscar o próprio caminho, a satisfação e a gratificação a ponto de desconsiderar os
outros. Trata-se de sentimento de satisfação com suas próprias características ou ações pessoais. Admiração de suas
habilidades pessoais. A soberba é considerada o primeiro inimigo fundamental dos obreiros de missões. A soberba
insinua-se tão sutilmente que persuadimos a nós mesmos que Deus nos deu uma posição de destaque porque somos
melhores do que os outros. Quem carrega em si esse defeito não tem consideração pelo poder nem pela autoridade de
ninguém.
Ecoa no coração de muitos a oração de autossatisfação do fariseu, que se achava merecedor de reconhecimento da
parte de Deus e dos homens. Ficando cego ao olhar para si mesmo (cf. Lc 18.11,12). Para fins educativos, faremos dois
alertas, visto que o soberbo é antipático ao caráter íntegro por duas razões:
1) acha-se incapaz de cair, e não toma providências necessárias para fugir das tentações;
2) cria um desprezo para com os outros, tapando efetivamente os seus ouvidos contra as advertências que
poderiam levantar uma cerca eficaz contra o leão feroz (Pe 5.8; Dn 4.37).
“Da soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (cf. Pv 16.18). A soberba nunca desce de
onde sobe, mas cai sempre de onde subiu.
vivo, não podemos seguir com confiança para onde Ele nos determinar? E se Ele não é o Deus vivo, por que não
desistimos de todas as tentativas de servi-Lo? Oh, que infelicidade é a situação de qualquer crente que, sob a capa de
estar servindo a Cristo, na realidade serve aos seus próprios interesses!
6.4.1 Santidade
A palavra santidade junto com seus cognatos hebraicos e gregos tem o sentido de ser separado e consagrado para
uso exclusivo de Deus. Separar das coisas profanas e purificar para Deus. Entende-se que é a separação daquilo que é
pecaminoso, e a consagração, ou dedicação àquilo que é justo e que está de acordo com a vontade de Deus (cf. Jo
17.17). A primeira qualidade exigida a um obreiro de missões é santidade. Ele precisa ser dedicado a Deus, assim como
ser sensível ao pecado que outros teriam como legal (cf. I Ts 4.7,8).
6.4.2 Sabedoria
Sabedoria tem a ver com a capacidade de julgar corretamente e agir prudentemente. Sabedoria significa mais que
mera inteligência. É uma capacidade divina operando no homem que com Deus se relaciona. Tiago denomina-a de
Sabedoria do Alto, e diz que é pura e livre de contaminação facciosa; diz mais, é produtora de paz e é gentil, ou seja,
preocupada com os sentimentos dos outros; é razoável, disposta a ceder e negociar. A sabedoria celestial é cheia de
misericórdia, ou seja, mostra amor aos outros; é cheia de bons frutos. Portanto, sabedoria significa ainda prontidão e
perseverança, além da ausência de hipocrisia (cf. Tg 3.13-18).
6.4.3 Fé
Segundo o que está escrito em 1 Co 12.9, fé é um dos dons do Espírito Santo; isto, porém, não significa que
quem não é usado pelo Espírito com essa preciosa dádiva não pode evangelizar. Contudo, os que almejam uma colheita
abundante precisam buscar esse dom tão necessário à obra missionária, pois sabemos que o adversário tem estabelecido
nesse mundo suas fortalezas, e há “... homens maus e perversos...” (cf. 2 Ts 3.2). Quando se trata da excelente missão de
ganhar almas, nem sempre as circunstâncias são favoráveis, motivo pelo qual, em determinados casos precisamos ver o
que poucos veem e, de maneira equilibrada, crer no impossível. A pregação do Evangelho tem sofrido constante
oposição, ora por parte da impiedade humana, ora por parte da ação satânica. Satanás está agindo para impedir o
trabalho, e tristonhamente admitimos que ele tem conseguido impedir muitos a fazer Missões (cf. I Ts 2.18; At 5.3,29).
No entanto, a Igreja que faz Missões pode contar com o Deus Todo Poderoso, que se “manifesta para destruir as obras
do diabo” (cf. I Jo 3.8).
6.4.4 Amor
O amor é a maior virtude do cristianismo, ele é o vínculo da perfeição (cf. Cl 3.14). O amor cristão tem Deus
por seu objeto primário e se expressa, em primeiro lugar, em obediência aos seus mandamentos (cf. Jo 14.15-23; 15.10;
I Jo 2.5; 5.3; 2 Jo v. 6). O amor cristão, quer exercido para com os irmãos, quer para com os homens em geral, nunca
flui com as inclinações naturais, nem se gasta somente naqueles por quem se descobre ter um pouco de afinidade. O
amor busca o bem-estar de todos, e não faz mal a ninguém (cf. Rm 13.8-10). O amor busca a oportunidade de fazer
bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé (cf. Gl 6.10). Hoje em dia, “o fazer algo de forma correta,
tomou o lugar do fazer o bem”. Essa é a nova prioridade do tempo do fim, colocando o amor em segundo plano. O
controle de qualidade se tornou mais importante do que o sacrifício em favor de outras pessoas. “Um ministério sem
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amor é como um corpo sem coração”. É vivendo em amor que seremos reconhecidos como discípulos de Cristo (cf. Jo
13.34,35).
6.4.5 Humildade
Humildade é uma admirável virtude imprescindível aos servos do Senhor. No grego, refere-se a uma atitude
mental, oposta ao orgulho. É a graça específica desenvolvida no cristão pelo Espírito de Deus, em que ele sinceramente
reconhece que tudo o que tem e é, deve-se ao Deus Triuno, que opera de forma dinâmica a seu favor. Ele, então, se
submete voluntariamente à mão de Deus (cf. Tg 4.6-10). Humildade é uma virtude que nos faz considerar os outros
superiores a nós mesmos (cf. Fp 2.3). Quatro marcas da humildade de Paulo são identificadas em I Coríntios 4.
Em primeiro lugar ele estava contente como servo: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e
despenseiros dos mistérios de Deus” (v.1). A palavra que ele usou para despenseiros é huperetes, que, literalmente,
refere-se a um remador inferior, aquele que remava na fileira inferior de uma embarcação de guerra. Tais remadores não
tinham nome, nem reconhecimento, nem honra.
A segunda marca da humildade de Paulo foi sua disposição de ser julgado por Deus. Em I Co 4.4, ele escreveu:
“Quem me julga é o Senhor”. Paulo não buscava a aprovação dos homens, buscava a aprovação de Deus (cf. Rm 14.18).
Também não se importava com que os homens pensavam dele. Deus era a plateia diante de quem ele executava o seu
ministério e a pessoa a quem ele procurava agradar a todo custo (cf. Cl 3.23,24).
Em terceiro lugar Paulo contentava-se em ser igual aos outros servos de Cristo.
Na marca de número quatro, Paulo estava disposto a sofrer (cf. I Co 4. 12, 13). Ele sofreu pela causa de Cristo
como poucos sofreram na história, cumprindo assim a predição do Senhor no momento de sua conversão (cf. At 9.16).
O verdadeiro exercício no ministério sempre impõe uma carga pesada sobre o homem, e quanto mais eficiente for no
ministério, mais alto o preço a pagar.
Spurgeon apresentava um motivo pelo qual os obreiros de missões podem contar com os sofrimentos: “É preciso
que às vezes enfrentemos durezas. Aos homens de bem foram prometidas tribulações neste mundo, e os ministros
podem esperar maior parte do que outros, para aprenderem a simpatizar com o sofredor povo do Senhor, e assim
possam ser aptos ministros de um rebanho enfermo”. A descrição que Walter Cradock faz de um homem humilde se
harmoniza perfeitamente com Paulo: 1) Quando olha para um pecador, considera-se que já foi pior do ele. 2) Um
coração humilde considera-se ainda pior. 3) Foi Deus quem o fez, e nada fez por si mesmo. 4) Considera que o mais vil
dos pecadores pode ser, no devido tempo de Deus, melhor que ele.
a) Santidade e saúde mental são sinônimas. Quanto mais estáveis as pessoas se tornam como cristãs e quanto mais
entendem como aplicar os princípios da Palavra de Deus em suas vidas, melhor será a saúde mental que terão. Viver da
maneira que Deus planejou, simplesmente, dá certo. Os princípios da Bíblia Sagrada ajudam as pessoas, não as
prejudicam. Davi interrogou: “Como purificará o jovem o seu caminho? E obteve a resposta: “Observando segundo a
tua Palavra... Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho” (cf. Sl 119.9,105). Quando os
obreiros de missões, por meio da Bíblia, dão os conselhos de Deus, eles oferecem algo que ajuda não somente
espiritualmente, mas emocional e mentalmente (cf. I Ts 4.18).
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b) O aconselhamento não deve apenas atender as necessidades pessoais, mas também ajudá-las a ter um
relacionamento com Deus. As adversidades ou disciplinas na vida da pessoa pode ser a maneira de Deus levá-la a ter um
relacionamento correto com Ele. Um ato de amor da parte de Deus. Os conselheiros ministeriais não podem tirar as
aflições da vida das pessoas. Mas podem levá-las a tirar lições dos sofrimentos que passam. Ao entenderem a necessidade
de serem sensíveis e compassivos, os ministros de missões devem procurar meios de ajudar as pessoas a crescerem por
meio das experiências negativas da vida. Em toda experiência dolorosa da vida, valiosas lições podem ser aprendidas (cf.
Hb 12.7-11).
c) Deve-se orientar as pessoas de que elas só terão satisfação na vida se tiverem um relacionamento correto com
Cristo. Somente um relacionamento com Deus, por meio de seu filho Jesus Cristo, pode dar plena satisfação. Billy
Grahan fala do vazio que todo coração humano tem e esse vazio só pode ser preenchido por Cristo, não há substituto.
Por mais que tentem as pessoas, as pessoas só se sentem verdadeiramente satisfeitas na vida quando tem um
relacionamento correto o Senhor (cf. Jo 15.5).
d) As Escrituras Sagradas sempre estão certas. Não importa o que os sentimentos ou emoções indiquem, nunca se
deve dar conselhos contrários à Palavra de Deus. Muitas pessoas pensam que podem sair de uma relação extraconjugal
sem qualquer ferimento, mas a Bíblia diz o contrário (cf. Pv 6.27-32; 9.13-18). Alguns julgam que a Palavra permite o
divórcio por qualquer razão, quando na verdade não o permite (cf. Mt 19.9). O ministro de missões deve sempre
obedecer as Escrituras ao fazer aconselhamento (cf. Mt 28.20; I Pe 4.11).
f) Todo indivíduo, independentemente de qual seja seu problema pessoal, é uma pessoa de valor, feita à imagem
de Deus. Pessoas são preciosas, sejam elas culpadas de assassinato, roubo, furto, molestamento de crianças ou terrorismo
psicológico e emocional. Elas têm valor aos olhos de Deus seja qual for seu pecado ou problema (cf. Rm 5.8). Deus as
ama e criou-as para sua glória. O Senhor Jesus deseja mudar o seres humanos, independentemente de qual estilo de vida
hajam mantido ou mantenham (cf. Mt 9.13). Ele pode resolver todo tipo de problemas que as pessoas enfrentam. Há
esperança para todos (cf. Mc 16.15,16; I Jo 2.1,2). Não podemos deter-nos a examinar os comportamentos das pessoas,
devemos ver o quanto o Senhor quer ajudar cada indivíduo, e ensinar-lhes o Evangelho, para que sejam transformadas
(cf. At 20.18-21; Rm 1.16, 17).
g) Cuidado no trato com o sexo oposto. Reconhecemos que todo cuidado é pouco da parte do ministro de
missões no trato com o sexo oposto, porque desde os primórdios da criação, o sexo sempre foi uma atração natural ao
homem e em muitas oportunidades foi a sua desgraça. Nunca aconselhe alguém do sexo oposto sozinho ou com portas
fechadas. O serviço de visita, por exemplo, é uma tarefa muito importante, mas é uma parte do ministério cristão que
requer muita graça de Deus, em virtude do perigo a que se expõe. A recomendação é que as visitas sejam feitas com
muita devoção e temor, sempre pedindo ajuda ao Senhor para não cairmos nas teias do inimigo. Muitos filhos de Deus
têm perdido o seu santo ministério nas horas em que conversam intimamente com alguém do sexo oposto. A estratégia
de visita praticada pelo Senhor deve ser observada para que tenhamos plena segurança no exercício desse importante
trabalho (cf. Lc 10.1; Ec 4.9-12).
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REFERÊNCIAS