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O OBREIRO E A INTEGRIDADE ESPIRITUAL, MORAL E EMOCIONAL.

I Tm. 4.16
Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque,
fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.

INTRODUÇÃO
Obreiro é: Aquele que trabalha; operário, trabalhador. Indivíduo que produz alguma coisa
através da sua ação prática; quem obra.
Ser um obreiro no Reino de Deus se constitui um grande privilégio para cada um daqueles
que entenderam a magnitude do Reino do Senhor, aqui na terra. Quando um homem se dá conta da
largura, comprimento, altura e a profundidade da obra de Deus, ele se sente feliz por ser um dos seus
trabalhadores. (Ef. 3.18). Somos todos obreiros do Senhor, independente do cargo, ou da atividade
ministerial em que estejamos engajados, da portaria ao púlpito, somos todos trabalhadores do Reino.
A bíblia em II Tm. 2. 15, Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem
de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Esta é uma palavra especial aos
obreiros. Cada obreiro deve ter um grau de comprometimento elevado com o Reino de Deus. Deve
estar comprometido com o crescimento do Reino, contribuindo com o seu trabalho. Isto significa que
o obreiro trabalha, sem dar trabalho. Ele é trabalhador, mas não é trabalhoso.
Um obreiro do Reino de Deus é alguém cuidadoso e bem aplicado em suas tarefas, não
trabalha, como se estivesse fazendo um favor a Deus, pelo contrário, ele trabalha por gratidão, pelos
favores imerecidos que recebe do Senhor. Ele é um homem cheio de virtudes, e uma delas é a
maturidade, o equilíbrio, tanto emocional, quanto espiritual. Ele entende que a obra não gira em torno
dele, entende que ele não é Deus, mas é só uma pequena peça na grande engrenagem, que é o Reino
de Deus. Por isso, ele aceita conselho, crítica, correção e ajuda.
O obreiro do Reino de Deus é alguém que, sobretudo, ama o Senhor desse Reino, ama sua
palavra e nela se dedica, pois sabe que ela é ferramenta indispensável do seu trabalho e sua fonte de
alimento diário. Assim são os obreiros do Reino de Deus.

1. A INTEGRIDADE
Termo que tem origem no latim, integritate, que significa a qualidade ou estado do que é
integro ou completo. É sinônimo de honestidade, retidão, imparcialidade. Ainda, particularidade ou
condição do que está inteiro; qualidade do que não foi alvo de diminuição; inteireza. Em sentido
figurado a integridade pode ser descrita como honradez, pureza ou inocência. Pode designar uma
atitude de plenitude moral, sendo a característica de uma pessoa incorruptível.
Integridade é uma conduta que se caracteriza por uma convergência entre
palavras e ações. Uma pessoa íntegra tem uma conduta reta, ela faz o que ela
fala, o que ela pensa, sempre galgada pela ética e pela honestidade.
Ela mantém sua honra, o que ela pensa se reflete no que ela faz com clareza.
As falas e o discurso de uma pessoa íntegra são alinhados com a ética. Uma
pessoa íntegra é tida como responsável, tem crenças bem alinhadas, convicções
bem definidas e um alto nível de dedicação ao que se propõe a fazer.
Ser íntegro é um pré-requisito básico para conviver em sociedade. E claro, a
integridade é uma característica fundamental para desenvolver uma carreira
em qualquer segmento.
Pessoas que não entendam ou não lidam bem com a integridade não podem ser
consideradas íntegras. Afinal, não há como ser “meio íntegro”, ou você é ou
não é. (Rodrigo Huback)
Havia muita razão do salmista orar a Deus, desejando uma vida íntegra e reta, pois disso o
Senhor se agrada na vida de um homem, e ainda mais, se este for um obreiro do Reino de Deus. “Que
a integridade e a retidão me protejam, porque a minha esperança está em ti.” Sl. 25.21

2. INTEGRIDADE ESPIRITUAL
Então sua mulher lhe disse: "Você ainda mantém a sua integridade? Amaldiçoe a Deus, e
morra!" Jó 2.9.
Jó, o servo de Deus, da terra de Uz, é um exemplo de integridade espiritual.
Assim como na tempestade se vê a firmeza de uma árvore, se suas raízes estão firmes, assim
também, nossa integridade espiritual pode ser vista, em meio às intempéries da vida. Jó que enfrentou
os mais diversos tipos de intempéries da vida, manteve-se fiel a Deus. Mesmo sofrendo o desespero
das dores físicas, emocionais e espirituais, Jó manteve a sua integridade espiritual. Jó que era honrado
por todos, agora era desprezado, até, pelas crianças, sua coroa de honra caiu-lhe da cabeça. “Até as
crianças me desprezam, e, querendo eu levantar-me, zombam de mim.” Jó 19.18.
Os amigos de Jó não conseguiam ver sua integridade, antes, achavam que ele estava se
exaltando, pensando bem demais de si mesmo. Porem sua esposa, aquela que o conhecia mais do que
qualquer outro ser humano, viu que a posição espiritual do seu esposo, permanecia inalterada, então,
ela perguntou: "Você ainda mantém a sua integridade? Talvez ela pensasse, Deus tirou seus bens,
seus filhos, sua honra, sua saúde, virou as costas pra ele, tirou nossa intimidade, Deus não merece
mais o respeito, e a integridade do meu marido. Então, ela o aconselhou, dizendo “Amaldiçoe a Deus,
e morra!". Porém, Jó respondeu: “Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não
receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” Jó 2.10. Com esta
resposta, Jó provou que se tudo ao seu redor e até no seu físico estava destruído, havia algo que
permanecia no seu estado de inteireza, sem diminuição, a sua vida espiritual.
A resposta de Jó aos problemas que surgiram em sua vida, está intimamente ligada à vida de
comunhão, intimidade e adoração a Deus. Todos devem buscar uma vida, sincera, de intimidade com
Deus, esta deve ser a prioridade de cada obreiro. Veja que os apóstolos não se deixaram levar pela
tentação de diminuir o tempo de oração (intimidade) e meditação na Palavra de Deus, At. 6.2. 2 -
Então os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: — Não é correto que nós
abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Sem dúvidas esta decisão foi acertada.
Infelizmente, enquanto estamos no mundo, somos tocados e muitas vezes corrompidos pelas
influências negativas ao nosso redor. Não podemos sair do mundo. Mas será que precisamos trazer o
mundo para dentro de nossa vida? E da própria igreja? A resposta é, não!
Alguns textos bíblicos laçam bastante luz sobre o assunto, veja: João.17.14,15.
14 - Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo,
como também eu não sou. 15 - Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal.
Filipenses 2.15, diz: para que sejam irrepreensíveis e puros, filhos de Deus inculpáveis no
meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual vocês brilham como luzeiros no mundo.
Mateus 5.16 “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”
Tiago 1.27 “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: […] a si
mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.
Será que é possível sermos puros e íntegros em um mundo onde somos bombardeados
diariamente pela perversidade? É possível ser íntegro num mundo de corrupção? É possível ser puro
num mundo de sedução? O Salmo 101 nos dá uma resposta: Sim!
3. INTEGRIDADE MORAL
Integridade moral – A moralidade está ligada a dignidade de uma pessoa. Portanto, a
integridade moral se caracteriza como os princípios de uma pessoa, que devem ser baseados no
respeito e na honestidade. No direito, quando uma pessoa é ofendida, por exemplo, existe o processo
por danos morais, criado para aplicar penas a quem ferir a integridade moral de outra pessoa.
Mas em termos espirituais e, especialmente de liderança, a integridade moral, fala da inteireza
do caráter do líder. O afastar-se do mal e de sua aparência. A integridade moral está intimamente
ligada ao caráter de cada indivíduo. Desse modo podemos afirmar, que as Igrejas estão correndo
sérios riscos em nossos dias. Pessoas com muita teologia, mas sem nenhum caráter estão assumindo
cargos fundamentais na liderança eclesiástica. Pessoas de personalidades fortes e muito carismáticas,
cheias de conhecimento, com aptidão administrativa, mas sem essência, sem caráter, sem integridade.
Já vimos o conceito do que é integridade, mas e o caráter?

3.1 O que é Caráter


Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um
indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes.
O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão determinar a sua conduta e a
sua moralidade, o seu caráter. Os seus valores e firmeza moral definem a coerência das suas ações,
do seu procedimento e comportamento.
Uma pessoa conhecida como "sem caráter" ou "mau caráter", geralmente é qualificada como
desonesta, pois não apresenta firmeza de princípios ou de moral. Por outro lado, uma pessoa "de
caráter" é alguém com formação moral sólida e incontestável.
E não confundamos integridade, caráter, com personalidade.

3.2 Personalidade e Caráter


Personalidade é a maneira como nos postamos no mundo, é como nos expressamos para as
outras pessoas, por exemplo, a nossa capacidade de comunicação, nossa postura, nosso carisma. É o
que as pessoas captam de nós, nosso exterior.
Caráter é a moral que preservamos mesmo quando ninguém está nos vendo, é a fidelidade ao
que é certo e honesto. Assim, uma pessoa pode ter uma grande personalidade, mas ser desprovida de
caráter. A pessoa pode ser carismática, ter uma boa oratória, pode se comunicar muito bem, pode ser
engraçada, pode ser maravilhosa em sua personalidade, e, contudo, sua essência ser desprovida de
caráter.
John Robert Wooden (14/10/1910 a 04/06/2010) foi um jogador e treinador americano de
basquete. Um “Monstro” do basquete americano, um dos treinadores mais reverenciados na história
dos esportes, disse certa vez: “Preocupe-se mais com o seu caráter do que com sua reputação.
Caráter é o que você é, reputação é apenas aquilo que os outros pensam que você é”.

3.3 José, exemplo de integridade


• José na casa de seu pai
Quando lemos sobre José, vemos que é possível ao homem manter-se íntegro e, sob a graça
divina, independentemente da idade e das circunstâncias que o envolvam.
José se manteve íntegro, mesmo diante do mal testemunho e da hostilidade dos seus irmãos.
Como sendo o irmão casula poderia tomar como estilo de vida, o procedimento dos seus irmãos mais
velhos, porém isso não aconteceu, pelo contrário, ele os denunciava. Gn. 37.2,4
2 - Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com
seus irmãos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de
seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai.
4 - Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não
podiam falar com ele pacificamente.

• José na casa de Potifar


Na casa do Potifar, comandante da guarda real egípcia (Gn 39:1), a integridade de José seria
testada em pelo menos três frentes altamente perigosas, poder, dinheiro e sexo. Em Gn. 39.4 José é
elevado à posição de superintendente da casa e dos bens de Potifar. 4 - Assim, José achou favor diante
dos olhos de seu dono e o servia. E ele pôs José por mordomo de sua casa e lhe passou às mãos tudo
o que tinha. Mesmo com a autoridade a ele conferida sobre os demais servos, ele não procurou tirar
proveito próprio, se utilizar da posição para perseguir ou maltratar alguém, permaneceu íntegro.
Gn. 39.7,10, mostram que a esposa de seu senhor se esforçou por seduzi-lo a transgredir a lei
de Deus. 7 - Assim, depois de algum tempo, a mulher de Potifar pôs os olhos em José e lhe disse: —
Venha para a cama comigo. 10 - Ela falava com José todos os dias, mas ele não lhe dava ouvidos,
recusando-se a ir para cama com ela e a ficar perto dela. Porém, fortalecido pela graça e temor de
Deus, José resistiu às investidas do inimigo e fugiu da queda. Gn 39.12. 12 - Então ela o pegou pela
roupa e lhe disse: — Venha para a cama comigo. Ele, porém, deixando a roupa nas mãos dela, saiu,
fugindo para fora. Ele não transigiu com o pecado, mas diante do mal recuou com determinação e
sabedoria.
Em conjunto com a tentação do sexo, estava a tentação do dinheiro. O Potifar não sabia mais
coisa alguma de suas finanças, pois, tudo foi entregue a José, e ele não desviou uma moeda, não fez
um caixa extra para ele, tudo era fielmente comprado, vendido, negociado, sem fraude, sem
corrupção. Gn. 29.6,8. 6a - Potifar confiou tudo o que tinha às mãos de José, de maneira que não se
preocupava com nada, a não ser com o pão que comia. 8 - Ele, porém, recusou e disse à mulher do
seu dono: — Escute! O meu senhor, não se preocupa com nada do que existe nesta casa, porque eu
estou aqui; tudo o que tem ele passou às minhas mãos.
José preferiu permanecer integro diante de Deus, do que ter um caso amoroso com a esposa
do seu senhor, e provavelmente, no futuro, tramar a morte do Potifar, para ficar com a viúva e todos
os bens. José foi preso.

• Na prisão
Preso injustamente, não demorou muito para obter a confiança do carcereiro r de todos os
presos, e logo, tornou-se um líder, a ponto do carcereiro lhe confiar as chaves da prisão e os presos
contar-lhe sonhos para que José os interpretasse. Gn. 39. 20-23. 20 - E o dono de José o tomou e o
lançou na prisão, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; ali José ficou na prisão. 21
- O Senhor, porém, estava com José, foi bondoso com ele e fez com que encontrasse favor aos olhos
do carcereiro. 22 - Este confiou às mãos de José todos os presos que estavam no cárcere. E José
fazia tudo o que se devia fazer ali. 23 - O carcereiro não se preocupava com nada do que tinha sido
entregue às mãos de José, porque o Senhor estava com ele, e tudo o que ele fazia o Senhor
prosperava. Em Gn. 40. 20-23 vemos o fiel cumprimento da interpretação de José, sobre os sonhos
dos oficiais do rei. 20 - No terceiro dia, que era aniversário de nascimento de Faraó, ele deu um
banquete a todos os seus servos. E, no meio destes, reabilitou o copeiro-chefe e condenou o padeiro-
chefe. 21 - Reintegrou o copeiro-chefe no seu cargo, no qual dava o copo na mão de Faraó, 22 - Mas
mandou enforcar o padeiro-chefe, como José havia interpretado. 23 - Porém o copeiro-chefe não se
lembrou de José; esqueceu-se dele.
• No palácio – Perante Faraó – A tentação da autossuficiência
José foi chamado ao palácio para interpretar o sonho do rei, e assim aconteceu. Porém não
vemos em nenhum momento ele se arrogando do “dom” que Deus lhe havia dado, como se ele mesmo
fosse capaz, e não capacitado por Deus, como alguns em nossos dias o fazem. Quando faraó o elogiou,
veja como ele respondeu, Gn. 41.15,16. 15 - Este lhe disse: - Tive um sonho, e não há quem o
interprete. Porém ouvi falar a respeito de você que, quando ouve um sonho, é capaz de interpretá-
lo. 16 - José respondeu: Isso não está em mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó.
Deus honrou José por sua integridade e caráter firme. Gn. 41.40-44
40 - Você será o administrador da minha casa, e todo o meu povo obedecerá à sua palavra.
Somente no trono eu serei maior do que você.
41 - E Faraó disse mais a José: — Eis que eu o constituo autoridade sobre toda a terra do
Egito.
42 - Então Faraó tirou o seu anel-sinete da mão e o pôs no dedo de José. Mandou que o
vestissem com roupas de linho fino e lhe pôs no pescoço um colar de ouro.
43 - E o fez subir na sua segunda carruagem, e clamavam diante dele: "Inclinem-se todos!"
Desse modo, deu-lhe autoridade sobre toda a terra do Egito.
44 -Disse ainda Faraó a José: — Eu sou Faraó, mas sem a sua ordem ninguém poderá fazer
nada em toda a terra do Egito.

• Perante seus irmãos


Chegou o momento da vingança de José. Seus irmãos deveriam pagar por todo mal e
sofrimento causado a ele. Em tão veja como ele fez: Gn. 45.1-4; 14,15.
1 - Então José, não conseguindo se conter diante de todos os que estavam com ele, gritou: —
Saiam todos da minha presença! E ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus
irmãos.
2 - E levantou a voz em choro, de maneira que os egípcios o ouviam e também a casa de
Faraó.
3 - E disse a seus irmãos: — Eu sou José. Meu pai ainda está vivo? E seus irmãos não lhe
puderam responder, de tão assustados que ficaram diante dele.
4 - E José disse aos seus irmãos: — Agora cheguem perto de mim. E eles chegaram. Então
ele disse: — Eu sou José, o irmão de vocês, que vocês venderam para o Egito.
14 - E, lançando-se ao pescoço de Benjamim, seu irmão, chorou; e, abraçado com ele, chorou
também Benjamim.
15 - José beijou a todos os seus irmãos e chorou sobre eles; depois, seus irmãos falaram com
ele”.
A docilidade deste líder expõe francamente lideranças insensíveis e indiferentes, embriagadas
pelo poder. O apóstolo Pedro exorta os líderes: “2 - Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós,
não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas
de boa vontade; 3 - nem como dominadores do que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos
de rebanho” 1 Pe 5.2,3.
Líderes dominadores são totalmente isentos de amor, piedade e temor de Deus. Em geral, a
aspereza utilizada, decorre de figuras fracas que se sentem ameaçadas, procurando impor-se pela
força. Estas pessoas costumam apresentar indisposição em ouvir os outros, não são ensináveis, e agem
sozinhas, como se fossem detentoras da verdade. Que a figura de José seja inspiração para conduzir
ao arrependimento tais homens enfermos pelo poder. Sigamos o exemplo de integridade de José.
4. INTEGRIDADE EMOCIONAL
Em termos gerais temos uma tendência de achar que problemas psicológicos e emocionais são
causados apenas por pecados, ação demoníaca, tendo quem pense ainda, em juízo de Deus, como os
amigos de Jó pensavam, mas isto não é bem assim.
Todos estão sujeitos a problemas espirituais, físicos e emocionais. Muitos homens de Deus
sofrem com diabetes, com problemas cardíacos e até câncer. Ora se reconhecemos que estes devotos
irmãos sofrem com doenças físicas, porque ignorar os problemas emocionais? Sabemos, sim, que
muitos problemas emocionais são decorrentes de pecados não confessados e por uma ação do inimigo.
Mas não devemos generalizar.
Paulo escrevendo aos tessalonicenses na sua primeira carta, escreve: 1Ts 5. 23 - O mesmo
Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e
irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. É isso, somos uma tricotomia, Espírito, Alma
e Corpo. Assim, Deus cuida não somente de uma área de nossa existência. Ele cuida de todas elas.
Cuida do espírito, mas, também, da alma e do corpo.
Deus tem interesse em que nossa vida espiritual, emocional e física seja equilibrada. Que
tenhamos saúde nestas três esferas da nossa vida.
Em Gênesis 45. 27, encontramos José mandando buscar seu pai para o Egito, a fim de salvá-
lo da fome. 27 - Mas, quando eles lhe contaram tudo o que José havia falado e quando ele viu as
carretas que José havia mandado para levá-lo ao Egito, o espírito de Jacó, o pai deles, reviveu.
Depois do desaparecimento de José, Jacó que era um homem cheio de vida, cheio de
experiencias com Deus, foi acometido de uma tristeza tão profunda, que parecia que ele próprio havia
morrido. Por, aproximadamente, vinte e dois anos, Jacó, que viu anjos de Deus, descendo e subindo
por uma escada, cujo topo chegava ao céu, ficou sem respostas para os seus porquês. Por que Deus
permitiu? Por que Deus não protegeu? Por que o enviei? Por que foi assim? Por que não tive
oportunidade de vê-lo depois de morto? Por que Deus não me permitiu sepultar meu filho?
Jacó, agora, não tem mais alegria. Conversa pouco, ficou mais medroso de perdas. Sua casa
era o seu sepulcro, não queria sair dela, mas quando ele ouve sobre José e vê os carros em sua porta
para leva-lo de casa para ver seu filho, a bíblia diz que ele voltou a viver. Jacó foi acometido de cura
emocional.
Muitos cristãos pensam que os cultos alegres e fervorosos que participamos são suficientes
para nos deixar bem emocionalmente. Eles ajudam e como ajudam, mas o calor humano é
indispensável. Deus nos fez seres sociais, precisamos uns dos outros, especialmente, família.
Via de regra a liderança vive uma enorme e constante tensão, em casa, na Igreja, e na
sociedade em geral. Uma grande força mental no afã de fazer tudo certo é produzida, até porque,
criou-se a ideia de que o líder é alguém espiritualmente perfeito, como se já vivesse em corpo
glorioso, e também, não sofresse cansaço nem emoções. O pior disso tudo é que, muitos líderes
internalizaram isso, de tal maneira, que até se sorrir alto, pedem perdão pela transgressão.
O obreiro precisa relaxar, descontrair-se um pouco. Deve sair para uma viagem de lazer,
proporcionar momentos de alegrias e muito sorrisos com sua família e amigos. Isso elimina muitas
“toxinas mentais”. Deixa a vida mais leve e traz uma sensação de bem estar.

Além da tristeza prolongada, como no caso do patriarca Jacó, outros problemas podem afetar
a saúde emocional do obreiro são eles, a ansiedade, a murmuração, a amargura, a baixa autoestima,
dívidas, culpa, dúvidas, dentre outros.
Uma coisa muito importante para a integridade emocional do obreiro é aprender a perdoar e
aprender a pedir perdão, seja a quem for. O perdão é libertador.
CONCLUSÃO
Para o obreiro do Senhor, que prima por viver com integridade em um mundo onde os
corruptos parecem favorecidos, sem mencionar nossa batalha contra nossa própria natureza
pecaminosa, é um desafio. O apóstolo Pedro nos encoraja a permanecer íntegros, 1Pedro 3.13–18:
“13 - Ora, quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem? 14 - Mas, mesmo que
venham a sofrer por causa da justiça, vocês são bem-aventurados. Não tenham medo das ameaças,
nem fiquem angustiados; 15 - pelo contrário, santifiquem a Cristo, como Senhor, no seu coração,
estando sempre preparados para responder a todo aquele que pedir razão da esperança que vocês
têm. 16 - Mas façam isso com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que
falam mal de vocês, fiquem envergonhados esses que difamam a boa conduta que vocês têm em
Cristo. 17 - Porque, se for da vontade de Deus, é melhor que vocês sofram por praticarem o bem do
que praticando o mal. 18 - Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos
injustos, para conduzir vocês a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito”.
Portanto, viver com integridade é seguir o exemplo de Cristo. E só podemos viver com
verdadeira integridade pelo Seu poder, que Ele graciosamente e livremente dá a todos os que são
Seus.

Pr. Luis Rios dos Santos


Líder da AD Vila Brasil
São Luis - MA
Adendo
Que problemas psicológicos e emocionais podem ser devido à pecados concordamos
plenamente, pode ser por ação demoníaca sim pode, mas, não é vias de regra principalmente para o
crente que é fiel. Porém isto está acontecendo com muitos em nosso meio e uma grande parte não
procura um tratamento adequado por medo de serem taxados como crentes infiéis ao Senhor. John
Piper 2002, escreveu um livro chamado, “O sorriso escondido de Deus”, neste livro Piper conta a
história de três grandes homens de Deus,
John Bunyan (1628-1688) que escreveu o livro mais lido no mundo depois da Bíblia “O
Peregrino”, este homem ficou doze anos na prisão e tinha crises de depressão profundas,
William Cowper, (1731-1800) conhecido como o poeta de um novo avivamento religioso, ele
compunha hinos maravilhosos, mas, sofria de terríveis crises de depressão e tentou se matar por várias
vezes e passou sua vida sendo monitorado para não executar seu propósito e
David Brainerd (1718-1747) um grande missionário entre os índios peles-vermelhas nos
Estados Unidos que morreu de tuberculose aos vinte e nove anos de idade, um homem de oração e
amor intenso pelas almas e teve uma morte tão prematura, Brainerd além de lutar com uma
tuberculose terrível lutava com uma depressão que o acometia periodicamente.
Confesso que a partir da leitura deste livro comecei a entender que problemas psicológicos e
emocionais e enfermidades acontecem com muitos crentes fiéis ainda hoje. É fato que a Palavra de
Deus não trata especificamente desses problemas com os conceitos e termos contemporâneos, mas,
não podemos ignorá-los.

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