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Devocionais

Caro parceiro,
Obrigado por seus esforços incansáveis na defesa das crianças e jovens de sua comunidade. Temos fé
na promessa do Senhor de que "o trabalho de vocês não será inútil" (1 Coríntios 15:58b). Vidas estão
sendo transformadas através de seu ministério e da fidelidade dos funcionários e voluntários da igreja.
OBRIGADO se mostrar um campeão em nome daqueles que são vulneráveis em sua comunidade.
OBRIGADO por se levantar e agir, para que eles possam testemunhar o seu valor e serem encorajados
a buscar um futuro melhor. OBRIGADO por tudo o que você faz todos os dias, garantindo que as
crianças tenham um lugar seguro para estudar, crescer e encontrar o amor de Jesus.

Compilamos esses devocionais escritos por funcionários da Compassion de todo o mundo para
incentivá-lo e equipá-lo enquanto você continua ministrando para crianças e jovens. Cada devocional
compartilha uma perspectiva bíblica do que significa proteger as crianças do mal. Porque é importante,
para nós, como seguidores de Jesus, agir em seu nome. Isso inclui questões para refletir, facilitando a
discussão. Se você optar por usar esses devocionais em grupo ou para orientar sua própria reflexão
pessoal, em sua conversa com o Espírito Santo, esperamos que você seja encorajado. Que o Espírito
de Deus te sustente de formas poderosas.

OBRIGADO!

Seus amigos da Compassion Internacional

2 • DEVOCIONAIS
SUMÁRIO
Compassion ........................................................................................................................................................ 1
Caro parceiro...................................................................................................................................................... 2
Um verdadeiro presente .................................................................................................................................... 4
Uma Teologia da Vulnerabilidade ...................................................................................................................... 6
Criando Espaços Seguros ................................................................................................................................... 8
Coragem para agir ............................................................................................................................................ 11
Abuso não é apenas físico ................................................................................................................................ 13
Vendo crianças através dos olhos de Deus ..................................................................................................... 15
Um Rei e um Bebê............................................................................................................................................ 17
Escolhendo uma Postura de Confiança............................................................................................................ 19
Coração de Jesus para Crianças ....................................................................................................................... 22
O Poder da Presença ........................................................................................................................................ 24

3 • DEVOCIONAIS
Um verdadeiro presente
Passagem bíblica

"Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como
flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade. "
— Salmos 127:3-4 (NIV)

Devoção

Depois de ler esta passagem, você deve se perguntar: por que o salmista fala das crianças dessa forma?
Ele não diz que prosperidade, beleza ou inteligência são a recompensa de Deus. Não, ele diz que as
"crianças o são." Por quê?

Talvez seja porque, sem termos filhos ou herdeiros, qual é o propósito de acumular qualquer riqueza?
Se uma nação ou líder não tem ninguém para deixar seu legado, de que serve sua história ou suas
realizações? Embora possa haver muitas opiniões diferentes sobre esses versos, será que Deus está
tentando deixar claro que as crianças não devem ser vistas como um castigo ou fardo, mas como um
dom? O presente da herança.

Acreditando nisso, por que toda nação ou cultura não dá às crianças sua devida importância e proteção
na sociedade?

Deus muitas vezes abençoa nações através de seus filhos. As crianças podem ser um símbolo para o
bem se os adultos, encarregados por Deus da sua educação, receberem-nas amorosamente, educando
e cuidando das crianças da maneira que Deus o faria.

As crianças são o futuro do mundo. Se eles não forem atendidos, protegidos, abrigados e amados, os
resultados serão devastadores. Como cristãos, temos a responsabilidade de reforçar o mandamento
de Deus quando se trata de crianças. Ele as valoriza porque elas são seu presente para o mundo. Vamos
fazer nossa parte em reconhecer esse fato, fazendo tudo ao nosso alcance para proteger as crianças
do mal.

4 • DEVOCIONAIS
Reflexão

1. Você acha que seu país ou comunidade valoriza as crianças da maneira como Deus as descreve
nos salmos acima? Se sim, dê exemplos.
2. O que pode ser feito para elevar o valor e a importância de cuidar e proteger as crianças entre
líderes e servos da igreja?
3. O que impede as pessoas de ver crianças como um grande presente de Deus?
4. Algum outro comentário ou perspectiva do grupo?

5 • DEVOCIONAIS
Uma Teologia da Vulnerabilidade
Passagem bíblica

"... Não é bom que o homem esteja só... E o homem e sua esposa estavam nus e não se
envergonhavam." [ênfase adicionada] (ESV)
— Gênesis 2:18, 25

Devoção

Ser um dos cuidadores enviados por Deus é algo de grande responsabilidade: proteger os vulneráveis.
Mas será que não nos esquecemos de algo igualmente importante no início, na criação de Deus – que
fomos criados vulneráveis? Vulnerabilidade que era e ainda é boa, porque Deus disse que era bom.
Quando Deus disse, "não é bom que o homem esteja sozinho", Ele não estava dizendo que sua criação
– ou qualquer coisa relacionada a ela – não era boa. Ele simplesmente identificou a vulnerabilidade do
bem que colocou na humanidade.

O fato de Adão e Eva estarem nus (vulneráveis) e não se envergonharem aponta para o propósito de
Deus de criar uma vulnerabilidade perfeitamente boa em nós: a partir dessa vulnerabilidade, nos
renderíamos, nos submeteríamos, dependeríamos e confiaríamos Nele. Considere que mesmo antes
da queda, embora não houvesse morte, ainda era necessário comer e respirar – essas boas
vulnerabilidades exigiam dependência de Deus. Deus nos criou segundo seu desejo: nós dependemos
Dele.

Quando Jesus se tornou humano, ele também ficou totalmente vulnerável. Ele experimentou e viveu
a pobreza, a fome, a sede, a fraqueza, até mesmo a tentação. Em Sua vulnerabilidade, Ele nos
demonstrou como devemos experimentar nossas próprias vulnerabilidades, para que elas sejam
justamente vividas em alegre e fiel obediência.

Somente quando seguimos o exemplo de Cristo somos capazes e estaremos equipados para cuidar
adequadamente e proteger os mais vulneráveis que Deus nos incumbiu.

Primeiro, devemos entender e reconhecer nossas próprias vulnerabilidades. Tanto a boa quanto a má.
Algumas vulnerabilidades são resultantes do pecado, e devemos reconhecê-las como tal. Pensar que
não somos vulneráveis em alguma medida simplesmente porque não somos considerados altamente

6 • DEVOCIONAIS
vulneráveis como os pobres, os viúvos, os órfãos e os oprimidos é algo que indica orgulho ou cegueira.
Essa perspectiva nos torna menos equipados para cuidar daqueles que precisam, não mais fortes ou
melhor equipados para isso.

Em segundo lugar, devemos nos render e submeter nossas vulnerabilidades a Deus. Jesus entregou
suas vulnerabilidades ao Pai, mais importante e notavelmente, na cruz. Foi difícil, mas Jesus
certamente se submeteu, em sua vulnerabilidade, ao Pai.

Terceiro, devemos depender de Deus quanto a nossas vulnerabilidades. Deus nos criou como seres
vulneráveis por uma razão. É errado fugir de ser vulnerável, como Adão e Eva fizeram depois que
pecaram (eles tentaram parar de depender de Deus). Jesus chamou o ato de ignorar essa necessidade
de hipocrisia (Mateus 23:23), uma palavra grega usada para descrever o uso de uma máscara para
esconder uma identidade. Confie que Deus lhe dará a força e a provisão que você precisa para as
vulnerabilidades que você tem.

Finalmente, acima de tudo, devemos cuidar dos mais vulneráveis. Este é o último passo, não o
primeiro. Uma vez que reconheçamos nossas próprias vulnerabilidades, as entregamos a Deus e
passamos a depender Dele, podemos obedecer fiel e alegremente a Deus na proteção e no cuidado
para com os mais vulneráveis que nós.

Reflexão

1. Onde ou como você está vulnerável (espiritualmente, emocionalmente, fisicamente,


mentalmente)? Especificamente? Consistentemente? Quais são bons, quais são ruins (são o
resultado de ou levam ao pecado)?
2. Você reconhece genuinamente suas vulnerabilidades? Você acha que tem vulnerabilidades
não reconhecidas que alguém próximo a você poderia ajudá-lo a reconhecer? Como você
poderia melhor entregar a elas na dependência de Deus?
3. Aprofunde-se mais: o livro de Raleigh Sadler, Vulnerable: Rethinking Human Trafficking (Ch. 4)
e sua entrevista em um podcast foram muito úteis no desenvolvimento dessa devoção. Muito
pode ser aprendido lendo e ouvindo essas fontes para se aprofundar ainda mais.

7 • DEVOCIONAIS
Criando Espaços Seguros
Passagem bíblica

"Responder antes de ouvir - isso é loucura e vergonha."

"O coração do discernimento adquire conhecimento, pois os ouvidos dos sábios o procuram."

"A língua tem o poder da vida e da morte, e aqueles que a vivem comerão suas frutas."

Provérbios 18:13,15,21 (NVI)

Devoção

Como especialistas e profissionais de proteção à criança, devemos sempre estar cientes de qualquer
sinal de abuso e exploração, o que requer que estejamos sempre alertas e prontos para agir. Muitos
sintomas de abuso são fáceis de observar, como marcas no corpo ou mudanças bruscas de
comportamento, ou quando um jovem tipicamente extrovertido e social fica mais quieto e retraído
com os outros (até faltando à escola e às atividades sociais).

Como defensores das crianças, devemos buscar ser diligentes e observadores. Essa é, de fato, uma das
maneiras mais eficazes de proteger as crianças e jovens presentes nossas vidas. Mesmo convivendo
com um adulto observador, sabemos que às vezes (ou muitas vezes), crianças e jovens ainda são
capazes de esconder em si a dolorosa experiência do abuso por muito tempo.

Vários anos atrás, eu estava almoçando com uma amiga de longa data - alguém que eu conhecia desde
que nós dois tínhamos apenas três anos de idade! Vivenciamos nossas infâncias juntos, éramos
companheiros de classe, fomos à igreja juntos e passamos inúmeras horas brincando e conversando,
por muitos anos. Pensei que sabia absolutamente tudo sobre essa amiga. Mas, durante esta refeição,
ela corajosamente compartilhou comigo pela primeira vez que um membro da família havia abusado
sexualmente dela durante a maior parte de sua infância e adolescência. Ela me disse que estava muito
envergonhada e com medo de contar a alguém - e de fato escondeu com sucesso essa fase terrível e
traumática de sua vida, em segredo completo, até bem recentemente, depois de já estar madura.
Fiquei atordoado, triste e profundamente frustrado. Como eu poderia ter deixado escapar os sinais do
que minha melhor amiga estava sentindo, dor, medo e confusão, por tanto tempo?

8 • DEVOCIONAIS
Agora sei que, como eu também era criança, não fui capaz de discernir e detectar, efetivamente, as
evidências de que minha amiga estava sendo abusada dessa maneira. Agora, eu também posso
reconhecer que ela precisou de muito esforço e prática para esconder a verdade todos esses anos, não
só de mim - mas também de seus pais, professores e todos os outros adultos em sua vida.
Relembrando, ela disse que desejava que houvesse um adulto com quem ela se sentisse realmente
segura - alguém com quem ela pudesse ter compartilhado seu terrível segredo e obtido a ajuda que
ela desesperadamente precisava e merecia.

Como defensor das crianças, não devo apenas ser diligente e observador para detectar evidências de
que um jovem pode estar precisando de ajuda. Eu também deveria intencionalmente criar espaços
seguros para crianças e jovens se sentirem genuinamente ouvidos e compreendidos. Esta pode ser
uma das formas mais eficazes e significativas para prevenir e denunciar abusos, negligências e
explorações. No capítulo 18 de Provérbios, vemos alguns versos que falam sobre como o poder de um
bom ouvinte e palavras sábias podem criar um espaço seguro para outros.

Responder antes de ouvir é estupidez e vergonha. — Provérbios 18:13

Aqui a Bíblia apresenta um dos elementos mais básicos da comunicação saudável — ouça antes de
falar. Os adultos têm muito a ensinar para as crianças e jovens. Além de termos vasta experiência de
vida, Deus nos ensinou muitas lições que podemos (e devemos) compartilhar. Mas, como todo mundo,
as crianças precisam de pessoas em suas vidas que lhes deem voz e que simplesmente ouçam (sem
julgamento) suas ideias, problemas, pensamentos e sentimentos.

O coração do sábio adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a ciência — Provérbios
18:15

As crianças são mais propensas a compartilhar os detalhes e desafios de suas vidas se sentirem que
queremos conhecê-las de verdade, sendo curiosos e interessados em quem elas são. Esse tipo de
conversa precisa ser consistente e intencional para ganhar a confiança de um jovem e, eventualmente,
criar um relacionamento seguro onde os problemas e os questionamentos da pessoa possam ser
expressos.

A morte e a vida estão no poder da língua, e aquele que a ama comerá do seu fruto. — Provérbios
18:21

Este é um lembrete de que a forma como reagimos um ao outro é poderosa e duradoura. Quando um
jovem compartilha algo que os assusta ou faz com que se sinta envergonhado, nossas primeiras
palavras devem vir de um lugar de amor e validação (poder da vida). Isso pode dar-lhes a confirmação
de que escolheram uma pessoa segura para compartilhar. Da mesma forma, se respondermos de tal

9 • DEVOCIONAIS
maneira que faça a criança se sentir julgada ou que duvidamos dela, provavelmente a empurraremos
ainda mais para o isolamento emocional e a escuridão (poder da morte).

À medida que continuamos desenvolvendo nossa vocação bíblica de proteger as crianças ao redor do
mundo, vamos pedir a Deus que nos dê sabedoria para ajudar a criar espaços seguros onde outros se
sintam conhecidos, amados e conectados. Que possamos criar lugares para as pessoas compartilharem
suas alegrias, pensamentos, dores e necessidades (passadas ou presentes), e que aqueles que
compartilham conosco saibam que Cristo cuida deles, Ele vê suas feridas e com Ele a cura é possível.

Reflexão

1. Lembre-se da sua infância. Havia algum adulto em sua vida com quem você se sentia seguro
para compartilhar? Quem eram eles?
2. O que eles fizeram que o fez se sentir seguro? Se você não teve um adulto em sua vida que o
fez se sentir seguro, o que um adulto poderia ter feito para ajudá-lo a se sentir seguro?
3. Como você pode criar mais "lugares seguros" para conversas abertas, especialmente com
jovens ou crianças em sua vida?

10 • DEVOCIONAIS
Coragem para agir
Passagem bíblica

"Pela fé Moisés, recém-nascido, foi escondido durante três meses por seus pais, pois estes viram
que ele não era uma criança comum, e não temeram o decreto do rei." — Hebreus 11:23 (NVI)

Devoção

Joquebede era uma mulher de fé e coragem.

Infelizmente, a mãe de Moisés não é muito mencionada em sermões sobre seu filho. A maioria dos
ensinamentos sobre Moisés estão mais focados em sua liderança, fé, nas pessoas que ele liderou e nos
erros que ele cometeu, mais do que na determinação de seus pais para salvá-lo. No entanto, sem a
intervenção de Joquebede - nunca teria havido um Moisés. Ele teria sido morto como todos os outros
hebreus no Egito.

Aqui reside a lição: proteger as crianças do mal não é glamouroso. Você pode nunca ter atenção
especial ou um prêmio por isso, algo que, muitas vezes, não é fácil. Na verdade, na maioria dos casos,
requer sacrifício, bravura e agir rapidamente.

Joquebede teve todas essas qualidades. A Bíblia nos diz: "Mas quando ela não podia mais escondê-lo,
ela tinha uma cesta de papiro para ele e a revestia com piche e arremesso. Então, ela colocou a criança
nele e o pôs entre os juncos ao longo da margem do Nilo. (Êxodo 2:3, NVI).

Todos sabemos o resto da história. Mas pensar que tudo começou com o simples ato de obediência,
de fazer o que é certo diante do mal. Não podemos fazer vista grossa para o sofrimento das crianças.
Temos a responsabilidade de "defendê-los", não só porque são preciosos para Deus, mas também,
porque - assim como Moisés - Deus tem um plano para usá-los para propósitos de Seu Reino.

11 • DEVOCIONAIS
Reflexão

1. A Igreja age como Joquebede? Pensa e age em prol do bem-estar das crianças?
2. Quais são as razões que impedem famílias e cuidadores de agir rapidamente nos casos em que
uma criança está sendo ameaçada? Como os cristãos - como você, eu, a Igreja - podem mudar
essa situação?
3. Você tem alguma história corajosa de intervenção envolvendo a defesa da segurança de uma
criança? Quais são as lições aprendidas com o ocorrido?

12 • DEVOCIONAIS
Abuso não é apenas físico
Passagem bíblica

"E ele pegou as crianças em seus braços, colocou as mãos sobre elas e abençoou-as." - Marcos
10:16

Devoção

O que a Bíblia diz sobre proteger as crianças?

Embora você nunca veja o termo "abuso infantil" escrito especificamente nas escrituras, a Palavra de
Deus é clara: as crianças são especiais para Deus — tanto que quem as machuca está, em última
análise, merecendo o castigo de Deus.

Além disso, a Bíblia também é clara na forma como categoriza o abuso infantil. Por exemplo, não é
apenas o abuso físico das crianças que proíbe, mas também proíbe o abuso psicológico e emocional
das crianças, expresso em Efésias 6:4, que dizem: "Pais, não exasperem seus filhos; em vez disso, traga-
os para cima no treinamento e instrução do Senhor.

Manipulação emocional mesquinha ou ambientes instáveis isolam a mente das crianças de seus pais
e/ou cuidadores, tornando a instrução e correção improdutivas. Pais e cuidadores também podem
provocar as crianças usando palavras duras e depreciativas em relação a elas, criando, em última
análise, dores que podem ser tão ruins ou piores do que qualquer dor física. É por isso que, como
cristãos, devemos seguir Colossenses 3:21, que nos diz para não "amargurar" nossos filhos para que
eles não fiquem desencorajados.

Então, da próxima vez que você for perguntado sobre a perspectiva da Bíblia sobre proteger as
crianças, saiba que ela tem muito a dizer sobre o assunto. E talvez a maior referência sobre o assunto
está simplesmente em Efésios 4:15, chamando os seguidores de Cristo para "falar a verdade em amor",
o que vale especialmente para as crianças, cujos corações e mentes cheios de ternura podem ser
facilmente danificados por palavras e comportamentos destrutivos.

13 • DEVOCIONAIS
Reflexão

1. Com base na devoção, você sente que a Bíblia tem posicionamentos claros sobre a questão de
proteger as crianças? Se sim, qual é esse ponto de vista?
2. Você está surpreso com o modo como a Bíblia fala de abuso emocional e psicológico de
crianças, não apenas de abuso físico? Como a Igreja pode estar mais consciente dos tipos não-
físicos de abuso que as crianças sofrem de seus pais e cuidadores?
3. Há alguma outra observação desta parte das escrituras que você queira compartilhar?

14 • DEVOCIONAIS
Vendo crianças através dos olhos de Deus
Passagem bíblica

"Mordecai tinha uma prima chamada Hadassa, que ele tinha criado, pois ela não tinha nem pai
nem mãe. Esta jovem, que também era conhecida como Ester, tinha um semblante adorável e era
linda. Mordecai a tinha tomado como sua própria filha quando seu pai e sua mãe morreram. —
Ester 2:7 (NVI)

Devoção

Há tanto para compreender no livro de Ester. Sabemos que Ester era órfã. Sabemos que ela era linda.
E também sabemos que ela se tornou uma heroína bíblica depois que salvou seu povo judeu do
massacre.

Mas para entender completamente a poderosa história por trás da coragem da "Rainha Ester", você
precisa levar em conta outra pessoa na vida desta mulher notável que desempenhou um papel
importante em sua maturidade espiritual — Mordecai.

Então, quem era Mordecai? Ele era o membro da família de Ester que se tornou um pai adotivo que a
criou como se ela fosse sua própria filha. Ele era o protetor dela; era seu cuidador. Ele era seu mentor,
um confidente, uma pessoa que "a animou" enquanto crescia, encorajando-a a ser forte em sua fé e
em sua comunidade judaica. Foi sua influência que finalmente moldou as crenças e valores de Ester -
valores que se tornariam a base de sua força e que, em última análise, protegeria os judeus da Pérsia.
Mordecai era um homem que não só criou uma garotinha sozinho, mas que viu nela uma força interior,
uma unção por Deus que ela mesma não podia ver.

Hoje, Mordecai serve de exemplo de como a Igreja global deve olhar para as crianças. Devemos vê-las
como Deus as vê, isto é, como pessoas com enorme potencial para construir o reino de Deus na terra.
Quando a Igreja assume um papel ativo para com as crianças, em particular, na sua proteção, cuidado,
bem-estar, segurança, acolhimento espiritual e com ensinamentos, estamos fazendo muito mais do
que apenas proteger as crianças do mal — estamos investindo nelas para que possam ser as futuras
"Ester" em suas próprias esferas de influência, contexto e comunidades.

No caso de Ester, seu gênero, cultura e circunstância a tornaram impotente. Mas, por ter sido acolhida por
um cuidador amoroso de sua infância em diante, Deus a escolheu para ser uma conquistadora.

15 • DEVOCIONAIS
Quantos futuros "conquistadores" existem para serem descobertos, se a Igreja assumir um papel
maior na proteção das crianças contra o mal?

Reflexão

1. Baseado no que você sabe da história de Ester, será que o amor, cuidado e proteção de
Mordecai desempenharam um papel em seu desenvolvimento em uma mulher forte de fé
bíblica que acabaria por salvar seu povo da morte?
2. O que o amor e a proteção de Mordecai para com Ester revelam sobre o mandamento de Deus
de cuidar de crianças, em particular de órfãos ou aqueles que são especialmente vulneráveis?
3. Há alguma outra observação sobre esta devoção ou parte das escrituras que você quer
compartilhar?

16 • DEVOCIONAIS
Um Rei e um Bebê
Acontecimentos mundiais, como a COVID-19, agitações políticas, desastres naturais e outras crises,
nos chamam atenção para um fato desafiador — crianças em situação de pobreza passam por
dificuldades e discriminação por causa de seu status econômico ou mesmo etnia e deficiência.

A devoção a seguir é um lembrete de que "nenhuma criança está fora do alcance do amor e da
compaixão de Deus", e lembra que todas são seres preciosos dignos de amor e proteção.

Passagem bíblica

"Então o rei decidiu: 'Não matem a criança! Deem-na à primeira mulher. Ela é a mãe.'", 1 Reis
3:27 (NVI)

Devoção

Você provavelmente está familiarizado com esta passagem das escrituras e o conhecido julgamento
de Salomão. Você notou que as mulheres mencionadas nesta história eram consideradas de "má
reputação" ou pertencentes a camadas mais baixas da estrutura social?

As mulheres nesta história foram desprezadas pela sociedade. A partir disso, você acha que a
comunidade onde viviam essas mulheres valorizava os filhos delas? Independentemente de seu status
social, Salomão, rei de Israel, veio intervir na situação. Ele estava disposto a ouvir o caso delas, indo
tão longe de modo a buscar uma solução para o problema. Por que? Ora, Salomão era um rei e elas,
pela percepção e padrões do mundo da época, eram pessoas de muito pouco valor. Alguém realmente
se importaria com o destino de seus filhos?

Talvez Salomão estivesse preocupado porque, pelo menos no início de seu reinado, cada pessoa em
seu reino importava ou era importante para ele. A justiça não era só para os ricos e poderosos, mas
para todos. Bem como no reino de Deus. Toda criança, independentemente de quem são seus pais, da
quantidade de riqueza que têm ou não, ou de seu status na sociedade, é preciosa para Deus e vale a
pena salvar e proteger.

Poderíamos traçar uma comparação com o bebê em Reis 1 Capítulo 3 em relação às crianças e jovens
registrados em nosso programa. Nossos participantes do programa vêm de lares vulneráveis ou são de
origem muito pobre. Alguns têm pais ou cuidadores que não são muito estimados em suas

17 • DEVOCIONAIS
comunidades. No entanto, assim como na história de Salomão - essas crianças e jovens também são
apreciados por Deus. Ele espera que sua Igreja os veja da mesma forma, e que haja trabalho em nome
de seu bem-estar, proteção e segurança.

Através de Salomão, vemos o desejo de Deus pela preservação das crianças. Também vemos que seu
apelo à "preservação" não tem nada a ver com o passado de uma criança - se é rica ou pobre. Então,
vamos continuar comprometidos com essa vocação. Podemos nos lembrar que, assim como as duas
mulheres na audiência de Salomão, nenhum de nós é perfeito. Todos nós ficamos aquém. Ainda assim,
Ele concede seu amor para todos nós. Nenhuma criança está fora de seu cuidado amoroso, compassivo
e misericordioso.

Reflexão

1. Por que acha que Salomão ficou tão intrigado com este caso? O que essa situação nos diz sobre
a importância das crianças e de prestarmos justiça a elas?
2. A Igreja hoje salienta que devemos dar a mesma importância para as crianças que a
demonstrada por Salomão no julgamento das duas mães? Se sim, como assim? Se não, o que
o impede de se envolver?
3. A mãe do bebê vivo estava disposta a abandonar sua felicidade e seu direito à criança para
proteger seu bebê a qualquer custo. O que isso nos diz sobre o desejo de Deus por nós, que
somos Sua Igreja, para fazer o nosso melhor para proteger as crianças?

18 • DEVOCIONAIS
Escolhendo uma Postura de Confiança
Passagem bíblica

"Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que, mediante trabalho árduo, devemos ajudar os fracos. Você
deve se lembrar das palavras do Senhor Jesus: 'É mais abençoado dar do que receber." — Atos
20:35 (NLT)

Devoção

Recentemente, eu estava conversando com uma querida amiga e parceira que prontamente trabalhou
como tradutora na minha primeira viagem internacional com a Compassion, há muitos anos atrás.
Durante minha estadia em seu país natal, ela generosamente dispôs de seu tempo, ficando longe de
sua família, e de seu sono enquanto viajávamos de comunidade em comunidade. Durante toda a
viagem, ela se esforçou para garantir que eu fosse compreendido e que eu entendesse o que os outros
estavam me comunicando durante minha visita. Ao longo de nosso encontro, durante o jantar, nossa
conversa se voltou para o tema da confiança e como é empoderador ser alguém de confiança- seja por
um ente querido, um companheiro de equipe ou nosso gerente no trabalho.

Embora minha amiga e eu tenhamos muitas coisas em comum, tivemos experiências de vida muito
diferentes - viemos de culturas diferentes, falamos línguas diferentes e temos experiências de carreira
muito diferentes. No entanto, estávamos ambos nos expressando sobre o quanto é inestimável ser
tratado com uma postura de confiança e transparência, especialmente quando essa confiança é dada
por alguém que sabemos que tem mais influência ou poder do que nós. O sentimento de confiança
que tivemos juntos em nossa viagem foi uma experiência realmente universal, algo que perpassa
cultura e contexto! Discutimos sobre a confiança depositada em nós, que nos faz ser mais cuidadosos
e intencionais em nossas ações. Sobre ter cuidado para não tirar vantagem da confiança ofertada a
nós.

Nossa conversa se voltou para como nossa experiência de confiança mútua nos fez sentir conhecidos,
amados e conectados. Sempre me lembrarei de como minha amiga gentilmente me lembrou: "Esta é
uma razão pela qual as escrituras nos dizem que é melhor dar do que receber! (Atos 20:35)!' Claro, isso
se aplica em muitos contextos diferentes, mas eu nunca considerei essa verdade bíblica no que diz

19 • DEVOCIONAIS
respeito a estar no lado receptor da confiança de alguém ou como minha escolha de confiar em alguém
pode fortalecê-lo de maneiras que eu nunca vou saber.

Enquanto eu continuava a refletir sobre essa conversa, Deus me mostrou por que essa doação de
confiança é tão essencial em nosso trabalho como defensores das vítimas de abuso. Dentro do setor
de proteção à criança, sabemos a importância de garantir que nossa resposta a relatos ou divulgações
de abusos seja "centrada em sobreviventes". Isso significa que nossa abordagem em relação às vítimas
deve comunicar que celebramos sua bravura por compartilhar suas experiências, iremos apoiá-las em
seu esforço em direção à cura e não questionaremos seus motivos de não terem relatado o abuso
anteriormente. Isso significa tomar uma postura de confiança com alguém que compartilhou sua
experiência abusiva, alguém que muitas vezes detém pouco poder ou influência. Assim, dizemos a eles:
"Eu acredito em você. Você é amado. '

Esse tipo de confiança não é centrado em si. Não tenta proteger reputações ou narrativas. Esse tipo de
confiança, muitas vezes, requer renunciar ao controle e estar aberto a verdades duras. Senão, o mundo
poderá julgar esses atos de amor, essa confiança, e a crença que você está oferecendo aos vulneráveis
e vítimas de abuso como um desperdício de tempo. Optar por despertar a confiança em uma vítima de
abuso (alguém que não pode lhe dar nada em troca) não irá te tornar mais 'bem-sucedido' ou lhe trazer
mais dinheiro. E provavelmente não aumentará seu poder ou status na sociedade.

Escolher ser centrado em pessoas que são vítimas de abuso pode custar caro, em nossa resposta ao
abuso, negligência ou exploração. Quando considero esses custos, lembro-me de Eclesiastes 4:1 —

'Depois me voltei, e atentei a todas as opressões que se fazem debaixo do sol. E eis que vi as
lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador. Os opressores têm grande poder,
e suas vítimas são indefesas. '

Imagine - ao optar por manter as vítimas de abuso no centro de nossas ações, temos a oportunidade
de garantir que elas não se sintam mais indefesas! A escolha dessa abordagem pode ter um custo. Mas
sabemos que somos mais abençoados quando damos do que quando recebemos. Então, ao levarmos
isso em consideração, trazer confiança as vítimas é um preço que vale a pena pagar.

Ser uma pessoa confiável e tratar vítimas de abuso com confiança e respeito é uma maneira de mostrar
o amor de Cristo através de nossas ações. 1 João 3:16-19 nos diz que,

"Sabemos o que é o verdadeiro amor, porque Jesus desistiu de sua vida por nós. Então, também
devemos desistir de nossas vidas por nossos irmãos e irmãs. 17 Se alguém tem dinheiro suficiente
para viver bem e vê um irmão ou irmã em necessidade, mas não demonstra compaixão — como
pode o amor de Deus estar nessa pessoa?18 Queridos filhos, não vamos apenas dizer que nos

20 • DEVOCIONAIS
amamos; vamos mostrar a verdade por nossas ações. 19 Nossas ações mostrarão que pertencemos
à verdade, por isso estaremos confiantes quando estivermos diante de Deus."

Obrigado por escolher dar - por escolher compartilhar o amor de Cristo através de sua vontade de
oferecer confiança a crianças e jovens que experimentaram a dor e o trauma do abuso. Que nossas
ações reflitam continuamente o amor e a justiça de Cristo!

Reflexão

1. Lembre-se de alguma vez em que alguém confiou em você. Como se sentiu?


2. Você já compartilhou uma experiência difícil com alguém que não acreditou em você? Como
se sentiu?
3. O que ser "centrado em vítimas de abuso" significa para você (em nossa abordagem de abuso,
negligência, ou exploração de crianças e jovens)?
4. Que ações podemos tomar para garantir que as vítimas de abuso não se sintam "indefesas"?

21 • DEVOCIONAIS
Coração de Jesus para Crianças
Passagem bíblica

"Salmão, o pai de Boaz, cuja mãe era Raabe [a prostituta] ... Assim, havia quatorze gerações ao
todo, de Abraão a Davi, quatorze de Davi até exílio para a Babilônia, e quatorze do exílio até
Cristo." — Mateus 1:5, 17

Devoção

Ao longo da Bíblia, há relatos de Jesus falando repetidamente sobre ter compaixão pelos oprimidos,
fracos e vulneráveis. Curiosamente, sua própria linhagem incluía uma pessoa que tinha sido maltratada
pela sociedade. Afinal, Jesus era descendente de uma mulher sexualmente explorada, Raabe.

Agora, enquanto a Bíblia não nos dá detalhes sobre o que levou Raabe a ir pelo caminho da
prostituição, pode-se concluir que ela provavelmente era uma pessoa que não tinha "alguém" para
cuidar dela ou orientá-la quando jovem; ela não tinha alguém que pudesse afastá-la de tal vida. Este é
o caso de tantas crianças do mundo hoje. Sabemos, através de pesquisas, que as crianças precisam -
de acordo com a psicóloga de desenvolvimento Urie Bronfenbrenner - "pelo menos uma pessoa que é
irracionalmente louca por elas". Infelizmente, muitas crianças não têm uma pessoa assim em suas
vidas.

Jesus entendeu tudo isso muito bem, não só por causa de sua própria herança, mas também por causa
de sua própria experiência. Esquecemos que ele, ele mesmo, quase enfrentou a morte quando bebê
por causa da ordem de um rei furioso (Mateus 2.16)? Talvez seja por isso que Jesus usa palavras fortes
para enfatizar a importância das crianças no Reino de Deus.

Em Mateus 18:10, ele diz que as crianças têm acesso direto a Deus porque "os anjos delas no céu
sempre veem a face do meu Pai no céu". Em Mateus 21:15-16, ele explica que a visão espiritual das
crianças muitas vezes excede a dos teólogos mais eruditos.

Está claro nas escrituras que Jesus ama as crianças, e que sua segurança, proteção e bem-estar são
importantes, porque um dia elas crescerão, e o que eles aprenderam ou experimentaram quando
crianças provavelmente impactarão quem elas se tornam como adultos - como possivelmente foi o

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caso de Raabe. Sabendo disso, o que está impedindo os cristãos - as mesmas pessoas que reivindicam
Cristo como seu Salvador - de fazer mais para proteger as crianças?

A proteção à criança é uma questão que todas as pessoas associadas à Compassion — funcionários,
patrocinadores, doadores, artistas e funcionários da igreja e voluntários — não só precisam entender,
mas assumir como um desafio pessoal.

Sim, Jesus ama todas as pessoas, particularmente aquelas que estão indefesas como crianças. Ele
escolhe usar sua Igreja para lutar por sua causa. Vamos fazer tudo o que pudermos para fazer jus a
esse chamado.

Reflexão

1. O que o fato de Rahab fazer parte da linhagem de Jesus nos diz sobre o coração de Deus para
com aqueles que são maltratados pela sociedade? Isso implica que não há danos em uma
pessoa que são tão grandes a ponto de Deus não poder mudar sua vida e usá-la para o bem?
2. A devoção menciona escrituras que se referem às crianças e ao Reino de Deus. Discutimos
algumas razões para isso, mas por que você acredita que as crianças são tão importantes para
Deus?
3. Como perguntado na devoção, o que impede o povo de Deus de tomar medidas mais fortes
contra o abuso de crianças, especialmente quando esse tipo de abuso é uma abominação para
Deus?

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O Poder da Presença
Passagem bíblica

"Eu não lhe comandei? Seja forte e corajosa. Não tenha medo; não desanime, pois o SENHOR seu
Deus estará com você onde quer que vá." — Josué 1:9 (NIV)

"Então Jesus veio até eles e disse: 'Toda autoridade no céu e na terra foi dada a mim. Portanto, vá
e faça discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
e ensinando-os a obedecer tudo o que lhe foro. E certamente estou com você sempre, até o fim
dos tempos. — Mateus 28:18-20 (NIV)

Devoção

Embora ela tivesse menos de 1,50 de altura, senti como se estivesse ao lado de um gigante. A dedicada
preocupação de Sarah com o bem-estar das crianças e sua força para ajudá-las a se libertar do ciclo de
pobreza projetava uma presença muito mais imponente do que sua estatura física sugeriria. Diretora
de um centro de desenvolvimento infantil localizado em uma comunidade no centro da cidade, ela era
ciumenta e protetora com as crianças que frequentavam o centro. Ela repetidamente se referia a eles
como "seus filhos" e deixou claro que qualquer um que os ameaçasse teria que responder a ela. Não
foram palavras vazias.

Sempre que Sarah acompanhava as assistentes sociais em visitas às casas das crianças que
participavam do programa e encontrava algo que lhes causava danos, ela confrontava "de cabeça
erguida". Isso incluía desde pegar e descartar seringas usadas ou vidros quebrados ao longo da rua,
repreender pais delinquentes, relatar sinais de abuso às autoridades locais e acompanhar para garantir
que as ações apropriadas fossem tomadas.

Consequentemente, Sarah tinha uma presença dominante na comunidade. Quando ela trilhou seu
caminho através das ruas estreitas, não demorou muito para as pessoas tomarem conhecimento de
suas ações. Sua reputação de campeã destemida das crianças a precedeu. Se você mexesse com "filhos
dela", você estava brincando com ela, e ninguém queria isso.

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O que estava por trás da coragem de Sarah e por que sua presença era tão poderosa? Consideremos
as seguintes observações...

Primeiro, Sarah sabia que não estava sozinha em seu compromisso zeloso de proteger as crianças e
fornecer o ambiente que elas precisam para prosperar. Ela era apenas um soldado em um exército de
defensores das crianças. Pais, líderes comunitários e outros membros da igreja de Sarah
compartilharam sua paixão em ver as crianças perceberem seu potencial dado por Deus. Mais
importante, Sarah sabia que o que ela estava fazendo era perto do coração de Deus. Ninguém se
importa mais com o bem-estar das crianças do que o Senhor. Este era o trabalho dele e ela era a
colaboradora d'Ele.

Josué e os israelitas ganharam grande força ao saber que Deus estava com eles e agiram de acordo
com sua vontade. Da mesma forma que Deus apareceu diante de seus pais e avós no deserto, como
um pilar de nuvens durante o dia e um pilar de fogo à noite, Ele também os acompanharia enquanto
eles reclamaram a terra que Ele havia prometido ao seu antepassado Abraão.

Em segundo lugar, Sarah tinha visto o efeito que sua influência teve sobre os outros e como seus
colegas no ministério foram encorajados por sua coragem e força. Ela entendeu seu papel como líder
e exemplo para outros. Embora ela se sentisse inadequada às vezes, assim como nós, ela também
sentiu uma forte convicção, pedindo para isso se intensificar e a motivar, não em sua própria força,
mas na força do Senhor.

Da mesma forma, Deus equipou e preparou Josué para liderar seu povo. Ele foi descrito pelo Senhor
como alguém "em quem há o espírito de liderança" (Números 27:18, NIV). Como um dos 12 espiões
enviados para explorar Canaã, Josué teve uma visão dada por Deus do que era possível (Números 14)
e ele liderou com coragem porque sua missão do Senhor era clara (Josué 1:1-9). Também vemos que
os israelitas entenderam a importância de Josué, seu líder, que era forte e corajoso. Eles sabiam a
coragem deles seria influenciada pela dele (Josué 1:16-18).

Em terceiro lugar, enfim, Sarah percebeu que ser notada pela comunidade e interagir regularmente
com outros influenciadores de "seus filhos" incutiu um senso de responsabilidade compartilhada e
compromisso entre os membros da comunidade para com o bem-estar das crianças. Ao iluminar de
forma brilhante a luz de Cristo na comunidade, ela estava encolhendo os cantos de trevas e ajudando
a moldar uma cultura que oferecia esperança renovada para o futuro dessas crianças e para a
comunidade como um todo.

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Enquanto você faz seu trabalho de proteger as crianças dos males e da escuridão deste mundo, eu
encorajo você a se lembrar da minha amiga Sarah. Lembre-se que você não está sozinho, que Deus
clamou e preparou você para "um momento como este", e que suas ações, embora aparentemente
pequenas ou rotineiras, são como estrelas brilhando na vida de crianças e jovens vulneráveis. E o mais
importante, não tenha medo. Em vez disso, "seja forte e corajoso", sabendo que nosso Senhor está ao
seu lado.

Reflexão

1. Como nossa consciência da presença de Deus e sua preocupação com o bem-estar das crianças
lhe dão coragem para ministrar em circunstâncias difíceis?
2. Como líder/influenciador, qual o papel que você desempenha ao inspirar os outros a serem
corajosos defensores das crianças? Como você pode melhor incentivá-los a buscar os espaços
onde há crianças em risco?
3. Que fatores podem diminuir o poder de sua presença, onde você serve, e como você pode
superá-los?

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