Você está na página 1de 12

DONS ESPIRITUAIS

DESCUBRA O SEU LUGAR NO CORPO DE CRISTO

Capitulo 1.2
ALINHANDO CONCEITOS E ATITUDES

Se o assunto de dons espirituais é tão vital para nosso amadurecimento na fé, é essencial que tenhamos uma
definição conceitual adequada do assunto. Ou seja, é necessário compreendermos bem o que são dons e qual
deve ser nossa postura em relação a eles. Aqui nos deparamos com uma dificuldade: não existe na Bíblia
uma definição explícita do que é um dom. Você não vai encontrar um versículo que os defina. Só
encontramos a exposição de quais são eles e para que servem. É a partir destas informações que podemos
formar o conceito. Vamos começar pensando no que não é um dom. Existem assuntos relacionados aos dons
espirituais, que muitas vezes confundem a nossa compreensão sobre eles. Responda este teste abaixo
individualmente e depois compare suas respostas com as dos outros membros do grupo.

Para reflexão em grupo


. Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso).
( ) Dom espiritual é diferente de talento natural.

( ) Talento natural, por ser do homem, não pode ser usado no serviço de Deus.

( ) Dom espiritual é o mesmo que ministério ou função na igreja.

( ) Existem pessoas que exercem um ministério sem ter um dom para isso.

( ) Crentes não-espirituais não possuem um dom espiritual.

( ) O fruto do Espírito produz o dom espiritual.

( ) Quem não apresenta o fruto do Espírito é porque não tem nenhum dom espiritual.

( ) Algumas pessoas não conseguem estudar a Bíblia sozinhas porque não têm o dom de ensino.

( ) As responsabilidades devocionais do cristão não são a mesma coisa que o dom espiritual.

1. Dom e Talento
Reconhecemos que existe alguma dificuldade em separar esses dois conceitos e sabemos que muitos optam
por tratar ambos como se fossem a mesma coisa. No Ministério Alvo, entendemos que o dom é espiritual e,
portanto, é exclusividade de quem já nasceu de novo. É uma capacitação que não estava ali antes de o
indivíduo ser salvo, que o Espírito Santo lhe concede, conforme depreendemos de I Coríntios 12:13, no ato
da sua conversão. Por sua vez, o talento é natural, uma capacidade inata, algo que já nasce com o indivíduo.
Talentos não são privilégio daqueles que são nascidos de novo. Por exemplo, há músicos, esportistas,
cantores e pintores fabulosos que não temem a Deus e que chegam ao ponto de usar sua arte para expressar
sua rebeldia contra Ele. Também não existe uma única pessoa neste mundo que não tenha talento para nada.
Todo ser humano possui alguma habilidade natural. O cristão pode e deve usar todos os seus talentos
humanos para glorificar a Deus, mas ele tem mais do que isso para oferecer.
É importante fazer esta distinção, porque nem sempre dons e talentos são coincidentes. Por exemplo, existem
pessoas com habilidade clara para a comunicação em público. São professores, advogados e até
comunicadores. Isto não faz delas, automaticamente, pessoas que sejam capacitadas para serem ensinadores
ou pregadores da Bíblia. Para isso, ela precisa ter o dom de ensino, capacitação sobrenatural que Deus dá na
conversão.
2. Dom e Ministério.
Apesar da evidente relação entre uma coisa e outra, é fundamental fazer uma distinção entre elas. Podemos
dizer que se o dom fosse uma semente que Deus lança no nosso coração, o ministério é o canteiro ou a estufa
onde ela germina e se prepara para frutificar. O dom é a habilidade; o ministério é o agrupamento das
habilidades, na formação de um time de trabalho onde estas mesmas habilidades serão organizadas para
operarem em um esforço conjunto para o progresso do corpo. É um passo além, uma etapa à frente.
É importante fazer esta distinção, porque existem muitas pessoas nas igrejas que desenvolvem um ministério
para o qual não tem habilidade alguma. Isto causa muitas dificuldades, tanto para quem exerce o ministério
como para as pessoas que são servidas por ele. Em breve a frustração tomará conta, porque ninguém pode
ser feliz fazendo alguma coisa para o qual não foi chamado por Deus.
3. Dom e Fruto do Espírito.
Este fruto é o resultado da transformação diária que o Espírito opera naqueles que lhe dão lugar e espaço na
vida (leia Gálatas 5:22-23). Faz parte da dinâmica da vida cristã e depende das decisões que a pessoa toma
de ser cheio do Espírito ou não. A plenitude do Espírito não é um dom, mas a obediência a uma ordem dada
a todo crente: “Enchei- vos do Espírito” (Efésios 5:18). Note o nosso grifo: o verbo é reflexivo; isto quer
dizer que é você, o crente, que tem que se encher do Espírito. O fruto do Espírito é o que resulta desta
decisão. O dom espiritual, por sua vez, é obra e decisão do Espírito de Deus (I Coríntios 12:11). Não é o
resultado de nossa obediência ou rendição, mas uma decisão soberana de Deus.

4. Dom e as Responsabilidades Devocionais.


Há algumas coisas que todos os cristãos precisam desenvolver, indistintamente. Orar, jejuar, ler e estudar a
Bíblia, buscar a Deus, ter compromisso com uma igreja local, ofertar financeiramente, testemunhar sua fé
etc. São tarefas comuns a todos. Também é verdade que algumas dessas obrigações tem relações com dons
específicos. Por exemplo, todos podem testemunhar de Cristo (que significa “contar o que Cristo fez em sua
vida”), mas nem todos são dotados com um dom específico de evangelismo. Todo cristão tem o dever de
contribuir financeiramente para a obra de Deus, mas nem todos têm o dom de contribuição. Todos precisam
orar, mas nem todos têm o dom da fé. O dom é uma capacidade especial, específica de uma área, inerente a
uma determinada função que o cristão vai exercer no corpo, independentemente de responsabilidades gerais
que, como crentes, temos no Reino de Deus.

Para reflexão em grupo


À luz do que estudamos até aqui, faça sua definição pessoal de DOM ESPIRITUAL. Em seguida, compare-a
com a dos demais. Acrescente o que achar interessante e elimine o que julgar que não estiver adequado.

Corrigindo atitudes
Charles Swindoll diz que a vida é composta 10% de circunstância e 90% de atitude. Não somente
concordamos com ele, como entendemos que este princípio pode muito bem ser aplicado à questão dos dons
espirituais. Se tivermos a atitude correta para com o assunto, temos chances muito maiores de uma vida útil e
plena. Lamentavelmente, observa-se que parte considerável dos cristãos ainda não foi despertada para isso.
Em geral, adotam-se as seguintes:
1. Ignorância: “Nem sabia que existiam dons, muito menos sobre sua aplicação”
Infelizmente, existem crentes que passam a vida inteira sem nunca descobrir qual o seu dom, quanto menos
desenvolvê-lo para o crescimento do corpo. Ao ignorar aquilo que é o segredo para o seu próprio
crescimento, esses cristãos ficam atrofiados e imaturos. Passam a “ocupar inutilmente a terra” (Lucas 13:6-
9), sem nenhuma chance de produzir frutos que glorifiquem o nome do Senhor.
Acima de tudo, esta atitude é um frontal desprezo à voz do Espírito Santo através de Paulo, em I Coríntios
12:1: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. Quem, portanto, ignora o
assunto, peca. Descumpre uma ordem explícita do Senhor para sua vida.
Pode ser que muita gente nunca foi ensinada sobre isso, e por isso não saiba. Se este foi o seu caso, a partir
da leitura deste livro e de sua participação neste curso, você não poderá mais dizer isso. Agora você já sabe.
Então, vá até o fim e Deus vai restituir o tempo perdido até aqui.
2. Negligência: “sei da sua importância, sei qual o meu dom, mas não uso”.
Dificilmente alguém diria essas palavras, mas as atitudes de muitos conduzem nessa direção. Quantas
pessoas simplesmente não se preocupam em administrar bem o dom que sabem possuir! Tratam esta questão
como coisa irrelevante. Dão de ombros quanto ao seu compromisso de fazer desta capacitação com que Deus
lhes dotou um instrumento para o bem comum e para a glória do Senhor. Estes também pecam e ficarão
envergonhados quando tiverem que prestar contas a Deus.

Somos responsáveis por tudo aquilo que o Senhor nos concede. Tempo, dinheiro, oportunidades e dons. O
servo mau e negligente vai ficar envergonhado quando tiver que apresentar o resultado do seu trabalho ao
Senhor.
3. Insatisfação: “o desejo de querer ser sempre o “outro”.
Já viu crentes que estão sempre reclamando do que fazem? Eles só estão dispostos a servir se puderem fazer
aquilo que acham mais “charmoso”, que tenha mais “evidência” ou que dê mais “Ibope”. São aqueles que
sempre estariam dispostos a servir SE...
... eu fosse um professor da Escola Bíblica!
... eu fosse um líder de ministério!
... eu pudesse pregar como o irmão José!
.... (complete a frase...)
Sempre “se”. Estes também pecam, porque questionam com o Oleiro “por que me fizeste assim?!” (Rm
9:20). Desconsideram o fato de que são uma obra única de Deus e que ao colocar uma condição particular
para o desempenho do seu serviço, estão em última análise reclamando de Deus. São pessoas sempre
descontentes e que acabam contaminando os outros com sua insatisfação permanente.
4. Orgulho: “só o que eu faço é bom e útil; quem não me segue não é espiritual.”
Nesta categoria estão os “espirituais”. São os crentes que se consideram acima da média. Só quem está
fazendo o que eles fazem é que está servindo a Deus; todos os demais dons e ministérios são dispensáveis,
menos o deles. A igreja vai acabar se eles a deixarem. São imprescindíveis. Frequentemente, são pessoas
muito ativas na igreja. Grande parte deles são líderes. São do tipo “gente que faz”. Mas também pecam,
porque “a soberba precede a ruína e a altivez de espírito, a queda”, segundo Provérbios 16:18.
É muito provável que os irmãos desta categoria realmente saibam qual é o seu dom e pode ser ainda que
durante um bom tempo desempenharam adequadamente o seu ministério, utilizando com zelo o dom que
receberam de Deus. Mas passaram do ponto, avançaram o limite e começaram a achar que o mérito pelas
realizações era deles.
Nunca podemos nos esquecer de que o dom é charisma, é graça. Orgulhar-se do dom que tem é tão pueril
quanto exibir o carro novo do vizinho como se fosse seu! Não temos motivo para nos vangloriar de uma
capacidade que vem de Deus e que deve ser usada exclusivamente para glorificá-lo através do serviço que
prestamos aos outros.

A atitude que Deus espera


Você pode ter começado este curso vivendo alguma das atitudes que acabamos de descrever. Nosso
propósito não é expor ou julgar você. A intenção é ajudá-lo a encontrar seu lugar no Corpo de Cristo e
assumi-lo com alegria e entusiasmo. Então, não importa como você começou o curso, mas como você
terminará. Não importa como você chegou aqui. Importa como você sairá daqui. Cristo Jesus, em outro
contexto, enunciou um princípio que cabe bem aqui: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as
praticardes” (João 13:17). Se depois de passarmos oito horas debruçados sobre os Dons Espirituais não
estivermos dispostos a usá-los, seremos com o homem insensato, que construiu sua casa na areia. O tempo
vai passar, a vida vai nos apertar, e nós não teremos nada para oferecer. Nem mesmo conseguiremos
encontrar sentido para nossas vidas. Esta é a grande pergunta para o momento: como você sairá daqui?
Anote nas linhas abaixo as decisões ou os pontos que considerou importantes fazer daqui para frente. Faça
isso diante do Senhor, pedindo a Ele graça para conseguir colocar em prática as lições aprendidas e
sabedoria para usar seus dons e talentos de maneira a glorificar Seu santo nome e abençoar a vida das
pessoas ao seu redor.

Capítulo 2.3

DEFININDO OS DONS
Encontramos na Bíblia quatro listas de dons que são concedidos aos crentes. Elas estão em 1 Coríntios 12:8-
11; 1 Pedro 4:10-11; Romanos 12:3-8 e Efésios 4:11-16. Antes de prosseguir, uma vez que é disso que trata
este capítulo, é muito importante ler na íntegra todos esses textos, anotando todos os dons que aparecerem na
leitura. Você deve encontrar aproximadamente 20 dons.
Abra sua Bíblia agora, encontre os textos marcados e preencha os quadros abaixo com os dons que encontrar
neles. Poderá haver variações nos nomes dos dons, em função das diferenças de versões. Não se preocupe.
Pelo contrário, essas variações serão úteis para sua compreensão do que significa cada dom. Mais abaixo,
oferecemos uma definição de cada um deles. Portanto, neste momento, sua preocupação deve ser apenas
identificá-los no texto.
1 Coríntios 12.8-11

1 Pedro 4.10-11

Romanos 12.3-8
Efésios 4.11-16

Podemos agrupá-los didaticamente, de acordo com as suas características ou finalidades. Existem dons de
falar, de servir, existem dons que são as próprias pessoas etc. Ao fazermos isso, perceberemos que Deus, em
sua imensa sabedoria, proveu a Igreja de todos os dons necessários para o seu bom funcionamento. As
classificações dos estudiosos podem variar, mas todas apontam para o fato de que cada área do ministério
está suprida por pessoas a quem Deus capacitou, de maneira que “não nos falte nenhum dom” (I Coríntios
1:7).
Devemos destacar que há duas correntes principais no que tange aos Dons Espirituais. O movimento
chamado Pentecostal ou Carismático crê na contemporaneidade de todos os dons mencionados nos textos
que lemos acima. O principal argumento utilizado para defender esta posição é que na Bíblia não
encontramos nenhuma afirmação quanto à cessação de qualquer dos dons espirituais. Já o Protestantismo
histórico afirma que certos dons foram dados para a Igreja temporariamente, até que a revelação de Deus,
através dos apóstolos e registrada como o Novo Testamento, se completasse.
Este curso adota a seguinte postura: entendemos que de fato houve dons temporários que cessaram após a
era apostólica, mas encontramos apenas evidências históricas deste fato. Concordamos, contudo, que não
existam textos ou versículos nas Escrituras que indiquem que alguns dons deixariam de ser necessários ou
que deixariam de existir no tempo presente e que tem havido, mesmo depois do fim da era apostólica,
manifestações esporádicas desses dons na História da Igreja, notadamente em campos missionários
pioneiros, quando a mensagem do Evangelho precisa ser autenticada aos ouvintes.
Cremos que neste assunto, como de resto em todas as outras questões de interpretação bíblica, cabe o bom
senso e o equilíbrio. Sabemos que existem abusos e erros no entendimento e na aplicação dos dons no
contexto da Igreja. Por exemplo, digamos que o dom de línguas esteja disponível em nossos dias. Ele seria
um dom como qualquer outro, não uma evidência da plenitude do Espírito, como alguns afirmam. Ademais,
nem todos falariam em línguas, por ser um dom – por definição dado a alguns e não a todos. Também, a
manifestação do dom de línguas nos cultos públicos, embora não tenha sido proibida, foi regulamentada por
Paulo em I Coríntios 14. Raras são, se existem, as igrejas que seguem estas regulamentações.
Outro ponto importante a ser considerado é se as listas que encontramos em nossos textos base (1Coríntios
12:1-11; 1Pedro 4:10-11; Rm 12:3-8; Efésios 4:11-16) são exaustivas, isto é, se só existem os dons citados
ali, ou se são exemplificativas, ou seja, podem existir outros além dos citados no texto bíblico.
Nossa posição é de que as listas são exaustivas, isto é, todos os dons necessários ao bom funcionamento e à
edificação do corpo estão nesses textos. Alguns estudos apresentam cerca de 50 ou mais dons, mas quando
analisados com mais cuidado, percebemos que a maioria deles são, em realidade, talentos (tais como
habilidades artísticas), ministérios (dons em ação) ou mesmo simplesmente aspectos diferentes dos dons
básicos citados nos textos bíblicos. Este estudo os classifica em Dons de Servir, Dons de Falar, Dons
Temporários e Dons Pessoas.

DONS DE SERVIR
DOM DESCRIÇÃO
MINISTÉRIO OU SERVIÇO Apoio às necessidades físicas e humanas, liberando
terceiros para outras funções no corpo
SOCORRO Capacidade de perceber as necessidades e descobrir uma
solução para elas.
PRESIDÊNCIA OU GOVERNO Capacidade de organizar e dirigir pessoas, tarefas e
atividades.
CONTRIBUIÇÃO Habilidade no trato, uso e administração de recursos na
obra de Deus, bem como liberalidade acima da média.
MISERICÓRDIA Apoio às necessidades, especialmente emocionais, para
alívio, conforto e restauração do ferido.
DONS DE FALAR
DOM DESCRIÇÃO
Exposição pública da palavra de Deus; capacidade de
PROFECIA receber e comunicar alguma revelação especial de Deus
ao seu povo.
Habilidade para descobrir, esclarecer, explicar e
ENSINO comunicar as verdades bíblicas com proveito e
edificação, de forma pública ou particular.
EXORTAÇÃO Capacidade de estimular a fé e as boas práticas,
animando com sabedoria especial os combalidos.

DONS TEMPORÁRIOS
DOM DESCRIÇÃO
PALAVRA DE SABEDORIA Comunicação especial da sabedoria de Deus para a
solução de problemas específicos.
PALAVRA DE CONHECIMENTO Comunicação especial para conhecer fatos de forma
sobrenatural, em situações específicas.
FÉ Capacidade acima do normal de crer, em situações
especiais.
DONS DE CURAR Poder sobrenatural contra enfermidades, incluindo
ressurreição de mortos.
OPERAÇÕES DE MILAGRES Capacidade de realizar maravilhas de diversas sortes.
DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS Capacidade de. identificar a fonte de uma revelação
trazida por alguém para o seio da Igreja.
VARIEDADE DE LÍNGUAS Capacidade sobrenatural de expressar em língua
estrangeira, sem tê-la conhecido ou estudado.
INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS Capacidade de discernir o significado da mensagem
trazida por línguas estrangeiras.

DONS – PESSOAS
DOM DESCRIÇÃO
APÓSTOLOS O colegiado dos 12 escolhidos por Jesus (incluindo
Paulo no lugar de Judas).
Pessoas que Deus usa para levar as Boas Novas aos
EVANGELISTAS perdidos, capazes de criar situações de evangelismo,
pessoal ou público.
PROFETAS Pessoas que Deus usa para trazer publicamente
mensagens ao seu povo.
Ensinadores da Palavra de Deus, que alimentam o do
PASTORES-MESTRES rebanho de Deus nas igrejas locais, através da exposição
sistemática das Escrituras.
CAPÍTULO 3.4

IDENTIFICANDO SEU DOM


Como tudo que envolve a vida cristã, não há uma fórmula mágica ou instantânea para se identificar o dom de
uma pessoa. Há necessidade de uma conjugação de fatores e práticas para que se consiga isso. É uma
experiência que exige nosso empenho e determinação, mas que vale cada segundo investido. Identificar qual
é o nosso dom é a chave para uma vida útil e bem-sucedida, pois nosso dom indica qual é a área da igreja
onde Deus nos colocou e onde ele quer que o sirvamos.
Pode ser que você já saiba qual é e até já use seu dom com fidelidade. Neste caso, aproveite para aprender
um método que o ajude a orientar aqueles que ainda não tem este privilégio. Se não tem certeza ainda,
estaremos aqui para orientá-lo nesta importante missão.
As sugestões que se seguem não são uma “receita de bolo”, infalível e imediata, mas fruto de reflexões e
experiências de outras pessoas que se depararam em algum momento de sua carreira cristã com a mesma
pergunta que você hoje tem a coragem de fazer: AFINAL, QUAL É O MEU DOM?
Passe, então, pelas etapas abaixo, com o coração aberto e a mente atenta. Você entrará numa aventura da
qual jamais vai se arrepender.
1. ORE. Comece orando sinceramente sobre o assunto, pedindo iluminação e sabedoria de Deus, para que
você não venha apenas a “dominar a matéria”, mas para que o Espírito Santo (o mesmo que dotou você com
pelo menos um dom) o guie a uma identificação precisa sobre o(s) seu(s) dom(ns) específico(s).
2. LEIA. Leia cuidadosamente os textos bíblicos que trazem as listas de dons espirituais: I Pedro 4:10,11;
Romanos 12:3-8; I Coríntios 12:1-31; Efésios 4:11-14. Repita a leitura destes textos até se familiarizar com
seus termos. Procure identificar traços comuns entre as diversas listas.
Tente chegar à sua própria definição do que seja um dom espiritual e compare sua definição com outras
disponíveis. Este passo foi o que fizemos até agora em nosso curso. Se necessário, reveja a matéria das três
primeiras aulas.
3. OUÇA. Você tem o direito de ter expectativas, anseios até, a respeito do dom que imagina que seja o seu,
mas não pode ser o principal juiz do seu próprio dom. A melhor avaliação do seu trabalho virá sempre da
comunidade à qual você serve. Procure orientação de pessoas mais experientes do que você: um líder, um
amigo espiritualmente maduro, que já esteja trabalhando em algum ministério, público ou não. Ouça o que
essas pessoas dizem a respeito do que poderia ser o seu dom. O julgamento das outras pessoas nesta matéria
nos dá segurança.
4. USE. Quando tiver uma noção, ainda que só uma noção, de quais dons imagina possuir, tente colocá-lo
em prática. É provável que a prática de um dom seja a melhor maneira de determinar se você está no
caminho certo ou não. Então, verifique na sua igreja local em qual (ais) ministério (s) seu dom se encaixa e
apresente-se como voluntário para participar dele. Esta é a melhor maneira de confirmar seu dom: o trabalho
prático.
Você está quase no fim do percurso, que é um caminho sem volta. “Quem põe a mão no arado e olha para
trás não é digno de mim” (Lucas 9:62). Falta bem pouco. Então, olhe para frente. Pense na alegria de servir a
Deus como você nunca fez até hoje. Vai valer muito a pena, pode acreditar!

O teste dos dons


Alguns testes foram desenvolvidos com a finalidade de auxiliar no processo de identificação dos dons.
Nenhum deles tem “precisão científica” nem deve ser considerado como a única indicação em sua pesquisa.
Mas se você usar com o devido critério, eles podem ajudar muito.
Nós desenvolvemos este conjunto de perguntas baseado nos conceitos apresentados durante nosso curso. É
muito importante, a esta altura, que você siga as orientações do seu tutor.

1. Responda todas as perguntas de uma vez, durante o encontro marcado para este fim. Não se antecipe, não
leia as perguntas antes. O efeito surpresa é importante para a avaliação do resultado.

2. Atribua uma nota de 0 (zero) a 5 (cinco) no gabarito, onde 0 = “isso absolutamente não é verdade para
mim” e 5 = “isso é totalmente verdade para mim”. É muito importante considerar que esta nota não é uma
avaliação de desempenho do seu trabalho ou atuação na área da pergunta. A nota tem a ver com a sua
percepção de satisfação ou realização com cada uma das atividades mencionadas. Quanto mais sincera for
sua resposta, melhor será o seu teste.
3. Não leve em conta o que você acha bonito fazer, mas aquilo que você gosta e tem facilidade para fazer.
4. Durante a aplicação do teste, não faça comentários com os demais participantes. Concentre-se
exclusivamente no seu teste.

TOTAL DOM
1 1 10 19 28
2 2 11 20 29
3 3 12 21 30
4 4 13 22 31
5 5 14 23 32
6 6 15 24 33
7 7 16 25 34
8 8 17 26 35
9 9 18 27 36

Capítulo 4.5
USANDO SEU DOM
Esperamos que você tenha chegado a algumas conclusões importantes e a sérias decisões durante nossa
caminhada neste livro. De nada adiantaria, porém, aprender e decidir, sem agir. Então, nesta última etapa
sugerimos algumas coisas que você pode fazer para viabilizar o uso dos seus dons, promovendo, assim, um
engajamento consciente e voluntário de sua vida ao serviço a Deus.
No próximo curso, Igreja: Princípios e Propósitos, vamos apresentar as oito áreas vitais de uma igreja. São
aqueles espaços de serviço que uma igreja madura desenvolve para que o corpo cresça de maneira
equilibrada e sustentável, com o propósito de glorificar a Cristo. Veremos que uma igreja madura precisará
cuidar para que cada uma delas seja desenvolvida para que o propósito de glorificar a Cristo seja alcançado.
Os membros da igreja devem se encaixar nelas, de acordo com seus dons. São elas que definem não apenas
onde eles vão trabalhar, mas especialmente onde serão mais efetivos.
Vamos definir cada uma delas com detalhes no outro livro, mas por enquanto você já pode começar a se
perguntar:
1. Em qual dessas áreas vitais da Igreja meu dom se encaixa? Onde ele pode ser mais útil e você pode
servir com maior eficiência?
2. Que ministérios em minha igreja local cuidam dessas áreas? Quem são os líderes desses ministérios?
3. Estou envolvido diretamente com algum deles? a. Se sim, analise se este ministério tem mesmo
relação com os seus dons principais. Você se sente à vontade para servir nele? Considera que é o que
você pode fazer de melhor? É isso mesmo que gostaria de fazer? Se tivesse chance ou se fosse
solicitado, mudaria de ministério?
b. Se não, marque uma data limite para que você procure o(s) responsável(eis) pelo ministério e apresente-se
como voluntário. Diga a ele qual é o seu dom e que você está disposto a servir na equipe.
4. Caso sua igreja ainda não tenha um sistema de ministérios formado e já em funcionamento, você
deve:
a. Procurar sua liderança pastoral (pastores ou presbíteros) e indicar o fato de que identificou seu dom e que
está disposto a servir a igreja a partir dele.
b. Sendo autorizado, procure os outros membros da igreja que já sabem ou têm alguma indicação dos seus
dons, propondo formar grupos de trabalho (ministérios) onde eles possam ser exercidos.
c. Evitar envolver-se em muitas áreas ao mesmo tempo. Isso vai sobrecarregar você e limitar grandemente a
qualidade do seu trabalho.
Observação: Se você faz parte da liderança pastoral ou ministerial da igreja, tenha em mente que seu
principal papel como líder cristão é exatamente o de incentivar e auxiliar as pessoas a tomar os passos acima
descritos. No primeiro momento pode ser trabalhoso e cansativo, mas a médio e longo prazo os resultados
serão incomparáveis com qualquer outra tentativa. A explicação para isso é muito simples: este é o plano de
Deus. Por isso funciona melhor.

O ciclo do sucesso ministerial

Três coisas caminham juntas quando o assunto é nosso desenvolvimento e utilidade no serviço de Deus. Esta
relação pode ser demonstrada na seguinte figura:

DOM

COMPROMISSO TREINAMENTO
O dom, como estudamos, é uma graça concedida por Deus. Não há participação nossa, seja por merecimento
ou por fidelidade. Nós simplesmente o recebemos. Todos nós temos pelo menos um deles, ninguém tem
todos eles.
O treinamento é responsabilidade da igreja, através dos membros mais maduros e experimentados. Uma
vez identificado o dom de uma pessoa, ela precisa ser acompanhada por alguém e ter oportunidades de
exercer seu dom, para aprimorar as habilidades e encontrar seu lugar e função no Corpo de Cristo.
O compromisso é a parte que cabe 100% a cada crente. É a única parte cuja responsabilidade só pode ser
assumida individualmente. Ninguém pode ter compromisso pelo outro. Aqui, cada pessoa responde por si.
Podemos exortar, animar, acompanhar, treinar e gerar oportunidades, mas se um cristão não quer assumir sua
própria consagração a Deus e ao seu serviço, ninguém mais poderá fazê-lo.

UMA PALAVRA FINAL


Leve consigo importantes lembretes sobre este assunto, que podem ajudá-lo a cumprir seu ministério na
igreja local onde Deus o colocou e no desenvolvimento da sua vida cristã.
1. O amor é o ambiente no qual os dons devem ser empregados. Esta é a conclusão do apóstolo Paulo.
Muitas vezes não nos apercebemos que o clássico capítulo do amor (I Coríntios 13) está colocado
imediatamente após a exposição sobre os dons. Somente nesta atmosfera eles farão sentido e terão proveito.
O dom não afeta a nossa personalidade nem os nossos relacionamentos. Na verdade, eles são apenas a
capacitação. Amar não depende de dom, mas de uma decisão consciente e madura que o possuidor do dom
precisa tomar.
2. Dom não usado é dom atrofiado. Recebemos de Deus todo o potencial que necessitamos para exercer
nosso trabalho da maneira mais excelente. Cabe a nós a mordomia, isto é, a administração responsável
daquilo que recebemos. O uso do nosso dom é o caminho para uma vida cristã saudável e madura. Não
podemos crescer na fé se não praticamos nossos dons.
3. Comece usar seu dom, independentemente da existência de ministérios ou oficializações de atividades. Tais coisas
poderão vir mais tarde e até pode ser que nem existam em sua comunidade atualmente. A inércia de uma igreja não
deve ser a desculpa para você não crescer. É triste pensar em uma igreja local que não dê o devido espaço e não
tome as necessárias providências para que seus membros se apliquem com fidelidade ao uso de seus dons. Mesmo
que isso aconteça, o cristão consciente buscará em Deus a sabedoria para não permitir atrofiar seu dom pessoal por
causa do erro de uma igreja imatura. Antes de tudo, certifique-se de que você não tenha negligenciado alguma
oportunidade de servir. Você, por exemplo, já se apresentou como voluntário para fazer alguma tarefa que demande
o uso do seu dom? Esteja atento, pode ser que as chances de seu dom se cristalizar num ministério e, em seguida,
frutificando em realizações, estejam diante dos seus olhos.

4. Tome todo cuidado para que não cometer os erros de atitude em relação aos dons, citados na aula 2.
Releia-os e analise qual deles pode afetá-lo mais direta ou perigosamente. Comprometa-se diante de Deus,
rogando sua graça para que você não venha a assumir uma postura equivocada em relação ao seu dom.
5. Tenha em mente que os dons não são a fonte de poder e sabedoria. São apenas as ferramentas para você
realizar seu trabalho. É seu papel usar estes instrumentos com os quais Deus dotou você de maneira sábia,
sob o domínio absoluto do Espírito Santo, com bom senso e maturidade. Saber qual o seu dom não é garantia
de sucesso nem de obediência. Esta é a parte que lhe cabe no negócio.
6. O uso correto do seu dom precisa necessariamente produzir resultados. Jesus ensinou que nós
seríamos enviados para “dar fruto” e um fruto que fosse permanente. Às vezes não serão os resultados que
você espera, mas eles precisam aparecer. Esse é o objetivo de recebermos dons espirituais.
7. Se você já é um cristão experiente, que atua de acordo com o dom que recebeu e já tem um ministério bem
definido, considere fortemente diante do Senhor o desafio de levar pelo menos uma pessoa a esta mesma
convicção e atitude nos próximos meses. Sua influência pode ser decisiva na vida de uma pessoa que ainda
não chegou ao mesmo lugar que você em sua caminhada cristã.

“Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou
pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus,
para todo o sempre. Amém” (Efésios 3:20-21)

Teste dos Dons


Nº PERGUNTA
1 Tenho facilidade em expor a Palavra de Deus a uma congregação.
2 Quando leio a Bíblia, consigo enxergar facilmente as aplicações do texto para minha vida prática.
3 Tenho o costume de ligar, escrever ou procurar pessoalmente uma pessoa que esteja desanimada para animá-
la ou encorajá-la.
4 Tenho facilidade para iniciar uma conversa a respeito do evangelho com uma pessoa não crente.
5 Consigo perceber rapidamente se há alguma coisa para fazer e tomo a iniciativa de resolver o problema.
6 De tempos em tempos, considero a possibilidade de aumentar o percentual das minhas ofertas.
7 Consigo coordenar bem o trabalho de outras pessoas, fazendo com que trabalhem com eficiência.
8 Consigo perceber que uma pessoa está sofrendo, mesmo que ela não tenha falado isso publicamente.
9 Costumo notar quando uma pessoa fica ausente ou se afasta da congregação.
10 Consigo identificar algum ensino errado com facilidade.
11 Quando exponho a Palavra de Deus a um grupo de pessoas, percebo que elas entendem claramente onde
queria chegar.
12 É mais fácil para mim ver o potencial do que os defeitos de uma pessoa.
13 Costumo orar sempre por meus amigos, parentes ou conhecidos que ainda não são salvos.
14 Fico feliz quando alguém me chama para trabalhar em alguma coisa, mesmo que não apareça em público.
15 Tenho facilidade para lidar com dinheiro, mantendo, assim, minha vida financeira sempre equilibrada.
16 Sei avaliar e planejar muito bem antes de iniciar uma atividade ou projeto.
17 Sou capaz de dar suporte a uma pessoa que tenha problemas emocionais.
18 Sou profundamente preocupado com os novos convertidos, no sentido de que sejam acompanhados e
alimentados espiritualmente.
19 Acho importante alertar quanto a desvios de conduta ou de doutrina, se necessário em público.
20 Consigo fazer meu próprio estudo bíblico, sem depender somente dos professores ou pregadores.
21 Consigo ajudar pessoas a superarem as dificuldades que as impedem de crescer espiritualmente.
22 Sei dizer de forma simples e clara o que uma pessoa precisa fazer para ir para o céu.
23 Gosto de hospedar pessoas e me ofereço para fazer isso sempre que há uma necessidade.
24 Gosto de me certificar de que existem recursos suficientes para manter em bom funcionamento todas as
atividades de uma igreja ou ministério.
25 Sou capaz de encontrar as pessoas certas para realizar atividades com as quais esteja envolvido.
26 Gosto de visitar pessoas em hospitais ou que não podem se locomover com facilidade.
27 Entendo que se uma igreja não discipula ou acompanha os novos convertidos, ela não completou a Grande
Comissão.
28 Não tenho dificuldade de tratar temas controversos ou que geram resistência nas pessoas.
29 Tenho interesse por descobrir novos métodos e técnicas de comunicação, através de cursos, treinamentos ou
material de estudo e pesquisa na área.
30 Quando percebo o potencial de alguém, procuro uma maneira de lhe incentivar a usá-lo cada vez mais.
31 Quando conheço ou convivo com alguém, procuro saber o mais rápido possível qual é a situação dela em
relação à eternidade.
32 Meus amigos e líderes sabem que podem contar comigo, independentemente do horário e costumam lembrar
de mim quando precisam de ajuda.
33 Toda vez que recebo um dinheiro extra ou tenho a chance de ganhar mais, penso em uma forma de
compartilhar essa bênção com alguém.
34 Tenho facilidade para tomar decisões, sem ser precipitado nem adiar demais.
35 Prefiro trabalhar com pessoas que eventualmente sejam ignoradas pela maioria.
36 Gosto de séries de estudos bíblicos e de me certificar de que a Bíblia seja ensinada sistematicamente.

GABARITO
1 Profecia
2 Ensino
3 Exortação
4 Evangelismo
5 Serviço ou Diaconia
6 Contribuição
7 Governo, Administração ou Liderança
8 Misericórdia ou Socorro
9 Pastor-Mestre

Você também pode gostar