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Apresentação
PROFESSORES CONTEUDISTAS
Adriel de Sá Monteiro, Diego Raupp, Douglas Juliano Almeida, Filipe
Emerencio Rocha, Gabriel dos Santos Loch, José Moncris Eugenio,
Izabel Cristina Costa da Silva Oliveira de Souza, Lucas Felicio Da
Rolt, Ricardo Goulart, Tamiris Regina Torquato Da Rolt, Telmo
wMartinello, Thiago de Jesus Inacio, Vitor Afonso Cardoso e Vilmar
Samuel Abreu
PROJETO GRÁFICO
Thiago de Jesus Inacio
Capítulo 02 - Angelologia • 13
Capítulo 05 - Discípulo • 41
Capítulo 06 - Trindade • 47
Capítulo 07 - Missões • 55
SUMÁRIO
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DONS DO ESPÍRITO
Introdução
Espírito são externos, para uma contribuição
Quando dizemos que alguém tem um dom, coletiva, na esfera do servir! Como assim, es-
queremos dizer que essa pessoa tem um ta- fera do servir?
lento ou habilidade natural, seja ela em espor-
tes, literatura, música, culinária, etc. É que não podemos deixar passar desper-
cebido que o uso dos dons visa o proveito co-
Se você já teve a oportunidade de assistir mum da coletividade, ou seja, a igreja. Vamos
um jogo de futebol com Ronaldinho Gaúcho perceber que o ensino bíblico mais significati-
ou de ler uma das obras de Ariano Suassuna, vo sobre os dons usa a metáfora do corpo. E o
certamente deve ter dito: “Esse tem o dom!”. que seria essa metáfora?
Esse é o senso comum que temos sobre dons,
não é mesmo? A igreja é organizada e tem diversas partes,
assim como o corpo humano tem diversas par-
Será que essa definição também se aplica tes. Cada parte do corpo tem uma tarefa espe-
aos dons do Espírito Santo? É exatamente so- cífica e recebeu a capacidade de fazê-la para
bre isso que vamos falar! Mas antes precisa- ajudar no bem-estar de todo o corpo. É nesse
mos distinguir entre fruto e dons. contexto coletivo que temos que entender os
dons. Lembre-se de que não somos chama-
Quando falamos em fruto do Espírito Santo, dos por Deus para um caminho solitário, mas
estamos nos referindo à atuação da graça de para caminharmos com outras pessoas!
Deus ao longo da nossa vida, mudando aspec-
tos do nosso caráter e do nosso temperamen-
to. É uma transformação de vida que não para O que são dons espirituais?
de acontecer! Importante destacar que é um
fruto do Espírito, e não nosso!
O termo grego usado para falar sobre os
Mas quando falamos em dons do Espírito dons espirituais (charisma) tem o sentido de
Santo, estamos tratando de habilidades e fun- algo que é dado pela graça. Ou seja, um dom
ções distribuídas por Deus entre os cristãos é um presente de Deus. Apesar de existir uma
de uma comunidade de fé. Note que ambos analogia entre dons espirituais, talentos e ap-
O
possuem uma mesma origem: o Espírito San- tidões, esse último pode ter um sentido mais
to! O fruto do Espírito é interior, ou seja, alcan- natural, inclusive questões genéticas.
ça uma transformação individual; os dons do
7
ESCOLA RAÍZES
Nós temos diversos usos da palavra “dom” no Novo Testamento. Podemos citar algumas:
dom de servir aos outros, dom de encorajamento, dom de contribuição, dom do celibato1 , dom
do casamento, dom de profecia, dom de falar em línguas, etc. Fica muito claro que não se trata
de um termo técnico, podendo ser entendido tanto como dons naturais quanto dons sobrenatu-
rais. Que tal uma ilustração, pra facilitar?
Uma pessoa tem o talento natural de fotógrafa. É o seu trabalho, e com essa atividade sus-
tenta a sua casa. Na sua comunidade de fé, o Espírito Santo pode lhe conceder um dom, como
por exemplo, o dom de profecia.
No entanto, essa pessoa, movida pela ação do Espírito Santo, percebe a ausência desse servi-
ço dentro da igreja e coloca o seu talento de fotógrafa à disposição da igreja, para atender essa
necessidade.
Podemos começar percebendo que a ordem apresentada nas listas não sugere nenhum grau
de importância. Da mesma forma, de acordo com as Escrituras, o Espírito Santo é quem opera
em todos os dons, fazendo essa distribuição como Ele quer (1Coríntios 12:11). Essa ideia equi-
vocada de um dom ser mais importante que o outro, então, não é coisa nova. Sobre esse assun-
to, vale a pena aprendermos com o apóstolo Paulo:
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ESCOLA RAÍZES
CADA UM exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a
graça de Deus em suas múltiplas formas. 1 Pedro 4:10.
Sabemos que não há grau de importância entre os dons, já que todos eles são dados sobera-
namente pelo Espírito Santo. Tendo isso em mente, como posso desenvolver os dons que Deus
me concedeu?
Primeiramente, vimos que os dons podem ser talentos naturais, habilidades adquiridas ou
dons extraordinários. Por isso, pense naquelas habilidade que você já possui: talento musical,
habilidades linguísticas, aptidões mecânicas, cozinhar, costurar, etc. Embora nossa tendência
seja menosprezar essas habilidades, muitas pessoas são impulsionadas pelo Espírito Santo a
servir nessas áreas (dons de serviços).
Um segundo ponto envolve você estar preparado para aproveitar todas as oportunidades dis-
poníveis. E esse princípio se aplica tanto ao talentos aprimorados, como às capacidades adqui-
ridas ou ao desenvolvimento de dons extraordinários.
Por exemplo, se alguém acredita que possui o dom de ensinar, então precisa estudar. A ha-
bilidade de comunicação pode ser dada de maneira extraordinária (ainda que uma habilidade
possa ser aperfeiçoada pela educação), mas certamente o conteúdo precisa ser aprendido.
Um outro exemplo pode ser dado em relação ao dom de contribuir. A habilidade de ser gene-
roso é dada por Deus, mas possuir os recursos para exercer a generosidade exige disciplina nas
questões financeiras.
Da mesma forma, se alguém acredita que possui o dom da exortação, certamente deve fa-
zer uso desse dom com base bíblica. A única exortação digna e válida deve estar enraizada na
Palavra de Deus. E, claro, possuir conhecimento bíblico é algo que, obviamente, requer estudo.
Uma terceira perspectiva no desenvolvimento dos dons envolve estar ativo. Isso porque os
dons podem ser tanto descobertos quanto desenvolvidos pelo uso. Embora inicialmente pos-
samos pensar que nem tudo o que estamos fazendo está de acordo com nossas habilidades,
talvez Deus talvez esteja tentando nos dizer que possuímos habilidades que ainda não reconhe-
cemos. Quer ver como isso é uma verdade bíblica?
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DONS DO ESPÍRITO
Conclusão
Os dons espirituais não se confundem com o fruto do Espírito. Enquanto o fruto do Espírito
Santo é evidenciado ao longo da nossa vida, moldando nosso caráter e temperamento à seme-
lhança de Cristo, os dons espirituais referem-se a habilidades e funções distribuídas por Deus
entre os cristãos. Assim, os dons são distribuídos com o propósito de edificar o corpo de Cristo.
Os dons do Espírito Santo não se resumem apenas a dons extraordinários, mas incluem tam-
bém talentos naturais e habilidades adquiridas direcionados ao ministério da Igreja. Logo, ne-
nhum dom é mais importante que o outro, pois são distribuídos por Deus, conforme a Sua so-
berana vontade.
Cada cristão recebe, pelo menos, um dom da parte de Deus. É possível até que alguns tenha-
mos mais de um dom, porém nenhum de nós possui todos os dons, caso contrário, a ideia de
servir ao corpo de Cristo (Igreja) não faria sentido algum!
Vale a pena relembrar o que Paulo ensina aos coríntios: “busquem com dedicação os melho-
res dons” (1Coríntios 12:31). O apóstolo não está incentivando um caminho de realização par-
ticular, mas está exortando uma busca e desenvolvimento de dons espirituais para a edificação
da comunidade cristã.
Logo, podemos desenvolver os dons espirituais recebidos de Deus (1) analisando aquelas
habilidades que já possuímos e que podem ser úteis às necessidades da comunidade de fé, (2)
aproveitando oportunidades de servir ao corpo, ao notarmos carências em determinadas áreas
e (3) praticando os mandamentos dados a todos pela Palavra de Deus.
Mapa mental
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ESCOLA RAÍZES
Saiba mais
• O dom de variedade de
línguas é para os dias de
hoje?
Anotações
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ANGELOLOGIA
Introdução
Portanto, é impossível negar sua existência.
A angelologia ou angeologia é a disciplina
teológica que estuda os anjos e demônios. E
mesmo que essas criaturas apareçam com Conceito e propósitos dos anjos
frequência na Bíblia, nem o Antigo nem o Novo
Testamento têm a intenção de explicar o que
são, nem tampouco classificá-los. O termo anjo – seja no hebraico do Antigo
Testamento (מַ לְ אָ ְך, “mal’ak”) ou no grego do
Da mesma forma, nós não temos um manu- Novo Testamento (ἄγγελος), “angelos” – signi-
al chamado “Catálogo das Criaturas Criadas fica mensageiro.
no Universo”, muito menos possuímos infor-
mações além dos dados apresentados pela Esses seres executam o propósito de Deus,
criação que o homem já conhece por meio da a quem servem. Os anjos são mensageiros da-
Escritura Sagrada. Então, vamos seguir pelo quele que os criou, enquanto que os demônios
caminho da revelação bíblica, por meio de três contribuem para os propósitos de Satanás
importantes pontos. (daqui a pouco vamos falar sobre esse nome
e seu significado), a quem eles escolheram
Primeiro, no Antigo Testamento mais de 100 servir. Portanto, os anjos de Deus cumprem as
vezes é mencionado sobre anjos, enquanto no ordens de Deus, e não as nossas!
Novo Testamento o assunto é abordado cerca
de 165 vezes. Ou seja, não podemos deixar de
estudar um assunto que é mencionado com
tanta frequência.
Bendigam ao Senhor, vocês, seus anjos poderosos,
Segundo, temos relatos de atuação de anjos que OBEDECEM À SUA PALAVRA. Bendigam ao
em toda a Bíblia. A verdade a respeito deles
Senhor, todos os seus exércitos, vocês, seus servos,
não está confinada a um período histórico ou
a uma porção das Escrituras: sua existência que CUMPREM A SUA VONTADE.
é mencionada em 34 livros da Bíblia, desde o Salmos 103:20,21.
mais antigo (seja ele Gênesis ou Jó) até o últi-
mo (Apocalipse).
1) OS ANJOS SÃO CRIATURAS. Fica muito claro em de toda a Escritura que os anjos, assim
como os demônios, são parte da criação de Deus. E, se são criaturas, não devem ser adorados.
pois nele foram criadas TODAS as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, se-
jam TRONOS OU SOBERANIAS, PODERES OU AUTORIDADES; todas as coisas foram
criadas por ele e para ele. Colossenses 1:16
Louvem-no todos os seus ANJOS, louvem-no todos os seus EXÉRCITOS CELESTIAIS.
Louvem-no sol e lua, louvem-no todas as estrelas cintilantes. Louvem-no os mais altos céus
e as águas acima do firmamento. Louvem todos eles o nome do Senhor, pois ordenou, e
ELES FORAM CRIADOS. Salmos 148:2-5
Ok! Mas se os anjos são criaturas, quando foram criados? A Bíblia não nos dá uma resposta
definida a essa pergunta. Mas, há pelo menos uma passagem pela qual podemos inferir o tempo
em que os anjos vieram à existência:
“Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? Responda-me, se é que você sabe
tanto. Quem marcou os limites das suas dimensões? Vai ver que você sabe! E quem estendeu
sobre ela a linha de medir? E as suas bases, sobre o que foram postas? E quem colocou sua
pedra de esquina, enquanto as estrelas matutinas juntas cantavam e todos os anjos se regozi-
javam? Jó 38:4-7.
Essa foi uma das respostas de Deus aos inúmeros questionamentos de Jó. Está perfeita-
mente clara a referência ao momento da criação. Portanto, uma possível conclusão é de que já
existiam os anjos quando Deus, no princípio, criou os céus e a terra. E esses seres, enquanto
contemplavam as maravilhas da criação de Deus, cantavam com muita alegria.
2) OS ANJOS SÃO ESPÍRITOS. Os anjos, em sua forma comum, são espírito, porém com um
corpo distinto do nosso (Hebreus 1:14). Logo, isso não afasta a possibilidade de materialização,
ou seja, podem até se manifestar em forma humana. Em alguns casos, foram até confundidos
com pessoas comuns (Juízes 13:16), comeram (Gênesis 18:1-8) e quase foram violentados se-
xualmente (Gênesis 19:1-11). Quando têm uma missão, podem ser semelhantes a nós e passar
despercebidos em nosso meio (Hebreus 13:1,2).
3) OS ANJOS SÃO IMORTAIS. Os anjos tiveram um início, mas não têm fim e, possivelmente,
não envelhecem, isto é, mesmo que possam ter aparência humana, não se restringem ao nosso
tempo e nem aos problemas do nosso tempo.
Jesus respondeu: “Os filhos desta era casam-se e são dados em casamento, mas os que fo-
rem considerados dignos de tomar parte na era que há de vir e na ressurreição dos mortos
não se casarão nem serão dados em casamento, e NÃO PODEM MAIS MORRER, POIS
SÃO COMO OS ANJOS. São filhos de Deus, visto que são filhos da ressurreição.”
Lucas 20:34-36
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ANGELOLOGIA
Por exemplo, em Daniel 9:21 encontramos uma citação ao anjo Gabriel, aproximadamente no
ano 626 a.C.; em Lucas 1:8-19, o mesmo Gabriel anuncia o nascimento de João Batista.
Outro exemplo: em Judas 9:21 encontramos Miguel em confronto com o Diabo, aproximada-
mente 1.400 a.C.; em Daniel 12:1, lemos a profecia do auxílio de Miguel a Israel, quando estiver
confrontando o anticristo.
4) OS ANJOS SÃO NUMEROSOS. Podemos perceber que, embora não haja uma citação espe-
cífica quantitativa, os seres celestiais são em grande número e com variações que podem ser
de cargos ou importâncias até de tipos e formatos diferentes.
e um rio de fogo brotava de sua presença. MILHÕES DE ANJOS o serviam, muitos milhões
estavam diante dele. O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos. Daniel 7:10
Mas vocês chegaram ao monte Sião, à Jerusalém celestial, à cidade do Deus vivo. Chegaram
aos MILHARES DE MILHARES DE ANJOS em alegre reunião. Hebreus 12:22
Anjos celestiais
[Jesus Cristo,] que subiu ao céu e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos ANJOS, AUTO-
RIDADES e PODERES. 1 Pedro 3:21,22
Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à sua
direita, NAS REGIÕES CELESTIAIS, muito acima de todo GOVERNO e AUTORIDADE,
PODER e DOMÍNIO, e de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas
também na que há de vir. Efésios 1:20,21
1) O ANJO DO SENHOR. Ainda que haja referências tanto no Antigo como no Novo Testamen-
to, a identidade exata do “anjo do Senhor” não é fornecida pela Bíblia.
Em algumas passagens, ele fala como Deus, identifica-se como Deus e age como Deus (Gê-
nesis 16:7-12; Gênesis 22:11-18; Êxodo 3:2; Êxodo 12:23; Êxodo 23:20,21; Juízes 2:1-4; Juí-
zes 5:23; Juízes 6:11-24; Zacarias 3:1; Zacarias 12:8).
Já em outros textos bíblicos, o “anjo do Senhor” se apresenta como alguém distinto de Deus,
cumprindo ordens divinas (Gênesis 21:17-18; Juízes 13:3-22; 2Samuel 24:16; 2 Reis 19:35;
Zacarias 1:12,13).
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ESCOLA RAÍZES
2) ANJOS. Muitas vezes, a Bíblia fala de anjos de uma forma ampla, sem especificar tipo ou
classe. Esses anjos, como vimos, são apresentados como mensageiros de Deus em diversas
ocasiões.
Há aqueles que servem como anjos de juízo (Gênesis 19.13; 2Samuel 24:16; 2Reis 19:35;
Ezequiel 9:1,5,7; Salmo 78:49). Fala-se do vigilante (Daniel 4:13,23), do anjo do abismo (Apo-
calipse 9:11), do anjo que tinha poder sobre o fogo (Apocalipse 14:18), do anjo das águas (Apo-
calipse 16:5) e dos sete anjos (Apocalipse 8:2).
Na iconografia2 comum, os anjos geralmente têm asas, uma auréola ao redor da cabeça, be-
leza delicada e são seres brilhantes.
Por vezes, são representados como uma criança, por sua inocência e virtude. No entanto,
os relatos bíblicos não confirmam nada dessa tradição e senso comum sobre a aparência dos
anjos.
Pois, dada a ordem, com a voz DO ARCANJO e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio
Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.
1 Tessalonicenses 4:16
Contudo, nem mesmo O ARCANJO Miguel, quando estava disputando com o diabo acer-
ca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: “O Senhor o
repreenda!” Judas 1:9
Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias. Então Miguel, UM DOS PRÍN-
CIPES SUPREMOS, veio em minha ajuda, pois eu fui impedido de prosseguir ali com os reis da
Pérsia. Daniel 10:13
2 Representação visual de símbolos e imagens ou repertório de imagens
16 próprio de uma obra, gênero de arte, artista ou período artístico.
4) QUERUBINS. Os querubins são uma or- ANGELOLOGIA
dem distinta de anjos, que, evidentemente,
ocupam posições superiores. Alguns estudio-
A descrição desses anjos sugere que são
sos consideram que Satanás, antes da queda,
criaturas de aparência humana, mas com seis
era um querubim:
asas. Cabe ressaltar que se trata de uma visão
do profeta, podendo ter significado mais sim-
VOCÊ ESTAVA NO ÉDEN, no jardim de Deus;
bólico que real.
TODAS AS PEDRAS PRECIOSAS O ENFEITA-
VAM: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix
6) GABRIEL. O nome Gabriel significa po-
e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Seus
deroso. A Bíblia não menciona que ele é um
engastes e guarnições eram feitos de ouro;
arcanjo, apesar de se frequentemente ser con-
tudo foi preparado no dia em que você foi
fundido.
criado. Você foi ungido como um QUERUBIM
GUARDIÃO, pois para isso eu o determinei.
Ele aparece quatro vezes no registro das Es-
Você estava no monte santo de Deus e cami-
crituras, sempre como um mensageiro ou re-
nhava entre as pedras fulgurantes. Você era
velador do propósito divino. Falou a Daniel a
inculpável em seus caminhos desde o dia em
respeito do fim dos tempos (Daniel 8.15-27).
que foi criado ATÉ QUE SE ACHOU MALDADE
EM VOCÊ. Ezequiel 28:13-15
Foi Gabriel que também trouxe a mensagem
a Zacarias sobre o nascimento de João Batis-
ta, e foi ele quem veio com a maior de todas as
mensagens para a virgem Maria a respeito do
nascimento de Cristo e de seu ministério como
Rei sobre o trono de Davi (Lucas 1.26-33).
Anjos malignos
Mapa mental
Saiba mais
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ANGELOLOGIA
Anotações
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ESCOLA RAÍZES
Anotações
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DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
Introdução
disciplinado é ser uma pessoa mecânica, car-
Você quer progredir no seu relacionamen- rancuda e sem alegria. Não, não é nada dis-
to com Deus? Você está motivado em saber so! Jesus foi o homem mais disciplinado que
como isso é possível? É disso que vamos falar já existiu e, ao mesmo tempo, o homem mais
a partir de agora! Disciplinas espirituais nada alegre e apaixonadamente vivo.
mais são que hábitos e práticas que têm sido
desenvolvidos pelo povo de Deus desde os As disciplinas espirituais são canais trans-
tempos bíblicos. formadores de Deus em nossas vidas. Quan-
do entendemos que o seu propósito é buscar
Mas, precisamos ser sinceros: disciplina é comunhão com Cristo, a Sua graça flui até nós
algo maravilhoso... no papel! Quando partimos e somos transformados dia após dia! Lembre-
pra prática, a coisa fica mais difícil! Isso por- -se: tornar-se semelhante a Jesus exige esfor-
que a disciplina envolve esforço e nunca pare- ço e disciplina.
ce se encaixar naturalmente na nossa agenda.
Há um convite para que todos os cristãos
Pergunte a um grande violinista, sobre o desfrutem dos resultados das disciplinas es-
tempo que ele destinou e se esforçou para pirituais. Todos aqueles em quem o Espírito de
aprender a tocar um instrumento e adquirir Deus habita são convidados a experimentar a
essa habilidade. Ou pergunte a um atleta cam- alegria das disciplinas espirituais. Vamos ver
peão mundial, sobre suas renúncias e dedica- algumas dessas disciplinas espirituais à nos-
ção pra se dar bem naquele esporte. Todos, sa disposição?
certamente, vão incluir em suas respostas a
seguinte frase: “O sucesso exige sacrifício!”.
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ESCOLA RAÍZES
Palavra de Deus
Nenhuma disciplina espiritual é mais importante do que a absorção da Palavra de Deus. Nada
e ninguém pode substituir as verdades ali registradas.
Mas ainda que NÓS OU UM ANJO DO CÉU pregue um evangelho diferente daquele
que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes
anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado! Gálatas
1:8,9Houve então uma guerra no céu. MIGUEL e seus anjos lutaram contra o dragão, e o
dragão e os seus anjos revidaram. Apocalipse 12:7
Enfim, simplesmente não pode haver cristão saudável separado do conhecimento revelado
nas Escrituras Sagradas.
Na Bíblia encontramos revelações preciosas sobre Deus e especialmente sobre Jesus Cris-
to, o Deus encarnado! A Bíblia nos apresenta a Lei de Deus e mostra a nossa incapacidade em
cumpri-la.
Na Bíblia entendemos que Jesus Cristo morreu em nosso lugar, de forma voluntária e sem pe-
cado. A Bíblia nos ensina que devemos nos arrepender e crer no sacrifício de Jesus Cristo para
sermos justificados diante de Deus.
Nenhuma dessas informações - que são eternamente essenciais - pode ser encontrada em
qualquer outro lugar, exceto na Bíblia. Portanto, se pretendemos nos relacionar de forma íntima
com Deus, devemos conhecer a Sua Palavra intimamente.
Ok! Agora que entendemos a importância da Palavra de Deus em nossas vidas, de que manei-
ras podemos absorver e nos apropriar de suas verdades?
PRIMEIRAMENTE, ouvir! Se não houver disciplina para ouvirmos a Palavra de Deus regular-
mente, poderemos ouvi-la só quando tivermos vontade de ouvir.
E uma das maneiras mais práticas da disciplina de ouvir é frequentar firmemente uma igreja
onde a Palavra de Deus seja pregada com fidelidade.
Não frequente simplesmente uma igreja mais próxima da sua casa, mas faça parte de uma
igreja mais próxima da sua Bíblia!
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DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
Quando Jesus dizia estas coisas, uma mulher da multidão exclamou: “Feliz é a mulher que
te deu à luz e te amamentou”. Ele respondeu: “Antes, felizes são aqueles que OUVEM A
PALAVRA DE DEUS E LHE OBEDECEM”. Lucas 11:27,28
Perceba que não se trata apenas de ouvir as palavras inspiradas por Deus. O ouvir vem ime-
diatamente acompanhado do obedecer. O propósito é a obediência ao que Deus diz e o desen-
volvimento da semelhança com Cristo.
A SEGUNDA MANEIRA de absorver e se apropriar das verdades da Palavra de Deus é ler! Mui-
tas vezes Jesus fazia perguntas a respeito do entendimento das pessoas sobre as Escrituras:
E aqui vão três sugestões práticas para uma disciplina de leitura bíblica:
• 1ª) Encontre tempo! Tente reservar um tempo todos os dias, de preferência o mesmo
período!
• 2ª) Tenha um plano de leitura bíblica! Mantenha um registro simples do que está sendo
lido. A prática de abrir a Bíblia todos os dias, ao acaso e aleatoriamente, dificulta a disciplina!
• 3ª) Após a leitura, escolha, ao menos, uma passagem para meditar! Sem meditação, você
pode fechar a Bíblia e não ser capaz de se lembrar de uma única coisa que leu!
Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e OS MEUS LI-
VROS, ESPECIALMENTE OS PERGAMINHOS. 2 Timóteo 4:13
Certamente, esses pergaminhos e livros que Paulo pede a Timóteo incluíam cópias das Es-
crituras. Numa prisão fria e miserável, o apóstolo pede a sua capa para que seu corpo pudesse
ser aquecido, e a Palavra de Deus para estudar, a fim de que sua mente e coração também pu-
dessem ser aquecidos.
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ESCOLA RAÍZES
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DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
Jejum
Uma das disciplinas espirituais menos compreendida é o jejum. E o motivo pelo qual o jejum
é tão incompreendido está relacionado à falta de consciência contemporânea dele. Vamos en-
tender um pouco como tudo começou...
O Antigo Testamento indica que o jejum era comum entre os judeus, mas possuía diversos
objetivos específicos.
Outras vezes, identificamos o jejum como uma consequência involuntária de tristeza que faz
a pessoa perder a fome ou o prazer em se alimentar: são exemplos claros a tristeza de Ana por
não ter filhos (1Samuel 1:7,8), os casos de lutos da nação de Israel (1Samuel 31:13) e, mais
uma vez, Daniel (Daniel 10:2,3), em que o profeta tem uma visão e é profundamente afetado por
ela.
Ainda, temos casos de jejum compulsório por humilhação e arrependimento da nação de Is-
rael (Juízes 20:26). Após terem sidas derrotadas uma segunda vez pelos filhos de Benjamin,
as outras tribos de Israel se reuniram para buscar a orientação de Deus, com jejum e com uma
oferta de sacrifícios.
Vale a pena citar os casos de consagração, um exemplo claro de ritual religioso, e não uma
prática espiritual (Números 6:1-4, Juízes 13, 16:17-20 e Atos 18:18 e 21:20-26). O vocábulo
“nazireu” expressava, fora o sacerdócio, a mais elevada forma de separação para Deus. Ele era
um sinal de dedicação a Deus. Assim, um nazireu era uma pessoa que se consagrava de ma-
neira especial a Deus durante certo período de tempo. Sansão foi Nazireu desde o nascimento
e parece que Paulo também fez esse voto (Atos 18:18 e 21:20-26). Nesse contexto, o voto in-
cluía abstinência de suco de uva e de qualquer bebida alcoólica derivada e de qualquer tipo de
alimento produto da videira.
É de essencial importância nos atentarmos para o fato de que o jejum nacional do Israel étni-
co era realizado num contexto de Estado teocrático, em que o governo da nação se operava sob
o argumento de ordens diretas de Deus.
Ao chegarmos aos dias do Novo Testamento, vimos pessoas piedosas realizando essas prá-
ticas, como Ana, a profetisa, por exemplo, que servia a Deus noite e dia, com jejuns e orações
(Lucas 2:36,37).
27
ESCOLA RAÍZES mortificação do nosso corpo e aflição da nos-
sa alma. Um momento de quebrantamento e
Examinando o ensino de Jesus, descobri- clamor. Logo, a noção bíblica contemporânea
mos que, apesar de Ele nunca ter ensinado do jejum realmente significa a abstinência de
diretamente sobre o jejum, não se pode duvi- alimentos com vistas a propósitos espirituais.
dar de que nunca o proibiu. O próprio Jesus
jejuava, e jejuava muito! Logo, o que temos é a Quanto às formas de jejuar, temos o jejum
sua total aprovação em relação a essa prática parcial (também chamado de normal), que é a
espiritual. abstinência de alimentos, mas com ingestão
de água. Essa, provavelmente, foi a forma que
Jesus adotou ao jejuar no deserto (Mateus
4:2).
28
DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
Por fim, a Bíblia não determina regras quanto à duração do jejum. Portanto, cada um é livre
para fazer essa escolha. Há alguns exemplos de jejuns com durações diferentes na Bíblia. O
mais importante é que haja uma intenção e um alvo quanto à duração do jejum no coração. No
entanto, não devemos nos ater à duração do jejum, mas sim ao seu propósito.
Deus nunca quis que descartássemos o jejum, mas que o fizéssemos de forma correta. Há
uma expectativa de que Deus se agrada quando separamos algum tempo para estarmos em
Sua presença! Jejuar é separar um tempo extra para estarmos com Deus enquanto a carne é
mortificada.
Muito bem! Então, o que o jejum não é? Uma forma de se entender equivocadamente o jejum
é esperar por resultados diretos e imediatos. O valor do jejum é indireto, e não direto! O valor do
jejum é mediato, e não imediato!
Conclusão
Como vimos, a disciplina tem a ver com rotina, repetição, aquilo que leva à uma ação quase
que automática e necessária. Quando a prática faz parte da rotina, torna-se um hábito.
A prática do dia a dia causa a única e verdadeira transformação que serve como prova de que
toda a teoria trouxe resultado. Ao interagir com o Espírito Santo ao longo da caminhada, sem
perceber, tornamo-nos parecidos com Jesus.
Pensemos nas disciplinas espirituais como exercícios espirituais. Ir ao nosso lugar favorito
para orar ou meditarmos nas Escrituras Sagradas, por exemplo, é como ir à academia e se exer-
citar em um aparelho com pesos. Assim como as disciplinas físicas desse tipo promovem a for-
ça, as disciplinas Espirituais também promovem a maturidade e semelhança com Jesus Cristo.
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ESCOLA RAÍZES
Mapa mental
Saiba mais
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DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
Anotações
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ESCOLA RAÍZES
Anotações
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DÍZIMOS E OFERTAS
Introdução
argumento de que o “devorador vai te pegar”!
Falar sobre dinheiro na igreja causa des-
conforto. Mas, você sabia que quase a metade
das parábolas de Jesus menciona ou fala so-
bre o tema? Os apóstolos falavam, ensinavam
e corrigiam os crentes quanto ao relaciona-
mento com o dinheiro. Logo, esse não era um
assunto tabu para Jesus e seus discípulos...
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ESCOLA RAÍZES
Quanto à COLETA PARA O POVO DE DEUS, façam como ordenei às igrejas da Galácia.
No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, DE ACORDO COM A
SUA RENDA, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar.
1 Coríntios 16:1,2
Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam,
traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o DISTRIBUÍAM
SEGUNDO A NECESSIDADE DE CADA UM. Atos 4:34,35
Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois
DEUS AMA QUEM DÁ COM ALEGRIA. 2 Coríntios 9:7
Dízimos
Você sabia que a origem do dízimo não está escrita na Bíblia? Muitas coisas apresentadas
no Antigo Testamento já existiam nos costumes dos povos que interagiam com o povo hebreu.
E aí Deus usa essas coisas e dá um novo propósito, um sentido mais específico pro seu povo.
Por exemplo, nas culturas pagãs era comum o dízimo ser dado a uma figura de liderança ecle-
siástica; nesse caso, o dízimo possuía um sentido de imposto! No contexto das culturas grega
e romana, a ideia do dízimo também tinha um sentido de imposto!
Atualmente, nos países nórdicos, com religiões oficiais (Dinamarca e Noruega, por exemplo),
o dízimo também tem o sentido de imposto, e já vem discriminado em tudo o que as pessoas
pagam por lá.
Agora, e a Bíblia? Será que Deus mantém esse sentido de imposição? Será que esse sentido
de imposto é o ensinado no Antigo Testamento? Muita gente acha que sim, que o dízimo na an-
tiga aliança tem essa conotação, de obrigatoriedade. Será mesmo? Vamos ver!
Na Bíblia, você começa lendo que Abraão deu o dízimo (Gênesis 14:1-24). E isso ocorre antes
de qualquer lei instituída por Deus. Agora, pense um pouco mais: Abraão é considerado o pai
dos hebreus, mas ele mesmo nem era hebreu, já que era de Ur dos Caldeus. Abraão pertencia a
uma cultura suméria, mas tinha o costume de dar o dízimo! Curioso, não?
Pois bem! Quando ele dá o dízimo pra Melquisedeque, é lógico a gente pressupor que ele já
estava acostumado com essa prática. Perceba que foi algo natural e espontâneo: o texto bíblico
não diz que Abraão recebeu uma revelação de Deus pra dizimar. Ele simplesmente deu o dízimo!
Abraão entendeu que Deus havia dado a vitória pra ele contra os cinco reis, e o primeiro rei ou
sacerdote que ele encontrou, entregou o dízimo. Não vemos aqui o sentido de imposição!
Na sequência, lemos Jacó (neto de Abraão) praticando o ato de dar o dízimo. Deus já lhe havia
prometido prosperidade, e este voto foi um derramar de um coração cheio de gratidão pela pro-
messa da misericórdia e amor de Deus. Note que esse voto torna claro que as bênçãos de Deus
precedem o ato de dizimar e que, portanto, não foi um meio de alcançar favor de Deus. Mais uma
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DÍZIMOS E OFERTAS
Agora, vejamos um outro sentido que o dízimo tinha nas culturas pagãs. Na cultura antiga
oriental, dos povos que interagiam com os hebreus, o dízimo e as ofertas sempre estavam li-
gados a um sacrifício. Ofertava-se algo para aplacar a fúria dos deuses e receber o seu favor.
Aí a gente volta pra Bíblia, de novo, e lemos que primeiramente Melquisedeque abençoa
Abraão, e depois é que Abraão dá o dízimo. Note, mais uma vez, que a Bíblia dá um novo signifi-
cado pro dízimo, ou seja, enquanto que na cultura de outros povos se ofertava para receber um
favor, no Antigo Testamento as pessoas davam o dízimo porque a bênção já tinha vindo antes!
Não temos aqui nenhuma ideia de sacrifício!
Que tal mais uma “passeadinha“ pela Bíblia? Vamos lá pro Egito, para a época em que José
interpreta o sonho de Faraó e acaba salvando vários povos da fome com a sua estratégia (Gê-
nesis 41:1-57). E qual foi a estratégia?
José começa a vender comida para as pessoas do Egito e para os outros povos, e os povos
começam a vender as suas terras para o Faraó em troca de comida (Gênesis 47:20). Depois, os
povos começam a se entregar como escravos, em troca de comida (Gênesis 47:25). E quem não
precisava entregar as suas terras nem se tornar escravo? A classe sacerdotal egípcia! (Gênesis
47:22)
Muito bem! Ao final desse modelo de José, qual é a estrutura que nós vemos no Egito?
Quando nós temos a distribuição de terras do povo de Israel (Josué 14:1-15), ocorre justa-
mente o inverso! Vemos o povo com terras distribuídas de forma equivalente, mas quem não
tem terra alguma? A elite sacerdotal de Israel!
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ESCOLA RAÍZES
Perceba, então, que essa ideia de instituição do dízimo em Israel era totalmente inversa ao
que se conhecia na época. Agora, anote esse resumo:
E é isso que a gente vê atualmente? Nem de longe! Mas note que, segundo a Bíblia, essa ideia
de dízimo como fidelidade, gratidão, total reconhecimento de dependência de Deus vem desde
os tempos do Antigo Testamento, muito antes de qualquer instituição da lei mosaica.
Ok, até aqui tudo bem? Agora vamos para o quase sempre incompreendido texto de Malaquias
3:10. Seria incompreensão ou má-fé de quem o utiliza fora do contexto? É o que vamos ver!
Lá no livro de Êxodo, por exemplo, nós temos ofertas sendo trazidas para a construção do
Tabernáculo. Em Levítico temos menção do uso do dízimo para o sustento dos levitas. Aí vem
Deuteronômio trazendo algumas modificações na lei para a segunda geração do pós-êxodo e
incluindo como destinatários do dízimo o estrangeiro, a viúva e o órfão. Ou seja, o propósito dos
dízimos e ofertas nunca foi estanque, mas sempre contextual.
Malaquias chama a atenção do povo, dizendo que a bênção que Deus dá, Ele dá incondicio-
nalmente. Malaquias está enfatizando que a parte de Deus na aliança Ele sempre cumpre, ainda
que Israel não cumpra a sua parte.
Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Po-
nham-me à prova”, diz o Senhor dos Exércitos, “e vejam se não vou abrir as comportas dos
céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las. Malaquias 3:10
É como se Deus dissesse: “Eu sempre os sustentei, mesmo vocês fazendo todas essas bes-
teiras; deem o dízimo, ponham-me à prova. Nada muda as minhas condições! Pensam que as
suas infidelidades no dízimo vão me tornar infiel às minhas promessas?”
Então, a lógica da passagem de Malaquias não é essa: “Gente, deem os seus dízimos, porque
só assim Eu abençoarei vocês!” Pelo contrário! O contexto nos leva ao fato de que Deus está
dizendo: “Por acaso vocês não se lembram que eu sempre os sustentei, mesmo quando vocês
foram infiéis?” Deus está dizendo para o povo voltar a ser grato. O dízimo é apenas uma gratidão
ao que Deus já nos deu.
Então, o dízimo é para os dias de hoje? O que fala o Novo Testamento? Alguns usam o texto de
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Mateus 23:23 para dizer que Jesus sancionou DÍZIMOS E OFERTAS
o dízimo antes da inauguração da Nova Alian-
ça, mas que depois de sua morte essa sanção ”Da mesma forma, as práticas que lemos
não é mais válida. No entanto, junto com o dí- nas cartas paulinas e no livro de Atos tem um
zimo, Jesus menciona também outros precei- sentido de doação periódica e de uma doação
tos da mesma lei (a justiça, a misericórdia e a proporcional. Ora, se é periódica e proporcio-
fé): nal, qual o nome bíblico que podemos dar pra
isso?
As ofertas
Assim como o dízimo, a entrega de ofertas e contribuições financeiras sempre foi uma prática
comum entre as igrejas cristãs ao longo dos anos.
A Bíblia ensina que o ministério de Jesus foi mantido pela contribuição de pessoas piedosas.
Não é à toa que o ministério apostólico dos Doze tinha um tesoureiro, o que indica que Jesus e
os apóstolos recebiam alguma renda para a sua manutenção (João 12:6 e 13.29).
O evangelista Lucas menciona os nomes de algumas mulheres que lhe prestavam assistência
com os seus bens, mas afirma que existiram “muitas outras” (Lucas 8:1-3).
Da mesma forma, a Bíblia ensina que Jesus aprova contribuições financeiras quando elas são
feitas com a motivação correta. Na história da viúva pobre (Marcos 12:41-44 e Lucas 21:1-4),
aprendemos que Deus não despreza a oferta humilde.
A Bíblia também ensina que a contribuição para atender aos necessitados é uma extensão
da comunhão cristã. Essa lição é especialmente demonstrada no registro da história da igreja
primitiva em Atos 4:34-35. O escritor da carta aos Hebreus elogia o procedimento daqueles que,
na identificação com os que eram perseguidos, aceitaram com alegria a divisão de seus bens
(Hebreus 10:34).
O apóstolo Paulo, em sua carta à igreja de Corinto, diz pra cada um contribua conforme a sua
prosperidade (1Coríntios 16:2). Em outra ocasião, ele ensinou à mesma igreja que se há boa
vontade na contribuição, ela será aceita conforme o que o homem tem, e não segundo o que ele
não tem (2Coríntios 8:12). Dessa passagem podemos deduzir que Deus nunca exige que seus
filhos entreguem o que não têm.
Conclusão
O ofertar parte de um pressuposto de desejo livre e voluntário do coração para dar, entregar-
-se e oferecer-se a si mesmo ou os próprios recursos para a obra do Senhor. Trata-se de ação
que nasce no coração de forma espontânea.
Jamais devemos contribuir por coação, constrangimento ou por pressão. Cada um deve dar
de forma consciente e pensada. Devemos compartilhar as necessidades dos santos (Romanos
12:13), fazer o bem aos da família da fé (Gálatas 6:10), acudir ao necessitado (Efésios 4:28),
generosos em dar e prontos a repartir (1Timóteo 6:17,18).
Oferte com amor, alegria e generosidade para o progresso da obra de Deus. Fuja de qualquer
igreja ou líder religioso que o pressione ou o constranja a dar dinheiro. Rejeite qualquer tipo de
barganha de dinheiro por vãs esperanças.
E, por fim, lembre-se sempre: o que faz uma oferta aceitável a Deus é o coração do ofertante,
e não a oferta em si.
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DÍZIMOS E OFERTAS
Mapa mental
Saiba mais
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ESCOLA RAÍZES
Anotações
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DISCÍPULO
Introdução
tuais é que permaneciam estudando, geral-
mente aos pés de um rabino famoso e respei-
O termo “discipulado”, no contexto cristão,
tado5 . Os demais, voltavam para suas casas e
pode ter dois sentidos: o ato de seguir Jesus e
seguiam a profissão de seus pais. Esses pou-
o ato de ajudar alguém a seguir Jesus. Jesus quíssimos meninos da elite intelectual de Is-
tinha muitos seguidores. Mas será que todos rael eram chamados de talmid, que traduzido
os seus seguidores eram realmente seus dis- significa discípulo ou aprendiz (no singular).
cípulos?
Havia uma recomendação muito usual aos talmidim: “Cubram-se com a poeira dos pés do
seu Rabi”. Isso significa dizer que os aprendizes deveriam andar tão perto do seu mestre que a
poeira que saía das sandálias dos seus pés os cobriria.
Da mesma forma como os rabinos de sua época, Jesus também chamou seus talmidim. No
entanto, com duas diferenças. Vejamos.
A primeira diferença é que Jesus criticou os rabinos de sua época, afirmando que colocavam
um jugo pesado demais sobre seus aprendizes, que eles mesmos não conseguiam suportar.
Jesus, além de viver de modo absolutamente coerente com seu ensino, ofereceu descanso aos
talmidim dos outros rabinos, que viviam cansados e sobrecarregados, e prometeu aos seus tal-
midim “um jugo suave e um fardo leve” (Mateus 11:28-30).
A segunda diferença é que os talmidim em Israel eram meninos extraordinários, uma elite
intelectual e privilegiada. Já o convite de Jesus se estende a todos, e não apenas aos extraordi-
nários. Jesus convida pessoas como você e eu. Não importa quem você é, não importa a idade,
sexo, classe social, o momento de vida em que você está, não importa seu passado, não importa
nem mesmo sua religião. Jesus está chamando você para andar com ele!
Nós, como igreja, não devemos ser uma multidão que simplesmente segue Jesus, mas um
lugar de encontro de todos aqueles que seguem Jesus nos termos de Jesus, ou seja, fizemos
parte de uma turma que se recusa a seguir Jesus do próprio jeito.
Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si
mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem
perder a sua vida por minha causa, a encontrará.” Mateus 16:24,25.
5 KIVITZ, E. R. Talmidim: o passo a passo de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2012..
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Seguir a Jesus exige tomar a cruz, e tomar a DISCÍPULO
cruz implica em renúncia, desconforto, humi-
lhação. Permanecer e perseverar são duas pa- zade com um não cristão. Nem sempre a ação
lavras chaves do processo de discipulado: um de discipular estará restrita às quatro paredes
discípulo precisa permanecer no que Ele disse da igreja.
e perseverar em dias de deserto. Bem-vindo
ao discipulado! Bem-vindo às renúncias!
Conclusão
Ajudando outros a seguir Jesus
Estamos seguindo a Jesus e ainda ajudan-
do outros mais a fazer o mesmo? As testemu-
Como já vimos, um discípulo de Jesus se- nhas oculares de Jesus ensinaram o que ele
gue os passos dele, agindo conforme ele ensi- lhes ordenou que fizessem, e assim surgiram
nou e viveu. Mas a vida cristã é também a vida as testemunhas auriculares. Essa prática con-
dedicada a discipular. Discípulos discipulam! tinua até os dias de hoje, e agora é a nossa
E o motivo para discipular outras pessoas co- vez.
meça no amor de Deus: Ele nos ama, então nós
o amamos, então amamos outras pessoas. A Bíblia atribui a todos nós esse tipo de tra-
balho. João nos diz que devemos amar uns
Vivemos uma cultura de superestimação aos outros (2João 5). Paulo nos diz que pre-
de nós mesmos. Cada um quer seu lugar ao cisamos estimular e edificar uns aos outros
sol. Está sobrando pouquíssimo espaço para (1Tessalonicenses 5:11). Ele também nos diz
aqueles que não pensam só em si. Por isso, para ensinarmos uns aos outros, com o desejo
não faltarão palavras de incentivo, do tipo de ver todos maduros em Cristo (Colossenses
”Você não pode ser mais um!” ou “Imprima no 1:28). O autor de Hebreus nos fala de estimu-
mundo sua marca. Diga adeus ao anonimato”. lar uns aos outros ao amor e às boas obras
(Hebreus 10:24).
Mapa mental
Saiba mais
• O que é ser um
Discípulo?
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DISCÍPULO
Anotações
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ESCOLA RAÍZES
Anotações
46
TRINDADE
Introdução
Agora, sabendo que o gato não sabe es-
Em primeiro lugar, se alguém disser a você crever, podemos concluir que a escrita não
que pode explicar a Trindade, com exatidão e existe? Claro que não podemos chegar a essa
todos os detalhes, desconfie! Há alguns as- conclusão, porque o que você está lendo é um
suntos e textos bíblicos que não conseguimos texto escrito!
entender e, nesses momentos, humildemente,
temos que simplesmente crer! Perceba que não há um jeito fácil de abordar
esse assunto. Deus é o grande mistério que
A doutrina da Trindade é um desses casos nos assombra, maravilha e nos tira o fôlego.
que reconhecemos que está muito além de É algo que nos sobrepassa, que não consegui-
nossa capacidade cognitiva. A seguir, temos mos explicar nem medir.
uma analogia simples, que nos faz entender o
limite da nossa capacidade intelectual diante Não entendemos do que Ele é feito, nem
da transcendência do nosso Deus todo pode- entendemos porque, sendo Ele tão podero-
roso: so e autossuficiente (não precisa de nós para
nada), decidiu relacionar-Se individualmente
Um gato, por exemplo, consegue se comu- com cada ser humano.
nicar por meio de palavras? Ele pode escre-
ver? Imaginar? Planejar? O que é a alegria, por Ainda assim, a Bíblia nos ensina claramente
exemplo, para um gato? Pode ser um prato de algumas coisas:
comida, quem sabe? O que é a tristeza para
ele? Pode ser frio ou fome? Um gato sabe o
que significa “inteligência”? A resposta para
tudo isso é “não”.
47
ESCOLA RAÍZES
Quando ouvimos que Deus é uma única natureza e que nesta natureza existem três pessoas,
porém um único Deus, e não três deuses, a complexidade nos espanta, não é mesmo? Então,
mesmo não conseguindo compreender, podemos concluir que a Trindade não existe? Lembre-
-se do exemplo do gato!
Compreender a doutrina da Trindade, em toda a sua extensão, é impossível para seres de na-
tureza e razão tão pequenas e limitadas como as nossas. Mas Deus é transcendente e infinito!
Curiosamente, o conhecimento sobre Deus, o pouco que conseguimos ter, nós adquirimos
como em qualquer relacionamento: convivendo e experimentando.
Deus se revela a cada um de nós no caminhar com Ele. Deus faz sentido quando deixamos
que Ele nos encha de sentido. Não conseguimos explicar Deus, mas podemos experimentá-lo!
Alguém que crê e adora o nosso mesmo Deus, aceita que Jesus é um profeta, mas não acre-
dita na Trindade, pode ser considerado um irmão na fé?
A importância do estudo da doutrina da Trindade está no fato de que ela é um dos marcos
divisores entre o que chamamos de cristianismo bíblico e o que chamamos de heresia.
Apesar de complexa ou muito além da nossa total compreensão, não devemos encarar esta
doutrina como secundária, sem importância ou confusa demais para perdermos tempo medi-
tando nela.
A Trindade na Bíblia
Portanto, no Antigo Testamento, mesmo que haja declarações que hoje nós podemos ler e en-
xergar sobre a Trindade, para os seus leitores imediatos ainda não faziam tanto sentido assim.
48
TRINDADE
Então disse Deus: “FAÇAMOS o homem à nossa imagem, conforme a NOSSA semelhança.
Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda
a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão”. Gênesis 1:26
Venham, DESÇAMOS e CONFUNDAMOS a língua que falam, para que não entendam
mais uns aos outros. Gênesis 11:7
Em outros casos, quem fala é Deus, que menciona o Messias e o Espírito, ou quem fala é o
Messias, que menciona Deus e o Espírito:
“Aproximem-se de mim e escutem isto: Desde o primeiro anúncio não falei secretamente;
na hora em que acontecer, estarei ali.” E agora o SOBERANO Senhor ME ENVIOU, com
SEU ESPÍRITO. Isaías 48:16
O ESPÍRITO do SOBERANO Senhor está SOBRE MIM porque o Senhor ungiu-me para
levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração que-
brantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, Isaías 61:1
No Novo Testamento, não apenas a Trindade, mas toda a Escritura ganhou uma nova luz.
Se no Antigo Testamento Jeová é apresentado como o Redentor e Salvador do seu povo (Jó
19:25; Salmo 19:14; Isaías 41:14; Jeremias 14:3), no Novo Testamento o Filho de Deus dis-
tingue-se nessa capacidade (Mateus 1:21; Lucas 1:76-79; João 4:42; Atos 5:3; Gálatas 3:13;
Filipenses 3:20; Tito 2:13,14).
Se no Antigo Testamento é Jeová que habita em Israel e nos corações dos que o temem (Sal-
mo 74:2; Isaías 8:18; Ezequiel 43:7-9; Joel 3:17,21; Zacarias 2:10,11), no Novo Testamento é
o Espírito Santo que habita na Igreja (Atos 2:4; Romanos 8:9,11; 1Coríntios 3:16; Gálatas 4:6;
Efésios 2:22; Tiago 4:5).
O Novo Testamento ainda oferece clara revelação de Deus enviando seu Filho ao mundo (João
3:16; Gálatas 4:4; Hebreus 1:6; 1João 4:9) e do Pai e o Filho enviando o Espírito (João 14:26;
Gálatas 4:6).
Vemos o Pai dirigindo-se ao Filho (Marcos 1:11; Lucas 3:22), o Filho comunicando-se com o
Pai (Mateus 11:25,26; Mateus 26:39; João 11:41; João 12:27,28); e o Espírito Santo orando a
Deus nos corações dos crentes (Romanos 8:26).
Assim, as pessoas da Trindade, separadas, são expostas com clareza às nossas mentes. No
batismo do Filho, o Pai fala, ouvindo-se do céu a sua voz, e o Espírito Santo desce na forma de
pomba (Mateus 3:16,17).
49
ESCOLA RAÍZES
• Essência - O que é essencial para que algo seja o que é? Por exemplo, o que é essencial
para que uma cadeira seja uma cadeira? Ora, que ela sirva para se sentar! Se ela não servir para
isso, ela deixou de ter a essência de uma cadeira. Deus possui a sua essência, que é única e
indivisível.
• Pessoa - Pessoa pode ser definida como autoconsciência, ou seja, é definido pelo “Eu”.
Se colocarmos um cachorro em frente a um espelho, ele não se reconhecerá, pois ele não possui
autoconsciência. Todo ser que pode dizer “Eu” é uma pessoa. Deus Pai diz “Eu”; Deus filho diz
“Eu”; e Deus Espírito Santo diz “Eu”.
• Unidade - É a crença de que Deus é uno; não há, em hipótese alguma, outro Deus além do
nosso. Existe uma perfeita unidade na Trindade em essência. O Deus único e verdadeiro não é
somente o Pai, mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Por isso, podemos dizer que Deus é único, porque Ele não possui duas naturezas. Não há dois
seres, duas essências ou duas substâncias. Há uma única essência divina.
Mas cremos na diversidade de pessoas. Na essência divina há três “Eu”. Quando compara-
mos com a humanidade, isso se torna impossível, pois em nossa essência há apenas um único
“eu”. Mas, não se esqueça do que falamos lá no início: não é porque gato não escreve que a
escrita não exista.
Deus, que possui uma essência eterna e infinita, possui três pessoas em seu Ser. Não há três
deuses, há apenas um, porém com três autoconsciências. Se ainda sua cabeça não “ferveu”,
observe o quadro e imagem abaixo:
50
TRINDADE
Portanto, não foi o Pai que morreu e ressuscitou, mas o Filho. Porém, o Pai participou desta
obra enviando seu Filho ao mundo. Não foi o Espírito que enviou o Filho, mas o Pai; porém o
Espírito cooperou em unidade com o Pai.
Desta forma, não são três deuses, apenas um único Deus, que possui três pessoas, coeternas
e infinitas. Apesar de toda essa complexidade, afirmamos, sem medo, nossa fé em Deus o Pai,
o Filho e o Espírito Santo.
Conclusão
A criação do mundo é fruto do amor transbordante de Deus. A criação é uma obra da livre
graça de Deus. A Trindade nos leva a contemplar o amor de Deus, que já em seu ato de criação
demonstrou um amor incondicional.
Por isso, devemos nos relacionar sem medo com este Deus, olhando para a sua infinita e
maravilhosa graça. Nosso relacionamento com Deus deve também se pautar no conhecimento
das três pessoas.
Podemos nos relacionar com Deus Pai como aquele que enviou o seu único Filho para morrer
por nossos pecados e nos adota em sua família. Da mesma forma com o Filho, como aquele
que aceitou vir e se entregar em nosso lugar, morrendo por nossos pecados e nos resgatando
para o Pai. E, claro, com o Espírito Santo, como aquele que nos chama, consola, guia e ensina.
Cada pessoa da Trindade está operando para a nossa salvação e nos levando a desfrutar des-
te amor transbordante de Deus. Nossa vida espiritual é grandemente beneficiada em conhecer
e experimentar a maravilhosa doutrina da Trindade!
1ª Pessoa
3ª Pessoa
2ª Pessoa
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ESCOLA RAÍZES
Mapa mental
Saiba mais
52
TRINDADE
Anotações
53
ESCOLA RAÍZES
Anotações
54
MISSÕES
Introdução e conceito
55
ESCOLA RAÍZES
No entanto, deveríamos rejeitar o conceito de visão aplicável à Igreja. Isso porque a correta
visão não surge de um desejo ou percepção da comunidade de fé, mas ela tem origem no pró-
prio Jesus.
Vocês não dizem: ‘Daqui a quatro meses haverá a colheita’? Eu lhes digo: Abram os olhos e
vejam os campos! Eles estão MADUROS PARA A COLHEITA. João 4:35
Logo, a nossa visão está toda relacionada e pautada na vontade de Deus, e totalmente ex-
planada na Bíblia Sagrada. A Bíblia é o texto-fonte do processo de fazer missões! A Bíblia é o
inigualável e essencial manual missionário. Ela é a revelação do Deus missionário.
Ao longo dos séculos, a Igreja, como instituição, propôs algumas maneiras para organizar a
missão (e não há nada de errado nisso). Entretanto, o problema começa quando acreditamos
que as maneiras de organizar a missão são a própria missão.
Todas as vezes que valorizamos e damos maior crédito e ênfase ao meio pelo qual a missão
é realizada em detrimento à própria pertinência e necessidade de todos levarem a mensagem,
perdemos a visão da nossa missão!
Cada cultura e localidade requer uma estratégia diferente e específica para que a comunica-
ção seja eficiente e possae diminuir ao máximo o ruído da mensagem.
Outra característica de uma agência missionária é que, normalmente, ela não é denomina-
cional, o que quer dizer que, qualquer pessoa pode realizar um treinamento para fazer missão.
Nesse caso, o objetivo da agência deveria ser o de apresentar ferramentas técnicas do Reino de
Deus, e não metodologias doutrinárias de âmbito institucional.
56
MISSÕES
O ide de Jesus
Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
Portanto, VÃO e FAÇAM discípulos de todas as nações, BATIZANDO-OS em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo, ENSINANDO-OS a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei.
E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus 28:18-20
Perceba que fazer missão, de acordo com o nosso texto base envolve (1) ir, (2) fazer discípu-
los, (3) batizar e (4) ensinar.
(1) IR
A igreja não é somente um aglomerado de pessoas que serve a cidade na esfera social, mas
que também deve servi-la anunciando o Evangelho.
Ou seja, não podemos, como corpo de Cristo, servir a uma cidade sem mostrar a ela o Cristo
que salva. Da mesma forma, não podemos simplesmente pregar a Palavra e fechar os olhos
para as necessidades dos ouvintes (Tiago 2:15-17).
No entanto, somente ir não é o suficiente. Precisamos estar preparados e saber como ir. É
claro que devemos estar apto e ter, no mínimo, a razão da nossa esperança na ponta da língua
(1Pedro 3:15). Cremos no poder do Espírito Santo para o convencimento do pecador (João
16:8). Mas o ir, como já vimos, exige conhecer todos os aspectos dos nossos ouvintes, sejam
políticos, sociais ou culturais.
57
ESCOLA RAÍZES for batizado será condenado”, mas sim “quem
não crer” (Marcos 16.16-18).
(2) FAZER DISCÍPULOS
Portanto, o batismo não salva e também não
Quando vamos ao campo missionário, seja condena! A água é um símbolo de salvação, e
ele em outro país, outra cidade ou até mesmo não um meio de salvação. Um exemplo bem
no quarto ao lado, o próximo passo é fazer do claro é aquele ladrão que foi crucificado junto
ouvinte um discípulo. com Cristo; ele apenas creu e foi salvo, já que
a morte iminente não permitiu o seu batismo.
O discípulo de Jesus segue os passos dele,
agindo conforme ele ensinou e viveu. E o mo- Para que fique bem claro: não somos bati-
tivo para discipular outras pessoas começa no zados para sermos salvos, mas somos batiza-
amor de Deus: Ele nos ama, então nós o ama- dos porque fomos salvos e decidimos seguir a
mos, então amamos outras pessoas. A verda- Jesus Cristo.
deira fé trabalha em favor do próximo.
E a segunda pergunta que nos vem à mente
é: “Então, se o batismo é uma confissão pú-
blica de fé, quem pode se batizar?” Deixemos
a Bíblia responder (essa é sempre a melhor
opção!): todo aquele que entende o sacrifício
de Jesus, crê na obra da salvação e, mediante
essa consciência, arrepende-se (Atos 8.30-
39).
(4) ENSINAR
tam também ser tornarem flechas nas mãos de Jesus para ser arremessado em outros alvos e
fazer o mesmo: (1) ir, (2) fazer discípulos, (3) batizar e (4) ensinar.
Conclusão
Quando somos revestidos com poder do alto, Deus derrama do seu amor em nossos corações
(Romanos 5:5): amamos como Deus ama e, assim, começamos a cumprir o mandamento de
Jesus. E o que isso significa?
Assim como uma candeia não é colocada debaixo de uma vasilha, mas no alto, para iluminar
a todos que estão na casa (Mateus 5:15), assim é o evangelho da salvação em nossas vidas.
É exatamente nesse ponto que nossa semelhança com Cristo faz seu trabalho, pois, assim
como Cristo nos amou, doou-se por nós e nos entregou a salvação, assim faremos ao nosso
próximo.
Mapa mental
59
ESCOLA RAÍZES
Saiba mais
Anotações
60
MISSÕES
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ESCOLA RAÍZES
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