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Estratégias Para Reorganização do

Serviço Diaconal
(Rev. Ms. Manoel Peres Sobrinho)

INTRODUÇÃO

Diante do colar – belo


como um sonho –
admirei, sobretudo o
fio que unia as pedras
e se imolava anônimo
para que todos
fossem um – D.H.C.

Querido irmão Diácono.


Graça, misericórdia e paz da parte de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Aqui estamos, neste encontro, para refletir sobre o grande assunto que
a todos nós toca: a nossa querida Junta Diaconal e seu inestimável serviço
de misericórdia e manutenção.
Antes, porém, vamos pensar um pouco no tema a que nos propusemos
refletir juntos: “Estratégias Para Reorganização da Junta Diaconal”.
Pois bem.
Vamos analisar, por partes, o conteúdo de nosso tema.
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1º - Nossas Estratégias

A palavra “estratégia” quer dizer “estabelecimento do plano global e


coordenação conjunta dos meios para atingir um objetivo determinado”. E
isso nós faremos.
Duas perguntas devem ser feitas:
1. “Por que nossos diáconos se ressentem tanto da falta de diretrizes
básicas para o seu trabalho efetivo?”
2. “Por que há tanto desconhecimento dos reais papéis na função do
seu diaconato?”

Parece-nos que algumas respostas já podem ser ensaiadas com as


seguintes afirmações:
 Precisam conhecer melhor o nosso Deus a Quem servem.
Conhecer também de uma forma mais íntima a Sua vontade, Suas
promessas, Suas instruções.
 Precisam conhecer melhor a Igreja na qual estão inseridos e
servem. Conhecer sua doutrina, sua estrutura, sua práxis, seus
desafios, seus projetos.
 Precisam conhecer melhor a Junta Diaconal onde servem com o
seu oficialato. Procurando desenvolver um conhecimento de sua
estrutura, suas exigências, seus membros, seu serviço.
 Precisam conhecer melhor aqueles a quem vão servir (os
necessitados), para que possam realizar um trabalho eficiente e
com excelência.
 Precisam conhecer melhor a si mesmos como pessoa, como
membros do Corpo de Cristo e Oficiais. Devem saber quais são os
seus dons espirituais, seus talentos naturais, suas fraquezas, suas
virtudes.
 Devem construir um espírito de disposição e arranjar tempo para
sempre estarem disponíveis nas emergências.

2º - Quando a reorganização se faz necessária

Se a sua Junta Diaconal é operosa e cada diácono sabe exatamente o


que fazer na sua Igreja, então o que vem abaixo nada tem a ver com você
e sua Comunidade. Mas se você sente que algo precisa ser feito para que
sua Junta Diaconal atinja os objetivos esperados pela Igreja como por todo
o corpo diaconal, então, leia com atenção o que segue:

“Reorganizar”

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Significa: 1. Tornar a organizar;
2. Melhorar, reformar, aprimorar (aperfeiçoar).
“Organizar”
Significa: 1. Constituir o organismo de;
2. Estabelecer as bases de;
3. Ordenar, arranjar, dispor;
4. Dar às partes de (um corpo) a disposição necessária as
funções a que se lhe destina.

Parece-nos, em síntese, que algo muito grande e trabalhoso e que


mexa com os ânimos de nossos diáconos precisa ser feito.
Assim temos:
É preciso mudar a visão.
É preciso se encher de paixão.
É preciso entender a razão.
É preciso começar a andar.
É preciso começar a agir.
Talvez, caiba aqui aquela bonita oração, onde o suplicante procura uma
luz, procura o caminho em meio às indecisões, procura, pelo menos, algo
por onde começar a sua longa caminhada para acertar no seu agir
constante:

“Dai-me, Senhor, energia e coragem para mudar o que deve ser


mudado;
Dai-me, também, serenidade para aceitar o que não pode ser
mudado;
E sabedoria, para que possa distinguir uma coisa da outra”.

Diante disso é preciso “orar e trabalhar”, como entendia Calvino, para


que possamos, com a graça de Deus, fazer as coisas acontecerem.

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I – REORGANIZANDO A VIDA ESPIRITUAL

“Concedei-me Senhor meu Deus,


Uma inteligência que te conheça,
Uma angústia que te procure,
Uma sabedoria que te encontre,
Uma vida que te agrade,
Uma perseverança que te espere com confiança
E uma confiança que te possua, enfim!”
Tomas de Aquino

Tudo vem de Deus!

É Ele que nos mantém, e para Ele convergem todas as coisas. Dele
tudo depende e procede.
A Igreja onde servimos é Dele.
Os dons espirituais que recebemos para atuar no Seu Reino vêm Dele.
Aquilo que repartimos e compartilhamos com os outros no exercício de
nosso diaconato também Dele recebemos.
E em seu Nome devemos exercer nosso ministério.
Nada pode estar alheio à sua vontade, ordenação e propósito.

Em sintonia com Deus

1. Vida Devocional
 Leitura bíblica
 Oração
 Estudo da Palavra
 Meditação
 Leitura de livros piedosos e
 Leitura de livros instrucionais

Uma vida piedosa e abençoada com consistência não pode acontecer à


parte do conhecimento e da comunhão com Deus. Antes do Diácono ser
um oficial da Igreja ele é um membro da Igreja do Senhor Jesus Cristo, e
como tal não deve deixar de cumprir seus deveres básicos como filho de
Deus (2 Pedro 3:14-18), nem desperdiçar o grande privilégio da comunhão
com o seu Salvador.

2. Vida Comunitária
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Participação de todos os trabalhos possíveis, com alegria, disposição,
estando atento aos acontecimentos, naquilo que diz respeito à sua função
diaconal.

a) Cultos no Templo
 Domingo
 Meio de semana
 Escola dominical

b) Nas casas
 Dos crentes
 Pessoas que estão sendo evangelizadas

A participação do Diácono nestes trabalhos têm alguns propósitos:

- Como crente deve dar apoio a todas as realizações de


sua comunidade, participando deles com entusiasmo
cristão;
- Oportunidade para perceber situações que demandem a
sua ação como entidade diaconal;
- Testemunho cristão, como oficial, dando exemplo de
preocupação para com as coisas de Deus;

c) Reuniões de Oração
 Para interceder pelos que sofrem e carecem de solução para
os seus problemas;
 A pauta das reuniões de oração quase sempre está com 90%
dirigida para a intercessão. Ali o diácono toma conhecimento
dos assuntos mais variados, o que poderia resultar numa ação
concreta e realista da Junta Diaconal;
 Compartilhar solidariamente com aqueles que gostam de
interceder pelos que sofrem e atravessam crises em suas
vidas.

Quando nossa VIDA ESPIRITUAL está organizada e estamos em


sintonia e comunhão com Deus, algumas circunstâncias espirituais
favoráveis se acentuam:
 Ficamos mais dependentes de Deus, pois reconhecemos nossas
fraquezas, nossa humanidade defeituosa e como criaturas
corremos o risco de errar;

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 Amamos mais o trabalho de Deus. Passamos a dar maior valor


aos encontros e às celebrações do povo de Deus. Desenvolvemos
um profundo espírito de serviço;
 Agimos por orientação de Deus e não por impulso pessoal.
Esperamos mais em Deus e nas Suas santas promessas do que
em nosso trabalho e talento;
 Tendemos a ser mais prestativos e menos egoístas e críticos. O
sofrimento do outro passa a ser o nosso sofrimento. Suas
necessidades passam a ser de nossa responsabilidade;
 Temos mais condições de amar as pessoas e não julgá-las em
nossas avaliações. Passamos do amor sentimento para o amor
concreto do socorro e das realizações;
 Compreendemos melhor nossa vocação diaconal. Um chamado
específico de Deus para uma tarefa de assistência e misericórdia;
 Prestamos melhor nossos serviços. Compreendemos melhor
nossa tarefa no reino de Deus e a sua importância na vida
daqueles que estão em estado de emergência.

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II – REORGANIZANDO A VIDA PESSOAL

“A preguiça é a sepultura dos vivos”


Temístocles

Quem ama a Deus e está em sintonia com Ele não tem prazer no
pecado, nem quer entristecer o Seu Espírito Santo, deixando-se levar por
um comportamento relapso, irresponsável e ocioso. Pelo contrário, quer
ser uma benção para todos quantos O conhecem e com Ele se relacionam.
Na visão de Paulo o tipo de diácono que serve para a Igreja é o homem
que tem sua vida pessoal organizada a tal ponto que os crentes da Igreja
podem acreditar e confiar nele (1 Timóteo 3:8-9).
Da mesma maneira, Lucas em Atos dos Apóstolos indica as virtudes
pessoais para aqueles que deveriam “cuidar das mesas” – Atos 6:3.

1. Do que os Diáconos mais precisam –

a) O oficial precisa merecer o RESPEITO da comunidade, para


isso precisa ter:
- Santidade, compreendendo: Fé e Vida.
- Inteligência, constando de: compreensão, apreensão e
capacidade de transmitir.
b) O oficial precisa merecer e conquistar a ESTIMA do rebanho:
- Com boa reputação, compreendendo: Opinião interna
da Igreja, opinião da própria família e pública.
- Bom senso, constando capacidade de julgar, interesse
pelas almas, perseverança no cumprimento dos deveres
e contato útil com as ovelhas.
c) O oficial precisa reunir EXPERIÊNCIA de dons e aptidões, ou
seja:
- Experiência constando de: religiosa, administrativa,
familiar e social.
- Dons – constando de: Ser trabalhador, aberto (próximo
às pessoas), com habilidade no trato, precisão,
fidelidade, ativo, prudente. (Pr. Luiz Henrique Filho).

Certamente que uma pessoa com todos os predicados acima descritos


seria uma pessoa perfeita. E como sabemos, isso não existe. Porém,
também é verdade, que quando nós perseguimos um ideal, podemos

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chegar muito próximo da perfeição. Penso que foi isso que Deus pensava
quando disse: “Perfeito será para com o Senhor teu Deus”, Deuteronômio
18:13. O que também Jesus requeriu dos seus seguidores, dizendo:
“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”, Mateus
5:48.

2. Dimensões da Influência
Como homens de Deus devemos pensar muito em como agir quando o
assunto é:

a) A pessoa

Cuidado com o corpo:


- alimentação
- asseio
- vestimenta
- descanso
- diversão

Cuidado com o intelecto:


- o que lê
- pelo que se interessa (cultura)
- o que faz nas horas vagas
- o que fala

Seus compromissos
Na Igreja – faz o que assume?
- Não cumpre corretamente o combinado
- Deixa de fazer o que assume
- Coloca alguém em seu lugar quando impedido
No trabalho secular – é exemplo para os colegas?
- age corretamente no serviço
- deixa a desejar
- comportamento indevido
- risco de advertência
Na sociedade – as pessoas têm boa opinião sobre ele
- cativa com seu compromisso sóbrio
- tem opinião formada sobre os assuntos atuais
- é referência de seriedade e probidade (honestidade)
Na família - A primeira Igreja do oficial é a sua própria
casa, o seu lar e a sua família. Ali ele deve começar a

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exercitar seus dons diaconais. Portanto, tudo decorre de
como ele trata a sua própria família:
- Disposto a ajudar quem precisa
- Perdoa sem carregar ressentimentos
- Envolve-se com amor abnegado
- Contribui nas despesas que se fazem necessárias.

Ninguém pode servir a Deus na Igreja se não resolveu servi-lo na sua


família. Todos temos nossos altos e baixos na família. Porém, há aqueles
que procuram resolver seus problemas e acertar suas diferenças. Ninguém
é completo sozinho, todos carecemos de todos. Somos, por isso, uma
família.

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III – REORGANIZANDO AS ESTRUTURAS

“A eficiência humana sem a


suficiência divina torna-se mera
deficiência” – A. A

O que é estrutura?
Do latim “estructura” que quer dizer “arranjo, disposição, construção,
alvenaria”, do verbo “struture” – de onde, construir.
“A estrutura de qualquer coisa consciente nas relações de certa forma
estáveis entre suas partes”.
De onde vem a inspiração e regulamentação para a construção de uma
estrutura para as nossas juntas diaconais? Pelo que se sabe é do “Modelo
de Regimento Interno para a Junta Diaconal” que em seus três artigos e
inúmeras alíneas estabelecem o seu modus faciendi como entidade oficial
da Igreja Presbiteriana do Brasil:

- O artigo 1º - trata da Definição


- O artigo 2º - trata da Finalidade
- O artigo 3º - trata dos Métodos

A Constituição da Igreja estabelece normas sobre a vida do Diácono


desde a sua ordenação:

 Prazo para exercer o cargo – Art. 13 parágrafo 2º


 Definição e funções – Art. 53
 Período de exercício do cargo – Art. 54
 Eleição – Art. 53,54 parág. 1º; 83 letra “d”; 110,11 e parág. Único;
112, 113,114.
 Qualificação – Art. 55
 Término das funções – Art. 56
 Regimento interno – Art. 58
 Emerência – Art. 57
 Estabelecimento e orientação – Art. 83, “g”
 Ordenação e instalação – Art. 113,114

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E ainda os “Princípios de Liturgia” tratam da sua ordenação e
investidura, no capítulo XII, Artigos 26 a 30. Conhecidas todas estas
informações, acreditamos estarem aptos nossos diáconos a exercerem
seu oficialato.
Por que, então, nossas Juntas diaconais não atuam como deveriam já
que possuímos tão bela e eficiente legislação, dando legitimidade ao seu
trabalho na Igreja?
Vamos arriscar algumas respostas provisórias:

1. Os diáconos desconhecem a legislação sobre o assunto

 Poucos sabem realmente o que existe nesse sentido.


 O desconhecimento gera incertezas e inseguranças na forma de
fazer o trabalho não conhecendo os seus limites e as suas
possibilidades

2. Não há interesse para se descobrir o que realmente existe sobre


Diaconia

 Sentem-se “bem” ignorando a legislação e sua orientação


 Procuram realizar aquilo que “acham” ser o seu trabalho
 Não se sentem estimulados a irem além do que já sabem sobre o
assunto

3. O Conselho da Igreja reduz em demasia a ação dos diáconos

 Por desconfiança da sua capacidade


 Por gostar de centralizar as decisões da igreja
 Por não compreender a função da Junta Diaconal em toda sua
extensão
 Por receio de competir e rivalizar

4. A SAF por sua eficiência faz “sombra” ao trabalho da Junta


Diaconal

 Mais organizadas;
 Mais serviçais;
 Mais interessadas
 Mais criativas
 Mais dispostas
 Mais informadas
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 Mais críticas

O QUE FAZER?

1. Procurar ler, estudar, refletir e discutir em conjunto sobre TODOS os


pontos da legislação afeitos ao assunto.

2. Despertar o interesse de todos para o assunto, de tal forma que


“vistam a camisa” e se movimentem no sentido de dinamizar a Junta.

3. Discutir com o Conselho, a partir da Legislação, o âmbito de atuação


da Junta, dando a ela autonomia naquilo que lhe é reservado.

4. Por sua eficiência convidar a SAF para fazer uma parceria, somando
com elas, naquilo que já conhecem e tem de melhor em ação social.

5. Desenvolver dentro da Junta o espírito do “todos por um e um por


todos”.

6. Não desanimar e nem esmorecer com possíveis fracassos e


retrocessos, até que os objetivos sejam alcançados.

7. Estabelecer projetos a curto, médio e longo prazos.

8. Numa ordem crescente ir aumentando o grau de complexidade dos


desafios propostos, a partir dos êxitos alcançados.

9. Recorrer ao pastor para sanar eventuais dúvidas.

10. Buscar aprender com outras Juntas o que de bom têm feito e tem
dado bom resultado.

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IV – REORGANIZANDO AS PRÁTICAS

“A disposição para aprender de


outros tanto ávida como
pacientemente – não é só uma das
graças do amor; é o próprio
coração da sabedoria –
John Knox

Finalmente, chegamos a um dado sumamente importante: É a questão


da prática diaconal.

“Nos escritos do NT diaconia (serviço, servir) significa:

 Serviço concreto, material, prestado a determinada pessoa,


Marcos 15:41; 2 Timóteo 1:18;
 O serviço em vista de garantir alimento, a sobrevivência (o
serviço à mesa) Marcos 1:31; Atos 6:20;
 Contribuição financeira aos necessitados, 2 Coríntios 8:19;
Romanos 15:25

Elencado entre os demais carismas, Romanos 12:7, chega-se a falar de


Diácono como figura ministerial da Igreja – Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:8;
Romanos 16:1.”

Sua área de atuação se delimita conforme a visão de seu ministério à


necessidade daqueles que gravitam em sua esfera de exercícios diaconais.
Assim, temos:

1º - NO TEMPLO

Como ministros da ordem. Exercendo sua função a fim de dar sua


manutenção à infra-estrutura na Casa de Deus em todas as necessidades
e socorros urgenciais antes, durante e depois do culto, ou quaisquer
reuniões espirituais;

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2º - NA IGREJA

Assistindo às pessoas como irmãos em Cristo, sem suas carências,


necessidades e problemas. Procurando amenizar seus sofrimentos em
todas as áreas da existência humana;

3º - FORA DA IGREJA

Muitos, sofrendo, buscam socorros na fraternidade cristã. Pessoas que


sem recursos e sem a quem recorrer, batem na porta cristã na esperança
de serem atendidas. Função diaconal é procurar assisti-los, depois de
metódica averiguação e constatação da real necessidade.

Diante do exposto acima e das exigências de tão vasto ministério, a


pergunta que fica é: “Como poderão os Diáconos realizar um trabalho
eficiente e a contento diante de tão abrangente e complexa situação?”

Para todos os problemas da vida humana, há sempre um natural fio


condutor que desemboca numa solução satisfatória. Basta, tão somente,
que aprendamos a analisar e retirar os elementos certos. E a questão
diaconal não seria diferente. Para tanto, vamos recorrer a dois textos
bíblicos de onde retiraremos as naturais e orgânicas respostas.

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V - SOLUÇÃO DIVINA PARA PROBLEMAS HUMANOS


Em Êxodo 18:13-27, Moisés julga o povo que o espera o dia todo em
pé. No segundo texto, Atos 6:1-7, as viúvas helênicas estavam sendo
esquecidas na distribuição diária.

Partindo da Realidade
A causa de Deus não é algo abstrato, mas uma realidade que se insere
na história de vida do seu povo. As soluções, portanto, devem ser práticas
e partem do que existe de mais concreto e real possível. Não inventamos
problemas, só os resolvemos.
No caso de Moisés, Jetro detecta o problema, Êxodo 18:13-16; e em
Atos 6:1 a murmuração era evidente. O que há aqui são dois fatos
concretos, descobertos durante a caminhada do povo de Deus. Não é uma
questão de programação, nem de fazer por fazer para justificar um
relatório. É a mais pura realidade. Assim, os diáconos devem detectar o
que há de real em sua igreja e trabalhar soluções a partir da realidade de
sua comunidade. Sem medo do que vai encontrar.

Refletindo Sobre o Problema


Conscientes do problema, agora refletem sobre a questão. Jetro arrazoa
sobre o incidente e procura soluções, indicando como fazê-lo, Êxodo
18:17-20. Em Atos 6:2, os apóstolos procuram dar andamento à solução.

Delegando Poderes para Repartir as Cargas


A solução é convocar outros da Comunidade para ajudar na obra que tem
diferentes exigências em diferentes áreas, mas que tenham autoridade
para executá-la. “Procura dentre o povo homens...” Êxodo 18:21-22. Em
Atos 6:3, diz:”... escolhei dentre vós sete homens...”.

Aptos para o Serviço


A escolha recairia em homens aptos para a obra. Jetro os classifica como “
capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a
avareza”, Êxodo 18:21. Em Atos os homens deveriam ser “de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”, Atos 6:3.

Executando a Obra com Sucesso


Moisés atendeu ao que seu sogro sugeriu (Êxodo 18-26), naquilo que foi
orientado e a causa desenvolveu-se tranquilamente. Em Atos 6:5-6,

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elegeram sete diáconos com agrado da Comunidade e a Igreja cresceu
abençoadamente, Atos 6:7.

Lições a Serem Aprendidas


Aprendemos aqui, nestes dois episódios, que a Igreja de nosso Senhor
Jesus Cristo não trabalha com abstrações históricas ou sociais, nem com
invenções fora da realidade; mas atenta às sinalizações do que está
ocorrendo e procura soluções dentro da realidade do seu tempo dando
satisfação às suas exigências.
O que precisamos fazer, então, é treinar a nossa sensibilidade para o
que está aí, para o que está ocorrendo e reclama nossa vigilância e
solicitude sempre atenta.

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CONCLUSÃO

“Assim também vós, depois de


haverdes feito quanto vos foi
ordenado, dizei: somos servos
inúteis, porque fizemos apenas
o que devíamos fazer” –
Lucas 16:10

A Junta Diaconal de qualquer Igreja pode ser um poderoso instrumento


de ação social nas mãos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Para tanto é necessário que cada diácono se conscientize de algumas
verdades:

 Do valor da Junta Diaconal e de seu serviço em sua Igreja;


 Da importância do trabalho que podem realizar;
 Da caminhada que terão que percorrer até chegar à maturidade do
fazer diaconal;
 Da alegria que poderão proporcionar a muitas pessoas que
precisam de sua efetiva ajuda;
 Da satisfação pessoal ao realizarem um trabalho dinâmico, capaz
consciente e eficiente;
 Da aprovação de Deus e da Igreja que certamente virão.

Porém, também, é verdade no momento é preciso sair do estágio de


letargia e constante murmuração, para uma atitude positiva, engajada,
consciente, solidária e humilde.

Há um pensamento francês que diz “toda longa caminhada se começa


com um passo”.

E é pura verdade!!!

Vamos dar o primeiro passo e depois outros e mais outro, e assim


sucessivamente, até que em nossa corrida, alcancemos a maturidade

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suficiente para uma obra abençoada e abençoadora que cause respeito e
admiração, e glória ao Deus Trino. Lembrando sempre Mateus 20:28.

Há muito por fazer. Somos capazes, temos certeza disso, pensando no


que Paulo disse: “tudo posso naquele que me fortalece” – Filipenses.

“Con la gracia de Dios”.

07 de fevereiro de 2009 – I. P. Filadélfia – Encontro de Diáconos


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