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LIDERANÇA CRISTÃ
O tema sobre a liderança ministerial é um dos que mais tem chamado a atenção no mundo evangélico nos
dias de hoje. Nunca se falou ou se escreveu tanto sobre este tópico. Isto se dá também e principalmente com o
advento do interesse da literatura secular que tem procurado pesquisar e enfatizar os aspectos de liderança nas
grandes corporações. As igrejas, organizações para-eclesiásticas e seminários teológicos estão usando os modelos
e os conceitos de liderança empresarial e aplicando-os para o ministério cristão. Vemos inclusive o surgimento de
ministérios especializados em estudar e contribuir para com o avanço das teorias de liderança com o objetivo de
ajudar pastores e líderes a comandarem melhor suas organizações. Certamente que esta aplicação é bem vinda e
traz enormes contribuições para a vida e desenvolvimento da igreja e da sua missão.
Existe um vazio de liderança evangélica no Brasil e muitos estão querendo preencher estes espaços. Hoje é
muito comum qualquer pessoa se levantar e começar uma igreja, denominar-se líder, ordenar-se pastor, bispo,
evangelista, apóstolo e tantos outros títulos. Não existem parâmetros ou regras de condutas que norteiam a liderança
cristã evangélica. O ditado brasileiro infelizmente se torna verdade: "Cada um para si, e Deus para todos".
Devemos reconhecer, todavia, que técnicas ou teorias de liderança não tornarão alguém um líder segundo os
princípios e conceitos da Palavra de Deus. Pode-se ter um grande estilo de liderança, um enorme sucesso no
alcance de objetivos e tudo isso ser destituído da graça de Deus. Hoje se pode ter uma igreja perfeita do ponto de
vista organizacional, mas totalmente inutilizada para os objetivos de Deus na Terra, que é a implantação do seu reino
neste mundo.
1
BARRO, Antonio Carlos. Introdução. IN: KOHL, Manfred Waldemar; BARRO, Antonio Carlos (org.). Liderança para um novo século. Londrina,
Ed. Descoberta, 2003. p. 11-26.
Conclusão
Neste mundo tão relativo em que vivemos temos um grande desafio pela frente. Um desafio de um ministério
autêntico e frutífero no meio de uma geração totalmente descompromissada com os valores do reino de Deus.
Quando o cristianismo não passa de uma caricatura do evangelho revelado por Cristo, faz-se necessário o
surgimento de pessoas dispostas a olhar para Cristo e modelar seus ministérios no ministério daquele que
transformou este mundo. Vale a pena experimentar esta bênção!
2
BARNA, George. IN: Líderes em ação: sabedoria e encorajamento na arte de liderar o povo de Deus. Campinas, Ed. United
Press, 1999. p.17-30.
Definindo Liderança
Sobre o que exatamente estamos falando quando lançamos esta palavra "liderança"? [...] Sejamos claros a
respeito de nosso propósito central.
Infelizmente não há nenhuma definição de liderança universalmente aceita. Peça a dez analistas de liderança
que definam sua matéria e eles provavelmente fornecerão uma dúzia ou mais de definições diferentes. Como isso é
possível? Pelo fato da liderança não ser uma ciência, mas, sim, uma arte. Por sua própria natureza a arte
virtualmente se opõe à definição. Mesmo o grupo mais brilhante de pessoas veria elementos e nuanças diferentes
em um Picasso ou em um Rembrandt — assim como acontece quando pedimos que especifiquem qual a essência
da liderança.
Entretanto, algumas pessoas muito capazes e experientes apresentaram algumas descrições de liderança que
merecem nossa consideração. Restringi uma lista de mais de 20 definições fascinantes para a meia dúzia que se
segue. Creio que estas, em sua maior parte, representam o coração da variedade que existe na literatura popular
recente sobre liderança. Leia-as. Pense criticamente sobre elas. Então acrescentarei minha contribuição.
Warren Bennis e Burt Nanus – Liderança é... fazer as coisas certas.
James McGregor Burns – Liderança é o que acontece quando pessoas com certos motivos e propósitos
mobilizam, em competição ou conflito com outros, recursos institucionais, políticos, psicológicos e outros
no sentido de provocar, engajar e satisfazer os motivos dos seguidores.
Vance Packard – Liderança é conseguir que outros desejem fazer algo que você está convencido de que
deve ser feito.
Tom Peters – Liderança é aprender a lidar com paradoxos e aquilo que eles representam.
J. Oswald Sanders – Liderança é influência.
Garry Wills – Liderança é mobilizar outros em direção a um objetivo partilhado pelo líder e seus
seguidores.
Cada uma destas definições acrescenta um toque especial para nossa compreensão de liderança. Creio,
entretanto, que nenhuma delas é completamente adequada. Bennis e Nanus, por exemplo, apresentam uma bela
frase, mas sua definição é muito ampla. No curso de nossa atividade diária fazemos muitas coisas que estão
"certas", mas nenhuma se destina a conseguir seguidores — por isso não são atos de liderança. Por exemplo,
quando coloco minhas filhas na cama à noite e apago as luzes do quarto para que elas possam dormir melhor, eu fiz
a coisa certa, mas este não é um ato de liderança. Concordo que os líderes fazem a coisa certa, mas fazem muito
mais do que isto.
A propósito, apesar de tão atraente, a definição de Tom Peters sofre do mesmo mal: simplesmente muito
ampla. A definição de Sanders não passa no teste pela mesma razão. Suas palavras sugerem que em qualquer
ocasião que você exercer influência sobre alguém, você estará exercendo liderança. Novamente, considere um
exemplo para demonstrar meu ponto de vista. Freqüento um curso de sociologia no qual o professor me persuadiu
que o orçamento doméstico está intimamente relacionado com conquista educacional. Seu ensino influenciou de
forma definitiva o meu pensamento. Entretanto, não sou seu seguidor. Ele influenciou meu pensamento, mas o
Identificação Verdadeira
[...] Vamos esclarecer mais um ponto. Liderar é diferente de gerenciar, ensinar, aconselhar e ajudar. Tenho
visto muitos ministérios destruídos pouco a pouco por pessoas que servem em posições de liderança, mas são
incapazes de liderar.
O padrão mais comum é que a igreja espere liderança do pastor efetivo. Ele tenta fornecer tal liderança, mas a
maioria dos pastores, por sua própria avaliação, é treinada para e tem o dom de ensinar. Eles tentam liderar usando
suas habilidades e seus talentos para ensinar. O ensino pode influenciar pessoas, mas, como observei com
referência à definição de Sanders, liderar é mais do que apenas influenciar.
Ocasionalmente — quase inevitavelmente — o pastor-professor falha como líder, a igreja se torna descontente
e destrói os resultados. O mesmo acontece quando pessoas que têm dom de administrar (isto é, gerentes) ou
aconselhar, ou de ajudar, tentam proporcionar uma liderança básica. Elas ficam frustradas, o grupo sob sua
responsabilidade fica frustrado e o ministério é prejudicado. Porque estas pessoas não são líderes — e porque se
3
Márcio Loureiro Redondo. IN: IN: KOHL, Manfred Waldemar; BARRO, Antonio Carlos (org.). Liderança para um novo século. Londrina, Ed.
Descoberta, 2003. p.58-86.
7. Conheciam as Escrituras
Durante o período que estamos tratando, ou seja, monarquia, exílio e pós-exílio (c. 1050 até c. 300 a.C), as
pessoas não dispunham do Antigo Testamento. Na verdade, foi demorado o processo de redação da Bíblia Hebraica
(como também é conhecido o Antigo Testamento). Isso não quer dizer que não existia nada da Bíblia durante a vida
desses profetas. Tudo indica que a Torá, isto é, os cinco primeiros livros da Bíblia, já eram conhecidos. Pois bem,
são essas Escrituras que os profetas demonstraram conhecer tão bem.
Isaías relembra a destruição do faraó e seu exército no Mar Vermelho ou Mar de Juncos, história narrada em
Êxodo 14.23-28 (Is 43.16-17). Jeremias, ao condenar o roubo, o homicídio, o adultério, o juramento falso e a
adoração de outros deuses (Jr 7.9), revela conhecer o decálogo, que foi dado por Deus ao seu povo por intermédio
de Moisés. De igual maneira Oséias conhece essas instruções (Os 4.2). Mas o conhecimento que os profetas tinham
das Escrituras não se limitava à saída dos israelitas do Egito ou ao decálogo. Jeremias, por exemplo, condena seus
contemporâneos por não levarem a sério a lei que determinava que ninguém poderia ser escravo por mais de seis
anos, devendo ficar livre no sétimo ano (Jr 34.13-14; Ex 21.2). O mesmo Jeremias conhecia a aliança que fora
estabelecida no passado entre Deus e seu povo (Jr 31.32; Ex 34.28). É certamente em Êxodo 34.6 que Jonas baseia
sua afirmação de que Deus é "misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor" (Jn 4.2). Amós revela o
padrão de santidade expresso no livro de Levítico (Am 2.7; Lv 18.7).
9. Experimentaram oposição
Todos os profetas tiveram seus problemas. Alguns, no entanto, parecem ter enfrentado uma dose maior de
dificuldades do que outros. Tome-se Jeremias como exemplo. A mensagem que o profeta escreveu foi censurada,
sendo que o próprio rei a queimou (Jr 36.27); por apresentar mensagem da parte do Senhor, foi espancado e preso
(Jr 20.2); noutra ocasião ficou preso no pátio da guarda, junto ao palácio real (Jr 32.3); também foi falsamente
acusado, sendo espancado e ficando preso durante muitos dias na terra de Benjamim (Jr 37.11-16); foi então
transferido para Jerusalém, mas mantido sob prisão no pátio da guarda (Jr 37.17a, 21); também foi mantido preso
numa cisterna, com boa parte do corpo dentro da lama (Jr 38.6); uma vez mais foi mantido preso no pátio da guarda
(Jr 38.13a); e foi levado contra sua vontade para o Egito (Jr 42.19; 43-5-6).
Jeremias, contudo, não foi o primeiro nem seria o último a enfrentar oposição ou perseguição. Micaías era
odiado pelo rei (I Sm 22.8) e pelos seus "colegas" profetas. Ele chegou a ser esbofeteado por alguém que também se
apresentava como profeta do Senhor. O motivo para tal agressão foi simples: Micaías havia tido a ousadia de
anunciar uma mensagem diferente daquela proclamada por outros "profetas" do Senhor. Além de levar soco no
queixo, Micaías ainda foi preso, tendo como comida apenas pão e água (l Rs 22.6, 11-14, 24, 27). Elias teve melhor
sorte no que diz respeito à alimentação: foi perseguido, teve de se esconder, mas alimentou-se de pão e carne
enviados por Deus (l Rs 17.5). O mesmo Elias foi perseguido por todos os lugares por ordem de Acabe (I Rs 18.10).
Amós foi proibido de anunciar a palavra de Deus: "Vá embora, vidente! Vá profetizar em Judá; vá ganhar lá o seu
pão. Não profetize mais em Betel, porque este é o santuário do rei e o templo do reino" (Am 7.12-13).
Uma forma mais sutil de oposição aos profetas foi ridicularizá-los. Israelitas e judaítas "expuseram ao ridículo
os seus profetas" (2 Cr 36.16). Repare-se que nenhum profeta é mencionado especificamente. Por isso, essa atitude
de zombar dos profetas parece ter sido um tanto ou quanto generalizada. É a impressão que o texto bíblico dá, pois
lemos que o "SENHOR advertiu [os israelitas] várias vezes... Mas eles zombaram dos mensageiros de Deus" (2 Cr
36.15-16). Não foi um ato isolado, mas antes uma prática costumeira. Além da zombaria, existiu outra forma sutil de
oposição: o desprezo. Fosse desprezar a pessoa do profeta, fosse desprezar suas palavras — houve nisso uma
atitude intencional de ignorar a mensagem do próprio Deus. É isso o que diz o cronista: "desprezaram as palavras [de
Deus]" (2 Cr 36.16). Zombaria e desprezo são irmãs gêmeas. Ambas revelam intolerância e oposição.
Em diferentes graus, os profetas do Senhor enfrentaram oposição. Alguns foram ignorados, outros criticados,
outros ainda perseguidos. Houve aqueles que foram torturados, e alguns até foram mortos (Lc 13.34). Ninguém se
iluda: ser profeta implicava experimentar oposição.
10. Eram humanos
Às vezes percebe-se uma tendência de pintar os profetas como super-homens, esquecendo-nos de que eram
humanos como todos nós somos. O fato é que experimentaram limitações como qualquer outro mortal. O fato de
vários deles terem tido auxiliares mostra que não eram auto-suficientes. Elias foi ajudado por Eliseu (l Rs 19.21);
Eliseu, por Geazi (2 Rs 4.12); Jeremias, por Baruque (Jr 36.17-18). Os profetas tinham suas limitações.
Mais do que isso, os profetas também experimentaram aflições. É isso que Neemias deixa entender quando
fala da "aflição que veio sobre nós,... sobre os nossos profetas,... sobre todo o povo" (Ne 9.32). Ninguém escapou.
Até os profetas passaram por dificuldades.
Veja-se, por exemplo, a questão financeira. De acordo com a prática em Israel, as pessoas podiam tomar
empréstimo, mas, se não pagassem a dívida, o credor poderia vir e tomar os bens. É esse o contexto da história
narrada em 2 Rs 4, a qual fala de um profeta que havia tomado dinheiro emprestado. Hoje se vive numa sociedade
de consumo onde tudo é motivo para comprar, e, quando não se tem dinheiro, sempre há lojas ou bancos prontos
para emprestar. Não era assim naquela época. Não se tomava dinheiro emprestado à toa. Muito provavelmente esse
profeta passou por dificuldades que o levaram a recorrer a um empréstimo. Todavia, antes de poder saldar a dívida,
faleceu. A obrigação financeira recaiu então sobre a viúva. Os filhos, que não eram crescidos, eram o bem mais
precioso da mulher. Como ela não conseguiu pagar a dívida, o credor veio e exigiu que os filhos lhe fossem
Conclusão
Por fim, o que vamos fazer com todas estas informações que acabamos de examinar? Algumas lições cabem
aqui. Seis palavras, todas iniciadas com a letra c, resumem o que vimos a respeito dos profetas do Senhor: chamado,
comunhão, caráter, crise, comunicação e conhecimento.
Chamado: todos os profetas tiveram um chamado claro. Hoje, na Igreja de Jesus, também deve ser assim. O
líder que não foi chamado é um líder falso. Só deve se apresentar para liderar o povo de Deus quem recebeu um
chamado divino. O chamado é fundamental.
Comunhão: os profetas relacionavam-se com Deus. Conheciam as Escrituras e oravam. Não era um
conhecimento superficial, pois procuravam encarnar aquilo que conheciam. Sem dúvida, isso foi primordial no
ministério deles, tivessem ou não o reconhecimento público, tivessem ou não sido bem sucedidos de acordo com os
padrões da época. E, porque tinham comunhão com Deus, buscavam comunhão também com o povo de Deus. No
que diz respeito à comunhão, os profetas do passado podem servir de modelo para os líderes de hoje: devem orar e
precisam mais do que conhecer a Palavra de Deus. Precisam vivê-la no dia a dia. Só assim haverá comunhão com
Deus e com o próximo.
Caráter, os profetas foram homens e mulheres de caráter. O temor a Deus, a integridade pessoal e o respeito
ao próximo caracterizaram as vidas dos profetas. Isso os distinguiu dos falsos profetas. Revelavam atitude correta
frente a variadas questões. Por isso eram obedientes à direção divina, tinham uma postura adequada frente aos bens
materiais, eram amorosos no trato de outras pessoas, procuravam servir ao próximo, tinham compaixão do
sofrimento dos outros e eram persistentes. Liderança de verdade requeria e ainda requer essas qualidades.
Crise: os profetas experimentaram crises. Esses momentos difíceis de suas vidas foram fruto tanto da sua
humanidade quanto de oposição externa. É verdade que não podemos generalizar. Possivelmente nem todos os
profetas passaram por necessidades materiais, nem todos experimentaram violência física, nem todos enfrentaram
problemas familiares, nem todos tiveram dúvidas, nem todos foram ridicularizados. Mas o fato é que, entre os
profetas, ter problemas era a regra e não a exceção, se é que houve alguma exceção. Hoje, como no passado, o
líder precisa ter os pés no chão: deve reconhecer suas limitações e humanidade e aceitar a existência de oposição.
Ele pode estar de certo que aparecerão dificuldades de todo tipo.
Comunicação: os profetas foram competentes ao comunicarem às pessoas a mensagem divina. Era
fundamental transmitirem a mensagem, por isso usaram e abusaram da criatividade comunicativa. Por outro lado
foram fiéis à mensagem recebida da parte de Deus. Os líderes de nosso tempo têm de ser criativos, encontrando
métodos adequados de comunicar a Palavra de Deus, e ao mesmo tempo permanecer firmes nos ensinamentos
bíblicos.
Conhecimento: os profetas conheciam os tempos em que viviam. Por isso, podiam discernir a exata vontade
de Deus para sua época e, em seguida, anunciá-la. Os homens e as mulheres que Deus tem chamado a estarem à
frente da sua Igreja também necessitam desse conhecimento. O líder não pode estar alienado. "Para aplicar
adequadamente a mensagem bíblica para a vida do povo de Deus, é preciso conhecer mais do que apenas a
Palavra, é preciso conhecer também os tempos em que vivemos.
4
Wander de Lara Proença. IN: KOHL, Manfred Waldemar; BARRO, Antonio Carlos (org.). Liderança cristã
transformadora. Londrina: Descoberta, 2006. p.11-40.
Considerações finais
Diante do modelo de liderança exercida por Jesus no cumprimento de seu ministério, conforme apresentado
nos itens anteriores, cabe levantar algumas questões e fazer alguns apontamentos práticos quanto ao desempenho
de uma liderança transformadora em nossos dias.
É possível se falar hoje em dia de uma liderança transformadora quando parece haver por parte dos líderes
maior valorização: de coroas ao invés de cruz? De senhorios ao invés de serviço? De banalização da função pastoral
ao invés de preparo e credenciamento? De espíritos gnósticos ao invés de materialização da graça ecológica de
Cristo? De discriminações e preconceitos ao invés de reconhecimento da legitimidade de ministérios femininos? De
preconceitos profanizadores ao invés da sacralidade geográfica do Reino de Deus? De conformismos ao invés de
transformação social? De usurpação ao invés de legitimidade ministerial?
Inegavelmente, há uma atração estética e um grande fascínio exercido por líderes religiosos em relação aos
membros de muitas igrejas no atual contexto brasileiro. Normalmente, aos nomes destes líderes se acrescentam
títulos proeminentes que lhes garante legitimidade e maior performance representativa perante os fiéis: bispos,
profetas, apóstolos e, até mesmo, arcanjos, são exemplos dessa preferência cada vez mais comum. Tais títulos
acabam se tornando um eficiente mecanismo semiótico de iconização pessoal, conferindo-lhes uma projeção que os
aproxima mais eficazmente do sagrado, pois carregam um apelo de intimidade com o divino que o termo "pastor"
normalmente não consegue alcançar.
Isto tem feito com que, não obstante haver participação bastante interativa dos fiéis nos ritos dos cultos,
continue a ocorrer grande centralidade na figura destes personagens carismáticos. A oração destes, com dia e hora
marcados, é que tem o "poder" de promover a cura e o milagre. Com esta total dependência do pastor, acaba-se
negando o princípio neotestamentário do sacerdócio universal de todos os cristãos, impedindo a transformação da
igreja num organismo vivo, com diversidade de dons e ministérios. Tal prática acaba reeditando no meio evangélico
um costume muito comum entre os católicos: reconhecimento e necessidade de vários outros mediadores além de
Cristo. Assim, não são poucos os que têm encontrado na liderança religiosa um caminho curto para o alcance de
glória e sucesso pessoais, daí a preferência, muitas vezes, de se atuar em cidades que possibilitem maior projeção e
visibilidade ou mesmo em grandes igrejas. Ao contrário de Jesus, muitos líderes estão hoje também preocupados em
transformar as denominações que comandam em verdadeiros impérios financeiros ou empresas da fé, às vezes às
custas da miséria e do sofrimento humano. "Torres de Babel" religiosas têm sido construídas, dignificando os nomes
de quem as constrói, ao ponto de serem identificadas pelos nomes de seus próprios fundadores.
Hoje também, infelizmente, tem-se observado que vários líderes chegam a ensinar aos seus fiéis a
"determinar" a bênção desejada. Com tal pretensão, os crentes têm sido treinados a reivindicar e a exigir que Deus
atenda e prontamente satisfaça aos seus desejos egoístas e consumistas; passa-se a dar ordens a Deus em nome
5
D'ARAÚJO FILHO, Caio Fábio. Um projeto de espiritualidade integral. Rio de Janeiro: Vinde, 1992, p.46.
6
WILKES, C.Gene. O último degrau da liderança. São Paulo, Mundo Cristão, 1999. p.97-130.
Os pais e os pastores. O pai-líder se ajusta ao modelo bíblico do pastor-líder. O pastor é o modelo bíblico da
relação de Deus com o seu povo (SI 23:1). Essa foi também a designação do Antigo Testamento para o papel do rei
entre seu povo (2 Sm 7:7; Zc 11:4-17). Jesus adotou o pastor como seu modelo de liderança quando disse: "Eu sou o
bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas" (Jo 10:11).
Quero destacar o modelo de liderança do pastor entre o povo de Deus. Em minha jornada pessoal para
descobrir como devia liderar, tentei praticar todo estilo de liderança que aprendi, quer em conferências, quer em
livros. Cheguei a considerar meu papel como o de um "fazendeiro" ou de chefe de uma empresa. Há vários anos
iniciei o ano-novo anunciando que estava na hora de avançar. Precisávamos de mais espaço para crescer.
Pensei que pelo fato de ser líder os outros me seguiriam automaticamente. A necessidade era real. Eu me
sentia motivado. Os objetivos pareciam claros. O projeto, no entanto, não decolou! Há muitas razões para isso, mas
uma delas é que eu tentei liderar de um modo que não era natural para mim nem apropriado para a situação. Tentei
forçar o projeto em vez de guiar o povo. Agi mais como um executivo acenando com a alavancagem dos salários e
opções acionárias do que como um pastor que conhecia cada ovelha pelo nome e entregava a sua vida por elas.
Esse fracasso deu início à minha descoberta destes princípios de liderança servil e à volta a um modelo bíblico
de liderança na igreja. Desisti dos esforços de liderar como alguém me dissera que deveria fazê-lo e comecei a
liderar como Deus queria que eu fizesse. Os modelos bíblicos começaram a tomar precedência sobre os seculares.
Estou convencido de que o pastor como pai e o pastor como guia espiritual continuam sendo os modelos corretos e
vitais de liderança na igreja. Os princípios inerentes aos dois modelos podem ser aplicados a qualquer ambiente de
liderança.
Aprecio a obra de Lynn Anderson intitulada, They Smell Like Sheep (Eles cheiram como ovelhas). O livro
avalia muitos modelos de liderança da igreja que levam o povo de Deus a adotar estilos baseados em padrões não-
bíblicos. O dr.Anderson retomou o modelo bíblico do líder como pastor. Ele nos lembra de que não temos de temer a
aparente dicotomia entre o líder e o seguidor que este modelo pode apresentar. Ele se reporta aos nossos temores
quando escreve:
Embora alguns talvez não se sintam à vontade ao pensar em certas pessoas como ovelhas e em
outras como pastores, nosso desconforto irá provavelmente desaparecer quando compreendermos
que o modelo pastoral gira em torno do relacionamento entre o pastor e o seu rebanho. Não é a figura
de um forte dominando fracos, ou do "senhor" subjugando servos. Pelo contrário. A figura do pastor
representa amor, serviço e sinceridade.
O relacionamento é o conceito chave na idéia do pastor como líder. Amor, serviço e sinceridade são as
características do estilo pastoral. Da mesma forma, uma relação construída com base nessas características opera
no modelo pai-filho. Os filhos se rebelam contra aqueles com quem não mantêm relacionamento. Membros de igreja
recusam a liderança daqueles que sentem que não se importam com eles.
Depois de ter corrigido as idéias de Tiago e João, Jesus reuniu seus seguidores como um pai que interrompe
uma briga entre irmãos e um pastor que recolhe seu rebanho em perigo. Jesus sabia que a união do grupo e a
conformidade de rumo eram necessárias ao cumprimento de sua missão. Jesus deve ter suspirado enquanto reunia
o seu pessoal para corrigir idéias e relacionamentos.
O poder das histórias. As histórias muitas vezes ajudam o líder a pintar um quadro do futuro. Elas ajudam os
líderes a tocar nas questões de mudança. Doug Murren, autor do livro Leadershift, conclama os pastores a serem
líderes da mudança dentro da igreja. Murren fala de suas experiências pessoais ao liderar uma igreja pelos vários es-
tágios de mudança. Ele explica que os líderes competentes "ajudam as pessoas a experimentarem seu futuro antes
de vivê-lo. Os líderes que conseguem administrar modelos de mudança devem aprender a fazer com que os outros
se sintam confortáveis com uma visão do futuro".
Murren dá a entender que "anedotas, folclore e metáforas" ajudam os pastores a levar seus liderados por
novos caminhos. Ele acredita que "contar histórias personaliza a nossa missão e estabelece padrões importantes
para o futuro". Max Depree chama essa prática de "narrativas tribais". Tom Peters nos lembra que "as pessoas,
mesmo os gerentes, não vivem só de gráficos... As pessoas vivem, raciocinam e são movidas por símbolos e
histórias".
Jesus demonstrou ser um contador de histórias magistral ao mostrar como o futuro seria em seu reino. Mateus,
o primeiro cronista de Jesus, escreveu: "Todas estas coisas disse Jesus às multidões por parábolas e sem parábolas
nada lhes dizia" (Mt 13:34). Jesus escolheu histórias de moedas e filhos perdidos, senhores e servos, comemorações
e terror, esperança e perda, para pintar quadros do seu reino.
Ele partiu da realidade de cada um. Escolheu descrições que as pessoas compreendiam e contou histórias
sobre indivíduos reais. Fez isso por uma única razão: apresentar às pessoas a realidade de como as coisas serão
quando o Filho de Deus reinar no coração do povo.
"Mantenha todos sob seu domínio". Os discípulos já conheciam esse tipo de liderança. Eles o observavam
todos os dias nos seus governantes, os romanos. Esse estilo significa simplesmente que "o poder faz o direito" —
quem tem o exército maior, comanda o espetáculo. Penso que isso se chama "participação de mercado" no mundo
dos negócios. Conhecemos muito bem esse estilo. Sonhamos com oportunidades para dizer às pessoas o que elas
devem fazer – sem receber respostas atrevidas ou comportamento passivo-agressivo. Se você escolheu esse tipo de
liderança, a primeira tarefa na sua lista de coisas para fazer é: arranje um exército maior.
"Exerça autoridade". Outro modelo negativo de liderança apontado por Jesus era o usado por aqueles que
ele chamou de "altos oficiais". O nosso prefixo mega provém da palavra grega que Jesus empregou para descrever
esses líderes. Esse estilo de liderança implica usar a autoridade da posição do líder para fazer as coisas
acontecerem. Esse conceito se adapta àquilo que Tiago e João queriam de Jesus. Eles pensavam que, se
obtivessem aquela posição, poderiam exercer autoridade sobre os outros. Eles queriam ser mega-discípulos!
Autoridade é um veículo de poder do líder. Ela lhe dá a capacidade de mobilizar outros para ação. Se você
escolher esse tipo de liderança, o primeiro item de sua lista de coisas para fazer é: conseguir uma sala ou um
escritório maior. James MacGregor Burns observa, entretanto: "Todos os líderes são detentores reais ou potenciais
de poder, mas nem todos os detentores de poder são líderes".
Você pode estar numa posição de liderança, mas não pode fazer que as pessoas o sigam. Pode haver um dos
dois problemas. Ou não freqüentou nenhum curso sobre "como usar a autoridade de sua posição para fazer as
pessoas trabalharem para você", ou você não estudou a fonte de autoridade de Jesus. Richard Foster conclui que "a
autoridade espiritual de Jesus é uma autoridade que não se encontra numa posição ou num título, mas numa toalha".
Jesus entendia de autoridade. Ele sabia que os líderes podiam abusar da autoridade que possuíam para forçar
pessoas inocentes a fazerem o que eles queriam. Durante a última semana de seu ministério terreno, Jesus criticou o
abuso de autoridade por parte dos líderes religiosos da época. Ele disse às pessoas que fizessem o que seus líderes
ensinavam porque a posição de autoridade lhes fora concedida por Deus. Por outro lado, Jesus disse ao povo que
não agissem como seus líderes porque "dizem e não fazem" (Mt 23:3). Jesus reconheceu a autoridade dos líderes
religiosos (embora eles não reconhecessem a autoridade dele) enquanto indicava o mau uso que faziam dela.[...]
Jesus usou sua autoridade para ensinar seu esquema de discipulado. Mateus 5-7 é a essência do
ensinamento de Jesus sobre como a vida seria se ele reinasse no coração das pessoas. Ele elevou as leis da Antiga
Aliança a patamares acima de qualquer expectativa. Mesmo assim ofereceu a bem-aventurança de um espírito
humilde. Quando Jesus concluiu seu ensino, escreve Mateus, "estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina;
porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas" (Mt 7:28-29).
Jesus usou a autoridade de sua posição de líder para realizar sua missão. Ele aplicou esses aspectos da
liderança para guiar seus discípulos na direção de sua visão do reino de Deus. Assim, num certo sentido, Jesus pôde
7Pol Pot pseudônimo de Saloth Sar – foi líder político e comandante de guerrilha no Cambodja. Atuou como primeiro-ministro de 1975 a janeiro
de 1979, quando foi deposto. Durante os três anos de seu governo, estima-se que entre dois e quatro milhões de pessoas tenham morrido vítimas
de execução, enfermidades, fome e trabalho excessivo.
d) O primeiro da fila
Jesus disse então: "Quem quiser ser o primeiro..." Essa frase sugere liderança. Primeiro – do grego protos –
significa ser o primeiro numa linha ou série. Os líderes são os primeiros da fila. Eles ficam na frente, definindo a
realidade, pintando o futuro e mostrando o caminho. Os líderes são os primeiros da fila para um novo tipo de
realidade.
Pelo seu próprio exemplo. O modo como Jesus viveu é a resposta para a pergunta como liderar como servo.
Ele concluiu sua lição sobre grandeza, dizendo: "Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para
servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10:45). Jesus declarou sua missão com essas palavras. Ele sabia
que os discípulos não iriam compreender até que completasse a missão. Foi isso que ele disse em essência:
"Observem o que faço. Vou mostrar-lhes como isso funciona. Não vim para ser servido por vocês, vim para servi-los.
Darei também minha vida como pagamento, a fim de que muitos fiquem livres para manter um relacionamento com
Deus". Jesus sabia que tinha de ser exemplo dessa lição antes que seus alunos tivessem qualquer possibilidade de
vivê-la.
Jesus não era um professor que apenas definia seus termos; ele também dava exemplo daquilo que pedia que
as pessoas fizessem. Tiago, João e os outros dez discípulos tiveram oportunidade de experimentar o que Jesus
ensinou, enquanto o seguiam até sua morte, seu sepultamento e sua ressurreição. Eles logo perceberam que
liderança servil significava em essência dar a sua vida para que outros pudessem ter a vida que Deus desejava para
eles.
Esse tipo de serviço é a base para a liderança servil no lar. O casamento é de muitas formas a renúncia aos
direitos pessoais para encontrar grandeza no serviço a outros. Os votos tradicionais do casamento, que continuam a
ser aqueles escolhidos pela maioria dos casais, implicam serviço ao parceiro em quaisquer circunstâncias. O
casamento funciona quando você chega ao ponto em que o bem-estar do outro é tão importante quanto o seu.
Compreendo que alguns conselheiros poderiam discutir que renunciar aos direitos pessoais pode ser perigoso
para a auto-imagem do indivíduo e, portanto, pode resultar em um casamento pouco sadio. Admito também que já vi
casamentos em que o marido considera a esposa uma serva e ela não sabe como proteger seus limites pessoais.
Por outro lado, a natureza do amor é renunciar deliberadamente ao que é seu de direito a fim de servir às
necessidades de outra pessoa. O casamento pode ser sadio quando ambos os parceiros encontram grandeza no
serviço, em vez de serem servidos.
O serviço sacrificial é certamente parte da missão dos pais. Colaborei certa vez na direção de um grupo de
liderança com a líder do nosso grupo ministerial feminino. O grupo era formado por mulheres que dirigiam diferentes
áreas do ministério feminino em nossa igreja e comunidade. Quando chegamos ao princípio da renúncia aos direitos
pessoais e de encontrar grandeza servindo a outros, comentei que esse era um conceito difícil para muitos homens e
me perguntava como elas se sentiam a respeito. As mulheres presentes começaram a rir. Quando perguntei: "O que
é tão engraçado?" Uma delas respondeu: "Quando se é mãe, desiste-se dos direitos pessoais para encontrar gran-
deza no serviço a partir do dia em que se tem o primeiro filho!" Eu também ri. Ser pai ou mãe é renunciar aos direitos
pessoais e encontrar grandeza no serviço a seus filhos. Acredito que a maioria das mães aprende esse princípio
antes dos pais.
Da mesma forma, um pai pode praticar esse princípio quando decide modificar os objetivos de sua carreira a
fim de servir à missão da sua família, colocando-a acima dos objetivos da empresa. Isso não significa viver por
intermédio dos filhos. Não significa deixar de lado sua função de prover o melhor possível para a sua família.
Significa, porém, que você serve à pessoinha que está crescendo sob os seus cuidados para que ela possa viver o
plano de Deus para a própria vida. Dar exemplo de grandeza no serviço é uma forma de ensinar esse princípio a
seus filhos.
Os líderes vivem a visão ao fazer com que todas as suas ações e seus comportamentos
estejam nela fundamentados e ainda ao criar um senso de urgência e paixão para atingi-la.
Burt Nanus, Visionary Leadership
Jesus realizou dois atos simbólicos para os seus seguidores na noite em que foi traído. Essa era a sua última
oportunidade de verificar se a sua equipe de líderes compreendera a sua missão. A sua última oportunidade de ver
se eles conseguiriam completar a missão após a sua partida.
Na noite em que foi traído, Jesus tomou o pão e o vinho da refeição pascal e revelou ser ele o supremo
sacrifício para eliminar os pecados do mundo. Tomou também a toalha e a bacia usadas pelos servos e lavou os pés
dos discípulos. A maioria dos cristãos conhece o poder e o significado do primeiro ato; mas qual a sua mensagem no
segundo?
Lucas nos diz que depois da refeição da Páscoa, os seguidores de Jesus começaram a discutir quem era o
maior do grupo (Lc 22:24). Esse era um tópico comum entre os seguidores. Penso, porém, que devemos dar a eles
um desconto, pois na verdade não passavam de homens! Os homens parecem acabar sempre discutindo sobre
quem pegou o maior peixe ou fechou o melhor negócio. Ao conversar com seus companheiros ministros, os pastores
do sexo masculino são conhecidos por aumentar em pelo menos dez por cento o número de pessoas que realmente
compareceu a um evento. Incentivamos esse comportamento quando oferecemos os melhores empregos aos su-
jeitos com as maiores histórias.
Penso que os discípulos estavam simplesmente compartilhando histórias sobre como Deus operou por
intermédio deles. Haviam esquecido, porém, que fora Deus, não eles, que executara a obra! A semana anterior em
Jerusalém fora difícil, mas eles tinham visto Jesus atacar os líderes religiosos. Jesus também avançara muito na
questão de convencer e atrair pessoas.
Esses indivíduos que buscavam o reino pensaram que os sinais de vitória eram positivos. Começaram,
portanto, a discutir quem iria sentar-se ao lado de Jesus quando ele entrasse de novo no reino. Jesus surpreendeu
os seguidores quando deixou a mesa principal (enquanto eles discutiam quem iria sentar-se ali) e dirigiu-se ao lugar
onde os servos trabalhavam. Ele enrolou uma toalha na cintura, encheu uma bacia com água e começou a lavar os
pés empoeirados dos amigos.
Nosso [...] princípio de liderança servil se baseia neste episódio em que Jesus lavou os pés dos discípulos.
Os Líderes-servos pegam a toalha de serviço de Jesus, a fim de suprir as necessidades de outros.
Entendemos por esse evento que a toalha de serviço de Jesus é o símbolo físico da liderança servil. Seu ato
de satisfazer as necessidades físicas e espirituais dos seus seguidores nos mostra o que fazem os líderes-servos.
Lavar pés não era tarefa de Jesus. Ele era um professor e mestre. Ninguém criticaria o líder que delegasse
esse trabalho servil a outro membro do grupo. Pensamos: "Os líderes tratam das grandes questões. Eles empregam
outros para fazer os serviços inferiores". Enfrentamos mais uma vez um paradoxo da liderança servil. Se lhe for dada
a tarefa de supervisionar a visão e a missão do grupo e tiver a responsabilidade de completar a missão, por que
deixaria seu posto para fazer algo tão insignificante quanto lavar os pés de outros? Jesus, o líder, confundiu nossos
pensamentos quando se tornou Jesus, o servo. Por que o Rei dos reis poria uma toalha na cintura para lavar os pés
alheios?
Todavia, quando observamos Jesus tomar a toalha do serviço, notamos duas coisas. Primeira, ele demonstrou
que os líderes-servos suprem as necessidades do grupo a fim de executar a missão. Os pés dos seguidores de
8 WILKES, C.Gene. O último degrau da liderança. São Paulo, Mundo Cristão, 1999. p.163-186.
Ele deu o exemplo da missão. Quando Jesus deixou a mesa para tomar a forma de servo e fazer o trabalho
de um escravo, estava oferecendo uma visão real da sua missão. Eleja ensinara que a sua missão não era "ser
servido, mas servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10:45).
O ato de descer da posição de último cordeiro pascal para a de servo humilde equiparou-se à sua descida do
céu para a cruz. Lembra-se do que ele ensinou sobre a humildade: "O que se humilha será exaltado" (Lc 14:11)?
Está lembrado do hino de humilhação e da exaltação de Jesus pelo Pai? "A si mesmo se esvaziou, assumindo a
forma de servo" (Fp 2:7). Ao mudar da mesa principal para o mais ínfimo dos lugares no grupo, Jesus ofereceu uma
ilustração visual da missão da sua vida.
A missão de Jesus era ser o Servo Sofredor de Deus. Os evangelhos contam como Jesus teve de corrigir
repetidamente a percepção dos seus seguidores sobre quem ele era como Messias. As cinco mil pessoas que
alimentou queriam que ele fosse um Messias popular que satisfizesse todos os seus desejos físicos. Outros, como
Tiago e João, queriam que fosse um Messias político que estabelecesse um reino terreno. Simão, o Zelote, e seus
amigos desejavam que Jesus fosse um Messias militar que esmagasse o jugo da opressão romana.
As pessoas continuam tendo esses tipos de desejos e expectativas ligados à sua fé em Jesus.
Continuamos querendo que Jesus seja o que desejamos que ele seja. Quando nos decidimos por Jesus,
queremos que ele seja popular com os que nos conhecem e aceitam. Queremos que Jesus mitigue a nossa fome e
satisfaça nossos desejos. Queremos que ele cure os nossos males e conserte nossos casamentos. Juntamo-nos aos
cinco mil que pretendiam fazê-lo rei porque ele lhes deu de comer. Os que seguem um messias popular ficam logo
decepcionados quando ele pede algo em troca da sua lealdade.
Outros ainda desejam que Jesus seja um messias político. Você não precisa ir muito longe para encontrar
cristãos que querem estabelecer o reino de Deus elegendo cristãos para cargos políticos. Embora Jesus tivesse
ensinado que somos sal e luz, ele rejeitou pessoalmente quaisquer idéias de tornar-se um líder político. Jesus nunca
se candidatou a um cargo público. O seu reino era espiritual.
Jesus aperfeiçoou os seus ensinamentos. Jesus já ensinara os princípios da liderança servil aos seguidores
e, agora, os estava aperfeiçoando. Ensinou os seguidores a ocupar o lugar mais humilde quando convidados a um
banquete (Lc 14:10). Aperfeiçoou o conceito de humildade, usando a toalha de um servo.
Ele ensinara que a grandeza entre o povo de Deus era alcançada quando o indivíduo se tornava um servo (Mc
10:43-44). Ele determinou esse tipo de grandeza ao vestir-se como servo. Jesus ensinara que ser o primeiro da fila
significava tornar-se escravo de outros. Deu exemplo disso, portanto, ao fazer o trabalho de um escravo. Nossos
ensinamentos ganham extraordinário poder quando os apoiamos com as nossas ações.
Muitos pais falham ao ensinar aos filhos uma coisa e depois agem de outra forma. Em nossa casa, ensinamos
nossos filhos a serem honestos em quaisquer circunstâncias. Certo dia uma senhora telefonou e pediu se uma de
minhas filhas não poderia ficar com os filhos dela numa segunda-feira à noite. Eu não conhecia a mulher, e as noites
durante a semana não são as melhores ocasiões para uma estudante ficar fora até tarde. Minha filha pôs a mão
sobre o bocal do telefone e perguntou-me o que deveria dizer. Respondi: "Diga a ela que você tem educação física
nessa noite". (Ela faz educação física duas vezes por semana.) Minha filha ficou hesitante, mas deu sua desculpa à
senhora e desligou.
No dia seguinte, no carro com minha filha, lembrei-me da "mentirinha" que a aconselhara a contar. Disse então
que cometera um erro e que ela não deveria permitir que eu fizesse isso novamente! Ela sorriu e perdoou-me.
Independentemente de posição do líder, ele perderá credibilidade quando seus atos não corresponderem ao que
ensina.
Vestido como um servo, agindo como um escravo – Jesus continuou liderando. Quando Jesus chegou
aos pés sujos de Pedro, seu amigo íntimo recusou os seus serviços. Pedro disse: "Nunca me lavarás os pés" (Jo
13:8).
Era uma nobre resposta de um líder do grupo, mas por que ele disse essas palavras?
Ele passou no último teste de serviço. Li várias vezes a história de Jesus lavando os pés dos discípulos. Há
cerca de dois anos, minha leitura projetou-se além do evento e dos ensinos de Jesus naquela noite. Impressionou-
me como nunca o fato de Jesus ter lavado também os pés de Judas. Jesus lavou os pés do discípulo que mais tarde,
naquela mesma noite, iria traí-lo com um beijo. Sabendo que Judas o entregaria aos líderes religiosos – cujo ato
resultaria em sua morte – o Senhor ainda assim lavou os pés do discípulo. Ao fazer isso, Jesus foi aprovado no que
acredito ter sido o maior teste de um líder-servo.
Descreva a sua missão. Suas atitudes serão a ferramenta mais valiosa para revelar a visão e manter o curso.
Kouzes e Posner, autores do livro The Leadership Challenge [O desafio da liderança], escrevem:
Ao definir o caminho, os líderes tomam sua visão tangível. O tijolo e a argamassa, os pregos e a
madeira, os tapetes e a mobília, as tomadas elétricas e a colocação das janelas, e todas as centenas
de outros detalhes fazem parte do plano do arquiteto para uma nova casa.
Definir a missão é pôr em prática aquilo que você está convocando seus seguidores a fazer. Essa é a razão
que me leva a lavar os pés dos diáconos e dar toalhas àqueles que ordenamos aos diversos ministérios. E claro que
Viva o que você ensina. Joseph Stowell, presidente do Instituto Bíblico Moody, lembra aos líderes da igreja
para usarem a sua visibilidade de líderes em proveito próprio. De seu livro, Shepherding the Church into the Twenty-
First Century [Pastoreando a igreja do século XXI], gosto do título de um capítulo: "Uma Carreira como Modelo:
Transformando o Aquário em Proveito de Cristo". Ele lembra os líderes de que "é a nossa visibilidade que viabiliza o
trabalho... Se a nossa visibilidade projeta imagens positivas e atraentes, isso é vantajoso para nós, já que aumenta a
nossa competência". Ser o exemplo do que você ensina valoriza as suas lições.
Nan é a líder de nossa equipe de missões. Seu grupo é responsável pela liderança da igreja nas missões
locais e no mundo inteiro. Nan veio ver-me certo dia e disse que não queria mais fazer parte da equipe. Estava
cansada das reuniões e de tomar decisões. Queria fazer missões, não decidir sobre missões. Aborrecera-se de
apenas ensinar sobre missões; ela queria aprender sobre missões. Falamos longamente a respeito das suas preocu-
pações e concordamos que, se ela e a equipe fizessem realmente missões, outros desejariam praticar a grande
comissão de Cristo que consiste em fazer discípulos de todos os grupos étnicos.
No verão seguinte, Nan, outro membro, e uma família da nossa igreja investiram seu tempo durante o feriado
de quatro de julho numa visita à região do Rio Grande, no Texas. Eles levaram um trailer cheio de itens que a igreja
havia coletado durante a Escola Bíblica de Férias naquele verão e realizaram a sua própria EBF numa pequena
cidade da fronteira.
Nan decidiu permanecer como líder da equipe missionária naquele ano. Ela começou a praticar o que tinha
aprendido sobre missões. Quando outros viram o seu exemplo, começaram a desejar fazer parte de um grupo que
enviasse pessoas por todo o mundo para suprir as necessidades de outros.
Você irá liderar outros à medida que praticar o que ensina. Se tudo o que tiver para oferecer forem palavras,
poucas pessoas irão segui-lo. O seu exemplo dará a elas uma idéia do que você está falando.
Reconheça a necessidade — e pegue a toalha. Os líderes-servos deixam de boa vontade seu lugar à mesa
principal para satisfazer as necessidades de outros. Não vemos muito isso hoje em dia. Tendemos a dar regalias em
vez de tarefas humildes aos que se encontram nas mesas principais em nossa cultura. Mas os verdadeiros líderes-
servos lideram com toalhas encardidas e joelhos sujos.
O presidente Jimmy Carter é um dos meus heróis. Ele é um herói por ser um homem de caráter que não
permitiu que o cargo de presidente dos Estados Unidos da América o desviasse do seu compromisso de seguir
Jesus. Não entendo suficientemente de política interna e externa, ou de economia, para avaliar o sr. Carter nessas
áreas.
Acredito que se o presidente Clinton pode receber crédito pela explosão da economia durante o seu governo, o
presidente Carter foi derrotado pela alta dos juros durante a sua administração. Se o presidente Bush pode ser
elogiado pela sua liderança durante a Guerra do Golfo, o presidente Carter talvez tenha uma boa dose de culpa pelo
esforço malogrado em livrar os reféns no Irã. Os líderes recebem às vezes crédito ou culpa por coisas fora do seu
controle.
Apesar de não ser um estudioso perspicaz de política, compreendo o poder de pegar a toalha de serviço.
Depois da sua derrota para Ronald Reagan em 1980, observei como o presidente e a sra. Carter começaram a
trabalhar com a organização Hábitat para a Humanidade. Fiquei surpreso ao ver como um dignitário de posição tão
elevada pôde aparentemente rebaixar-se a ponto de participar da construção de casas para os que não podiam
comprá-las. Sabia, no entanto, que tal comportamento fazia parte do caráter cristão que o motivara a dar aulas na
escola dominical mesmo enquanto era presidente.
Em seu livro, Living Faith [Vivendo a fé], o presidente Carter conta como o exemplo de Jesus nos leva a uma
vida de serviço a outros. Refletindo sobre o fato de Jesus ter lavado os pés dos discípulos, ele escreveu:
Este tipo de imagem [Jesus lavando os pés dos discípulos] é profundamente importante para mim
enquanto tento, a meu modo, seguir os passos de Jesus: por exemplo, quando vou com um grupo da
Liderar sem ceder às preferências pessoais de outros. Liderança servil significa ser servo da missão e
evitar a tentação de favorecer os outros. Minha personalidade natural quer que os outros gostem de mim. Isso
motiva-me a ser gentil e agradável. Essa mesma tendência também me faz tomar decisões baseadas no que as
pessoas pensam de mim. Somente depois que Deus abraçou o meu coração com a visão para a sua Igreja me tornei
capaz de liderar além das preferências pessoais de outros.
Em 1992 acrescentamos um terceiro culto na manhã de domingo. Esse trabalho era uma expressão
contemporânea da nossa fé. Nós o oferecemos por estarmos convictos da necessidade de prover uma experiência
de adoração para os que não se sentiam à vontade num culto tradicional da igreja. Baseamos essa decisão em
nossa missão de fazer discípulos, o que significava começar com pessoas perdidas em vez de cristãos.
Fizemos muitas mudanças na aparência, estilo e conteúdo dos nossos cultos de adoração. Alguns aceitaram
abertamente as modificações. Outros não gostaram nada delas. Aprendi que as pessoas quase sempre equiparam o
estilo da adoração com a ortodoxia do seu conteúdo. A missão é posta de lado em favor do que é familiar.
Enquanto liderava naqueles dias de transição, enfrentei críticas e resistência dos que preferiam render culto de
uma certa maneira. Recebi igualmente agradecimentos da parte daqueles que voltaram à igreja e dos que ansiavam
por uma experiência de adoração.
Ao me sentar com os que preferiam o status quo, senti que, por causa da missão, eu não podia ceder às
preferências de outros. Nossa missão era alcançar os que não compreendiam os meios tradicionais do
funcionamento como igreja. Mudar o estilo de adoração significava abrir espaço para os que tentávamos atingir.
Manter o curso significava contar pacientemente aos membros a nossa visão de nos tornarmos uma "comunidade vi-
sível de relacionamentos à semelhança de Cristo, construindo um legado espiritual de encorajamento e esperança"
para as pessoas que se encontravam a nossa volta. Servi-las enquanto púnhamos em prática a missão da nossa
igreja permitia que enxergassem o nosso objetivo.
Minha jornada pessoal ensinou-me que liderar significa manter-se fiel à missão e não necessariamente aos
desejos das pessoas — mesmo que seja a maioria delas. Vivo agora conforme este axioma: "Não é possível liderar
por consenso, mas é preciso consenso para liderar". O consenso é um subproduto e não um método da boa
liderança. Uma votação de 51 por cento não determina a vontade de Deus. O líder-servo, porém, consegue o apoio
desses 51 por cento para completar a missão confiada ao grupo inteiro. As preferências pessoais são secundárias
aos propósitos divinos.
Esteja preparado para lavar os pés daqueles que podem traí-lo prontamente. Liderança servil é a
disposição para servir até os que possam tirá-lo de sua posição. Jesus lavou também os pés de Judas. Os diáconos
da minha igreja tinham o poder de demitir-me. Deus usou essa experiência para dirigir o meu coração para o serviço,
em lugar do poder, como estilo de liderança. Meu encontro com os diáconos foi um momento muito difícil em minha
vida. Se tivesse escolha, jamais teria optado por essa estrada. Deus fez uso dela, no entanto, para mostrar-me a
profundidade do seu amor e até que ponto ele se curvaria para servir às necessidades dos pecadores – pessoas que
queriam fazer um Deus à sua própria imagem.
Quando o tempo permite, conto a cada grupo a que falo a história de como Deus me humilhou. Já conversei
com pastores e membros de diretoria que me contaram histórias tristes de como as igrejas os trataram. Não sei se
lavar os pés dos que estão tentando afastá-lo vai terminar do modo como aconteceu comigo. Mas sei que se você e
eu quisermos liderar da mesma forma que Jesus, devemos estar dispostos a arriscar quaisquer conseqüências para
praticar a liderança servil.
Não podemos esquecer que Jesus lavou os pés de Judas e mesmo assim foi traído por ele e morreu na cruz.
Você não lava pés para conseguir impor a sua vontade. Você lava porque o seu Líder mandou que faça isso.
9DANTAS FILHO, Elias. IN: KOHL, Manfred Waldemar; BARRO, Antonio Carlos (org.). Liderança cristã transformadora. Londrina: Descoberta,
2006. p.247-263.
Além do conceito das disciplinas espirituais, esta fase também envolve algum tipo de treinamento. Em geral, os
líderes são treinados de três maneiras: a formal, a não-formal e a informal. Formal é o treinamento dado de modo
sistemático, com o objetivo de conferir um diploma ou as credenciais de ministério de uma denominação à pessoa.
Sem este treinamento formal, o líder não recebe as credenciais ou o diploma. A percentagem de líderes que recebem
o treinamento formal é muito pequena. A cada cem, somente três submetem-se a este tipo de treinamento.
O treinamento não-formal é também sistemático, seguindo um programa pré-estabelecido, mas não tem por
objetivo o conferir um diploma ou credencial à pessoa treinada. Pode ser comparado à educação continuada. Vinte e
sete por cento do treinamento, no mundo cristão, é dado nesta área não-formal. Exemplos de treinamento não-formal
são o evangelismo explosivo, o curso básico de discipulado etc.
Os outros setenta por cento de líderes cristãos e não cristãos em todo o mundo são treinados de maneira
informal. Este tipo de treinamento consiste basicamente no desempenho de tarefas e na observação de pessoas que
ministram aos outros ou estão elas mesmas em treinamento. Isto ocorre, por exemplo, entre as testemunhas de
Jeová, cujos líderes são formados através de um processo de treinamento informal, via observação e tarefa.
No treinamento informal o padrão básico é a mentoria. Um líder em treinamento acompanha um líder já
formado, e dele ou dela aprende, por observação ou cumprimento de tarefas, as demandas da liderança. Neste tipo
de treinamento não existe um programa sistematizado.
E importante, nesta fase de crescimento interior, que os valores de liderança e as respostas dos testes
ministeriais sejam analisados.
Eu ainda reconheço a grande importância e significado que uma experiência deste tipo representou para o
meu desenvolvimento como líder. Após apenas três meses de conversão, eu fui convidado por um pastor batista para
fazer uma pregação no culto dominical daquela igreja. O culto era de Santa Ceia. A igreja tinha um bom número de
pessoas, e eu me preparei muito para falar. Aquele foi um dos maiores desafios de toda a minha vida. Apesar de ter
preparado um sermão para vinte e cinco minutos, quando a hora chegou para eu ministrar, não consegui pregar mais
do que cinco minutos. O que me sobrava de entusiasmo, faltava em experiência, sendo esperado que não
conseguisse fazer uma pregação mais elaborada ou pregar com maior desenvoltura. Contudo, para mim, que estava
passando pela fase de crescimento interior, a confiança que havia sido depositada em mim para desempenhar
aquela tarefa, o fato de alguém ter acreditado na minha pessoa e me ter dado algum tipo de treinamento e
responsabilidade foi como o acender de um fogo que nunca mais se extinguiu.
George Barna afirma que a média de tempo que nós, protestantes, demoramos para delegar algum tipo de
tarefa de liderança a um novo convertido é de dois anos. Nós só confiamos quando o potencial de evangelização da
pessoa e do seu entusiasmo nivela-se com o nosso próprio, acomodando-se. Isto deve ser questionado porque é na
fase de crescimento interior, pelo sistema de teste e de resposta, que acontece a chamada ministerial.
Fase 5 – Convergência
Nesta fase, o líder é levado por Deus para uma função que conjugue suas habilidades, experiências,
temperamento etc. A função não somente libera o líder de ministrar naquilo que ele não tem habilidade, mas também
aproveita e usa o melhor que ele tem para oferecer. Não são muitos os líderes que experimentam esta fase.
Freqüentemente eles são promovidos para posições que escondem suas habilidades. Além do mais, não são muitos
os líderes que ministram a partir de seu ser. Sua autoridade, normalmente, vem muito mais da função que ocupam.
Nessa fase de convergência, o ser e a autoridade espiritual formam a verdadeira base de poder para um ministério
maduro. Os frutos do Espírito (maturidade cristã) unem-se aos dons do Espírito (marca de um líder sendo usado por
Deus), produzindo o balanço que Deus deseja. A maneira que Ele escolhe trabalhar é em nós, primeiramente; e
então, através de nós.
CONVERGÊNCIA CELEBRAÇÃO
Somente 40% dos líderes alcançam um Somente 20% dos líderes alcançam a
nível de convergência em seus fase da Celebração em seus
ministérios. ministérios.