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TEMA: OS DONS ESPIRITUAL

“Irmãos no que diz respeito aos dons espirituais, não quero que andem (sejais)
ignorantes. Sabem que, quando eram pagãos, eram levados a adorar falsos deuses que
não falam.” (I Coríntios 12:1-2)

Com base neste texto surgem algumas inquietações que precisamos dar respostas
sinceras e honestas. Tais como:
No que diz respeito aos dons espirituais, sou ignorante?
Quais são os dons espirituais?
Tenho o(s) dom(ns) Espirituais a operar em mim?
Como o sei?
Porque não os tenho?
Como os terei?
Para que servem os mesmos?

As respostas destas e outras inquietações devem com certeza abrir uma nova
página em nossas vidas em relação ao Espírito Santo e a sua obra na igreja.

Dom Espiritual vs Talento


A palavra "dom" (gr. charismata) significa presente, dádiva, donativo,
privilégio adquirido por um modo sobrenatural (Pequena Enciclopédia Bíblica). Os
dons são certas capacidades espirituais, concedidas pelo Espírito Santo, segundo a sua
escolha para serem usados no reino de Deus
O talento se parece muito com o dom na sua essência. Mas tem origem diferente.
Talento é aptidão natural ou adquirida, habilidade, jeito. No entanto, talentos e dons
espirituais diferem em para quem são dados e quando. Uma pessoa (independente de
sua crença em Deus e Cristo) recebe talento natural como resultado de uma
combinação da genética (alguns têm a habilidade natural para música, arte ou
matemática, etc) e ambiente (crescendo em uma família musical vai ajudar o
desenvolvimento do talento em música), ou simplesmente porque Deus quis
favorecer certas pessoas com certos talentos (por exemplo, Bezalel em Êxodo 31:1-6;
Romanos12:6).
Os dons espirituais não nos são dados pelo conhecimento mas pelo
relacionamento com o Espírito Santo.

Para resumir as diferenças entre dons espirituais e talentos:

1- Um talento é um resultado de genética e/ou treinamento, em quanto que um dom


espiritual é o resultado do poder do Espírito Santo.
2- Qualquer pessoa, cristã ou não, pode possuir um certo talento em quanto que apenas
os cristãos possuem dons espirituais.

3- Embora ambos os talentos e dons espirituais devam ser usados para a glória de Deus
e para ministrar uns aos outros, os dons espirituais se focalizam nesses serviços apenas,
em quanto que os talentos podem ser usados para objectivos completamente não
espirituais.
4- Qualquer talento depende de três atitudes para atingir sua plenitude. O talento
depende de treinar muito; ter disciplina; e perseverança, em quanto que qualquer dom
espiritual depende da vontade do Espírito Santo.

Isto só confirma a ideia de que “todo talento é 1% inspiração e 99% transpiração” ao


passo que todo dom é 100% inspiração divina.

I coríntios 12:4-6 diz: “Que há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há


diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.”

Aqui vemos claramente a acção individual de Deus Espírito Santo, Deus Filho e
de Deus Pai à igreja. Cada um com uma tarefa específica e um papel a desempenhar
para a edificação da igreja.
Mas no tema em questão, abordaremos apenas a tarefa específica e o papel que
Deus Espírito Santo desempenha para a edificação da igreja, que consiste em atribuir os
nove (9) dons aos cristãos para a edificação do corpo de Cristo e nove (9) fruto para a
edificação pessoal. Nos Cingiremos a estudar os nove (9) dons do Espírito (os dons
espirituais).
Qual é a importância ou a utilidade dos dons espirituais?

É fácil ver qual foi a utilidade dos dons espirituais, se observarmos a acção do Espírito
Santo na vida dos apóstolos e da igreja primitiva em Actos, vê-se claramente que os apóstolos não
realizariam a obra ordenada pelo Senhor Jesus em Mateus 28:18-20 se o Espírito Santo não viesse
para capacitar e auxiliar os apóstolos com dons e poder para evidenciarem o reino de Deus entre
os homens. (Actos 1:8).
O que se pode dizer dos tempos actuais, será que após a era apostólica e a fundação da
igreja, o Espírito Santo cessou de conceder dons aos homens? Uns usam a passagem de 1
Coríntios 13:8-13 para justificarem que os dons foram extintos da igreja.
A acção do Espírito Santo só cessará após a tarefa da grande comissão ter sido concluída porque
até hoje homens têm sido salvos e precisam de poder para permanecer fiéis e puderem anunciar a
salvação a outros, porque o Espírito Santo tem a missão de convencer o mundo do pecado, e da justiça e
do juízo. (João16:8)
Ora, em relação aos dons espirituais se fizesse a seguinte pergunta a vós cristãos: 'Foram
úteis esses dons espirituais, sonhos, visões e essas revelações, para aqueles a quem Deus os
deu?', estou seguro que a resposta seria: 'Certamente!' Bom, então, eu prossigo, se foram úteis
naquele tempo para os antigos, certamente os dons espirituais, sonhos, as visões, e as revelações
de Deus serão úteis também hoje para quem são dados segundo o beneplácito da vontade de
Deus. Não vos parece lógico? Seria de facto absurdo dizer que essas manifestações provenientes
de Deus foram úteis somente naquele tempo e para certas pessoas, mas hoje já não podem ser
úteis para nós.
Mas reflecte um pouco nestas coisas, ponhamos o caso de um crente cometer
encobertamente um furto ou um outro pecado e Deus revelar a um outro crente a coisa
encoberta e este o admoestar fraternamente a arrepender-se; não pensais vós que o crente que
praticou o delito terá de reconhecer que Deus é um Deus que sabe tudo e que dele não se pode
escarnecer e será levado a arrepender-se diante de Deus e a confessar o seu delito? E ponhamos
o caso de pais perderem o seu filho e, após terem feito todos os possíveis sem encontrá-lo, um
dia Deus revelar onde o pequeno se encontra? Não pensais vós que eles ficarão contentes e terão
motivo para louvar grandemente a Deus? E ponhamos ainda o caso de uma mulher que não
pode ter filhos, e após trinta anos de matrimónio, Deus lhe revelar que ficará grávida e dará à
luz um varão; não pensais vós que Deus será glorificado por meio desta revelação? Quem diria
que essa mulher daria à luz? Só um Deus que conhece tudo e que pode tudo podia preanunciar
uma semelhante coisa. E se Deus revelar que um certo cristão foi por ele chamado para ser um
apóstolo, ou um profeta, ou um evangelista, ou um pastor ou um doutor? Não pensais vós que a
esse cristão bem lhe irá disso e será levado a glorificar Deus? E se Deus revelar a um crente que
dentro de pouco tempo haverá uma fome quando não há sinais que uma coisa do género possa
suceder naquela nação, não pensais vós que Deus será glorificado através dela? E quem poderia
predizer uma semelhante coisa além de Deus? Ponhamos o caso de um homem que possui uma
enfermidade que a medicina não encontra solução e seja curado, pensais vós que ele e as
pessoas ao seu redor não glorificarão a Deus?
Poderia prosseguir dando muitos outros exemplos, mas espero que vós tenhais percebido
que todos os dons espirituais são para que Deus seja exaltado e temido. Mas não é porventura
verdade que nós lendo as revelações escritas na Bíblia e que dizem respeito a um delito operado
encobertamente por alguém que Deus revelou a um seu servo, ou que dizem respeito à predição
de uma fome, de uma guerra, de um juízo particular de Deus, do nascimento de uma criança, da
chamada ao ministério de alguém, somos levados a exaltar Deus e a temê-lo? Não é porventura
verdade que essas revelações exaltam e mostram a ciência, a sabedoria, o poder e a grandeza de
Deus e edificam o corpo de Cristo, preparando uma noiva irrepreensível e sem mácula?

Nove (9) dons do Espírito (os dons Espirituais)

“Mas, a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um,
pelo Espírito é dada a palavra de sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra
de ciência (conhecimento); e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas (milagres); e a outro, a
profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e
a outro, a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas
coisas, repartindo particularmente, a cada um, como quer.” I Coríntios 12:7-11
Com base no texto acima citado, vemos os nove (9) dons do Espírito, os quais são
classificados em três grupos seguintes:

1- Os dons de revelação:
- O dom da palavra de sabedoria;
- O dom da palavra de ciência (conhecimento);
- O dom de discernimento de espíritos.

2- Os dons vocais:
- O dom de línguas
- O dom de interpretação de Línguas
- O dom de profecia

3- Os dons de Poder:
- O dom de fé
- O dom de cura
- O dom de operar maravilhas (milagres)

Abordemos a seguir o primeiro grupo detalhadamente: Os dons de revelação.

O dom da palavra de sabedoria

O dicionário português define sabedoria como sendo qualidade de sábio; grande


conjunto de conhecimentos; instrução; saber; conhecimento da verdade. Mesmo que
alguém tenha pequeno grau de conhecimento, se for equipado com grande carga de
sabedoria, poderá aumentar muito o seu conhecimento. Ao contrário se alguém tem
bastante conhecimento mas um pequeno grau de sabedoria, seu conhecimento poderá
torna-se inútil, nunca poderá ser revelado de forma plena.
Então o que é o dom de palavra de sabedoria? Este dom não se refere a nenhuma
sabedoria humana. Aqueles que não entendem isso, às vezes falam de cristão que são
especialmente brilhantes e inteligentes, como pessoas que tiveram recebido o dom de
palavra da sabedoria, isto é errado. A palavra da sabedoria quando se refere a um dom
do Espírito Santo (1 Coríntios 12:8) é a capacidade de discernir situações e encontrar
soluções para problemas e conflitos, trazendo bênção e vitória. É dada de um modo
sobrenatural a um cristão que usando esta sabedoria, resolve problemas em
circunstâncias difíceis, e por causa disso dá glória a Deus.
No Antigo Testamento podemos encontrar um quadro no qual Deus manifestou
sabedoria através do rei Salomão, o filho de Davi. (1 Reis 3:16-28) não era um dom
natural com qual Salomão houvesse nascido. Havia nele Sabedoria de Deus.

A Bíblia chama esse dom de palavra da sabedoria em vez de o dom da


sabedoria, pois esta significaria aquela sabedoria aquela sabedoria geral, dada em todos
os tempos. Porém a Bíblia ensina que esse dom é o da palavra da sabedoria, em
contraste com a sabedoria geral, a qual a humanidade usa livremente da maneira que
quiser. Deus manifesta a palavra de sabedoria de acordo com uma necessidade
específica, em determinado tempo e lugar, para a glória dele e o poder do evangelho.

Exemplo: A manifestação do dom da palavra da sabedoria é maravilhosa e clara


na vida de Jesus. Em Mateus 22: 15-22, relata a intenção dos fariseus confundirem
Jesus, na presença de alguns romanos, perguntaram-lhe se pela lei um judeu devia pagar
tributo a César, eles o agarrariam, julgando que era amigo de Roma, e um inimigo do
povo judeu. Mas se ele respondesse que não deviam dar tributo a César, o governador
romano o condenaria por traição e ele seria mandado para a prisão. Jesus pediu-lhes
para mostrarem uma moeda, e apontando para a efígie perguntou de quem era. Quando
disseram “de César” ele respondeu: dai a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus. Jesus deu-lhes uma resposta pela qual não podia ser apanhado. Era uma palavra
de sabedoria, falada pelo Espírito Santo para derrotar o seu inimigo.

Em João 8:4-9, eles forjam outra armadilha, esperando apanhar Jesus. Se ele
dissesse que a mulher deveria ser apedrejada, eles o acusariam de agir contra a lei do
amor que ele pregava. Mas se Jesus se opusesse ao castigo que Moisés ordenara, eles o
levariam ao tribunal judaico.

Deus prometeu dar-nos tal palavra de sabedoria, quando formos perseguidos


pela nossa fé no Senhor Jesus Cristo e pelo evangelho. (Lucas 21:12-15)

Outros exemplos:

O dom da palavra da ciência (conhecimento)

Observamos que a Bíblia refere-se a este dom como a palavra de ciência


(conhecimento), em vez de dom de conhecimento, e há um motivo para essa
distinção. Se nos referíssemos a este dom como o dom de conhecimento, isso incluiria
tudo sobre o conhecimento concernente a Deus, a verdade é que Deus vai dar a palavra
certa no momento certo, é uma pequena porção, por isso é chamada de “palavra de
conhecimento”.
O dom da palavra de ciência (conhecimento) é a revelação sobrenatural ao
cristão de algum detalhe do conhecimento de Deus. É a comunicação de fatos e de
informação que são humanamente impossíveis de serem conhecidos.
Esse dom do Espírito Santo não é o conhecimento que adquirimos de nossas
observações, estudos, educação, experiência ou alguma habilidade natural, mas sim o
conhecimento que ultrapassa todos os sentidos do ser humano. Em 1 Coríntios 12:7 os
dons são chamados de “manifestações do Espírito”. Esse dom do Espírito Santo tem
como propósito revelar os pensamentos dos corações, conforme Lucas 5:22; 6:8; 7:36-
50; 13:16 e Mateus 3:7-12, pode envolver os planos dos homens como ocorreu com o
Rei Acabe em 1 Reis 21:17-20, pode envolver motivos como em Lucas 6:8;  e
geralmente declara conhecimento de fatos do passado, presente e futuro. Podemos ver
esse dom ocorrendo nas seguintes passagens: João 1:1-5 uma revelação do Cristo pré-
encarnado; João 11:11-14 Jesus viu Lázaro morto; Actos 11:27-30 o profeta Ágabo viu
a fome que estava por vir; 1 Samuel 10:1-14; Actos 9:10-18; 10:1-9 revela o paradeiro
de pessoas; 2 Reis 6:9; Actos 20:28-30 avisa de um perigo que está para acontecer; 2
Reis 5:20-27 expõe a hipocrisia; 1 Reis 14; Actos 5:1-10 expõe o engano.

Deus revela as coisas que são necessárias para o incremento da Sua vontade e
propósitos em qualquer situação. Geralmente são pessoas que estão em posição de
responsabilidade ou cuidando com amor do rebanho do Senhor que recebem esse dom
do Espírito Santo. Esse dom não é utilizado na Igreja do Senhor somente para informar,
mas para trazer as mudanças necessárias e as rectificações exigidas pela Palavra de
Deus.
A verdade é que das muitas necessidades na Igreja e na vida dos cristãos não são
os milagres materiais ou a libertação milagrosa que é essencial, mas sim a transmissão
da sabedoria de conhecimento e do entendimento.   A manifestação desse dom do
Espírito Santo traz uma grande libertação, alegria e poder na vida da Igreja do Senhor.
  Podemos entender que os outros dons e operações do Espírito Santo são
edificados sobre a Palavra da sabedoria e Palavra do conhecimento e devem ser
dirigidos unicamente por esses dons.   Jamais vamos construir algo permanente tendo
como base outra coisa qualquer que não seja Sabedoria e Conhecimento divino. Por isso
esses dons devem ser fortemente realçados e buscados, principalmente pelos líderes,
evitando assim a destruição da Igreja do Senhor que está em suas mãos.

Exemplos bíblicos da Palavra de ciência (conhecimento):

Na vida de Jesus Cristo: João 4:17,18; 6:61; 11:11-14; 13:38; Lucas 6:8; 5:22; 7:36-50;
13:16.
Na vida de José:  Génesis 40:5-19; 41:1-36
Na vida de Samuel:  1 Samuel  3:11-14; 6.; 13:14
Na vida  de Eliseu:  2 Reis 8:7-12
Na vida de Daniel:   Daniel 2:19-45; 5
Na vida de Pedro: Mateus 16:16; Actos 5:1-11
Na vida de Paulo:  Actos 18:9-10; 20:29-31; 27:23-24

Como se manifesta o dom de palavra de ciência (conhecimento)?

O Dom da Palavra de ciência (conhecimento) pode manifestar-se de várias


maneiras (1 Co. 12:6). Pode ocorrer através de visão ou sonho (Os.12:10; Am. 1:11;
Ob. 1:1; At. 10:9-20); através de uma clara impressão do Espírito ou através da voz
do Espírito no nosso interior (Rm. 8:16; João 14:26; 16:13-14); Pode ocorrer através
de uma voz audível (Ez. 43:6; At. 10:13-20); através de um anjo (At. 27:22-26; 8:26;
10:1-6); através da verificação das Escrituras (Sl. 119:18; At. 1:15-23; 15:13-21).
Podemos também expressar esse dom do Espírito Santo, aconselhando e até mesmo
orando pelos outros.
O fato de que algo seja revelado não significa necessariamente que deva ser
proferido imediatamente, ou até mesmo mais tarde. Uma palavra de conhecimento,
muitas vezes, vem inesperadamente e tem Frequentemente, o propósito de nos levar à
oração com relação ao que Deus nos mostra. Pode envolver uma necessidade na vida ou
familiar, de algum cristão ou até mesmo a igreja local. O propósito de Deus ao revelar a
palavra de conhecimento é o de dar às pessoas certas o conhecimento e instruções para
estas conduzirem o Seu povo a andar em Seus caminhos.
O dom da palavra de ciência (conhecimento) não é essencialmente um dom
vocal. Pode ser recebida através de uma revelação silenciosa e a pessoa deveria pedir a
Deus que lhe mostre o que fazer com ela. Se for um sonho ou visão, deveria buscar a
Deus para receber uma interpretação certa. O líder do rebanho deve saber com
antecedência de todo mover que está ocorrendo em sua igreja para evitar espírito de
confusão, contenta e destruição.
 Aconselhamos que tal conhecimento não seja feito em público ou
compartilhado como sendo uma palavra de Deus até que seja clara, forte e
inconfundivelmente do Senhor. Se alguém contar as pessoas que Deus lhe falou algo e
isto não puder ser comprovado como sendo procedente de Deus, perderá muita
autoridade e suas “direcções do Senhor” serão questionadas. Um dos erros principais é o
de “anunciar larga e publicamente” coisas que Deus quer que sejam compartilhadas
somente com as pessoas envolvidas e isso pode ser feito devido a um espírito ambicioso
ou a um desejo de parecer “super espiritual” os quais são pecados. Uma pessoa pode
edificar e trazer libertação se ela usar este dom sabiamente ou pode arruinar e destruir
centenas de vidas que certamente sofrerão na sua jornada cristã.   Como esse dom está
relacionado directamente com as vidas, o segredo e a habilidade de ser confidencial
deveriam ser observados quando for apropriado.
Se uma pessoa tiver o que ela crê que seja uma palavra de conhecimento a qual se
relaciona com assuntos importantes, deve ser compartilhado com o pastor ou pessoas
idóneas da Igreja. Para mantermos o fluxo dos dons em sua capacidade e efeito
máximos não poderemos usá-los para atrair atenção excessiva em nós mesmos. Nossas
próprias palavras deveriam ser poucas e humildes e não “com ar de muita importância”.
Precisamos de muita comunhão com Deus e de uma entrega total a oração e a Palavra
para nossa edificação através da oração no Espírito. É possível que haja ocasiões em
que a palavra do conhecimento virá numa reunião através de uma profecia e isto pode
ser um aviso ou advertência a alguém que Deus sabe que está vivendo em pecado ou
que está a ponto de fazer um erro fundamental. Quando ela é dada neste cenário geral,
ninguém precisa saber a quem ela se refere, excepto a pessoa que está sendo advertida.
Isso pode acontecer também para dar direcção ou uma orientação específica a alguma
pessoa presente. Na medida em que a restauração progredir, veremos um grande
aumento desde dom, que funcionará em larga escala e em muitas e variadas
circunstâncias.
A palavra da ciência (conhecimento) nunca é o tipo de conhecimento que o
homem pode possuir por si mesmo, e usar livremente; mas o Espírito santo o possui, e
através do vaso de sua escolha ele o manifesta de acordo com a necessidade. Esse dom
mostra a glória de Deus e resolve problemas.
O dom de discernimento de espíritos

Muitas pessoas hoje confundem o dom de discernimento de espírito com a


leitura da mente. Vários que confessam haver recebido o dom discernimento de espírito,
criam grandes confusões na igreja, assumindo o papel de detective espiritual.
O dom é exactamente o que diz ser: o dom que é capaz de discernir espíritos, ou
seja, é o dom capaz de perceber a real intenção do coração do homem. Para simplificar,
neste universo há espíritos que pertencem a Deus e espíritos que pertencem ao diabo;
portanto há ocasiões em que as palavras são faladas pelo espírito do homem, que é
diferente de quando faladas pelo Espírito Santo ou faladas pelo Satanás. Nós
discernimos os espíritos pela manifestação do Espírito Santo, podendo então julgar se o
espírito vem de Deus, ou se é alguém falando pelo espírito do homem ou pelo espírito
de Satanás.
Em 1 João 4:1, o apóstolo João escreveu sobre a importância do discernimento
de espíritos: “amados, não creias em todos os espíritos mas provai se os espíritos vêm
de Deus, porque já muitos falsos profetas têm surgido no mundo”
Nestes últimos dias, a menos que você tenha o dom de discernimento de
espíritos, estará exposto ao perigo de ser seduzido. O apóstolo Paulo disse em 1
Timóteo 4:1 “ O Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos alguns apostatarão
da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demónios”.
Se não estivermos preparados, em profundidade, para discernir e combater
aqueles que penetram em nosso meio, com espíritos enganadores e doutrinas de
demónios, grande perigo sobrevirá a Igreja.
Como qualquer outro dom, o dom do discernimento de espíritos não é possuído
por qualquer pessoa ou usado em qualquer tempo. Esse dom está nas mãos do Espírito
Santo, e ele o manifesta de acordo com a necessidade, através do vaso escolhido por
Deus.
Consideremos como esse dom era usado no Antigo e Novo Testamento:
1 Reis22:11-17 ao revelar de maneira clara a visão dos acontecimentos nos céus,
Deus capacitou Micaías, o verdadeiro profeta de Deus, a discernir os espíritos. Ele
concluiu calmamente que as profecias do grupo de mais de quatrocentos profetas
vinham de espíritos mentirosos.
2 Tessalonicenses 2:9-12, segundo este texto vemos que Deus permite que o
espíritos de ilusão, de engano, trabalham entre aqueles que não crêem nas Escrituras – a
palavra da verdade eterna de Deus – porque tais pessoas insistem na indulgência, na
inveja e deleitem-se com iniquidade, com injustiça. 1 Reis 22 apresenta clara evidência
disso.
Todos os dons de Deus deveriam ser testados e submetidos ao dom de
discernimento de espíritos; quanto mais experiências tivermos com os dons espirituais,
mais alerta deveremos estar com os espíritos falsos e mentirosos.
A manifestação do discernimento de espíritos é descrita muitas vezes no Novo
Testamento:
Em Mateus 16:15-17, alguém poderia pensar que a confissão de fé, pronunciada
por Pedro, teria vindo de seus próprios pensamentos e crença; mas Jesus fez Pedro
discernir que não fora por seus próprios pensamentos, mas Deus no céu através do
Espírito Santo revelara isto ao coração de Pedro.
Mais tarde, Jesus estava dizendo a seus discípulos que deveria ir para Jerusalém
e passar por muitos sofrimentos, ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. A resposta de
Pedro a isso foi:” Senhor, tem compaixão de ti. Isso de modo nenhum te acontecerá.
( V.22). Desta vez Jesus censurou Pedro de forma severa pelo que ele disse.
Quando pensamos nisto em termos gerais, este “não, não digas isso” de Pedro
parece-nos brotar do seu amor e fidelidade ao Senhor. Mas o Senhor, mediante o dom
de discernimento de espíritos penetrou na alma de Pedro e disse: “ para trás de mim,
Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço; não compreendes as coisas que são de Deus
e, sim, as que são dos homens”. (V.23)
Nós ficamos imaginando como a exortação de Pedro (que parecia ser tão leal),
fora de facto manipulada por Satanás. Factos assim nos mostram quão grande é a
urgência do dom de discernimento de espíritos.
Outros exemplos:
Actos 8:23 – Pedro e João
Actos 16:16-18 – Paulo
O diabo está sempre tentando destruir as maravilhosas bênçãos de Deus que
estão sendo derramadas nas igrejas de hoje. Pela manifestação do dom de discernimento
de espíritos em nós, manifestando o dom de discernimento de espíritos de verdade e de
falsidade de tal modo que não caiamos numa armadilha. Não acreditemos em todos os
espíritos, mas provemos se os espíritos provêm de Deus (1 João 4:1). Devemos
participar no movimento do Espírito Santo que está vigilante, aumentando nossa fé.

Os dons vocais

O dom de línguas
As línguas devem ser colocadas em duas categorias: como um sinal e como um
dom.
O falar em línguas é um facto que ocorre geralmente quando alguém é baptizado
no Espírito Santo - é chamado “língua de sinais”, o que é uma prova exterior do
enchimento do Espírito Santo.
Para aqueles que lêem a Bíblia sem preconceitos teológicos, está claro que todos
os exemplos de línguas, relatados em Actos, indicam o sinal exterior do baptismo do
Espírito Santo. As línguas mencionadas em I coríntios 12 e 14 são em essência as
mesmas relatadas em Actos, porem usadas com propósito diferente. Portanto, são
chamadas “ línguas como dom”. qual é a diferença? Quando é um sinal, as línguas
cessam depois da iniciação do baptismo do Espírito Santo. Para a pessoa continuar
falando em línguas, ela deverá sempre receber as línguas como um dom; mas há muitos
casos em que as pessoas receberam as línguas como um dom e um sinal.
Falar em línguas como um dom, significa que as línguas continuam para o
benefício da vida de oração. Aqueles que têm recebido o falar em línguas deste modo
podem falar em línguas todas as vezes que Deus dá este dom em abundância, para
complementar muitas vitórias de fé.
Algumas razões para a liberação deste dom:
Possibilita uma profunda comunicação espiritual com Deus: “ pois o que fala
em língua, não fala aos homens, senão a Deus, com efeito, ninguém o entende, e em
espírito fala mistérios. ( I coríntios 14:2)
Trás progresso à vida de fé: “o que fala em línguas edifica-se a si mesmo” ( I
Coríntios 14:4)
Ao lado do dom de interpretação da línguas, falar em línguas produz o mesmo
efeito que a profecia: “pelo que, o que fala em línguas, ore para que a possa interpretar.”
(I Coríntios 14:13)
Este dom é uma porta para tornar uma oração mais profunda e do mesmo modo,
o louvor. “ Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com
entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento”. (I
Coríntios 14:15). Há ocasiões em que somos movidos pela emoção e/ou nos sentimos
embaraçados para orar. Em tais situações orar e louvar ao Senhor em línguas pode
alcançar muito alem do nosso vocabulário. Pode tocar o trono de Deus com descrição
mais exacta da necessidade que sentimos, ou com um louvor que queremos expressar,
mas somos incapazes de exteriorizar.
Um sinal para os incrédulos: “de sorte que as línguas são um sinal, não para os
crentes, mas para os incrédulos.” (I Coríntios 14:22)
Se nós usarmos o dom de línguas de modo correcto na igreja, esse dom tornar-
se-á como um rio de graça fluindo, de modo abundante, para dentro dos corações de
crentes cujas experiencias com o Senhor têm cessado.

O dom de Interpretação de línguas

Ninguém pode entender uma mensagem dada em línguas até que o sentido seja
revelado por Deus através do dom da interpretação de línguas.
Interpretação de línguas é diferente de uma tradução comum. Tradução, na
maioria das vezes, dá o sentido palavra por palavra de uma língua estrangeira, enquanto
a interpretação deixa claro o sentido dessa mesma língua. Por exemplo, uma mensagem
em língua pode ser curta, enquanto a sua interpretação pode ser longa ou uma
mensagem em língua pode ser longa e a sua interpretação pode ser curta.
Como a interpretação de línguas é um dom de Deus manifestado através do
homem, não devemos considerá-la como sendo igual à Bíblia em autoridade.
É necessário muito cuidado com a interpretação de línguas; ai deve entrar o
discernimento. A interpretação de línguas depende muito da condição de fé por parte do
intérprete, da vida de oração e da profunda comunicação espiritual dele com Deus. Pode
haver ocasiões em que os pensamentos pessoais do intérprete ou a interferência do
diabo influam na interpretação.
Podemos concluir que o dom de interpretação de línguas pode ser manifesto de
muitos modos:
1- Uma pessoa pode interpretar uma mensagem dada em línguas as vezes o faz
pela fé, através da ordem do Espírito Santo em seu coração. A qual se torna
uma urgência repentina em seu espírito. Em tal caso, a ordem de poderosa de
Deus enche o coração junto com a graça abundante do Espírito Santo.
2- Quando alguém dá uma mensagem em línguas haverá ocasiões em que
apenas o sentido geral da mensagem é revelado ao coração. Nesse caso todas
as palavras da mensagem não são conhecidas. Em tal situação a pessoa, que
recebeu a interpretação pelo Espírito Santo, a explica com seu próprio
entendimento e suas palavras.
3- Quando alguém fala em línguas, as vezes só parte da mensagem é revelada.
Se esta parte for verbalizada, a parte restante é então revelada, como um
novelo de linha que se desenrola. Enquanto continuamos, a interpretação vai
se manifestando.
4- Logo depois que uma mensagem em línguas é dada, a interpretação dela
pode seguir-se imediatamente, através da mesma pessoa que falou, fluindo
de forma livre, como seria na mensagem em línguas. Neste caso, a
interpretação é dada apenas à boca (a pessoa não forma as palavras em sua
mente), com a interpretação fluindo durante o tempo em que a interpretação
do Espírito Santo durar.
5- Há um caso no qual a mensagem é falada numa língua estrangeira, e um dos
presentes podem traduzi-la para a língua do lugar, a qual todos podem
entender. Neste caso a interpretação não é sobrenatural. Ainda que raramente
aconteça.

O dom de profecia

Trata-se de um dom que capacita o cristão a transmitir uma palavra ou revelação


directamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo. Na profecia manifesta-se a
vontade de Deus e não a do homem, trazendo não apenas algo sobre o futuro, mas
também edificação, exortação, consolo e advertência. Toda profecia deve ser julgada
quanto à sua autenticidade e conteúdo (I Ts. 5.20-21).
Através do Antigo e do Novo Testamentos, Deus profetizava sobre o fim dos
tempos, sobre o novo céu e a nova terra centralizada ao redor do povo de Israel.
Todas estas profecias escritas na Bíblia são a Palavra de Deus enviada a nós,
através do relato fiel dos profetas que escreveram pela inspiração do Espírito Santo.
Devido a Bíblia estar já completa, o dom de profecia dada pelo Espírito Santo é
diferente das profecias bíblicas. O principal propósito da profecia, revelada sob a unção
do Espírito Santo hoje não é predizer eventos futuros, mas edificar, exortar e confortar
crentes. (I Coríntios14:3)
Concernente ao dom de profecia, quero dizer que este dom também pode relatar
eventos futuros. Mas, sem dúvida, a palavra de profecia resultante da manifestação
deste dom não pode nunca ser considerada igual à Palavra de Deus escrita, nem
tampouco substitui-la
Embora a profecia seja dada por uma pessoa que tenha recebido esse dom, sua
veracidade ou falsidade deve ser discernida e julgada pelos outros crentes. ( I
Corítnios14:29).
Muitas pessoas, actualmente usam mal esse dom e às vezes o fazem até com
certo abuso. Tendo deixado os ensinos do evangelho, tais pessoas profetizam destino,
fortunas, como se fossem adivinhadores ou cartomantes. Pessoas assim não receberam o
verdadeiro dom do Espírito Santo, mas são possuídos por espíritos mentirosos, e têm-se
tornado profetas de espíritos malignos de adivinhação.
Assim como todos os outros dons, o dom de profecia é dado para pregar o
evangelho de Cristo e edificar a igreja.

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