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Apostila Dons Espirituais

1. – O que são Dons?

Os dons Espirituais são ferramentas que recebemos para a edificação e capacitação da igreja
como um todo e também para manifestar de forma poderosa o Reino dos Céus em meio à
sociedade. Paulo no diz que não devemos ser ignorantes a cerca dos Dons: “Irmãos, quanto aos
dons espirituais, não quero que vocês sejam ignorantes.” (1 Coríntios 12:1). Primeiro passo que
devemos entender os Dons não é para beneficio próprio ou para promoção da sua imagem.
Os dons do Espírito Santo estão relatados na primeira carta a Igreja de Corinto, no capitulo
12, onde Paulo nos relata que a nove ações do Espírito Santo, onde esses nove são divididos em
três Grupos, são eles: Dons de Revelação, Dons de Poder e Dons Verbais. Veremos abaixo
como são divididos.

1° Dons de revelação (I Co.12:8-10).


a) Sabedoria.
b) Ciência ou conhecimento.
c) Discernimento de espíritos.

Esses três dons manifestam a sabedoria de Deus. Concedem a capacidade do saber


sobrenatural.

2° Dons de poder (I Co. 12:9-10).


a) Fé.
b) Curas.
c) Operações de maravilhas ou milagres.

Esses três dons manifestam o poder de Deus. Concedem a capacidade do agir sobrenatural.

3° Dons verbais (I Co. 12:10)


a) Profecia.
b) Variedade de línguas.
c) Interpretação de línguas.

Esses três dons são de expressão verbal e manifestam a mensagem de Deus. Concedem a
capacidade do falar sobrenatural.

Vejamos agora do que esses três grupos são constituídos e falemos um pouco sobre cada um
deles.
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I. Dons de revelação.

a) Dom da palavra da sabedoria.


Esse dom está ligado à mente, vontade e propósito de Deus. Trata-se da “palavra da
sabedoria”, isto é, uma partícula da infinita sabedoria de Deus. Há vestígios desse favor
divino muito antes do derramamento do Espírito no dia de pentecostes. Na vida de José – Gn.
41:28-40, em Salomão – I Rs. 3:16-28, em 14 Daniel, etc. Esse dom opera na esfera do saber,
na pregação, no ensino da palavra, no governo da igreja, nas emergências, no aconselhamento,
na escolha de obreiros, na administração da própria vida através da prudência do Espírito.

b) A palavra do conhecimento.
A palavra do conhecimento é a revelação dos fatos não manifestados através de processos
naturais. É a revelação de uma série de ações e se baseia no perfeito conhecimento de Deus.
A origem desses dons é a onisciência de Deus, que é um dos seus atributos divino. No velho
testamento encontramos verdadeiros tipos desse dom. Samuel soube da vinda de Saul (I Sm.
9:15-16) e que ele havia se escondido “entre a bagagem” (I Sm. 10:21-22). Eliseu também teve
conhecimento sobrenatural concernente ao local em que estava acampado o exército Sírio (II
Rs. 6:8-12). Toda via podemos observar como o Filho de Deus manifestou este dom durante o
seu ministério terreno. Por exemplo: Ele soube que Natanael estivera debaixo da figueira (Jo.
1:48). Sabia também que Lázaro estava morto (Jo. 11:14). As faculdades intelectuais são úteis
ao trabalho, mas a palavra de conhecimento vem por concessão divina, por intermédio do
Espírito Santo.

c) Discernimento de espíritos.
Muitos falham na concepção do real sentido de discernimento dos espíritos. Não se trata de
julgar, criticar ou fazer mau juízo do próximo. Discernir os espíritos é saber quem está
operando no ambiente, se é o Espírito Santo, o espírito humano ou o espírito mau. O vocábulo
discernir significa aqui “ver o oculto”. O dom da ciência tem haver com pessoas e coisas, mas
este tem haver somente com espíritos. Paulo discerniu pelo Espírito de Deus através do dom
de discernir espíritos, que o espírito que estava na moça que vinha atrás deles dando anúncio
que Paulo e Silas eram servos do Deus Altíssimo, era um espírito de adivinhação e ele expulsou
em nome de Jesus (At.16:16-18).

II. Dons de poder.

a) Fé.
A fé é mencionada em primeiro lugar, provavelmente por ser necessária para a operação dos
dons de curar e operação de milagres. A fé é a capacidade de confiar em Deus de modo
sobrenatural. Não podemos ser salvos sem a fé. Sem fé não agradamos a Deus. Fé aqui é um
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dom especial de Deus, distribuído pelo Espírito a algumas pessoas e também para ocasiões
especiais. Dá a essas pessoas a certeza divina do triunfo sobre as circunstâncias. Há
abundantes exemplos desta espécie de fé na palavra de Deus. Daniel exerceu essa espécie de
fé quando foi lançado na cova de leões (Hb. 11:33). Abraão demonstrou-a quando creu no
nascimento de Isaque. Elizeu também demonstrou esse tipo de fé quando fez multiplicar o
azeite da viúva (II Rs. 4). Uma porção desta fé divina que de fato é um atributo de Deus
derramado sobre o homem, pode fazer até mesmo o que é aparentemente impossível, é isto o
dom de fé, não o confundamos então com a fé comum que se manifesta para a salvação, logo
que ouvimos a palavra de Deus (Rm. 10:17).

b) Curas.
O poder de curar é muito desejado em virtude de ser um sinal eloquente na confirmação da
mensagem do evangelho. Entretanto, à semelhança de todos os outros, estes dons estão na
dependência da soberania de Deus. O propósito do dom de curar é, naturalmente, libertar das
enfermidades sofredoras. Contudo, ele tem ainda um propósito mais alto, a glória de Deus. Ele
(o dom de curar) chama a atenção para a majestade do poder de Deus pela confirmação de sua
palavra. Esse dom contribui para abrir os corações de tal maneira que muitos aceitam o
evangelho da salvação.

c) Operação de maravilhas ou milagres


Dos dons que manifestam poder este é o último. Este dom é tão estupendo que se torna quase
inconcebível à mente finita do homem. A bíblia é o livro dos milagres, de fato, ela é talvez o
maior milagre. As pragas do Egito foram milagres. A separação das águas do Mar Vermelho, o
maná que enviou ao povo no deserto, a água provinda da rocha em Refidim, foram milagres 16
realizados por Deus por intermédio daqueles a que Ele encheu do Seu Espírito. Ainda a
paralisação do sol por intermédio de Josué, o machado que emergiu do fundo das águas
através de Elizeu, a sombra do sol que voltou atrás atendendo a oração de Ezequias. Todos
estes foram milagres testemunhados por muitos e estão registrados na bíblia.  Milagres são
manifestações especiais e extraordinárias do poder de Deus.

III. Dons verbais.

a) Profecia.
A profecia tem sido definida como “falar na própria língua sob inteira unção do Espírito
Santo”. É a voz do Espírito Santo. Muitos ministros pentecostais podem profetizar de vez
em quando no meio de um sermão. Subitamente o Espírito vem sobre eles, de maneira fora
do comum e, por um período de tempo, são tomados por este poder, proferindo verdades
em que não pensaram e nem estudaram antes. Em um determinado congresso quando um
pastor veio de longe para dar uma mensagem. E na igreja que esse servo de Deus iria
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pregar, havia um irmão cuja esposa era muito incrédula e não queria saber de Jesus. Na
hora da mensagem o pastor dirigiu-se para aquele irmão e disse: “sua esposa vai ser salva”.
Deus naquela hora estava usando o homem com o dom de profecia. Segundo as sagradas
escrituras, os deveres e as responsabilidades de quem recebe o dom da profecia, se
limitam a edificação, a exortação e a consolação. “Mas o que profetiza, fala aos homens,
edificando, exortando e consolando.” (I Co. 14:3). O dom da profecia, portanto, serve para
falarmos sobrenaturalmente a Deus.

A profecia em três aspectos:

1. Edificação.
É o construir algo firme e útil. É a intenção de o Senhor Jesus Cristo construir a sua igreja, e
Ele mesmo disse bem claramente a Pedro que, confessar a Jesus como seu salvador é a
confissão fundamental sobre a qual seria possível edificar uma igreja que sobreviveria aos
séculos. 17 O dom do Espírito Santo, a palavra de Deus e a salvação concedida por Jesus
Cristo, é a operação do Trino Deus nesta obra eterna. “Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor
e á palavra da Sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que
são edificados.” (At. 20:32).

2. Exortação.
É “chamar alguém para o lado” que é tradução literal da palavra grega “Parakalao”, com a
finalidade de confortar, inspirar, defender e guiar. Não deve ser o tipo de exortação que
admoesta com ameaças. Esta obra tem que ser feita com dedicação pelos cristãos que tem
esse dom.

3. Consolação.
É o dar alegria e paz. É igual ao aspecto mais doce e agradável da exortação. Quando a bíblia
nos ensina que a consolação é para o corpo de Cristo na sua totalidade e não apenas para
trazer alegria individual e particular, aprendemos que ao recebermos o amor de Deus em
nossas vidas, também estamos recebendo ordens e capacidade no sentido de amarmos ao
nosso próximo com este mesmo amor. “Porque todos podereis profetizar, um após outros,
para todos aprenderem a serem consolados.” (I Co. 14:31).

As profecias podem ser julgadas nas seguintes formas:

 Confere com o que afirma a bíblia? Se não, pode ser rejeitada.


 O que profetiza vive condignamente? (Mt. 7:20).
 Cumpriu-se afetivamente: Note-se que nem todas as profecias são de caráter preditivo.
Exemplos:
At. 11:28 – preditivo.
At. 21:11 – preditivo.
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Os perigos que envolvem a manifestação do dom de profecia.

 Acréscimo por conta de quem anuncia.


 A profecia ser tomada por tão importante que substitua a pregação.
 Os que profetizam serem consultados.
 O abuso de profecias quantitativas numa reunião. 18
 A influência do conhecimento de quem profetiza, com relação aos problemas e necessidades
daqueles que recebem as mensagens proféticas.
 O profissionalismo.

A verdadeira profecia, indubitavelmente, precede do Espírito de Deus.

b) Variedade de línguas.
Este dome o poder da expressão vocal em línguas desconhecidas, dado a certas pessoas na
igreja pelo Espírito de Deus, capaz de ser interpretado por meio de um outro dom igualmente
sobrenatural em condições que tais expressões possam tornar-se inteligíveis a toda
congregação.

c) Interpretação de línguas.
O dom de interpretação de línguas é quase semelhante a interpretação de uma língua
estrangeira, onde o interprete explica em nossa língua natural o que o outro diz na língua dele.
A diferença é que a interpretação das línguas é feita sobrenaturalmente pelo Espírito Santo.
Quando o dom de interpretação opera em consonância com o dom de línguas, os dois juntos
são equivalentes ao dom de profecia. O dom de interpretação revela o poder, a riqueza e a
sabedoria de Deus.

2. - Como Ativar?

1. – Criar um ambiente.
O amor (Agape) é o ambiente ideal em que os dons espirituais devem ser expressos e ganham plena
eficácia. Paulo nos adverte no capitulo seguinte (1 Coríntios 13:2) que mesmo que tivesse os dons,
sem o amor de nada teria efeito, por isso o primeiro passo a ser tomado é amar a pessoa, o amor por
ela vai gerar o ambiente onde profetizaremos, onda vai haver curas, milagres e qualquer outro tipo de
dom.

2. – Buscando com zelo.


“Portanto, procurai com zelo os melhores dons...” (1 Coríntios 12:31). Paulo adverte a igreja de
Corinto sobre a responsabilidade de buscar os dons, ele termina o capitulo 12, que fala sobre os dons,
advertindo “Buscai com zelo”, se é buscar, isso corresponde a uma ação nossa, se fosse apenas
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imposição de mãos ou pelo batismo do Espírito Santo, seria “recebei com zelo”. Entendemos que a
busca pelo dom é nossa e além de tudo é uma busca com zelo, pois qual é a intenção do seu coração a
buscar um dom? A igreja de Corinto estava perdida nisso, porque a preocupação deles era se
promover com os dons. Algumas pessoas da igreja de Corinto estavam buscando dons para serem
“maiores” ou “melhores” do que outros. Paulo os adverte dizendo: “E a uns pôs Deus na igreja,
primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois
dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos
profetas? são todos doutores? são todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? falam
todos diversas línguas? interpretam todos?” (1 Coríntios 12:28-30), ou seja, devemos ter a motivação
correta para buscar em Deus os dons.

3. – Ativando os Dons
Ativaremos os dons que buscamos os exercendo, como assim? Se você tem buscado o dom de cura,
ative-o orando por cura. Esse é um dos maiores segredos para a ativação dos dons, você os exercendo
com fé, não vira um anjo do Céu e vai dizer: “Agora você está habilitado a orar por curas” será você
exercendo o dom com fé, entendo que já está pronto para exercê-lo. O mais importante em ativar os
seus dons é você ter um relacionamento com Deus e o Espírito Santo, quando aprendemos a ouvi-lo e
a reconhecê-lo, saberemos então como ativar e manifestar os dons.

Conclusão

A igreja hoje tem sofrido e perdido batalhas, porque esta despreparada e não tem usado as
ferramentas ao qual Jesus nos deixou através da atuação do Espírito Santo para nós. Se entendemos
que com Jesus somos herdeiros e co-herdeiros (Romanos 8:17), que recebemos dele o mesmo poder e
a mesma atuação na Terra como filhos, iremos acessar essas ferramentas de forma pratica e eficaz
para a edificação da igreja. A maior vontade de Deus é ver uma igreja forte em graça e poder, ativar
e viver uma vida exercendo os dons isso é justiça de Deus, porque logo entendemos que se estamos
aqui como representantes dos Céus, como embaixadores da parte de Deus (2 Coríntios 5:20) para
trazer um Reino onde não a dor, doenças e injustiças, logo os dons são as ferramentas necessárias
para a implantação e manifestação deste Reino.

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