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Capa
Abertura
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
Capítulo 1 - Vai Ministrar a Palavra? Tenha uma Vida com Deus
Capítulo 2 - Entendendo para Decolar
Capítulo 3 - Inspirados e Preparados para Comunicar
Capítulo 4 - O Sermão — Prepare-se para Voar
Capítulo 5 - Sermões Visuais/Ilustrações nas Mensagens
Capítulo 6 - Questionários para a Formação de Esboço
Capítulo 7 - Aquecimento, Desaquecimento, Respiração e Cuidados com a
Voz
Capítulo 8 - Idioma, Linguagem e Ruídos na Comunicação
Capítulo 9 - Desenvolvendo a Oratória
Capítulo 10 - Microfones
Capítulo 11 - Recursos Visuais no Altar e Mídias Sociais
Capítulo 12 - Orientações e Sugestões para Cerimônias — Ocasiões
Especiais
Considerações Finais
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1a Edição
“Meu Deus, como me impressiona a exegese do bom caráter, a
hermenêutica do exemplo, a homilética do temor e a oratória da
integridade! Como fico perplexo com as pregações ministradas
sem palavras!”
POSICIONAMENTO DE INTEGRIDADE
A boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale
mais que prata e ouro.
— Provérbios 22:1; NVI
Ser fiel e ter boa reputação é algo apreciado diante de Deus e dos homens.
A Bíblia vai ainda mais longe quando diz que devemos ser assim, tanto para
os de dentro, ou seja, para nossos irmãos em Cristo; como com os de fora,
com aqueles que não fazem parte da Igreja. Em Atos 6, observamos que os
colaboradores escolhidos para servirem às mesas necessitariam ter boa
reputação, serem cheios do espírito e de sabedoria. Todo serviço cristão
deve ser respaldado pela vida, e isso vai desde arrumar as cadeiras da igreja
até ser um pregador reconhecido internacionalmente.
Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em
descrédito nem na cilada do Diabo.
— 1 Timóteo 3:7; NVI
Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e
despenseiros dos mistérios de Deus.
— 1 Coríntios 4:1; ARA
Sei que existem situações nas quais teremos de ministrar a Palavra pela fé.
Muitas vezes, pessoas enfrentam grandes lutas, sendo desafiadas pelo Senhor
a ministrar acerca do tema no qual elas estão sendo mais confrontadas. Já vi
pessoas ministrando a respeito de prosperidade sem um centavo no bolso;
outras, enfrentando grandes lutas, sendo bombardeadas para desistir, mas
estavam ministrando sobre perseverança; outras, enfermas e, em ousadia no
espírito, ministraram cura para muitas vidas.
Entretanto, podemos notar que estava presente um posicionamento de
integridade na vida cristã. No meu entender, essa situação passa a ser
totalmente diferente quando a prática de vida do indivíduo é de avareza e ele
ministra a respeito de ofertar liberalmente; ou sobre alguém que anda em
pecado, falando acerca de santidade ou outro tema correlato. Dá para
perceber? Nos primeiros casos, as situações independiam da posição da
pessoa em Cristo; já no segundo caso, a posição desta estava afetada pela
prática leviana de vida.
Como seres humanos, estamos sujeitos a erros, mas a Palavra nos deixa
bem claro que aquele que nasceu de Deus não vive em pecado, conforme 1
João 5:18 (ARA). A Bíblia nos dá alertas grandiosos com respeito às
questões de pecado.
Gosto muito de 1 João, pois, desde o primeiro capítulo, ele trata sobre o
perdão no confessar do pecado; no capítulo 2, nos fala do nosso Advogado,
Jesus Cristo, o Justo, que está junto ao Pai nos incentivando a não pecar, mas
se deslizarmos na caminhada teremos disponível o perdão. Com sua
linguagem amorosa, João trata seriamente com aqueles que insistem em
permanecer no erro e aí é quando o amor vai se apresentar mais forte, pois
não podemos esquecer que o amor fala a verdade e que, de fato, ele é a
verdade. Atente para o texto a seguir.
Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando
não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém;
aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o
pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para
isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele
que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele
é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.
Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não
pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.
— 1 João 3:6-10; ARA
Fica aqui o alerta do Espírito de Deus para nós, ministros do Senhor, para
que não nos desviemos em tempo algum, conforme Hebreus 2:1 (ARA). Ore
e viva em santidade, consagre sua vida a Cristo e Ele usará você
sobrenaturalmente, pois não adianta ter um belo sermão sem unção; não
adianta ter uma boa voz sem conteúdo. Pense nisso!
Não quero com estas palavras trazer condenação para a sua vida e a de
quem quer que seja. Na verdade, quero que estas palavras sejam um incentivo
para uma autorreflexão e, assim, ser uma bênção, de fato, para muitos,
principalmente para você. É bom deixar claro que essa reprovação não está
relacionada unicamente com Deus, mas muitas vezes vai se estender para os
homens também. É muito triste ouvir: “aquele homem é excelente no
discurso, mas um zero à esquerda na vida. Eu quero é distância”.
Misericórdia! Uma situação como essa é uma vergonha para o Evangelho,
por isso tenha cuidado para não ser motivo de escândalo.
Ao mesmo tempo, orem também por nós, para que Deus abra uma porta para a
nossa mensagem, a fim de que possamos proclamar o mistério de Cristo, pelo
qual estou preso. Orem para que eu possa manifestá-lo abertamente, como me
cumpre fazê-lo.
— Colossenses 4:3-4; NVI
Por isso, podemos contar com a ajuda do Espírito Santo para sermos
eloquentes e ousados no nosso falar. Nosso sermão, que é o discurso cristão,
pode ser diferente, ungido e intrépido em Deus. Lembrando que ser ungido e
inspirado não quer dizer sem preparação; e ser ousado não é sinônimo de
ministrar aos gritos. Jesus usava Sua autoridade com a palavra, e a Bíblia diz
que, apenas com ela, Ele expulsava demônios e curava enfermos.
Chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a
palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes.
— Mateus 8:16; ARA
INSPIRADOS E PREPARADOS
PARA COMUNICAR
Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Consolador, o Espírito Santo,
a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo que vos tenho dito.
— João 14:25-26; ARA
Temos o costume de ler em voz baixa, a chamada leitura interior, mas para
nós, que falamos em público, que necessitamos, muitas vezes, de ler textos
em nossas mensagens, praticar a leitura em voz alta irá ajudar e muito no
desenvolvimento das articulações da face. Você perceberá o grau de
dificuldade que terá em sua pronúncia e isso servirá para desinibi-lo diante de
textos grandes e complicados.
O hábito de ler é fundamental para aperfeiçoar aspectos de interpretação
textual: aumenta a nossa visão no que diz respeito à gramática, fortalece a
linha de raciocínio, argumentação e ampliação do universo cultural, e nos
apoia no desenvolvimento da fala e até mesmo da escrita.
Você já viu alguém que, enquanto discursa, fica buscando palavras, como
se estivesse procurando encontrá-las no ar, e nessa busca faz uso de
expressões como “aaaam”, “éééé”? Certamente já deve ter visto ou feito isso
alguma vez. Muitas vezes, isso acontece com pessoas que estão com seu
universo gramatical reduzido; as palavras não fluem naturalmente, pois lhes
falta o hábito de ler. Entendo que pode haver casos semelhantes que possam
não estar relacionados à falta de leitura, e sim ao nervosismo ou outros
fatores, mas, em muitos deles é, de fato, a deficiência na leitura.
Quanto àqueles que têm dificuldade em realizar a leitura em voz alta diante
das pessoas, quero transmitir orientações para uma melhor leitura pública:
Exemplo:
Texto base: O trânsito está caótico na avenida Agamenon Magalhães.
Texto com leitura livre: O trânsito... aiaiai... está ca-ó-tico na avenida Agamenon
Magalhães.
É verdade que não é preciso fazer isso a cada linha, como também não se trata de
inventar ou mudar o sentido do que está escrito. Porém, com pequenos
acréscimos, você conseguirá dar mais leveza a sua leitura.
O SERMÃO — PREPARE-SE
PARA VOAR
Que outros façam elogios a você, não a sua própria boca; outras pessoas, não os
seus próprios lábios.
— Provérbios 27:2; NVI
Quando as pessoas percebem um clima de arrogância, soberba e
despreparo, tendem a se fechar àquele orador.
Fidelidade no Contexto
Alguns pregadores erram em utilizar mensagens fora do contexto, o que é
extremamente perigoso, dando margem a erros doutrinários graves. Por isso,
deve-se atentar para a exegese e hermenêutica textual, trabalhando a palavra,
a interpretação e a conjuntura.
Em outros casos, tomam um texto como referência e depois o esquecem ao
longo da preleção, o que pode deixar os ouvintes com aquela sensação de que
ficou faltando algo na abordagem, pelo fato de não ter sido explorado o texto
citado.
Unidade no Conteúdo
Devemos lembrar que a mensagem também deve conter uma unidade de
conteúdo. A ministração não pode ser uma colcha de retalhos, cheia de
buracos. Isso, às vezes, acontece com pessoas que não sabem organizar as
ideias, pessoas que até em uma conversa informal têm dificuldade de manter-
se em uma mesma linha de raciocínio. Por isso, aconselho a procurar
organizar sobretudo os pensamentos. Isso lhe ajudará muito!
É claro que, em alguns momentos, iniciamos com um assunto e, por direção
específica, adentramos em outros, mas, mesmo nesses casos, não podemos
transmitir uma mensagem desunida, sem conexões corretas, para que o
público não saia com a sensação de que ouviu muito, mas não sabe ao certo o
objetivo daquele sermão.
Aplicação e Desafio
Um dos pontos mais importantes do sermão é a aplicação prática daquela
mensagem para a vida dos ouvintes. Normalmente, quando o conhecimento
não tem relação com a vida, não consegue despertar interesse.
O ouvinte deve ser incentivado a colocar em prática o que aprendeu, a
mudar hábitos, posturas, atitudes e valores. O ministro poderá desafiá-los, por
exemplo, a se arrependerem e confessarem a Cristo como Senhor; o casal
pode ser desafiado a melhorar a qualidade do tempo que eles passam juntos;
além de outros convites específicos, lembrando que devem sempre estar
relacionados ao tema. O desafio pode compor a conclusão do sermão.
TIPOS DE SERMÃO
Muitas pessoas ministram e preparam suas mensagens seguindo uma
inspiração, e por vezes nem sabem que existe uma classificação para os tipos
de sermão. Podemos definir a classificação da mensagem pelo assunto e/ou
pelo método de preparação do esboço.
Doutrinário
É aquele que expõe uma doutrina, ou seja, o conjunto de princípios que
servem de amparo e norteiam o cristianismo, as crenças, os valores e as
práticas. É certo que o termo doutrina pode ser observado em diversos
aspectos, adentrando até o ponto de vista jurídico, mas no caso da nossa
observância, um sermão doutrinário vai tratar de bases e práticas de uma vida
cristã! Nesse ponto, gostaria de dar uma orientação importante àqueles que
não são pastores presidentes/titulares/dirigentes: muito cuidado com esse tipo
de sermão, pois, na maioria das vezes, estabelece regras que normalmente
devem partir do governo da igreja local.
Já presenciei e também ouvi muitas situações nas quais o ministro
convidado chegou a repreender um grupo atuante no ministério de socorro da
igreja pela execução de uma música que, do seu ponto de vista, estava fora
dos princípios em que acreditava. Isso gerou um mal-estar imenso, não só na
equipe, mas também em toda a igreja. De fato, não podemos estabelecer
regras do que pode ou não pode quando estamos na “casa alheia”, a não ser
que seja combinado previamente com aquele que o convidou, ou que uma
determinada posição seja explicitada pela própria liderança.
Histórico
Narra uma história que pode ser encontrada na Bíblia, mas também pode
ser um fato, um acontecimento histórico que comporá as bases para o sermão.
Exemplo: a história do povo hebreu pode ser encontrada claramente na Bíblia
e pode ser desenvolvida em um sermão. Como também poderíamos escolher
a história do avivamento da rua Azusa e trabalhar o mover do Espírito Santo
no século 21, com textos que tratam da Sua ação no Novo Testamento e
inserindo alguns relatos da operação do Espírito Santo nos dias atuais.
Biográfico
Está fundado na vida de um personagem bíblico, extraindo as principais
lições da história daquele homem ou mulher que estamos nos propondo a
apresentar. Exemplo: “A vida e os desafios do jovem Davi”. Esse tipo de
abordagem nos permite fazer não apenas a exposição dos fatos marcantes da
vida da personagem, mas é interessante para também fazermos o paralelo
com os nossos dias. Nesse caso, poderíamos fazer a relação com os desafios
para os jovens de hoje e ainda trabalhar perguntas do tipo: Será que os
desafios vividos pelo jovem Davi são os mesmos de hoje? Como vencer os
desafios do século 21 com os princípios praticados por ele?
Evangelístico
Adequado em ambientes em que existem pessoas que necessitam confessar
Jesus como Senhor e Salvador, conforme Romanos 10:9-10 (ARA). É muito
utilizado em eventos de impacto como “cultos-relâmpago”, concentrações de
fé, cruzadas evangelísticas, etc.
Ocasional
É aquela ministração destinada a ocasiões especiais. Já vi muitos ministros
que, diante de um convite para celebrar casamento, enterro, aniversário ou
batismo ficaram preocupados, pois não sabiam como agir nessas situações.
Como fazer uma cerimônia? Que mensagem trazer? Como me portar diante
das pessoas nessas ocasiões especiais? Aprofundarei a abordagem sobre
diversas cerimônias no último capítulo do livro Orientações e Sugestões para
Cerimônias — Ocasiões Especiais.
Apologético
Tem a finalidade de fazer valer a defesa da fé por meio de linhas de
argumentação bem estabelecidas, muitas vezes tomando por base evidências
e, em alguns casos, até mesmo de ordem natural, com o objetivo de sustentar
as bases da prática cristã diante de argumentos contrários. Assim, o sermão
apologético deve se propor a demonstrar a verdade da própria doutrina,
defendendo-a de tudo que se opõe à verdade. O orador deve antecipar e
neutralizar ideias contrárias.
Nesse tipo de sermão, podemos nos valer de argumentos históricos,
científicos e teológicos para desenvolver a nossa refutação. É extremamente
necessário, em muitos casos, apresentar documentos e referências verídicas
para compor o nosso discurso, não podendo haver pontos duvidosos na
explanação, pois a proposta é esclarecer e defender o cristianismo.
Ético ou exortativo
É o tipo de sermão que exalta a conduta e a vida moral e ética, trazendo
correção. Os desafios nesse tipo de sermão devem ser explorados de maneira
clara e ousada.
Narrativo
Quando narra um fato ou um milagre. No sermão narrativo, devemos
trabalhar de modo progressivo.
Polêmico
Tem por finalidade atacar erros e apresentar temas que são alvo de
polêmicas. Nesse caso, a linha de argumentação deve ser bem orientada,
seguindo uma ordem crescente dos fatos e dos argumentos expostos. Para
isso, segurança no que se fala fará toda diferença. Construa o sermão de
modo que as pessoas não fiquem convencidas do contrário. Isso acontece
quando, diante dos questionamentos levantados pelo próprio ministro, o
embasamento não está consolidado na visão neotestamentária. É necessário,
portanto, muito tempo de pesquisa para trabalhar pontos e contrapontos,
réplicas e tréplicas. Nesse caso, o preletor normalmente poderá iniciar
fazendo o papel do opositor, levantando aquilo que o outro lado pensa e, ao
mesmo tempo, terá a obrigação de refutar de maneira abalizada a
problemática do estudo, trazendo luz e revelação da Palavra naquele tema.
MÉTODOS PARA A CONSTRUÇÃO DO ESBOÇO
Podemos trabalhar também a forma de preparar o sermão pelo método que
particularmente chamo de “Base para a Construção do Esboço”. Você pode
até ter o hábito de construir suas mensagens com algumas dessas bases, sem
saber que seu estilo de ministração se ajusta a determinada metodologia.
Neste item, procurarei destacar os principais e mais utilizados métodos que
facilitam a construção do sermão.
TEMÁTICO OU TOPICAL
É aquele no qual o desenvolvimento de todos os tópicos faz-se pelo tema.
Em cima do título ou tema estabelecido, você trabalha os diversos tópicos
relacionados e constrói sua mensagem com introdução, aplicação, desafios,
ilustrações, bases bíblicas e conclusão para os ouvintes. Dessa forma, deve-se
selecionar o tema e definir a ideia central, buscando os textos bíblicos, não
esquecendo que eles necessitam ser progressivos e elucidativos.
Atenção
Com base nesses pontos, o ministro poderá desenvolver o seu sermão
introduzindo outros textos bíblicos, ilustrações, desafios, conclusão, etc.
Lembrando também que a quantidade de tópicos não obrigatoriamente deverá
ser três ou quatro, mas não exagere a ponto de você mesmo não se lembrar de
todos. Imagine uma mensagem de cinquenta minutos, cujo título é: “22
passos para uma vida próspera”, ou “37 chaves para desfrutar de saúde
divina”. O próprio ouvinte vai cansar já no título e não conseguirá lembrar-se
de todos, e você também não! Uma boa orientação é: coloque-se no lugar do
ouvinte com relação à escolha do tema e dos tópicos, não se esquecendo do
tempo que você tem para ministrar.
TEXTUAL
Nesse caso, o sermão é normalmente tirado de um texto bíblico pequeno,
geralmente um versículo, de onde vem a ideia central e as divisões principais.
No sermão textual, o desenvolvimento de tópicos e abordagens se baseiam no
versículo escolhido.
Atenção
Percebeu que por meio de um único versículo tivemos um leque de tópicos
que foram explorados? Com base nesses pontos, o ministro poderá
desenvolver o seu sermão, introduzindo outros textos bíblicos, ilustrações,
desafios, conclusão, etc. Lembrando que a quantidade de tópicos não
obrigatoriamente deverá ser três ou quatro.
EXPOSITIVO
A ministração expositiva é utilizada para textos mais longos. Esse tipo de
sermão pode expor uma história, uma doutrina, uma parábola, salmos, um
milagre ou uma peregrinação. Em parte, todo sermão é expositivo, mas a
título de classificação ele é indicado pela extensão do texto para denominar-
se expositivo. Dessa forma:
• Estude bem o texto e o contexto bíblico, pois entender o contexto lhe dará
pano de fundo para explanações.
• Observe critérios de continuidade.
• Descubra o pensamento principal que o levará à ideia central.
• Respeite a ordem do texto bíblico, a não ser que haja necessidade de
adiantar tópicos para uma melhor compreensão e adequação do tempo.
Exemplo de Sermão Expositivo
Tópicos sugestivos para posterior aprofundamento bíblico do leitor:
DICAS
Também gostaria de salientar que é de grande relevância sempre ter em
mãos mais material e conteúdo do que você imagina que o tempo vai
comportar. Estar preparado, abastecido de conhecimento, dará tranquilidade
para trabalhar com segurança, sem precisar ficar “enrolando”.
Caso esteja ensinando em uma turma de modo regular, você deve preparar
um plano de aulas. Visualizar até onde, mais ou menos, você pode ir a cada
aula e não se perder no roteiro daquela disciplina. Leve material relativo às
outras aulas e esteja preparado para dar seguimento ao assunto no tempo que
você tem disponível.
Saiba dosar o seu ritmo ao longo da ministração. Existem pessoas que são
tão objetivas na mensagem que com dez minutos conseguem transmitir todo
o conteúdo, mesmo dispondo de cinquenta minutos. Não é interessante que
seja assim! Se tivermos, por exemplo, cinquenta minutos para ministrar,
precisamos ter tranquilidade para que, nesse tempo, possamos explorar bem a
temática, preparar o esboço ou o plano de aula, os materiais ilustrativos, etc.
Em muitos casos, terminar antes do tempo se dá por falta de estudo,
preparação do roteiro e compreensão do conteúdo. Dentro do tempo que
temos podemos fluir na ministração da Palavra.
CAPÍTULO 5
SERMÕES
VISUAIS/ILUSTRAÇÕES NAS
MENSAGENS
Q ual foi a mensagem que mais marcou sua vida? Certamente foi uma
mensagem ungida e que lhe fez refletir sobre o que estava sendo
tratado. Compreender o que está sendo dito é muito importante para o
processo de comunicação da Palavra. É por isso que existem alguns recursos
capazes de despertar os ouvintes para um sermão. É muito interessante e uma
grande bênção para a vida dos ministros e ouvintes unir unção, direção de
Deus, conteúdo e recursos ilustrativos.
Temos, na Bíblia, diversos exemplos da utilização de ilustrações. No Novo
Testamento, o próprio Jesus não perdia oportunidades, percebendo e
empregando referências naturais para trazer lições espirituais. Suas diversas
parábolas marcaram e continuam marcando gerações. O que dizer da
parábola das virgens (Mateus 25:1-13), da parábola dos talentos (Mateus
25:14-32) e tantas outras?
Jesus é o nosso maior exemplo e se Ele utilizou esse tipo de ferramenta,
certamente poderemos usar também.
Existem muitas possibilidades de incrementar nosso sermão com
ilustrações:
a)Ilustrações que têm pouco ou nada a ver com o tema são um desastre
para a mensagem e para o mensageiro.
b)Sua mensagem não pode ser somente de ilustrações, pois ela ficará
vazia do alimento da Palavra. As ilustrações servem apenas para
compor, pois testemunhos podem animar, exemplos podem elevar,
objetos podem despertar, mas só a Palavra de Deus ministrada nos
mantém, de fato. É ela que contém os nutrientes espirituais necessários
para o nosso fortalecimento e crescimento espiritual.
c)Faça uma variação dos tipos de ilustrações que você utiliza. Seja
criativo, busque do Senhor o que, de fato, vai enriquecer as pessoas.
d)Você não tem a obrigação de ter ilustrações em todas as mensagens.
e)Não se deve usar uma ilustração somente para fazer a audiência rir. É
certo que muitas vezes são situações inusitadas e que as pessoas se
divertem na mensagem, mas deve ter um fim didático. É muito bom ver
as pessoas se divertirem enquanto aprendem, enquanto são ministradas.
f)Nunca conte a experiência de outrem como se fosse sua. Caso tenha
necessidade de compartilhar o testemunho ou a experiência de outras
pessoas durante a mensagem, não se esqueça de informar que a vivência
foi de outra pessoa. Não deixe de atentar para o próximo ponto, pois ele
tem relação direta com este cuidado.
g)Se relatar uma experiência negativa de outra pessoa, você não deve citar
nomes. E se por acaso a situação for pública ou conhecida por parte da
audiência, como, por exemplo, uma pessoa que adulterou e todos
daquela congregação são sabedores do caso, o ministro deve evitar esse
relato, pois a sensação da exposição de fatos lamentáveis como esse
pode gerar mal-estar nos presentes e nos ausentes também.
h)Tenha muito cuidado em elogiar pessoas ou fimes em suas ilustrações.
Vejamos um exemplo: o ministrante assistiu a um filme cujas cenas são
fora dos conceitos e práticas cristãs e ele cita trechos do filme, tanto
para elogiar quanto para criticar. O que acontece, nesse caso, é que,
simplesmente pelo fato de ter assistido, as pessoas podem passar a vê-lo
como um crente carnal.
QUESTIONÁRIOS PARA A
FORMAÇÃO DE ESBOÇO
AQUECIMENTO,
DESAQUECIMENTO,
RESPIRAÇÃO E CUIDADOS COM
A VOZ
Respiração
Quando respiramos de modo correto, o cérebro passa a receber mais
oxigênio e esse aumento resulta em uma melhora no equilíbrio emocional.
Por isso, listei algumas dicas de exercícios:
Flexibilidade Articulatória
Existem alguns exercícios para melhorar a flexibilidade articulatória no pré-
aquecimento e na preparação do ministro.
Faça a leitura, em voz alta, das frases a seguir, conhecidas como trava-
línguas:
Aquecimento
Mais alguns exercícios para preparação, flexibilidade articulatória/vocal:
Desaquecimento
O que poucos sabem é que, ao concluirmos um sermão, é indicado fazer o
desaquecimento vocal para evitar o estresse das pregas vocais e diminuir a
tensão de toda a laringe, promovendo assim a readequação ao novo momento,
para que, após o término da ministração, não continuemos falando com
aquele mesmo ritmo vocal. Para isso, existem alguns exercícios interessantes
que devem ser feitos com o objetivo de relaxá-lo após a palestra. Eis alguns
deles:
1.Boceje.
2.Realize a inspiração nasal e expire lentamente com os lábios
arredondados
3.Sonorize: “hummmmm”.
4.Pronuncie as vogais “A, O, U, E, I”, sem emitir som.
5.Fale: “MUÁ, MUÉ, MUI, MUÓ, MUU” (bem articulado,
aproximadamente dez vezes).
6.Assobie, utilizando o som da letra “U”, ascendendo e descendendo.
Esse exercício lembra o som de desenho animado quando existe algo
caindo ou subindo.
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
Segundo o dicionário Michaelis, pleonasmo é “a repetição, no falar ou no
escrever, de ideias ou palavras que tenham o mesmo sentido. É vício quando
empregado por ignorância ou inconsciência: Subir para cima; é figura quando
propositado, para dar força à expressão: Vi com meus próprios olhos”. Ser
redundante pode trazer um cansaço e uma ideia de prolixidade, algo sem
consistência e coerência, e por conseguinte a perda da credibilidade com o
público.
O zelo com o uso das palavras deve ser constante, exatamente para que
você não baixe o nível de suas ministrações. Não devemos utilizar linguagem
vulgar nem “falar difícil”, dificultando o entendimento das pessoas.
Devemos ter a sensibilidade de adaptar a linguagem ao público para o qual
estamos falando. A idade e o nível sociocultural dos ouvintes deverão ser
respeitados. Em alguns casos, essa inadequação traz muitos problemas ao
ministro. Imagine um preletor falando a formandos de uma universidade, em
um culto ecumênico, utilizando gírias e/ou jargões religiosos como: “E aí
galera, tá tudo em cima?”, “Tá amarrado, esse capiroto!”, “Qual é mermão,
você não tá feliz?”, “Só no chalamanaias”. Desastre total na comunicação!
Precisamos entender que existem vários tipos de situações e para cada uma
delas necessitamos estar devidamente adequados, não somente nos aspectos
da vestimenta, mas também, no plano da linguagem e do comportamento. E
quando se trata de linguagem, podemos observar algumas formas que existem
na língua portuguesa: culta, coloquial, vulgar, regional e grupal. Atente,
portanto, para os conceitos a seguir:
DUPLO SENTIDO
Tenhamos muito cuidado com a utilização de termos coloquiais que podem
trazer duplo sentido, quando utilizamos em determinadas regiões. A
linguagem verbal deve ser adequada ao público. Por exemplo, em alguns
lugares, o termo “pegar na veia” significa acertar em cheio, mas, em outros,
significa ter relação sexual com uma mulher e engravidá-la. Outro exemplo é
o termo “peia” que, em algumas regiões, significa bater em alguém, mas em
outras significa órgão genital masculino.
Devemos também ter cuidado com a junção de palavras e das pronúncias.
Alguns acontecimentos são bem costumeiros em nossa língua, mas também
existem outros que são composições da própria pessoa. Nessas
circunstâncias, precisamos ter atenção especial. É o caso, por exemplo, da
cacofonia, que pode produzir ruídos na comunicação e que, de fato, vai
requerer do orador um maior cuidado. Cacofonia é a emissão de sons
desagradáveis ao ouvido, formados pela combinação do final de uma palavra
com o início da seguinte e podem dar um sentido ridículo para a frase, por
exemplo: por cada; boca dela; vou-me já; ela tinha; essa fada; aquele guri lá;
fé demais; eu vi ela. Devemos evitar composições como essas para não
sermos mal interpretados, sem esquecer que, em muitos casos, está
gramaticalmente errada a utilização do termo.
DIFICULDADES NA FALA
Necessitamos observar como está a nossa oralidade. Existem casos de falta
do conhecimento técnico da língua, mas outros são questões de saúde ou
composição física. Esses requerem acompanhamento por parte de um
profissional especializado.
Certo dia, chegou em uma das instituições que leciono um jovem
extremamente motivado, desejando ser um comunicador. Tinha um excelente
nível intelectual, mas no momento em que iniciava a comunicação de uma
notícia nos exercícios em estúdio, não conseguia pronunciar claramente as
palavras. Aquele aluno tinha o que popularmente chamamos de “língua
presa”. Incomodado com a situação, ele procurou um profissional de saúde
para ajudá-lo. Dessa forma, o profissional indicou que ele passasse por um
processo cirúrgico simples e, para a nossa alegria, ficou completamente livre
daquela situação.
Às vezes, uma visita ao dentista para alguns ajustes na arcada dentária,
sessões de fonoaudiologia e/ou acompanhamento psicológico são, de fato,
importantes para que problemas na fala possam ser tratados com a
importância que merecem.
Vale ressaltar que o conselho de procurar uma ajuda profissional se estende
também a pessoas que se queixam de rouquidão constante, tosses crônicas ou
coisas semelhantes. Por incrível que pareça, até problemas de estômago
podem gerar reações do organismo, trazendo algum sintoma que prejudique o
processo da fala.
Atenção. Evite qualquer gesto que possa ser considerado obsceno ou, no
mínimo, constrangedor para aquela audiência.
CAPÍTULO 9
DESENVOLVENDO A ORATÓRIA
1.Falta de prática
2.Falta de conhecimento
3.Receio de se expor
4.Medo de errar em público
5.Falta de organização do pensamento em relação à linha de
argumentação
6.Sentimento de despreparo
7.Não acreditar no próprio potencial
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade
exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz.
— 1 Pedro 2:9; RA
O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista
aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do
Senhor.
— Lucas 4:18-19; RA
Assim veio a mim a Palavra do SENHOR, dizendo: “Antes que te formasse no ventre
te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por
profeta”. Então disse eu: “Ah, SENHOR Deus! Eis que não sei falar; porque ainda
sou um menino”. Mas o SENHOR me disse: “Não digas: Eu sou um menino; porque
a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Não temas
diante deles; porque estou contigo para te livrar”, diz o SENHOR. E estendeu o
SENHOR a Sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: “Eis que ponho as
minhas palavras na tua boca. Olha, ponho-te neste dia sobre as nações, e sobre os
reinos, para arrancares, e para derrubares, e para destruíres, e para arruinares;
e também para edificares e para plantares”.
— Jeremias 1:4-10; ACF
Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo
e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava
reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens, e
nos confiou a mensagem da reconciliação.
— 2 Coríntios 5:18-19; NVI
Não estou, com isso, dizendo que todos têm de ser palestrantes falando a
multidões, mas de uma coisa não podemos esquecer: oratória é muito
importante para nossa vida, nas relações humanas e profissionais. Em uma
entrevista de emprego, em que há dois candidatos que têm basicamente o
mesmo nível de formação acadêmica e experiência profissional, normalmente
será selecionado aquele que se saiu melhor na apresentação de suas ideias,
nas dinâmicas de grupo. Por isso, desenvolva sua oratória e certamente mais
portas serão abertas para você em diversas áreas. Pense nisso!
2. Seja Você
Não queira imitar outros pregadores, seja você mesmo. Muitas pessoas têm
problemas com a autoaceitação, sendo, na maioria das vezes, mais fácil
parecer com quem já sabidamente é aceito pela audiência, e é aí onde muitos
erram, passando a ser cópias, quando, na verdade, Deus criou cada um de nós
com um jeito único de ser, para o louvor de Sua glória. Precisamos ter claro,
em nosso coração, que dificilmente agradaremos sempre 100% do auditório.
As pessoas irão se identificar com a nossa linguagem e o nosso jeito de ser
quando começarmos a nos assumir pessoal e publicamente.
4. Plano B
Tenha sempre um plano B quando se tratar de aula ou palestras temáticas
específicas. O erro de muitos é não estarem preparados para situações
inesperadas, portanto, devemos estar prontos, para não sermos pegos de
surpresa em algum imprevisto. Imagine preparar toda uma aula com mapas,
fotos, vídeos, slides e na hora sua máquina ou o projetor quebrar. Sempre
indico levar backup do material em CD, DVD, pen drive, HD externo e/ou
colocar os arquivos em serviços de armazenamento de arquivos na internet.
Recordo-me de um dia em que iria ministrar aulas em uma turma do Centro
de Treinamento Bíblico Rhema Brasil, em Recife (PE), e estava sem laptop,
levando meus arquivos em CD.
Eu estava com três CDs com os mesmos arquivos, e ao chegar à escola, o
primeiro apresentou erro, o segundo também, mas graças a Deus o terceiro
funcionou! Que alívio, não é? Imagine se o terceiro não funcionasse! Esse é
outro ponto importante sobre preparação. Aconselho que você tenha um
roteiro impresso ao qual possa recorrer caso aconteça algum imprevisto, além
de ter internalizado o conteúdo, para transmitir com ou sem recursos visuais.
Já aconteceu comigo de estar ministrando, utilizando recursos visuais e a
energia acabou. Sem maiores problemas continuei a minha aula, pois eu
havia feito o “dever de casa”.
Também aprendi a carregar cabos para conexão de áudio na mesa de som,
adaptadores tipo P2/P10 e P10/P2 entre outros, pois, algumas vezes, pela
falta de um simples adaptador, deixei de exibir materiais preparados com
tanto esmero para uma palestra. Imprevistos podem acontecer, mas se você
estiver prevenido, sairá na frente.
6. Improviso
Às vezes, a palavra “improviso” pode ser mal interpretada. Não quero que
associemos, no objeto de nosso estudo, essa palavra a desleixo, muito embora
saibamos que, em algumas ocasiões, estejam relacionadas. Como um
excelente comunicador, você já sabe que não podemos ser desleixados nas
práticas ministeriais, na vida, na homilética e na oratória.
Precisamos saber lidar com situações inusitadas e termos uma rápida
adequação diante de uma situação inesperada, que certamente nos levará a
não deixar lacunas na comunicação, e aí é que vem o saber trabalhar com a
arte do improviso.
Para que sejamos bem-sucedidos no jogo de cintura, alguns cuidados são
extremamente necessários. O primeiro deles é ter conhecimento do caminho
que você está se propondo a seguir e ter conhecimento do assunto que não
estava na pauta inicial. Isso fará toda a diferença. Procure falar do que você
tem segurança e lembre-se de que você está conduzindo o avião e, para onde
for, tenha segurança no que vai falar e/ou fazer.
Costumo utilizar em aulas de comunicação uma técnica que pode ilustrar
muito bem o quanto é sério desenvolvermos habilidades de lidar com o
improviso, e o resultado é a perplexidade dos alunos ao perceberem que não é
uma tarefa tão fácil quanto se imagina.
O exercício é o seguinte: distribuo de modo aleatório para os alunos um
recorte com uma matéria jornalística. Eles têm de ler e pensar no texto para
depois de três minutos transmitir aquela notícia em trinta segundos. O
interessante é que, na maioria das turmas em que apliquei a técnica, alguns
alunos ficavam a se gabar, falando: “Só trinta segundos?”. Quando íamos
para a prática, boa parte não chegava aos vinte e cinco segundos. A situação
se agravava quando se viam diante da câmera e ouviam a contagem
regressiva (que eu pessoalmente fazia) para a gravação dos trinta segundos.
Nessa hora, alguns tinham o famoso “branco”, outros gaguejavam, outros até
iniciavam bem, mas não davam continuidade ao raciocínio e poucos
chegavam ao término satisfatório da atividade.
E por que isso acontece? Porque muitas daquelas informações não estão
contidas no universo de leitura, nem de conhecimento e entendimento deles.
Além de não dominarem o assunto, muitos também não desenvolveram o
hábito de fazer leitura compreensiva do texto, e sim apenas decorar a matéria,
sem entender o que está escrito.
Fazer uma leitura compreensiva, demarcar as frases importantes que se
transformam em tópicos do roteiro e trabalhar a concentração são orientações
que nos favorecem diante de situações práticas como essa. O que pode fazer a
diferença é o quanto você lê e está inteirado com diversos assuntos da
atualidade e/ou do universo eclesiástico. Outro ponto importante é a falta de
hábito de falar diante das câmeras ou gravadores. Nesse caso o treino para
desenvolver esse hábito trará mais segurança nos momentos em que a ocasião
pedir.
Indico sempre para quem está iniciando na arte de discursar, que fale
daquilo que tem facilidade. Normalmente, nas primeiras ministrações, fala-se
muito do testemunho pessoal — só você sabe a ordem e os pontos mais
importantes para destacar. Então, não esqueça: comece falando do que você
está acostumado a falar. Destarte, evite discursar de improviso, a não ser que
tenha bastante domínio sobre o assunto.
7. Cultura e Costumes
Procure respeitar a cultura e os costumes do público. Em uma cultura
diferente, busque saber antes e peça para um nativo ajudá-lo a conhecer
expressões, gestos e palavras que podem ou não ser utilizados.
9. Repetições de Expressões
Cuidado com o uso excessivo de expressões como: “né”, “amém”,
“aleluia”, “então”, “sendo assim”, “tipo”. Ou de sons como: “ham”, “hum”,
“ééééé”. Presenciei o caso em que um amigo estava ministrando a Palavra e
ele repetia tantos améns que as pessoas deixaram de atentar para a mensagem
e passaram a contar os améns que ele proferia. Chegaram a contar cerca de
cento e vinte e nove améns em uma única mensagem. Isso tira a atenção das
pessoas e prejudica a compreensão da ministração.
Não é interessante iniciar uma fala com “amém?”, pois poderá vir a
pergunta: “Amém pelo quê?”. A palavra amém denota concordância,
aprovação para algo que foi declarado.
Quanto a pedir para a audiência repetir suas frases, isso não é proibido,
porém não deve ser feito a todo o momento. A maioria dos ouvintes não
aprova ter de ficar repetindo frases ou falando com o irmão que está ao lado
muitas vezes ao longo da mensagem. Quando fizer isso, formule frases
pequenas.
12. Vestimenta
Bom senso é a palavra-chave quando se trata de composição visual. O
ajuste ao corpo e ao tamanho deve, de fato, ser objeto de muito critério por
parte do orador.
Existe uma palavra que é muito utilizada no meio técnico de rádio e TV,
bem como no meio jurídico, que é: DEPENDE. Depende da ocasião, depende do
público, depende do horário, depende da proposta do evento. Ministrar para
adolescentes de roupa social e gravata, a meu ver, não combina com a
proposta, não é? Mas devemos ter em mente que o mais importante para o
orador é a mensagem que ele quer transmitir. A roupa não deverá tirar a
atenção das pessoas.
Mesmo sabendo que a adequação da roupa depende muito da ocasião, não
podemos esquecer de que, como comunicadores da Palavra revelada,
necessitamos ter princípios básicos para que não sejamos motivo de
escândalo diante das pessoas.
Durante o sermão, sugere-se para as mulheres não usar alças, decotes e
transparências, tendo muito cuidado também com rendas. Não é proibido,
mas recomenda-se que a roupa da ministrante esteja devidamente forrada,
para que não exiba partes do seu corpo, resultando em uma conotação
sensual.
É extremamente recomendável às mulheres utilizarem anáguas, forros em
suas saias e vestidos, pois normalmente a iluminação dos altares deixa
determinados tipos de tecidos e cores com certa transparência e o forro ajuda
muito. Certo dia estava em um encontro, em um grandioso auditório e uma
mulher muito distinta foi convidada a subir à plataforma e proferir algumas
palavras. A iluminação daquela plataforma estava bem preparada, mas aquela
convidada, não, pois utilizava um vestido muito discreto, porém quando
subiu ao palco, toda a silhueta estava à mostra, já que o vestido não era
forrado adequadamente. A situação foi constrangedora.
Deve-se ter cuidado com as fendas das saias, bem como, não usar calças e
saias extremamente apertadas, pois, além de dificultar a locomoção da
própria preletora, demarca o corpo, podendo atrair a atenção dos homens para
a mulher de modo sensual.
Temos o costume de erguer as mãos em nossos cultos, e diante disso, é
muito importante que, ainda em casa, a mulher possa observar em frente ao
espelho a altura da blusa ao levantar os braços para que, no altar, diante da
audiência, não esteja exibindo a barriga e, consequentemente, tirando a
atenção das pessoas.
Em resumo: mulher, você é templo e morada do Espírito Santo. Peça ajuda
a Ele em relação a suas composições de roupa, e certamente Ele irá guiá-la
nas escolhas corretas. Seu corpo não deve ser usado como instrumento de
queda de homens, e sim como instrumento de glorificação ao Rei dos reis e
Senhor dos senhores.
Da mesma forma, os homens são templo e morada do Espírito Santo e,
diante disso, pode contar também com Sua ajuda gloriosa. Então, indica-se o
mesmo em relação a roupas extremamente apertadas, que devem ser evitadas.
Já vi ministros no altar usando calças tão apertadas, que isso constrangia a
audiência. Um orador, principalmente cristão, deve ter cuidado para não
escandalizar. Sua roupa não pode chamar mais atenção que a mensagem
preciosa que você está sendo chamado para proclamar.
Quanto à questão das camisas, ainda para os homens, elas devem estar
passadas e bem adequadas ao corpo. Falando das gravatas, não se esqueça de
verificar se ela está na altura do cinto, se o nó está adequado e também se ela
está em bom estado de conservação.
Tenho andado em muitas cidades incentivando os homens a investirem um
pouco mais em gravatas, cintos e sapatos, pois muitos não têm cuidado com
esses acessórios.
O cinto deve ser da mesma cor do sapato.
Não vá discursar com a chave do carro e/ou o celular presos na calça.
Evite subir ao altar com objetos nos bolsos, como carteira, moedas, chaves
e canetas, pois, além de ser deselegante, tira a atenção das pessoas.
Não coloque caneta esferográfica no bolso da camisa. Tenha cuidado
também com certos tipos de canetas, pois já vi alguns ministros que foram
chamados para participar de uma gravação em vídeo e, na grande iluminação
do estúdio, a caneta ou o prendedor de gravata passava a refletir a luz do
estúdio na gravação. Isso tudo tira a atenção das pessoas daquilo que é mais
importante: a mensagem.
13. Sapatos
Dê preferência a sapatos confortáveis, limpos, devidamente engraxados e
em perfeito estado de conservação. No caso do salto, para mulheres, procure
adequar o tamanho, para não correr risco de tropeçar, por exemplo, em algum
carpete. Possivelmente, pessoas deixarão de atentar para a mensagem para
ficar pensando como ela consegue andar com um salto tão alto assim?, ou
até cuidadosas para que não ocorra algum acidente diante de obstáculos que,
muitas vezes, estão presentes em algumas plataformas.
Sei que você deve estar pensando, mas isso não deveria ser assim. O altar
das igrejas deveria ser completamente livre para que o preletor pudesse se
mover com liberdade. Exatamente! Mas se sabemos que não acontece assim,
precisamos estar sempre preparado(a)s para essa realidade.
14. Cabelos
No caso dos cabelos, sugere-se, de preferência, mantê-los presos ou
utilizando algum produto que os mantenham fixos. Você já viu alguém
falando em público e toda hora tirando os cabelos dos olhos? Ajeitando a
cada momento? Isso promove inquietação em quem está assistindo. Temos de
ter cuidado em relação à aparência. Os cabelos devem ser bem tratados. Não
há uma regra em relação ao comprimento, mas, na verdade, ele necessita
estar bem adequado ao rosto e não atrapalhar enquanto discursa.
15. Barba
Deve estar bem feita. Caso decida usar barba “cheia”, bigode ou
cavanhaque tenha cuidado de mantê-los bem aparados e ajustados
devidamente ao rosto. Uma barba malfeita pode passar impressão de
desleixo, de uma pessoa que não tem cuidado consigo.
16. Unhas
As unhas devem estar tratadas e limpas. No caso das mulheres, é preferível
que estejam com as unhas no modo natural a estar com esmalte danificado. A
preferência é para as cores discretas, sempre lembrando que depende muito
da ocasião.
As Mãos
Enfatizam o que se fala quando estão acima da cintura, caso contrário
podem tirar a atenção do seu rosto. Se, por acaso, sentir a necessidade de
utilizar anotações na apresentação, indico que use algum equipamento
eletrônico do tipo tablet ou iPad, ou faça uso de fichas impressas com papel
grosso em meio ofício, pois, além de ficar bem clean, reduz, para o público, a
visualização de seu nervosismo caso esteja trêmulo. Se dispõe de púlpito,
mesa de apoio ou similar, é interessante que possa manter as anotações
apoiadas, permitindo que as mãos estejam livres e disfarçando mais o
nervosismo.
Evite colocar a mão no bolso ou na cintura. Muitas vezes o orador se apoia
dessa maneira por se sentir à vontade, por costume ou até mesmo por estar
nervoso, querendo esconder a mão, porém com esse ato corre o risco de tirar
a atenção das pessoas e, em algumas ocasiões, parecer deselegante. Para não
correr esse risco, é aconselhável evitar!
Tronco
Não podemos ficar como fantoches ou estáticos como múmias ou, ainda,
nos movimentar em excesso. Você já viu alguém ministrando, andando de
um lado para o outro da plataforma exageradamente? A sensação é que você
está assistindo a uma partida de tênis. O orador tem sim que procurar cobrir
todo o auditório, mas não necessita estar toda hora andando de um lado para
o outro.
A postura deve ser ereta e, para isso, não fique de pernas abertas enquanto
fala, nem as deixe juntinhas, pois não causará boa impressão. Não fique
batendo o pé enquanto discursa. Portanto, deixe as pernas bem apoiadas,
balanceando o peso sobre elas.
O Olhar
Nesse ponto, algumas atitudes devem ser evitadas:
• Fugir com os olhos para baixo, para cima ou para os lados — o ouvinte
tem a impressão de que não tem a atenção do orador.
• Olhar desconfiado — gera incerteza.
• Fixar o olhar — não se deve fixar o olhar em uma pessoa ou em algum
ponto. Vejamos: estou ministrando uma palavra sobre o tema adultério e
fico olhando para alguém que está no auditório com seu cônjuge. Imagine
o que vai passar na cabeça do cônjuge: Meu Deus, será que o meu marido
está em pecado? Será que ele está me traindo? Na cabeça dos outros que
estão no mesmo lugar: Esta palavra está sendo para ele... Na cabeça do
pobre homem: Meu Deus, o que será de mim quando sair desta reunião?
O que será que a minha mulher está pensando? E as pessoas?
Parece brincadeira, mas não é! Precisamos ser cuidadosos para não
constrangermos as pessoas. No caso de se ter uma direção de Deus sobre um
assunto tão delicado, tenha sabedoria para tratar sem expor as pessoas a
situações indesejadas. Indica-se, dependendo da ocasião, buscar um momento
de ministrar para aquela pessoa em específico, sem que o microfone esteja
ligado, em uma conversa particular, juntamente com o seu pastor, caso você
seja um ministro convidado e/ou indicar àquela ovelha para um
acompanhamento pastoral mais próximo.
Olhe para as pessoas, deixe que elas se sintam contempladas pelo seu olhar.
Existem lugares em que a disposição do auditório irá exigir de você um
pouco mais de esforço. Não fique apenas olhando para uma parte do público.
Já ministrei em lugares em que, lateralmente, existia uma quantidade de
pessoas sentadas e eu precisava também ministrar para elas. Elas não
poderiam sair com a sensação de que foram esquecidas pelo fato de apenas
me concentrar nas pessoas que estavam na minha frente. É um pouco mais
trabalhoso, mas vale muito a pena. Contemple as pessoas com o seu olhar.
Quando Sentado
Evite cruzar as pernas, deixando o solado do sapato à mostra para o
auditório. No caso do homem, deve-se ter atenção para NÃO cruzar as pernas
do mesmo modo que as mulheres.
Caso esteja em uma cadeira giratória, evite ficar todo o tempo girando,
mesmo que seja com pequenos movimentos. Sente-se adequadamente, nem
tão tenso nem relaxado demais. O indicado, quando sentado, é que os pés
estejam bem apoiados no chão. No caso dos homens, deve-se adotar uma
postura tranquila, com as pernas levemente abertas. Cuidado para não ficar
com as pernas abertas demais. Os homens têm o costume de abrir muito as
pernas quando sentados. Isso deve ser evitado! As mulheres devem manter as
pernas levemente juntas. É muito deselegante uma mulher sentar com as
pernas abertas.
CAPÍTULO 10
MICROFONES
ENTENDENDO OS MICROFONES
Cada microfone possui uma classificação para um uso mais adequado a que
se destina. Já cheguei a lugares em que cantores estavam utilizando para voz
um microfone de captação de instrumento percussivo. Alguém poderia dizer:
“Mas ele não está cantando?”. Sim, ele estava cantando, mas aquele
equipamento foi construído para uma melhor captação a determinadas
frequências, subutilizando o próprio talento vocal. Seria diferente se ele
estivesse com o equipamento adequado.
Constantemente falamos e ouvimos que devemos ter excelência na obra de
Deus e logo muitos pensam em um prédio, com arquitetura bacana, ar-
condicionado, cadeiras, uma boa recepção e diáconos bem preparados. De
fato, isso faz parte da composição de excelência para uma obra, mas não
podemos esquecer que a comunicação no altar é tão importante quanto essas
coisas. As pessoas precisam entender que, quando falamos de excelência na
obra de Deus, a comunicação está envolvida e, por conseguinte, os
equipamentos também deverão fazer parte do nosso nível de excelência,
como também a sua adequação às necessidades. Mas de que adianta ter um
equipamento de excelência e não saber utilizá-lo?
MICROFONE DE MÃO
No que diz respeito ao uso adequado do microfone de mão, recomenda-se
utilizá-lo a uma distância de cinco a dez centímetros da boca. É claro que se
faz necessário, com o operador de som, fazer a passagem de som,
anteriormente ao uso. Já vi ministros falando com o microfone na altura do
umbigo e ainda pedindo para o operador de áudio aumentar mais o volume.
Respeite a distância indicada e a captação estará adequada.
Não devemos falar com o microfone tão distante da boca, porque será
necessário aumentar extremamente o volume para se captar alguma coisa,
mas também nem tão colado a ela, para não distorcer a voz, nem trazer danos
à saúde do que se propõe a falar ou cantar. Isso mesmo! Danos à saúde sim. E
por quê?
Você já parou para pensar que, quando falamos, além do som, do ar,
também sai saliva da boca? Imagine a quantidade de saliva acumulada no
globo (parte superior) do equipamento. Não é prudente encostar a boca ali!
Também já vi pessoas enrolando o fio do microfone ao falar. Isso não é
adequado, pois poderá trazer dano ao fio e, em alguns casos, ao próprio
microfone, forçando e desgastando a conexão da base.
Até a forma como você segura o microfone pode facilitar sua comunicação.
Segure-o com firmeza, projete a voz em direção ao ponto central do aparelho,
respeitando a correta distância, onde a captação será mais adequada.
Ao utilizar microfone de fio, recomenda-se estar devidamente calçado para
evitar possíveis descargas elétricas, oriundas de falhas na composição elétrica
da estrutura do local. Estar devidamente protegido será sempre recomendado.
Certo dia, presenciei, em um parque aquático, um profissional de recreação
que iria iniciar o trabalho pegando o microfone. Ele estava descalço e as
pessoas passavam molhadas perto dele. Fui até ele e indiquei que se
protegesse, pois poderia levar um choque. Ele ouviu a minha sugestão e foi se
calçar.
Há muitos anos estava apresentando um evento ao ar livre em um grande
palco montado. Ele havia sido inspecionado pelos órgãos competentes e
achava-se que estava “dentro dos padrões”. Em dado momento, ao chamar
uma atração, saí de cena e ao me encostar e segurar na estrutura do palco,
levei o maior choque da minha vida. Meu corpo foi impulsionado para a
frente. Foi uma descarga muito forte.
Certo dia, um amigo, ministrando a Palavra em um seminário bíblico,
estava utilizando um microfone de mão com fio. Lá pela metade da aula,
começou a pular e as pessoas pensavam que estava assim por causa do poder
de Deus. Depois de alguns segundos, quando conseguiu se desvencilhar do
microfone, exclamou: “Irmãos, isso não foi unção, foi um choque que eu
levei!”. Parece engraçado, mas é muito sério. Usar equipamentos conectados
à eletricidade requer uma atenção especial. Por isso, alguns cuidados são
sempre necessários, como:
MICROFONE DE LAPELA
É muito usado em estúdio de TV para programas gravados ou apresentados
ao vivo. Você já observou que normalmente em programas como telejornais,
os âncoras utilizam dois microfones de lapela? Isso se dá por um aspecto de
segurança em transmissões ao vivo, para que, caso haja falha de um durante a
comunicação, o outro já esteja pronto, dando suporte. Quanto ao uso,
praticamente não apresenta grandes problemas: ele é preso na roupa por uma
presilha e é de fácil manuseio. É muito útil quando se requer liberdade de
movimentos.
PREPARAÇÃO DE SLIDES
Um slide mal preparado também causa ruído na comunicação. Decida se
você irá utilizar slides na sua palestra e, se for, fique atento a estas dicas
importantes. Prepare-os observando critérios corretos, lembrando que estas
recomendações devem ser observadas respeitando sempre a proposta do
projeto, sendo possível realizar adaptações:
VÍDEOS
No caso de utilização de vídeos por parte do orador, alguns cuidados
deverão ser observados:
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
— Romanos 12:18; ACF
Tenha cuidado com as fotos que você usa em suas postagens ou perfis, para
que as pessoas não fechem seus corações, pois podem achar que suas práticas
pessoais não condizem com suas ações no altar. Tenhamos muito cuidado
para fugir da aparência do mal, conforme 1 Tessalonicenses 5:22. Que
possamos usar os canais de comunicação com a estratégia de alcançarmos
vidas com nosso testemunho e conduta cristã, sempre.
CAPÍTULO 12
ORIENTAÇÕES E SUGESTÕES
PARA CERIMÔNIAS —
OCASIÕES ESPECIAIS
ANIVERSÁRIOS
• Seja bem específico em sua mensagem.
• Ore pelo aniversariante, seja simpático, cumprimente os demais
convidados e se alegre no Senhor que o ungiu para proclamar as boas
novas.
Jovens
Adultos
• Salmos 27:14; 103:1-5
• Filipenses 4:1, 4-7; 1 Tessalonicenses 5:23-24
• Hebreus 6:10-11; 1 Coríntios 15:58
• 2 Timóteo 2:1
APRESENTAÇÃO DE CRIANÇAS
1.Solicite aos pais que conduzam a criança até o altar.
2.Coloque a criança no braço (caso não tenha domínio de lidar com bebês
recém- nascidos ou, se o bebê estiver dormindo, você pode deixá-lo
com a mãe ou o responsável).
3.Nessa ocasião, o celebrante pode pedir aos pais que façam uma
profissão diante do Senhor para que, com sabedoria, estejam criando
seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor.
4.Ore pela criança e pelos pais (mesmo que não sejam crentes).
5.Caso necessário, solicite à igreja para não aplaudir, para não assustar a
criança.
CASAMENTO
A cerimônia de casamento não se resume apenas àquele período solene e de
confraternização. O matrimônio é o início de uma nova família, a qual deve
estar pautada nos princípios de Cristo. Por isso, é necessário que o ministro
faça um acompanhamento pré-nupcial. Normalmente, faço o confronto de
ideias, propósitos e realidades da vida dos dois. Procuro mostrar não somente
o lado bom do casamento, pois sei que ele, por si só, será vivido, mas
acredito ser necessário demonstrar os desafios e as situações que envolvem o
ato, bem como, as bases bíblicas. Sempre realizo os encontros pré-nupciais
ou curso de noivos por volta de dois meses antes de o casal ir ao cartório dar
entrada nos papéis. Já tive caso de um casal perceber que não era tempo de
casar, por não estarem maduros o suficiente naquela relação. Tempos depois,
eles refizeram o curso e aí, sim, casaram.
Divido as ministrações do curso de noivos em quatro temas. Na primeira
lição, faço um questionário voltado às questões familiares e de criação,
demonstrando para eles que mundos diferentes passarão a estar convivendo
juntos; na segunda, trabalho a questão de conflitos e de como os dois reagem
diante de algumas situações; na terceira, trabalho as questões financeiras e de
administração do lar, já na quarta, trato juntamente com a minha esposa das
questões de sexo e métodos contraceptivos, indicando ao casal que realizem
exames pré-nupciais. Aqui aproveito para falar da cerimônia também.
Esses encontros também servem para acertar as questões do cerimonial.
Muitas vezes os noivos querem fazer coisas que não podem pelas normas do
templo ou local da recepção. Por essa razão, tudo deve ser combinado antes,
evitando situações desagradáveis no dia da festa.
É importante que o celebrante solicite com antecedência a certidão de
casamento ou os documentos necessários para a realização da cerimônia. Por
exemplo, quando os noivos decidem o casamento religioso com efeito civil,
eles devem apresentar ao celebrante a habilitação do cartório para que a
secretaria da igreja prepare a ata que deverá ser assinada no ato da cerimônia
e levada ao cartório, pelos noivos, no prazo estabelecido, para que possam
obter a certidão de casamento.
De posse dos documentos, não deixe de preencher o livro de registro da
igreja e não se esqueça de levá-lo, com a ata para o cartório, no caso do
casamento religioso com efeito civil. Também é importante combinar
previamente com o cerimonial quem vai assinar o livro e indicar o local da
assinatura, chamando, na sequência: noivos, pais e testemunhas para irem até
o livro ou o livro ir até eles — conforme acordado com a equipe de
cerimonial.
Quanto à questão da duração da cerimônia, já vi muitos ministros
realizando cerimônias extremamente longas, e isso não é muito bom. Sua
reflexão deve ser bem sucinta, pois a grande base para aquele casal deve ter
sido tratada nos aconselhamentos. Na reflexão, não se esqueça de que muitos
casais que estão na cerimônia necessitam também ser alcançados, mas o faça
com simplicidade e sensatez. A cerimônia deve durar cerca de quarenta a
cinquenta minutos com todos os atos realizados. As pessoas ficam mais
receptivas quando percebem uma cerimônia leve e com o tempo adequado.
Na celebração é possível ter algum momento especial, desde que
combinado antecipadamente com o celebrante. Os noivos poderão declamar
uma poesia, fazer um agradecimento ou uma declaração de amor, cantar uma
música ou até mesmo uma santa ceia entre o casal.
Como celebrante e bom cristão, seja simpático com as pessoas, procure
cumprimentar os demais convidados! Certo dia fui abordado por uma distinta
senhora que, surpresa pelo meu cumprimento, falou para a filha, que estava
ao lado: “Filha, ele é um pastor acessível! Nunca pensei que um pastor
pudesse ser assim”. No decorrer da conversa, ela me informou que nunca
participara de uma cerimônia evangélica e que, de fato, havia superado suas
expectativas, pois a impressão que tinha era de que o pastor seria muito
fechado e inacessível. Glória a Deus que, pela minha atitude espontânea de
cumprimentá-la, um grande sofisma foi quebrado.
Em meu livro, Grandes Gestores, Excelentes Comunicadores, eu aprofundo
essa discussão e demonstro a necessidade de que nós, líderes, devemos ser
acessíveis. Isso faz parte da nossa oratória porque o nosso discurso vai além
das palavras.
PROFISSÃO DE VOTOS:
PARA O NOIVO:
___________________________________, VOCÊ RECEBE
_____________________ COMO SUA ESPOSA, COMO SUA
PRÓPRIA CARNE, PARA AMÁ-LA COMO CRISTO AMA A
IGREJA, PARA PROTEGÊ-LA E CUIDAR DELA PELO RESTO DE
SUA VIDA?
Resposta: Sim.
Então, vire-se para ela e faça esta profissão de fé: Eu,
___________________, de acordo com a Palavra de Deus, deixo meu pai
e minha mãe e me junto a ti, para ser teu marido. Recebo-te como minha
legítima esposa, para amar-te com todo amor do meu coração, para dotar-
te com todos os meus bens materiais, para dar-te toda honra do meu nome
e para compartilhar a graça do meu Deus. Deste momento em diante, nós
seremos um.
PARA A NOIVA:
____________________________________, VOCÊ RECEBE
_________________________ COMO SEU MARIDO,
SUBMETENDO-SE A ELE COMO AO SENHOR, MOSTRANDO
REVERÊNCIA A ELE COMO O CABEÇA DESTA UNIÃO PELO
RESTO DE SUA VIDA?
Resposta: Sim.
Então, vire-se para ele e faça esta profissão de fé: Eu,
_______________________________, de acordo com a Palavra de Deus,
submeto-me a ti, para ser tua esposa. Recebo-te como meu legítimo
esposo. Onde tu fores, irei também. Onde tu morares, morarei também.
Teu povo será o meu povo, e teu Deus é o meu Deus. Deste momento em
diante, nós seremos um.
CELEBRAÇÃO DA CEIA
1.Convide os diáconos para que eles peguem as bandejas do pão e do
vinho.
2.Ore ou solicite aos diáconos para que apresentem ao Senhor os
elementos.
3.Explique quem pode participar da ceia — é importante que você possa
conhecer qual a visão do “seu” ministério quanto a essa parte.
4.Convide os irmãos que possam estar vivendo uma vida em pecado para
que se arrependam e confessem ao Senhor e deixem o erro.
5.Solicite aos diáconos que distribuam os elementos. Eles simbolizam o
corpo e o sangue de Cristo.
6.Uma vez que todos receberam, ministre a ceia utilizando o texto que
fala desse assunto.
SEPULTAMENTO
Desde 1996, realizo cerimônias fúnebres. Essa é uma situação que muitos
veem como terrível, mas eu vejo como uma oportunidade de ministrar a
Palavra. As pessoas estão tão abertas para a mensagem, que muitas
confessam a Cristo na própria cerimônia. Desde os meus primeiros passos na
caminhada cristã, percebi que Deus queria que eu estivesse preparado para
lidar com essas ocasiões especiais.
Um dia, ainda bem jovem, ao chegar à igreja me informaram: “O pastor não
poderá realizar a cerimônia em um sepultamento, e pediu que você fosse,
representando-o”. Não consigo esquecer-me daquele dia! Sempre tive no
coração que o obreiro tem de ser aprovado, bem preparado para manejar a
Palavra de Deus (2 Timóteo 2:15), e isso em todas as ocasiões. Mesmo ainda
dando os primeiros passos na obra de Deus, fui. Era o sepultamento de um
jovem que teve morte trágica. Lá estava uma grande multidão comovida com
aquela situação e eu teria de ser a boca de Deus para aquelas pessoas que
estavam desesperadas. Velório cheio, calor e um grande aperto. Ao chegar,
me dirigi à mãe, que aos prantos, dizia: “Tanto que eu falava para ele não
dirigir alcoolizado, nem daquele jeito”. Quando dei início à cerimônia, vi
pessoas chorando e passando mal e cantar foi a alternativa. Comecei a cantar
um hino de domínio público e as atenções se voltaram para a música, na
sequência, a ministração da Palavra (sem perder tempo — a Bíblia já estava
aberta no texto escolhido). Ao término da mensagem, as pessoas estavam
consoladas pelo Espírito e pela Palavra. Sem deixar um clima de acusação
para o jovem morto, vi o Espírito Santo operando consolo naquele velório.
Algumas dicas para a realização de uma cerimônia fúnebre: