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ISTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E

AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE
LICENCIATURA EM CONTABILIDADE PÚBLICA E
AUTÁRQUICA

Tema: Controlo e Avaliação, metodologias e


critérios de avaliação da Gestão Pública, e os
papéis da Gestão Orçamental e da
Contabilidade de Gestão

Cadeira: Contabilidade de Gestão do Sector


Público
Turma 3 4o Ano
Discentes:
Helena Constantino Cambane
Regina Bernardo Manhiça
Salomé Novela

Docente: Pedro José Miguel, Msc


Maputo, Abril de 2022
Introdução

A administração pública precisa de gestores bem qualificados para os devidos cargos,


onde devem desenvolver balanços, demonstrações financeiras e os relatórios que são
exigidos para demonstrar onde está sendo aplicado o orçamento público. Com esses dados
fornecidos são feitas avaliações para ver se tais metas foram atingidas, fatores
econômicos, e orçamentários, e também para ajudar a ter mais coerência na tomada de
decisões.
A contabilidade de gestão assume-se enquanto disciplina de suporte ao processo
orçamental, porque não só proporciona e prepara informação básica para controlo e
execução orçamental, como proporciona informação à gestão previsional, responsável
pela elaboração dos orçamentos.
No presente trabalho irá importância da gestão pública e tem como foco principal a o
controle e avaliação e o papel da gestão orçamental e contabilidade gestão.
Gestão Pública

Para que a gestão pública possa atingir os resultados positivos que almeja, isto é,
eficiência e eficácia na prestação de serviços à população, é necessário que haja uma
integração entre as quatro funções ou processos fundamentais que a compõem:
planeamento, organização, execução e controle.
 Ansoff (citado por António, 2006, p. 22) acrescenta que “o papel da gestão é
desenvolver diagnósticos antecipados sobre a envolvente e não esperar pela
constatação das mudanças da envolvente através das deficiências dos sistemas
operacional e administrativo, ou seja, a organização dever ter mecanismos que lhe
permitam agir e não reagir”.
Controlo e Avaliação
O controle tem como tarefa verificar se as ações estão sendo feitas de acordo com o que foi planeado,
organizado e com as ordens e fiscalização do poder público. Este tipo de organização recebe a
denominação de “terceiro sector”, por ter como objetivo gerar serviços de caráter público. Pode-se citar
como exemplo de organização sem fins lucrativos as associações de moradores (Morozini & Morozini,
2014).

O controlo de gestão pode ser definido como a organização, políticas e procedimentos internos usados
para assegurar que os programas do governo alcançem os resultados previstos; que os recursos usados
nestes programas sejam consistentes com os objetivos organizacionais; que os programas governamentais
sejam protegidos do desperdício, fraude e negligência dos gestores; e que a informação alcançada seja de
confiança, obtida atempadamente, reportada e usada na tomada de decisão. (OCDE, 1996)

Para ser eficiente, o controlo de gestão deve assim satisfazer 3 critérios:


• Ser apropriado (escolha do controlo certo no local certo, com medição do risco envolvido);
• Funcionar de forma consistente ao longo de todo o periodo pré-estabelecido, isto é, deve ser
integralmente cumprido por todos os colaboradores mesmo na ausência do responsável pelo
processo ou em períodos de sobrecarga de trabalho;
• Ser custo-efectivo, ou seja, o custo da implementação do controlo de gestão deve ser inferior aos
benefícios que advêm desse controlo.
Importância do Controlo de Gestão na Função Pública

O controlo de gestão tem um papel fundamental para a eficiência e eficácia das


organizações públicas, e para com o equilíbrio financeiro do Estado.
O controlo efetivo da gestão é claramente essencial para o sucesso das organizações
governamentais, como segurança contra desperdícios, abusos e fraudes, e como um meio
para assegurar que as políticas definidas pelos membros do governo são devidamente
implementadas.
O controlo interno da gestão é usado para assegurar que os objetivos da gestão estão a
ser atingidos, motivo pelo qual o gestor de topo de cada organização pública se deve
preocupar com a implementação, revisão e atualização da estrutura de controlo de gestão,
de modo a manter o processo efectivo.
Metodologias e critérios de avaliação

A avaliação, por sua vez, constitui-se em um processo de coleta e análise sistemática de


informações sobre características, processos e impactos de um programa, projeto, etc, de
forma a atribuir valor e analisar o mérito destes, gerando recomendações para
aperfeiçoar a gestão e a qualidade do gasto público.
Um controlo de gestão efetivo só é possível se recorrermos a ferramentas específicas
que permitam a avaliação do desempenho dos colaboradores e dos gestores.
A sua classificação é dividida em Instrumentos de Avaliação, de Comportamento e de
Diálogo, e são complementares.
Os Instrumentos de Avaliação

Segundo Jund (2006) são dos instrumentos mais importantes em que os gestores se
devem apoiam para tomar decisões nas organizações públicas. Temos como exemplos:
 O Plano Operacional;
 O Orçamento Operacional e o Controlo Orçamental;
 O Tableau de Bord (TDB) e o Balanced Scorecard (BSC).
Plano Operacional

 É um instrumento de previsão, a dois ou três anos,


de operacionalização do plano estratégico que
procur avaliar em que medida os objectivos
estratégicos (relativos a políticas comerciais, de
marketing, financeiras, de investimento, de
produção, de organização e de capital humano) são
concretizáveis considerando os recursos
operacionais das entidades públicas.
Orçamento Operacional e Controlo Orçamental

De natureza previsional, a um ano, é uma ferramenta que se traduz na operacionalização


do plano operacional. É a fase de negociação, aprovação, e determinação de objetivos e
respetivos planos de ação para o seu alcance em cada sector da organização.
Traduz-se no foco em diferentes componentes de natureza económico-financeira de
curto prazo (proveitos, custos, investimentos e tesouraria) que possibilitam o controlo
orçamental mensal ou trimestral, por exemplo, por comparação entre os valores reais
obtidos com o valor previsto no orçamento, num determinado espaço de tempo.
Tableau de Bord e Balanced Scorecard

São instrumentos rápidos de atuação no curto prazo e completos, com informação


quantitativa e qualitativa, de natureza retrospectiva e prospectiva, favorecendo o processo
de controlo de gestão.
O Tableau de Bord (TB) é um instrumento francês de origem nos anos 70, de avaliação
do desempenho para ajuda à tomada de decisão, que considera o organograma e a
hierarquia dentro de cada centro de responsabilidade. É personalizado de acordo com as
necessidades de cada gestor, que define: os objetivos considerando a estrutura e
organização de tarefas por centro de responsabilidade organizacional; as variáveis-chave
de ação com mais impacto no respetivo objetivo; e os indicadores de desempenho que se
entendem pertinentes, atendendo às variáveis-chave de ação previamente estipuladas.
Depois são analisados os desvios dos resultados alcançados face aos objetivos traçados,
com uma periodicidade previamente estabelecida.
Critérios de Avaliação

A Avaliação de Desempenho da Gestão pública identifica como dimensões críticas do desempenho de um


sistema de Gestão pública tendo em conta os seguintes critérios:
Credibilidade do Orçamento – O orçamento é realista e é implementado como intencionado;
Abrangência e transparência – O orçamento e a previsão do risco fiscal são abrangentes e, a informação
fiscal e orçamental são acessíveis ao público;
Orçamentação com base nas políticas – O orçamento é preparado tendo presente a política do Governo
e suas implicações a médio prazo;
Previsibilidade e controlo na execução orçamental – O orçamento é implementado de uma forma
ordeira e previsível e são efectuados arranjos para o exercício do controlo e gestão no uso dos fundos
públicos;
Contabilidade, registo e reporte – Informação e registos adequados são produzidos, mantidos e
disseminados para efeitos de controlo no processo de tomada de decisões, de gestão e de reporte;
Análise externa e auditoria – Arranjos institucionais e legais para a realização de actividades de
escrutinio às contas das instituições públicas estão em funcionamento e os mecanismos para o respectivo
acompanhamento e verificação do seguimento de recomendações efectuadas pelo Governo estão em
funcionamento.
Papel da Gestão Orçamental

 Segundo Jordan et al (2011, p. 77) “o orçamento é um instrumento de gestão de apoio ao gestor no processo de
alcançar os objectivos definidos para a organização, ou seja, um instrumento de decisão e de acção”.
Neste sentido Jordan et al. (2011) consideram como principais papéis do orçamento os seguintes:
 Planeamento – o orçamento significa o ponto de partida ao plano operacional a médio prazo, uma vez que este
último identifica os objectivos definidos no tempo, bem como as grandes acções para pôr em prática a estratégia;
 Descentralização – o orçamento, para que seja uma poderosa ferramenta de descentralização e de delegação de
autoridade, ela deve ser baseada em elementos bem definidos e quantificados e deve ser mais do que a
consolidação de um conjunto de orçamentos parcelares de cada centro de responsabilidade;
 Motivação – os orçamentos não são apenas simples instrumentos técnicos, se não influenciarem as atitudes dos
gestores para realizar melhores resultados, eles perdem o seu verdadeiro interesse e significado. A
descentralização e o planeamento só funcionarão se os gestores estiverem motivados para atingir os seus
objectivos e se forem criativos para elaborarem bons planos;
 Coordenação – o processo orçamental exige uma coordenação horizontal e vertical. No que se refere a
coordenação vertical cada gestor, para além de delegar autoridade e responsabilidade aos seus subordinados,
deve negociar os objectivos e meios de acção com a respectiva hierarquia assumindo a responsabilidade do seu
cumprimento. No que concerne a coordenação horizontal o orçamento deve constituir um instrumento de
diálogo e negociação dos objectivos e dos planos de acção entre os elementos da mesma linha hierárquica. Só
assim será possível assegurar a coerência global dos orçamentos parcelares por cada centro de responsabilidade;
 Avaliação – o orçamento, é por definição um instrumento de acompanhamento dos resultados sendo, por isso, a
base em relação ao qual se vão avaliar os resultados reais.
Papel da Contabilidade de Gestão

 Os propósitos da contabilidade de gestão são informar sobre o custo dos programas e


outputs produzidos, os custos e a qualidade dos serviços, o nível de eficiência e
eficácia da atividade produzi­da, o respeito pelo equilíbrio entre gerações (a geração
que beneficia dos bens e serviços deve pagar por eles), as variações nos ativos e a
situação financeira.. A mudança operada na passagem de um sistema para outro visa
responder, essencialmente, à necessidade de melhorar o processo de contabilidade e
transparência.
Conclusão

Com base nesse trabalho pode-se concluir que que a Gestão pública é muito complexa,
devido os procedimentos que devem ser seguidos. Visto que existe um grau elevado de
procedimentos a seguir na gestão pública, há necessidade de fazer controle e avaliação
dessa gestão.
controlo de gestão tem um papel fundamental para a eficiência e eficácia das
organizações públicas, e para com o equilíbrio financeiro do Estado.
Um controlo de gestão efetivo só é possível se recorrermos a ferramentas específicas
que permitam a avaliação do desempenho dos colaboradores e dos gestores.
Obrigado pela atenção
dispensada

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