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1. INTRODUÇÃO
Controlar: representa a segurança de que sua própria energia e ações, bem como as
de seus subordinados, estejam coordenados com a implementação dos objetivos da
organização.
A fixação de objetivos e metas é uma das etapas do planejamento que exige da empresa
uma anterior avaliação do cenário a fim de identificar as oportunidades e ameaças, tanto no seu
âmbito externo, como internamente. Após a análise prévia do cenário, o estabelecimento de
metas de faturamento é uma forma de definir a participação da empresa em seu mercado de
atuação.
Nosso objetivo será o de expor e discutir o uso de orçamentos como instrumento para o
planejamento e controle das atividades empresariais, realizados numa base sistêmica e que tome
em conta os objetivos, estratégias, planos e políticas da empresa face ao ambiente externo, nos
seus aspectos sociais, econômicos e políticos. Vale dizer que entendemos a ação orçamentária
como uma focalização possível do planejamento e do controle das atividades da empresa e a
definimos como Welsch: "abordagem sistemática e formal às responsabilidades de planejamento,
coordenação e controle da administração”.
A elaboração do orçamento é tarefa de toda a organização. Cada área será responsável por
alcançar determinadas metas, que deverão estar harmonizadas com as metas da entidade como
um todo. O orçamento é o instrumento que permite acompanhar o desempenho da empresa e
assegurar que os desvios do plano sejam analisados e adequadamente controlados.
Basicamente, um orçamento pode ser considerado um plano, uma meta, ou ainda um
objetivo, e desconhecemos definição melhor de “função orçamentária” do que a que diz ser esta
função primordialmente um sistema de planejamento e controle. Orçamento é a expressão
quantitativa e formal dos planos da administração, e é utilizado no sentido de apoiar a
coordenação e implementação desses planos. O orçamento global resume os objetivos de todas as
subunidades de uma organização (vendas, produção, distribuição, finanças); em outras palavras, o
orçamento é o instrumento que traz a definição quantitativa dos objetivos e o detalhamento dos
fatores necessários para atingi-los, assim como o controle do desempenho. A elaboração do
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Teoria do Mercado
O meio ambiente econômico (consumidores, concorrência, governo, etc) é um
dado e a empresa ajusta-se a ele.
O futuro da empresa pode ser manipulado numa boa extensão e, portanto, cabem
ações de P&C.
Balanço Patrimonial projetados. Nada mais confuso. Há de se atentar para o fato de que o edifício
contábil se constrói sobre normas legais que muitas vezes restringem uma significação econômica
aos fatos empresariais. Tomando o exemplo do princípio da competência, oposto ao de caixa,
podemos entender as sérias limitações que o apego à lógica contábil traria ao plano do
planejamento. Casos haveria em que a desempenhos superiores previstos nos documentos
orçamentários, corresponderiam atuações decepcionantes em termos de caixa (liquidez) da
empresa.
Igualmente, é forçoso reconhecer que os orçamentos não se tratam de técnica gerencial
separada, mas de um amálgama de outras técnicas de administração, dentre as quais: análises de
regressão, orçamento de capital, ponto de equilíbrio e controle de estoques. Sendo assim, a
elaboração orçamentária envolverá cada uma destas técnicas numa intensidade ditada por
circunstâncias como tamanho da empresa, complexidade produtiva, público-alvos, etc.
Como ponto final nesta introdução, devemos assinalar a condição sine qua non do
envolvimento da alta administração no processo para o estabelecimento do planejamento e
controle em bases formais numa empresa, uma vez que apenas ela pode ditar e mesmo impor a
implantação do P&C de ações executivas. Vale dizer que os naturais conflitos organizacionais que
adviriam da implantação dos orçamentos somente encontrariam resistência e enfrentamento se a
alta direção assumisse sem hesitação a via orçamentária.
Para Welsch, um programa orçamentário será sempre útil para qualquer organização,
independentemente de seu tamanho e de suas incertezas. Podemos citar como principais
benefícios os seguintes:
2. O PLANEJAMENTO
feita na tentativa de predizer o que irá acontecer no futuro, não importando se deverão
ser ou não mudanças na política da organização dos planos.
3) Avaliar os recursos existentes, pois a gestão tem como escopo o uso mais eficiente destes
recursos escassos (em inglês, apelidados de “4M” (men, machines, material and money)
homens, máquinas, materiais e dinheiro.
Este aspecto da função de planejamento inclui uma estimativa dos recursos externos
acessíveis e dos recursos internos já possuídos pela empresa com capacidade ociosa ou
que possam ser mais eficientemente utilizados.
2.1.1 ESTRATÉGICOS
O planejamento estratégico é conceituado como aquele planejamento que, centrado na
interação da empresa com seu ambiente externo, focalizando as ameaças e oportunidades
ambientais e seus reflexos na própria empresa, evidenciando seus pontos fortes e fracos, define as
diretrizes estratégicas. Diz respeito a um período de três a dez anos, normalmente chamado de
planejamento de longo prazo.
Dizem respeito às questões que relacionam a empresa com seu ambiente, como a
definição do mix de produtos, políticas comerciais, segmentação de mercado, políticas de
comunicação, política de investimento, etc. Estas definições, pela importância para o
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As diretrizes estratégicas são os grandes caminhos adotados para melhor interagir com o
ambiente, dada a missão a ser cumprida e as vantagens e limitações da empresa nesse sentido.
Elas compreendem as políticas, os objetivos e os princípios no âmbito estratégico. As políticas são
parâmetros usados para tomada de decisões repetitivas. Os objetivos são os alvos que a empresa
busca atingir. Os objetivos geralmente estão atrelados às funções primordiais da empresa, tais
como: produtos, mercados, pesquisas, lucratividade, recursos e responsabilidade social. Os
princípios são as regras de condução ao objetivo.
As estratégias corporativas podem ser determinadas por empresas, por linhas de negócios
e/ou produtos etc. ou por macrodecisões, tais como: conquista de mercado e ‘market share’,
projeção e desempenho nas perspectivas mercadológica, tecnológica, institucional, administrativa,
estrutural, de recursos humanos, financeira, de aquisição de empresas, de parcerias estratégicas
em forma de ‘joint ventures’, de aquisição ou participações em outras empresas etc.
2.1.2 TÁTICOS
distribuição e coordenação na utilização dos recursos são atribuições desta categoria hierárquica.
Normalmente assume o plano estratégico a partir dos objetivos e premissas globais definidas pela
alta administração, voltando-se para a definição dos objetivos setoriais e das estratégias e ações a
serem executadas para a consecução dos objetivos estratégicos serão atingidos.
2.1.2 OPERACIONAIS
Dizem respeito à utilização dos recursos da empresa, ou seja, como serão desenvolvidas as
atividades previstas pelos planos estratégicos e táticos, estando ligados à obtenção dos
indicadores desejados pelas áreas funcionais da empresa. O planejamento operacional consiste
na definição de políticas e metas operacionais da empresa, consubstanciadas em planos para um
determinado período de tempo, em consonância com as diretrizes estratégicas estabelecidas.
Também conhecido como planejamento orçamentário, converte o plano de longo prazo às
necessidades do futuro imediato. O Orçamento é desenvolvido numa base anual e dividido em
meses e, em alguns casos, em semanas para estabelecer as tarefas de um futuro imediato.
Vale ressaltar que a classificação não é estanque, já que apenas os planos e decisões do
tipo estratégico devem ser tratados distintamente, já que os demais podem ser mesclados.
Pelo lado do controle, deve haver uma disposição de se interpretar de forma flexível os
resultados a serem obtidos, visto que não se consegue avaliar antecipadamente a força relativa
dos fatores externos que influem sobre a performance empresarial. Neste sentido, cabe à alta
administração não apenas o controle cômodo das variáveis controláveis, mas principalmente a
previsão incomoda do comportamento das variáveis não-controláveis e sua incorporação no
planejamento de atividades, buscando, tanto quanto possível, fugir de situações aleatórias.
É certo que apesar dos aspectos e vicissitudes do planejamento e controle organizado de
forma participativa, não há como negar que um sério impedimento à ação orçamentária reside
nos bolsões de resistência que sempre se formam contrariamente a controles e cerceamentos que
se lhes imponham e que representam de fato um controle de gestão. Para a resolução do conflito,
a alta administração deve, necessariamente, estar disposta a exercer pressões localizadas como
forma de abrir caminho para uma ação sistemática e formal sobre as variáveis internas da
empresa.
Talvez possam ser evitadas ações coercitivas se o conflito por enfrentado por meio de um
processo educacional, pelo qual os indivíduos renitentes tivessem oportunidade de entender as
positivas implicações dos orçamentos sobre o futuro da empresa e sobre eles mesmos. Isto se
justificaria até pelo fato de que com uma correta aplicação do conceito orçamentário, suas idéias
e projetos seriam tomados em conta na constituição do conjunto de ações executivas para o
período orçado.
1. SER TEMPORAL ► isto é, deve ser definido um limite de tempo para a sua
realização.
O orçamento é a continuidade do plano estratégico definido pela empresa, assim, ele pode
ser entendido como sendo a “representação quantitativa de um planejamento estratégico”,
através do qual se busca, de forma integrada e coordenada, a participação de todos os setores da
empresa pela consecução dos objetivos e metas estabelecidas.
Cada etapa a ser seguida no desenvolvimento do planejamento estratégico, quando bem
executada irá favorecer o acompanhamento e controle das ações, além de contribuir para que as
variações entre o planejado e o realizado sejam cada vez menores. Para isso, é importante que as
etapas sejam seguidas, observando-se, dentre outros os seguintes aspectos:
Os agentes externos que mantêm relações com a empresa, possuem expectativas, que
possuem expectativas, que precisam ser atendidas, para estas relações possam evoluir. Os
acionistas, que esperam pela remuneração do capital investido; o governo com o desejo de que a
empresa cumpra seu papel social, na geração de empregos e pagamento das contribuições; a
comunidade que espera pela oferta de empregos; e o cliente que reivindica produtos de qualidade
a preços atrativos, são alguns destes agentes para os quais a empresa deve dedicar atenção, no
desenvolvimento de suas diretrizes.
A análise do ambiente refere-se a uma avaliação dos possíveis agentes e fatores com os
quais a empresa interage, a fim de evitar surpresas desagradáveis. Assim, tanto as variáveis
externas como internas devem ser criteriosamente analisadas, considerando:
uma cultura de fortalecimento e melhor utilização de seus pontos fortes, além de buscar
alternativas de eliminação dos pontos fracos identificados.
Como ameaças podem ser entendidos aqueles fatores externos para os quais a empresa
não possui uma ação compatível ou superior – como posturas agressivas da concorrência ou
demandas específicas do consumidor. Ao contrário, as oportunidades referem-se a situações de
mercado sobre as quais a empresa possui vantagens competitivas. Dentre alguns fatores externos
que podem interferir no desempenho da empresa, devem ser considerados:
Cenário político;
Cenário econômico;
Política fiscal e monetária;
Concorrência;
Fornecedores;
Etc..
ESTRUTURA
O orçamento é um instrumento administrativo que está relacionado de muitas maneiras às
operações contábeis e ao processo de planejamento e controle da organização. Em uma entidade
descentralizada, o controle orçamentário pode ser estruturalmente desagregado em subunidades
organizacionais, sendo que aos seus gestores estão atribuídas a autoridade e a responsabilidade
correspondentes.
Estas ações acima são submetidas à alta administração para crítica e inserção, se
aprovados, no plano orçamentário. Se não o forem, deverão ser re-trabalhados ou
eliminados.
CENTROS DE RECEITAS
RECEITAS
DESPESAS ASSOCIADAS
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CENTROS DE LUCRO
RECEITAS
DESPESAS
LUCRO
CENTROS DE INVESTIMENTOS
RECEITAS
DESPESAS
LUCRO
CAPITAL INVESTIDO
RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO
O centro de custos: é o caso mais frequente, onde o setor não pode se responsabilizar
sobre o investimento ou a receita gerada, porém, consegue o controle de suas despesas.
Ademais, este é o caso apropriado onde não se tenham condições para a descentralização
de atividades, mormente o caso de pequenas e de médias empresas.
Como efeitos colaterais perversos sobre esta iniciativa administrativa, citamos, além dos
preços de transferência, a dificuldade de se atribuir parcelas de investimento à guarda dos
setores, o rateio de custos indiretos globais (a pesquisa e desenvolvimento alocado aos setores,
p.ex.) bem como a dificuldade de se estabelecer "alvos" em termos de taxas de retorno
pretendidas. Como decorrência de se aceitar a opção administrativa dos centros de
responsabilidade deveremos rejeitar o Plano de Contas por natureza de despesas, como na
Ilustração 1., trocando-o por um outro como na Ilustração 2.
Tempo
No que concerne à amplitude do tempo sob análise, duas são as distinções a serem feitas.
Pela primeira, se o objeto do planejamento e controle é o projeto, será ele, com suas
especificações técnicas, que ditará o tempo orçado. Tomemos como exemplo a construção de
uma usina hidrelétrica ou de um prédio de apartamentos. Pode-se imputar nesses casos os
períodos de 5 e 2 anos, respectivamente, para a realização dos trabalhos e sobre os quais o
processo orçamentário se estruturará.
Por outro lado, as limitações do calendário civil, impostas pela legislação, como que
impõem os planos periódicos. Claro, tais imposições dizem respeito aos relatórios externos (os
demonstrativos contábeis legais), devendo-se ter em conta o relacionamento da contabilidade
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tanto na geração destes demonstrativos para o público externo como para as formulações
internas. Por este motivo, em especial, ocorre a coincidência temporal dos dois conjuntos
informativos.
Objetivos Gerais
Expansão para mercados
Busca de novos contingentes de consumidores
Objetivos Específicos
Linhas de produtos e serviços a serem privilegiados
Áreas geográficas específicas a serem alcançadas
Contingentes populacionais que sejam alvos de ações mercadológicas
corrente;
empresa.
10.6 "Timing":
São os "calendários" para o efetivo cumprimento do rito orçamentário, evitando-se
atrasos nas definições do plano. Por outro lado, os relatórios de controle devem, tanto
quanto possível, cobrir períodos intermediários e chegar às partes interessadas no menor
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espaço de tempo para que não percam seu sentido orientador. Vale dizer que quanto mais
demorada a ação de controle, maior será o efeito financeiro e/ou operacional adverso.
2. COORDENAÇÃO: o orçamento motiva a ação integrada das atividades das diversas áreas
da organização, garantindo a consistência das ações;
12. O ORÇAMENTO
Como instrumento de controle, um programa orçamentário será sempre útil para qualquer
organização, independentemente de seu tamanho e de suas incertezas. Podem-se citar os
seguintes principais benefícios:
Um sistema de informações pode ser conceituado como uma rede de informações cujos
fluxos alimentam o processo de tomada de decisões, não apenas da empresa como um todo, mas
também de cada área de responsabilidade. O conjunto de recursos humanos, físicos e
tecnológicos que o compõe transforma os dados captados em informações, com a observância dos
limites impostos pelos usuários quanto ao tipo de informação necessária a suas decisões,
condicionando, portanto, a relação dos dados de entrada. Tais limites evidenciam a intenção dos
usuários quanto à determinação dos sacrifícios que devem ser feitos para se obter um retorno
esperado de suas decisões, tomadas em condições de incerteza.
O modelo de mensuração pode ser conceituado como o instrumento utilizado pelo sistema
de informações para determinar como os dados serão medidos de modo a gerar informações
úteis. Os principais elementos componentes desse modelo são:
O sistema contábil; e
O sistema de padrões.
O planejamento de longo prazo não é uma simples técnica, nem apenas uma área de
responsabilidade da gestão. É uma tentativa sistemática de planejar o comportamento total da
organização em um longo prazo e, no caso de organizações lucrativas, uma tentativa de aumentar
a taxa de crescimento da lucratividade.
Formulação de estratégias;
• Metas que são derivadas desses objetivos e estabelecem linhas específicas para
a organização e incluem também objetivos menores, tais como padrões de
desempenho para gestores e empregados de departamentos.
Enquanto os objetivos podem parecer, de certa maneira, um pouco vagos, as metas não, pois
são alvos nos quais são concentrados todos os esforços do período de planejamento.
EXEMPLO:
Objetivos organizacionais:
1. Lucro – alcançar nível de lucro suficiente para remunerar os acionistas e garantir os juros dos
credores.
3. De Mercado – adquirir a confiança do público e criar imagem para que os produtos divulguem
o nome da companhia, aumentando assim a preferência dos consumidores pelos seus
produtos.
5. Recursos Humanos – oferecer bons empregos, bons salários, boas condições de trabalho,
satisfação, estabilidade nos empregos e oportunidade de progresso, tendo em retorno,
lealdade, iniciativa e esforços no atendimento das metas organizacionais.
Metas organizacionais:
A análise ambiental externa avalia o meio ambiente no qual a empresa está situada.
Também se envolve com a identificação das oportunidades e ameaças com as quais se depara a
organização, e ocupa-se particularmente em prever as mudanças no cenário econômico, político,
social, tecnológico e industrial.
A utilidade das projeções se realiza somente quando elas influenciam as decisões, isto é,
quando as projeções passam a fazer parte do cenário da firma na formulação dos objetivos e
metas e na preparação da estratégia para alcançá-los.
A análise ambiental interna está centrada na própria força ou fraqueza da organização. Isto
envolve uma visão geral de todos os aspectos da organização: gestão, força de trabalho, produção,
mercados, canais de distribuição, finanças, ativos e pesquisa e desenvolvimento.
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A análise ambiental ordena os fatores que devem ser considerados na formulação da estratégia
para se atingir os objetivos e as metas organizacionais. O papel da estratégia, entretanto, é
selecionar a melhor maneira de, a partir da posição atual, atingir as metas que decorreram dos
objetivos organizacionais.
O problema com que se envolve esta análise é a avaliação das alternativas para a
eliminação do intervalo existente entre a posição atual e a desejada e a seleção das melhores
alternativas estratégicas. No entanto, a análise do intervalo consiste no processo de procurar e
descobrir o melhor projeto no qual a firma deve investir.
A seleção da estratégia de longo prazo se concentra nos fatores-chaves para o sucesso das
principais decisões, particularmente, em pontos básicos, como seleção de tipos de produtos ou
serviços que deverão ser produzidos, os novos mercados a serem atingidos, definição do processo
de produção a ser adotado e, por fim, a estrutura de ativos necessária para as estratégias
formuladas.
A partir da seleção da estratégia a ser utilizada, esta será expressa em planos mais
detalhados que se tornarão a base para a ação. A responsabilidade pela implementação do plano
caberá ao pessoal da gerência nas várias divisões e departamentos da organização.
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O período de tempo projetado para planejamento de longo prazo varia de empresa para
empresa, mas é habitual uma revisão de plano ao final de cada ano, permitindo a incorporação
das modificações necessárias, conferindo ao processo de planejamento da corporação certo grau
de flexibilidade.
A ausência de planejamento eficaz a longo prazo é uma razão freqüentemente citada para
a ocorrência de dificuldades econômico-financeiras e a falência de empresas. O planejamento é
uma forma de refletir sistematicamente sobre o futuro e antecipar os possíveis problemas antes
que aconteçam. Como citam Ross, Westerfield e Jordan (1998, p. 82), “não existe bola de cristal,
evidentemente, e por isso o máximo que podemos esperar é contar com um procedimento lógico
e organizado de investigação do desconhecido”.
Para tanto, é relevante entender alguns aspectos que permitam desenvolver, analisar e
comparar muitos cenários diferentes de maneira coerente. E isto será possível entendendo o
fluxo de caixa futuro como base para o próprio planejamento financeiro, obrigando a
administração a refletir sobre os objetivos e metas de lucro no longo prazo e fixar prioridades.
O fluxo de caixa da empresa é em síntese, um dos eventos mais fundamentais nos quais
estão baseadas as mensurações contábeis. Os gestores e os investidores em particular estão
bastante interessados no fluxo de caixa gerado pelos ativos da empresa.
Este fluxo de caixa não é somente o problema central de sobrevivência da empresa, mas é
essencial para que os objetivos da empresa sejam alcançados. Neste ponto, a preocupação será o
gerenciamento dos ativos em vista da geração de caixa. O tamanho, tempo e risco inerentes às
estimativas de fluxo de caixa são aspectos críticos desta análise. O propósito da medição do lucro
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deve ser calculado o retorno esperado pelos acionistas no período planejado. Os seguintes fatores
afetarão este retorno:
6. O tipo de política de dividendo adotado pela empresa. Existem dois métodos pelos
quais o risco assumido pelos acionistas pode ser remunerado. O primeiro método
enfatiza um maior índice anual de dividendos, e o segundo tende à busca de um maior
ganho de capital, objetivando aumentar o valor das ações da companhia no mercado,
em conseqüência de maior lucro retido.
Uma vez estabelecido o retorno dos acionistas, deve-se incorporar esse resultado aos
cálculos do retorno sobre o investimento empregado, considerando ainda o valor que deve ser
eventualmente retido na empresa para expansão, contingências e reservas estatutárias, bem
como o imposto correspondente.
Assim, por exemplo, para uma empresa que tenha que assegurar um retorno de R$ 50.000
para os acionistas e que, além disso, que devem ficar retidos R$ 20.000 para expansão e mais 5%
para reservas estatutárias e 30% para impostos sobre o resultado, o valor do lucro que deverá
atender a estas estimativas será:
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Depois de planejado a meta de lucro da companhia, o próximo passo é planejar como vai
ser alocado este lucro nas várias divisões ou subsidiárias da companhia. Não se pode esperar que
estas divisões tenham a mesma capacidade de geração de lucro, pois cada uma tem suas
diferentes estruturas e possibilidades, além de mercados e riscos diferenciados. Por esta razão, é
normal que seja fixada uma meta distinta para cada uma, normalmente sobre o seu
correspondente capital investido, de forma a que o somatório dos resultados divisionais
apresentam o retorno total desejado.
Quase todos os planos financeiros requerem uma previsão exógena de vendas. A previsão
de vendas é o ‘elemento gerador’, significando que o usuário do modelo de planejamento
fornecerá esse valor e quase todos os outros valores serão calculados a partir dessa base.
Esse enfoque é comum à maioria dos tipos de empresa; o planejamento concentra-se nas
vendas projetadas e nos ativos e financiamento necessários para sustentar tais vendas.
Comumente avaliam-se cenários alternativos – por isso, não é necessariamente crucial que
a previsão de vendas seja exata, pois deve-se examinar a interação das necessidades de
investimento e financiamento em níveis possíveis de venda diferentes.
O plano incluirá uma seção lidando com os esquemas de financiamento necessários. Essa
parte do plano deve discutir a política de dividendos e a política de financiamento. Às vezes,
as empresas pretenderão obter caixa adicional emitindo novas ações ou fazendo empréstimos.
Neste caso, o plano precisará considerar os tipos de títulos a serem vendidos e os métodos de
lançamento mais apropriados.
As estimativas orçamentárias são baseadas em informações que fluem de baixo para cima, dentro
da organização. A comissão orçamentária é responsável pela coordenação dessas informações e
pela resolução de qualquer dúvida através de consultas aos gestores envolvidos. A proposta
orçamentária final deverá ser apresentada à diretoria para aprovação.
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As condições do mercado
16.2.2 Orçamento de produção: com base nas metas de vendas, política de estoques da empresa
e estoques iniciais de produtos acabados, será elaborado o plano mestre de produção, no qual
serão estimadas as quantidades de produção necessárias para que a empresa supra todo o seu
planejamento de vendas. Caso a empresa não possua uma política de estoques bem definida,
pode-se obtrer o valor dos estoques finais previstos, mediante a análise do prazo médio do giro
dos estoques de períodos passados. É de extrema importância, nesta fase, analisar-se se a
empresa possui capacidade para atender à demanda de produção necessária.
16.2.3 Orçamento de matéria-prima: com base no plano mestre de produção, será elaborado o
orçamento de matéria-prima. Para cada tipo de produto a ser produzido, deve existir uma Lista de
Materiais (Estrutura do Produto), onde devem estar discriminadas todas as matérias-primas e suas
respectivas quantidades necessárias para a produção de cada unidade do produto. Informações
sobre os custos da matéria-prima podem ser obtidas por meio de dados históricos corrigidos ou
por médio de novas cotações efetuadas pelo Departamento de Compras;
16.2.3 Orçamento de mão-de-obra direta: será elaborado com base no plano mestre de
produção. Para cada tipo de produto a ser fabricado, deve existir uma tabela de tempos,
analisando o tempo de mão-de-obra necessária para produção de cada unidade do produto. A
tabela de tempos deve ser elaborada pelo departamento de Engenharia da Fábrica. É também
fundamental, nessa fase, analisar se a capacidade de mão-de-obra é suficiente para a execução do
plano mestre de produção. Informações sobre o custo da mão-da-obra direta podem ser obtidas
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16.2.7 Orçamento de despesas financeiras: as despesas financeiras devem ser elaboradas com
base no planejamento financeiro, onde será analisada a necessidade de caixa da empresa, para a
viabilização da execução dos planos anteriores;
Cada peça orçamentária traz dentro dela as informações necessárias para a elaboração dos
demonstrativos contábeis projetados. A projeção dos demonstrativos contábeis encerra todo o
processo de orçamentação anual, e com eles a alta administração da empresa pode fazer as
análises financeiras e de retorno de investimentos que justificarão todo o plano orçamentário.
Além disso, são imprescindíveis tais projeções, tendo em vista que tanto o balanço patrimonial,
como a demonstração de resultados, são os pontos-chave para o encerramento fiscal e societário
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Demonstração de Resultados;
Balanço Patrimonial;
O controle, como uma etapa do processo decisório, é definido por Welsch (p. 41) “como
sendo simplesmente a ação necessária para verificar se os objetivos, planos, políticas e padrões
estão sendo obedecidos.
Somente o planejamento não assegura a realização dos planos; também é necessário que
exista controle. Este processo de controle exige que sejam estabelecidos padrões de
desempenho, que atuarão como guias para a realização bem-sucedida do planejamento
orçamentário.
A última etapa do processo decisório, denominada controle, na realidade não ocorre por
último, porque está associada a todas as fases do processo. Ocorre no planejamento, na execução
e em si própria. Não há como dissocia-la das fases do processo decisório, razão pela qual pode-se
considerar as demais fases, juntamente com o controle, como um grande modelo de controle.
O processo de controle é aquele que possibilita avaliar se cada área está atingindo suas
metas, dentro do que foi planejado, isto é, se está sendo eficaz em relação aos planos
orçamentários. Assim, é de interesse do controle avaliar, economicamente, os desvios ocorridos
entre o planejado e o realizado em todas as áreas da empresa.
Temos a seguir uma lista de termos utilizados na literatura especializada em Orçamentos, dos
quais são selecionados os seguintes:
capacidade ideal: número máximo absoluto de unidades que poderiam ser produzidas em
determinada situação operacional, não levando em conta as paradas de trabalho ou de
reparos. Também é chamada de ‘capacidade teórica’.
what iff: análise de sensibilidade, ou “sensitive analysis”, do tipo “... e se a inflação fosse
de...?”, “... e se a venda aumentasse para ...”?”, ou “...e se o custo diminuísse para ...?”.
20. REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, Sandra, CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e prática. São Paulo: Atlas,
1997.
OLIVEIRA, Luís Martins de, PEREZ Jr., José Hernandez, SILVA, Carlos Alberto dos Santos.
Controladoria estratégica. São Paulo: Atlas, 2002.
ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JORDAN, Bradford D. Princípios de administração
financeira. São Paulo: Atlas, 1998.
ROSSETI, José Paschoal, LAURIA, Luciano Carlos [et al.]. Finanças corporativas: teoria e prática
empresarial no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
1. INTRODUÇÃO
Vimos na primeira parte deste trabalho, o delineamento dos princípios sobre os quais a empresa
deverá se basear para a criação de um ambiente orçamentário que torne efetiva uma superior
geração de benefícios. A prática orçamentária deve acrescer a base geradora de riquezas da
empresa, levando a que se tenha ganhos superiores face à situação onde esta se conformasse a
uma atitude passiva em relação ao mercado. Resolvidas e atendidas as restrições à implantação
dos planos orçamentários, passamos a descrever as etapas a serem cumpridas para a elaboração
da proposta orçamentária:
⇒ Realização de análises suplementares: tais análises são feitas com vista a complementar os
planos orçamentários, buscando aferir a conseqüência de alternativas assumidas. Assim,
enquanto a análise de ponto de equilíbrio informa a produção necessária para cobertura dos
custos fixos (ou mesmo de um valor de lucro que se deseje), a análise de regressão pode aferir
pertinência de volumes de vendas sugeridos pelos quadros competentes. Por sua vez, as
técnicas de orçamento de capital (valor presente, taxa interna de retorno e "Payback") aferem
potencialidades dos negócios face a recursos imobilizados.
flexível, dando margem à absorção de fatos novos que ocorram sobre a empresa. Vale dizer
mais uma vez que os planos não a governarão, e que oportunidades favoráveis serão
aproveitadas, independentemente do estabelecido no plano orçamentário.
2. NOTAS FINAIS
Trazemos para esta parte final algumas considerações acerca da dimensão dos períodos de tempo
sob a ação de orçamentos. Assim é que nos casos de negócios muito afeitos a um mutante gosto
dos consumidores (como os diferentes setores de vestuário), pode-se questionar seriamente a
elaboração de orçamentos anuais. Contrariamente, talvez o melhor para estes empreendimentos
fosse a consideração da sazonalidade das vendas que levaria à elaboração de orçamentos por
"estações", com subdivisões em meses.
Esta característica vai exatamente na direção do chamado "orçamento flexível", o qual toma em
conta os coeficientes técnicos dos produtos e os multiplica pelos preços dos insumos, obtendo
projeções de valores monetários. Vejam que tal procedimento seria repetido para todos os itens
produzidos pela empresa, num processo tal que, sem o apoio de recursos computacionais, levaria
ao abandono da ação orçamentária. Já com a utilização destes sistemas MRP, as ações pertinentes
ao orçamento de produção ficam solucionados com um mínimo de envolvimento de pessoal
especializado. O cômputo deste orçamento já incorporaria não apenas a matéria-prima e a mão-
de-obra como, também, as políticas de estoque e de vendas almejadas.
Outrossim, deve-se realçar que os dados para controle (dados reais e correntes), à par dos
avanços no campo da informática, não seriam trabalhados e digitados à parte das tarefas
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cotidianas. Pelo contrário, cada entrada de dados nos sistemas seriam absorvidos tanto para o
registro, por exemplo, de uma nota fiscal como, paralelamente, para arquivos de controle
orçamentário.
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1. ORÇAMENTO DE VENDAS
Consideramos este item como o mais importante na questão orçamentária, visto sua
influência definitiva sobre todo o planejamento das atividades. Assim é que a previsão de custos
de produção, a necessidade de investimentos para manutenção ou acréscimos de níveis
produtivos e pressão sobre o capital de giro, dentre outros, ficam na dependência deste
orçamento parcial.
Há de se ter em conta que a ação executiva neste tópico se dá, quase sempre, sob o
desamparo de medidas que direcionem um montante certo de vendas. Queremos dizer que com
as mutantes condições mercadológicas, a alta administração não detém bases seguras para
previsões de vendas e, por este motivo, o planejamento de atividades se exerce numa base de
riscos e de incertezas. Neste sentido, a força exercida pelo meio ambiente externo, através de
fatores como a concorrência, dificuldades no abastecimento de insumos, movimentos de preços
relativos, mudança de gostos dos consumidores, etc, impõem queda na qualidade preditiva de
volumes de vendas. Por certo que dispomos de vários métodos para o enfrentamento de tal
situação, mas os valores projetados devem ser entendidos tão somente como diretivas, nem
sempre alentadoras, às ações executivas.
Outro aspecto a se realçar diz respeito às variáveis internas, passíveis de manejo pelos
executivos, bem como suas conseqüências sobre volumes demandados. Podemos como exemplo,
referir-nos a promoções de vendas ou de preços que, se por um lado podem influir positivamente
sobre o faturamento, por outro impactam níveis correntes de capital de giro. Para tanto, deve-se
impor um trabalho cuidadoso sobre previsões de vendas, o qual nos aponte os ganhos possíveis
derivados do aproveitamento de conjuntos de fatores, internos ou externos à empresa.
Outrossim, reafirmamos nossa nota de alerta quanto ao desamparo experimentado pelos
executivos na questão orçamentária, visto que o insumo principal da mesma, o orçamento de
vendas (que se efetiva a partir das previsões de demanda), se elabora sob bases incertas.
Uma vez colocada a necessidade da previsão de vendas, passamos ao relato dos métodos
usualmente utilizados para tal fim, usando a classificação efetuada por Kotler quanto às fontes de
informações: o que se diz; o que se faz; e o que se fez.
53
Especialistas
Aqui, entram em ação os consultores externos especializados, que conheçam as matrizes de
consumo de bens por diferentes segmentos produtivos e de consumo.
análise, necessita-se de séries históricas de vendas e de variáveis que se julgue guardar relações
de causa e efeito com os volumes vendidos. Em seguida, através do método denominado de
"mínimos quadrados", determina-se uma equação algébrica relacionando a variável dependente
(nossas vendas) a variáveis que ajudem a prever o comportamento futuro (por exemplo, a renda
dos consumidores).
Um aspecto importantíssimo a ser realçado diz respeito ao "coeficiente de determinação",
que fornece uma medida da qualidade da equação como objeto preditivo. Nossa experiência
pessoal mostrou-nos que valores próximos a 1 (que representariam a obtenção de valores futuros
"quase certos") são bastante difíceis de serem encontrados e que, infelizmente, os valores mais
frequentes de tais coeficientes se situam em torno de 0,55 a 0,614. Isto serve também para
demonstrar o desamparo da alta administração face ao complexo ambiente econômico, a qual
deve tomar decisões de forma contínua apesar das frequentemente frágeis bases de dados.
Conclusão
Na seção anterior, centramo-nos basicamente sobre a determinação de volumes físicos de
vendas, ao passo que a seguir devemos expressar o orçamento de vendas em termos monetários.
Neste sentido, necessita-se apontar o comportamento esperado dos preços e uma suposição
razoável é a de que os preços acompanharão os índices gerais (como o INPC/IBGE ou o IGP/FGV),
sem que se considere possíveis descompassos dos preços da empresa relativamente aos da
economia em geral.
Como acentuamos no texto de números-índices, os preços podem (e é o que usualmente
acontece) desacompanhar os índices gerais, impondo que as tarefas de controle sejam
acompanhadas por considerações acerca do comportamento destes índices. Tais ressalvas se
aplicam ainda mais fortemente ao dólar americano (freqüentemente usado em orçamentos,
quanto maiores são as empresas), pois que a taxa cambial é influenciada sobremaneira pelas
mutantes intenções governamentais quanto ao controle dos meios de pagamentos e a estímulos à
obtenção de superávits comerciais. Isto posto, os valores monetários do orçamento de vendas
resultam da simples aplicação dos preços aos volumes físicos e da consideração do "timing" de
recebimentos. Assim é que procederemos ao exemplo a seguir no sentido de esclarecer a
elaboração desta peça orçamentária.
55
Com relação às previsões de inflação e índices respectivos, o consenso junto à Presidência era de
que a economia trabalharia com os valores de Outubro (e estamos em 31/10) a Abril:
Quanto aos preços dos produtos ao final de Outubro, estes se situavam nos seguintes patamares:
A = $20,20/unidade B = $42,50/unidade
Política de recebimentos das vendas: a empresa adota a política de vendas em 3 parcelas iguais
(sendo a 1a à vista). Entretanto, a mesma resolveu adotar o desconto antecipado na rede bancária
do faturamento sobre o Produto A. A taxa de desconto bancário era prevista em 2,5% ao mês.
2. ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO
Uma vez concluídas as etapas constitutivas do orçamento de vendas, partimos para a estimação
dos custos relacionados à produção destes volumes ofertados pela empresa. Nossa primeira tarefa
resume-se à constituição de um plano de produção, o qual começa pela dedução da expressão:
Vejam que uma de suas partes constitutivas é a variação de estoque, a qual implica na presença
de uma política de estoques que será específica a cada empresa e que depende tanto da maior ou
menor propensão a riscos pelos executivos, como dos custos de estocagem e das características
próprias dos produtos. Quanto a isto, as figuras abaixo mostram-nos duas situações opostas:
58
Tempo
Características:
Menor requisição de capacidade produtiva face aos "picos" de produção,
Estabilidade na produção e menor demanda de recursos humanos,
Formação de estoques em períodos determinados para vendas em outros,
Custos de estocagem que se contrapõem às vantagens aludidas.
Produção
Vendas
Características:
Capacidade produtiva maior, pois se amolda aos máximos de vendas,
Instabilidade no uso de fatores, mormente os recursos humanos,
Necessidade de acertos operacionais com fornecedores e compradores,
Economias com estocagem contrapõem-se às desvantagens aludidas.
Portanto, temos acima o orçamento de produção em suas divisões de custos das matérias-primas
e mão-de-obra direta. No que se refere aos custos indiretos, preferimos tecer comentários mais
aprofundados ao final deste capítulo.
60
Podemos estabelecer distinção entre duas formas de se construir este sub-orçamento. Por
um lado, para empresas com linha de produtos estáveis ao longo do tempo, concomitantemente a
uma estabilidade nos volumes de vendas (ou de crescimento constante deste "mix"), pode-se
imaginar que os custos orçamentários seriam reduzidos sobremaneira pela simples aplicação de
preços dos insumos aos volumes requeridos para a fabricação dos produtos da empresa.
Repetimos, tal simplificação ocorreria a partir de hipóteses "heróicas" como estabilidade nas
vendas totais e de continuação de produção da linha de produtos da empresa ao longo do tempo.
Outra possibilidade é dada por empresas com intensas variações de vendas, tanto entre os
itens como no total geral vendido. Se for assim, o que se denomina de "orçamento variável" pode
auxiliar dramaticamente na elaboração deste sub-orçamento. Tal instrumental começa pela
definição de coeficientes técnicos de produção, relacionando quantidades de insumos por unidade
de produção. Isto posto, procede-se à uma "explosão" dos produtos nos seus itens de insumos,
que em conjunto aos volumes previstos de produção, permite determinar os totais de demanda
de insumos. Vejamos como isto se dá na seqüência de nosso orçamento simplificado:
A partir dos dados presentes no Orçamento de Vendas, mormente aqueles relacionados a
níveis esperados de produção, tem-se as bases para a realização das peças orçamentárias relativas
às matérias primas. Para isto, têm-se os coeficientes técnicos de produção no Quadro 8 abaixo, os
quais expressam as quantidades de insumos necessários para a produção de cada unidade de
produto:
Insumo => 1 2 3
Produto A 0,90 - 2,00
Produto B 1,40 0,70 -
volume previsto de vendas dado uma política de estoques adotada pela empresa. Aliás, difícil seria
o caso em que o volume de produção se igualasse às vendas. Assim, passamos a relatar a matriz
de insumo/produto da empresa.
No quadro 7, a produção prevista será diversa da projeção de vendas. Assim sendo a produção de
cada item seguirá o seguinte nível de produção, onde a empresa produzirá do produto A 40
unidades, além das vendas projetadas para o estoque de segurança em janeiro, 80 unidades a
mais em fevereiro e março e 150 unidades a menos nos meses de janeiro e fevereiro e 100
unidades a menos do produto B:
PRODUTO B
Produção 1.100 1.200 1.250 1.300
MP
Coef.Téc.
1 1,40 1.540 1.680 1.750 1.820
2 0,70 770 840 875 910
3 - - - - -
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Em seguida, deve-se proceder à previsão dos preços das matérias primas, os quais serão
posteriormente aplicados sobre tais quantidades. No tocante aos preços dos insumos ao final de
Outubro, estes se situavam nos seguintes patamares:
A elaboração desta peça orçamentária reproduz as características do sub-item anterior, sendo que
necessitamos para sua execução de: (1) levantar a quantidade total a ser produzida; (2) levantar o
tempo médio de aplicação de mão-de-obra específica por unidade de produto; (3) aplicar aos dois
itens anteriores os custos de mão-de-obra. Este orçamento pode ser detalhado por centros de
custos ou expresso para a empresa de um modo geral. De especial interesse, as taxas de utilização
da mão-de-obra podem ser obtidas através de registros de tempos e de movimentos pela
engenharia industrial (no que se denomina comumente de "crono-análise"), as quais são
incorporadas a arquivos computacionais. A par desta possibilidade tecnológica, os orçamentos do
pessoal diretamente envolvido na produção denotam a mesma facilidade de obtenção observada
no caso do orçamento de matérias-primas.
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PRODUTO B
Produção 1.100 1.200 1.250 1.300
Dpto. TX.
X 0,36 396 432 450 468
Y 0,40 440 480 500 520
É necessário para a projeção do custo/hora da MOD que se conheça a política salarial em vigor no
país. Como dado atual no Brasil, o Plano Real impôs que as correções salariais se darão apenas na
data-base de cada categoria quando, em livre negociação, empresa e empregados acertam o
65
aumento real por conta de possíveis aumentos de produtividade. Neste exemplo simplificado é
adotado um aumento de 2,5% na data-base, sendo esta definida para o mês de Março. Assim,
toda a inflação no período a decorrer entre os finais de Outubro e Fevereiro será incorporada ao
salário deste último mês. O custo/hora ao final de outubro para os dois departamentos era:
X = $2,80 e Y = $3,20
Estes custos recebem a denominação de indiretos visto não poderem ser atribuídos
diretamente aos produtos ou a departamentos ou divisões. Materiais indiretos (combustíveis e
lubrificantes), custos administrativos (como o salário do superintendente da fábrica) e despesas de
manutenção são exemplos deste item. Já o emprego de centros de custos (ou de negócios) na
empresa permite uma alocação pertinente (ajustada) dos CIFs, uma vez que podemos abandonar
práticas de rateios para sua atribuição.
Este ponto é de particular importância, pois que a literatura de orçamentos para graduação
confunde freqüentemente precificações com planejamento e controle. Assim, enquanto a
alocação dos CIFs é obrigatória no caso de determinação de preços, o que importa em orçamentos
é o controle das divisões ou departamentos da empresa. Por este motivo, as práticas de rateios
ficam abolidas num contexto orçamentário. Tomando as despesas da superintendência de uma
fábrica como exemplo, temos que no P&C ela seria definida numa alínea específica ao seu setor
(ou centro de custo), sem ser rateada pelos diversos setores.
Reafirmando nossa nota de cautela, não se deve absolutamente proceder a rateios em
orçamentos, tanto no que se refere a departamentos como a produtos. Se eventualmente for
necessário um controle afinado de um setor ou divisão, a prática correta consiste na criação de um
"centro de custo", ao qual serão atribuídos os CIFs numa base a mais realista possível.
2. Observações Finais
Devemos relembrar as possibilidades abertas pela ciência computacional nesta área do
planejamento e controle. Dela temos "softwares" de filosofia MRP (Material Requirement for
Production) que permitem operacionalizar em computadores todas as tarefas do campo da
produção que relatamos. Vejam que apenas por motivos pedagógicos, o exemplo empregado se
referia a poucos produtos e insumos. Já em situações reais, o número de produtos e insumos seria
muito maior (por vezes, de milhares de itens) tendo ainda que se considerar lotes econômicos de
compra e preços para cada um.
Devido a tal complexidade é que ocorre a necessidade do uso dos recursos da informática,
com a qual soluções racionais são encontradas com o mesmo grau de facilidade dos exemplos
acima. De forma a nos situar melhor neste aspecto, a empresa Dell Company dos Estados Unidos
tornou-se a campeã de retornos em Wall Street exatamente por fornecer soluções integradas às
empresas a custos bastante compatíveis com a capacidade financeira das mesmas.
67
Além dos itens apontados nos orçamentos anteriores, as empresas deparam-se com
despesas que compreendem, em especial, os seguros, financiamentos (principal e juros), receitas
e despesas não-operacionais (aplicações financeiras). Consideração especial cabe fazer à previsão
de pagamento do imposto de renda a ser incorporada na peça do Orçamento de Caixa. Atendendo
ao princípio da materialidade, podemos tanto projetar o valor do imposto a pagar a partir do valor
pago no ano anterior, como simplesmente requisitar o setor de contabilidade que o faça. Visando
melhor orientação, apresentamos alguns quadros que possam servir de modelos ao orçamento de
tais itens.
5. ORÇAMENTO DE CAIXA
Conforme salientamos em inúmeras oportunidades, esta peça constitui-se no ponto
fundamental do planejamento das atividades e sobre a qual serão exercidas as ações de controle.
Devemos enfatizar que na sua elaboração não empregamos princípios contábeis geralmente
aceitos como o da competência de exercícios, pelo qual as receitas e os custos são lançados a
períodos distintos de acordo à data do fato gerador. Contrariamente a isto, seguimos o princípio
de caixa o qual prescreve que as assinalações de recebimentos ou desembolsos de recursos se dão
de acordo com a saída/entrada efetiva dos recursos.
A partir da projeção dos valores deste orçamento pelos meses futuros, pode-se saber com
razoável margem de conhecimento qual o excesso ou escassez de recursos que a empresa
experimentará e qual o efeito das ações previstas pela empresa no tocante ao acréscimo de seu
valor. Isto posto, partimos para a finalização do nosso exemplo simplificado de um processo
orçamentário, o qual incorpora os novos dados abaixo (todos eles a preços de 01/01/2010):
Taxa de juros para aplicações: 1,20% a.m. Taxa de juros de empréstimos: 3,50% a.m.
Saldo inicial de caixa: $14.000 Saldo mínimo de caixa: $14.000
Investimento de $70.000 no mês de Fevereiro (valor já a preços de 01/01/2010)
70
Financiamento 37.681
Pagamento do Empréstimo (39.000)
SALDO MÍNIMO 14.000 14.000 14.000 14.000
Enfim, será com base nos números projetados no Orçamento de Caixa que a empresa
estabelecerá suas bases de ações no próximo período. Entretanto, se os valores acima não
corresponderem aos anseios da Alta Administração, novos objetivos (em termos de vendas, de
financiamentos, investimentos, dentre outros) podem ser simulados e seus efeitos revelados
imediatamente.
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Orçamento de Caixa
Mês: Janeiro/2010
Realizado Orçado Realizado/Orçado
Itens (a) (b) (c) (d) (a/c) (b/d)
.
.
.
Os valores assim dispostos permitem que, à par de uma aplicação flexível da ação
orçamentária, os setores tenham a oportunidade de acrescentar novas informações que
expliquem os resultados alcançados e que a alta administração possa proceder às naturais
correções de rumo na dinâmica empresarial.
VENDAS:
⇒ Política de descontos seria pertinente? Em que medida?
⇒ Prazos concedidos mereceriam reparos?
⇒ Preços imputados se imporiam na hipótese da redução das alíquotas de importação?
⇒ Qual a elasticidade preço-demanda dos produtos da empresa e como isso influenciaria os
resultados?
⇒ Quais as possibilidades de colocação dos produtos adicionais que adviriam das ampliadas
instalações?
⇒ Flexibilização de padrões de crédito teriam importância? Em que medida?
ICMS:
⇒ Eventuais atrasos no pagamento do imposto seriam compensadores? (em especial, no 1o
e/ou 4o anos de cada governo estadual)
⇒ Valeria a pena analisar a conveniência da expansão proposta em Estados que ofereçam
vantagens tributárias (postergação do pagamento do tributo)?
FINSOCIAL E PIS:
⇒ Mercado externo compensaria, à par da isenção destes tributos na exportação?
MATÉRIAS PRIMAS:
⇒ Via da importação poderia ser tentada?
⇒ Financiamento das compras poderia ter ligações com a observação formulada no item de
EMPRÉSTIMOS, quanto a concentração de atividades num único banco?
⇒ Renegociação de prazos e, na sua impossibilidade, obtenção de descontos para
pagamentos antecipados, compensaria? Em que medida?
⇒ Programas de qualidade (em especial, direcionada a perdas) mereceria análises? Como
proceder a uma análise de sensibilidade?
⇒ Quais as conseqüências de um processo de just-in-time levada a efeito em conjunto com
os fornecedores?
73
DESPESAS FINANCEIRAS:
⇒ Que medidas poderiam ser apontadas para solucionar o gargalo da dívida em Maio e
Junho? Mudança do perfil seria o caso? Em que bases seriam propostas alterações junto
ao BDMG?
MÃO-DE-OBRA:
⇒ Aumento real não seria intempestivo, à par da abertura das importações?
⇒ Programas de qualidade e de reengenharia teriam quais conseqüências sobre fluxos de caixa
da empresa? Seria possível uma análise de sensibilidade?
⇒ Programas gerais de treinamento trariam que tipos de vantagens para a empresa? Seria
possível uma aproximação aos ganhos derivados destes programas?
CIF's:
⇒ Novos maquinários (mais econômicos em termos de consumo de energia) mereceriam
análise de viabilidade econômica?
⇒ Medidas racionalizadoras (como controladores de processo) teriam lugar na empresa? Como
proceder a análises de sensibilidade?
⇒ Quanto a combustíveis e lubrificantes, caberiam análises mais aprofundadas?
DESPESAS ADMINISTRATIVAS:
DIVIDENDOS:
⇒ Qual a real necessidade de sua concessão, ainda mais na época de investimentos no
imobilizado?
APLICAÇÕES:
⇒ Alongamento dos prazos de aplicação (a maiores taxas de juros) seria possível? Quais os
ganhos derivados?
EMPRÉSTIMOS:
⇒ Concentração das atividades em apenas um banco traria vantagens? Como proceder a
uma análise de sensibilidade?