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CONTROLES INTERNOS MUNICIPAIS: UM ESTUDO DE CASO NA

PREFEITURA MUNICIPAL DE TEIXEIRA DE FREITAS – BA

Área do Trabalho: Contabilidade e Gestão Pública;

Este trabalho trata de como o Sistema de Controle Interno Municipal auxilia na gestão de uma
administração pública de qualidade. Elenca os principais conceitos de controladoria pública e
controles internos municipais. Com o aumento dos interesses da coletividade em saber mais
sobre a transparência e legalidade na Gestão Pública, a Controladoria Municipal vem se
destacando e fazendo um papel importante, auxiliando e informando os Gestores com relação
aos cuidados que os mesmos devem tomar para conseguir a aprovação de suas contas e não
infringir as leis. A controladoria tem como uma das suas principais funções a de gerenciar os
setores de uma entidade e para isso deve ter conhecimento em cada um deles. O seu trabalho
começa desde o planejamento orçamentário até a obtenção dos resultados e consequentemente
o dever de controlar estas fases. O problema a ser discutido no presente trabalho é como a
melhoria do Controle Interno nos órgãos públicos municipais de Teixeira de Freitas, poderá
contribuir no aumento da eficácia nas atividades e consequentemente na diminuição das
notificações, emitidas pelos órgãos fiscalizadores? Levantam-se as hipóteses de que a da
qualificação de pessoal, treinamento em áreas técnicas, melhoria na comunicação entre os
órgãos municipais e da divisão de tarefas, podem aumentar a eficácia nas atividades e, desta
maneira, minimizarem as notificações expedidas pelo controle externo. O sistema de Controle
Interno não tem como finalidade única a descoberta de erros, fraudes ou desvios, dando assim
um significado de atuação condenável. O controle é meio de comunicação, prevenção e
regulamentação planejada para alcançar os resultados, podendo elogiar a atuação do governo
mediante cumprimento das metas estabelecidas. Esta pesquisa tem como objetivo identificar o
quantitativo de contratos administrativos, processos licitatórios e dispensas e inexigibilidades
de licitações que não foram enviadas no primeiro trimestre dos anos de 2014, 2015 e 2016,
em suas prestações de contas, para o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia,
e as possíveis causas do não encaminhamento. Para este trabalho foram usadas as
metodologias de pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso. O estudo de caso
mostrou que um sistema de controle interno de qualidade é de suma importância para o
controle do envio de prestação de contas mensais, evitando o não encaminhamento de
documentos e, posteriormente, uma possível rejeição de contas anuais. As principais
abordagens utilizadas no presente estudo mencionados no desenvolvimento do trabalho,
respaldando-se no embasamento teórico de Botelho (2006), Knoplock (2014) Catelli et al
(2013), Di Pietro (2014) e legislações aplicáveis à contabilidade e prestação de contas
públicas.

Palavras-chave: Administração Pública; Controle Interno Municipal; Notificações do


Controle Externo.
1 INTRODUÇÃO

Com o aumento dos interesses da coletividade em saber mais sobre a transparência e


legalidade na Gestão Pública, a Controladoria Municipal vem se destacando e fazendo um
papel importante, auxiliando e informando os Gestores com relação aos cuidados que os
mesmos devem tomar para conseguir a aprovação de suas contas e não infringir as leis.
O sistema de controle aplicado à gestão pública tem como finalidade atuar conforme
os princípios explícitos na constituição (Di Pietro, 2005). O controle da Administração Pública
tem o poder de fiscalizar e corrigir o que é exercido pelos órgãos dos Poderes Judiciários,
Legislativos e Executivos, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os
princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico. Este sistema de fiscalização é
ferramenta de suma importância, de natureza, acima de tudo preventiva na possível redução
de irregularidades na Gestão Pública.
O Controle Interno, instituído pelo Art. 70 da Constituição Federal de 1988, tem
como escopo aprimorar a eficácia da Gestão Pública, facilitar o trabalho dos Controles
Externos, aperfeiçoar a transparência pública, exercer a fiscalização orçamentária, financeira e
contábil e apoiar os setores, como por exemplo, o de contratos e licitações. Esta pesquisa foi
realizada com o intuito de contribuir com a administração pública municipal local,
apresentando a sociedade um tema de grande valia, pois busca demonstrar de forma prática os
controles internos municipais, o trabalho dos Tribunais de Contas e do Poder Legislativo.
O problema a ser discutido no presente trabalho é como a melhoria do Controle
Interno nos órgãos públicos municipais de Teixeira de Freitas, poderá contribuir no aumento
da eficácia nas atividades e consequentemente na diminuição das notificações, emitidas pelos
órgãos fiscalizadores?
Levantam-se as hipóteses de que a da qualificação de pessoal, treinamento em áreas
técnicas, melhoria na comunicação entre os órgãos municipais e da divisão de tarefas, podem
aumentar a eficácia nas atividades e, desta maneira, minimizarem as notificações expedidas
pelo controle externo.
O objetivo geral é identificar os possíveis motivos das notificações pelo Controle
Externo e formas de aumento de eficácia para minimizá-las. Os objetivos específicos são
conhecer a estrutura de Administração Pública Municipal em seus principais aspectos e
estruturas, criar rotinas de aperfeiçoamento de Controles Internos Municipais, reduzir a
possibilidade de erros e irregularidades, promover a eficiência operacional e fomentar o
respeito e obediência às políticas administrativas fixadas pela gestão.
Esta pesquisa utilizou como metodologia a pesquisa bibliográfica e documental. Para
evidenciar os fatos práticos descritos na teoria, utilizou-se, também, um estudo de caso na
Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas, por meio de sua Controladoria Geral,
desenvolvido através de documentos internos, especialmente pela análise de notificações
mensais, expedidas pelo Tribunal de Contas dos Munícipios do Estado da Bahia, do primeiro
trimestre dos anos de 2014, 2015 e 2016.
O trabalho está estruturado em cinco seções, incluindo essa introdução. Na segunda
seção, abordamos a controladoria na administração pública. Na terceira capítulo mostramos
como os controles na administração pública tem papel fundamental em uma boa gestão,
abordando sobre o controle interno municipal e o controle externo. Na quarta seção,
observamos os dados, gráficos e as análises concluindo e explicando o estudo de caso
realizado. Por fim, apresentamos algumas considerações finais.

2 CONTROLADORIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Controladoria, segundo Catelli et al. (2013, p. 344) pode ser vista como um método,
voltada à forma de fazer. Deve-se dividir em dois vértices: o primeiro como ramos de
conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base conceitual e o segundo como
setor de administração, que responde pelo conhecimento, modelagem e implementação de
sistemas de informações.
A controladoria é um setor, dentro da entidade, que tem a finalidade de garantir
informações para que os gestores possam tomar as melhores decisões, desta maneira,
colaborando para a eficiência e eficácia, levando em conta seu resultado econômico e
contábil.
Figueiredo e Caggiano (1997, p 28) afirmam que:
A controladoria pode ser definida como conjunto de princípios, procedimentos e
métodos oriundos das ciências da Administração, Economia, Psicologia, Estatística
e principalmente, da Contabilidade, que se ocupam da gestão econômica das
entidades com e sem fins lucrativos, tendo como finalidade torna-las mais eficazes.

Para o autor, a terminologia controladoria é um conjunto de regras pré-definidas com


origem em várias áreas de pesquisas e atividades, consequentemente, tendo um departamento
dentro da entidade que tem capacidade de informar os gestores previamente e também
controlando as atividades, obtendo resultados eficazes e cumprindo metas.
Destarte, a controladoria tem como uma das suas principais funções a de gerenciar os
setores de uma entidade e para isso deve ter conhecimento em cada um deles. O seu trabalho
começa desde o planejamento orçamentário até a obtenção dos resultados e consequentemente
o dever de controlar estas fases.
A controladoria deve exercer um papel de responsabilidade dentro da entidade,
apoiando os gestores e colaboradores, subsidiando informações desde o planejamento até o
alcance dos resultados, do mundo externo ao da organização, criando estratégias para
sobressair seus concorrentes, controlando atividades operacionais, comerciais, financeiras e
administrativas, criando soluções para erros que possam acontecer e integrar todos os setores
da entidade.
O setor da controladoria tem amplo conhecimento sobre a entidade, mas que para ele
tenha bons resultados, o controlador, deve ser competente e ter vasto entendimento em as
áreas que competem seu controle e atividades.
A controladoria procura aconselhar os gestores que usem as ferramentas por ela
disponibilizadas, a justificativa decorre, segundo Mambrini (2002, p.44):
Esses planos não são meros exercícios de projeções de números para se tentar
visualizar prováveis resultados econômicos e financeiros de uma empresa. O que os
orçamentos refletem, na verdade, é a necessidade que a empresa tem de comunicar a
seus gerentes os planos de ação, que, se forem executados de acordo com as
políticas e diretrizes neles embutidos, deverão dar origem a resultados, que, em
termos econômicos e financeiros, deverão corresponder às metas e aos objetivos
programados e que possibilitarão à empresa atingir sua missão e propósitos básicos.

A partir do controle exercido na entidade, se tem a expectativa que com a


comunicação interna, com os getores e demais departamentos, os resultados se expadem, as
metas sejam alcançadas e que o planejamento programado seja atingindo.
O objetivo da controladoria é zelar pela continuidade da entidade, assegurando, da
melhor maneira possível, seu resultado econômico.
Desta maneira, para que o objetivo seja cumprido à risca, deverão ser criadas regras e
objetivos claros e viáveis, além do planejamento. Abaixo o quadro que detalham os objetivos,
Atingir este conjunto de objetivos, planejamentos e controles significa a obtenção de
resultados de acordo com as metas e planejamentos. Com controle, a tomada de decisões é
mais clara e precisa, tornando estes resultados eficientes e eficazes.
A controladoria é um setor com objetivo bem definido e especifico e tem como missão
“suportar todo o processo de gestão empresarial por intermédio de seu sistema de informação,
que é um sistema de apoio à gestão" (Higa e Altoé, 2015, p. 178). A controladoria é um
sistema de apoio aos demais departamentos da entidade, sempre auxiliando nas atividades
cotidianas e controlando-as.
Segundo Catelli et al. (2013, p. 347), “[...] a gestão econômica, compreendida pelo
conjunto de decisões e ações orientado por resultados desejados e mensurados segundo
conceitos econômicos”.
Ainda que a controladoria oriente o melhor caminho a ser tomado, todo trabalho é
feito em conjunto, pela composição de departamentos da entidade, de acordo com o
planejamento estratégico de cada empresa. Seguindo as metas e desejos econômicos.
Já para os autores Figueiredo e Caggiano (1997, p. 27), “[...] o órgão administrativo
Controladoria tem por finalidade garantir informações adequadas ao processo decisório,
colaborando com os gestores na busca da eficácia gerencial”.
De acordo com o ponto de vista dos autores supracitados, o órgão da Controladoria,
contribui, conjuntamente com outros departamentos, nas decisões e orientações e visam o
mesmo objetivo. Garantir informações adequadas colaborando com os gestores para que seja
seguido o melhor caminho na busca de resultados.
A controladoria na administração pública, também conhecida por Controle
Institucional, exerce papel fundamental no desempenho da coisa pública. Através dela que se
detectam eventuais desvios ou problemas durante a execução das atividades cotidianas,
possibilitando a aplicação de medidas corretivas nestes processos.
Sendo assim, é possível constatar que o Estado é um ente de todos, portanto, sua
administração deve ser fiscalizada e controlada, para que sejam evitadas falhas, erros e
imperfeições por parte dos administradores, conjuntamente, devem ser criadas plataformas
para a transparência dessa administração, para que toda sociedade tenha a oportunidade de
contemplar as contas públicas.
Para Knoplock (2014, n.p.) a Administração Pública:
[...]está obrigada a observar diversos princípios, explícitos ou implícitos, tais como a
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, razoabilidade,
segurança jurídica etc. Para garantir essa obediência, são necessários mecanismos de
controle, de fiscalização da atuação administrativa, assim, os Poderes Legislativo,
Judiciário e Executivo exercem controles, em diversos níveis, da atuação da
Administração Pública.

Para o autor, o órgão do controle, na administração pública, deve seguir os princípios


da boa gestão, instituídos na Constituição Federativa do Brasil.
De acordo com a Lei nº 4.320/64, a União, Estados, Municípios e Distrito Federal
terão o controle da execução orçamentária e financeira, exercidos pelos Poderes Legislativos e
Executivos, mediante controles internos e externos. Esse julgamento é reafirmado pelo art.
70º da Constituição Federal, que determina: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
O controle deve ser exercido dentro das entidades, no caso do controle interno, e pelo
Poder Legislativo com auxílios dos tribunais de contas e de outros órgãos públicos, como
esquematizado:
O Controle institucional é feito em parceria com vários órgãos públicos, com o dever
de controlar todos os recursos públicos, prevenir erros e combater a corrupção. Estes órgãos
são externos e trabalham em conjunto com o controle interno para a efetividade do controle
institucional.
Para Di Pietro (2014, p. 808), a finalidade do controle na administração pública é:
Assegurar que a Administração atue em consonância com os princípios que lhe são
impostos pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade
pública, publicidade, motivação, impessoalidade; em determinadas circunstâncias,
abrange também o controle chamado de mérito e que diz respeito aos aspectos
discricionários da atuação administrativa.

Promovendo a ética pública, seguindo os princípios constitucionais, o papel do


controle institucional se torna mais fácil e eficaz, pois resgata a noção do serviço púbico, em
sua essência original, que busca servir ao público, devendo refletir seus valores, princípios e
regras, honrando o compromisso da coisa pública.

3 CONTROLES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

3.1 CONTROLE INTERNO

O controle interno é um sistema, que sendo bem gerenciado, tem o mesmo significado
de “boa gestão”. Constitui nas três esferas do poder público e possui um desempenho direto
nos atos controlados.
O Sistema de Controle Interno tem como função fazer-se um elo que liga a supervisão
exercida pelo Tribunal de Contas e a Gestão Municipal, por possuírem as mesmas finalidades
legais, que na significância maior é a de, em nome da coletividade, afirmar que os recursos
públicos foram legalmente e moralmente aplicados.
Botelho (2006, p. 35) afirma que:
O controle interno, como o externo, não é estritamente pessoal, mas de natureza
funcional. É de importância vital para Administração e necessária se faz a sua
definitiva institucionalização, a fim de permitir conhecer os resultados que estão
sendo obtidos através dos gastos públicos.
Logo, os controles tanto internos quanto externos exercem um papel importantíssimo
na administração de um município ajudando e orientando os mesmos na legalidade dos gastos
públicos tonando um setor útil e confiável para a Administração.
O sistema de Controle Interno não tem como finalidade única a descoberta de erros,
fraudes ou desvios, dando assim um significado de atuação condenável. O controle é meio de
comunicação, prevenção e regulamentação planejada para alcançar os resultados, podendo
elogiar a atuação do governo mediante cumprimento das metas estabelecidas.
Botelho (2006, p.36) conceitua Controle Interno como:
O controle realizado pelo próprio órgão executor no âmbito de sua própria
Administração, exercido de forma adequada, capaz de propiciar uma razoável
margem de garantia de que os objetivos e metas serão atingidos de maneira eficaz,
eficiente e com a necessária economicidade (p. ex: Sistema de Controle Interno,
Auditoria Interna, Controladoria Municipal).

De acordo com o autor, o controle é realizado pela própria unidade que efetua o
serviço, propiciando uma melhor garantia de atingir um resultado satisfatório em relação a
menor probabilidade de erros na gestão de recursos e execução das etapas (do início ao fim)
dos serviços executados em todos os setores da Administração.
O sistema de Controle Interno deve agir como prevenção e estar constantemente
combatendo os erros de casuais irregularidades em relação às metas constituídas, portanto,
afirma-se que a eficiência e eficácia de um bom sistema de controle interno auxilia a
Administração Pública a minimizar as notificações da auditoria externa.
Segundo esta resolução, o Controle Interno avalia o cumprimento das metas do plano
plurianual, em obediência ao orçamento previamente estabelecido, implicitamente faz valer os
princípios da Administração Pública no que diz respeito à legalidade e as suas legitimidades,
no que tange a, eficiência, economia e eficácia, para preservar o patrimônio do ente federativo
e, sobretudo resguardar e ratificar os limites preestabelecidos por Lei, com uma ênfase maior
nas transações de crédito bem como as suas garantias, dando assim sustentação ao controle
externo apoiando na sua missão institucional.

3.2 CONTROLE EXTERNO

De acordo com Lima (2011, p. 10), o sistema de controle externo se conceitua como:
O conjunto de ações de controle desenvolvidas por uma estrutura organizacional,
com procedimentos, atividades e recursos próprios, não integrados na estrutura
controlada, visando fiscalização, verificação e correção dos atos.

De acordo com o autor supramencionado, o controle externo se caracteriza como um


órgão controlador externo a entidade controlada, que objetiva encontrar erros e corrigi-los. É
o que se realiza por órgão estranho à Administração responsável pelo ato controlado e visa a
comprovar a probidade da Administração e a regularidade da guarda e do emprego dos bens,
valores e dinheiros públicos, bem como a fiel execução do orçamento.
Para o autor citado, o controle externo deve comprovar a probidade nos atos públicos
exercido pelo gestor da entidade, e, também, ter a responsabilidade de controlar a guarda de
bens e valores públicos e o a execução do orçamento.
Historicamente, as Cortes de Contas estão mais relacionadas aos controles externos,
sejam em quais esferas tiverem, todavia, existem outras casas que têm a função de fazer este
tipo de controle na Administração Pública.
Percebe-se que os órgãos de controle externos são bem distintos e com competências
diferentes. Todavia, buscar-se-á a identificação de falhas para que as mesmas sejam
corrigidas, o combate contra corrupção e desvios e, posteriormente, os julgamentos das
entidades e de seus gestores.
Sobre o controle externo municipal, a Constituição Federal dispõe que:
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo
Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei.

O artigo supracitado evidência como a fiscalização do município deverá ser exercida e


seus parágrafos o detalha:
§ 1o. O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos
Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios, onde houver.

Na esfera municipal, o controle externo é feito pelo Poder Legislativo com o auxílio
das Cortes de Contas, que na Bahia é representado pelos Tribunais de Contas dos Municípios
(TCM).
§ 2o. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o
Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços
dos membros da Câmara Municipal.

Os gestores anualmente devem prestar contas de todas as receitas recebidas e de suas


despesas devidamente comprovadas por documentos, caberá ao TCM julgar as contas como
aprovadas, aprovadas com ressalvas e rejeitadas, que são quando não se tem nenhum tipo de
irregularidade, quando tem algum erro que pode ser corrigido e quando as irregularidades não
poderão ser corrigidas, respectivamente.
Após os julgamentos das contas anuais dos gestores, pelo TCM, será emitido o parecer
prévio, que virão com a opinião dos conselheiros que julgaram estas contas, todavia, o TCM é
um órgão que auxilia o Poder Legislativo Municipal, portanto a decisão final parte dos
Vereadores. Ainda que venha em parecer prévio emitido pelo TCM que as contas foram
aprovadas, o Poder Legislativo pode reprova-las, se for o caso, e vice-versa.
Esta regra só se aplica aos gestores do Poder executivo, uma vez, que o TCM tem
autonomia de aprovar ou não as contas do Poder legislativo definitivamente, visto que um
poder não pode julgar as suas contas, senão perderia toda credibilidade sobre este julgamento.
As contas municipais deveram ficar em apreciação durante sessenta dias, para que a
população em geral possa ter acesso à todas as movimentações que o município fez no ano
anterior, onde foram aplicadas as verbas recebidas, se todos os planos foram cumpridos e as
metas e limites foram atingidos, por exemplo. Esses sessenta dias acontecem, geralmente
entre os meses de abril a junho.
Ainda que, na Bahia, o nome da Corte de Contas seja Tribunal de Contas dos
Municípios, o mesmo não tem nenhum tipo de ligação com os municípios, ele é um órgão
Estadual que auxilia no controle externo municipal. Alguns estados brasileiros contam com o
auxílio dos tribunais de contas dos estados, que além de auxiliar os poderes legislativos
municipais, auxiliam, também, os estaduais.
Dessa maneira, é visto a importância do controle externo municipal, que ainda que
possa parecer um órgão que só tem a função de julgar as contas municipais, auxiliam e
ajudam o controle interno. Identificando erros e irregularidades, através de suas notificações
mensais, para que os gestores corrijam os itens notificados e já fique em sobreaviso que da
forma que foi feita será considerada como irregular.

4 ESTUDO DE CASO NA CONTROLADORIA GERAL DA PREFEITURA


MUNICIPAL DE TEIXEIRA DE FREITAS

A Controladoria Geral do Munícipio de Teixeira de Freitas está localizada na Avenida


Marechal Castelo Branco, nº 168 – 2º andar – Centro - Teixeira de Freitas, Bahia.
Suas principais atividades desenvolvidas são: Acompanhar a execução orçamentária
para não ter problema em uso impróprio de recurso; cumprir metas estabelecidas no
orçamento anual e no plurianual; inspecionar o orçamento contábil e todas as etapas dos
processos até estar pronto para o financeiro; o controle de processos de pagamento; controle
de compras e licitações; controle de notificações expedidas pelo TCM BA; auxiliar os órgãos
de controles externos; prezar pela transparência pública; verificação de todos os processos de
pagamentos e todos os processos de licitação tanto na fase externa e na fase interna;
acompanhando as informações enviadas ao sistema do TCM BA, o SIGA, dentre outras.
Tendo como chefe de órgão a Controladora Interna, além de outros 04 (quatro)
servidores. A estrutura hierárquica do órgão da Controladoria Geral da Prefeitura Municipal
de Teixeira de Freitas será representada a seguir:

4.1 Entrevista com a Chefe da Controladoria Geral da Prefeitura Municipal de Teixeira


de Freitas

De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 195) entrevista é:


É um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza
profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de
dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.

Para os autores supracitados, a entrevista trata-se de uma conversação com o objetivo


de obter dados, este método é, geralmente, utilizado para que seja feita uma investigação
social ou para se ter um diagnóstico sobre algum problema.
Existem alguns tipos de entrevista e neste trabalho apresenta-se o tipo padronizado ou
estruturada que conforme Marconi e Lakatos (2003, p. 197) é:
Aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as
perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um
formulário elaborado e é efetuada de preferência com pessoas selecionadas de
acordo com um plano.

Seguindo esta linha, desenvolve-se uma entrevista com a Controladora Interna do


Munícipio de Teixeira de Freitas-BA, realizada na sede da Controladoria Geral do Munícipio,
no dia 05 de outubro de 2016, às 08h30m, transcrita abaixo:
1. Como a melhoria do Controle Interno poderá contribuir no aumento da eficácia nas
atividades e consequentemente na diminuição das notificações, pelo Tribunal de
Contas? O primeiro passo e a instalação de um sistema de Controles internos nos
departamentos e secretárias, com pessoal preparado para os acompanhamentos
diários, e posteriormente encaminhado a Controladoria Geral todos os erros
identificados, tornando-se assim um acompanhamento eficaz, pois hoje as
Controladorias não têm recursos humanos suficientes para fazer esse trabalho, aí
torna-se inviável.

2. Em sua opinião a qualificação de pessoal com treinamento em áreas técnicas e a


melhoria comunicação interna minimizaria as notificações do Tribunal de Contas?
Sim, inclusive no TCM – Tribunal de Contas dos Municípios já tem projeto de uma
escola de governo, para a preparação dos servidores municipais, principalmente os
servidores efetivos, pois são servidores que tem carreira, e infelizmente é o que não
acontece nas maiorias das gestões.

3. Qual a maior dificuldade que o órgão de Controle Interno Municipal tem para que as
pendências das notificações mensais sejam sanadas? As dificuldades começam desde o
início de um processo administrativo, que muitas vezes já começa errado e quando vai
para o TCM o erro já foi cometido, porém as controladorias já estão criando Normas
de procedimentos para minimizar tais pendências.

4. A melhoria na divisão de tarefas, dos servidores municipais, promoveria a diminuição


de notificações expedidas por órgãos de controle externo? Sim, e essas tarefas seriam
direcionadas com servidores que tenham responsabilidade a cada ato administrativo,
seguindo as Leis, desta maneira, não teríamos notificações. Isto é uma proposta de
gestão pública para os gestores municipais.

5. Quais os principais itens que são notificados pelas Cortes de contas, na Prefeitura
Municipal de Teixeira de Freitas? Hoje nossos itens mais notificados são relacionados
com o SIGA – Sistema Integrado de Gestão e Auditoria, sistema criado pelo TCM,
com objetivo de prestar contas mensais, erros de lançamentos, que também não traz
nenhum prejuízo ao erário, pois logo após recebimento da Notificação, pedimos a
reabertura do sistema e fazemos a regularização devida, outro item que pode trazer
um dano maior, e ausência de processo licitatório, quando a inspetoria notifica que
tal processo foi feito com a modalidade de licitação divergente para os serviços, e
outros itens que não são de grande relevância, mas o controle interno tem feito um
papel importante para a diminuição dessas notificações, que está recomendando e
apontando erros antes de serem enviados ao TCM.

6. Com qual frequência são notificadas ausência de contratos públicos e quais as


dificuldades de resolver este tipo de pendência? Já tivemos com muita frequência esse
item, hoje foi sanada tal pendência, ainda acontece o não encaminhamento do
contrato, que às vezes acontece de um servidor não ter encaminhado, e vale ressaltar
que também não é um item de grande relevância para o julgamento das contas
anuais.
7. Qual a maior dificuldade para se evitar erros notificados anteriormente pelo Tribunal
de Contas dos Municípios? A mudança de alguns servidores que já tem uma
experiência e já foi capacitado para tal serviço, quando há essa mudança o servidor
que substitui o outro não tem o mesmo conhecimento e aí vem à dificuldade e comete
um erro que já estava até sanado.

8. O órgão de Controle Interno deste município conta com alguma rotina para que sejam
feitas as correções de erros apontados pelo controle externo? Temos hoje a verificação
de todos os processos de pagamentos e todos os processos de licitação tanto na fase
externa e na fase interna, seguido do acompanhamento do SIGA, diariamente no
Modulo de análise que é disponibilizado para o controlador.

9. Qual a importância do controle interno na administração pública e para a sociedade?


Orientar os gestores quanto à melhoria de aplicação dos gastos públicos através de
informações e estratégicas e, principalmente, prévias, proporcionando ao gestor
atitudes antes da realização do fato, possibilitando intervenções a tempo de mudar o
curso das ações empreendidas e para sociedade através desse acompanhamento e de
algumas ações desenvolvidas pela controladoria.

10. De acordo com a legislação atual do nosso país, o controle interno deve ajudar e
interagir com o controle externo, como é feita interação destes dois órgãos no
município de Teixeira de Freitas? Sim, essa interação maior é feita com a Inspetoria
Regional, que no nosso caso é em Itamaraju, e nosso município tem um bom
relacionamento com o Inspetor e quando há dúvidas em alguns problemas contábeis e
administrativos nos deportamos a ele, assim sucessivamente.

4.2 Dados obtidos nas Notificações expedidas pelo Tribunal de Contas dos Munícipios

Os dados foram obtidos através de visitas técnicas e análises nas Notificações,


expedidas pelo TCM BA, no primeiro trimestre dos anos 2014, 2015 e 2016 e os achados
(itens divergentes encontrados nas notificações) escolhidos foram: ausência de envio de
contratos junto a fornecedores, processos licitatórios e processos de dispensas
/inexigibilidades de licitações.
No primeiro trimestre de 2014 foram encontrados os seguintes dados:
Quadro 1 - Dados coletados em 2014

Mês Ausência de envio Ausência de envio de Ausência de envio de


de Contratos com Processos Licitatórios Processos de Dispensas /
Fornecedores Inexigibilidade
Janeiro 49 contratos 01 licitação 126 disp./ inex.
Fevereiro 12 contratos 03 licitações 16 disp./ inex.
Março 03 contratos 03 licitações Nenhuma disp. / inex.
Total 64 contratos 07 licitações 142 disp. / inex.
Fonte: Elaboração própria.

No primeiro trimestre de 2015 foram encontrados os seguintes dados:

Quadro 2 - Dados coletados em 2015

Mês Ausência de envio Ausência de envio de Ausência de envio de


de Contratos com Processos Licitatórios Processos de Dispensas /
Fornecedores Inexigibilidade
Janeiro 28 contratos 08 licitações 43 disp./ inex.
Fevereiro 11 contratos 10 licitações 04 disp./ inex.
Março Nenhum contrato 08 licitações 02 disp. / inex.
Total 39 contratos 26 licitações 49 disp. / inex.
Fonte: Elaboração própria.

No primeiro trimestre de 2016 foram encontrados os seguintes dados:

Quadro 3 - Dados coletados em 2016

Mês Ausência de envio Ausência de envio de Ausência de envio de


de Contratos com Processos Licitatórios Processos de Dispensas /
Fornecedores Inexigibilidade
Janeiro 02 contratos Nenhuma licitação 03 disp./ inex.
Fevereiro Nenhum contrato 01 licitação Nenhuma disp./ inex.
Março 02 contratos 01 licitação 03 disp. / inex.
Total 04 contratos 02 licitações 06 disp. / inex.
Fonte: Elaboração própria.
4.3 Gráficos comparativos dos dados coletados

A Prefeitura Municipal deixou de encaminhar no 1° trimestre dos anos de 2014, 2015


e 2016 o total de 107 (cento e sete) contratos firmados com seus fornecedores nas suas
prestações de contas mensais, e o gráfico acima mostra que, o ano com maior índice de
contratos não enviados foi 2014, com um porcentual, em média, de 60%, o que representa 64
(sessenta e quatro) contratos não enviados neste trimestre. No ano de 2015 percebe-se que o
índice teve uma queda considerável e o percentual passou a ser 36%, representando 39 (trinta
e nove) contratos não enviados no trimestre analisado de 2015. Já no último ano, houve uma
redução significativa, com uma porcentagem de 4%, o que equivale a 4 (quatro) contratos não
encaminhados ao tribunal, neste trimestre.
De forma evolutiva, verificam-se na análise comparativa que, a Prefeitura
analisada conseguiu melhorar os seus controles e consequentemente tem havido uma queda
considerável a cada ano. O que representa um maior envio de contratos com fornecedores
para os Tribunais de Contas, através da prestação de contas mensais.
Quando analisados estes números, percebe-se que o trimestre do ano de 2014 para o
ano de 2015 houve uma redução de 39%, ou seja, 25 (vinte e cinco) contratos, uma
diminuição consideravelmente alta, pela quantidade de contratos não enviados no período
analisado. Quando comparado os anos de 2014 e 2016, identifica-se uma redução maior
ainda, com o percentual de 94%, ou um quantitativo de 60 (sessenta) contratos a menos,
conseguindo um enorme controle de contratos enviados em sua documentação mensal,
conseguindo alcançar uma alta excelência e quase atingindo o objetivo do controle interno de
encaminhar todos os contratos na prestação de contas mensal.
Para obter esse resultado, o controle interno criou atividades e segregou outas à
diversos setores dentro da Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas, para que cada setor
fosse responsável por efetuar a despesa pública dentro de suas fases e com toda documentação
correta, para que se evite notificações expedidas pelo TCM.
No primeiro trimestre dos anos analisados, a Prefeitura Municipal de Teixeira de
Freitas, deixou de encaminhar, de acordo com as notificações destas competências, um
quantitativo de 35 (trinta e cinco) processos licitatórios em suas prestações de contas mensais
ao TCM. O ano de 2014 foram deixadas de encaminhar 7 (sete) licitações, o que representa
20% dos anos analisados, o maior número de falhas foi constatados em 2015, com a
porcentagem de 74% e o quantitativo de 26 (vinte e seis) processos licitatórios, o setor
responsável não conseguiu alcançar o objetivo das atividades do controle interno, que é
diminuir, gradativamente, estas falhas a cada período, já em 2016 ocorreu uma diminuição
significava comparado aos dois anos anteriores, representando 6%, do total de licitações não
enviadas, ou seja, 2 (duas) licitações deixaram de ser encaminhas, nas prestações de contas
mensais para a IRCE, neste período.

Gráfico 1 - Comparativo de ausência de envio de contratos com fornecedores nas


prestação de contas mensais.

Fonte: Elaboração própria.

Quando comparados os períodos em cada ano, nota-se que no 1° trimestre do ano de


2014 para o mesmo período em 2015 houve um crescimento de 271%, ou seja, um aumento
de 19 (dezenove) licitações não enviadas. Este não encaminhamento de documentos podem
acarretar notificações e até ocasionar uma futura rejeição de contas por parte do Tribunal de
Contas dos Munícipios. Em compensação em 2016 aconteceu o oposto e sua redução foi
considerável. Quando comparado a 2014 existiu uma queda de 71%, o que representa uma
diminuição de 5 (cinco) licitações não enviadas ao TCM e quando comparado a 2015 a
redução é maior ainda, representando em índices percentuais uma queda de 92%, o que
representa em números quantitativos 24 (vinte e quatro) licitações.
Gráfico 2 - Comparativo de processos licitatórios ausentes

Fonte: Elaboração própria

Ainda que no 1° trimestre do ano de 2014 para 2015 houve um aumento representativo
em quantidade de processos licitatórios não enviados ao TCM, o controle interno conseguiu
em 2016 quase que sanar as pendências de processos da mesma natureza, conseguindo reduzir
drasticamente o volume de notificações ajudando assim, o município a minimizar problemas
futuros como, por exemplo, a rejeição das contas municipais que é explicito no art. 1° da
Resolução TCM BA nº 222/1992.
No período analisado, o 1° trimestre dos anos de 2014, 2015 e 2016, a Prefeitura
Municipal de Teixeira de Freitas deixou de encaminhar 197 (cento e noventa e sete) processos
de dispensas e inexigibilidades de acordo com as notificações do TCM. O maior índice
aconteceu no ano de 2014, representando 72% destas falhas, número quantitativo de 142
(cento e quarenta e dois) processos de dispensas ou inexigibilidades não encaminhadas, já no
ano de 2015 deixou-se de ser encaminhados 49 (quarenta e nove) processos de
dispensas/inexigibilidades, e no ano de 2016 houve uma diminuição do ao TCM de 6 (seis)
processos de dispensas/inexigibilidades nas prestações de contas mensais.
Gráfico 3 - Comparativo de Processos Dispensas / Inexigibilidades de Licitação ausentes

Fonte: Elaboração própria.

Verificando cada ano, constata-se que a prefeitura alcançou um melhor controle em


relação a envios de processos de dispensa/inexigibilidades, tendo uma queda notavelmente a
cada ano, percebe-se que o trimestre do ano de 2014 para o ano de 2015 houve uma redução
de 65%, uma queda consideravelmente alta. Quando comparado o ano de 2014 e 2016
verifica-se uma queda de 96%, o que representa um índice excelente e mostra o quão é
importante o controle dos documentos enviados, mensalmente, à Corte de Contas.
Os trabalhos das atividades desenvolvidas pelo controle interno foram de suma
importância para o envio dos processos de dispensas e inexigibilidade a serem enviados ao
TCM e isto é demonstrado pelo gráfico.
De um modo geral, o não encaminhamento dos contratos com fornecedores, processos
licitatórios e processos de dispensas e inexigibilidades de licitação ao TCM pode ocasionar
notificações mensais. Todavia, o órgão público jurisdicionado, poderá enviar estes processos
para à Corte de Conta com as devidas justificativas, nas respostas às notificações mensais,
encaminhando, mesmo em atraso, os documentos comprobatórios necessários.
Porém, o maior problema que uma entidade pública pode ter é a não elaboração destes
contratos e/ou processos, que são explicitamente exigidos na Lei 8.666/93. Segundo o Mestre
Marcus Vinicius Passos de Oliveira (2016), as maiores consequências que uma prefeitura
pode ter em não elaborar os processos licitatórios e devidos contratos no ato das aquisições de
bens e serviços são: rejeição de contas, multas, ressarcimentos, improbidade administrativa e,
consequentemente, acarretar a inelegibilidade ao gestor responsável pela entidade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral deste trabalho foi identificar os possíveis motivos das notificações
pelo Controle Externo e formas de aumento de eficácia para minimizá-la e os objetivos
específicos foram conhecer a estrutura de Administração Pública Municipal em seus
principais aspectos e estruturas; criar rotinas de aperfeiçoamento de Controles Internos
Municipais; reduzir a possibilidade de erros e irregularidades; promover a eficiência
operacional e fomentar o respeito e obediência às políticas administrativas fixadas pela gestão
que foram alcançados e aprofundados por meio de referencial teórico e estudo de caso,
evidenciando que o assunto “Controles Internos Municipais” como indispensável na gestão
pública.
No decorrer da pesquisa buscou-se revelar a importância do setor de Controle Interno,
mostrando que este órgão atua, também, no controle das transações de créditos e suas
garantias, no recebimento de recursos (receitas) e nas suas distribuições (despesa), além de
auxiliar os órgãos de controle externo.
No estudo de caso realizado na Controladoria Geral da Prefeitura Municipal de
Teixeira de Freitas foram analisadas notificações, do primeiro trimestre dos anos de 2014,
2015 e 2016, expedidas pelo TCM BA. Foram identificados os números de contratos com
fornecedores, processos licitatórios e processos de dispensas e inexigibilidades de licitação
não encaminhadas pela Prefeitura Municipal em suas prestações de contas mensais.
O estudo realizado demonstra que o controle interno contribui para a diminuição de
notificações dos itens analisados, através da verificação de todos os processos licitatórios e
dos processos de pagamentos que são feitos pela contabilidade, não autorizados para
pagamentos, processos incompletos ou com irregularidades (objetos fora dos padrões,
despesas classificadas em dotações divergentes de sua natureza, etc.) e orientando os
servidores o procedimento correto a seguir.
Então, dessa maneira, conclui-se que todos os objetivos concebidos por este trabalho
foram alcançados. As hipóteses abordadas anteriormente foram comprovadas onde, verificou-
se que, a melhoria do Controle Interno nos órgão públicos municipais de Teixeira de Freitas
pode contribuir no aumento da eficácia nas atividades referente à qualificação de pessoal e
treinamento em área técnicas e consequentemente na diminuição das notificações, emitidas
pelos órgãos fiscalizadores melhorando a comunicação entre os setores municipais e nas
divisões de tarefas, conseguindo, assim, obter um feedback em relação as atividades
desenvolvidas, eliminando as dúvidas e possíveis erros conseguindo alcançar o objetivo da
diminuição de falhas na execução dos processos com mais agilidade e rapidez.
O assunto Controle Interno não se esgota nesse estudo, pois, as formas de controles e
seu respectivo o embasamento legal sofre atualizações constantes, fazendo com que os
interessados precisem acompanha-los de forma continuada. Este trabalho visa contribuir para
estudantes, profissionais, pesquisadores e a todo cidadão interessado neste conteúdo na área
contábil pública.

REFERÊNCIAS

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Teixeira de Freitas. 2016. Entrevista concedida a Bianca de Sena Silva e Lidiane Silva
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