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CESVALE - CENTRO DE ENSINO SUPERIOR VALE DO PARNAÍBA

BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MARIA DE DEUS DE CARVALHO COSTA

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NO PROCESSO DECISÓRIO DAS


ORGANIZAÇÕES.

TERESINA
2020
MARIA DE DEUS DE CARVALHO COSTA

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NO PROCESSO DECISÓRIO DAS


ORGANIZAÇÕES.

Trabalho de conclusão de curso, submetido ao


Departamento de Ciências Contábeis, do Centro de
Ensino Superior do Vale do Parnaíba, como
requisito pra conclusão do curso de Bacharel em
Ciências Contábeis.

TERESINA,2020.
RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso trás por objetivo geral tratar da contribuição da auditoria interna
no processo decisório das organizações. Com a ampla concorrência do mercado e a velocidade em
que as informações são geradas torna-se de grande relevância o aperfeiçoamento e gerenciamento dos
processos. A auditoria interna tem vindo a assumir um papel de extrema importância, no seio das
organizações na medida em que o reconhecimento da utilidade e relevância desta função revolucionou
a forma de estar das empresas, fazendo com que o campo de atuação das auditorias se alargasse da
vertente relacionada a contabilidade financeira para a vertente operacional e informática, de forma a
permitir formular recomendações de melhoria das limitações identificadas apoiando a gestão no
processo decisório, de forma que as decisões sejam programadas e adequadas. Procurou-se demonstrar
a importância do controle interno para levantamento dos dados que possibilite a geração de
informações necessárias para aprimorar e controlar a administração da empresa garantindo eficácia e
eficiência operacional. A nossa investigação foi desenvolvida a partir de um estudo de caso, onde
complementamos os conceitos teóricos explorados na revisão da literatura. Neste sentido aplicamos
questionários aos colaborados da instituição, uma entrevista ao Diretor do Gabinete de Auditoria e
procedemos à análise do manual de controlo interno da empresas.

Palavras-chave: auditoria interna; contabilidade; auditor interno;empresas.


ABSTRACT

This course conclusion work has as its general objective to deal with the contribution of
internal audit in the decision making process of organizations. With the widespread market
competition and the speed at which information is generated, the improvement and
management of processes is of great relevance. Internal auditing has taken on an extremely
important role, within organizations, as the recognition of the usefulness and relevance of this
function has revolutionized the way of being of companies, causing the field of performance
of audits to widen the scope related to financial accounting for the operational and IT aspects,
in order to make recommendations for improving the identified limitations supporting
management in the decision-making process, so that decisions are programmed and
appropriate. We sought to demonstrate the importance of internal control for data collection
that enables the generation of information necessary to improve and control the company's
management, ensuring operational effectiveness and efficiency. Our investigation was
developed from a case study, where we complement the theoretical concepts explored in the
literature review. In this sense, we applied questionnaires to the institution's employees, an
interview with the Director of the Audit Office and proceeded to the analysis of the
company's internal control manual.

Keywords: internal audit; accounting; Internal Auditor.


INTRODUÇÃO

Este trabalho de conclusão do curso tem como tema, a auditoria interna e a sua
importância no processo decisório das empresas. A auditoria interna é de suma importância
para as empresas, apresentando se como uma diligencia que tem por objetivo mensurar as
ameaças e as oportunidades, deixando claro, seus pontos fortes e fracos e nessa base, garante
os requisitos que possibilitam melhorias corretivas e procedimentos adequados e bem como
ajuda a conceituar as diretrizes estratégicas voltadas para a melhor administração do negocio.
Segundo Crepaldi (2011, p. 3), pode-se definir auditoria como levantamento, estudo
e avaliação das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras
de uma entidade.
A auditoria interna sem sombra de dúvida é uma importante ferramenta de auxilio a
contabilidade, através de planejamentos estratégicos e organização e cabe a auditoria
acompanhar a aplicação e a execução dos planos e procedimentos da empresa, onde emitirá
um parecer considerando apta a atuação da empresa, por outro lado tem a auditoria externa,
ou auditoria Independente que é realizada por profissionais independentes que também
contém um parecer das operações e demonstrações da contabilidade.
Necessita se do auxilio da auditoria interna, por exemplo, para obtenção de
informações assertivas a cerca da situação patrimonial e financeira da organização em
questão, até para que se possa captar recursos juntos a terceiros caso haja necessidade, como
empréstimos junto aos bancos ou abrir o capital para novos investidores nacionais ou
internacionais.
Neste contexto, com o auxílio da auditoria interna é possível para o responsável pela
administração da organização, evitar prejuízos irrecuperáveis e conseguir recursos financeiros
com qualidade e precisão das informações prestadas.
A auditoria surgiu da necessidade de confirmação por parte dos investidores e
proprietários, dos valores retratados no patrimônio das empresas que possuíam ou as que
pretendiam realizar seus investimentos, principalmente com o grande crescimento econômico-
financeiro e com o aparecimento das grandes empresas que são representadas em vários
países. Dessa especialização, surgiu uma ramificação que foi chamada de auditoria interna,
que possui como tarefa designada avaliar de forma independente, dentro de uma entidade, os
controles contábeis, financeiros e operacionais, no sentido de auxiliar a administração.
Os auditores internos, que são os responsáveis pela execução sãs auditorias,
necessitam da empresa, no tangente ao apoio da alta administração e dos seus principais
executivos, para que possam dessa maneira, executar seu trabalho livres de interferências e
com a colaboração dos setores submetidos ao exame. Assim, pode-se enfocar que o papel do
auditor interno é auxiliar os membros da administração a desempenharem eficazmente suas
responsabilidades, fornecendo-lhes análises, avaliações, assessorias e informações relativas às
atividades da organização dentro
O maior objetivo da auditoria interna, é de dar aos administradores da entidade,
informações que vão ajudá-los e direcioná-los melhor nas atividades nas quais eles estão
responsáveis. Ela avalia e examina adequadamente a eficiência e qualidade dos sistemas e
processos, e das áreas ligadas à empresa como um todo. A auditoria interna e inserida através
do sistema de controle interno das empresas, que tem como maior objetivo assegurar sua
própria adequação efetiva para contribuir para melhores resultados da empresa.
Neste contexto, este trabalho de conclusão de curso, tem por objetivo detalhar os
conceitos da auditoria interna, bem como sua importância e papel dentro da contabilidade
interna, e demonstrar através de pesquisas a qualidade dos registros contábeis, fundamentada
em normas e princípios.
Neste contexto, a contabilidade passou a exercer papel preponderante dentro de uma
visão ampla dos administradores para o acompanhamento das decisões estratégicas das
empresas, conduzindo a metas definidas.
1. AUDITORIA

1.1 Origem da Contabilidade

Não se possui dados exatos sobre como, quando ou de que forma nasceu a
Contabilidade. O que se compreende é que a origem da contabilidade é tão antiga quanto à
história da civilização. Está vinculada à necessidade dos seres humanos em proteger suas
posses e ter o conhecimento de como realizar sua gestão (IUDÍCIBUS; MARION, 2012)
Com o passar do tempo o homem começou a querer ter um maior controle e
administração de seus bens para o acompanhamento de sua riqueza. A procedência da
contabilidade está vinculada a essa necessidade, e Iudícibus e Marion relatam que “a rigor, o
homem fez um inventário há um ano e outro inventário agora. [...] de forma muito rudimentar,
não poderíamos dizer que os inventários estariam correspondendo aos balanços anuais?”
(2012, p. 23). O termo Contabilidade pode ser abordado como ciência que estuda o
patrimônio do ponto de vista econômico, bem como os princípios e as técnicas necessárias ao
controle e à análise dos elementos patrimoniais. Tem-se como definição de Contabilidade:

A Contabilidade é considerada como ciência social que tem responsável acervo


cultural e um conjunto de técnicas, princípios, conceitos e metodologias própria para
servir a quem se utilizar de seus produtos, contribuindo, no plano econômico e
administrativo das entidades, para a produção de informação seguras e objetivas
(ATTIE, 2011, P. 95).

Completando a idéia anterior, Franco (1996, p. 19) relata que “desde o seu
aparecimento, a contabilidade tornou-se um conjunto ordenado de conhecimentos, com
objetivos e finalidades definidas, tem sido considerada como uma arte, como técnica ou como
ciência de acordo com a orientação seguida”. Dito isso, podemos relatar que o ser humano
começou a auferir maiores riquezas e propriedades, notou-se que tais informações não eram
de fáceis arquivamentos, carecendo então a técnica para auxilia-lo, “A Contabilidade é por
definição, a ciência que estuda o desenvolvimento do patrimônio de uma pessoa, seus
resultados e reflexos, sua evolução, sua gerência e seu futuro, conceito que deve ser entendido
amplamente, e não de modo restrito” (MULLER, 2019, p. 16).
Junto ao surgimento da contabilidade encontra-se a auditoria que de acordo com
Attie (2011, p. 6), “o surgimento da auditoria está ancorado na necessidade de confirmação
por parte dos investidores e proprietários quanto à realidade econômico-financeira espelhada
no patrimônio das empresas investidas. [...]”. Sendo assim compreende-se que a auditoria foi
um ramo da Contabilidade desenvolvido para auxiliar e informar o administrador, sendo ela a
responsável pela formação de uma disciplina determinada auditoria, destinada a ser utilizada
como ferramenta de confirmação da própria contabilidade.
Com a evolução da Ciência Contábil, que se tornou imprescindível à Administração das
empresas, desenvolveu-se também, a técnica de auditoria que é uma das mais importantes ferramentas
para o controle administrativo. A auditoria interna é uma função de avaliação, criada dentro da
organização para examinar, verificar e administrar todos os procedimentos e políticas internas
referentes a conferência do sistema contábil e controles financeiros internos, assegurando-se assim de
que todos esses procedimentos estão de acordo com a legislação e políticas das empresas Attie (2011,
p. 52). O autor afirma ainda que a “auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a eficiência
e a eficácia do controle patrimonial implantado [...]” (ATTIE 2016, p25)

1.2 Conceitos: Auditor - Auditoria

Termo auditor – origem latina (aquele que ouve) , origem inglesa (aquele que
examina. O surgimento da auditoria está relacionado com a necessidade da confirmação de
informações quanto a realidade financeira – econômica de uma entidade. Dessa forma, temos
assim o marco da escrituração mercantil com a publicação do Método das Partidas Dobradas
em meados de 1494, no trabalho Summa / Tractatus, de Frà Luca Paccioli, como ponto de
partida desse estudo direcionado.
A auditoria é o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das
demonstrações contábeis, examinando os critérios e procedimentos contábeis adotados em sua
elaboração, e se estes estão de acordo com os princípios fundamentais da Contabilidade e com
as normas brasileiras de Contabilidade.
Dentre os vários conceitos de auditoria, destaca-se:
Para Crepaldi (2011) o conceito de auditoria Interna deve incluir em seus
mecanismos de controle interno outras variáveis, como se verifica na sua definição: conjunto
de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos
controles internos e das informações físicas, financeiras e operacionais da entidade. Para Sá
(2007) a auditoria Interna é definida da seguinte maneira:

A auditoria interna é um órgão de controle que, possuindo máxima liberdade, deve


“acompanhar” os comportamentos da atividade empresarial ou institucional,
visando, basicamente: confiabilidade interna dos sistemas de controle;
confiabilidade interna dos registros contábeis; confiabilidade interna dos informes;
avaliação da eficácia das funções patrimoniais (p.114)
Completando o pensamento anterior, Rego (2011, p. 19) relata que: “a auditoria
interna preocupa-se, também, com a melhor rentabilização dos recursos disponíveis assim
como com o cumprimento dos objetivos previamente fixados, servindo as organizações na sua
globalidade e não apenas os seus gestores”.Attie (2011, p. 275) acrescenta ainda que, “a
auditoria interna encontra-se em constante desafio pelo rápido desdobramento natural das
empresas, pela intensidade das mudanças, pela diversidade dos eventos, pelo desenvolvimento
da tecnologia cada vez mais presente, pelas necessidades de suas organizações, pelas
oportunidades que existem e pelo crescimento assegurado dessas oportunidades no futuro”.

A necessidade da implantação de um departamento de auditoria Interna numa


empresa decorre em função do auditor externo ter um período curtíssimo para
executar os seus trabalhos, além disso, o seu trabalho é totalmente direcionado para
o exame das demonstrações contábeis. Para atender à administração da empresa, é
necessária uma auditoria mais frequente para desempenhar os exames nos controles
internos com maior grau de profundidade (PAGLIATO, 2015, p. 35).

Através do exposto infere-se que a Auditoria Interna tem por finalidade desenvolver
um plano de ação que auxilie a organização a alcançar seus objetivos adotando uma
abordagem sistêmica e disciplinada para a avaliação e melhora da eficácia dos processos de
gerenciamento de riscos com o objetivo de adicionar valor e melhorar as operações e
resultados de uma organização.

1.3 Histórico

"Há cerca de cinqüenta anos a auditoria interna vem sendo adotada por empresas de
médio e grande porte como instrumento de gestão nos Estados Unidos. Contudo, sua
existência foi reconhecida por apenas há vinte anos." (MARTINS & MORAIS, 2015).
É difícil determinar a exata data em que foi procedido o primeiro trabalho de
auditoria no Brasil, mas, há exatamente um século, o balanço da São Paulo Tramway Light &
Power Co., relativo ao período compreendido entre junho de 1899 e 31 de dezembro de 1902,
foi certificado pela empresa canadense de Auditoria Clarkson & Cross – atualmente Ernst &
Young.

A palavra é de terminologia inglesa (auditing) e deriva do termo auditor, o qual


corresponde a “aquele que ouve”. Conta-se que quando o rei enviava um emissário
com a finalidade de notificar algum súdito de alguma dívida, numa época em que o
papel e a imprensa ainda não eram utilizados, acompanhavam uma pessoa que tinha
por missão comprovar que o referido súdito ouviria a mensagem e era conhecedor
da situação, este era o auditor. Infere-se que o fato de a palavra deste ter fé pública e
servir de comprovação perante terceiros levou posteriormente à aplicação da
nomenclatura para o profissional que passou a atuar no exame de contas cujo
testemunho poderia ser considerado em juízo. (PINHO, 2007, p.5-6).

Neste contexto, no Brasil, a auditoria surgiu na época colonial, quando o juiz era a
pessoa de confiança do rei, designada pela Coroa portuguesa para conferir o recolhimento dos
tributos ao tesouro, reprimindo e punindo fraudes. E no decurso do sistema capitalista, a
expansão comercial e a forte concorrência, despertaram nas empresas, antes familiares, a
necessidades de aumentar suas instalações, investir em tecnologia e aperfeiçoar os controles e
procedimentos internos, como por exemplo, a redução de custos, com a intenção de tornar
seus produtos mais competitivos no mercado. Para a consecução desses objetivos, tornou-se
necessário atrair recursos de terceiros, por meio de empréstimos em longo prazo e abertura do
capital social a novos acionistas.
Os investidores precisavam obter informativos sobre a situação financeira e
patrimonial, a solvência e a gestão dos recursos da empresa para avaliara segurança, o grau de
liquidez e a rentabilidade. Assim, as demonstrações contábeis tornaram-se os informativos
mais importantes, e para maior segurança, os investidores passaram a exigir que as
demonstrações fossem examinadas por profissionais independentes e de capacidade técnica
reconhecida, a exemplo do que já era realizado nos Estados Unidos da América, na Inglaterra
e em outros países desenvolvidos. No ano de 1931, através do Decreto nº 20.158, a profissão
de guardador de livros passou a ser regulamentada, no que se incluía a função de auditor. E no
ano de 1945, por ocasião da lei nº’ 7.988, foi criado o curso de Ciências Contábeis, de nível
superior, e de Técnico, de nível médio, tomando a Auditoria uma prerrogativa daquele
profissional. Até então, os trabalhos de auditoria, no Brasil, eram escassos e necessários
apenas para o controle administrativo e à formulação de pareceres sobre balanços, ainda como
atos formais.
Até que com o final da segunda guerra mundial, os escritórios estrangeiros,
acompanhando as instalações de empresas no país, convenceram o empresariado nacional
sobre a importância do trabalho de auditoria, e no ano de 1976, com o advento da Lei nº
6.404, o parecer do auditor independente nas demonstrações contábeis das companhias
abertas tornou-se obrigatório e impulsionou a auditoria brasileira.
2. A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA

A auditoria interna tem a finalidade de desenvolver um plano de ação que ajude a


administração a atingir seus objetivos na empresa, o auditor interno deve avaliar os controles
contábeis, financeiros e operacional da empresa, avaliar os riscos e atestar se está ocorrendo o
cumprimento por parte das áreas as normas e políticas de procedimentos interno, objetivando
atestar a integridade e eficácia dos controles.
Devido a expansão das atividades e dos processos e com o avanço tecnológico,
sentiu-se necessidade de dar uma ênfase maior para as normas e procedimentos internos, pois
de acordo com o crescimento das organizações o administrador ou o proprietário da empresa,
não tem condições de supervisionar pessoalmente todas as etapas das atividades do seu
negócio.
O auditor externo também pode emitir o relatório com sugestões para solucionar os
problemas da empresa, detectados no decorrer do seu trabalho de auditoria, porém ele passa
pouco tempo dentro da empresa. Desta forma para melhor atender a necessidade da
administração das empresas é necessário um auditor para executar sua atividade com mais
profundidade, conhecendo melhor as diversas áreas da organização.
Attie (2006, p.52) explica que:

A importância que a auditoria interna tem em suas atividades de trabalho serve para
a administração como meio de identificação de que todos os procedimentos internos
e políticas definidas pela companhia, os sistemas contábeis e de controles internos
estão sendo efetivamente seguidos, e todas as transações realizadas estão refletidas
contabilmente em concordância com os critérios previamente definidos.

Dessa forma surgiu a auditoria interna, sendo uma ramificação da auditoria externa.
O auditor interno é um funcionário da empresa, mas não deve desenvolver atividades que
possa vir um dia a examinar, para que não interfira em sua independência.
Esse modelo de organograma não é a única forma de estrutura de um departamento
de auditoria interna, poderia haver uma ramificação dentro de cada diretoria, dependendo da
função e da dimensão de cada departamento.
Apesar da auditoria externa e interna aplicarem procedimentos semelhantes, elas são
diferentes. A auditoria interna é considerada uma ramificação da auditoria independente que
tem como função atender à necessidade dos administradores em avaliar e monitorar seus
controles internos.
Para os autores Franco e Marra (2011, p 219) a auditoria interna é:

Aquela exercida por funcionário da própria empresa, em caráter permanente. Apesar


do seu vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com absoluta
independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor
externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe cabem.
Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o vínculo
de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à
administração da empresa deve ser apenas sob o aspecto funcional.

Para Crepaldi (2017, p. 65) a auditoria interna:

Constitui o conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade,


adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas contábeis,
financeiras e operacionais da entidade. A auditoria interna é uma atividade de
avaliação independente dentro da empresa, que se destina a revisar as operações,
como um serviço prestado à administração.

Percebe-se que o vínculo entre o auditor e a empresa auditada, entre outras


características, definirá o tipo de auditoria realizada. Enquanto o auditor externo não
apresenta vínculo empregatício com a empresa, o interno é um funcionário da mesma.
O trabalho de auditoria interna realizado nas empresas busca coibir os erros a
ineficiências dos processos e demais irregularidades que possam ser observadas e trabalhadas
pela administração para que a empresa consiga alcançar melhores resultados.
De acordo com a Resolução CFC 986/03 – NBC T 12 (Normas de Auditoria Interna),
a auditoria interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e
comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação,
eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de
controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à
administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
O auditor deve ter acesso a todas as áreas e informações, sem que haja limitações no
âmbito da empresa, para a sua atuação. Naquelas áreas cuja tecnologia desconhece, no todo
ou em parte, deve ele assessorar-se de profissionais habilitados, a fim de entender o processo,
para poder avaliá-lo e julgá-lo, possibilitando, assim, que seu relatório seja emitido
corretamente.
É questionável a sua real necessidade nas organizações, como uma atividade que
realmente agregue valor a organização e proporcione rentabilidade e segurança.
O papel da auditoria é um reflexo das necessidades e expetativas da empresa como
um todo, para sobreviver numa determinada fase do seu desenvolvimento.
Os sistemas de controlo não se limitam às áreas contabilísticas e financeira, mas
englobam os planos da organização e todos os métodos usados para proteger seus ativos,
verificar a exatidão e fidedignidade de suas informações contabilísticas, financeiras,
administrativas e operacionais, e promover a eficiência e eficácia operacional, bem como
estimular a observância de normas e diretrizes da administração, inclusive no âmbito das
empresas controladas e coligadas. A função básica da auditoria interna, de assegurar o sistema
de controlo interno eficaz, não desobriga os executivos das responsabilidades de verificação e
controlo nos seus respectivos setores.
A auditoria interna é uma das mais importantes ferramentas para o controlo
administrativo. A ausência de controles adequados para empresas de estrutura complexa a
expõe a inúmeros riscos, frequentes erros e desperdícios.

2.1 A AUDITORIA INTERNA COMO MEIO DE PREVENÇÃO

A auditoria interna tem como função, auxiliar e dar garantias aos administradores
quanto às informações geradas pela contabilidade, para certificar de elas estão de acordo com
os aspectos legais, trabalhando na função de melhoras os processos internos a fim de
minimizar os fraudes e erros, para que a empresa consiga adequar seus processos adquirindo
confiabilidade perante o mercado. Dessa forma, pode-se dizer que sua finalidade é:
 Integridade das informações e registros;
 Verificar eficácia e eficiências dos controles internos;
Com o avanço da globalização passou a existir uma preocupação com o controle
interno dentro das organizações, a fim de prevenir os erros, nesse sentido à auditoria entra
para fazer jus a estes resultados. Diante disto, a auditoria se apresenta como forma de
confirmar a exatidão das informações registradas, a fim de proporcionar confiabilidade nos
dados levantados, possibilitando melhores tomadas de decisões.

2.1.1 CONTROLE INTERNO

O setor de controles internos tem como responsabilidade tornar os processos da


empresa mais seguros, ágeis e com maior confiabilidade, e dessa forma contribui com a
gestão, uma vez que se tem maior segurança em relação as informações disponíveis para a
tomada de decisão. Seu objetivo é averiguar situações e documentações em busca de melhoria
e adequação dos métodos de trabalho, esta atividade é diretamente ligada à administração.
Para que a empresa não tenha perdas e ineficiências nos processos as organizações
precisam estar atentas a novos métodos de controle e gestão, havendo a necessidade da união
entre as áreas para o melhor controle das informações da empresa, com o único objetivo que é
alcançar a eficiência e a eficácia em todas as fases das operações da empresa, sejam elas
financeiras ou não financeiras.
Conforme estabelece a NBC TA 315 (RI) Controles internos. A auditoria interna tem
papel fundamental na análise e identificação se os controles internos, suas políticas assim
como os sistemas de gestão estão sendo seguidos conforme as normas estabelecidas pela
empresa e para que ao final do processo de auditoria o auditor possa emitir sua opinião em
relação ao funcionamento dos controles internos. Apontando as deficiências do setor e
sugestões de melhorias.
Para Queiroz (2009, p. 12):

O controle interno é um departamento responsável por definir procedimentos e


medidas para evitar falhas de ordem operacional, acompanhar a execução das
atividades em caráter opinativo, preventivo ou corretivo, buscando evitar erros de
ordem intencional ou não, protegendo assim a fidelidade das informações geradas,
garantindo segurança de forma a fornecer subsídios aos gestores quanto à tomada de
decisão. A auditoria interna por sua vez, faz a revisão, avaliação e acompanhamento
dos controles internos, verificando o melhor cumprimento das políticas traçadas pela
administração e se estão sendo cumpridas as normas fundamentadas em lei para
cada atividade.

No que diz a respeito às atividades do controle interno, podemos dizer é o


departamento que tem um conhecimento geral da empresa, sendo interligado com a
contabilidade, financeiro e áreas correlacionadas. Já a auditoria interna é um departamento
que depende das informações do controle interno, esta focada em examinar as documentações
e tirar suas conclusões com relação ao que foi verificado, posicionando a gestão quanto à
situação da empresa.

2.1.2 ERROS E FRAUDES

ERROS

São cometidos involuntariamente, sem intuito de causar dano, ou seja, não


intencional. Segundo Sá (2011, p. 13), “O erro é um vício involuntário, de escrituração e ou
de demonstrações, contábil.”
De acordo com a NBC T12, “o termo erro aplica-se a atos involuntários de omissão,
desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e
demonstrações contábeis, e de transações e operações da Entidade, tanto em termos físicos
quanto monetários”.

FRAUDES

Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade e Interpretação Técnica (NBC T11-


IT03), o termo fraude refere-se “a ato intencional de omissão ou manipulação de transações,
adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis”.
Cunha e Cornachione (2003, p.80), conceituam fraude como:

Qualquer meio usado por uma pessoa com a finalidade de obter uma vantagem
injusta sobre outra pessoa seja por ato ou omissão, por meio de conduta intencional
ou má-fé, ou seja, constitui fraude tanto fazer-se quanto omitir-se de fazer algo,
podendo esta conduta ser intencional, não necessariamente com o intuito de
prejudicar alguém, ou de má-fé, onde a intenção é dolosa ou criminosa.

A diferença entre erro e fraude está no fato de existir ou não a intenção quando da
ação ou omissão do fato.
3. CONTRIBUIÇÃO DA AUDITORIA INTERNA PARA REDUÇÃO DE ERROS E
FRAUDES NAS EMPRESAS PRIVADAS

Entende-se como empresa privada, a entidade com fins lucrativos. Referente a isso
Fulgêncio (2019, p.251) conceitua empresa privada da seguinte forma: “São empresas cujo
capital é detido na sua maioria pelos agentes econômicos privados, e cujo objetivo é o lucro.”
Segundo o Instituto Ethos (2005, p. 306):
A função da empresa privada traduz-se no desempenho econômico, o qual constitui
seu fundamento lógico e finalidade. As empresas existem para fornecer bens e serviços aos
seus clientes e excedentes econômicos à sociedade. Essas atividades demandam um capital
que precisa ser coberto pelo lucro alcançado pela empresa. O objetivo último da empresa é
obter lucro, subtraído o custo do capital investido. A lucratividade é uma necessidade vital da
empresa.
Surge a partir desse momento a preocupação de ter um controle interno, para evitar
custos excessivos, ter uma credibilidade no mercado, prestar um serviço de qualidade, obter
um número maior de cliente, e consequentemente maior lucro. A auditoria interna traz vários
benefícios para dentro de uma entidade, por se tratar de um departamento que tem autonomia
em quase todas as áreas a auditoria interna pode ajudar na tomada de decisões. Maximiano
(2000, p.141) afirma que: “O processo decisório é a sequência de etapas que vai desde a
identificação à colocação em prática da ação ou solução.”
Para o gestor tomar as decisões com segurança é necessário segurança de que aquela
é a melhor opção, para isso a auditoria tem um papel importante para auxiliar a gestão e julgar
a melhor opção nos momentos de insegurança, medos, incertezas. A respeito do poder de
decisão, Chiavenato (1936, p.156), afirma que: “Decisão é o processo de análise e escolha,
entre várias alternativas disponíveis, do curso de ação que a pessoa deverá seguir”.
Para Jund (2001, p.31) a auditoria interna tem uma objetividade para cada setor, para
administração da empresa, ela fiscaliza a eficiência dos controles internos, opina nas
adequações das demonstrações e assegura maior credibilidade dos registros, aponta falhar na
organização administrativa e nos controles internos e contribui para obtenção de melhores
resultados sobre a real situação da empresa. Para os investidores, contribui para exatidão das
demonstrações contábeis que demonstra a real situação econômica, patrimonial e financeira
da empresa. Para o fisco, permite a exatidão das demonstrações contábeis, e situação geral da
empresa. Para a sociedade, da credibilidade das demonstrações e assegura a veracidade das
informações, garantindo empregos e grau de evolução e solidez da economia nacional.
Com base nisso, os controles contábeis quando aplicados adequadamente, são
instrumentos de excelência, que transmitem confiabilidade das informações contábeis,
redução de erros e fraudes e conseguintemente auxiliam no processo de tomada de decisões.
CONCLUSÃO

Através da revisão de literatura pode-se inferir que a auditoria interna é uma


ferramenta de controle administrativo e de verificação sistemática da eficiência e eficácia das
atividades operacionais enfocando a avaliação dos controles internos das atividades e
processos administrativos e operacionais, analisando as deficiências e riscos envolvidos,
visando a proteção dos bens e direitos da empresa contra fraudes, desvios e desfalques, por
exemplo.
Considera-se que a utilização da auditoria interna, através do controle interno é
imprescindível para a boa saúde das organizações, pois são ferramentas que permitem
identificar erros e fraudes, auxiliando na prevenção, tomadas de decisões e registro de fluxos
contábeis, proporcionando ao administrador uma visão mais clara da contabilidade da
empresa. Ressalta-se ainda que a auditoria interna é de suma importância para as
organizações, pois desempenham papel de grande relevância, ajudando a eliminar
desperdícios, simplificando tarefas, servindo de ferramenta de apoio à gestão e transmitindo
informações aos administradores sobre o desenvolvimento das atividades executadas.
REFERÊNCIAS

ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e aplicações. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2011.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas,
2013.

MARTINS, Isabel; MORAIS, Georgina. Auditoria Interna – função e processo. Disponível


em: <http://www.ipv.pt/millenium/ect13_3.htm> Acesso em: 13 jun. 2015;

MATTOS, Aliomar Lino. Auditoria interna e externa – funções e diferenças. Disponível em:
< http://www.portaladm.adm.br/aud/aud3.htm> Acesso em 13 jun. 2015;

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à teoria da contabilidade. São
Paulo: Atlas, 2012.

MULLER, Aderbal Noberto. Contabilidade básica. São Paulo: Pearson, 2019


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