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FACULDADE DE ECONOMIA

CONTABILIDADE FINANCEIRA I
UEM

NCRF 2 - Demonstração de Fluxo


de Caixa

Aula organizada por Eulália Madime 1


DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA (DFC)

• Nos últimos anos, tem vindo a assumir


relevância para os utentes da informação
financeira o conhecimento do modo como
a empresa gera e utiliza o seu dinheiro
num determinado período.

• De realçar que a concepção de fluxo de


caixa, não é coincidente com a que
usualmente tem sido associada à
expressão “cash flow”.
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Definições

• Aos termos a seguir indicados é atribuído um significado


específico, a saber:
• Caixa – compreende dinheiro e depósitos à ordem.
• Equivalentes de caixa – são investimentos de curto
prazo de grande liquidez que são prontamente
convertíveis em caixa e que estão sujeitos a um risco
insignificante de alterações de valor. Assim, um
investimento geralmente qualifica-se como um
equivalente de caixa somente quando se vence a muito
curto prazo (por exemplo, três meses ou menos).
• São ainda de considerar como componentes de
negativos dos equivalentes a caixa, os descobertos
bancários (“overdraft”).
• Fluxo de caixa – são as entradas em caixa
(recebimentos) e as saídas de caixa (pagamentos) e
seus equivalentes.
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Objectivos

• A informação sobre os fluxos de caixa de uma entidade


é útil ao proporcionar aos utilizadores uma base para
avaliarem a capacidade da entidade em gerar caixa e
equivalentes de caixa e para avaliarem as necessidades
da entidade quanto à utilização desses fluxos de caixa.

• Esses fluxos podem ser por actividades operacionais,


actividades de investimento e actividades de
financiamento.

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Objectivos

• Actividades operacionais são as principais actividades


produtoras geradoras de rédito de uma entidade bem
como outras actividades que não sejam actividades de
investimento ou actividades de financiamento.

• Actividades de investimento são a aquisição e a venda


de activos de longo prazo e outros investimentos não
incluídos em equivalentes de caixa.

• Actividades de financiamento são actividades que


resultam de alterações na dimensão e composição do
capital próprio realizado e de financiamentos da
entidade.

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Objectivos

• Uma demonstração de fluxos de caixa, quando usada em


conjunto com as restantes demonstrações financeiras,
proporciona informação que permite aos utilizadores
avaliarem as alterações nos activos líquidos de uma
entidade, a sua estrutura financeira (incluindo a sua liquidez e
solvabilidade) e a sua capacidade para afectar as quantias e
os períodos dos fluxos de forma a adaptarem-se às
alterações das circunstâncias e às oportunidades.

• Na estruturação desta demonstração financeira é adoptada


uma classificação por actividades, em ordem a permitir aos
utentes avaliar o impacto desta na situação financeira e
conhecer as correspondentes quantias geradas e utilizadas,
bem como as interligações entre as actividades.

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Apresentação de uma demonstração de fluxos de caixa

• A demonstração de fluxos de caixa deve apresentar os


fluxos de caixa do período contabilístico classificados
pelas actividades operacionais, de investimentos e de
financiamento.

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Actividades operacionais

• Os fluxos de caixa das actividades operacionais resultam


principalmente das actividades produtoras geradoras de
rédito da entidade, exemplos:
– recebimentos de clientes pela venda de bens e da prestação de
serviços;
– recebimentos de royalties, honorários, comissões e outros
rendimentos;
– pagamentos a fornecedores de bens e serviços;
– pagamentos aos empregados;
– recebimentos de, e pagamentos a, uma companhia de seguros
relativos a prémios, indemnizações, anuidades e outros benefícios
das apólices;
– pagamentos ou reembolsos de impostos excepto se puderem ser
especificamente identificados com actividades de investimentos e
de financiamento; e
– pagamentos e recebimentos relativos a contratos detidos para
negociação.
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Actividades operacionais (cont.)

• Algumas transacções, tais como a venda de um


activo tangível, podem dar origem a um ganho
ou a uma perda que contribui para a
determinação dos resultados. Porém, os fluxos
de caixa relativos a estas transacções são
fluxos de actividades de investimento.

• A aquisição de títulos para fins de transacções


tem tratamento idêntico àquele que é dado aos
bens adquiridos para venda; por conseguinte,
os fluxos de caixa originados por compras ou
venda destes títulos são classificados como
actividades operacionais.

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Actividades de investimento

• A apresentação separada de fluxos de caixa resultantes das


actividades de investimento é importante porque tais fluxos
representam os dispêndios que foram feitos para obter recursos
destinados a gerar futuros rendimentos e fluxos de caixa. Exemplos:
– pagamentos para aquisição de activos tangíveis, intangíveis e
outros activos não correntes incluindo os relativos a custos de
desenvolvimento capitalizados e trabalhos para a própria empresa;
– recebimentos da venda de activos tangíveis, intangíveis e outros
activos não correntes;
– pagamentos para aquisição de instrumentos de capital próprio de
outras entidades e interesses em empreendimentos conjuntos;
– recebimentos da venda de instrumentos de capital próprio de
outras entidades e interesses em empreendimentos conjuntos;
– adiantamentos e empréstimos concedidos a terceiros;
– reembolso de adiantamentos e empréstimos concedidos a
terceiros;
– Outros citados na NCRF 2
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Actividades de financiamento
• A apresentação separada de fluxos de caixa resultantes
das actividades de financiamento é importante porque é
útil para prever pedidos de fluxos de caixa futuros pelas
entidades financiadoras da entidade. Exemplos:
– recebimentos resultantes de emissões de acções ou outros
instrumentos de capital próprio;
– pagamentos aos detentores do capital para aquisição ou
remissão de acções da entidade;
– recebimentos resultantes da emissão de títulos de dívida,
empréstimos, livranças, obrigações e outros financiamentos;
– reembolsos de financiamentos;
– pagamentos feitos pelo locatário para reduzir a responsabilidade
de um contrato de locação financeira.

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RELATO DE FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES
OPERACIONAIS

• Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa


das actividades operacionais com base em
um dos seguintes métodos:
– método directo, através do qual são divulgadas as grandes
classes de recebimentos e pagamentos brutos; ou

– método indirecto, através do qual os resultados líquidos do


período são ajustados dos efeitos de transacções que não
tenham a natureza de pagamentos e recebimentos, dos
acréscimos e diferimentos, e também dos itens de rendimentos
ou gastos relativos a fluxos de caixa das actividades de
investimento ou de financiamento.

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Método directo

• Método directo, através do qual são divulgadas as grandes


classes de recebimentos e pagamentos brutos;

• As entidades devem privilegiar o método directo no relato dos


fluxos de caixa de actividades operacionais o qual
proporciona informação que pode ser útil para estimar os
fluxos de caixa futuros que não é proporcionada pelo método
indirecto. Através do método directo, a informação sobre
grandes classes de recebimentos e pagamentos brutos
pode ser obtida quer:
– a partir dos registos contabilísticos da entidade; quer
– ajustando as vendas, o custo das vendas, e outros itens da
demonstração dos fluxos de caixa relativos a:
• variações, durante o período, nos inventários, e nas contas a receber e contas a
pagar de natureza operacional;
• outros itens que não representem recebimentos e pagamentos; e
• outros itens relativos a actividades de investimento e de financiamento.

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Método Indirecto

• Método indirecto, através do qual os resultados líquidos do


período são ajustados dos efeitos de transacções que não
tenham a natureza de pagamentos e recebimentos, dos
acréscimos e diferimentos, e também dos itens de
rendimentos ou gastos relativos a fluxos de caixa das
actividades de investimento ou de financiamento.

• Através do método indirecto, o fluxo de caixa líquido das actividades


operacionais calcula-se ajustando os resultados líquidos do período
dos efeitos seguintes:
– variações, durante o período, nos inventários, e nas contas a receber e
contas a pagar de natureza operacional;
– itens que não correspondam a recebimentos e pagamentos como, por
exemplo, amortizações, provisões, impostos diferidos, ganhos e perdas
com diferenças de câmbio não realizadas, lucros não distribuídos de
associadas e interesses minoritários; e
– todos os itens que sejam relativos a fluxos de caixa de actividades de
investimento ou de financiamento.

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Método indirecto (cont.)

• Alternativamente, o fluxo de caixa líquido de actividades


operacionais pode ser apresentado pelo método indirecto
mostrando os rendimentos e os gastos na demonstração de fluxos
de caixa e as variações, no período, nos inventários e nas contas a
receber e contas a pagar de natureza operacional..

• É desejável que as empresas utilizem o método directo na


elaboração dos fluxos de caixa das actividades operacionais,
dado que este proporciona informações mais detalhadas e
completas. Além disso, facilita a preparação de estimativas
sobre futuros fluxos de caixa que não são possíveis pela mera
utilização do método indirecto.

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Tratamento Específico de Algumas Situações

• Os fluxos de caixa resultantes das actividades


operacionais, de investimentos e de
financiamento seguintes devem ser relatadas
numa base líquida:

– recebimentos e pagamentos em nome de clientes quando esses


fluxos reflectem actividades dos clientes e não da entidade; e
– recebimentos e pagamento de itens relativamente aos quais a
rotação é rápida, as quantias são grandes e as maturidades são
curtas.

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Tratamento Específico de Algumas Situações

• FLUXOS DE CAIXA DE MOEDA ESTRANGEIRA

– Os fluxos de caixa provenientes de


operações em moeda estrangeira devem ser
registados em Meticais, aplicando à quantia
em moeda estrangeira a taxa de câmbio entre
a moeda funcional e a moeda estrangeira na
data do fluxo de caixa.

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Tratamento Específico de Algumas Situações

• Juros e dividendos
– Os juros pagos e os juros e dividendos recebidos
devem ser classificados como um componente dos
fluxos de caixa das actividades de financiamento e de
investimento, respectivamente, uma vez que são
custos da obtenção de recursos financeiros ou
retorno dos investimentos.

– Os dividendos pagos devem ser considerados como


fluxo de caixa das actividades de financiamento,
porque constituem o custo da obtenção de recursos
financeiros.

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Tratamento Específico de Algumas Situações

• Imposto sobre o rendimento

– Os fluxos de caixa relativos a imposto sobre o


rendimento devem ser divulgados separadamente e
considerados como fluxos de caixa das actividades
operacionais, salvo os que puderem ser
especificamente identificados como actividades de
financiamento e de investimento.

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Investimentos em filiais, associadas e
empreendimentos conjuntos ("joint
ventures")
• Quando a contabilização de um investimento financeiro numa filial
ou numa associada for efectuada pelo método de equivalência
patrimonial ou do custo, a empresa participante deve restringir a
sua divulgação na demonstração dos fluxos de caixa aos fluxos
entre ela e a participada, como é o caso dos dividendos e
adiantamentos.

• Uma empresa que utilize o método da equivalência patrimonial


deve incluir na demonstração dos fluxos de caixa os fluxos relativos
aos investimentos na participada, bem como as entregas e outros
pagamentos ou recebimentos que a esta se destinem.

• Quando seja utilizado o método da equivalência patrimonial na


contabilização de "joint ventures" deve-se incluir na demonstração
dos fluxos de caixa os fluxos relativos aos investimentos na
participada, bem como as entregas e outros pagamentos ou
recebimentos que a esta se destinem.
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Aquisições e alienações de filiais e outras actividades
empresariais

• Os fluxos de caixa agregados relativos a


aquisições e a alienações de filiais e outras
actividades empresariais devem ser
apresentados separadamente e classificados
como actividades de investimento.

• A empresa-mãe deve divulgar, de forma


agregada, relativamente as compras e a
alienação de filiais e outras actividades
empresariais, durante cada período, o seguinte:
– i) Preco total da aquisição ou da alienação;
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Aquisições e alienações de filiais e outras actividades
empresariais (cont.)
– ii) Parcela do preço indicado em i) que foi pago/recebido por
meio de caixa e seus equivalentes;

– iii) A quantia de caixa e equivalentes a caixa existente na filial ou


na actividade empresarial adquirida ou alienada; e

– iv) As quantias dos activos e passivos adquiridos (alienados)


que não sejam caixa e seus equivalentes, classificados
nomeadamente por trespasse, imobilizações, existências,
dívidas a receber e dívidas a pagar.

• 0 montante total das importâncias pagas ou recebidas


pela compra ou alienação de filiais ou outras actividades
empresariais é divulgado na demonstração dos fluxos
de caixa pelo montante líquido de caixa e seus
equivalentes adquiridos ou alienados.

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Operações que não envolvam movimentos de caixa

• As operações de investimento e financiamento que não


exijam a utilização de caixa e seus equivalentes devem
ser excluídas da demonstração dos fluxos de caixa. Tais
operações devem ser divulgadas no anexo a esta
demonstração de modo a proporcionar todas as
informações relevantes acerca das actividades de
investimento e de financiamento.

• Muitas actividades de investimento e de financiamento


não tern impacto directo nos fluxos de caixa embora
afectem a estrutura do capital e do activo da empresa. A
exclusão da demonstração dos fluxos de caixa das
operações que não sejam por caixa é consistente com o
objectivo desta demonstração financeira, dado que
esses elementos não envolvem fluxos de caixa no
período corrente.

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Operações que não envolvam movimentos de caixa
(cont.)

Constituem exemplos destas operações:


– i) A compra de activos, quer pela assunção
de passivos directamente relacionados com
aqueles, quer através de operações de
locação financeira;

– ii) A compra de uma empresa através da


emissão de acções;

– iii) A conversão de dívidas em capital.

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Componentes de caixa e equivalentes a caixa

• Devem ser divulgados no anexo a esta


demonstração os componentes de caixa e
equivalente a caixa e apresentada uma
reconciliação dos montantes evidenciados
na demonstração dos fluxos de caixa com
as correspondentes rubricas do balanço.

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Outras informações

• Deve ser divulgado, juntamente com o relátorio de gestão e as


demonstrações financeiras, o montante dos saldos significativos de caixa e
seus equivalentes que não estejam disponíveis para utilização pelo grupo.
É o caso, por exemplo, de uma filial que opera num país onde os controles
câmbiais ou outras restrições legais impeçam transferências de capitais
para a empresa-mãe ou outras filiais.

• As informações adicionais podem ser relevantes para compreensão da


posição financeira e liquidez da empresa.Constituem exemplos de
informações adicionais:

– i) O montante dos créditos bancários concedidos e não sacados que


possa ser utilizado para futuras actividades operacionais e para
satisfazer compromissos financeiros, indicando quaisquer restrições na
utilização destas facilidades;

– ii) A divulgação dos montantes agregados dos fluxos de caixa das


actividades operacionais, de investimento e de financiamento
relacionados com os interesses em "joint ventures", caso seja utilizado
o método da consolidação proporcional;

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Outras informações (cont.)
– iii) O montante agregado dos fluxos de caixa que representam
acréscimo da capacidade operacional, em separado dos fluxos
que sejam exigidos para manter a capacidade operacional;

– iv) O montante dos fluxos de caixa originados pelas actividades


operacionais, de investimento e de financiamento, separado por
ramos de actividade e por zonas geográficas.

• A divulgação, em separado, dos fluxos de caixa que representem


acréscimo da capacidade operacional e dos fluxos de caixa que
sejam necessários a manutenção daquela, é útil aos utentes para
determinar se a empresa esta a investir adequadamente na
manutenção da capacidade operacional; a empresa que não invista
adequadamente na manutenção da actividade operacional, pode
prejudicar a rendibilidade futura favorecendo a actual liquidez e a
distribuicção de dividendos.

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Outras informações (cont.)

• A divulgação dos fluxos de caixa por


segmentos auxilia os utentes a obter uma
melhor compreensão das relações entre
os fluxos de caixa da actividade
empresarial como um todo e dos seus
componentes, bem como ainda a
disponibilidade e a variabilidade dos fluxos
de caixa por segmentos.

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