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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS


DISCIPLINA: CONTABILIDADE GERAL I
PROFESSOR: GERLIS DE SOUZA BRITO

BALANÇO PATRIMONIAL
GRUPO DE CONTAS

GRUPOS DE CONTAS DO ATIVO


O Ativo está disposto em grupos de contas homogêneas ou de mesmas caracte
rísticas. Os itens do Ativo são agrupados de acordo com a ordem decrescente de sua
liquidez, isto é, de acordo com a rapidez com que podem ser convertidos em dinheiro.
ATIVO CIRCULANTE
O dinheiro (Caixa ou Bancos), que é o item mais Líquido, é agrupado com outros itens que
serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro de
um ano: Contas a Receber, Investimentos Temporários, Estoques. Este grupo denomina-se
Ativo Circulante
• Disponível (Caixa e Bancos).
• Contas a Receber: são valores ainda não recebidos decorrentes de vendas de mercadorias
ou prestação de serviços a prazo. São valores a receber de clientes, também denominados
duplicatas a receber.
• Estoques: são mercadorias a serem revendidas. No caso de indústria, são os produtos
acabados, bem como matéria-prima e outros materiais secundários que compõem o produto
em fabricação.
• Investimento Temporário: são aplicações realizadas normalmente no mercado
financeiro com excedente do Caixa. São investimentos por um curto período, pois, tão logo
a empresa necessite do dinheiro, ela se desfaz da aplicação.
Deduções do Circulante
 Contas a Receber: a parcela estimada pela empresa que não será recebida em
decorrência dos maus pagadores deve ser subtraída de Contas a Receber, com o
título Provisão para Devedores Duvidosos.
Parte das Duplicatas a Receber, negociadas com as instituições financeiras com o objetivo
da realização financeira antecipada daqueles títulos, deve ser subtraída de Contas a Receber
com o título de Duplicatas Descontadas.

ATIVO NÃO-CIRCULANTE
Ativo Realizável a Longo Prazo
São ativos de menor liquidez (transformam-se em dinheiro mais lentamente) que o
Circulante. Neste grupo são classificadas as contas representativas dos bens e direitos
realizáveis após o término do exercício seguinte e as dos bens e direitos oriundos de
negócios não operacionais realizados por coligadas, controladas, proprietários, sócios,
acionistas e diretores. Neste item, são classificados os empréstimos ou adiantamentos
concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc. além dos
Títulos a Receber no Longo Prazo.
• Investimento: as participações (que não se destinam a venda) em outras sociedades
(Investimento em Coligadas e Controladas) e outras aplicações de característica permanente
que não se destinam à manutenção da atividade operacional da empresa, tais como: imóveis
alugados a terceiros (não de uso, mas para renda), obras de arte etc.
Por exemplo, o fato de uma empresa que fabrica parafusos (atividade operacional/objeto
social) ter comprado obras de arte, terrenos para especular preços etc., em nada vai afetar o
seu negócio (de parafusos).
• Imobilizado: as aplicações que tenham por objetivo bens destinados à manutenção da
atividade operacional da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses
bens, tais como: imóvel (onde está sediada a empresa), instalações, móveis e utensílios,
veículos, máquinas e equipamentos (no caso de indústria).
São itens usados por vários anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do
Circulante, é lenta. Seus valores não variam constantemente, daí a denominação de Ativo
Fixo.
Encontram-se nesse grupo prédios, instalações, equipamentos, móveis, utensílios, etc., pelo
seu valor bruto. Como dedução do valor bruto encontra-se a Depreciação Acumulada que é
a perda da capacidade (pelo desgaste ou pela deterioração tecnológica) daqueles ativos de
produzirem eficientemente. Assim, tem-se o valor Líquido (Valor Bruto (—) Depreciação
Acumulada) que deve aproximar-se do valor daqueles ativos em termos de potencial capaz
de trazer benefícios futuros para a empresa.
Agora, sim, para uma empresa que fabrica parafusos, haverá a necessidade de utilizar
prédios, máquinas, instalações, móveis e utensílios (para o escritório) etc., a fim de atender
a sua atividade principal, ou seja, produzir e vender parafusos.
• Intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
O intangível é representado por todas as transações que representem bens incorpóreos,
como marcas, patentes, direitos de concessão, direitos de exploração, direitos de franquia,
direitos autorais, gastos com desenvolvimento de novos produtos, ágio pago por
expectativa de resultado futuro (fundo de comércio, ou goodwill).

REGISTROS CONTÁBEIS NA FASE PRÉ-OPERACIONAL.


Gastos Pré-Operacionais - As aplicações de recursos em despesas, ou gastos, que
contribuem para a obtenção de receita ou para a formação do resultado de mais de um
exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na
eficiência operacional, tais como: gastos pré-operacionais, gastos de reorganização,
pesquisa e desenvolvimento de produtos etc.
O caso mais comum são os Gastos Pré-Operacionais, em que a empresa “investe” recursos
antes de começar a operar (funcionar): propaganda institucional, contratação e treinamento
de funcionários, abertura de firma etc. Graças a estes gastos, por um longo período,
teoricamente, a em presa terá direito a uma série de benefícios quando começar a operar: já
é conhecida no mercado (a empresa ou o produto), tem uma boa equipe de trabalho, está
legalmente constituída etc.
A partir de 5/12/08 (data da publicação da MP nº. 449/08), esses tipos de gastos
devem, nas entidades em fase pré-operacional, ser registrados no resultado como
despesa do período.

GRUPOS DE CONTAS DO PASSIVO


O Passivo agrupará contas de acordo com o seu vencimento, isto é, aquelas contas
que serão liquidadas mais rapidamente integrarão um primeiro grupo. Aquelas que serão
pagas num prazo mais longo formarão outro grupo.
Há uma analogia com o Ativo em termos de liquidez decrescente, só que naquele caso
(Ativo) aparecerão as contas que se converterão mais rapidamente em dinheiro e, por outro
lado, no Passivo serão destacadas, prioritariamente, as contas que deverão ser pagas mais
rapidamente.
PASSIVO CIRCULANTE
São as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano. Pela Lei 6.404/76
são as obrigações vencíveis até o final do exercício subseqüente. Contas a Pagar, Dívidas
com Fornecedores de Mercadorias ou Matérias-primas, os Impostos a Recolher (para o
governo), os Empréstimos Bancários com vencimentos nos próximos 360 dias, as Provisões
(são as despesas incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa:
imposto de Renda, Férias, 13º Salário, Salários a Pagar, Encargos Sociais a Pagar etc.).
PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
São as dívidas da empresa que serão liquidadas com prazo superior a um ano. Pela
Lei 6.404/76 são as obrigações vencíveis após o final do exercício subseqüente
Financiamentos, Títulos a Pagar, Debêntures etc.
Evidentemente, a opção por parte da empresa de contrair dívidas a Longo Prazo é
mais confortável, uma vez que terá (a empresa) mais tempo para pagar a obrigação e,
conseqüentemente, terá mais tempo para gerar recursos financeiros (para saldar a dívida).
Todavia, nem sempre é fácil obter empréstimos a Longo Prazo, principalmente para Capital
de Giro (Ativo Circulante).
É tradicional no mercado financeiro conseguir empréstimos a Longo Prazo para
aquisição de bens do imobilizado. A lógica é que a aplicação no ativo imobilizado gera
recursos mais lentamente que as aplicações no Ativo Circulante e que os montantes
necessários para aquisição de itens do ativo imobilizado são maiores (Prédios, Máquinas e
Equipamentos modernos, novas instalações para Expansão etc.) que os Circulantes.
Entretanto, sempre que possível, é interessante que a empresa concentre mais sua
dívida a Longo Prazo que a Curto Prazo, embora nem sempre seja tarefa fácil. É claro,
também, que a forma de cálculo dos encargos deve ser considerada. Por exemplo, em
épocas de inflação decrescente, não é interessante contrair empréstimos a Longo Prazo.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O PL representa os investimentos dos proprietários (Capital) e está dividido em
capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações
em tesouraria e prejuízos acumulados.
VISÃO SINTÉTICA DO BALANÇO
O Balanço Patrimonial divide-se em grupos de contas de mesmas características
facilitando, dessa forma, a sua leitura, interpretação e análise.
Os grupos de contas, bem como as contas do ativo, serão apresentados em ordem de
liquidez (conversão em dinheiro) decrescente. As contas do passivo pelo grau de
exigibilidade decrescente.

ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
• Disponibilidades.
• Direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte.
• Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

ATIVO NÃO-CIRCULANTE
Ativo Realizável a Longo Prazo
• Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte.
• Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia.
Investimentos
• Participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza, não
classificáveis no Ativo Circulante, ou Realizável a Longo Prazo que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou empresa.
Imobilizado
• Direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da
companhia ou empresa, ou exercidos com essa finalidade, os de propriedade comercial ou
industrial, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios,
riscos e controle desses bens,
Intangível
• Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da
companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. O
intangível é representado por todas as transações que representem bens incorpóreos, como
marcas, patentes, direitos de concessão, direitos de exploração, direitos de franquia, direitos
autorais, gastos com desenvolvimento de novos produtos, ágio pago por expectativa de
resultado futuro (fundo de comércio, ou goodwill).

PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
• São as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano. Pela Lei 6.404/76 são as
obrigações vencíveis até o final do exercício subseqüente.

PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
• Obrigações vencíveis em prazo maior do que o exercício seguinte.
PATRIMÔNIO LIQUIDO
Capital Social
• Montante do capital subscrito e, por dedução, parcela não realizada.
Reservas de Capital
• Ágio na emissão de ações ou conversão de debêntures e partes beneficiárias.
• Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição.
• Correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizada.
Ajustes de Avaliação Patrimonial
• Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no
resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de
aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em
decorrência da sua avaliação a preço de mercado.
Reservas de Lucros
• Contas constituídas a partir de lucros gerados pela companhia.
Ações em Tesouraria
• Conta redutora do patrimônio líquido, representando ações da empresa que foram
readquiridas por ela própria.
Prejuízos Acumulados
• Conta redutora do patrimônio líquido que permanecerá no PL até a sua absorção.

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