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3 Introdução à Análise de

Balanços

Breve histórico
MARION (2010), afirma que é comum afirmar que a Análise das Demonstrações
Contábeis é tão antiga quanto a própria Contabilidade. Se nos reportarmos para o início
provável da Contabilidade (+/- 4000 a.C), em sua forma primitiva, encontraremos os
primeiros inventários de rebanho (o homem que voltava sua atenção para a principal
atividade econômica: o pastoreio) e a preocupação da variação de sua riqueza (variação do
rebanho).
A análise da variação da riqueza realizada entre a comparação de dois inventários
em momentos distintos leva-nos a um primeiro sintoma de que aquela afirmação (análise
tão antiga quanto a própria Contabilidade) é possível.
Todavia, remonta de época mais recente o surgimento da Análise das
Demonstrações Contábeis de forma mais sólida, mais adulta. É no final do século XIX que
observamos os banqueiros americanos solicitando as demonstrações (praticamente o
Balanço) às empresas que desejavam contrair empréstimos.
E por se exigir, de início, apenas o Balanço para análise é que se originou a
expressão Análise de Balanços, que perdura até nossos dias. Com o tempo, começaram se
a exigir outras demonstrações para análise e para concessão de crédito, como a
Demonstração do Resultado do Exercício; todavia, a expressão Análise de Balanços já é
tradicionalmente utilizada. Como forte argumento para a consolidação da denominação
Análise de Balanços, salientamos que a Demonstração do Resultado do exercício foi
conhecida, em certo período, como Balanço Econômico (Balanço de Resultado). A
denominação de Fluxo de caixa já foi conhecida como Balanço Financeiro; então, tudo era
Balanço.
A Análise das Demonstrações Contábeis, também conhecida como Análise das
Demonstrações Financeiras, desenvolve-se ainda mais com o surgimento dos Bancos
Governamentais bastante interessados na situação econômico-financeira das empresas
tomadoras de financiamentos.
A abertura do Capital por parte das empresas (Corporations - S.A), possibilitando
a participação de pequenos ou grandes investidores como acionistas, leva-os à escolha de
empresas mais bem-sucedidas, tornando-se a Análise das Demonstrações Contábeis um
instrumento de grande importância e utilidade para aquelas decisões.
As operações a prazo de compra e venda de mercadorias entre empresas, os
próprios gerentes (embora com enfoques diferentes em relação aos outros interessados),
na avaliação da eficiência administrativa e na preocupação do desempenho de seus
concorrentes, os funcionários, na expectativa de identificarem melhor a situação
econômico-financeira, vêm consolidar a necessidade imperiosa da Análise das
Demonstrações Contábeis.

Contas para a Análise de Balanços


É importante conhecer o funcionamento de todas as contas do Balanço Patrimonial
e da Demonstração do Resultado do Exercício, para que se possa produzir informações
confiáveis. Antes de detalhar cada uma delas, é importante destacar as premissas do CPC
00 – Estrutura conceitual.
Conforme o CPC 00 no item 4.38, um item que se enquadre na definição de um
elemento (ativo ou passivo) deve ser reconhecido se:
a) for provável que algum benefício econômico futuro associado ao item flua para a
entidade ou flua da entidade; e
b) o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade.
Os elementos diretamente relacionados a mensuração da posição patrimonial e
financeira no balanço são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido.
Estes são definidos como segue:
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do
qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade;
Exemplo: A empresa compra uma mercadoria. Esta mercadoria atende a definição de
ativo?
• É um recurso controlado pela entidade? Sim, pois ela faz o que bem entender
desta mercadoria, cujo título jurídico, a propriedade, lhe pertence.
• É resultado de evento passado? Sim. O evento passado é a própria compra desta
mercadoria.
• Se espera benefício econômico futuro? Sim. Com a venda de mercadoria, se
espera que seja gerado lucro para a empresa.
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja
liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar
benefícios econômicos;
Exemplo: A empresa possui um montante de R$ 1.000 de salários a pagar. Esta
conta atende a definição de passivo?
• É uma obrigação presente da entidade? Sim, pois dela pode ser exigida.
• É derivada de eventos já ocorridos? Sim, pois os funcionários já prestaram
serviços.
• A liquidação desta dívida ser· feita por recursos que poderiam gerar benefícios
econômicos? Sim, como a conta caixa, por exemplo.
c) Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos
todos os seus passivos.
O patrimônio líquido pode ser encontrado pela diferença entre o ativo e o passivo
de uma entidade. O PL é nada mais que o capital próprio empregado nas atividades
empresariais.
Da equação básica da contabilidade tem-se:

PL = ATIVO – PASSIVO EXIGÍVEL

Após as relevantes considerações dadas, é apresentado abaixo, a Estrutura do


Balanço Patrimonial de acordo com a Lei 11.941/2009 e com as novas normas emitidas
pela CVM, pelo CFC, SUSEP e BACEN:

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo - ARLP PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Investimentos Capital Social
Imobilizado Reservas de Capital
Intangível Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
(–) Ações em Tesouraria
(–) Prejuízos Acumulados

Analisemos cada um dos grupos do Balanço Patrimonial:

Ativo

É o conjunto dos bens e direitos sob o controle da empresa. São representados


sempre do lado direito do Balanço Patrimonial e normalmente suas contas possuem saldo
devedor, com exceção das contas redutoras do ativo.
As contas são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez, (maior ou menor
prazo no quais bens e direitos podem ser transformados em dinheiro) em dois grandes
grupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.

Ativo Circulante (AC)

Composto por valores já realizados ou a realizar até o término do exercício social


seguinte, o Ativo Circulante pode ser dividido em grupos, apenas por uma finalidade
didática, estabelecendo uma compreensão melhor na alocação das contas. Levando em
consideração, o grau de liquidez, a semelhança e as finalidades de cada uma, segue abaixo
a subdivisão que se acredita, ser a mais compreensível.

Disponível: São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da


Entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os
depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata, como Caixa, Bancos, e
Aplicações em Poupança.

Créditos: São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos


realizáveis até o fim do exercício social seguinte. Os créditos representam os direitos que
a empresa tem para receber ou para recuperar, tais como Clientes, Impostos a Recuperar e
Adiantamento a Fornecedores, como também a PECLD (–) Perdas Estimadas para Crédito
de Liquidação Duvidosa.

Investimentos temporários: São os valores que a empresa aplicou e pretende resgatar em


curto prazo. Em regra, este valor representa uma sobra financeira que a administração ao
invés de deixar parada no caixa ou no banco investe a fim de obter um ganho, como em
Aplicação em Balcão de Ações; Debêntures Adquiridas com Resgate a Curto Prazo;
Aplicação Temporária em Ouro; Aplicação em CDB / RDB; Títulos e Valores Mobiliários.

Estoques: São os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em


elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento
e outros valores relacionados às atividades afins da Entidade, como estoques de
Mercadorias; de Matéria Prima; de Material de Limpeza; e como também a PEE (–) Perdas
Estimadas em Estoque.

Despesas Antecipadas: São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do


período subsequente à data do Balanço Patrimonial. O registro da despesa antecipada
atende ao princípio da competência, pois as despesas ainda não ocorreram, contudo já
foram pagas, surgindo assim um direito para a empresa, como são os Seguros a Apropriar;
Aluguéis a Vencer; Adiantamento de Salários.

Ativo Não Circulante (ANC)

Composto por valores que serão realizados em dinheiro em um período superior a


um ano, o ativo não circulante, é por força legal, subdividido em quatro grupos, por
características muito pertinentes.

Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP): São os ativos, cujos prazos esperados de
realização situem-se após o término do exercício subsequente à data do Balanço
Patrimonial, como Investimentos, Contas a Receber, Duplicatas a Receber. Neste subgrupo
destaca-se a conta Adiantamento ou Empréstimos a Sócios, Acionistas, Diretores,
Administradores que não sejam objetos das atividades da empresa.

Investimentos: São as Participações em outras empresas que geram rendimentos.


Investimentos em bens que geram receitas independentes das atividades operacionais.
Normalmente entram neste grupo os bens que tendem a aumentar de valor com o passar
do tempo e não são utilizados pela Empresa no seu dia a dia. São chamados de bens de
renda; como é o caso dos Imóveis para Aluguel; Terrenos para Renda; Obras de Arte;
Investimentos em Semoventes.
Imobilizado: Representa os bens de uso; são os bens que a empresa utiliza no seu dia a
dia, direta ou indiretamente, para gerar receitas. O conceito de imobilizado não quer dizer
que o bem deve ser um imóvel, mas sim, que os recursos estão imobilizados, que a empresa
não poderá contar com o dinheiro aplicado naquele bem. Como é o caso dos seus veículos;
móveis e equipamentos de informática.

Intangível: É composto pelos direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados
à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido. O grupo do intangível foi criado pela Lei 11.638/07 com o objetivo
de registrar os bens e direitos que não possuam matéria, mas de valor considerável, como
as Marcas e Patentes.

Passivo

Representa o conjunto de obrigações perante terceiros. Todos os elementos do


Passivo estão descriminados no lado esquerdo do Balanço Patrimonial, e possuem saldo
credor, exceto as contas redutoras do passivo que possuem saldo devedor.
As contas são dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade, (maior ou
menor prazo em que a obrigação deve ser paga) e também se divide em dois grandes
grupos.

Passivo Circulante

São as obrigações e os encargos, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situem-


se no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial, como as Contas a
Pagar; Duplicatas a Pagar; Financiamentos Bancários; Impostos a Recolher; Debêntures
Emitidas de Curto Prazo; Receitas Antecipadas.

Passivo Não Circulante

São as obrigações e os encargos, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situem-


se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. Para fins de
classificação no não circulante as contas usam o termo “a Longo Prazo”, tais como, as
Contas a Pagar a Longo Prazo; Financiamentos a Pagar a LP; Debêntures Emitidas com
Resgate a LP; Receitas Antecipadas de LP; Empréstimos a LP.

Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido, é onde nasce a Entidade. O Patrimônio Líquido possui no


seu primeiro grupo de contas, denominado de Capital. O primeiro fato contábil e
consequentemente, o primeiro lançamento se dá através da Conta Capital Social.
O Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor total do Ativo e o valor total do
Passivo de uma Entidade em um determinado momento. Ele representa o valor que os
sócios e/ou dono têm aplicado no Capital Social da empresa, somado ao valor do resultado
apurado no exercício social decorrente de suas operações.
O Patrimônio Líquido possui natureza credora, devido as suas contas passarem a
possuir crédito com a Entidade, entregando valores à mesma. Configura-se do lado do
Passivo, por pertencer também ao grupo da Origem dos Recursos da Entidade. É
apresentado qualitativamente nos seguintes grupos e subgrupos de contas:
Capital Social: Contém os valores aplicados pelos sócios e/ou proprietário através de
capitalizações feitas em dinheiro ou bens. E também os valores decorrentes de
incorporações de reservas de lucros, que forem apurados a cada exercício social. No
Balanço Patrimonial o capital social poderá ser apresentado com as seguintes principais
terminologias:
• Capital Subscrito: É o valor que dará origem à conta Capital Social, e ato
contínuo, a existência da Entidade. A constituição inicial e os posteriores aumentos
de capital dependem de anuência da assembleia dos sócios e da subscrição por parte
de interessados. A subscrição é o compromisso assumido por um sócio para cotizar
na formação do capital social, sendo feita normalmente na assembleia que criou a
sociedade ou quando do lançamento de novas ações no mercado. A subscrição gera
uma obrigação do sócio junto a empresa, que posteriormente deve ser realizada.
• Capital a Realizar: É parcela do capital subscrito que não foi transformada em
capital, ou seja, o sócio ainda não integralizou, mas continua responsável por
efetivar na empresa, que após integralizado, é disponibilizado em bens, dinheiro ou
direitos. É conta redutora do PL e representa um crédito da empresa junto ao sócio.
Por isso, ao serem feitos os lançamentos, a sua natureza passa a ser devedora,
aumentando pelo débito e diminuindo pelo crédito.
Exemplo: Os sócios João e Maria constituíram uma sociedade por quotas de
responsabilidade limitada. Na cláusula do contrato social, a forma de realização do capital,
está assim redigida:
Cláusula 4ª - O capital social é de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), dividido
em 300.000 (trezentas mil) quotas de R$ 1,00 (um real) cada uma, a ser
integralizado da seguinte forma:
a) João, 150.000 (cento e cinquenta mil) quotas de R$ 1,00 (um real) cada uma,
totalizando R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), sendo que: 100.000
(cem mil) quotas, totalizando R$ 100.000,00 (cem mil reais) são integralizadas
neste ato em moeda corrente do País, e 50.000 (cinquenta mil) quotas,
totalizando R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) serão integralizadas no prazo de
180 (cento e oitenta) dias em moeda corrente do País;
b) Maria, 150.000 (cento e cinquenta mil) quotas de R$ 1,00 (um real) cada uma,
totalizando R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) integralizadas neste ato,
mediante incorporação à sociedade de um imóvel avaliado nesse mesmo valor,
conforme laudo pericial, com destaque para as seguintes parcelas: R$ 30.000,00
(trinta mil reais) para o terreno e R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) para as
edificações.
O primeiro lançamento contábil é a subscrição, conforme estatuto aprovado:

1. Pela constituição do Capital Social Débito Crédito (–) Capital Social a Realizar
D - (–) Capital Social a Realizar (PL) 300.000,00 300.000,00 100.000,00
C - Capital Social Subscrito (PL) 300.000,00 150.000,00
50.000,00
0,00
A integralização do capital subscrito em dinheiro:
Capital Social Subscrito
2. Pela integralização em dinheiro Débito Crédito 300.000,00
D - Caixa (AC) 100.000,00
C - (–) Capital Social a Realizar (PL) 100.000,00 Caixa
100.000,00
A integralização do capital subscrito em bens: 50.000,00
150.000,00
3. Pela integralização em bens Débito Crédito Edificações
D - Edificações (ANC) 120.000,00 120.000,00
D - Terrenos (ANC) 30.000,00
C - (–) Capital Social a Realizar (PL) 150.000,00 Terrenos

30.000,00

O quarto e último lançamento contábil é a integralização do saldo das quotas do


sócio João, no prazo de 180 dias:

4. Pela integralização das cotas 180 d Débito Crédito


D - Caixa (AC) 50.000,00
C - (–) Capital Social a Realizar (PL) 50.000,00

Após as integralizações, a conta redutora, Capital Social a Realizar é zerada, e a


Conta Capital Social Subscrito, passa a existir apenas como Capital Social. O Capital
Social investido pelos acionistas vai se valorizando, através das retenções de lucros, dos
ganhos na venda de títulos da empresa no mercado e outras ocorrências. E, nem sempre é
distribuída entre os sócios.
Essa parcela de aumento do Patrimônio Líquido que não se incorpora ao Capital
Social nem se constitui em lucros a distribuir, é o que se chama de reservas. Elas servem
para dar proteção e garantia financeira para a empresa, e atualmente, existem no PL, as
Reservas de Capital e as Reservas de Lucro.

Reservas de Capital: São contribuições dos proprietários, sócios, acionistas ou de


terceiros que investem no patrimônio da empresa por meio da compra de títulos.

As Reservas de Capital dividem-se nas seguintes subcontas:


• Reserva de Correção Monetária do Capital Realizado;
• Reserva de Ágio na Emissão de Ações;
• Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição.

Elas são constituídas por operações estranhas à atividade normal da empresa,


representando aumentos indiretos do Capital, por fenômenos extra operacionais. A que
ocorre com mais frequência é a Reserva de Ágio na Emissão de Ações. Esta é composta
dos valores do ágio recebido pela venda de ações, por valor superior ao valor nominal.
Exemplo: Foram emitidas 100.000 ações com valor nominal de 1,00, adquiridas por 1,20
pelos acionistas:

1. Pela contabilização da Reserva Débito Crédito Banco


D - Banco (AC) 120.000,00 120.000,00
C - Capital Social (PL) 100.000,00
C - Res. de Ágio na Em. de Ações (PL) 20.000,00

Capital Social Res. de Ágio na Em. Ações


100.000,00 20.000,00

Ajustes de Avaliação Patrimonial: É uma correção do valor apresentado no balanço


patrimonial, por um ativo ou passivo, em relação ao seu valor justo. Esta correção busca
expressar a realidade patrimonial de uma empresa; esse ajuste do valor da conta pode ser
para mais ou para menos. Por isso, essa conta poderá ter natureza credora ou devedora. É
conta redutora do PL.
Exemplo: No primeiro semestre de 20X1, uma empresa investe em instrumentos
financeiros que serão revendidos em 20X3. O valor do investimento é de R$ 800.000,00 e
foi pago à vista. No dia 31/12/X1 a empresa avalia o valor do investimento em relação ao
seu valor justo, para fins de divulgação no balanço patrimonial em R$ 900.000,00.

1. Pelo lançamento do investimento Débito Crédito Investimentos Temporários


D - Investimentos Temporários (ARLP) 800.000,00 800.000,00
C - Banco (AC) 800.000,00 100.000,00
900.000,00
2. Pelo lançamento da Receita Débito Crédito Banco
D - Investimentos Temporários (ARLP) 100.000,00 800.000,00
C - Ajuste de Aval. Patrimonial (PL) 100.000,00

Ajuste de Aval. Patrimonial


100.000,00

Reservas de Lucros: São as contas constituídas por parte dos lucros apurados e realizados,
ou seja, uma parcela do lucro líquido do exercício, que não é distribuída sob a forma de
dividendos aos sócios e acionistas da empresa, dando à mesma, uma segurança adicional
à sua saúde financeira e econômica. As principais reservas de lucros, são:

• Reserva Legal;
• Reserva Estatutária;
• Reserva para Contingências;
• Reserva de Retenção de Lucros;
• Reserva de Incentivos Fiscais;
• Reserva de Lucro a Realizar;
• Reserva Especial para Dividendos Obrigatórios Não Distribuídos.

Ações em Tesouraria: É a conta destinada para dar a contrapartida nas operações de


compra de ações da própria empresa. Uma companhia não pode, como regra geral,
negociar com suas próprias ações, a não ser nos casos em que a Lei das S.A. explicitamente
o permita (Lei nº 6.404/76, art. 30): nas operações de resgate, reembolso ou amortização
dessas ações, nos recebimentos por doação, nas reduções do capital e, finalmente, quando
a empresa possui saldos de reservas em seu Patrimônio Líquido suficientes para suportar
essas aquisições.
Essa última exceção é, na verdade, bem abrangente, pois permite à companhia
adquirir suas próprias ações para futuro cancelamento ou mesmo para mantê-las em
tesouraria e posteriormente aliená-las.
Na contabilização, a conta Ações em Tesouraria, apresenta-se como conta redutora
do Patrimônio Líquido, utilizada em contrapartida com Caixa ou Banco.
Exemplo: Uma empresa adquire 100.000 ações próprias a R$ 1,20:

1. Pela Aquisição de Ações próprias Débito Crédito


D - (–) Ações em Tesouraria (PL) 120.000,00
C - Banco (AC) 120.000,00

Essa compra corresponde a uma devolução de capital aos acionistas e assim deve
ser tratada: como redução do Patrimônio Líquido. A lei 6404/76 diz: “as ações em
tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido
que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição”.
Então, no balanço as ações em tesouraria deverão aparecer deduzidas de Capital ou
Reserva, cujo saldo tiver sido utilizado para tal operação, durante o período em que tais
ações aparecem em tesouraria.

Prejuízos Acumulados: É o nome que se dá à soma de resultados negativos na apuração


do Exercício. Após a Apuração do Resultado do Exercício (ARE), é feito o registro
contábil, utilizando esta conta, como redutora do PL.

Exemplo: No encerramento do exercício, uma empresa apurou um prejuízo de R$


70.000,00.
1. Pela a apuração do prejuízo Débito Crédito
D - (–) Prejuízos Acumulados (PL) 70.000,00
C - ARE 70.000,00
Desde a edição da Lei Nº 11.638, em 2007, esta conta passou a ser usada pelas
Sociedades Anônimas, já que não é mais possível a acumulação de lucros, pois estes têm
de ser totalmente destinados por proposta da administração da companhia e aprovação da
assembleia geral ordinária.

Tributos para a Análise de Balanços


O conhecimento tributário também é de suma importância para o analista contábil,
uma vez que praticamente em todas as operações da empresa, incidem tributos as serem
recolhidos aos cofres públicos.
OSNI (2009), traz as características dos principais tributos:
ICMS: Imposto sobre operações relativas a circulação de mercadorias e sobre prestações
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação e energia elétrica
Significa que ele vai incide sobre circulação de mercadoria de estado para estado e
de município para município (dentro do município não)
● De competência estadual
● É imposto por dentro
● Não cumulativo
● Tem uma alíquota base para a maior parte das mercadorias, ou seja, não é igual pra tudo
(Para produtos que agridem a saúde humana como cigarro e álcool é mais caro)
● Quando COMPRA gera ICMS a recuperar
● Registrado na conta de ATIVO circulante em Direitos
● Quando VENDE gera ICMS a recolher
● Registado no PASSIVO circulante em obrigações.
Sobre devoluções (Devoluções de mercadoria ao fornecedor) estorna-se (credita)
na conta de Mercadorias o valor que foi devolvido e vai estornar (creditar) na conta de
ICMS a recuperar o valor calculado de ICMS com base no que foi devolvido. Ex : se eu
devolvi 1000 reais em mercadoria, e a taxa de ICMS que eu paguei nela foi 18% na compra,
na hora de devolver vou tirar 18% de 1000 da conta ICMS a recuperar (18,00$)

IPI - Imposto sobre produtos industrializados


● É de competência federal
● Só incide sobre produtos industrializados e só é pago por empresas industriais
● Nem todo produto está sujeito a IPI
● É um imposto por fora sua alíquota é calculada com base no valor da mercadoria
● Não cumulativo, ou seja mesmo esquema de Recuperar e Recolher
● E sua alíquota não é a mesma para todos os produtos

Obs: quando uma empresa é comercial ela não paga IPI logo seu IPI é contabilizado
como custo de aquisição das mercadorias.

ISS - Imposto sobre qualquer serviço de natureza

● É de competência municipal
● É calculado mensalmente e sua alíquota varia de município para município
● É recolhido no mês seguinte da ocorrência dos fatos
● Cumulativo, ou seja, só gera a Recolher, conta redutora de receita

PIS/CONFINS - Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da


Seguridade Social.
No regime CUMULATIVO
● Alíquota e base de cálculo fixada pelo governo
● Recolhido pelo governo
Contribuinte é toda pessoa jurídica e de direito público e privado que não estejam
obrigadas ao recolhimento de imposto de renda com base no lucro real
(Empresas registradas como base de lucro lucro real não calcula no regime
cumulativo PIS e CONFINS)
Alíquotas PIS : 0,65% e CONFINS : 3,0%
No regime NÃO CUMULATIVO
● Significa que aquele esquema de A Recuperar e a Recolher vai nele
● Alíquota é base de cálculo fixada pelo governo
Contribuinte é toda pessoa jurídica que esteja obrigado ao recolhimento do imposto
de renda com base no lucro real (Empresas com base no Lucro Real devem PIS e
CONFINS no regime NÃO cumulativo)
Alíquotas: 1,65 % para PIS e 7,6 para CONFINS
Base de cálculo: todas as receitas realizadas pelo no mês pela pessoa jurídica
independente da sua denominação ou classificação contábil.
A receita bruta é calculada da seguinte forma:
Base de cálculo: Faturamento Bruto - Devoluções e Descontos Incondicionais
Concedidos - IPI e ICMS a Recolher.

IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica é um tributo federal que deve ser pago por todas
as empresas com CNPJ ativo, isentas apenas algumas exceções. Sua base de cálculo
considera o regime tributário da pessoa jurídica e atribui a cada um uma alíquota para
cálculo. Podendo ser apurado mensalmente, trimestralmente, anualmente ou por evento, o
não cumprimento dessa obrigação é passível de juros e taxas até que seja legalizada.
Fato Gerador: É a disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou do provento.
• Renda: Produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.
• Provento: Acréscimos patrimoniais não compreendidos como renda.

Base de Cálculo: É o lucro real, presumido ou arbitrado.


Adicional de IR: A parcela do lucro que exceder ao valor resultante da multiplicação de
R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração,
sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento).
Exemplo: Apuração trimestral R$ 20.000,00 x 3 = R$ 60.000,00

CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi instituída pela Lei
7.689/1988. Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento
estabelecidas para o IRPJ, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação
em vigor (Lei 8.981, de 1995, artigo 57).
Trata-se de um imposto federal que também incide sobre as pessoas jurídicas
domiciliadas no Brasil e que tem por objetivo gerar recursos financeiros para a Seguridade
Social. Ou seja, é um imposto que visa apoiar investimentos públicos relacionados à
aposentadoria, desemprego e outras questões relacionadas.
A Provisão para CSLL destina-se a abater do resultado contábil a CSLL.
Cálculo: Para a contribuição social, o percentual aplicado é de 9% sem tributação adicional
para faixa de lucro excedente. E passa a 15% para instituições financeiras ou organizações
que se equiparem a elas.
Supondo-se que sua base de cálculo seja de R$ 200.000,00, e alíquota de 9%, o
valor da CSLL será o seguinte:
CSLL = R$ 200.000,00 x 9% = R$ 18.000,00

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