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Fórmulas .......................................................................................................................................................... 41
Gabarito ........................................................................................................................................................... 83
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INTRODUÇÃO
É bastante comum que nas matérias de Finanças e Administração financeira, as bancas peçam também
noções de contabilidade ou de análise de balanços. Isso porque as demonstrações financeiras são a base
para a análise financeira e valuation, e por que a gestão de caixa, estoques, recebíveis, necessidade de capital
de giro, alavancagem etc., dependem de um bom conhecimento das rubricas contábeis.
Nem sempre a banca pede explicitamente para tratarmos de análise de balanços. Para tratar das principais
rubricas contábeis, já há revisão em outros materiais, nesta aula, vamos um pouco adiante, porém,
começaremos reproduzindo o material básico, e ilustrando os principais indicadores de análise de balanços,
que também são bastante utilizados em administração financeira e finanças.
O que o aluno verá a seguir não é uma aula introdutória de contabilidade. Não haverá
qualquer aprofundamento nos CPCs, não falaremos de partidas dobradas e nem das regras
de contabilização. É uma abordagem adotada na Administração Financeira, com foco mais
gerencial e de apoio à gestão de caixa, orçamentação, cálculo de alavancagem etc.
Aos alunos que já dominam a contabilidade, a aula servirá principalmente como um guia
sobre como esse assunto é tratado em provas de Administração Financeira, e quais os
índices de análise de balanço são mais comuns e mais importantes para a Administração
Financeira.
Aos alunos sem experiência em contabilidade, os conceitos serão fundamentais para fazer
uma prova que requer análise de indicadores contábeis e financeiros, relacionada com
Administração Geral.
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ANÁLISE DE BALANÇOS - CONCEITOS BÁSICOS
O Balanço Patrimonial é uma demonstração financeira obrigatória por lei que evidencia, resumidamente, a
situação patrimonial e financeira de uma entidade em um determinado período do tempo.
É importante tratar dessa questão temporal, quando focamos na questão de análise de investimentos, pois
as contas que estão no balanço patrimonial representam posições em determinado período do tempo e
não em determinado intervalo no tempo, como será visto no caso das receitas, despesas e resultados.
O balanço tem esse nome porque representa o equilíbrio entre os ativos da empresa (geradores de receitas,
caixa etc.) e suas fontes de financiamento (de onde vem o dinheiro para bancar essas operações).
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
. Caixa e equivalentes . Contas a Pagar
. Contas a receber . Aluguéis a Pagar
. Despesas antecipadas . Empréstimos a Pagar
. Impostos a Recolher
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
. Realizável a longo prazo . Exigível a longo prazo
. Investimentos
. Imobilizados PATRIMÔNIO LÍQUIDO
. Intangível . Capital Social
. Ativo Diferido . Reservas de Capital
. Reservas de Lucros
. Ajuste de Aval. Patrimonial
. (-) Ações de Tesouraria
. (-) Prejuízos Acumulados
Essas contas e suas definições são exigências legais (Lei 6404/76 e alterações) e normativas (CVM, CPC etc.).
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Ativos, passivos e patrimônio líquido
São os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira das
Companhias e são definidos como segue:
a) ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera
que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade;
b) passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se
espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos;
c) patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus
passivos.
Perceba que, do lado esquerdo do BP, há recursos controlados pela entidade e sobre o qual se espera
benefícios econômicos e do lado direito temos o interesse dos credores e acionistas da companhia.
Os credores têm interesses imediatos, são contratos de dívida com prazos, taxas de juros, regras específicas
etc., já os acionistas (patrimônio líquido) ficam com o interesse residual, ou seja, o que sobra após o
pagamento dos direitos de credores.
Quem dá as definições legais dos grupos de contas é a Lei das Sociedades Anônimas (LSA – 6404/76).
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos
nelas registrados, nos seguintes grupos:
I - ativo circulante; e
II - ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado
e intangível.
Grau de liquidez significa o quão próxima de se tornar dinheiro (caixa ou equivalentes de caixa) está a conta.
A mais líquida de todas é a conta caixa, depois vêm os itens que costumam girar rápido como estoques,
contas a receber etc., e assim por diante.
As menos líquidas são aquelas que, em tese, não deveriam virar dinheiro (não existem com propósitos
comerciais), como o ativo imobilizado, prédios, terrenos etc.
I - passivo circulante;
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II - passivo não-circulante; e
III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.
O artigo 179 detalha as condições para que os haveres ou as obrigações possam fazer parte das diferentes
contas.
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte,
assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem
negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive
os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Pula
diretamente do item IV para o item VI, na versão disponível no site WWW.planalto.gov.br).
Se a companhia, entretanto, tiver um ciclo operacional de duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.
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A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não
realizada do capital. Essa parte é o que é integralizado pelos sócios da Companhia.
Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da
companhia.
As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.
Há alguns anos a contabilidade nacional permitia a manutenção da conta de “Lucros Acumulados”, hoje em
dia não há mais essa conta, sendo obrigatório destinar o lucro (ao fim do exercício), na forma da lei, para
acionistas, compensação de prejuízos, reservas de lucros, reservas de capital etc.
Há, entretanto, a conta prejuízos acumulados, uma vez que não há o que destinar quando a empresa tem
prejuízo.
Ao contrário do Balanço Patrimonial, a DRE não é um “retrato” patrimonial da Companhia, mas sim um
acumulado, para determinado período, das variações no patrimônio líquido da empresa.
Isso quer dizer que, a cada movimentação financeira (receita, despesa, custo etc.) vai-se acumulando o
resultado do exercício que, ao final, impactará todo o balanço (caixa, contas a pagar etc.), ficando seu saldo
final à disposição no Patrimônio líquido.
Que todas as operações que, ao final, calculam o lucro ou prejuízo do exercício impactam diretamente os
saldos das contas de passivo e de ativo, mas o efeito líquido final ocorre no patrimônio líquido e é conhecido
como lucro/prejuízo do exercício.
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
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II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e
administrativas, e outras despesas operacionais;
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
Esse último parágrafo é muito importante, pois é ele que indica o regime de apuração das receitas e
despesas. A apuração não se dá pelo regime de caixa (quando o dinheiro entra ou sai), mas sim pelo regime
de competência. Se algo foi vendido, mas ainda não recebido, a Receita deve ser contabilizada naquele
período.
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(=) Lucro Líquido do Exercício (LL)
Perceba que há distinção entre custos e despesas. Custo é todo aquele desembolso ou obrigação futura que
estiver envolvida diretamente com a produção dos bens e serviços da Companhia. Despesa não está
diretamente envolvida com a produção.
Essa distinção permite o entendimento de que o lucro bruto traz a margem de ganho apenas com base no
custo da mercadoria.
Se vendeu por 100 e seu custo total para produzir foi 50, o lucro bruto é de 50 (100% de margem
considerando a base de 50 para o custo).
Já as despesas operacionais têm relação com o negócio, mas não diretamente com a produção dos bens e
serviços. São aluguéis de escritórios, pessoal da limpeza (fora da fábrica) etc..
As despesas financeiras operacionais (que devem ser descontadas das receitas financeiras operacionais) são
aquelas relacionadas à operação do negócio, como, por exemplo, juros por compra a prazo de materiais para
o escritório.
Boa parte dos autores considera que as receitas financeiras provenientes da aplicação de fluxos de caixa
excedentes SÃO OPERACIONAIS, pois esse descasamento do fluxo de caixa faz parte do negócio.
Notas Explicativas
As demonstrações financeiras devem vir complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos
necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. São informações
complementares às demonstrações financeiras, tendo por objetivo melhorar a sua qualidade e ajudar o
usuário a tomar decisões. (Artigo 176, parágrafo quarto da LSA).
EBITDA ou Lajida
Antes de prosseguirmos com os indicadores e as análises propriamente ditas, há um indicador que é bastante
usado em finanças e que não está previsto na LSA (apenas na instrução 527 da CVM), é o EBITDA, em inglês
“Earnings Before Interests, Taxas, Depreciation and Amortization”, ou em português, LAJIDA “Lucro antes
dos Juros, Imposto de Renda (incluindo Contribuição Social), Depreciação e Amortização”.
Antes de explicar esse importante indicador, vale explicar a natureza das despesas (ou custos) de
amortização e depreciação.
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Os investimentos das Companhias em ativo imobilizado (máquinas, prédios etc.) e em ativo intangível
(softwares, sites etc.) sofrem perdas naturais de valor ao longo do tempo, seja por desgaste dos bens físicos
ou obsolescência dos bens imateriais.
A legislação permite à contabilidade das Companhias “estimar” essa perda de valor. Para bens materiais as
companhias podem aplicar uma depreciação anual (despesa ou custo estimado de perda de valor) e para
bens imateriais podem aplicar uma amortização anual.
Esses itens são considerados despesas ou custos, a depender de sua aplicação, se são utilizados
DIRETAMENTE na produção ou de forma indireta.
Ocorre que, apesar de reduzirem o lucro (e em consequência o imposto a pagar), não são desembolsos de
caixa.
O LAJIDA procura captar o fluxo de caixa total da Companhia ANTES da destinação aos grupos de credores e
acionistas. A partir do lucro líquido devemos “devolver” os gastos com juros (credores), impostos (governo)
e depreciação e amortização (que não são desembolsos de caixa, de forma que estarão disponíveis à
Companhia.
A retirada dos impostos é óbvia, apesar de o governo não ser propriamente um credor, não “financiar” a
empresa, o imposto pago é irretratável, portanto não estaria disponível para nenhuma destinação, nem para
pagar credores, nem para dividendos aos acionistas.
O que “sobra” após essas devoluções é exatamente o quanto seria possível destinar a todos os grupos que
têm interesses na estrutura da companhia.
O aluno pode ter visto em outras aulas, inclusive minhas, essa questão do EBITDA ou outras
questões contábeis. Isso é necessário, pois há muita interseção entre Finanças
Corporativas, Administração Financeira e Contabilidade. É normal que os conteúdos sejam
retomados, ou para apresentar outra abordagem, ou para relembrar conceitos.
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2 - Análise de balanços e indicadores
A análise de balanços é, em essência, a manipulação dos dados das demonstrações financeiras, suas
comparações com os dados do mesmo ano, de anos anteriores, da própria empresa ou de empresas do
mesmo setor ou representativas.
Em resumo, pegamos os dados publicados pelas Companhias, criamos um indicador ou índice e o utilizamos
para descrever a situação financeira, operacional ou econômica da empresa, seja em relação a ela mesma,
ao seu passado, ou em relação a concorrentes ou a benchmarks do setor.
Análise vertical
A análise vertical, como o nome sugere, se dá no mesmo ano. São comparações entre as contas ou rubricas
calculadas no mesmo período.
Por exemplo, se dividirmos o valor total do Passivo Exigível (R$ 10 milhões) pelo Ativo Total (R$ 20 milhões),
teremos um índice de endividamento PARA AQUELE PERÍODO (ano ou trimestre) de 50%.
Se a receita total líquida foi de R$ 100 milhões e o custo das mercadorias vendidos foi de R$ 80 milhões,
sabemos que o lucro bruto foi de R$ 20 milhões, a margem bruta (que é a divisão do lucro bruto pela receita
total líquida), naquele período foi de 20%.
No primeiro exemplo fizemos análise vertical do Balanço Patrimonial, no segundo fizemos análise vertical
das demonstrações de resultado. Por que é "vertical"? Porque se movimenta sempre em um mesmo
exercício, comparando contas do mesmo ano, ou seja, na mesma coluna (portanto, vertical).
Análise horizontal
Já a análise horizontal sugere comparações entre diferentes períodos (diferentes exercícios, diferentes
colunas, mas as mesmas linhas), o que nos permitiria ver como se deu a evolução dos principais indicadores
para aquela empresa.
Se, nos exemplos anteriores, soubéssemos que o endividamento no ano imediatamente anterior era de 44%,
sabemos que a empresa se endividou mais (pois foi a 50%, conforme exemplo anterior). Se, por hipótese, a
margem bruta no ano anterior era de 25%, sabemos que a empresa aumentou seus custos e diminuiu a sua
margem para 20%.
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Finanças são, essencialmente, decisões sobre modelos de financiamento dos negócios da Companhia.
Envolverá decisões sobre emissão de ações, tomada de dívida, renegociações etc., de forma a buscar a forma
MAIS BARATA ou mais inteligente de financiar os negócios atuais e futuros das Companhias.
Conseguimos ver que a maior parte dos recursos captados para financiar os ativos da empresa vem de
terceiros. 25,37% de passivo circulante e 53,73% de financiamentos de longo prazo do BNDES. Pouco menos
de 21% (20,90%) dos ativos foram financiados por capital próprio.
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Isso é o que chamamos de alavancagem financeira.
A receita subiu 20% em um ano, porém o custo das mercadorias vendidas subiu mais, 37,5%. Isso fez com
que, mesmo com a alta na receita, o lucro bruto tenha crescido apenas 5,26%.
Houve alta de 21,98% nas despesas, mas a empresa conseguiu reverter uma despesa líquida financeira (-
1.000) para uma receita líquida financeira de 3.000, o que fez o LAIR subir de 8.100 no ano 20X0 para 14.100
no ano 20X1.
As rubricas de despesas/receitas financeiras funcionam de forma diferente das outras contas, pois elas
podem ser negativas ou positivas, a depender do balanço final de todas as movimentações financeiras (sejam
operacionais ou não).
Um índice de análise de balanços é a relação entre contas isoladas ou grupos de contas nas demonstrações
financeiras que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira da Companhia.
Índices financeiros são aqueles que tratam da estrutura de capital (financiamento, capital próprio, capital de
terceiros etc.) e da estrutura de liquidez (capacidade de honrar os compromissos) da Companhia.
Índices econômicos são aqueles que medem o sucesso da operação em relação ao capital investido, são
índices de rentabilidade, margens etc.
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Os índices podem ser analisados de forma individual ou isolada, em comparação com indicadores-padrão
(para a indústria ou setor) ou de forma comparativa.
Em tese, não há indicador que, apenas por si, traga as informações relevantes para uma boa análise
econômica ou financeira. Normalmente será necessária a comparação.
Mede o quanto a estrutura de capital da Companhia é financiado por capital de terceiros. Em tese, quanto
menor esse índice, menos endividada é a empresa e menor o seu risco.
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
8.500 + 18.000
𝐼𝐸𝐺 = = 79,1%
33.500
A empresa se financia com 79,1% de capital de terceiros, por consequência, tem 20,9% de capital próprio
em sua estrutura de financiamento.
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Composição do endividamento
Busca medir como está distribuído o endividamento da Companhia em termos de prazo de pagamento.
Normalmente é melhor que as dívidas tenham prazo mais longo.
Sua fórmula é:
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐶𝐸 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
No exemplo temos:
8.500
𝐶𝐸 = = 32%
26.500
32% de todo o passivo exigível da Companhia vence no prazo de 1 ano (dentro do próximo período fiscal).
Indica o quanto do Ativo Permanente ou Fixo é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, indicando o grau de
dependência de recursos de terceiros para os investimentos em ativos permanentes da Companhia.
Para calcularmos esse ativo fixo, será necessário subtrair do ativo não circulante, todos aqueles itens que
não dizem respeito a investimentos em capital (essencialmente retirar o Ativo Realizável a Longo Prazo).
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
20.500 − 4.000
𝐼𝑃𝐿 = = 235%
7.000
Significa que o financiamento dos ativos fixos se deu muito mais por capital de terceiros do que por capital
próprio, uma vez que o valor desses ativos é quase 2,5 vezes o valor do Patrimônio Líquido.
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Capital de Giro Líquido / Capital Circulante Líquido
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
Tente montar uma planilha com os dados dos balanços e das demonstrações financeiras
que estamos usando como exemplo, e refazer todos os cálculos que estamos fazendo.
Matemática só se aprende exercitando.
É o índice que mede quanto do passivo circulante da Companhia estaria coberto pelo dinheiro que ela tem
“em caixa”. Esse índice costuma ser pequeno, pois não é razoável esperar que uma empresa mantenha
grandes valores em caixa, normalmente estão investidores em outras rubricas operacionais.
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
4.000
𝐼𝐿𝐼 = = 47%
8.500
Significa o dinheiro de disponibilidade imediata cobriria 47% das obrigações que vencem em até um ano.
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Índice de Liquidez Corrente
É o índice que mede quanto do passivo circulante da Companhia estaria coberto pelo seu ativo circulante.
Um índice igual ou maior que 100% indicaria um certo equilíbrio nas obrigações correntes da Companhia
(que vencem em menos de 1 ano).
Sua fórmula é:
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼𝐿𝐶 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
No exemplo temos:
13.000
𝐼𝐿𝐶 = = 153%
8.500
Significa que 153% das obrigações vincendas em até 1 ano estariam cobertas pelos direitos vincendos em
até 1 ano.
É o índice que mede quanto do passivo circulante da Companhia estaria coberto pelo seu ativo circulante “já
vendido”, ou seja, sem os estoques. Um índice igual ou maior que 100% indicaria um equilíbrio confortável
nas obrigações correntes da Companhia (que vencem em menos de 1 ano), uma vez que estariam cobertas
MESMO sem novas vendas de estoques.
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
13.000 − 2.500
𝐼𝐿𝑆 = = 123%
8.500
Significa que 123% das obrigações vincendas em até 1 ano estariam cobertas pelos direitos vincendos em
até 1 ano, apenas com base vendas já realizadas.
É o índice que mede quanto do passivo exigível total da Companhia estaria coberto pelo seu ativo total. Não
é um índice muito utilizado, pois os prazos de recebimento e pagamento de obrigações e direitos de longo
prazo varia muito.
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Sempre vale lembrar que os itens permanentes do ativo não circulante NÃO entram em índices de liquidez,
por um motivo bem simples, não se supõe que estejam no balanço para serem “realizados”, ou seja, não
viram recursos financeiros (comumente).
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
13.000 + 4.000
𝐼𝐿𝐺 = = 64%
8.500 + 18.000
Significa que 64% das obrigações totais da Companhia estariam cobertas pelos direitos totais realizáveis.
São índices que procuram medir a capacidade econômica da entidade. Esses índices podem misturar contas
do Balanço Patrimonial com contas do Demonstrativo de resultados.
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ATIVO CIRCULANTE 20X1 20X0 PASSIVO CIRCULANTE 20X1 20X0
Caixa e Equivalentes 4.000 3.000 Contas a pagar 7.000 5.000
Contas a receber 6.500 5.500 Salários a pagar 1.500 1.400
Estoques 2.500 3.500
TOTAL 13.000 12.000 TOTAL 8.500 6.400
ATIVO NÃO PASSIVO NÃO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Realizável a longo
4.000 4.000 Financiamento BNDES 18.000 18.500
prazo
Investimentos 8.000 8.000 TOTAL PNC 18.000 18.500
Imobilizado 7.000 6.500 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Intangível 1.000 800 Capital social 6.400 6.000
Diferido 500 0 Reservas de lucro 600 400
TOTAL 20.500 19.300 TOTAL 7.000 6.400
TOTAL ATIVO 33.500 31.300 TOTAL PASSIVO 33.500 31.300
Quando misturamos contas do Balanço Patrimonial (retrato de momento) com contas da Demonstração de
Resultados (acumulado por período), temos que definir se a conta do balanço será baseada no início do
período, no final do período ou a média dos dois.
No caso, o Patrimônio Líquido Médio seria de 6.700, Ativo Total médio seria de 32.400.
Sua fórmula é:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐸 =
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
No exemplo temos:
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8.250
𝑅𝑂𝐸 = = 123%
6.700
Esse é um dos efeitos da alavancagem, quando a empresa tem pouco capital próprio investido. Como o
Patrimônio Líquido é pequeno, ou seja, o investimento a partir de capital próprio é pequeno, o retorno é
muito alto, 123%.
Indica qual o retorno sobre o TODO o investimento da Companhia, uma vez que os ativos representam todos
recursos utilizados para gerar aquele lucro.
Sua fórmula é:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐴 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀é𝑑𝑖𝑜
No exemplo temos:
8.250
𝑅𝑂𝐴 = = 25%
32.400
Os ativos geram retorno de 25% ao ano. Perceba que é bem menor do que o retorno sobre o patrimônio
líquido.
Giro do Ativo.
Esse é um indicador operacional. Normalmente deve ser comparado com a de outras empresas do mesmo
setor. Quanto maior o giro do ativo, mais efetiva é a operação da Companhia.
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
42.000
𝐺𝑖𝑟𝑜 = = 130%
32.400
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Giro do Contas a Receber e Prazo Médio de Recebimento
Indica quantas vezes que o contas a receber transitou pelo caixa durante o ano, isto é, quantas vezes a
empresa gira suas contas a receber em função das vendas. Dependerá do cálculo das contas a receber médio.
Sua fórmula é:
No exemplo temos:
42.000
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑅 = = 700%
6.000
Para calcular o prazo médio de recebimento, basta dividir 360 dias do ano pelo giro do CR.
22.000
𝑇𝑢𝑟𝑛𝑜𝑣𝑒𝑟 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑟 (𝑔𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠) = = 3,7 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
6.000
Supondo que estejamos tratando do período de 1 ano, o período médio em que se paga por uma compra é
o seguinte:
Indica quantas vezes que o contas a receber transitou pelo caixa durante o ano, isto é, quantas vezes a
empresa gira suas contas a receber em função das vendas. Dependerá do cálculo das contas a receber médio.
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𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝑇𝑢𝑟𝑛𝑜𝑣𝑒𝑟 (𝑔𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒) =
𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
22.000
𝑇𝑢𝑟𝑛𝑜𝑣𝑒𝑟 (𝑔𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒) = = 7,3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
3.000
Supondo que estejamos tratando do período de 1 ano, o período médio em que um produto fica no estoque
(em todas as etapas) é o seguinte:
Margem Bruta.
Indica qual o percentual de ganho sobre os custos diretos das mercadorias e serviços vendidos.
Sua fórmula é:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜
𝑀𝐵 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
No exemplo temos:
20.000
𝑀𝐵 = = 48%
42.000
Significa que, a cada R$ 1,00 vendido, sobram R$ 0,48 a título de margem bruta.
Margem de Contribuição.
Margem de Contribuição está mais associada com o cálculo do ponto de equilíbrio e normalmente é medida
em valores unitários. Está associada exclusivamente a elementos variáveis da receita e do custo.
Sua fórmula é:
Margem Operacional.
Indica qual o percentual de ganho sobre os custos diretos das mercadorias e serviços vendidos, somados às
despesas operacionais.
Sua fórmula é:
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𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑀𝑂 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
No exemplo temos:
15.500
𝑀𝑂 = = 37%
42.000
Significa que, a cada R$ 1,00 vendido, sobram R$ 0,37 a título de margem operacional.
Até esse ponto, temos uma ideia da saúde econômica da Companhia, pois não há impacto do financiamento
de longo prazo. Se, por hipótese, a empresa consegue boa margem bruta e boa margem operacional, mas
quando paga juros vira para o prejuízo, significa que o negócio é bom, mas a estrutura de capital não se paga.
Margem Líquida.
Indica qual o percentual de ganho sobre os custos diretos das mercadorias e serviços vendidos, somados à
todas as outras despesas da Companhia.
Sua fórmula é:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑀𝐿 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
No exemplo temos:
8.250
𝑀𝑂 = = 20%
42.000
Significa que, a cada R$ 1,00 vendido, sobram R$ 0,20 a título de margem líquida.
Para calcularmos o índice de cobertura de juros precisamos saber o resultado da Companhia, ANTES do
pagamento dos juros dos empréstimos (normalmente de longo prazo). Podemos usar o LAJIR ou EBIT, ou o
LAJIDA ou EBITDA.
O LAJIR já temos, é R$ 15.500. Supondo, por exemplo, que as despesas no ano com depreciação e
amortização tenham sido de R$ 500, o LAJIDA seria de R$ 16.000, uma vez que a depreciação e a amortização
não são desembolsos de caixa, portanto ficaria à disposição para pagar os juros da dívida.
Sua fórmula é:
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𝐸𝐵𝐼𝑇 𝑜𝑢 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴
𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 =
𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠
No exemplo temos:
16.000
𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 = = 5,3
3.000
Significa que a geração de caixa anual (medida pelo EBITDA) seria suficiente para pagar até 5,3 vezes o serviço
anual da dívida.
IMPORTANTE!!! Graus de alavancagem dizem respeito mais à gestão de caixa e/ou gestão
de estrutura patrimonial. É raro cair em provas exclusivas de análise balanços, EXCETO se
isso estiver incluído no conteúdo de Administração GERAL ou FINANCEIRA.
Caso você esteja em um concurso em que se cobre tanto análise de balanços quanto
administração financeira, provavelmente verá o conteúdo de alavancagem em ambas as
matérias, pois são superpostas mesmo. Normalmente o conteúdo é mais aprofundado em
Administração Financeira, de forma que estudar apenas pelo material daquela matéria é
suficiente.
Alavancagem Operacional
Em essência a alavancagem operacional quer avaliar qual o ganho adicional no lucro operacional (LAJIR, lucro
antes dos juros e IR) para cada nova unidade de receita adicionada.
É importante esse cálculo, pois se descobrirmos que a receita adicional gera lucros decrescentes (ou a uma
taxa decrescente) pode ser melhor não aumentar a produção e o esforço de venda.
Este é um orçamento de resultados, considerando vários cenários possíveis para as receitas, de um cenário
base de R$ 1.000, para uma redução ou alta de até 20%.
23
Perceba que, a partir da receita atual, um aumento de R$ 100 (10%) na receita faz com que o lucro cresça R$
60 (aumenta 30%, indo de 200 para 260), assim como uma queda de 10% faz com que o lucro caia 30% (indo
de 200 para 140).
Dizemos que o grau de alavancagem dessa empresa é de 3 vezes, ou seja, PARA AQUELE PATAMAR INICIAL
DE RECEITA, um incremento de 1% nas vendas gerará um incremento de 3% no lucro operacional.
É importante colocar que esse cálculo sempre depende do patamar inicial, da receita
esperada ou atual.
Agora podemos calcular os graus de alavancagem. É fundamental termos as fórmulas bem decoradas!
260 − 200
200 0,3
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐺𝐴𝑂 = = = 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
1.100 − 1.000 0,1
1.000
600
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐺𝐴𝑂 = = 3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠
200
Alavancagem Financeira
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Quando se fala de alavancagem financeira estamos tratando de questões de estrutura patrimonial, de ativos,
passivos e patrimônio líquido.
Atual Nova
Ativos totais 1.000 1.000
Patrimônio Líquido 600 400
Passivo Exigível 400 600
Juros pagos 60 90
A empresa tem duas estruturas de capital, a atual e a desejada. Na atual, seu grau de endividamento é de
40% (400/1.000), na desejada será de 60% (600 de passivo, para 1.000 de ativos totais).
O aluno pode se questionar porque motivo a empresa gostaria de aumentar seu grau de endividamento. É
exatamente esse o ponto da alavancagem financeira. Caso a dívida custe MENOS do que o retorno
proporcionado, vale a pena se endividar.
Ainda sobre as estruturas de capital apresentados, consideremos que a empresa tenha um lucro operacional
(LAJIR - Lucro antes dos juros e do Imposto de Renda) de R$ 200 (que não muda com a alteração da estrutura
de capital), e que paga juros de 15% ao ano. Qual o resultado esperado para ambas as estruturas?
Atual Nova
LAJIR 200 200
Juros (60) (90)
LAIR 140 110
IR (não há) - -
Lucro Líquido 140 110
Retorno sobre Ativo ROA 14,00% 11,00%
Retorno sobre Ativo PL 23,33% 27,50%
O LAIR - Lucro Antes do Imposto de Renda - cai de 140 para 110, pois há um endividamento maior (de 400
para 600), significando um pagamento de juros indo de 60 (15% x 400) para 90 (15% x 600).
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O retorno sobre os ativos ROA (return on assets) e sobre o patrimônio líquido ROE (return on equity), no caso
atual (considerando que não há imposto de renda, ou seja LAIR = Lucro Líquido), seriam:
Perceba que, mesmo com uma QUEDA no lucro, há um aumento nos ganhos sobre o patrimônio líquido (de
23,3% para 27,5%).
Uma das fórmulas mais comuns, envolvendo contas patrimoniais, para cálculo do GRAU de alavancagem
financeira é:
𝑅𝑂𝐸
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐺𝐴𝐹 =
𝑅𝑂𝐴
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A interpretação do GAF é que, se for igual a 1, a alavancagem será nula (o que significa que o ROE é igual ao
ROA, o que só é possível se A=PL, ou seja, não há dívida). Se for menor que 1 significa que a alavancagem é
desfavorável (esse caso é raríssimo, pois significaria passivo negativo, sem que seja chamado de ativo), se
for acima de 1, é favorável.
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
Alavancagem Combinada
Temos, portanto, duas fórmulas que relacionam a variação do lucro líquido com a variação do lucro
operacional e com a variação da Receita:
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐺𝐴𝐹 =
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
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Atual
Receitas Líquidas 1.000
CMV - custos variáveis (400)
Margem de contribuição 600
Custos fixos (400)
Lucro antes do IR e Juros 200
Despesa de juros 90
Margem líquida (LL) 110
GAO 3,00
GAF 1,82
GAC 5,45
Mostrando os cálculos:
O GAC é a multiplicação dos dois, mas há outra forma de ver, que nos indica o significado do grau de
alavancagem combinado.
Isso dá uma ideia do significado do GAC, indica que, para cada 1% de variação na margem de contribuição
haverá 5,45% de variação na margem líquida. Perceba que ele realmente incorpora os resultados das
alavancagens operacional e financeira.
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Neste ponto, vamos analisar os conceitos de ativo circulante operacional, ativo circulante financeiro, passivo
circulante operacional, passivo circulante financeiro, passivo permanente e ativo permanente.
Ativo circulante operacional ou ativo cíclico é aquele que guarda relação direta com a operação da
Companhia, é diretamente influenciado pelo volume de vendas ou produção, sendo composto por estoques,
contas a receber e outros ativos circulantes que tenham natureza relacionada à operação.
O ativo circulante financeiro é aquele relacionado com itens de liquidez de curtíssimo prazo do ativo
circulante, que não têm ligação com as operações da empresa, ainda que tenham vindo da própria operação,
como caixa, bancos e aplicações financeiras.
O passivo circulante operacional está representado pelos itens do passivo circulante relacionados ao ciclo
operacional da companhia, tais como fornecedores, salários, encargos, impostos, taxas etc..
O passivo circulante financeiro corresponde aos itens que não têm vinculação direta com a parte
operacional da companhia e são, entre outros, os empréstimos, financiamentos que não estão relacionados
diretamente com o core business da empresa.
O passivo permanente seria formado pelas contas do passivo exigível a longo prazo e patrimônio líquido e
representa as fontes fixas de recursos, ou seja, aquelas das quais não se espera GIRO.
Ativo permanente (ou fixo) é formado pelos recebíveis a longo prazo e pelo ativo fixo (imobilizado,
intangível, aquele do qual não se espera giro).
Alguns autores costumam definir a NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO como aquela que surge quando a
atividade operacional da empresa gera um fluxo de saídas de caixa maior e mais rápido que o das entradas
de caixa.
Também chamada de necessidade de investimento em capital de giro – NIG, a NCG (necessidade de capital
de giro, ou capital de giro operacional) é calculada SEM os ativos e passivos circulantes financeiros, da
seguinte forma:
Para empresas que não têm problemas com capital de giro de curto prazo, aquelas que recebem mais, e mais
rápido do que pagam, a questão relevante é o equilíbrio entre ativos e passivos permanentes ou fixos, de
forma que sua equação fica como se segue:
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Vamos usar um exemplo real que caiu em provas anteriores, para mostrar como é possível
elaborar essas questões relacionadas a necessidade de capital de giro.
Solução.
O item a está errado, pois faz inferência a apenas 2 itens da NCG; o item b está errado pois trata de itens não
operacionais; o item c está errado pelo mesmo motivo; o item e está errado, pois origens e aplicações
deveriam ser iguais.
Perceba que quando recebo ANTES de pagar ao fornecedor, a necessidade de capital de giro fica NEGATIVA.
Item d.
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O quadro a seguir trata de todas as equações possíveis com os saldos, financeiro e
operacional, dos ativos e passivos circulantes. Fique atento ao saldo de tesouraria, que é a
diferença entre os ativos circulantes financeiros e os passivos circulantes financeiros.
Efeito Tesoura
Na gestão de fluxo de caixa queremos evitar o Efeito Tesoura, que é o decréscimo ao longo do tempo do
Saldo em Tesouraria. O gráfico anterior mostra com clareza o que pode ocorrer para que o Saldo em
Tesouraria seja decrescente ou fique negativo.
A figura abaixo mostra razoavelmente o que ocorre quando, ao longo do tempo, as necessidades de capital
de giro (diferença entre o Ativo Circulante Operacional e o Passivo Circulante Operacional) crescem mais do
que que o Capital Circulante Líquido (diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante). Isso faz com que,
eventualmente no futuro, o Saldo de Tesouraria fique negativo.
Aumento de vendas acima do esperado: se passamos a vender mais de forma inesperada, tendemos
a precisar de mais capital de giro, e isso pode aumentar a necessidade de uso de caixa, diminuindo o
saldo em tesouraria.
Flexibilização e aumento de prazos para clientes: isso também aumenta a necessidade de capital de
giro, pois precisamos investir mais e recebemos com defasagem maior.
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Ampliação de estoques mal planejado: se os estoques aumentam muito, por exemplo, sem a
correspondência nas vendas, isso aumenta nossa necessidade de capital de giro para bancar o que
não vendemos.
Redução de prazo junto aos fornecedores: significa que precisamos pagar antes, o que vai pressionar
também o capital de giro.
Naturalmente, para evitar o efeito tesoura, entre outros pontos, deve-se evitar as causas acima. Deve-se
fazer o correto planejamento do crescimento de vendas, para evitar ter que lançar mão de capital de curto
prazo em bancos, deve-se buscar reduzir os prazos de recebimento sem causar prejuízo na antecipação de
recebíveis, deve-se evitar manter estoques acima do necessário para evitar custos de carregamento e de
escassez, e deve-se buscar mais prazo junto aos fornecedores.
A questão fundamental da má gestão de caixa é que, sempre que precisamos de caixa imediato, precisamos
recorrer a bancos em empréstimos de curto prazo. E esses empréstimos costumam ser muito mais caros do
que os de longo prazo. Por isso é importante que qualquer descasamento da necessidade de caixa seja
planejado para, no futuro, passar a ser pago por financiamento de longo prazo, que é mais barato e é pago
com mais prazo e espaçamento no tempo.
A opção A está errada, pois o efeito tesoura não se refere a algo estático no tempo. Podemos ter um saldo
em tesouraria momentâneo negativo e não necessariamente termos o efeito tesoura que é essa tendência
ao longo do tempo de redução do saldo em tesouraria (ST). No caso, a opção está errada, pois fala em
CRESCER o ST e no efeito ele REDUZ.
A opção B está errada, pois a disponibilidade de capital de giro diminui com o efeito tesoura (ET)
D está errada, pois leva em consideração apenas os ativos circulantes e os passivos circulantes, porém
precisamos também levar em consideração a variação dos ativos e passivos circulantes OPERACIONAIS, para
calcular o saldo em Tesouraria.
E está certa, como vimos no Gráfico, a NCG (necessidade de capital de giro) cresce, supera a disponibilidade
e continua a crescer.
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3 - Avaliação de projetos de investimento por múltiplos e índices
IMPORTANTE!!! Avaliação por múltiplos e índices costuma estar associada a Finanças Corporativas, mais do
que à Análise de Balanços. Caso o edital do concurso não esteja pedindo explicitamente cálculo do valor do
projeto por múltiplos, a chance de cair é pequena, portanto essa parte poderá ser preterida em favor de
outras matérias mais comuns ou pedidas explicitamente no edital.
É um múltiplo que se obtém dividindo o valor de mercado pelo patrimônio líquido (médio, inicial ou final do
período).
Em vez de utilizarmos o valor de mercado de toda a empresa, podemos fazer pela cotação de uma ação,
nesse caso, utilizaremos o VPA (valor patrimonial da ação).
Esse indicador não é muito utilizado em finanças, apenas de forma comparativa. Isso porque o Patrimônio
Líquido contábil NÃO É considerado mais a expressão plena da riqueza do acionista. Uma empresa pode
ter patrimônio líquido elevadíssimo, mas sua expectativa de resultados ser ruim, de forma que relação entre
seu preço de mercado e seu patrimônio ficaria bem baixa.
A lógica do indicador é, quanto menor o índice melhor, mais atraente e barata estaria a
empresa. Uma empresa com P/VP igual a 1, por exemplo, teria um valor de mercado IGUAL
ao valor do patrimônio líquido.
Uma empresa com P/VP igual a 0,4 teria um preço de mercado que valeria apenas 40% do patrimônio líquido.
Se o patrimônio líquido for realmente realizável (der para vender os ativos, quitar as dívidas e sobrar o que
está no balanço), seria melhor comprar a empresa e vender seus ativos.
Se a relação é alta, tipo 4,0, significa que o valor de mercado é quatro vezes maior do que o patrimônio
líquido. Pode indicar que a empresa está cara.
P/VPA também é um indicador de estresse. Quando o mercado desaba, às vezes empresas sólidas ficam com
preço de mercado muito abaixo de seu patrimônio.
P/L é a sigla para Índice Preço-lucro, que mede quantas vezes o preço da ação (cotação) é maior do que seu
lucro por ação OU quantas vezes o preço de mercado da empresa é maior do que seu lucro anual.
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EMPRESA CVRD Lj. Americanas Copel Gerdau Sadia Light 2007*
Valor de Mercado (28/12/2006) R$ milhões 147.466 8.659 6.334 22.434 4.890 3.081 84.864
Lucro líquido 2006 R$ milhões 13.431 123 1.242 2.880 376 (150) 5.054
P/L 11,0 70,4 5,1 7,8 13,0 ND 16,8
A lógica é a seguinte: Para “comprar” um lucro de 13,4 bilhões de reais da CVRD (atualmente VALE), eu teria
que desembolsar 147 bilhões, ou seja, 11 vezes o lucro. É claro que a comparação entre a cotação (valor de
1 ação) e do lucro por ação (também referente a 1 ação) tem o mesmo resultado e a mesma lógica.
Em resumo, o P/L indicaria em quantos anos eu retornaria o meu investimento, caso o lucro da empresa não
subisse.
Podemos entender o P/L como uma medida do “apetite” do investidor por comprar as ações. Se este vem
se elevando, é porque os investidores estão pagando mais “caro” pelas ações do que anteriormente, seja
por que suas opções fora da renda variável estão menos atraentes, seja por que ele acredita que o lucro da
empresa crescerá fortemente nos próximos anos.
Pensando de forma simples, responda: Qual é a opção de investimento que se tem em relação à renda
variável? Fácil: Renda fixa, ou seja, CDB, fundos DI, poupança, previdência privada sem renda variável entre
outros.
Se a opção mais rentável em renda fixa for, por hipótese, um fundo DI com taxa de administração de 0,5%,
qual seria o ganho previsto, já descontando o IR? Daria pouco mais de 10%, para arredondar 10% (para 2022).
Com 10% ao ano, em quantos anos você retornaria o capital, se retirasse o lucro ano a ano?
Simples: 100% / 10% = 10 anos. Esse, para fins de comparação, pode ser considerado o P/L da renda fixa. O
P/L da renda fixa não é um indicador utilizado nos meios profissionais, mas será útil para o investidor
comparar opções de investimento em renda fixa e em renda variável.
Um parêntese. Quase todos consideram que é bom para a bolsa quando os juros caem. Um dos motivos para
essa percepção é que a opção “sem risco” dos investidores fica menos atraente, ou seja, seu P/L da renda
fixa aumenta (leva mais tempo para retornar), permitindo que se pague um pouco mais pela opção em renda
variável, ou seja, pelas ações em bolsa.
Pense: Se os juros estivessem em 25% ao ano, com inflação de 3%, você acha que tantas pessoas estariam
buscando a bolsa como alternativa de investimento? Bom, parece que o passado responde por si.
Se o P/L da renda fixa está em 10 por que há tanta variação nos múltiplos das empresas?
34
Primeiro, o “P/L da renda fixa” é um indicador proposto para sabermos o que seria um retorno “razoável”,
tomando por base os investimentos alternativos à bolsa. Não significa que ele deva ser seguido, apesar da
evidência óbvia de que juros altos desestimulam o investimento em bolsa. Segundo, há muitos fatores que
influenciam o P/L de uma empresa e, alguns deles, serão tratados a seguir.
Quando se encontra uma empresa com P/L próximo dos 10 (oscilando entre 8 e 12, por hipótese), é
provável que seu desempenho seja bem regular, seus lucros futuros possam ser previstos pelos
analistas com pouca margem de erro e entende-se que o crescimento no longo prazo desses lucros
não será exageradamente alto.
Normalmente indica que o lucro deverá cair ou que a empresa representa um risco alto. Se os
investidores não estão dispostos a comprar ações, mesmo com P/L baixo, é porque não acreditam
que o lucro permanecerá alto. Pode ser que a empresa tenha dado um lucro extraordinariamente
alto, por conta de algum evento não recorrente como a venda de um ativo ou algum benefício fiscal
extraordinário. Quando isso ocorre, o lucro sobe muito, mas o preço não acompanha, pois o evento
não faz parte do dia-a-dia do negócio. Outra hipótese é não confiar no gestor ou no controlador,
fazendo com que o investidor só entre na empresa se seu preço estiver muito descontado, pois o
risco é alto.
Comumente indica que a perspectiva dos investidores é de que o lucro cresça a taxas muito acima
das do mercado. Para se ter uma idéia do impacto de uma expectativa positiva sobre o lucro de uma
empresa veja: se os analistas supõem que o lucro da empresa crescerá 60% ao ano pelos próximos 5
anos, isso indica que o lucro crescerá 10 vezes. Nessa hipótese, já antecipando o crescimento, o
analista sugere um preço muito alto para a empresa. Ocorre que esse preço já inclui o crescimento
futuro, por isso é tão alto o P/L, pois é comparado com o lucro de hoje. E se não ocorrer o crescimento
esperado? Os preços se ajustam durante o caminho. Pode acontecer também, de a empresa
apresentar um resultado extraordinariamente ruim, mas por algum problema não-recorrente. As
empresas do ramo de alimentos enfrentaram a gripe aviária e embargos de exportação de carne em
2006 e viram seus lucros caírem bastante. Como os eventos não eram recorrentes, as cotações não
se depreciaram tanto, porém, como o lucro era muito mais baixo, o índice P/L ficou alto, fora do
padrão histórico das empresas, da média do mercado e da própria renda fixa.
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Nesse caso não se aplica o conceito P/L. Se a empresa vinha de lucros crescentes e, por algum motivo,
começou a dar prejuízo, devem-se estudar esses motivos para avaliar se ainda se pode confiar no
fluxo futuro de lucros, pois se não voltarem, a cotação será penalizada no futuro. Os riscos de investir
em empresas com prejuízos recorrentes são maiores. É melhor deixar para o campo da especulação.).
Imagine uma empresa varejista que não tem ações na bolsa. Não sabemos, portanto, qual o seu preço
de mercado. Porém, se soubermos que a média dos índices Preço/Lucro dos varejistas com perfil
semelhante listados na bolsa de valores é de 15,4, basta pegarmos o lucro dessa empresa que
estamos avaliando e multiplicar por 15,4.
Se a empresa teve R$ 1 bilhão de lucro no exercício social mais recente (12 meses), significa que, em
tese, seu preço justo com base no múltiplo P/L seria de R$ 15,4 bilhões.
Também é um índice comparativo, que pode ser usado inclusive para diferentes países.
O EBITDA, no Brasil conhecido como LAJIDA é o Lucro antes dos impostos, juros, depreciação e amortização.
Ele tem um significado interessante, seria o fluxo de caixa gerado pela empresa que estaria disponível tanto
para credores quanto para acionistas. É entendido com a geração de caixa da empresa.
O EV ou FV seria a soma do Valor de Mercado com a Dívida Líquida (dívida bruta – caixa).
Perceba que a razão faz sentido, no numerador da fração temos o valor total do interesse de terceiros na
Companhia (valor de mercado do equity e da dívida), no denominador temos o fluxo de caixa que suportaria
esses interesses.
Esse múltiplo é uma relação usada para determinar o valor de uma empresa. Os investidores usam
principalmente o múltiplo de uma empresa para determinar se uma empresa está subvalorizada ou
sobrevalorizada. Uma proporção baixa indica que uma empresa pode estar subvalorizada, e uma alta índice
indica que a empresa pode estar sobrevalorizada.
Esse múltiplo é também útil para comparações transnacionais porque ignora os efeitos de distorção das
políticas tributárias de cada país, que afetam bastante os lucros. Também é usado para encontrar candidatos
para fusões e aquisições. Uma empresa com um múltiplo baixo pode ser vista como um bom candidato a
aquisição.
Os múltiplos variam de acordo com a indústria e os setores da economia. Deve-se comparar o múltiplo com
os de outras empresas da mesma indústria ou com a média em geral.
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Para calcular o valor de uma empresa pelo EV/EBITDA, segue-se a mesma lógica do P/L. Procura-se o múltiplo
médio de empresas semelhantes à que queremos analisar e o multiplicamos pelo EBITDA.
São expressões em inglês associadas, em essência, à distribuição de dividendos, que é a parte do lucro
destinada aos sócios após a apuração do resultado.
Índice de payout nada mais é do que o percentual do lucro líquido que é distribuído a título de dividendos.
Dividend Yield, em português "retorno com dividendos", é simplesmente quanto de retorno percentual o
investidor obteve a partir dos dividendos distribuídos. Vai depender de quanto ele pagou pela ação da
empresa.
Considere que a Companhia Siderúrgica Nacional tenha apurado um lucro líquido de R$ 13,6 bilhões em 2021
e tenha distribuído R$ 6,8 bilhões a título de dividendos. Qual o índice de payout?
Considere ainda que um investidor comprou 2.000 ações a R$ 7,50 cada, e após isso recebeu no período o
equivalente a R$ 2,25 por ação a título de dividendos. Qual o Dividend Yield?
Observações: Lucro ajustado é nomenclatura técnica (artigo 202 Lei 6404), na prova provavelmente basta
colocar o Lucro Líquido. Dividendo declarado e distribuído tem o mesmo efeito para os cálculos, pois se foi
declarado e não foi pago, já saiu do Patrimônio Líquido e virou passivo exigível.
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4 - EVA - Economic Value Added - Valor Econômico Adicionado
O modelo de EVA tem caído bastante em provas de finanças nos últimos anos. A teoria é extremamente
complexa (reservo apenas para concursos do BACEN, CVM, STN etc.), mas os princípios são simples. Vamos
tratar aqui essencialmente do necessário para compreender os modelos de questões envolvendo EVA que
vimos nas provas de Administração Financeira e de Análise de Demonstrações Financeiras de nível
básico/intermediário.
Economic Value Added ou Valor Econômico Adicionado é um indicador que busca estimar o quanto de
VALOR foi adicionado durante a produção de bens e serviços, ALÉM do retorno econômico básico.
Ele é bastante usado, pois os cálculos contábeis de Lucro Líquido não levam em consideração os custos de
capital e custo de oportunidade.
Se investimos R$ 1 milhão em uma fábrica, e após 1 ano de uso, ela deu um lucro líquido de R$ 100 mil.
Do ponto de vista contábil tivemos lucro e adicionamos valor ao acionista, pois ele tinha um patrimônio de
R$ 1 milhão e adicionou a este patrimônio R$ 100 mil (que pode ser distribuído como dividendo OU
acumulado em reservas de lucro no Patrimônio Líquido).
38
Mas e se o uso alternativo desse R$ 1 milhão fosse, por exemplo, ser aplicado em um fundo de renda fixa
com retorno de R$ 120 mil por ano?
O acionista PERDERIA dinheiro, destruiria valor, pois a opção por comprar a fábrica não cobriu o custo de
oportunidade do seu investimento.
NOPAT – Net Operational Profit After Taxes ou Lucro Operacional Líquido Após impostos.
A lógica é simples, para haver valor adicionado para o ACIONISTA, é preciso que o lucro operacional após o
IR seja maior do que o retorno que obteria se aplicasse o capital em outro investimento alternativo
(remunerado ao custo de oportunidade).
Na “vida real” de finanças não é tão simples assim deduzir o custo de capital e o investimento de capital. O
NOPAT é mais simples, pois bastaria pegar o Lucro Operacional e retirar o IR pago.
Quanto ao custo de capital, veremos adiante, costuma ser usado o WACC, custo médio ponderado de capital,
por ser considerado o RETORNO MÍNIMO exigido por aquela estrutura de capital (parte de acionistas, parte
de credores).
Não se assuste com a nomenclatura lançada. As pessoas sem base em Finanças não estão
acostumadas com WACC, ROI, Taxa mínima etc, porém nosso foco aqui é na mecânica dos
exercícios, que é simples, apenas uso de fórmula e compreensão básica dos conceitos.
Já o investimento de capital pode ser o ativo operacional (total ou médio), nesse caso será necessário retirar
os itens não operacionais do Ativo (normalmente caixa e aplicações, que são financeiros).
Uma outra forma de ver o EVA é utilizando o ROI (Return on Investments), que pode ser definido de várias
formas, mas para o EVA o mais comum é que seja definido como o Lucro Operacional Após IR (não é o lucro
líquido, pois não deve levar em consideração o resultado financeiro) dividido pelo investimento operacional
total (normalmente ativo ou ativo médio).
Para saber o EVA, quando temos ou calculamos o WACC e o ROI, basta a seguinte fórmula:
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𝐸𝑉𝐴 = (𝑅𝑂𝐼% − 𝑊𝐴𝐶𝐶%) × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Que, basicamente, quer dizer que a operação gerou MAIS retorno sobre os investimentos do que o custo de
capital exigiria, por isso houve valor adicionado.
Caixa = R$ 5.000,00
Contas a receber = R$ 20.000,00
Contas a pagar = R$ 12.000,00
Custo do capital investido = R$ 40.000,00
Depreciação = R$ 10.000,00 por período
Estoques = R$ 5.000,00
Lucro operacional líquido = R$ 200.000,00
Lucro bruto = R$ 240.000,00
Considerando-se os valores acima, qual foi o Valor Econômico Agregado (EVA), em reais.
Como o enunciado já nos dá NOPAT (lucro operacional líquido – R$ 200.000) e o custo em R$ do capital
investido (R$ 40.000), é simples calcular o EVA:
40
FÓRMULAS
Índice de endividamento 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼𝐸𝐺 =
geral 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Composição do 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐶𝐸 =
Endividamento 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Imobilização do 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
𝐼𝑃𝐿 =
Patrimônio Líquido 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
Capital de Giro Líquido 𝐶𝐺𝐿 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Índice de Liquidez 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑜𝑢 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎
𝐼𝐿𝐼 =
Imediata 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Índice de Liquidez 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼𝐿𝐶 =
Corrente 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Índice de Liquidez Seca 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝐼𝐿𝑆 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Índice de Liquidez Geral 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜
𝐼𝐿𝐺 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Retorno sobre o 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐸 =
Patrimônio Líquido 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
Retorno sobre o ativo 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐴 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀é𝑑𝑖𝑜
Giro do Ativo 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀é𝑑𝑖𝑜
Giro do Contas a Receber 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑅 =
𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟 𝑀é𝑑𝑖𝑜
Margem Bruta 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜
𝑀𝐵 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
Margem Operacional 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑀𝑂 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
Margem Líquida 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑀𝐿 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
Índice de Cobertura de 𝐸𝐵𝐼𝑇 𝑜𝑢 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴
𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 =
Juros 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠
Prazo Médio de 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (360 𝑑𝑖𝑎𝑠)
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
Recebimento 𝑇𝑢𝑟𝑛𝑜𝑣𝑒𝑟 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏í𝑣𝑒𝑖𝑠
Giro das Obrigações / 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑟𝑐 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
(𝑔𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠) =
turnover fornecedores 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
Prazo Médio de 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (360 𝑑𝑖𝑎𝑠)
𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 =
Pagamento 𝑇𝑢𝑟𝑛𝑜𝑣𝑒𝑟 𝑂𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠
Giro do Estoque 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
(𝑔𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒) =
𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
41
Prazo Médio no Estoque 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (360 𝑑𝑖𝑎𝑠)
𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑛𝑜 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 =
𝑇𝑢𝑟𝑛𝑜𝑣𝑒𝑟
Grau de Alavancagem 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝑑𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝐴𝑂 =
Operacional GAO 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎
Grau de Alavancagem 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 (𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
𝐺𝐴𝑂 =
Operacional GAO 𝐿𝑎𝑗𝑖𝑟 𝑜𝑢 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑝𝑎𝑡𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
Grau de Alavancagem 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠
𝐺𝐴𝑂 = 1 +
Operacional GAO 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Grau de Alavancagem 𝑅𝑂𝐸
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐴𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
Financeira GAF 𝑅𝑂𝐴
Grau de Alavancagem 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝐺𝐴𝐹 =
Financeira GAF 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
Grau de Alavancagem 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝐴𝐹 =
Financeira GAF 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
Grau de Alavancagem 𝐺𝐴𝐶 = 𝐺𝐴𝐹 × 𝐺𝐴𝐶
Combinada GAC
Grau de Alavancagem 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠
𝐺𝐴𝐶 =
Combinada GAC 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠
Grau de Alavancagem 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜
𝐺𝐴𝐶 =
Combinada GAC 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
Índice de Payout ou % de 𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢í𝑑𝑜 𝑜𝑢 𝐷𝑒𝑐𝑙𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑃𝑎𝑦𝑜𝑢𝑡 =
distribuição de dividendos 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐴𝑗𝑢𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
Dividend Yield ou Retorno 𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜 𝐷𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢í𝑑𝑜 𝑜𝑢 𝐷𝑒𝑐𝑙𝑎𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝐴çã𝑜
𝐷𝑌 =
com Dividendos 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑎𝑔𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝐴çã𝑜 𝑑𝑎 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎
EVA 𝐸𝑉𝐴 = (𝑅𝑂𝐼% − 𝑊𝐴𝐶𝐶%) × 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
EVA 𝐸𝑉𝐴 = 𝑁𝑂𝑃𝐴𝑇 − (𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 × 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙)
NOPAT Lucro Operacional Líquido RETIRANDO os impostos
Margem de Contribuição 𝑀𝐶 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑈𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜
42
LISTA DE QUESTÕES
Alguns alunos podem preferir ir diretamente para a aula de questões apenas da banca do
concurso (em casos de pós-edital ou quando disponível). Se não houver tempo para
estudar, é uma boa estratégia, porém é ALTAMENTE recomendável tentar fazer essas
questões, pois procurei abranger todas as formas de cobrar a matéria.
Infelizmente, para matérias da área financeira, algumas bancas ainda têm poucos
exercícios, ou muito repetitivos.
As questões aqui colocadas não estão associadas diretamente à banca do concurso, foram escolhidas para
cobrirem os principais modelos e as principais formas de trabalhar os temas.
Normalmente fazemos aulas extras específicas sobre as questões de determinada banca, se necessário.
43
A partir dessas informações, e considerando que X0 seja o ano mais antigo e X1, o mais recente, julgue o
item seguinte.
Alternativas
Certo
Errado
Alternativas
44
3) 2022 / Banca: FGV / CGU - Auditor Federal de Finanças e Controle
Uma sociedade empresária apresentou, a partir dos dados financeiros divulgados referentes ao ano de 2021,
um Economic Value Added (EVA) negativo.
Sendo assim, é correto afirmar que neste mesmo ano ela apresentou:
Alternativas
Duas sociedades empresárias Y e Z divulgaram seus relatórios contábeis de 31/12/2021 e neles podem ser
calculados os respectivos índices de liquidez corrente (ILC). A sociedade empresária Y apresentou ILC igual
ao da sociedade empresária Z.
Alternativas
Os índices de rentabilidade apresentam a relação dos resultados alcançados pela empresa, com valores que
expressam a dimensão relativa do mesmo, ou seja, o valor das vendas, o ativo total, o patrimônio líquido ou
o ativo operacional. Nesse sentido, assinale a alternativa que completa a citação a seguir: “O índice
____________________________ é a representação da percentagem de cada unidade monetária que
restou, depois da empresa ter pago seus produtos, as demais despesas e os impostos” (BRUNI, 2014).
Alternativas
45
A. margem líquida
B. índice de rentabilidade do patrimônio líquido
C. margem de contribuição
D. margem bruta
E. giro do ativo
ACC – Ativo Circulante Cíclico / ACF – Ativo Circulante Financeiro / ANC – Ativo Não Circulante / PCC – Passivo
Circulante Cíclico / PCF – Passivo Circulante Financeiro / PNC – Passivo Não Circulante / PL – Patrimônio
Líquido
No período, verificou-se ligeira queda na utilização de fontes onerosas de recursos para financiamento dos
ativos.
Certo
Errado
O evento que provoca o aumento do giro dos estoques de uma empresa comercial é:
46
8) 2021 / Banca: CESPE / CEBRASPE / AL-CE - Analista Legislativo - Publicidade e Propaganda
Uma das formas dos usuários das demonstrações contábeis obterem informações sobre os demonstrativos
contábeis corresponde à análise das demonstrações financeiras e econômicas por meio de índices. Dentre
os índices, existem os grupos básicos assim denominados: liquidez, endividamento, e, rentabilidade. Em
relação aos índices de liquidez, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O índice de liquidez imediata avalia o resultado da divisão do disponível (caixa e equivalentes) pelo
passivo circulante.
II. O índice de liquidez geral considera apenas ativos e passivos de curto prazo na fórmula para
obtenção do índice.
III. O índice de liquidez seca analisa a capacidade de pagamento das dívidas de curto prazo
considerando os ativos circulantes menos os estoques.
As seguintes informações foram extraídas das demonstrações financeiras da Cia Hassium, em 31/12/2020
(em R$).
47
Sabendo que, nesse caso hipotético, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 1.250,00 no mesmo
exercício, julgue o item.
O índice de endividamento geral da empresa ao final de 2020 era de 0,60, o que evidencia que seu patrimônio
líquido era positivo nessa data.
Certo
Errado
As seguintes informações foram extraídas das demonstrações financeiras da Cia Hassium, em 31/12/2020
(em R$).
Sabendo que, nesse caso hipotético, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 1.250,00 no mesmo
exercício, julgue o item.
Certo
Errado
48
12) 2022 / Banca: Quadrix / CRF-GO - Contador
As seguintes informações foram extraídas das demonstrações financeiras da Cia Hassium, em 31/12/2020
(em R$).
Sabendo que, nesse caso hipotético, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 1.250,00 no mesmo
exercício, julgue o item.
Ao final do exercício de 2020, o índice de liquidez corrente da empresa era de 1,59, o que significa que ela
dispunha de recursos correntes em quantidade suficiente para liquidar todas as suas obrigações vencíveis
no exercício seguinte e ainda dispor de uma sobra.
Certo
Errado
Com relação aos indicadores de mercado utilizados por investidores para avaliação de empresas nas quais
pretendem investir os seus recursos, julgue o item a seguir.
Quanto maior for o índice preço/lucro de uma empresa, menor será o período de tempo despendido por um
investidor para recuperar o capital nela investido.
Certo
Errado
Determinada empresa pretende vender uma unidade de negócio responsável pela área de fretes, que foi
avaliada em R$ 15 milhões pela contabilidade. O lucro operacional anual da unidade é de R$ 2 milhões. O
retorno sobre o investimento (ROI) corporativo está fixado em um padrão mínimo de 11%, e o custo de
capital (oportunidade) identificado com a unidade de negócio responsável pela área de fretes atinge 17%.
49
Considerando essa situação hipotética e aspectos relacionados à análise das demonstrações contábeis,
julgue o item a seguir.
Caso utilize o valor econômico agregado (EVA) como medida de análise para a tomada de decisão, a empresa
deverá optar por não vender a unidade de fretes.
Certo
Errado
Determinada empresa pretende vender uma unidade de negócio responsável pela área de fretes, que foi
avaliada em R$ 15 milhões pela contabilidade. O lucro operacional anual da unidade é de R$ 2 milhões. O
retorno sobre o investimento (ROI) corporativo está fixado em um padrão mínimo de 11%, e o custo de
capital (oportunidade) identificado com a unidade de negócio responsável pela área de fretes atinge 17%.
Considerando essa situação hipotética e aspectos relacionados à análise das demonstrações contábeis,
julgue o item a seguir.
Se a unidade de fretes tiver sido financiada com recursos de terceiros, então, atualmente, ela não gera um
resultado operacional de caixa para cobertura de juros dos credores.
Certo
Errado
50
17) 2021 / Banca: Instituto Consulplan / TJM-MG - Analista Judiciário - Contador
Considere hipoteticamente que certa entidade contábil possui conta vinculada a uma instituição financeira,
que estipulou como seu limite de crédito o valor de 300% do Capital de Giro Líquido. E os dados contábeis
disponíveis estão no demonstrativo a seguir.
Com base nos dados apresentados, a referida organização pode contar com um limite de crédito no valor
igual a
A. R$ 1.500.
B. R$ 1.800.
C. R$ 3.500.
D. R$ 4.500.
E. R$ 5.000.
O Return on Equity (ROE) é um indicador de avaliação de desempenho dos mais observados pelos analistas
internos ou externos da organização, pois ele mede o grau de eficiência da gestão, evidenciando o
rendimento do empresário para determinado período e, portanto, serve de parâmetro para qualificação da
rentabilidade como boa ou ruim. Se uma empresa projeta um lucro de R$ 5 milhões, com um índice dívida/PL
de 0,65 e um Return on Assets (ROA) de 12,0%, então significa que seus proprietários podem esperar por
uma taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL) igual a
A. 7,8%.
B. 12,0%.
51
C. 15,0%.
D. 19,8%.
E. 24,0%.
A empresa Orizonina Metais S/A elaborou seu balanço com os seguintes dados contábeis, referentes ao
exercício de 2005, cujos valores são aqui apresentados ao lado dos saldos anteriores:
Finalizada sua elaboração, as demonstrações financeiras foram submetidas ao processo de análise contábil
possibilitando de sua leitura a conclusão de que:
a) a liquidez geral da empresa demonstra capacidade de pagamento de 71% das dívidas já assumidas.
b) a liquidez corrente não alcança a cobertura de metade das dívidas de curto prazo.
d) o capital de giro líquido, em 31 de dezembro, é positivo em 29% das obrigações a pagar, no exercício
seguinte ao balanço.
52
20) CESPE - Perito Criminal Federal/Área 1/1997
A análise de balanços pode ser vista como a arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico
que se pretenda, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso.
Há autores que consideram a análise de balanços uma arte, pois, embora existam alguns cálculos
razoavelmente formalizados, não existe forma científica ou metodologicamente comprovada de relacionar
os índices de maneira a obter um diagnóstico preciso. Ou, melhor dizendo, cada analista poderia, com o
mesmo conjunto de informações e de quocientes, chegar a conclusões ligeira ou completamente
diferenciadas. É provável, todavia que dois analistas experimentados, conhecendo igualmente bem o ramo
de atividade da empresa, cheguem a conclusões bastante parecidas (mas nunca idênticas) sobre a situação
atual da empresa, embora quase sempre apontem tendências diferentes, pelo menos em grau, para o
empreendimento. Os problemas começam a surgir da sintetização das várias informações dispersas, pois,
em pontos ou em quocientes isolados, é mais fácil haver certeza de conclusão ou opinião técnica. Acerca de
tal assunto, julgue o item que se segue.
A elevada rentabilidade de uma empresa combinada com o aumento da sua situação líquida circulante, pode
explicar uma boa situação econômica e uma situação financeira ruim.
Certo
Errado
A elaboração de indicadores tem por finalidade avaliar o desempenho de determinada entidade a partir de
diferentes critérios. Em relação a essa matéria, julgue o item subsequente.
Se determinada empresa realizou um empréstimo para a construção de uma nova sede corporativa, seu
indicador de giro operacional não será diretamente influenciado pela referida operação.
Certo
Errado
53
22) CEPERJ - Analista de Controle Interno (SEFAZ RJ)/2012/
Com esses dados, pode-se afirmar que o Capital Circulante Líquido apresentou a seguinte variação:
A partir da análise das demonstrações financeiras da empresa AGA, obteve-se os seguintes indicadores: Grau
de Endividamento (participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio) 200%; Composição
do Endividamento 40%, Liquidez Corrente 1,6 e Liquidez Geral 1,0. Sabendo que o Ativo Total era R$
375.000,00, o seu Ativo Circulante era, em reais,
a) 240.000.
b) 160.000.
c) 150.000.
d) 125.000.
e) 100.000.
54
24) FCC - Técnico Judiciário (TRF 4ª Região)/Apoio Especializado/Contabilidade/2014/
Com base no Balanço Patrimonial de 31/12/2013 de uma empresa, foram obtidas as seguintes informações:
Sabendo-se que o Patrimônio Líquido da empresa, em 31/12/2012, era R$ 200.000,00, que não houve
aumento de Capital nem distribuição de dividendos durante o ano de 2013, e que ainda não foi realizada a
distribuição do resultado obtido em 2013, o Resultado Líquido obtido pela empresa em 2013, foi, em reais,
a) 34.000,00 (Lucro).
b) 32.300,00 (Lucro).
c) 24.225,00 (Lucro).
d) 46.000,00 (Prejuízo).
e) 46.000,00 (Lucro).
Uma empresa vende produtos sob encomenda, com prazo médio de recebimento de 60 dias após a entrega
na fábrica do comprador. A empresa paga a seus fornecedores com prazo médio de 30 dias após receber a
matéria prima. Em consequência, sua necessidade de capital de giro é elevada.
Para reduzi-la, a empresa poderia adotar várias providências, entre as quais NÃO se inclui a diminuição do(s)
55
e) adiantamentos pagos a alguns de seus fornecedores
ATIVO CIRCULANTE R$
Disponível 30.000,00
Clientes 250.000,00
Estoques 180.000,00
PASSIVO CIRCULANTE R$
Fornecedores 150.000,00
Impostos a Pagar 40.000,00
Salários a Pagar 60.000,00
Empréstimos Bancários 90.000,00
a) nulo.
b) 90.000,00.
c) 180.000,00.
d) 210.000,00.
e) 250.000,00.
Considere os seguintes dados extraídos do Balanço Patrimonial da Cia. ABC (em R$):
Ativo Circulante
12.000,00
Disponível ........................................................
27.000,00
Aplicações Financeiras ....................................
125.000,00
Duplicatas a Receber .......................................
87.000,00
Estoques ........................................................
38.000,00
Impostos a Recuperar ......................................
56
Passivo Circulante
97.000,00
Fornecedores ...................................................
36.000,00
Salários a Pagar...............................................
4.000,00
Dividendos a Pagar ..........................................
68.000,00
Empréstimos bancários....................................
55.000,00
Impostos a Recolher ........................................
A Necessidade Líquida de Capital de Giro (ou Necessidade de Investimento em Giro) da companhia monta
(em R$) a
a) 74.000,00
b) 62.000,00
c) 56.000,00
d) 38.000,00
e) 30.000,00 negativos
Uma empresa apresenta, em seu balanço patrimonial, ativo circulante de $ 32.000, dos quais $ 17.000 são
ativos operacionais. Seu passivo circulante é de $ 30.000, dos quais $ 14.000 são passivos financeiros. Em
relação a essa empresa, pode-se afirmar que
57
29) FUNDATEC - Auditor do Estado (CAGE RS)/2014/
Dentro da Teoria de Análise Dinâmica de Capital de Giro, podemos definir a Necessidade de Capital de Giro
(NCG) a partir da seguinte fórmula:
b) os empréstimos e financiamento de capital de giro são inferiores ao saldo de caixa e equivalente caixa;
58
QUESTÕES COMENTADAS COM GABARITO
As respostas estão associadas ao número das questões do capítulo anterior, com comentários logo a seguir.
Optamos por não negritar a resposta correta deixando o gabarito diretamente nos comentários.
A partir dessas informações, e considerando que X0 seja o ano mais antigo e X1, o mais recente, julgue o
item seguinte.
Alternativas
Certo
Errado
59
Via de regra o mais importante a fazer quando estiver resolvendo questões de análise de balanços,
alavancagem, gestão de caixa etc., é saber exatamente qual fórmula usar.
Essa questão tem um erro no ano X1, pois o Passivo Circulante deveria ser 690 e não 590 (somatório de 310
com 380). Vamos usar o 590, pois é o que fecha a conta com o passivo total (590 + 1.000 + 1.207)
800
𝐼𝐸𝐺0 = = 52,5%
1.676
1.590
𝐼𝐸𝐺0 = = 56,8%
2.797
Diferença percentual
56,8% − 52,5%
𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = = 8,2%
52,5%
Resposta CERTA.
Alternativas
60
A) e B) errados, pois o GA não mede retorno.
D) errado, pois não compara retorno com o investimento do acionista (patrimônio líquido)
E) correto, pois pega a receita (o quanto vendeu) e divide pelo ativo total (investimento total), se vendeu
10.000 para um ativo de 5.000, o GA vai ser 2, ou seja, 2 reais vendidos para cada 1 real de ativo total.
Uma sociedade empresária apresentou, a partir dos dados financeiros divulgados referentes ao ano de 2021,
um Economic Value Added (EVA) negativo.
Sendo assim, é correto afirmar que neste mesmo ano ela apresentou:
Alternativas
O EVA negativo significa que a empresa pode até ter tido lucro contábil, mas esse lucro NÃO pagou o custo e
oportunidade (WACC) do ativo investido.
No caso, o item A está errado, pois ter despesas superiores a receitas na DRE pode não gerar nem prejuízo,
uma vez que pode haver lucro contábil proveniente de outras áreas.
Mas fica uma dica. Ainda que o aluno fique em dúvida, como estamos falando de EVA, provavelmente a
resposta vai envolver algo explícito na teoria.
Todos os outros itens, EBIT e EBITDA negativos ou positivos não estão ligados diretamente ao EVA, e ter
qualquer um desses NEGATIVO, também não significa que teremos lucro contábil negativo (apesar de ser
muito provável).
Outro ponto. O NOPAT é o lucro operacional APÓS os impostos, o EBIT e o EBTIDA são ANTES dos impostos.
61
O item E está correto, conceitualmente, se o custo de capital medido em $$$ for maior que o NOPAT, teremos
um EVA negativo, pela fórmula.
Dei essa longa explicação, mas o aluno, por praticidade, deveria ter avaliado primeiramente o item E, pois é
o único que traz algo sobre NOPAT e EVA.
Duas sociedades empresárias Y e Z divulgaram seus relatórios contábeis de 31/12/2021 e neles podem ser
calculados os respectivos índices de liquidez corrente (ILC). A sociedade empresária Y apresentou ILC igual
ao da sociedade empresária Z.
Alternativas
Neste item não vou avaliar uma a uma as opções, pois esse não é o método correto de ensinar a resolver uma
questão desse tipo. Se está dizendo que o ILC é igual, a coisa mais importante a fazer é colocar a fórmula do
ILC na nossa frente.
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼𝐿𝐶 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Se as empresas têm ILC idêntico, evidentemente têm a mesma proporção entre ativo circulante e passivo
circulante, pois essa é a definição do ILC. Letra D
Os índices de rentabilidade apresentam a relação dos resultados alcançados pela empresa, com valores que
expressam a dimensão relativa do mesmo, ou seja, o valor das vendas, o ativo total, o patrimônio líquido ou
o ativo operacional. Nesse sentido, assinale a alternativa que completa a citação a seguir: “O índice
____________________________ é a representação da percentagem de cada unidade monetária que
restou, depois da empresa ter pago seus produtos, as demais despesas e os impostos” (BRUNI, 2014).
Alternativas
62
A. margem líquida
B. índice de rentabilidade do patrimônio líquido
C. margem de contribuição
D. margem bruta
E. giro do ativo
Aqui o importante é primeiro entender que estamos falando de índice de rentabilidade, o que já exclui o item
E.
Se estamos falando de unidade monetária que restou, estamos falando de comparações com a Receita
Líquida, ou seja, de MARGEM. Logo item B está fora, pois compara lucro com patrimônio líquido.
Das três margens que sobraram, a margem de contribuição é calculada após retirar os custos variáveis
apenas, a margem bruta refere-se ao lucro bruto, retirando custos totais da mercadoria, inclusive fixos, mas
AMBAS não tiram impostos e demais despesas.
A única margem que trabalha com o lucro líquido, que retira todas as despesas e impostos, é a margem
líquida. Opção A.
ACC – Ativo Circulante Cíclico / ACF – Ativo Circulante Financeiro / ANC – Ativo Não Circulante / PCC – Passivo
Circulante Cíclico / PCF – Passivo Circulante Financeiro / PNC – Passivo Não Circulante / PL – Patrimônio
Líquido
No período, verificou-se ligeira queda na utilização de fontes onerosas de recursos para financiamento dos
ativos.
Certo
Errado
Essa questão é importante para fazer uma distinção entre passivo cíclico/operacional e passivo oneroso. São
coisas diferentes. O patrimônio líquido é também uma fonte de financiamento dos ativos, mas não é oneroso,
a empresa só remunera o sócio se tiver lucro.
63
As fontes onerosas são o PCF e o PNC. O PNC, pois normalmente financiamento de longo prazo não trata de
questões operacionais, mas de investimento.
É o tipo da questão que o aluno precisa ficar atento apenas ao fato de que o período mais recente está à
ESQUERDA.
Obviamente a soma do PCF + PNC do ÚLTIMO período será maior do que do penúltimo período (ambos são
maiores). Resposta ERRADA.
O evento que provoca o aumento do giro dos estoques de uma empresa comercial é:
Para aumentar o giro de estoques temos 2 caminhos, aumentar o custo da mercadoria vendida total (que
está relacionado a QUANTO vendemos), ou à redução do estoque médio.
O item A não aumenta as vendas e tende a aumentar o prazo médio do estoque, pois item obsoleto não vende
bem.
D está errada, pois fala de venda a prazo e isso só é relevante para o cálculo do contas a receber, para o CMV
tanto faz se foi a prazo ou à vista.
E está certa, pois se aumentarmos as vendas, aumentaremos os custos totais e o giro seria maior.
Isso significa que a participação de capital de terceiros é de 70%, portanto a de capital próprio é 30%. Item E
correto.
A está errada, pois não dá para afirmar que o endividamento é baixo com 70% de dívida.
Uma das formas dos usuários das demonstrações contábeis obterem informações sobre os demonstrativos
contábeis corresponde à análise das demonstrações financeiras e econômicas por meio de índices. Dentre
os índices, existem os grupos básicos assim denominados: liquidez, endividamento, e, rentabilidade. Em
relação aos índices de liquidez, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O índice de liquidez imediata avalia o resultado da divisão do disponível (caixa e equivalentes) pelo
passivo circulante.
II. O índice de liquidez geral considera apenas ativos e passivos de curto prazo na fórmula para
obtenção do índice.
III. O índice de liquidez seca analisa a capacidade de pagamento das dívidas de curto prazo
considerando os ativos circulantes menos os estoques.
65
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠
𝐼𝐿𝑆 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Item II está errado, pois o ILG considera também itens de longo prazo.
Item III está certo, pois o ILG tira os estoques do ativo circulante.
As seguintes informações foram extraídas das demonstrações financeiras da Cia Hassium, em 31/12/2020
(em R$).
Sabendo que, nesse caso hipotético, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 1.250,00 no mesmo
exercício, julgue o item.
O índice de endividamento geral da empresa ao final de 2020 era de 0,60, o que evidencia que seu patrimônio
líquido era positivo nessa data.
Certo
Errado
Ativo total é tudo o que representa aplicação dos recursos da empresa: circulante, investimentos, imobilizado
e intangível.
66
Já o passivo exigível seria o circulante mais o não circulante = 3.450 +4.050 = 7.500
7.500
𝐼𝐸𝐺 = = 0,6
12.500
Resposta certa.
As seguintes informações foram extraídas das demonstrações financeiras da Cia Hassium, em 31/12/2020
(em R$).
Sabendo que, nesse caso hipotético, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 1.250,00 no mesmo
exercício, julgue o item.
Certo
Errado
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐸 =
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
Aqui falta calcular o patrimônio líquido, que será o Ativo Total (12.500) menos o Passivo exigível total (7.500)
= 5.000
1.250
𝑅𝑂𝐸 = = 25%
5.000
Resposta ERRADA.
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12) 2022 / Banca: Quadrix / CRF-GO - Contador
As seguintes informações foram extraídas das demonstrações financeiras da Cia Hassium, em 31/12/2020
(em R$).
Sabendo que, nesse caso hipotético, a empresa apresentou um lucro líquido de R$ 1.250,00 no mesmo
exercício, julgue o item.
Ao final do exercício de 2020, o índice de liquidez corrente da empresa era de 1,59, o que significa que ela
dispunha de recursos correntes em quantidade suficiente para liquidar todas as suas obrigações vencíveis
no exercício seguinte e ainda dispor de uma sobra.
Certo
Errado
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐼𝐿𝐶 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
Aqui nem é necessário fazer a conta, apenas interpretar o ILC. Se o AC é maior que o PC, significa que as
disponibilidades de curto prazo (recebíveis até o exercício seguinte) são maiores do que os exigíveis de curto
prazo (vencíveis até o exercício seguinte). Resposta certa.
Com relação aos indicadores de mercado utilizados por investidores para avaliação de empresas nas quais
pretendem investir os seus recursos, julgue o item a seguir.
Quanto maior for o índice preço/lucro de uma empresa, menor será o período de tempo despendido por um
investidor para recuperar o capital nela investido.
Certo
Errado
Do nosso material: Podemos entender o P/L como uma medida do “apetite” do investidor por comprar as
ações. Se este vem se elevando, é porque os investidores estão pagando mais “caro” pelas ações do que
68
anteriormente, seja por que suas opções fora da renda variável estão menos atraentes, seja por que ele
acredita que o lucro da empresa crescerá fortemente nos próximos anos. Em resumo, o P/L indicaria em
quantos anos eu retornaria o meu investimento, caso o lucro da empresa não subisse.
Se o P/L mede quanto tempo leva para retornar o investimento, quanto maior, mais tempo. Portanto, questão
errada.
Determinada empresa pretende vender uma unidade de negócio responsável pela área de fretes, que foi
avaliada em R$ 15 milhões pela contabilidade. O lucro operacional anual da unidade é de R$ 2 milhões. O
retorno sobre o investimento (ROI) corporativo está fixado em um padrão mínimo de 11%, e o custo de
capital (oportunidade) identificado com a unidade de negócio responsável pela área de fretes atinge 17%.
Considerando essa situação hipotética e aspectos relacionados à análise das demonstrações contábeis,
julgue o item a seguir.
Caso utilize o valor econômico agregado (EVA) como medida de análise para a tomada de decisão, a empresa
deverá optar por não vender a unidade de fretes.
Certo
Errado
O NOPAT é o lucro operacional, após impostos. Como não há qualquer menção a impostos, vamos considerar
os 2 milhões como sendo o NOPAT.
Isso significa que, apesar de a empresa ter lucro operacional, ele NÃO PAGA o custo de capital, portanto não
temos ganho econômico.
Deve VENDER a unidade, pois é melhor 15 milhões investidos ao custo de capital do que tocar o negócio.
Resposta errada.
Determinada empresa pretende vender uma unidade de negócio responsável pela área de fretes, que foi
avaliada em R$ 15 milhões pela contabilidade. O lucro operacional anual da unidade é de R$ 2 milhões. O
69
retorno sobre o investimento (ROI) corporativo está fixado em um padrão mínimo de 11%, e o custo de
capital (oportunidade) identificado com a unidade de negócio responsável pela área de fretes atinge 17%.
Considerando essa situação hipotética e aspectos relacionados à análise das demonstrações contábeis,
julgue o item a seguir.
Se a unidade de fretes tiver sido financiada com recursos de terceiros, então, atualmente, ela não gera um
resultado operacional de caixa para cobertura de juros dos credores.
Certo
Errado
Essa questão é teórica e bem interessante. Sabemos que o custo de capital é de 17%, mas até o presente não
sabíamos como a empresa se financiava (se esses 17% eram um mix entre custo de capital próprio e de
terceiros). Agora ele AFIRMA que é tudo capital de terceiros. Nesse caso, o custo dos juros seria de 17% x
15.000.000 = 2.550.000.
A empresa gera apenas 2.000.000, portanto seu lucro não paga o custo dos juros. Resposta certa.
Vejamos a fórmula
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑂𝐸 =
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
D) a integralização de capital PODE reduzir o ROE, pois aumenta o patrimônio líquido. Resposta D.
70
E, a reclassificação de dívida não muda nem o lucro e nem o patrimônio.
Considere hipoteticamente que certa entidade contábil possui conta vinculada a uma instituição financeira,
que estipulou como seu limite de crédito o valor de 300% do Capital de Giro Líquido. E os dados contábeis
disponíveis estão no demonstrativo a seguir.
Com base nos dados apresentados, a referida organização pode contar com um limite de crédito no valor
igual a
A. R$ 1.500.
B. R$ 1.800.
C. R$ 3.500.
D. R$ 4.500.
E. R$ 5.000.
Pela fórmula
71
18) 2021 / Banca: IADES / CAU - MS - Contador
O Return on Equity (ROE) é um indicador de avaliação de desempenho dos mais observados pelos analistas
internos ou externos da organização, pois ele mede o grau de eficiência da gestão, evidenciando o
rendimento do empresário para determinado período e, portanto, serve de parâmetro para qualificação da
rentabilidade como boa ou ruim. Se uma empresa projeta um lucro de R$ 5 milhões, com um índice dívida/PL
de 0,65 e um Return on Assets (ROA) de 12,0%, então significa que seus proprietários podem esperar por
uma taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL) igual a
A. 7,8%.
B. 12,0%.
C. 15,0%.
D. 19,8%.
E. 24,0%.
Nesse caso, temos que achar o patrimônio líquido para calcular o ROE (o mesmo que taxa de retorno sobre o
PL).
Sabemos que o retorno sobre o ativo é de 12%, e sabemos o lucro projetado de 5 MM.
A dívida é igual a 0,65 do PL, portanto o ativo TOTAL é igual ao PL + a dívida (0,65PL) = 1,65 PL
A empresa Orizonina Metais S/A elaborou seu balanço com os seguintes dados contábeis, referentes ao
exercício de 2005, cujos valores são aqui apresentados ao lado dos saldos anteriores:
72
Finalizada sua elaboração, as demonstrações financeiras foram submetidas ao processo de análise contábil
possibilitando de sua leitura a conclusão de que:
a) a liquidez geral da empresa demonstra capacidade de pagamento de 71% das dívidas já assumidas.
b) a liquidez corrente não alcança a cobertura de metade das dívidas de curto prazo.
d) o capital de giro líquido, em 31 de dezembro, é positivo em 29% das obrigações a pagar, no exercício
seguinte ao balanço.
73
Balanço
Ativo Circulante 2.260 Passivo Circulante 3.200
Caixa 260 Fornecedores 700
Títulos a Receber 500 Empréstimos Bancários 2.500
Mercadorias 1.500
Passivo Exigível a LP 400
Títulos a Pagar a LP 400
Ativo Não Circulante 5.040
Realizável a LP 600 Patrimônio Líquido 3.700
Títulos a Receber a LP 600 Capital Social 3.000
Reservas de Lucro 500
Imobilizado 4.440 Lucros Acumulados 200
Móveis e Utensílios 4.800
(-) Depreciação Acumulada -360
a) A liquidez geral divide o Ativo circulante + Realizável a LP pelo Passivo Exigível total.
2.260 + 600
𝐼𝐿𝐺 = = 79%
3200 + 400
2.260
𝐼𝐿𝐶 = = 70%
3200
3.000
𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑎 = = 1/3
9.000
1.000
𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 = = 1/9
9.000
d) O CGL é negativo.
e) Não existe patrimônio bruto nos conceitos contábeis, se estiver se referindo ao Ativo Total (patrimônio
integral), seria o seguinte:
4.440
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 60%
7.300
74
20) CESPE - Perito Criminal Federal/Área 1/1997
A análise de balanços pode ser vista como a arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico
que se pretenda, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso.
Há autores que consideram a análise de balanços uma arte, pois, embora existam alguns cálculos
razoavelmente formalizados, não existe forma científica ou metodologicamente comprovada de relacionar
os índices de maneira a obter um diagnóstico preciso. Ou, melhor dizendo, cada analista poderia, com o
mesmo conjunto de informações e de quocientes, chegar a conclusões ligeira ou completamente
diferenciadas. É provável, todavia que dois analistas experimentados, conhecendo igualmente bem o ramo
de atividade da empresa, cheguem a conclusões bastante parecidas (mas nunca idênticas) sobre a situação
atual da empresa, embora quase sempre apontem tendências diferentes, pelo menos em grau, para o
empreendimento. Os problemas começam a surgir da sintetização das várias informações dispersas, pois,
em pontos ou em quocientes isolados, é mais fácil haver certeza de conclusão ou opinião técnica. Acerca de
tal assunto, julgue o item que se segue.
A elevada rentabilidade de uma empresa combinada com o aumento da sua situação líquida circulante, pode
explicar uma boa situação econômica e uma situação financeira ruim.
Certo
Errado
Tanto a situação econômica (rentabilidade alta) quanto a financeira (alta liquidez) são boas. Situação líquida
circulante é um termo que não existe, mas é óbvio que se refere à liquidez, não importa se CGL, ILC etc. Errado.
A elaboração de indicadores tem por finalidade avaliar o desempenho de determinada entidade a partir de
diferentes critérios. Em relação a essa matéria, julgue o item subsequente.
Se determinada empresa realizou um empréstimo para a construção de uma nova sede corporativa, seu
indicador de giro operacional não será diretamente influenciado pela referida operação.
Certo
Errado
75
O empréstimo para a sede não tem influência operacional direta, pois estamos falando de investimento em
áreas não ligadas à produção (sede). Certo.
Com esses dados, pode-se afirmar que o Capital Circulante Líquido apresentou a seguinte variação:
A partir da análise das demonstrações financeiras da empresa AGA, obteve-se os seguintes indicadores: Grau
de Endividamento (participação de capitais de terceiros em relação ao capital próprio) 200%; Composição
do Endividamento 40%, Liquidez Corrente 1,6 e Liquidez Geral 1,0. Sabendo que o Ativo Total era R$
375.000,00, o seu Ativo Circulante era, em reais,
a) 240.000.
76
b) 160.000.
c) 150.000.
d) 125.000.
e) 100.000.
O índice de endividamento padrão, definido pela CVM na ICVM 480/09 (atual Resolução 80/22), não é o que
o enunciado trata, ele divide o passivo exigível pelo ativo total, no caso, o enunciado trata da divisão entre
capital de terceiros e capital próprio.
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = = 1,6
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 0,4
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = =2
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜
77
24) FCC - Técnico Judiciário (TRF 4ª Região)/Apoio Especializado/Contabilidade/2014/
Com base no Balanço Patrimonial de 31/12/2013 de uma empresa, foram obtidas as seguintes informações:
Sabendo-se que o Patrimônio Líquido da empresa, em 31/12/2012, era R$ 200.000,00, que não houve
aumento de Capital nem distribuição de dividendos durante o ano de 2013, e que ainda não foi realizada a
distribuição do resultado obtido em 2013, o Resultado Líquido obtido pela empresa em 2013, foi, em reais,
a) 34.000,00 (Lucro).
b) 32.300,00 (Lucro).
c) 24.225,00 (Lucro).
d) 46.000,00 (Prejuízo).
e) 46.000,00 (Lucro).
78
Como PL + Passivo tem que ser igual ao Ativo Total, temos que o lucro é:
Uma empresa vende produtos sob encomenda, com prazo médio de recebimento de 60 dias após a entrega
na fábrica do comprador. A empresa paga a seus fornecedores com prazo médio de 30 dias após receber a
matéria prima. Em consequência, sua necessidade de capital de giro é elevada.
Para reduzi-la, a empresa poderia adotar várias providências, entre as quais NÃO se inclui a diminuição do(s)
A diminuição do endividamento de longo prazo reduz caixa. A diminuição dos prazos médios de estocagem e
de processamento (reduz o ciclo do estoque) reduz o ciclo de caixa, pois ele poderá vender MAIS rápido. A
diminuição do tempo de transportes reduz o tempo para receber, melhorando a situação de caixa e a
diminuição de adiantamentos pagos a fornecedores mantém MAIS caixa.
ATIVO CIRCULANTE R$
Disponível 30.000,00
Clientes 250.000,00
Estoques 180.000,00
PASSIVO CIRCULANTE R$
Fornecedores 150.000,00
Impostos a Pagar 40.000,00
79
Salários a Pagar 60.000,00
Empréstimos Bancários 90.000,00
a) nulo.
b) 90.000,00.
c) 180.000,00.
d) 210.000,00.
e) 250.000,00.
É uma questão que trata da NECESSIDADE LÍQUIDA de Capital de Giro Operacional (investimento operacional
em giro). Essa conta, muito comum em finanças, exclui do Ativo Circulante e do Passivo Circulante o caixa
(que já é líquido, portanto não estará mais relacionado à parte operacional da empresa) e recebíveis que não
estão relacionados com a operação e do Passivo circulante os itens que não tem a ver com o financiamento
direto das operações.
Considere os seguintes dados extraídos do Balanço Patrimonial da Cia. ABC (em R$):
Ativo Circulante
12.000,00
Disponível ........................................................
27.000,00
Aplicações Financeiras ....................................
125.000,00
Duplicatas a Receber .......................................
87.000,00
Estoques ........................................................
38.000,00
Impostos a Recuperar ......................................
Passivo Circulante
97.000,00
Fornecedores ................................................... 36.000,00
Salários a Pagar............................................... 4.000,00
80
Dividendos a Pagar .......................................... 68.000,00
Empréstimos bancários.................................... 55.000,00
Impostos a Recolher ........................................
A Necessidade Líquida de Capital de Giro (ou Necessidade de Investimento em Giro) da companhia monta
(em R$) a
a) 74.000,00
b) 62.000,00
c) 56.000,00
d) 38.000,00
e) 30.000,00 negativos
Impostos a recuperar FAZ parte da operação, pois os impostos vieram de algum valor excessivo pago a partir
das vendas.
Uma empresa apresenta, em seu balanço patrimonial, ativo circulante de $ 32.000, dos quais $ 17.000 são
ativos operacionais. Seu passivo circulante é de $ 30.000, dos quais $ 14.000 são passivos financeiros. Em
relação a essa empresa, pode-se afirmar que
81
Mais uma vez é necessário diferenciar a parte financeira da parte operacional. A parte financeira, o capital
circulante líquido, é AC – PC = 32.000 – 30.000 = 2.000, o que já diz que a letra A está errada.
Na Letra B, temos que a parte operacional dos ativos circulantes é 17.000 e a parte operacional dos passivos
circulantes é (R$ 30.000 – R$ 14.000) R$ 16.000, de forma que a necessidade de capital de giro líquido
operacional é (R$ 17.000 – R$ 16.000) R$ 1.000.
Dentro da Teoria de Análise Dinâmica de Capital de Giro, podemos definir a Necessidade de Capital de Giro
(NCG) a partir da seguinte fórmula:
Na letra A, adiantamento a fornecedores não é passivo, mas ativo (eles devem a você).
Letra C correta.
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b) os empréstimos e financiamento de capital de giro são inferiores ao saldo de caixa e equivalente caixa;
É fácil perceber que se recebermos no tempo de estocagem (que vai até a venda) somado ao tempo até
receber (após a venda) e isso for MENOR que o prazo de pagamento a fornecedores, nós teremos CAIXA
ANTES de ter que pagar o fornecedor, portanto teríamos necessidade de capital de giro negativa. Resposta
D.
GABARITO
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