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CONCEITOS DE
CONTABILIDADE
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MENSURAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Por ter o patrimônio a função de externar grau de riqueza, é necessários ter uma base econômica
de mensuração, e esta base é o dinheiro. Um item só poderá compor o patrimônio se for
mensurável em dinheiro.

MUTAÇÕES PATRIMONIAIS
São as movimentações ocorridas no Patrimônio. Ex: compras, vendas, transformação de
materiais, etc.
Nem todas as operações que são registradas na contabilidade provocam acréscimos ou
decréscimo patrimonial. Por exemplo:
Aquisição de uma máquina de escrever por $ 10.000,00 à vista:
Percebam que a operação não provocou acréscimo nem decréscimo no patrimônio, mas somente
a permutação de valores dentro do patrimônio, ou seja, deixou de ter um bem (numerário) para
se ter um outro bem (imobilizado).
O Patrimônio da empresa tem a seguinte representação gráfica:

BENS E DIREITOS ( - ) OBRIGAÇÕES = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O PATRIMÔNIO LÍQUIDO pertence aos “proprietários” do patrimônio.


Para facilitar, pense no Balanço Patrimonial de nossa própria pessoa.

Caso uma pessoa tenha, em 31 de dezembro:

 Uma casa no valor de $ 1.000,00;


 Dinheiro depositado no banco no valor de $ 700,00;
 Uma divida referente a 5 parcelas restantes da casa acima no valor total de $ 250,00 a ser
pago à Caixa Econômica;
 Uma divida para com a escola do filho no valor de $ 100,00.
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Note que:

A Lei nº 6.404/76 dispõe em seu artigo 178 que o Patrimônio da empresa será representado da
seguinte maneira:

ATIVO PASSIVO
Obrigações (exigibilidades)
Bens e Direitos (+)
Patrimônio Líquido

Porque o Patrimônio Líquido fica no Passivo?


1º Para atender à equação contábil da igualdade (Ativo = Passivo)
2º Porque o Patrimônio Líquido não deixa de ser uma obrigação que a empresa tem para com os
seus proprietários; raciocinando na pessoa física, é uma dívida que o patrimônio tem para com
sua pessoa.
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LIVROS UTILIZADOS NA ESCRITURAÇÃO


Os livros contábeis principais são dois: Livro Diário e Livro Razão. Além desses, a contabilidade
utiliza ainda os livros auxiliares, que podem ser contábeis, como é o caso dos Livros Caixa,
Contas Correntes, Contas a Receber, Contas a Pagar, Livro de Registro de Duplicatas etc, ou
fiscais como o Livro de Registro de Entradas, Livro de Registro de Saídas, Livros de Registro de
Inventário etc.
Observamos que pela Legislação Fiscal estes livros estão sendo substituídos pelo SPED, fiscal e
contábil. Porém ainda existe a obrigatoriedade pela legislação comercial/Código Civil.
1. Livro Diário
No Diário são registrados todos os acontecimentos que ocorrem na empresa e que provocam
modificações no patrimônio. Por ser obrigatório, a adoção do Diário requer a observância de
algumas formalidades legais extrínsecas e intrínsecas.
Formalidades Extrínsecas (ou externas) dizem respeito ao livro propriamente dito, isto é, sua
apresentação material.
Formalidades Intrínsecas (ou internas) dizem respeito á escrituração.
2. Livro Razão
O Livro Razão é um livro de grande utilidade para a contabilidade porque registra o movimento
individualizado de todas as contas.

MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO
É a forma de registro dos fatos e atos administrativos. São dois os métodos de escrituração
conhecidos:

 Método das partidas simples – esse método consiste no registro de operações


envolvendo o controle de um só elemento. Ex: no livro caixa, os eventos são registrados
visando apenas o controle do dinheiro (entrada e saída), sem a preocupação de controlar
outros elementos patrimoniais. O método das partidas simples é deficiente e incompleto,
por não permitir o controle global do patrimônio.
 Métodos das partidas dobradas – esse método é de uso universal e foi divulgado no
século XV (1494), na Itália, pelo frade franciscano Luca Pacioli, consiste no seguinte:
“Não há devedor sem que haja credor e não há credor sem que haja devedor, sendo que
cada débito corresponde um crédito de igual valor”.
Lançamento
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Lançamento é o meio qual se processa a escrituração.


Elementos Essenciais
Todo lançamento deve ter os seguintes elementos essenciais:
1. Local e data da ocorrência do fato;
2. Conta a ser debitada;
3. Conta a ser creditada;
4. Histórico;
5. Valor.

FUNDAMENTOS E DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE

DÉBITOS E CRÉDITOS
Em contabilidade, os termos débito e crédito são meras convenções contábeis, não significando
no momento do lançamento algo que seja favorável ou desfavorável à empresa.
Estes lançamentos são separados em lançamentos a Débito e a Crédito em decorrência do
direcionamento das contas contábeis envolvidas entre Ativo, Passivo, Receitas e Despesas.

RAZONETES
É uma representação gráfica em forma de T muito utilizada pelos contadores. É a forma didática
mais simples de desenvolver o raciocínio para demonstrar valores que estão sendo demonstrados
nos lançamentos contábeis.

Débito - o lançamento contábil a Débito representa algo que se tem ou adquire – Aplicação de
Recursos. Por exemplo, em uma transação, onde certa quantia é transferida de X para Y, dizemos
que X tem um crédito para com Y e este, por sua vez, tem um débito para com X.
Assim, a identificação das origens (credores) e dos destinos (devedores) dos recursos.

Crédito – Os lançamentos a Créditos representam valores referentes à origens de recursos na


empresa.
Por exemplo, na compra de prédio a prazo. Este prédio é um débito na conta de ativos, enquanto
a dívida é lançada como crédito nas contas do passivo. O prédio comprado é bem adquirido (um
débito), sendo um aumento na conta de ativos. Por sua vez, o valor que foi emprestado para a
compra desse bem foi a origem financeira, neste caso (um crédito) que também é uma nova
obrigação para a empresa (passivo).

Contas do Ativo
Elementos do Ativo ficam do lado esquerdo do Balanço Patrimonial. Por isso, todas as contas do
ATIVO (bens e direitos) sempre devem apresentar saldos devedores.
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Contas do Passivo
As contas do Passivo aparecem sempre no lado direito do Balanço. Por isso, todas as contas do
PASSIVO (obrigações) sempre devem apresentar saldos credores.

Contas do Patrimônio Líquido


O Patrimônio Líquido também chamado PL compreende os recursos próprios da entidade, seu
valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Fica do lado direito do Balanço,
e o critério dos lançamentos contábeis é o mesmo aplicado ao Passivo, sendo:

Contas de custo e Contas de Despesa


As contas de Custos e Despesas estarão representadas no Demonstrativo de Resultado do
Exercício (DRE). Tem natureza de lançamento a débitos. Os aumentos e as diminuições dos
Custos e Despesas devem ser registrados:
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Contas de Receitas
As contas Receitas estarão representadas no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE).
Tem natureza de lançamento a créditos. Os aumentos e as diminuições das Receitas devem ser
registradas:

Regras básicas para lançamentos


Ex. Compra de um computador a vista e em dinheiro no valor de R$1.000,00.
1º passo – identificar quais as contas envolvidas no Fato Contábil;
Caixa (conforme mencionado no exemplo o pagamento foi em dinheiro)
Computadores (bens)

2º Passo – identificar a natureza das contas. Verificar a quais grupos pertencem as contas
envolvidas no lançamento: Ativo; Passivo; Patrimônio Liquido; Receitas ou Despesas.

Portanto:
D- Computadores (Ativo)
C- Caixa (Ativo) – R$1.000,00

Em um fato, podemos ter vários lançamentos de débitos e créditos. Ex. Compra Veículos com
entrada de 50% a vista e restante do valor a prazo.
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Quadro Auxiliar da escrituração


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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE


O Conselho Federal de contabilidade preocupou-se em disciplinar tal matéria, editando tais
princípios por meio das Resoluções CFC nºs. 750/93 e 774/94.

1. Princípio da Entidade
O patrimônio da entidade (consideram-se aqui as Sociedades Comerciais ou Civis) não se
confunde com o dos seus sócios ou acionistas, ou proprietário individual.

2. Princípio da Continuidade
A vida da empresa ou instituição é continuada; por conseqüência, como as demonstrações
contábeis são estáticas, por relatar a situação patrimonial em um determinado momento, não
podem ser desvinculadas dos períodos anteriores ou subseqüentes.

3. Princípio da Oportunidade
As mudanças nos ativos, passivos e na expressão contábil do patrimônio líquido devem ser
contabilizados logo que ocorrem e com extensão correta, independentemente das causas que as
originam.

4. Princípio do Registro pelo Valor Original


Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com
o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação
das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou
decomposições no interior da empresa ou instituição.

5. Princípio da Competência

As regras aceitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que
ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento.

6. Princípio da Prudência

O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do


maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a
qualificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

O Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido,
quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios
Fundamentais de Contabilidade.
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CONCEITOS
Receitas
É o recebimento de numerários pela venda de um produto ou serviço, relacionado ou não as
atividades fins da sociedade e/ou entidade (empresas), podendo ser classificadas em receitas
operacionais ou demais receitas operacionais e receitas financeiras.
Receitas Operacionais
São aquelas resultantes das operações relacionadas com as atividades fins da sociedade e ou/
entidade como a venda de produtos (de fabricação própria ou de terceiros) e ou/ da Prestação
de Serviços.
Demais Receitas Operacionais: são aquelas resultantes das operações não relacionadas com
as atividades fins da sociedade. Exemplo: a venda de um veículo ou de uma máquina da
sociedade.
Custos
É o preço pelo qual se obtém um bem, direito, ou serviço e, podem ser classificados em
Direto ou Indireto, Fixo ou Variável.
Custo Direto – é aquele utilizado na produção ou fabricação de um produto, como por
exemplo, o papel utilizado na fabricação de embalagens, os pigmentos de cores, as tintas, etc.
Custo Indireto – é aquele que mesmo utilizado indiretamente na produção, ou seja, não
participam fisicamente do produto, mas serão incorporados na formação do custo final do
produto, como por exemplo: o transporte de matéria prima, a manutenção dos equipamentos
da linha de produção, etc.
Custo Fixo – são os gastos que se operam sempre dentro das mesmas medidas. Exemplos:
seguros, aluguéis, etc.
Custo Variável – são os gastos que se alteram de acordo com o volume de produção.
Exemplo matéria prima utilizada.

Despesas
É o encargo necessário para comercializar os bens ou serviços objetos das atividades, bem
como para a manutenção a estrutura empresarial independente de sua freqüência.
As despesas decorrem do consumo de bens e da utilização de serviços, visando direta ou
indiretamente a obtenção de Receitas. As despesas são itens que reduzem o Patrimônio
Liquido e que tem essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de
receitas.
As despesas podem ser:
Operacionais: são as despesas que não são computadas nos custos, mas são necessárias á
atividade da empresa e á manutenção da respectiva fonte produtora, e podem ser:
a) Comerciais – são as despesas relacionadas diretamente com a comercialização de nossos
produtos ou serviços. Exemplo: anúncios, propagandas, transportes, etc.
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b) Financeiras – são as despesas ou encargos, já deduzidos as receitas, necessários a


realização das atividades fins da sociedade. Exemplo: Tarifas bancárias, juros, multas,
encargos na antecipação de crédito, etc.
c) Despesas Gerais e Administrativas – São as despesas não relacionadas á atividade
principal da sociedade, porém são necessárias na formação do resultado. Exemplo:
Revistas e Periódicos, Despesas com internet, etc.
Outras despesas Operacionais – são as despesas não relacionadas com a atividade da
sociedade e necessário para que se obtenha uma receita não operacional. Exemplo: Venda de
um bem do ativo permanente.

Exercícios para Fixação


1. Classificar as contas abaixo em Ativo ou Passivo e o saldo delas em Devedor ou
Credor:
a) Caixa 
b) Fornecedores 
c) Contas a receber 
d) Títulos a receber 
e) Edifícios 
f) Material de consumo em estoque 
g) Duplicatas a receber 
h) Investimento em ações 
i) Contas a pagar 
j) Terrenos 
k) Impostos a pagar 
l) Máquinas e equipamentos 
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m) Móveis e utensílios 
n) Mercadorias em estoque 
o) Aplicações financeiras 
p) Veículos 
q) Salários a pagar 
r) Contribuições a recolher 
s) Impostos a recuperar 
t) Nota promissória a pagar 

2. Classifique as contas abaixo em Receitas e Despesas e o saldo delas em Devedor ou


Credor:
a. Venda de Produtos 
b. Aluguéis pagos 
c. Energia elétrica 
d. Venda de Mercadorias 
e. Manutenção Predial 
f. Serviços Prestados 
g. Honorários advocatícios 
h. Material de limpeza 
i. Juros ativos (recebidos) 
j. Juros Passivos (pagos) 
k. Aluguéis ativos 

3. Fazer Lançamentos:
a) Compra de Veículos a vista com cheque do Banco do Brasil;

b) Pagamento de duplicata em dinheiro;

c) Compra de matéria prima a prazo;


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d) Venda de Veículo a prazo;

e) Pagamento de salários;

f) Provisão de férias do mês (01/12);

g) Compra de Material de Escritório a prazo;

h) Venda de Mercadorias a vista;

i) Venda de serviços a prazo;


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Bibliografia

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: Um Enfoque Econômico Financeiro. 7º


ed. São Paulo: Atlas, 2002;

Equipe de Professores da FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 9º ed. São Paulo: Atlas, 1998;

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARTINS, Eliseu. GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade:
Suplemento. 7º. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008;

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1997;

MARTINS, Eliseu. SANTOS, Ariovaldo dos. A Nova Lei das S.A e a Internacionalização da
Contabilidade. São Paulo, 2008;

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. 1ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

SANTOS, Adair Loredo. CARLOS, Eduardo Inglesi. Vade Mecum Tributário: Doutrina, Legislação,
Prática & Jurisprudência. São Paulo: Primeira Impressão, 2006;

SILVA, Miguel. A Nova Lei das S.A: Procedimentos Contábeis, Societários e Tributários. São Paulo –
1º ed. Editora Sabertrina, 2008;

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